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Concurso Público para Professor Titular DECONVOLUÇÃO E ESTIMATIVA DO PULSO SÍSMICO ATRAVÉS DO ALGORITMO GENÉTICO. Milton José Porsani

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Academic year: 2021

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(1)

Instituto de Geociˆencias

Departamento de Geologia e Geof´ısica Aplicada

Concurso P´

ublico para Professor Titular

DECONVOLUC

¸ ˜

AO E ESTIMATIVA DO

PULSO S´

ISMICO ATRAV´

ES DO

ALGORITMO GEN´

ETICO

Milton Jos´e Porsani

SALVADOR - BAHIA Maio de 1999

(2)

A meus pais Elson Porsani e Izolina Straccini Porsani

(3)
(4)

Resumo

Um novo m´etodo de deconvolu¸c˜ao e estimativa do pulso s´ısmico ´e apresen-tado. O m´etodo utiliza a solu¸c˜ao das equa¸c˜oes estendidas de Yule-Walker para fatorar o pulso de fase m´ınima. As β ra´ızes do polinˆomio fatorado estimam as ra´ızes do polinomio associado ao pulso de fase m´ınima. Combi-nando as ra´ızes estimadas e revertendo-as para o interior do c´ırculo unit´ario s˜ao gerados filtros de fase mista com espectro de amplitude igual ao filtro de Wiener-Levinson. O desempenho dos filtros ´e avaliado atrav´es de uma fun¸c˜ao objetivo definida com base na norma Lp (p > 2). A determina¸c˜ao do filtro inverso ´otimo e do correspondente pulso, a partir de um universo de 2β possibilidades, ´e conduzida atrav´es de um algoritmo gen´etico.

Resul-tados num´ericos utilizando dados sint´eticos e reais demonstram que o novo m´etodo proposto ´e robusto e eficaz, fornecendo melhores resultados do que o m´etodo convencional de deconvolu¸c˜ao que utiliza o filtro de fase m´ınima de Wiener-Levinson.

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Abstract

A new method for seismic deconvolution and wavelet estimation is presented. The method uses the extended Yule-Walker solution to factorize the mini-mum delay wavelet. The β roots of the factorized polynomial estimate the ones of the polynomial related to the minimum delay wavelet. By combining the estimated roots and flipping them from outside to inside the unit circle, mixed-phase inverse filters can be gererated. These filters have amplitude spectra equal to the Wiener-Levinson inverse filter. The filter’s performance is evaluated by using an objective function whose definition is based on the Lp (p > 2) norm. The search to obtain an optimal inverse filter and its cor-responding pulse, within a set of 2β possibilities, is conducted by means of a

genetic algorithm. Numerical results using synthetic and measured seismic data demonstrated the robustness and effectiveness of the newly proposed deconvolution and wavelet estimation method. It allowed better results than the conventional approach which uses the Wiener-Levinson minimum phase filter.

(7)
(8)

Sum´

ario

Dedicat´oria i

Resumo iii

Abstract v

Introdu¸c˜ao 3

1 Deconvolu¸c˜ao do pulso s´ısmico 7

1.1 O modelo convolucional do tra¸co s´ısmico . . . 7

1.2 Filtro inverso de um pulso conhecido . . . 9

1.3 Filtro inverso de Wiener-Levinson . . . 12

1.4 Estimativa da FAC do pulso . . . 14

1.5 O pulso deconvolvido com o filtro de WL . . . 15

1.6 Obten¸c˜ao do pulso de fase m´ınima . . . 16

2 Filtros inversos atrav´es das equa¸c˜oes estendidas de Yule-Walker 19 2.1 Equa¸c˜oes estendidas de Yule-Walker . . . 19

2.2 Fatora¸c˜ao do pulso de fase m´ınima . . . 20

2.3 Obten¸c˜ao do filtro inverso e pulso de fase mista . . . 21

2.4 Obten¸c˜ao do fator de escala K . . . 23

2.5 Algoritmo para obten¸c˜ao de um filtro inverso de fase mista . . 24 vii

(9)

3 Obten¸c˜ao do filtro inverso ´otimo atrav´es do algoritmo gen´etico 29

3.1 Defini¸c˜ao da fun¸c˜ao objetivo . . . 30

3.1.1 Norma L2 . . . 30

3.1.2 Norma Lp . . . 31

3.2 Algoritmo gen´etico . . . 34

3.2.1 Gera¸c˜ao da popula¸c˜ao inicial . . . 38

3.2.2 Gera¸c˜ao da nova popula¸c˜ao . . . 39

3.2.3 Passos do AG para obten¸c˜ao do filtro inverso ´otimo . . 41

3.2.4 Convergˆencia do AG proposto . . . 41

4 Resultados num´ericos 43 4.1 Deconvolu¸c˜ao de um pulso de fase mista sint´etico . . . 43

4.2 Deconvolu¸c˜ao de um pulso s´ısmico real . . . 50

4.3 Deconvolu¸c˜ao de dados s´ısmicos mar´ıtimos da Noruega . . . . 50

4.4 Deconvolu¸c˜ao dos dados s´ısmicos do Golfo do M´exico . . . 55

4.4.1 Deconvolu¸c˜ao p´os-empilhamento . . . 55

4.4.2 Deconvolu¸c˜ao pr´e-empilhamento . . . 59

5 Conclus˜oes 71

Agradecimentos 73

A Recurs˜ao de Levinson para filtros inversos de WL 75

B Recurs˜ao de Levinson para filtros de forma 79

C Recurs˜ao de Simpson para filtros WL ´otimos 83

D Recurs˜ao de Manolakis para filtros WL ´otimos 87

E Recurs˜ao Simpson/Manolakis para filtros WL 91

(10)

SUM ´ARIO ix G Algoritmo tipo-Levinson para solu¸c˜ao das equa¸c˜oes EYW 99 H Solu¸c˜ao das equa¸c˜oes EYW utilizando filtro de WL 101

(11)
(12)

Lista de Tabelas

2.1 Ra´ızes estimadas a partir do polinomioαB(Z) para diferentes

valores de α. . . 23 2.2 Ra´ızes do polinˆomio αB(Z), α = 10, utilizadas na gera¸c˜ao do

pulso de fase mista. . . 25 4.1 N´umero total de modelos distintos avaliados no AG em fun¸c˜ao

do n´umero de modelos da popula¸c˜ao. Os valores percentuais referem-se ao n´umero de modelos distintos avaliados, e s˜ao tomados com rela¸c˜ao ao total de 214 filtros poss´ıveis. . . . . . 48

(13)
(14)

Lista de Figuras

2.1 Decomposi¸c˜ao do pulso de fase m´ınima, obten¸c˜ao de um filtro e

o correspondente pulso de fase mista. Pulso de fase m´ınima em

A; componente causal e n˜ao causal do pulso de fase mista em B e

C; pulso de fase mista estimado em D; componentes causal e n˜ao

causal do filtro inverso de fase mista em E e F; filtro de fase mista

em G; invers˜ao do pulso de fase mista em H. . . 26

3.1 Conjunto de filtros inversos associados ao polinˆomio de ordem 3. Filtro de fase m´ınima em A e de fase m´axima em H. Filtros com uma e duas ra´ızes no interior do c´ırculo unit´ario em B, C, D, E, e F. . . 32

3.2 Resultados da convolu¸c˜ao do pulso de fase mista com os filtros inversos. O filtro representado em E colapsa o pulso a um impulso e possui maior valor de desempenho. . . 33

3.3 Desempenho dos filtros inversos calculados para diferentes nor-mas. . . 35

3.4 Resultados da deconvolu¸c˜ao de um tra¸co s´ısmico sint´etico com os filtros inversos de fase mista. . . 36

3.5 Desempenho dos filtros inversos de fase mista calculado para diferentes normas na deconvolu¸c˜ao de um tra¸co s´ısmico sint´etico. 37

(15)

4.1 Deconvolu¸c˜ao de um pulso de fase mista utilizando filtros inver-sos obtidos com o AG. Resultados obtidos com valores de {α} =

{20, 25, 30 35} est˜ao representados em A, B, C e D,

respectiva-mente. De cima para baixo nas figuras est˜ao representados o pulso

a ser invertido, (a); o pulso de fase mista estimado, (b); o pulso de fase m´ınima de WL (c); o filtro de fase mista obtido com o AG,

(d); o filtro de fase m´ınima de WL (e); a deconvolu¸c˜ao com o filtro

de fase m´ınima, (f) e, a deconvolu¸c˜ao com o filtro de fase mista. . 44

4.2 Evolu¸c˜ao do desempenho dos filtros de fase mista na deconvolu¸c˜ao

do pulso, representado em (a) na figura anterior. Os resultados

ob-tidos para os valores de {α} = {20, 25, 30, 35} est˜ao representados

em A, B, C e D, respectivamente. . . 45

4.3 Evolu¸c˜ao do desempenho dos filtros de fase mista, obtidos com o

AG, em fun¸c˜ao do parˆametro q. Os resultados obtidos para valores

de {qj} = {1. ; 0, 9 ; 0, 7 ; 0, 5 ; 0, 3 ; 0, 1} est˜ao representados em A,

B, C, D, E, e F, respectivamente. Nβ = 200, e α = 25. . . 47

4.4 Evolu¸c˜ao do desempenho dos filtros de fase mista obtidos com o

AG, em fun¸c˜ao do n´umero de modelos da popula¸c˜ao. Os resultados

obtidos para valores de {Nβ} = {50, 100, 200, 400, 600, 800} est˜ao

representados em A, B, C, D, E, e F, respectivamente. α = 25 e

q = 1. . . 49

4.5 Deconvolu¸c˜ao de um pulso s´ısmico. Pulso de air-gun em A.

De-convolu¸c˜ao com o filtro inverso ´otimo em B, e deconvolu¸c˜ao com o

filtro inverso de WL em C. . . 51

4.6 Filtros de fase mista e de fase m´ınima, em A e B, respectivamente. 51

4.7 Pulso de air-gun, em A. Pulso estimado de fase mista em B, e de

fase m´ınima em C. . . 52

4.8 Deconvolu¸c˜ao de um CMP mar´ıtimo. CMP sem deconvolu¸c˜ao em

A, deconvolvido com o filtro de WL em B, e deconvolvido com o

filtro inverso de fase mista em C. . . 53

4.9 Filtros inversos estimados. Filtro de fase mista em A, e filtro de

WL em B. . . 56

4.10 Pulso refletido no fundo do mar e pulsos estimados. Pulso refletido

no assoalho oceˆanico no primeiro tra¸co da fam´ılia CMP, em A.

(16)

LISTA DE FIGURAS 1

4.11 Gr´aficos de semblance para an´alise de velocidades do CMP original

em A; CMP deconvolvido com o filtro de fase m´ınima em B, e CMP

deconvolvido com o filtro de fase mista em C. . . 57

4.12 Se¸c˜ao s´ısmicas empilhadas sem deconvolu¸c˜ao, em A, e empilhadas

ap´os as deconvolu¸c˜oes com filtro de WL, em B, e filtro de fase

mista em C. . . 58

4.13 Se¸c˜oes s´ısmicas empilhadas sem deconvolu¸c˜ao, em A. Resultados

da deconvolu¸c˜ao ap´os o empilhamento, com filtro de WL, em B, e

filtro de fase mista, em C. . . 60

4.14 Deconvolu¸c˜ao de um CMP mar´ıtimo. CMP sem deconvolu¸c˜ao em

A, deconvolvido com o filtro de WL em B, e deconvolvido com o

filtro inverso ´otimo de fase mista, obtido com o AG, em C. . . 61

4.15 Filtros inversos utilizados na deconvolu¸c˜ao do CMP. Filtro de fase

mista em A, e de fase m´ınima em B. . . 62

4.16 Pulso refletido no fundo do mar e pulsos estimados. Pulso refletido

no assoalho oceˆanico no primeiro tra¸co da fam´ılia CMP, em A.

Pulso estimado de fase mista, em B, e pulso de fase m´ınima em C. 62

4.17 Gr´aficos de semblance da an´alise de velocidades do CMP original

em A, do CMP deconvolvido com o filtro de fase m´ınima em B, e

do CMP deconvolvido com o filtro de fase mista em C. . . 64

4.18 Detalhe dos gr´aficos de semblance para as velocidades

compreen-didas no intervalo 1400m/s ≤ v ≤ 1800m/s. CMP original em A; CMP deconvolvido com o filtro de fase m´ınima em B, e CMP

deconvolvido com o filtro de fase mista em C. . . 65

4.19 Se¸c˜ao s´ısmicas empilhadas sem deconvolu¸c˜ao, em A, e empilhadas

ap´os as deconvolu¸c˜oes com filtro de WL, em B, e filtro de fase

mista em C. . . 66

4.20 Se¸c˜ao s´ısmica empilhada sem deconvolu¸c˜ao. . . 67

4.21 Se¸c˜ao s´ısmica empilhada ap´os a deconvolu¸c˜ao com filtro WL. . . . 68

4.22 Se¸c˜ao s´ısmica empilhada ap´os a deconvolu¸c˜ao com filtro de fase

(17)
(18)

Introdu¸

ao

A deconvolu¸c˜ao dos dados s´ısmicos ou simplesmente deconvolu¸c˜ao, ´e uma etapa da seq¨uˆencia do processamento s´ısmico que permite aumentar a re-solu¸c˜ao temporal das se¸c˜oes s´ısmicas. Tem sido aplicada para comprimir o sinal s´ısmico e para atenuar as reflex˜oes m´ultiplas, tais como aquelas decor-rentes da reverbera¸c˜ao da energia s´ısmica na lˆamina d’´agua, em levantamen-tos s´ısmicos mar´ıtimos. Quando utilizada com o objetivo de comprimir o pulso, ´e denominada simplesmente deconvolu¸c˜ao do pulso. A deconvolu¸c˜ao do pulso s´ısmico ´e normalmente aplicada antes da corre¸c˜ao de NMO, ou seja, antes do empilhamento dos sismogramas, sendo entretanto tamb´em empre-gada na se¸c˜ao empilhada. Nestes casos ´e denominada deconvolu¸c˜ao pr´e ou p´os-empilhamento. O contraste de impedˆancia (Z=densidade × velocidade) entre camadas adjacentes de diferentes litologias ´e respons´avel pelas reflex˜oes que aparecem nos sismogramas. O pulso presente ao longo do tra¸co s´ısmico, denunciando a presen¸ca de descontinuidades geol´ogicas, ´e o resultado final das intera¸c˜oes ocorridas basicamente entre o sinal emitido pela fonte de ener-gia s´ısmica, gerado normalmente a pequena profundidade; a onda que retorna e reflete na superf´ıcie e, acompanha o sinal com certo atraso; efeitos de ab-sors˜ao e dispers˜ao, devidos `a propaga¸c˜ao da energia s´ısmica na terra, e efeitos dos filtros eletrˆonicos do equipamento de registros. A deconvolu¸c˜ao pode ser pensada como um processo inverso de filtragem, no qual se procura recuperar a resposta impulsional do meio, ou seja, a resposta decorrente do uso de uma fonte ideal representada por um impulso instantˆaneo, de dura¸c˜ao nula. Quando se conhece o pulso que se deseja deconvolver pode-se calcular o filtro inverso com base no m´etodo dos m´ınimos quadrados, (Simpson, 1963, Manolakis, 1983, Porsani, 1986).

(\shortciteN{SIMPSON1963}, \shortciteN{MANOLAKIS1983}, \citeN{PORSANI1986}).

Neste caso, obt´em-se um filtro, que convolvido com o pulso transforma-o em 3

(19)

um impulso em uma determinada posi¸c˜ao. Deixando o impulso desejado, ocupar diferentes posi¸c˜oes, diferentes filtros s˜ao calculados. O filtro ´otimo ´e selecionado como aquele que resulta na menor soma do res´ıduo quadrado do sinal deconvolvido.

Na maioria das vezes o pulso s´ısmico n˜ao ´e conhecido, podendo-se dispor apenas de uma estimativa de sua fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao, FAC. Neste caso, o m´etodo de deconvolu¸c˜ao usualmente empregado na ind´ustria de explora¸c˜ao de petr´oleo, utiliza o filtro inverso de Wiener-Levinson, WL,

(\citeN{ROBINSON1980},

\citeN{BERKHOUT1997}, \citeN{YILMAZ1987}).

O m´etodo de deconvolu¸c˜ao de WL, conforme ´e denominado, segue uma abor-dagem estat´ıstica que utiliza uma estimativa da FAC do pulso. O filtro in-verso ´e calculado resolvendo-se um sistema de equa¸c˜oes normais, EN, cuja solu¸c˜ao ´e geralmente obtida por meio da eficiente recurs˜ao de Levinson (\citeN{LEVINSON1947})

. O m´etodo de WL ´e particularmente simples e ´util. A boa qualidade dos resultados obtidos ´e respons´avel pelo seu amplo sucesso na ind´ustria do petr´oleo, bem como pela sua ado¸c˜ao como parte integrante da seq¨uˆencia normal de processamento dos dados s´ısmicos.

Para uma dada FAC estimada, um ´unico filtro de WL de N coeficientes pode ser obtido. Uma vez que a FAC pode ser a mesma para pulsos distintos, (\citeN{ROBINSON1957}, \citeN{ROBINSON1980}),

apenas um pulso pode ser invertido com o m´etodo de WL. Um aspecto in-teressante do filtro de WL ´e que todas as ra´ızes do polinˆomio associado ao pulso por ele invertido, possuem amplitude maior que a unidade. Este tipo particular de pulso ´e denominado pulso de fase m´ınima e possui a maior parte da energia concentrada no seu in´ıcio

(\citeN{ROBINSON1980}).

Se apenas uma raiz possuir amplitude menor que 1, o pulso ´e dito ser de fase mista e n˜ao poder´a ser invertido de forma exata com o filtro de WL. Os pulsos s´ısmicos originados com fontes explosivas parecem n˜ao contrariar

(20)

LISTA DE FIGURAS 5 fortemente este modelo, raz˜ao pela qual os resultados obtidos com o m´etodo de WL s˜ao bons mesmo quando a hip´otese de fase m´ınima n˜ao for de todo verificada.

Para a deconvolu¸c˜ao de pulsos de fase mista, v´arias abordagens alternativas tˆem sido desenvolvidas na ´ultima d´ecada.

\citeN{ZIOLKOWSKI_SLOB1987}

discutem o uso de fatora¸c˜ao polinomial para realizar a deconvolu¸c˜ao. Con-cluem n˜ao ser poss´ıvel estimar, e, consequentemente, deconvolver o pulso a partir dos dados s´ısmicos sem que se utilizem informa¸c˜oes sobre as proprie-dades estat´ısticas da resposta impulsiva da terra. Mais recentemente, \shortcite{ULRYCH_VELIS_SACCHI1995}

apresentaram dois m´etodos de estimativa do pulso s´ısmico. O primeiro, ba-seado no empilhamento do logaritmo do espectro (cepstro) e decomposi¸c˜ao homom´orfica, que n˜ao utiliza nenhuma hip´otese sobre as propriedades es-tat´ısticas da fun¸c˜ao refletividade. O segundo m´etodo usa um procedimento de otimiza¸c˜ao global com a hip´otese de que a refletividade ´e representada por um processo aleat´orio n˜ao-Gaussiano.

\citeN{EISNER_HAMPSON1990}

prop˜oem um m´etodo para decomposi¸c˜ao do pulso s´ısmico em suas compo-nentes de fase m´ınima e m´axima, resolvendo 3 sistemas de equa¸c˜oes Toe-plitz. Bednar (1992) usa uma estimativa da FAC do pulso para estimar os parˆametros (p,q), de um modelo autoregressivo de m´edia m´ovel, ARMA(p,q). Os coeficientes autoregressivos, AR(p), s˜ao calculados resolvendo-se o sis-tema de equa¸c˜oes estendidas de Yule-Walker, EYW. Os parˆametros MA(q), s˜ao calculados com base na decomposi¸c˜ao espectral que fornece v´arios pulsos com mesma FAC.

\citeN{PORSANI_URSIN1998}

apresentam uma nova abordagem para a gera¸c˜ao de filtros inversos associados a pulsos de fase mista. O m´etodo proposto utiliza a solu¸c˜ao das equa¸c˜oes EYW para fatorar o pulso de fase m´ınima. As α ra´ızes do polinˆomio re-sultante representam uma estimativa das ra´ızes do polinˆomio associado ao

(21)

pulso de fase m´ınima. Calculando-se as ra´ızes, para diferentes valores de α, e refletindo-as para o interior do c´ırculo unit´ario, geram-se diferentes filtros de fase mista. Os filtros assim gerados possuem espectro de amplitude iguais ao filtro de WL. O m´etodo foi aplicado na deconvolu¸c˜ao de dados s´ısmicos sint´eticos e reais. Para sele¸c˜ao do filtro de melhor desempenho utiliza-se o m´aximo da fun¸c˜ao objetivo definida com base na norma Lp, p > 2, do tra¸co deconvolvido.

Embora os filtros inversos gerados com o m´etodo de \citeN{PORSANI_URSIN1998}

n˜ao possam necessariamente inverter um dado pulso de fase mista, a abor-dagem adotada ´e de simples implementa¸c˜ao e permite testar v´arios filtros de fase mista, suplantando a restri¸c˜ao do m´etodo convencional de WL, de se utilizar apenas o filtro de fase m´ınima.

No presente trabalho introduz-se um refinamento ao m´etodo proposto por \citeN{PORSANI_URSIN1998}

que permite estimar o filtro inverso ´otimo para deconvolu¸c˜ao do pulso s´ısmico. De um conjunto de β ra´ızes estimadas do pulso β < α (um par de ra´ızes com-plexas e conjugadas ´e tratado como uma raiz) s˜ao selecionados subconjuntos arbitr´arios de ra´ızes para gera¸c˜ao de filtros de fase mista com mesmo espec-tro de amplitude do filespec-tro de WL. Os filespec-tros assim calculados s˜ao aplicados na deconvolu¸c˜ao dos dados s´ısmicos, sendo o desempenho medido atrav´es da norma Lp. A escolha do filtro ´otimo, de um universo de 2β possibilidades, ´e conduzida atrav´es de um algoritmo desenvolvido com base no m´etodo de otimiza¸c˜ao global conhecido como algoritmo gen´etico, AG,

(\citeN{GOLDBERG1989}, \citeN{SEN_STOFFA1995}, \citeN{MITCHELL1996}). O texto est´a organizado como segue. No cap´ıtulo 1 s˜ao apresentados os

fun-damentos do m´etodo de WL de deconvolu¸c˜ao do pulso s´ısmico. No cap´ıtulo 2 apresenta-se o m´etodo de obten¸c˜ao de filtros de fase mista de

\citeN{PORSANI_URSIN1998}.

Um algoritmo gen´etico para obten¸c˜ao do filtro inverso ´otimo ´e apresentado no cap´ıtulo 3. Resultados num´ericos de deconvolu¸c˜ao de dados sint´eticos e dados de levantamentos s´ısmicos mar´ıtimos s˜ao apresentados no cap´ıtulo 4. Detalhes dos algoritmos que resolvem sistemas de equa¸c˜oes associados aos filtros de fase m´ınima e de fase mista comp˜oem apˆendices.

(22)

Cap´ıtulo 1

Deconvolu¸

ao do pulso s´ısmico

1.1

O modelo convolucional do tra¸

co s´ısmico

O modelo matem´atico utilizado para representar o tra¸co s´ısmico, xt, ´e dado

a seguir,

xt= pt∗ et+ ηt (1.1)

onde,

• ptrepresenta o pulso s´ısmico, considerado invariante ao longo do tempo.

Desprezam-se, portanto, os efeitos de dispers˜ao.

• et, tamb´em chamada de fun¸c˜ao refletividade, representa a resposta do

meio a uma fonte impulsional ideal e cont´em, portanto, todas as re-flex˜oes prim´arias e m´ultiplas.

• ηt representa o ru´ıdo superimposto ao sinal s´ısmico.

O s´ımbolo ∗ representa a opera¸c˜ao de convolu¸c˜ao, raz˜ao pela qual a equa¸c˜ao (1.1) ´e chamada de modelo convolucional do tra¸co s´ısmico. Para ilustrar como a convolu¸c˜ao opera pode-se considerar o pulso, pt, discretizado a intervalo

de amostragem constante, ∆t, e representado por apenas dois coeficientes, pt = {p0, p1} = {2, 1} e a fun¸c˜ao refletividade igualmente discretizada dada

por et = {e0, e1, . . . , e6} = {0, 2, 0, 0, −1, 0, 0}. A convolu¸c˜ao discreta pt∗

et = xt = {0, 4, 2, 0, −2, −1, 0} ´e obtida com o procedimento representado

(23)

abaixo, t = 0 ↓ 0 2 0 0 −1 0 0 1 2 → 0 1 2 → 4 1 2 → 2 1 2 → 0 1 2 → −2 1 2 → −1 1 2 → 0

Nota-se que na convolu¸c˜ao, um dos sinais ´e revertido e deslocado suscessiva-mente. Para cada posi¸c˜ao ´e efetuado o produto, entre os elementos dos sinais convolvidos, seguido da soma. Nota-se tamb´em, no exemplo, que o sinal pt

foi transferido e escalonado para cada posi¸c˜ao do sinal et. Matematicamente,

para um pulso de Np + 1 coeficientes, a equa¸c˜ao (1.1) pode ser escrita na

forma de um somat´orio,

xt= Np

X

k=0

et−kpk+ ηt.

Da mesma forma que se tem a opera¸c˜ao alg´ebrica de divis˜ao, por exemplo a/b = c, que ´e tamb´em a multiplica¸c˜ao com o inverso do n´umero b, (b−1a = c), tem-se a opera¸c˜ao de deconvolu¸c˜ao entre duas seq¨uˆencias, b−1t ∗at= ct, igual `a

convolu¸c˜ao com o operador (filtro) inverso. Para se recuperar a refletividade ´e preciso, pois, deconvolver o pulso pt do tra¸co s´ısmico. Isto ´e feito atrav´es

da convolu¸c˜ao do tra¸co s´ısmico com o filtro inverso do pulso, pt.

Deixe ˜ht, representar uma aproxima¸c˜ao do inverso do pulso pt, ˜ht≈ p−1t , ou

seja,

˜

ht∗ pt≈ δt , δt =

 0 , t 6= 0

1 , t = 0 . (1.2)

Convolvendo ˜ht com xt obt´em-se,

˜

ht∗ xt= ˜ht∗ pt∗ et+ ˜ht∗ ηt = ˜et.

Quando ˜ht representar o filtro inverso do pulso, ˜ht = p−1t e o ru´ıdo aditivo

for negligenci´avel, a deconvolu¸c˜ao restitui a fun¸c˜ao refletividade, ˜

(24)

1.2 Filtro inverso de um pulso conhecido 9

1.2

Filtro inverso de um pulso conhecido

Nos levantamentos s´ısmicos mar´ıtimos a assinatura da fonte s´ısmica ´e regis-trada pr´oximo ao ponto de tiro. Este pulso cont´em tanto as caracter´ısticas da fonte de energia s´ısmica, como tamb´em aquelas inerentes aos dispositi-vos eletrˆonicos de registro do sinal. Conhecendo-se o sinal, que vai viajar em subsuperf´ıcie, pode-se calcular um filtro inverso para remover alguns dos efeitos conhecidos. Neste caso, o filtro inverso pode ser estimado com base no m´etodo dos m´ınimos quadrados, conforme apresentado a seguir.

Considerando-se que o pulso s´ısmico ´e conhecido, pode-se calcular o filtro inverso, ˜ht = {˜h0, . . . , ˜hN}, tal que convolvido com pt = {p0, . . . , pM},

resulte numa aproxima¸c˜ao do impulso, ˜

ht∗ pt = ˜δt ≈ δt (1.3)

O desvio, et, entre o sinal desejado, δt, e o sinal calculado, ˜δt, atrav´es da

equa¸c˜ao (1.3), pode ser representado como segue, et= δt− ˜δt= δt− ˜ht∗ pt.

Utilizando-se nota¸c˜ao matricial e exemplificando-a para um filtro de trˆes coeficientes, pode-se escrever o seguinte sistema de equa¸c˜oes lineares.

          e0 e1 e2 .. . eM eM +1 eM +2           =           1 p0 0 0 0 p1 p0 0 0 p2 p1 p0 .. . ... ... ... 0 pM pM −1 pM −2 0 0 pM pM −1 0 0 0 pM               1 −˜h0 −˜h1 −˜h2    

Para qualquer conjunto de valores arbitr´arios, {˜h0, ˜h1, ˜h2}, pode-se calcular

o n´umero positivoP

te 2

t = Q(˜h), correspondente `a soma dos desvios

quadra-dos. Q(˜h) representa uma forma quadr´atica n˜ao negativa que possui, neces-sariamente, um ´unico ponto de m´ınimo. O conjunto de coeficientes {˜h∗j} que faz Q(˜h∗) m´ınimo ser´a o filtro inverso ´otimo, estimado com base no m´etodo dos m´ınimos quadrados. Derivando-se Q(˜h) com rela¸c˜ao aos parˆametros ˜hj

e igualando-se o resultado a zero, obt´em-se o conjunto de equa¸c˜oes a ser re-solvido, denominado equa¸c˜oes normais, ENs, representadas a seguir para o

(25)

filtro inverso de N + 1 coeficientes.      r0 r−1 . . . r−N r1 r0 . .. ... .. . . .. . .. r−1 rN . . . r1 r0          ˜ h0 ˜ h1 .. . ˜ hN     =     p0 0 .. . 0     (1.4)

onde rk representa o coeficiente k da fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao, FAC, do

pulso, calculado com a express˜ao, rk =

X

ptpt+k . (1.5)

Nota-se que rk = r−k. A matriz do sistema representado pela equa¸c˜ao (1.4),

al´em de sim´etrica ´e bandeada com rela¸c˜ao `a diagonal principal. E deno-´ minada matriz de auto-correla¸c˜ao banda estruturada Toeplitz. A solu¸c˜ao do sistema pode ser obtida de forma r´apida, utilizando-se a recurs˜ao de Levinson

(\citeN{LEVINSON1947}, \citeN{PORSANI1986}),

apresentada no apˆendice A. Para se evitar a instabilidade num´erica da solu¸c˜ao, ´e comum adicionar `a diagonal da matriz dos coeficientes um percentual do valor do coeficiente r0, 0, 1%, por exemplo. Equivalente a substituir o

coefici-ente r0 por ˜r0 = 1, 001r0. No dom´ınio da freq¨uˆencia corresponde a adicionar

um valor constante a todas as freq¨uˆencias do espectro de potˆencia do sinal. Este recurso ´e conhecido como luz branca e tem a fun¸c˜ao de prevenir que os coeficientes do filtro apresentem magnitude elevada.

´

E interessante notar que pulsos com caracter´ısticas distintas, por exemplo,

1

pt = {2, 1} ∗ {2, 3} = {4, 8, 3}

2p

t= {1, 2} ∗ {2, 3} = {2, 7, 6},

possuem coeficientes da FAC iguais, (1r

k = 2rk), conforme se pode

pron-tamente verificar, atrav´es da equa¸c˜ao (1.5). Possuem ainda, filtros inver-sos necessariamente distintos. Contudo, os filtros obtidos com a resolu¸c˜ao da equa¸c˜ao (1.4) ser˜ao necessariamente iguais, a menos de um fator de es-cala. No caso de pulsos conhecidos, para assegurar que as caracter´ısticas do pulso sejam utilizadas na constru¸c˜ao do filtro inverso, pode-se formar as ENs deixando-se o sinal desejado deslocado para a posi¸c˜ao k, ou seja, δt−k,

(26)

1.2 Filtro inverso de um pulso conhecido 11 conforme mostrado a seguir,

               e0 e1 e2 .. . ek .. . eM eM +1 eM +2                =                0 p0 0 0 0 p1 p0 0 0 p2 p1 p0 .. . ... ... ... 1 pk pk−1 pk−2 .. . ... ... ... 0 pM pM −1 pM −2 0 0 pM pM −1 0 0 0 pM                    1 −˜h0 −˜h1 −˜h2    

Nota-se que o vetor de correla¸c˜ao cruzada, entre o sinal de entrada e o sinal desejado, ser´a igual a {pk, pk−1, pk−2}. O sistema de ENs para a ordem N

resultar´a igual a,      r0 r−1 . . . r−N r1 r0 . .. ... .. . . .. . .. r−1 rN . . . r1 r0          ˜ h0 ˜ h1 .. . ˜ hN     =     pk pk+1 .. . pk+N     . (1.6)

Desta forma, uma parte do pulso estar´a presente formando o lado direito do sistema de ENs. Para se resolver o sistema de equa¸c˜oes (1.6) pode-se utilizar a recurs˜ao de Levinson, para filtros de forma, apresentada no apˆendice B. Calculando-se o erro quadr´atico Q(k˜h), para valores sucessivos de k, dentro

de um certo intervalo, pode-se escolher o filtro inverso ´otimo como aquele associado ao m´ınimo da seq¨uˆencia {Q(k˜h)}. O filtro ˜h

t assim obtido ´e

cau-sal, ou seja, possui coeficientes n˜ao nulos apenas nos ´ındices de tempo n˜ao negativos. Se o filtro ´otimo ocorre associado `a posi¸c˜ao k∗ > 0 tem-se,

˜

h∗t ∗ pt≈ δt−k∗,

implicando que todas as reflex˜oes no tra¸co deconvolvido ocorram deslocadas de k∗ amostras. A corre¸c˜ao pode ser feita depois da deconvolu¸c˜ao deslocando-se, para tempos negativos, todo o tra¸co de k∗ amostras, ou deslocando-se o filtro de k∗ coeficientes.

h∗t+k∗ pt ≈ δt.

Neste caso o filtro inverso estimado, ft= ˜h∗t+k, possuir´a coeficientes tamb´em

a tempos negativos, sendo pois um filtro n˜ao causal.

A obten¸c˜ao do filtro ´otimo, para inverter um dado pulso, pode ser realizada atrav´es do algoritmo conhecido como recurs˜ao de Simpson, desenvolvido por

(27)

\shortciteN{SIMPSON1963},

apresentado no apˆendice C. Outro algoritmo duas vezes mais eficiente que a recurs˜ao de Simpson ´e o algoritmo desenvolvido por

\shortciteN{MANOLAKIS1983},

apresentado no apˆendice D. Embora o algoritmo de Manolakis seja mais efi-ciente do que o algoritmo de Simpson, ambos trabalham com o filtro de com-primento fixo. Um algoritmo tipo-Levinson, n˜ao limitado a trabalhar com filtros de comprimento fixo, e que fornece o filtro ´otimo nas vari´aveis (posi¸c˜ao do sinal desejado × n´umero de coeficientes do filtro), foi desenvolvido por

\citeN{PORSANI1996}

e encontra-se apresentado no apˆendice E.

1.3

Filtro inverso de Wiener-Levinson

Quando o pulso s´ısmico n˜ao ´e conhecido, mas se disp˜oe de uma estimativa de sua FAC, pode-se utilizar a equa¸c˜ao (1.4) para se estimar o filtro inverso. Normalizando-se a equa¸c˜ao (1.4), pelo primeiro coeficiente do filtro, obt´ em-se,      r0 r−1 . . . r−N r1 r0 . .. ... .. . . .. . .. r−1 rN . . . r1 r0          1 0c 1 .. . 0c N     =     0E N 0 .. . 0     . (1.7)

O sistema de equa¸c˜oes acima ´e denominado de equa¸c˜oes de Yule-Walker. O filtro assim calculado ´e denominado filtro inverso de Wiener-Levinson (WL). O sobrescrito 0 nos coeficientes do filtro 0c

t, e na quantidade 0EN, ´e

uti-lizado no presente trabalho, com o prop´osito de indicar que a matriz de autocorrela¸c˜ao ´e sim´etrica e possui o coeficiente r0 na diagonal principal. ´E

interessante notar que a equa¸c˜ao acima pode tamb´em ser obtida utilizando-se o modelo linear preditivo,

pt= ˜a1pt−1+ . . . + ˜aNpt−N+ et,

ou modelo de predi¸c˜ao unit´aria, uma vez que os coeficientes predizem a amos-tra imediatamente `a frente, a uma distˆancia em tempo igual a um intervalo de amostragem. Nesse modelo, tamb´em chamado de modelo autoregressivo

(28)

1.3 Filtro inverso de Wiener-Levinson 13 \cite{ULRYCH1976},

cada amostra do sinal ao tempo t ´e obtida como combina¸c˜ao linear dos N valores a tempos atrasados. Os coeficientes do filtro de predi¸c˜ao unit´aria, ˜

at, s˜ao calculados atrav´es do m´etodo dos m´ınimos quadrados resolvendo-se o

sistema de equa¸c˜oes normais,      r0 r−1 . . . r−N +1 r1 r0 . .. ... .. . . .. . .. r−1 rN −1 . . . r1 r0          ˜ a1 ˜ a2 .. . ˜ aN     =     r1 r2 .. . rN     . (1.8)

Agrupando-se as ENs representadas acima com a express˜ao para c´alculo da soma total dos erros quadrados minimizados, STEQM,

M in{Xe2t} = r0+

X

r−j0cj ,

obt´em-se o sistema de ENs na forma ampliada, igual ao representado pela equa¸c˜ao (1.7).

{1, −˜a1, . . . , −˜aN} = {1, 0c1, . . . , 0cN} representa o filtro de erro de predi¸c˜ao

unit´aria e 0E

N ´e a STEQM, 0EN = min{P e2t}.

Conforme se demonstrou, apesar do pulso s´ısmico n˜ao ser conhecido,pode-se obter o filtro inverso de WL, partindo-se de uma estimativa de sua FAC e resolvendo-se as equa¸c˜oes (1.7). Chama aten¸c˜ao, por´em, o fato de que pulsos distintos possam ter uma mesma FAC. Aos dois pulsos da se¸c˜ao anterior, com mesma FAC, outros dois podem ser acrescentados,

1p t = {2, 1} ∗ {2, 3} = {4, 8, 3} , 2p t = {1, 2} ∗ {2, 3} = {2, 7, 6} , 3p t = {2, 1} ∗ {3, 2} = {6, 7, 2} , 4p t = {1, 2} ∗ {3, 2} = {3, 8, 4} .

Os quatro pulsos formados pela convolu¸c˜ao dos dois dipolos, reversos ou n˜ao, possuem mesma FAC. Esta ´e uma propriedade geral

(\citeN{ROBINSON1980}),

que permite a obten¸c˜ao de 2M pulsos de M +1 elementos,jp

t= {jp0, , jp1, . . . , jpM},

e mesma FAC, gerados a partir da convolu¸c˜ao dos M dipolos {ja0, ja1}, j =

(29)

J´a que a FAC ´e a mesma, para o conjunto de 2M pulsos, e apenas o filtro

inverso de WL ´e obtido, como solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (1.7), ent˜ao, de qual pulso o filtro de WL ´e o filtro inverso?

Resolvendo-se as equa¸c˜oes (1.7) para um filtro de “infinito” n´umero de co-eficientes e convolvendo-o com os pulsos jp

t, j = 1, 2, 3, e 4, obt´em-se uma

aproxima¸c˜ao do impulso apenas quando o filtro ´e convolvido com4pt,

˜

ht∗ 4pt = ˜ht∗ {2, 1} ∗ {3, 2} ≈ δt .

Este tamb´em ´e um resultado geral, ou seja, o filtro ˜ht, obtido como solu¸c˜ao

da equa¸c˜ao (1.7), ser´a sempre uma aproxima¸c˜ao do inverso do pulso, formado pela convolu¸c˜ao de dipolos {ja

0, ja1}, com o primeiro coeficiente maior que

o segundo. Este tipo particular de pulso ´e denominado pulso de fase m´ınima. O pulso assim formado possui a energia mais pr´oxima e concentrada no seu in´ıcio [?]. Tamb´em, neste caso, a raiz, zj, do binˆomio Pj(Z) = ja0 + ja

1Z, associado ao dipolo, {ja0, ja1}, possui amplitude maior que 1, |Zj| =

|ja

0/ja1| > 1. Consequentemente, todas as raizes do polinˆomio associado

ao pulso ter˜ao amplitude maior que a unidade, ou seja, no plano complexo estar˜ao representadas fora do c´ırculo de raio unit´ario.

1.4

Estimativa da FAC do pulso

Os coeficientes da FAC do pulso, necess´arios `a obten¸c˜ao do filtro inverso, podem ser estimados a partir do tra¸co s´ısmico. Conforme pode ser facil-mente verificado, os coeficientes da FAC podem ser obtidos convolvendo-se o sinal com ele pr´oprio revertido para tempos negativos. Utilizando o modelo convolucional do tra¸co s´ısmico sem ru´ıdo, podemos calcular a FAC do tra¸co, Rx(t), como segue. Rx(t) = xt∗ x−t = (pt∗ et) ∗ (p−t ∗ e−t) = (pt∗ p−t) ∗ (et∗ e−t) = Rp(t) ∗ Re(t) (1.9)

A equa¸c˜ao (1.9) mostra que a FAC do tra¸co ´e obtida como resultado da convolu¸c˜ao da FAC do pulso, Rp(t) e a FAC da refletividade. Observando-se

a equa¸c˜ao acima podemos afirmar que se: Re(t) =

 0 t 6= 0 σ2

(30)

1.5 O pulso deconvolvido com o filtro de WL 15 as FACs de xt e de pt ser˜ao iguais a menos de um fator de escala,

Rp(t) = σ−1e Rx(t).

A fun¸c˜ao refletividade que obedece a propriedade acima ´e dita ser aleat´oria, ou branca, referindo-se ao fato de possuir o espectro de amplitude com todas as freq¨uˆencias, an´alogo ao da luz branca.

Sob a hip´otese que a fun¸c˜ao refletividade ´e aleat´oria, o filtro inverso pode ser calculado utilizando-se os coeficientes da FAC estimados a partir do tra¸co s´ısmico, uma vez que o escalonamento dos coeficientes da FAC n˜ao afeta a solu¸c˜ao das equa¸c˜oes (1.7). O m´etodo de deconvolu¸c˜ao do pulso s´ısmico ´e usualmente aplicado utilizando-se pois das seguintes premissas:

• o pulso s´ısmico ´e invariante, • a raz˜ao sinal/ru´ıdo ´e alta,

• o pulso s´ısmico ´e de fase m´ınima, e a • fun¸c˜ao refletividade ´e aleat´oria,

1.5

O pulso deconvolvido com o filtro de WL

A propriedade do filtro de WL ser o inverso de um pulso de fase m´ınima ´e demonstrada a seguir:

Deixe ˜pt representar o sinal de fase mista dado por,

˜

pt= Kat∗ ¯bt = Kpt (1.10)

onde, K ´e um fator de escala que decorre da normaliza¸c˜ao das componentes causal (a0 = 1) e n˜ao causal (b0 = 1), conforme representadas a seguir,

at= { 0 . . . 0 1 a1 . . . aM −α } componente causal de fase m´ınima ¯bt= { bα . . . b1 1 0 . . . 0 } componente n˜ao causal de fase m´axima pt= { p−α . . . p−1 p0 p1 . . . pM −α } pulso de fase mista n˜ao causal

↑ t = 0

(31)

A FAC do sinal pt pode ser representada como segue, R ˜p(t) = K2Rp(t) = K2(pt∗ ¯pt) = K2(a t∗ ¯bt) ∗ (¯at∗ bt) = K2(a t∗ bt) ∗ (¯at∗ ¯bt) = K2(0pt∗ 0p¯t) = K2 0Rp(t) , (1.11) onde, 0p

t = at ∗ bt = {1, a1, . . . , aM} ´e o sinal causal e de fase m´ınima

(p0 = 1). Nota-se na equa¸c˜ao (1.11) que as FACs dos sinais de fase mista e

de fase m´ınima, pt e 0pt, respectivamente, s˜ao iguais,

Rp(t) = 0Rp(t) . (1.12)

A multiplica¸c˜ao do vetor 0cN = ( 1 0c1, . . . 0cN) T

pelas linhas da ma-triz representada na equa¸c˜ao (1.7), juntamente com a estrutura bandeada co-diagonal, pode ser representada na forma de convolu¸c˜ao do filtro com os coeficientes da FAC no intervalo 0 ≤ t ≤ N ,

R ˜p(t) ∗ 0ct= gt= 0 , 0 < t ≤ N . (1.13)

Deixando-se N → ∞ na equa¸c˜ao (1.7) e considerando-se a equa¸c˜ao (1.11) obt´em-se,

K2 0pt∗ 0p¯t∗ 0ct = K2 0p¯t= gt

 = 0 , t > 0

6= 0 , t ≤ 0 . (1.14)

Considerando-se que0p¯

t = 0, para t > 0, e gt= 0, para t > 0, pode

concluir-se que,

0c

t∗ 0pt= δt, (1.15)

ou seja, quando N → ∞ o filtro de WL aproxima-se do inverso do pulso de fase m´ınima,

0c

t= 0p−1t . (1.16)

1.6

Obten¸

ao do pulso de fase m´ınima

Conforme demonstrou-se na se¸c˜ao anterior, o filtro inverso de WL inverte um pulso de fase m´ınima. No apˆendice F demonstra-se que tal filtro, ´e sempre

(32)

1.6 Obten¸c˜ao do pulso de fase m´ınima 17 de fase m´ınima, para qualquer n´umero de coeficientes. Significa dizer que to-das as ra´ızes do polinˆomio 0C(Z) possuem amplitude maior que a unidade,

|Zj| > 1 , j = 1, . . . , N , ou seja, no plano complexo todas as ra´ızes est˜ao

lo-calizadas fora do c´ırculo de raio unit´ario. Uma conseq¨uˆencia importante dessa propriedade diz respeito `a estabilidade num´erica dos m´etodos de obten¸c˜ao do pulso 0pt. Seus coeficientes podem ser calculados diretamente atrav´es da

divis˜ao polinomial 0P (Z) = 1/0C(Z) de forma est´avel, resolvendo-se com retrosubstitui¸c˜ao o sistema triangular seguinte,

       1 0 0 . . . 0 0c 1 1 0 . .. ... 0c 2 0c1 1 . .. 0 .. . . .. . .. . .. 0 0c ∞ . . . 0c2 0c1 1              1 0p 1 .. . .. . 0p ∞       =       1 0 .. . .. . 0       . (1.17)

O fator de escala K na equa¸c˜ao (1.10) pode ser estimado atrav´es da FAC do pulso deconvolvido, Re(t) = R ˜p(t) ∗ 0Rc(t) = K2Rp(t) ∗ 0Rc(t) = K2(0p t∗ 0p¯t) ∗ (0ct∗ 0¯ct) = K2(0p t∗ 0ct) ∗ (0p¯t∗ 0¯ct) = K2δt∗ ¯δt . (1.18) Portanto, Re(t) =  K 2 , t = 0 0 , t 6= 0 De onde se conclui que,

K = ±Re(0)1/2 = ±nmin{Xe2t}o1/2 = ±{0EN}1/2. (1.19)

e o pulso estimado resulta igual a, ˜

pt= K0pt= ±

n

0

EN1/2o 0pt. (1.20)

O sinal ± na equa¸c˜ao acima indica que, a depender do sinal escolhido, o pulso estimado pode apresentar polaridade oposta ao pulso original, do qual se calculou a FAC.

Outro procedimento simples, para se obter o pulso de fase m´ınima, ´e dado pela convolu¸c˜ao do filtro de WL reverso, 0c¯t, com a FAC que lhe d´a origem,

(33)

(i) Resolvem-se as equa¸c˜oes (1.7) para uma ordem N , obtendo-se,

0c

t= {1, 0c1, . . . ,0cN}.

(ii) Com os N coeficientes do filtro estende-se a FAC, ˜rN +1 → ˜r∞,

utilizando-se a express˜ao, ˜ rN +k = − N X j=1 rN +K−j0cj , k = 1, . . . , ∞ ,

de modo que a solu¸c˜ao das equa¸c˜oes (1.7), para a ordem ˜N > N restitua o filtro de WL com apenas N + 1 coeficientes n˜ao nulos [?],

0c

t= {1, 0c1, . . . , 0cN, 0, . . . 0∞}.

(iii) Convolve-se o filtro de WL reverso com a FAC estendida e normalizada,

0¯c t∗ ( R ˜p(t) 0E1/2 N ) = ±0EN1/2 0¯ct∗ 0pt∗ 0p¯t = ± n 0E1/2 N o 0p t= ± ˜pt

Dois outros m´etodos para obten¸c˜ao do pulso de fase m´ınima est˜ao descritos na literatura e s˜ao conhecidos como o m´etodo de Levinson repetido (double Levinson) [?] e o m´etodo de Kolmogorov [?].

(34)

Cap´ıtulo 2

Filtros inversos atrav´

es das

equa¸

oes estendidas de

Yule-Walker

No cap´ıtulo anterior foi demonstrado que, partindo-se da FAC de um pulso desconhecido e, resolvendo-se o sistema de equa¸c˜oes de Yule-Walker, equa¸c˜ao (1.7), obt´em-se o filtro inverso de fase m´ınima de WL. Demonstrou-se ainda que o pulso deconvolvido pelo filtro de WL tamb´em ´e de fase m´ınima, n˜ao sendo poss´ıvel, portanto, obterem-se atrav´es do m´etodo de WL, filtros in-versos para deconvolver pulsos de fase mista. A quest˜ao que naturalmente emerge ´e: Partindo-se dos coeficientes da FAC do pulso, ser´a poss´ıvel a ob-ten¸c˜ao de filtros para inverter pulsos de fase mista?

Uma solu¸c˜ao para esse problema pode ser encontrada em [?]. O m´etodo proposto utiliza a solu¸c˜ao de sistemas de equa¸c˜oes denominadas equa¸c˜oes estendidas de Yule-Walker, EYW, cuja matriz dos coeficientes possui a es-trutura bandeada por´em n˜ao sendo por´em sim´etrica. Da mesma forma que as equa¸c˜oes de Yule-Walker, essas equa¸c˜oes s˜ao formadas a partir dos coe-ficientes da FAC do pulso que se deseja deconvolver. O m´etodo de [?] est´a reapresentado a seguir.

2.1

Equa¸

oes estendidas de Yule-Walker

Conhecendo-se os coeficientes da FAC do pulso que se deseja deconvolver, {0∞, . . . , 0, r−M, . . . , r−1, r0, r1, . . . , rM, 0, . . . 0∞} ,

(35)

pode-se representar o sistema de equa¸c˜oes EYW na forma,      rα rα−1 . . . rα−N rα+1 rα . .. ... .. . . .. . .. rα−1 rα+N . . . rα+1 rα          1 αc 1 .. . αc N     =     αE N 0 .. . 0     , α < M . (2.1)

Nota-se que a matriz dos coeficientes ´e n˜ao sim´etrica e possui bandeamentos co-diagonais. O sobrescrito α, utilizado em αc

t e αEN, designa a solu¸c˜ao

obtida com o coeficiente rα na diagonal principal da matriz. A solu¸c˜ao do

sistema (2.1) pode ser obtida atrav´es de algoritmos recursivos tipo-Levinson ([?], [?]). Apresenta-se no apˆendice H um algoritmo que resolve o sistema de equa¸c˜oes (2.1) recursivamente aumentando de um em um o n´umero de coeficientes do vetor αc

t. No apˆendice I apresenta-se outro algoritmo que,

para uma ordem N do sistema, a solu¸c˜aoαc

t´e calculada a partir do filtro de

WL, tamb´em de ordem N .

2.2

Fatora¸

ao do pulso de fase m´ınima

Deixando-se N → ∞ e considerando-se a estrutura bandeada do sistema, pode se escrever,

K2 αct∗ R˜p(t) = K2 αct∗ 0pt∗ 0p¯t= gt , gt =

 = 0 , t > α

6= 0 , t ≤ α . (2.2) Uma vez que0p¯

t = 0, para t > 0, e gt= 0, para t > α, ent˜aoαctprecisa

neces-sariamente colapsar M − α termos do pulso de fase m´ınima, comprimindo-o,

αc

t∗ 0pt = αbt= 0 , t > α , (2.3)

onde,αb

t= {1, αb1, . . . ,αbα}, representa a por¸c˜ao restante do pulso de fase

m´ınima.

Ou seja, o filtro αc

t deconvolve uma por¸c˜ao do pulso de fase m´ınima,

re-sultando o sinal causal com α + 1 termos n˜ao nulos. Uma vez que at ´e de

fase m´ınima,αbttamb´em ser´a necessariamente de fase m´ınima. Desta forma

tem-se,

K2 αct∗ 0pt∗ 0p¯t= K2 αbt∗ 0p¯t= gt = 0 , t > α . (2.4)

Nota-se que deixando α = 0 e N → ∞ a equa¸c˜ao acima reduz-se `a equa¸c˜ao (1.14).

(36)

2.3 Obten¸c˜ao do filtro inverso e pulso de fase mista 21 Deixando-se, αa

t = {1, αa1, . . . , αaM −α} representar a por¸c˜ao que ´e

remo-vida (deconvolremo-vida) do pulso de fase m´ınima, pode-se escrever,

αa

t ∗ αbt = 0pt. (2.5)

Utilizando-se a decomposi¸c˜ao do pulso de fase m´ınima, acima representada, na equa¸c˜ao (2.3), e deixando-se N → ∞ conclui-se que,

αc

t∗ αat = δt (2.6)

que representa uma generaliza¸c˜ao da equa¸c˜ao (1.15). Equivalentemente,

α

ct= αa−1t (2.7)

Utilizando-se transformada Z e as componentes αat e αbt do filtro de WL

pode-se escrever a equa¸c˜ao de decomposi¸c˜ao do pulso de fase m´ınima como fun¸c˜ao do parˆametro α,

0P (Z) = αA(Z)αB(Z) (2.8) onde, αA(Z) = 1 + αa 1Z + . . . + αaM −αZM −α αB(Z) = 1 + αb 1Z + . . . + αbαZα

Uma vez que0P (Z) ´e de fase m´ınima, tamb´em αA(Z) e αB(Z) ser˜ao de fase

m´ınima.

2.3

Obten¸

ao do filtro inverso e pulso de fase

mista

Deixando αa

t e αbt representarem as componentes causal e n˜ao causal,

res-pectivamente, de um pulso de fase mista, e fazendo uso da transformada Z, pode-se escrever o polinˆomio de fase mista, causal,

α

P (Z) = αA(Z)αB(Z−1)Zα (2.9)

onde,

αB(Z−1) = 1 + αb

1Z−1+ . . . + αbαZ−α.

Nota-se no polinˆomioαP (Z) que as α ra´ızes deαB(Z) foram revertidas para

o interior do c´ırculo unit´ario. O filtro inverso de fase mista associado aαP (Z) pode ser obtido invertendo-se a equa¸c˜ao (2.9),

αH(Z) = 1 αP (Z) = 1 αA(Z) 1 αB(Z−1)Z −α . (2.10)

(37)

Representando-se a equa¸c˜ao (2.7) em termos de transformada Z obt´em-se, 1

αA(Z) =

αC(Z) . (2.11)

Utilizando-se a equa¸c˜ao acima pode-se reescrever a a equa¸c˜ao (2.10),

αH(Z) = αC(Z) αB(Z−1)Z

−α

(2.12) Da mesma forma obt´em-se para a equa¸c˜ao (2.3),

αC(Z)0P (Z) = αB(Z). (2.13)

Utilizando-se a equa¸c˜ao acima na equa¸c˜ao (2.12) e considerando-se que 1/0P (Z) =

0C(Z) pode-se reescrever a express˜ao do filtro inverso de fase mista,

αH(Z) = αB(Z) αB(Z−1)Zα

0C(Z) . (2.14)

Nota-se que a fra¸c˜ao formada pelo polinˆomio αB(Z) possui espectro de

am-plitude igual a 1, sendo respons´avel apenas pela mudan¸ca de fase no filtro de fase m´ınima.

O polinˆomio associado ao pulso de fase mista, equa¸c˜ao (2.9) tamb´em pode ser representado na forma,

αP (Z) = 1 αH(Z) =

αB(Z−1)Z−α αB(Z)

0P (Z) . (2.15)

Analogamente, nota-se, que tamb´em os pulsos de fase mista e de fase m´ınima possuem iguais espectros de amplitude. αB(Z) no denominador da fra¸c˜ao na

equa¸c˜ao (2.15) cancela as α ra´ızes do pulso de fase m´ınima, enquanto que

αB(Z−1) no numerador as reflete para dentro do c´ırculo unit´ario.

´

E oportuno observar que o uso de qualquer polinˆomio B(Z) na equa¸c˜ao (2.14) mudaria apenas a fase do filtro de WL ou, a fase do pulso de fase m´ınima na equa¸c˜ao (2.15). Entretanto, apenas o polinˆomio αB(Z), cujas

ra´ızes aproximam-se das ra´ızes do pulso de fase m´ınima, poder´a gerar o filtro inverso do pulso de fase mista.

Para ilustrar a propriedade b´asica do polinˆomio αC(Z) que permite fatorar

o pulso de fase m´ınima e obter αB(Z), utilizou-se o pulso cujo polinˆomio

associado possui 4 ra´ızes complexas com amplitudes, Aj, e fases, φj, dadas

por,

(38)

2.4 Obten¸c˜ao do fator de escala K 23 e 4 ra´ızes reais,

{Aj} = {1, 111 ; 1, 428 ; 1, 3 ; −1.5} .

Resolvendo-se as EYW representadas pela equa¸c˜ao (2.1), para α = 1, . . . , 8, calculou-se αC(Z), e com a equa¸c˜ao (2.13) foram obtidos os polinˆomios

αB(Z). As ra´ızes deαB(Z) foram calculadas e est˜ao representadas na Tabela

2.1. Observa-se que, conforme demonstrado te´oricamente, que as ra´ızes de

αB(Z) representam uma boa aproxima¸c˜ao das ra´ızes verdadeiras utilizadas

no exemplo.

RAIZES ESTIMADAS DO PULSO DE FASE MINIMA RAIZES

α=1 α=2 α=3 α=4 α=5 α=6 α=7 α=8 VERDAD. 1,197 1,053 1,111 1,111 1,111 1,111 1,111 1,111 1,111 -1,441 1,100±130◦1,100±130◦1,100±130◦ 1,100±130◦1,100±130◦ 1,100±130◦ 1,100± 130◦ 1,792 1,250±5,31◦1,251±5,4◦ 1,248±5,08◦ 1,248±5,02◦1,25± 5◦ 1,463 1,313± 29,2◦1,337±30◦ 1,333 ± 30◦ 1,479 1,428 1,3 -1,5 1,7 ± 40◦

Tabela 2.1: Ra´ızes estimadas a partir do polinomio αB(Z) para diferentes valores de α.

2.4

Obten¸

ao do fator de escala K

O fator de escala K na equa¸c˜ao (1.10) pode ser calculado com procedimento an´alogo `aquele apresentado, na se¸c˜ao 1.5, para o pulso de fase m´ınima. Utilizando-se transformada Z, e considerando-se a equa¸c˜ao (1.12), pode-se representar a convolu¸c˜ao da FAC do pulso com a FAC do filtro, αRh(t), como segue, Re(Z) = K2Rp(Z)αRh(Z) = K2Rp(Z)αH(Z)αH(Z−1) = K2Rp(Z)0C(Z)0C(Z−1) = K2Rp(Z)0Rc(Z) =  0 , Z 6= 0 K2 , Z = 0 , Rp(Z)0Rc(Z) = 1 (2.16)

De onde se obt´em,

K = ±{Re(0)}1/2.

A depender do sinal escolhido para K, a polaridade do pulso de fase mista estimado pode ser oposta `aquela do pulso utilizado para se estimar a FAC.

(39)

2.5

Algoritmo para obten¸

ao de um filtro

in-verso de fase mista

O algoritmo para gera¸c˜ao de um pulso e filtro inverso de fase mista, para um dado valor de α, pode ser implementado no dom´ınio do tempo ou da freq¨uˆencia. A seguir est˜ao apresentados os passos do algoritmo juntamente com as equa¸c˜oes correspondentes.

1. Obten¸c˜ao do filtro de WL:

N

X

j=0

Rp(τ − j)0cj = 0 , τ = 1, . . . , N , 0c0 = 1

2. Obten¸c˜ao do pulso de fase m´ınima:

0P (Z) = 1 0C(Z) ←→ 0c−1 t = 0p t

3. Obten¸c˜ao da componente causal do filtro inverso:

N

X

j=0

Rp(τ − j) αcj = 0 , τ = α + 1, . . . , α + N

4. Obten¸c˜ao da componente causal do pulso:

αA(Z) = 1 αC(Z) ←→ αc−1 t = αa t

5. Obten¸c˜ao da componente n˜ao causal do pulso:

αB(Z) = αC(Z)0P (Z) ←→ αc

t∗ 0pt= αbt

6. Obten¸c˜ao do pulso de fase mista causal com α ra´ızes dentro c´ırculo unit´ario:

αP (Z) = αA(Z)αB(Z−1

)Zα ←→ αa

t∗ α¯bt∗ δt−α = αpt

7. Obten¸c˜ao da componente n˜ao causal do filtro:

α

D(Z) = 1

B(Z) ←→

α

dt= αb−1t

8. Obten¸c˜ao do filtro de fase mista:

α H(Z) = αB(Z) αB(Z−1)Zα 0 C(Z) = 1 A(Z) 1 B(Z−1)Z −α←→ α ct∗ αd¯t∗ δt+α= αht

Para ilustrar o m´etodo de decomposi¸c˜ao e invers˜ao do pulso utilizou-se um pulso de fase m´ınima, estimado a partir de dados s´ısmicos reais. Resolvendo-se as equa¸c˜oes EYW para α = 10 obteve-se o polinˆomio αB(Z). Suas ra´ızes foram calculadas e est˜ao representadas na tabela 2.2.

(40)

2.5 Algoritmo para obten¸c˜ao de um filtro inverso de fase mista 25 RAIZES DE P(Z), |zj| < 1 Reais Complexas Aj φ Aj φ 1/1,451 0◦ 1/1,016 ± 160,220◦ 1/1,527 0◦ 1/1,337 ± 33,653◦ 1/1,350 ± 103,160◦ 1/1,608 ± 138,095◦

Tabela 2.2: Ra´ızes do polinˆomio αB(Z), α = 10, utilizadas na gera¸c˜ao do pulso de

fase mista.

A figura 2.1 mostra os resultados obtidos de acordo com o algoritmo acima apresentado. O pulso de fase m´ınima,0p

t, est´a representado em A; a

compo-nente causal, αat do pulso de fase mista em B, e a componente n˜ao causal, α¯b

t, em C; o pulso de fase mista,αpt= αat∗ α¯bt, em D; a componente causal

do filtro de fase mista, αc

t em E, e a componente n˜ao causal, αd¯t em F; o

filtro inverso de fase mista, αht = αct∗ αdt em G, e o pulso de fase mista

deconvolvido, αp

t∗ αht = δt, em H.

As principais conclus˜oes deste cap´ıtulo s˜ao:

• A solu¸c˜ao, αct, das equa¸c˜oes EYW, tem a propriedade b´asica de

can-celar uma parte do pulso de fase m´ınima extraindo o polinˆomio αB(Z)

cujas ra´ızes estimam as ra´ızes do pulso de fase m´ınima.

• Atrav´es das equa¸c˜oes (2.14) ou (2.12) pode-se obter um filtro de fase mista com espectro de amplitude igual ao do filtro de fase m´ınima de WL.

• O filtro de fase mista gerado inverte um pulso de fase mista com espec-tro de amplitude igual ao do pulso de fase m´ınima.

• O polinˆomio associado ao pulso de fase mista estimado, possui α ra´ızes dentro do c´ırculo unit´ario.

• Para coeficientes α = 1, . . . , M − 1 na diagonal da matriz das EYW, diferentes filtros inversos, e os correspondentes pulsos de fase mista, podem ser estimados

[?] e [?] utilizaram as equa¸c˜oes (2.14) e (2.15), com diferentes valores de α, para estimar filtros e pulsos de fase mista e aplic´a-los na deconvolu¸c˜ao do

(41)

7.8 8.0 8.2 8.4 8.6

Tempo (s)

H

G

F

E

D

C

B

A

Figura 2.1: Decomposi¸c˜ao do pulso de fase m´ınima, obten¸c˜ao de um filtro e o correspondente pulso de fase mista. Pulso de fase m´ınima em A; componente

causal e n˜ao causal do pulso de fase mista em B e C; pulso de fase mista estimado

em D; componentes causal e n˜ao causal do filtro inverso de fase mista em E e F;

(42)

2.5 Algoritmo para obten¸c˜ao de um filtro inverso de fase mista 27 pulso em dados s´ısmicos de reflex˜ao. Nota-se, contudo, que o uso da equa¸c˜ao (2.14) faz com que as α ra´ızes estimadas do pulso de fase m´ınima s˜ao, de uma ´

unica vez, revertidas para o interior do c´ırculo unit´ario. Embora os filtros inversos gerados, para diferentes valores de α, n˜ao possam, necessariamente, inverter um dado pulso de fase mista, a abordagem adotada pelos autores acima ´e de simples implementa¸c˜ao e permite que se testem v´arios filtros de fase mista, suplantando a restri¸c˜ao do m´etodo de deconvolu¸c˜ao convencional que utiliza apenas um filtro, qual seja, o filtro inverso de fase m´ınima.

(43)
(44)

Cap´ıtulo 3

Obten¸

ao do filtro inverso

´

otimo atrav´

es do algoritmo

gen´

etico

Neste cap´ıtulo apresenta-se um algoritmo para obten¸c˜ao do filtro inverso ´

otimo, a partir de um conjunto de ra´ızes, do pulso de fase m´ınima, estimadas com base no m´etodo descrito no cap´ıtulo anterior. Este ´e, pois, um problema de otimiza¸c˜ao que tem por objetivo determinar, a partir de α ra´ızes, zj, j =

1, . . . , α, estimadas do pulso s´ısmico, o subconjunto das β ra´ızes que, atrav´es da equa¸c˜ao (2.14), gera o filtro de fase mista de melhor desempenho na deconvolu¸c˜ao do pulso.

O pulso de fase m´ınima, associado a dados s´ısmicos de reflex˜ao, possui dura¸c˜ao infinita e a maior parte da sua energia est´a, a grosso modo, si-tuada no intervalo 0 ≤ t ≤ 200ms, ou seja, nas primeiras 50 amostras, considerando-se o intervalo de amostragem ∆t = 4ms. Para estimativa de suas ra´ızes, ´e necess´ario pois, resolver o sistema de equa¸c˜oes EYW com o valor de α da ordem de algumas dezenas. Fatorando-se o pulso de fase m´ınima com a equa¸c˜ao (2.13), obt´em-se o polinˆomio αB(Z). Calculando-se suas ra´ızes,

agrupando-as de forma sistem´atica em subconjuntos, e revertendo-as para o interior do c´ırculo unit´ario, pode-se formar polinˆomios menores, βBj(Z), e

obter-se um total de at´e 2β, β ≤ α, filtros de coeficientes reais. β = γ +ω ≤ α,

onde γ representa o n´umero de pares de ra´ızes complexas e conjugadas e ω o n´umero de ra´ızes reais.

Deixando-se, por exemplo, α = 25 e admitindo-se que ocorram 10 pares de ra´ızes complexas conjugadas, (γ = 10), pode-se gerar 215 = 32.768 filtros

inversos. A escolha, portanto, de um filtro ´otimo, a partir de um universo 29

(45)

de algumas dezenas de milhares de possibilidades, implica um custo com-putacional alto, uma vez que, para avalia¸c˜ao do desempenho dos filtros, ´e necess´ario convolvˆe-lo com o sinal sob estudo. Portanto um m´etodo para avaliar o desempenho dos filtros e um procedimento computacional eficiente para selecionar o filtro ´otimo, torna-se necess´ario.

3.1

Defini¸

ao da fun¸

ao objetivo

Para se avaliar a qualidade do resultado da deconvolu¸c˜ao ´e preciso definir uma fun¸c˜ao objetivo que quantifique o desempenho dos filtros. Utilizando-se a equa¸c˜ao (2.14) pode-se representar um filtro de fase mista, formado por um conjunto arbitr´ario, {βj} = {Z1, . . . , Zβ}, das ra´ızes estimadas do pulso,

atrav´es da equa¸c˜ao,

βH(Z) = βB(Z) βB(Z−1)Zβ 0C(Z) , (3.1) onde, βB(Z) = β Y j=1  1 − Z Zj  = 1 + b1Z + . . . bβZβ

3.1.1

Norma L2

Qualquer defini¸c˜ao que se fa¸ca da fun¸c˜ao objetivo utilizar´a os elementos, βe t,

da deconvolu¸c˜ao do pulso ou do tra¸co s´ısmico. Considerando-se o modelo convolucional do tra¸co s´ısmico sem ru´ıdo aditivo pode-se escrever,

βe

t = βht∗ xt

= βh

t∗ pt∗ et

(3.2) Contrariamente ao que se poderia supor `a primeira vista, a quantidade

Q(βh) =X βet

2

, (3.3)

n˜ao nos permite discriminar as diferen¸cas no sinal deconvolvido, que s˜ao oca-sionadas pelas diferen¸cas de fase dos filtros, conforme demonstrado a seguir: Utilizando-se transformada Z e considerando-se a equa¸c˜ao (3.1) pode-se re-presentar a equa¸c˜ao (3.2) na forma,

βE(Z) = βB(Z) βB(Z−1)Zβ

(46)

3.1 Defini¸c˜ao da fun¸c˜ao objetivo 31 O polinˆomio associado `a FAC do tra¸co deconvolvido ´e dado por,

βRe(Z) = βE(Z)βE(Z−1)

= 0C(Z)0C(Z−1)P (Z)P (Z−1)E(Z)E(Z−1)

= 0Rc(Z)Rp(Z)Re(Z)

(3.5)

Conforme demonstrado na equa¸c˜ao (1.18), 0Rc(Z) Rp(Z) = 1 e a equa¸c˜ao

(3.5) resulta simplificada,

βRe(Z) = Re(Z) , (3.6)

demonstrando que para qualquer filtro βht utilizado, as FACs do tra¸co

de-convolvido s˜ao iguais. Deixando-se Z = 0 na equa¸c˜ao (3.6) obt´em-se, K2 = βRe(0) = Re(0) = Q(βh) =X βet

2

. (3.7)

Uma vez que o filtro βht possue fase arbitr´aria fica demonstrado, atrav´es

da equa¸c˜ao (3.7), que a norma L2 n˜ao ´e apropriada para definir a fun¸c˜ao objetivo do problema proposto, uma vez que ela ´e insens´ıvel `as diferen¸cas no sinal deconvolvido devido `as diferen¸cas de fase dos filtros inversos utilizados.

3.1.2

Norma Lp

Alguns exemplos num´ericos apresentados a seguir, reproduzidos de [?], ilus-tram o uso da norma Lp na deconvolu¸c˜ao utilizando-se filtros de fase mista. Conforme demonstrado por [?] e [?], a norma Lp, (p > 2) ´e bastante apro-priada para quantificar as diferen¸cas na deconvolu¸c˜ao, resultantes de filtros com diferentes caracter´ısticas de fase.

O polinˆomio associado ao sinal de fase mista, utilizado no exemplo, ´e dado a seguir:

P (Z) = (1 − 2Z)(1 − 3Z)(1 −1

4Z) . (3.8)

As 3 ra´ızes de P (Z) s˜ao: {Zj} = {12, 13, 4}. Combinando-as, para formar

o polinˆomio βB(Z), e utilizando-se a equa¸c˜ao (3.1) obt´em-se 23 = 8 filtros

inversos. A figura 3.1.2 ilustra o conjunto dos 8 filtros inversos gerados, mostrando desde o filtro de fase m´ınima no topo da figura (nenhuma raiz no interior do c´ırculo unit´ario) at´e o filtro de fase m´axima na base da figura (todas as ra´ızes no interior do c´ırculo unit´ario).

(47)

Figura 3.1: Conjunto de filtros inversos associados ao polinˆomio de ordem 3. Filtro de fase m´ınima em A e de fase m´axima em H. Filtros com uma e duas ra´ızes no interior do c´ırculo unit´ario em B, C, D, E, e F.

(48)

3.1 Defini¸c˜ao da fun¸c˜ao objetivo 33

Figura 3.2: Resultados da convolu¸c˜ao do pulso de fase mista com os filtros inversos. O filtro representado em E colapsa o pulso a um impulso e possui maior valor de desempenho.

(49)

O resultado da deconvolu¸c˜ao do pulso com cada um dos filtros est´a represen-tado na figura 3.1.2. A deconvolu¸c˜ao com o filtro inverso verdadeiro colapsa o pulso a um impulso, conforme ilustrado em E.

Os valores calculados com a norma Lp, p = {2, 3, 4, 5, 10}, Φ(β, p) =nX |βe

t|p

o1p

est˜ao graficamente representados na figura 3.1.2. Conforme demonstrado pela equa¸c˜ao (3.7) observa-se que Q(β, 2) = 1. Nota-se tamb´em que para p > 2 o m´aximo valor de Φ(β, p) corresponde ao filtro inverso que confere o car´ater mais impulsivo ao tra¸co deconvolvido.

O exemplo mostra que a norma Lp, p > 2 permite discriminar o desempenho do filtro inverso. Adota-se, portanto, a fun¸c˜ao objetivo definida em [?],

Φ(β, p) = P | βe t|p 1p {P |0e t|p} 1 p , (3.9)

que representa uma medida de desempenho relativo do filtro, tomada com rela¸c˜ao ao filtro inverso de WL. Nota-se que Φ(β, 2) = 1. Para ilustrar o uso da equa¸c˜ao (3.9) aplicaram-se os filtros representados na figura 3.1.2 para deconvolver um tra¸co s´ısmico sint´etico, gerado com o pulso de fase mista re-presentado pela equa¸c˜ao (3.8). A figura 3.1.2 mostra os tra¸cos deconvolvidos. Observa-se que a fun¸c˜ao refletividade ´e perfeitamente restitu´ıda em E.

As curvas de desempenho dos filtros est˜ao representadas na figura 3.1.2. O m´aximo de cada curva coincide com a deconvolu¸c˜ao realizada com o filtro inverso exato. Nos demais exemplos num´ericos apresentados neste trabalho utilizou-se a fun¸c˜ao objetivo definida pela equa¸c˜ao (3.9) com o valor de p = 5.

3.2

Algoritmo gen´

etico

As ra´ızes zj podem estar dentro, ou fora, do c´ırculo unit´ario. Esta condi¸c˜ao

faz o problema proposto, pr´oprio para ser resolvido atrav´es do m´etodo de otimiza¸c˜ao global conhecido como algoritmo gen´etico, (AG).

(50)

3.2 Algoritmo gen´etico 35

Figura 3.3: Desempenho dos filtros inversos calculados para diferentes nor-mas.

(51)

Figura 3.4: Resultados da deconvolu¸c˜ao de um tra¸co s´ısmico sint´etico com os filtros inversos de fase mista.

(52)

3.2 Algoritmo gen´etico 37

Figura 3.5: Desempenho dos filtros inversos de fase mista calculado para diferentes normas na deconvolu¸c˜ao de um tra¸co s´ısmico sint´etico.

(53)

O AG ´e um m´etodo computacional de otimiza¸c˜ao que trabalha renovando, de gera¸c˜ao em gera¸c˜ao, os modelos de uma popula¸c˜ao, seguindo os mecanis-mos de reprodu¸c˜ao e sobrevivˆencia que governam a evolu¸c˜ao dos sistemas biol´ogicos.

Este m´etodo foi desenvolvido por [?], e sua apresenta¸c˜ao detalhada pode ser encontrada em [?]. Na ´ultima d´ecada s˜ao in´umeras as aplica¸c˜oes dos AGs a problemas geof´ısicos ([?], [?], [?], [?], [?], [?]). B´asicamente as seguintes etapas s˜ao comuns aos diferentes tipos de algoritmos gen´eticos:

• Gera¸c˜ao da popula¸c˜ao inicial de modelos aleat´orios, • Avalia¸c˜ao do desempenho de cada modelo,

• Gera¸c˜ao da nova popula¸c˜ao com reprodu¸c˜ao dos modelos de melhor desempenho.

3.2.1

Gera¸

ao da popula¸

ao inicial

No problema de otimiza¸c˜ao proposto, os modelos s˜ao representados pelos filtros inversos βH(Z), calculados com a equa¸c˜ao (3.1). Conforme se pode notar nessa equa¸c˜ao, a distin¸c˜ao entre os modelos depende apenas do po-linˆomio βB(Z) e do termo Zβ. Com as ra´ızes reais, {α

r,j}, j = 1, . . . , ω e

os pares de ra´ızes complexas conjugadas, {αc,j}, j = 1, . . . , γ pode-se obter

os polinˆomios de primeiro e segundo graus,

ωB j(Z) = 1 + α1r,jZ , j = 1, . . . , ω , γB j(Z) = (1 +α1 c,jZ)(1 + 1 α∗c,jZ) , j = 1, . . . , γ . (3.10)

Cada polinˆomio,ωB

j(Z) eγBj(Z), pode ser associado a um bit de uma cadeia

bin´aria, Si, de bits aleat´orios, conforme mostrado a seguir,

ωB 1(Z) . . . ωBω(Z) γB1(Z) . . . γBγ(Z) S1 0 . . . 1 1 . . . 0 S2 1 . . . 0 1 . . . 0 .. . ... . . . ... ... . . . ... Sβ 1 . . . 1 0 . . . 1

(54)

3.2 Algoritmo gen´etico 39 Efetuando-se o produt´orio dos polinˆomios associados aos bits n˜ao nulos, pode-se gerar os modelos da popula¸c˜ao,

βB i(Z) = ω Y j=1 si,j6=0 ωB j(Z) γ Y j=1 si,j6=0 γB j(Z) , i = 1, . . . , Nβ (3.11)

3.2.2

Gera¸

ao da nova popula¸

ao

Acasalamento

Com o objetivo de acelerar o processo de convergˆencia dos AGs, v´arias es-trat´egias elitistas podem ser utilizadas [?]. Procurando-se aumentar a varia-bilidade gen´etica da popula¸c˜ao e a representatividade dos modelos de melhor desempenho, adotou-se, como regra para gera¸c˜ao dos novos modelos, aca-salar apenas modelos distintos sorteados aleatoriamente dentre aqueles de melhor desempenho. A exclus˜ao, do acasalamento, de modelos iguais per-mite que se explore de forma mais extensiva o espa¸co dos modelos e previne a homogeneiza¸c˜ao prematura da popula¸c˜ao. Para acelerar a convergˆencia do AG pode-se tamb´em selecionar para o acasalamento apenas um percentual, q, dos Nd modelos melhores e distintos,

Nb = qNd , 0 < q ≤ 1 , (3.12)

Se q = 1, todos os N d modelos distintos estar˜ao dispon´ıveis para participarem no processo de acasalamento. Se q = 0, 2, por exemplo, apenas os 20% melhores contribuir˜ao na gera¸c˜ao dos novos modelos.

O procedimento descrito acima ´e equivalente ao adotado no AG tradicional [?], no qual se atribui maior probabilidade de sele¸c˜ao, aos modelos de melhor desempenho, fazendo com que sejam mais frequentemente sorteados para o acasalamento.

Cruzamento

A gera¸c˜ao dos novos modelos ´e feita de forma an´aloga ao fenomeno biol´ogico de reprodu¸c˜ao de indiv´ıduos de uma dada esp´ecie, no qual, atrav´es do cru-zamento cromossˆomico se transferem as caracter´ısticas gen´eticas aos descen-dentes.

As cadeias bin´arias, dos pares de modelos sorteados para o acasalamento, s˜ao emparelhadas e atrav´es da permuta de uma parte (cruzamento simples), ou de

(55)

mais partes das mesmas (cruzamento m´ultiplo), um ou mais novos modelos podem ser gerados. No AG proposto, optou-se pelo cruzamento simples e pela forma¸c˜ao de apenas um novo modelo em cada cruzamento. O ´ındice do bit, a partir do qual a cadeia bin´aria ´e trocada, ´e sorteado aleatoriamente. O mecanismo de cruzamento est´a representado a seguir:

pS j 1 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 pS k 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1 ↑ fS j 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1

onde, {pSj, pSk} representa o par das cadeias bin´arias dos modelos

acasala-dos. fS

j representa a cadeia bin´aria do novo modelo, criada a partir de pSj

com a troca dos bits `a direita do bit sorteado (indicado pela seta).

Acasalando-se Nβpares de modelos, sorteados entre os Nbmelhores,

efetuando-se o cruzamento e utilizando-efetuando-se a equa¸c˜ao (3.11), obt´em-se Nβ novos modelos.

Renova¸c˜ao

Nesta etapa do processo, os modelos rec´em-gerados s˜ao e preservados, ou substitu´ıdos, por modelos da popula¸c˜ao anterior, possibilitando a sele¸c˜ao de Nd modelos distintos, dispon´ıveis para a gera¸c˜ao dos novos modelos da

popula¸c˜ao subsequente.

Dispondo-se de Nβ modelos da popula¸c˜ao anterior e Nβ modelos rec´

em-criados, comp˜oe-se o subconjunto ordenado de Ndmodelos distintos

seguindo-se os passos:

• Identificam-se e selecionam-se os Nd modelos distintos.

• Avalia-se, atrav´es da fun¸c˜ao objetivo, o desempenho dos modelos dis-tintos rec´em-criados;

• Organiza-se em ordem decrescente de desempenho o conjunto dos Nd

modelos distintos.

Um procedimento simples para sele¸c˜ao dos modelos distintos, adotado no presente trabalho, consistiu em se comparar o n´umero decimal associado `

as cadeias bin´arias de cada modelo, excluindo-se os modelos de igual re-presenta¸c˜ao decimal. Desta forma pode-se evitar a avalia¸c˜ao dos modelos repetidos, o que resulta em redu¸c˜ao do custo computacional do AG.

Referências

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