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Módulo 2. Valores e princípios

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Academic year: 2021

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Módulo 2. Valores e princípios

Para o bem-estar de uma sociedade é necessário que existam normas compartidas que orientam o comportamento de seus integrantes. Todo ser humano se rege por valores próprios, alguns deles são inculcados no coração familiar e outros adquiridos ao passo do tempo em base a sua experiência. Não obstante, podemos dizer que os valores e princípios determinam as bases através das quais tomamos as decisões e são à base de nosso comportamento, em outras palavras; os valores permitem orientar nossa conduta ou regular nosso comportamento para o bem-estar pessoal e coletivo e dessa maneira viver em harmonia e lograr uma convivência com a sociedade.

Os valores também são subentendido como “regras” ou “normas” explícitas de como devemos relacionar-nos ou comportar-nos de acordo ao que estabelece a sociedade, mas na realidade são decisões pessoais que determinam nossas atitudes com as quais podemos ser julgados como “bons” ou “maus” por uma sociedade. De outra forma, podemos dizer que, decidimos atuar de uma maneira, e não de outra, em base no que é realmente importante para nós mesmos como valor. Os valores, atitudes e condutas estão estreitamente relacionadas. Quando falamos de atitude referimos à disposição de atuar em qualquer momento, de acordo com nossas crenças, sentimentos, interesses e convicções mais importantes. Uma pessoa valiosa é alguém que vive de acordo com os valores em quais crê. Ela vale o que vale seus valores e a maneira como os vivem.

Os valores como princípios, crenças, regras, mandamentos ou códigos de conduta valem por si mesmo e contêm uma importância independente das circunstâncias s. São importantes devido a o que significam, e o que representam e não pelo que se opinam deles. Sua função principal é que podem ajudar a tomar decisões quando nós enfrentamos às situações quotidianas.

Unidade 1. Solidariedade

A solidariedade representa uma adesão ilimitada e total a uma causa, situação ou circunstância, a qual requer que a pessoa assuma e comparte os benefícios e riscos em sua causa.

Na sociedade, a solidariedade é conseqüência da adesão a valores comuns os quais levam a compartir crenças relacionadas com os aspectos fundamentais das propostas dos grupos sociais. A solidariedade nasce do ser humano e se dirige ao ser humano, representando uma exigência entre os homens.

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Em linhas gerais, as pessoas costumam identificar o concepto de solidariedade com o concepto de caridade humano, ou seja, de ajuda a outra pessoa que precisa de algo. Cabe ressaltar que a caridade funda-se no sentimento altruístico de alguns integrantes da sociedade de atender as necessidades de alguns de seus membros, de forma que esses podem resolver algumas de suas necessidades urgentes. Dessa forma, para que a caridade tenha um lugar, é preciso que alguém que deseja dar (em algumas ocasiões, as pessoas se desprendem de algo que valoram ou precisam, mas geralmente, a disposição de dar se orienta a aquilo que sobre o já não tem tanto valor para seu proprietário) e alguém que esteja precisando (pontualmente desse bem ou serviço), de forma que a transferência em si satisfaz por completo a necessidade.

Esse acionar está relacionado com um sentimento individual de compaixão pelo outro e com comportamentos que respeitam uma determinada concepção moral individual, o qual, si bem é valioso, defere substancialmente do concepto de solidariedade social a respeito ao qual se quer formar aos estudantes.

O concepto de solidariedade social que nós interessamos não representa uma atitude individual, mas, uma construção coletiva a partir da qual as pessoas se sentem parte, tanto como parte integrante como também parte responsável, da manutenção do tecido social e do resguardo da dignidade humana. Enquanto a caridade representa um sentimento humano individual, a solidariedade social apela a um sentimento de cidadania, de compromisso e de responsabilidade pelo conjunto da sociedade que as pessoas devem desenvolver para aperfeiçoar sua convivência em comum.

A solidariedade social representa o vinculo real entre o indivíduo e a sociedade, o qual envolve tanto a idéia de participação como a identificação de responsabilidades mútuas. Um consenso nacional, uma consciência coletiva e uma vontade geral vinculam às pessoas com a sociedade por meio de instituições, organizações, e sistemas inter-relacionados. Essa comunhão social presume a identificação mútua dos integrantes da sociedade a: compartir determinados sentimentos e valores, cultivarem um sentido de pertinência a algo cuja preservação implica uma dimensão ética, tudo isso em um marco de liberdade individual. Precisamente essa liberdade garantirá relações cooperativas, em tanto que essas sejam produtos da autodeterminação e responsabilidade dos indivíduos, já que dessa forma poderão integrar aos grupos sociais de sua eleição e modelar, por si mesmos, o compromisso público e a responsabilidade social para a manutenção das instituições sociais.

A solidariedade social representa um valor sublime da condição humana: viver harmoniosamente na sociedade, o qual implica oferecer ajuda recíproca entre as pessoas que o integram. Não representa a suma de atos isolados encaminhados a ajudar o próximo, mas requer a construção de uma atitude pessoal, de uma disposição constante e perpetua de assumir a responsabilidade pelas necessidades alheias. Trata-se de um concepto que está

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comprometido com valores tão transcendentes como a equidade e a justiça. Esse exercício de solidariedade social tem como meta assegurar, para as pessoas, o desenvolvimento de uma vida digna em todas suas etapas (infância, vida laboral, vida adulta, e terceira idade), entendendo por dignidade o fato de desfrutar das condições mínimas para viver com qualidade e, a sua vez, encontrar sentido ao que se realiza em forma quotidiana.

A solidariedade social, então, não dependerá somente de sentimentos, mas deve ser complementada por métodos construídos pela sociedade do qual o indivíduo é somente uma parte, permitindo a solução de problemas que cria a convivência com outros e a qual, leva em si, desvantagens comparativas (contingências sociais) que é necessário resolver para tornar mais razoável a vida do conjunto. A construção de uma sociedade é, por definição, uma atividade coletiva.

Os sistemas de seguridade social representam os mecanismos adotados pelas sociedades para solucionar os problemas comuns e universais, aonde a solidariedade social configura o princípio reitor que rege seu funcionamento. O exercício da solidariedade social se apresenta em distintos âmbitos:

• Na Família. É o âmbito aonde se concentra os comportamentos solidários básicos e se ergue como o espaço seguro que contêm seus integrantes.

• Entre pares. Ou seja, entre indivíduos dentro do mesmo grupo ou coletivo do qual pertence.

• Entre jovens e velhos. A solidariedade intergeracional trata da interdependência entre distintas gerações, e representa um ingrediente fundamental para a coesão social e manutenção do contrato social vigente em uma sociedade. O termo intergeracional supõe a implicação de membros de dois ou mais gerações em atividades que potencialmente podem fazer-los conscientes de suas diferentes perspectivas, provocando uma sinergia entre as diferentes habilidades e possibilidades que imperam em cada geração. Uma sociedade forte e dinâmica requer uma interação e uma cooperação crescente entre as gerações para alcançar as metas comuns, de produzir influências mutuamente beneficentes e de promover possibilidades de mudança e adaptação ao conjunto da sociedade.

Unidade 2. Integração: antídoto contra a discriminação

Os seres humanos, ao nascer têm a diferencia da maioria dos animais, uma incapacidade absoluta de supervivência sem alguém que os ajudem. À medida que crescem, desenvolvem distintos tipos de habilidades que os fazem mais ou menos capazes que o resto da população, e no final da vida voltem a reviver certa dependência similar ao vivida ao momento de seu nascimento e primeira infância. Esse processo de evolução/involução de

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uma pessoa deve ser acompanhado pelo conjunto social, adequando as circunstância s do entorno às capacidades que dispõe cada indivíduo. Trata-se, pois, de criar um mundo para todos: isto é a integração.

Em termos econômicos, para construir qualquer empresa com possibilidades de sucesso, é preciso cumprir com pelo menos cinco passos fundamentais: ter uma idéia útil; planificar como levar adiante essa idéia; realizar um investimento de acordo com o que se pretende fazer; trabalhar arduamente na concreção desse objetivo, para finalmente receber os benefícios que a empresa os brinde.

Si racionalmente os indivíduos entendessem que a empresa mais importante que devem construir é a própria sociedade, a comunidade em que vivem, então, se torna imprescindível não atravessar nenhum desses passos. As necessidades sociais se satisfazem mediante um sistema de saúde razoável; um sistema de pensões que substitui adequadamente as necessidades das pessoas ao momento de perder sua capacidade laboral e assim sucessivamente para cada instituição de seguridade social. Por tanto, é imprescindível ter consciência da necessidade de realizar investimentos e trabalhar denodadamente pelo bem do conjunto da sociedade, construindo instituições eficientes. Dessa maneira, os indivíduos poderão desfrutar do logro comum de contar com uma comunidade que vale a pena pertencer.

Por isso, todos os cidadãos, como atores econômicos da sociedade que o integram, sem reparar o papel em quais os hão tocado desenvolver, devem tomar consciência de que o cumprimento de suas obrigações com o resto da sociedade não é um gasto que os dificultem no cumprimento de outros objetivos pessoais, muito ao contrario, representa um investimento que os garantirão uma vida digna e razoável; que os permitirão participar e ser protagonistas de uma comunidade integrada.

No campo da seguridade social, a integração se torna particularmente relevante: • Diante de situações de adoecimento. A integração é um resultado palpável do

exercício da solidariedade social. No âmbito da saúde, isto se manifesta pelo esforço dos saudáveis pelos doentes, no entendimento que toda sociedade integrada deve contemplar uma cobertura universal básica para todos seus integrantes. Desta forma pretende-se preservar, não somente a capacidade produtiva das pessoas, mas também providenciar uma assistência humana e digna perante uma situação de vulnerabilidade que afeta de forma atemporal e universal a todos os indivíduos por igual.

• Entre atores econômicos. Uma sociedade inclusiva, com baixos níveis de discriminação, no geral, apresenta níveis ótimos e sociais aceitáveis na redistribuição de recursos entre os distintos atores sociais, entre aquelas pessoas que tem recursos em um

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período determinado e aqueles que não têm em esse mesmo período: do empregado ao desempregado, do saudável ao enfermo, do ativo ao aposentado.

Unidade 3. Respeito às diferencias

Considera-se pessoa com incapacidade a todo ser humano que apresenta temporalmente o permanentemente uma limitação, perdida ou diminuição de suas faculdades físicas, intelectuais ou sensoriais, para realizar suas atividades conaturais. Reconhece-se que as pessoas com algum tipo de incapacidade, sofrem marginalização e discriminação, não somente por parte da sociedade, mas também, às vezes, por parte de sua família.

A inserção e a integração representam soluções adequadas e eficientes contra a exclusão, máxime considerando que a exclusão não somente abarca os efeitos do desemprego ao largo prazo ou crônico, mas também: os efeitos de uma diminuição da capacidade física ou mental, os sentimentos dos imigrantes ilegais ou a sensação de não poder afrontar, com dignidade, uma vida moderna e competitiva, mas a crescente instabilidade dos vínculos sociais, entre os que se incluem a precariedade nas relações familiares, a proliferação de domicílios monoparentais, a isolação social e a redução da prática da solidariedade social nos mercados de trabalho, nas associações de trabalhadores e nos sistemas de vínculos sociais, incluso, as instituições do setor terciário e as organizações não-governamentais. Por sua parte, a inserção representa uma regulação do vínculo social e uma resposta a uma ameaça que se percebe contra a coesão social.

A seguridade social tem um papel fundamental na construção de uma sociedade integrada já que é um regulador das assimetrias sociais. Os esquemas de proteção social promovem o exercício das ações coletivas que conduzem a criar as condições necessárias para que aquela pessoa com incapacidade física ou mental, de forma permanente ou temporária, pode não somente desenvolver-se de forma adequada em sua vida quotidiana e de relação, como também viver em um ambiente adequado a sua realidade e com oportunidades diversas que facilitam seu desenvolvimento intelectual apetecido, que conta com um acesso apropriado à recreação e pode exercer seus direitos em plenitude. Em definitiva, que o permita atuar como o resto dos cidadãos.

Para a seguridade social, o respeito às diferencias se torna palpável no caso de: • Pessoas com incapacidade: na figura da diminuição de suas capacidades físicas ou psicológicas das pessoas que requerem alguma condição ambiental, arquitetônica, médica, de oportunidade laboral específica a sua situação.

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• Idosos: na figura de uma pessoa idosa que apresenta uma dependência econômica para subsistir, já que sua capacidade laboral e de geração de renda esgotou. Em um contexto de mercados de trabalho informais, uma proporção importante de pessoas não pode aceder a um trabalho registrado durante o tempo suficiente para completar os requisitos de quotização exigidos pelos sistemas de seguridade social do tipo de “seguro social”. Conseqüentemente, ao alcançar a velhice e não poder continuar trabalhando, perdem as rendas que, até o momento, recebiam.

Unidade 4. Equidade: moderar as assimetrias sócias.

A equidade é um valor de conotação social que se deriva do entendimento também como igualdade. Trata-se da constante procura de justiça social, a qual assegura a todas às pessoas condições de vida e de trabalho dignas e igualitárias, sem diferenciar entre um e outros em base de sua condição social, física, sexual ou de gênero, entre outras. Deste modo, a equidade procura a promoção da valoração das pessoas sem importar as diferencias que apresentam entre si. A importância da equidade torna-se relevante a partir da constante discriminação que diferentes grupos de pessoas hão recebidos ao largo da história.

Já se há provado que a igualdade representa um antídoto poderoso contra a discriminação. Uma sociedade democrática tem como objetivo fundamental equilibrar as condições para que todos possam participar da vida comum, pelo qual resulta inegável que o poder público deve formular e aplicar programas, recursos, políticas e ações orientadas a conciliar as desigualdades que surgem da invalidez física ou mental e lograr converte-lo em capacidade. Em esse sentido, a seguridade social tem um papel fundamental na construção de uma sociedade integrada e equitativa, já que é um regulador das assimetrias sociais. A seguridade social não se ocupa de impor condutas individuais de índole ética ou moral, mas de promover ações coletivas que conduzem a criar as condições necessárias para que todas as pessoas possam desenvolver, de forma adequada, em sua vida diária e desenvolver intelectualmente ao máximo suas possibilidades.

Na seguridade social, a equidade se faz presente em condições de:

• Desemprego: na figura de uma pessoa que ha perdido seu emprego e requer uma prestação monetária temporal para substituir as rendas que recebiam e pode continuar com sua vida enquanto consegue um novo trabalho.

• Igualdade de gênero. Historicamente, a mulher ha sofrido discriminação por sua condição, sendo objeto de violência e abusos de toda índole (psicológica, sexual, laboral). A sua vez, seu acesso a oportunidades de desenvolvimento e crescimento

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