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Suínos e Aves RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE TECNOLOGIA GERADA PELA EMBRAPA SUÍNOS E AVES

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE TECNOLOGIA GERADA PELA EMBRAPA SUÍNOS E AVES

Nome da Tecnologia: Granulometria do milho para dietas de suínos Ano de Avaliação da Tecnologia: 2012

Unidade: Embrapa Suínos e Aves Equipe de Avaliação:

João Dionísio Henn

Jonas Irineu dos Santos Filho Marcos Novaes

Joel Antônio Boff

Luizita Salete Suzin Marini Márcia Mara Tessmann Zanotto

Concórdia, SC, Março de 2013

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA

1.1. Granulometria do milho para dietas de suínos 1.2. Objetivo estratégico PDE/PDU

X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio X Inclusão da Agricultura Familiar

X Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas

Avanço do Conhecimento Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta – Granulometria para Suínos

Para ter um máximo potencial no desenvolvimento dos suínos, vários fatores influenciam e um destes fatores é a qualidade do alimento. A alimentação representa ao redor de 70% do custo total de produção de suínos. O milho, como principal ingrediente energético da ração, contribui com aproximadamente 75% nas formulações, ocupando uma posição de destaque quanto ao custo final da produção e, consequentemente, no retorno econômico da atividade (ZANOTTO et. al. 1999). Uma vez que o milho é a principal fonte de composição das rações dos suínos, a melhora do seu aproveitamento traz grandes ganhos para o suinocultor. Segundo Zanotto et. al. (1999), a granulometria do milho tem influenciado aspectos de importância técnica e/ou econômica na criação os animais, tais como: custo de produção, digestibilidade dos nutrientes, desempenho animal e desenvolvimento de lesões esôfago-gástricas.

Por definição, granulometria é um método de análise que visa classificar as partículas de uma amostra pelos respectivos tamanhos e a medir as frações correspondentes a cada tamanho. Na prática, o termo granulometria é usado para caracterizar o tamanho dos grânulos de um produto moído, dado pelo Diâmetro Geométrico Médio (DGM) de suas partículas. Para se medir a granulometria do milho, pode-se coletar uma amostra do milho moído e envia-la à um envia-laboratório especializado, ou então utilizar o granulômetro ou o conjunto de peneiras de diferentes malhas, para avaliar o DGM do milho a ser utilizado na ração. As dietas, dependendo da fase de criação do animal, são produzidas basicamente nas formas farelada ou então peletizada, o que implica obrigatoriamente na realização da moagem dos ingredientes que a compõe. O grau de moagem (granulometria) é caracterizado de acordo com o tamanho

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das partículas. Em geral utiliza-se a variável DGM, o qual correlaciona-se de forma positiva com o tamanho das partículas.

Dessa forma, foi desenvolvidos estudos, na Embrapa Suínos e Aves, com o objetivo de identificar a granulometria do milho que proporcione o melhor desempenho dos animais, sem promover o desenvolvimento de lesão ulcerativa. As dietas testadas foram formuladas à base de milho e farelo de soja, suplementadas com minerais e vitaminas, apresentando a mesma composição em nutrientes, sendo que diferiram entre si, apenas quanto a granulometria do milho. Com a evolução das pesquisas referentes a granulometria obteve-se grandes ganhos em relação ao custo benefício, ou seja, com menos quantidade de ração obtêm-se o mesmo ganho de peso. Segundo Zanotto et. al. (1999), a redução no DGM das partículas do milho de aproximadamente 1.000 para 500 micrômetros, promove benefícios no desempenho dos suínos, em termos de diminuição de consumo de ração e melhoria na conversão alimentar, sem afetar o ganho de peso.

O fornecimento de ração contendo milho com DGM de 509 ou 645 micrômetros, proporciona uma economia compreendida entre 20 e 27 kg de ração por suíno, para mesmos peso e idade de abate, comparado ao fornecimento de ração contendo milho com DGM de 799 a 1.026 micrômetros. Estes resultados foram de grande utilidade para o setor produtivo, que utilizou e ainda utiliza intensamente estes dados, para definir a sua linha de moagem do milho, seja pelas grandes indústrias de rações, bem como aquelas de menor porte. A tecnologia anterior se baseava no conhecimento de que o melhor era moer o mais finamente possível. Entretanto, ante ao novo conhecimento, temos agora melhor digestibilidade da energia e nutrientes do milho, redução de ulcerações no esôfago e estômago dos suínos e redução de custos de moagem.

Dessa forma, foi realizado este trabalho de avaliação de impactos da adoção da granulometria para suínos, tratando-se de um método desenvolvido pela Embrapa, que visa o controle das partículas de milho utilizadas na ração, buscando-se economia no processo e um melhor desempenho zootécnico dos animais, ante a tecnologia anterior, caracterizada no parágrafo acima. Várias vantagens são identificadas na tecnologia nova, especialmente em relação à melhoria da digestibilidade dos nutrientes do milho, melhoria da conversão alimentar, menor incidência de úlceras e melhoria no bem estar dos animais, além da diminuição da poluição ambiental dos dejetos suínos.

1.4. Ano de Lançamento: 1997 1.5. Ano de Início de Adoção: 1998 1.6. Abrangência

A Granulometria do milho para dietas para Suínos, desenvolvida pela Embrapa, foi difundida em todo território nacional e estima-se que sua abrangência em 2010 tenha envolvido a maior parte das agroindústrias, pequenas, médias e grandes, em 17 Estados Brasileiros e no Distrito Federal,

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situação mantida até 2012. Consequentemente, com a adoção deste método por parte das integradoras, toda cadeia se beneficia (Tabela 1). Vale destacar que estas informações foram estimadas com base nas entrevistas realizadas com especialistas.

Tabela 1 – Regiões e Estados usuárias da Granulometria do milho para dietas de Suínos

1.7 Beneficiários

Os principais beneficiários da tecnologia avaliada são pequenos, médios e grandes produtores rurais, patronais ou familiares, criando suínos em sistemas confinados e inseridos na suinocultura industrial, produzindo ou não as rações. Temos também como usuárias da granulometria, as próprias agroindústrias que integram os produtores e, conforme as relações contratuais, produzem e fornecem a ração. Existe ainda um último grupo formado pelas fábricas de rações independentes, que comercializam o alimento sem contratos de integração.

Neste contexto, o modelo de produção é tecnificado com variações do sistema de produção dividindo-se a criação em fases ou como ciclo completo. Os produtores podem ser integrados as agroindústrias ou também independentes, são responsáveis pelas suas próprias relações transacionáveis como o transporte de insumos, obtenção de produtos veterinários e produção da ração. São donos da genética e negociam os preços dos animais terminados, diferentemente da integração vertical, onde existe um arranjo contratual entre os agentes da cadeia produtiva. Na integração cada “elo” tem suas atribuições gerenciadas pela agroindústria, a montante e a jusante e, parte dos riscos da atividade produtiva, transporte, comercialização, entre outros, é transferido para a integradora.

Vale destacar que os demais elos da cadeia produtiva também se beneficiam indiretamente da tecnologia, sejam eles: Os consumidores, freteiros, comércio de produtos agropecuários, etc. O benefício atinge toda a cadeia, principalmente porque a granulometria do milho para suínos permite um melhor aproveitamento do alimento por parte do animal, evitando-se úlceras, potencializando-se o desempenho zootécnico do suíno, bem como, à medida que se evita desperdícios com a ração, traz-se considerável economia para toda a cadeia produtiva suinícola.

AL - AC - DF X ES X PR X BA X AM - GO X MG X RS X CE X AP - MS X RJ X SC X MA X PA X MT X SP X PB X RO -PE X RR -PI X TO -RN -SE -Sul

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1.8 Referencial para Análise dos Impactos Econômicos

Para análise dos impactos econômicos da tecnologia Embrapa, foi utilizada a metodologia do excedente, comparando-se a tecnologia Embrapa com uma tecnologia substituta. No caso, a tecnologia substituta foi o método que se utilizava anteriormente ao método de granulometria, ou seja, a ração era produzida sem controle do DGM das partículas de milho.

1.9 Referencial para Análise dos Impactos Sociais e Ambientais

Quanto a avaliação dos impactos social e ambiental, foi utilizado o Sistema de Avaliação de Impacto Social e Ambiental da Inovação Tecnológica Agropecuária (Sistema Ambitec e Ambitec-Social) em análise comparativa do método de granulometria, com a produção de rações sem controle do DGM das partículas de milho, utilizada até meados de 1998.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

A suinocultura brasileira tem grande relevância nos contextos econômico, social e ambiental. A cadeia produtiva envolve produção de insumos (medicamentos, equipamentos, genética, grãos, rações), abate e processamento, distribuição (atacado e varejo) e o consumo final. A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) resumiu 2012 como um ano difícil para o segmento, especialmente pela disparada dos preços do milho e do farelo de soja, mas surpreendente por conta da elevação da produção, de 3,49 milhões de toneladas, alta de 2,5% em relação ao ano passado. O mesmo não deve acontecer em 2013. A entidade prevê que a produção de carne suína cresça apenas 1% justamente em função da crise, que afetou produtores independentes e indústrias com baixo nível de diversificação e foco apenas no mercado interno.

A granulometria para suínos, com controle do DGM das partículas de milho, está amplamente disseminada na cadeia suinícola, tendo sido gradativamente adotada pelas agroindústrias e fábricas de ração independentes, a partir de 1998 e, atualmente, abrange e beneficia cerca de 85% de toda a suinocultura industrial brasileira.

Nesta atividade produtiva que traz riquezas para o Brasil, as rações correspondem a aproximados 70% dos custos de produção dos suínos e, desta forma, os esforços empregados para reduzir-se estes valores, tem uma importância estratégica para a cadeia suinícola. Neste enfoque, a granulometria do milho para suínos é uma ferramenta indispensável para melhorar o desempenho zootécnico dos animais e reduzir o custo de produção (ZANOTTO et. al. 1999).

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Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações, 2012), a respeito da produção nacional de rações, os dados preliminares para fechamento do ano de 2011, são de quase 61 milhões de toneladas de ração que devem movimentar cerca de 16 bilhões de dólares, sendo que 25% destes valores correspondem ao consumo do alimento pela cadeia suinícola. Com a utilização do método de granulometria para o milho consumido pelos suínos, otimiza-se estes recursos, trazendo uma economia na ordem de milhões de reais com redução de custos para a suinocultura.

Os reflexos desta economia proporcionada pela tecnologia avaliada, denominada “Granulometria do milho para dietas de Suínos”, podem ser repassados para o consumidor desta carne que, por vez, se beneficia com os preços mais baixos da carne e demais produtos suínos. Por fim, também pode impactar nas cadeias produtivas do milho e da soja.

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS - METODOLOGIA DO EXCEDENTE ECONÔMICO

Os indicadores de Expansão da Produção para Novas Áreas, Agregação de Valor e indicador de impacto no incremento de produtividade, não se aplicam à tecnologia avaliada. Desta forma, o único benefício econômico identificado com a adoção da granulometria para suínos, foi referente à redução de custos diretos nas granjas de produção de suínos, com diminuição do consumo de ração pelos animais, mantendo-se um mesmo ganho de peso, resultando na melhoria da conversão alimentar (CA). Entretanto, destaca-se que a adoção da tecnologia avaliada implica em custo adicional para a produção de rações, com aumento do consumo de energia elétrica durante o processo de moagem do milho, visando-se desta forma, a produção de partículas menores do cereal.

Este impacto econômico foi analisado com base em um experimento realizado pelo pesquisador da Embrapa e autor da tecnologia, Dr. Dirceu Luís Zanotto, em 1998, cujos resultados foram publicados em março de 1999, no Comunicado Técnico 232, denominado “Granulometria do Milho em Dietas para Suínos nas Fases de Crescimento e Crescimento – Terminação”. Os resultados apresentados neste comunicado técnico indicaram que diferença econômica média obtida com economia de ração foi de 25 kg de ração a menos por animal, para um mesmo peso (100 kg) e semelhante idade de abate. O estudo indica que o menor tamanho das partículas do milho favorece as ações das secreções digestivas, melhorando o seu aproveitamento pelos suínos. No CT 232, foram testados dois grupos de animais, sendo que o primeiro consumiu rações com diâmetro geral médio das partículas de milho - DGM, entre 1.026 e 799 micrômetros e, o segundo grupo utilizou DGM, entre 645 e 509 micrômetros.

Os cálculos sobre ganhos líquidos unitários foram estimados a partir de entrevistas realizadas com especialistas. Sendo que para se chegar aos valores de conversão alimentar (CA), no período de 1998 até 2012, também

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foram consideradas as informações contidas no Anuário da Pecuária Brasileira – ANUALPEC. A unidade de medida (UM) foi de 1.000 Kg de carne de suína, mas para os cálculos referentes aos ganhos advindos da tecnologia Embrapa, tomou-se como referência o experimento relatado no CT 232, onde a diferença de CA para o grupo que utilizou o DGM, entre 645 e 509 um, e o grupo que utilizou partículas entre 1.026 e 799 um, foi de 0,26 Kg de ração por Kg de carne suína produzida, em favor do grupo com DGM menor.

Os cálculos foram baseados em 1.000 Kg de carne de suína (UM) e, na diferença entre os rendimentos anteriores a adoção da tecnologia (CA) - sem utilização da técnica de granulometria (Tab. 2 – A) e, rendimentos atuais (CA) - com utilização da técnica de granulometria (Tab. 2 – B). A diferença, em percentual, obtida com economia de ração entre os dois grupos - descrita no experimento (CT 232), é finalmente extrapolada para os outros anos (1998-2012). Para cálculo dos ganhos unitários com a implementação da granulometria, considera-se ainda os custos adicionais de moagem dos grãos de milho, uma vez que, para que se atinja um tamanho menor e mais adequado do milho, é preciso um maior tempo de utilização do moinho, consequentemente, maior consumo de energia elétrica (Tabela 2 - D), baseado no Comunicado Técnico 224.

Tabela 2. Ganhos Unitários de Redução de Custos com Melhora da Conversão Alimentar (Economia de ração)

Ano medida – UM Unidade de

Custo com a tec. substituta R$/UM (A) Custo com a tec. EMBRAPA R$/UM (B) Economia Obtida R$/UM C=(A-B) 1998 carne suína (1.000 Kg) 3.210,00 3.166,020 43,98 1999 3.136,00 3.061,360 74,64 2000 3.080,00 2.983,520 96,48 2001 2.943,00 2.871,070 71,93 2002 2.730,00 2.674,080 55,92 2003 2.730,00 2.654,920 75,08 2004 2.600,00 2.524,510 75,49 2005 2.600,00 2.528,280 71,72 2006 2.575,00 2.525,490 49,51 2007 2.524,00 2.474,740 49,26 2008 2.499,00 2.466,030 32,97 2009 2.448,00 2.416,240 31,76 2010 2.448,00 2.423,640 24,36 2011 2.448,00 2.422,250 25,75 2012 2.415,40 2.389,450 25,95

Note-se que, mesmo com um custo adicional para produção dos grãos em tamanho mais adequado ao consumo dos animais, Tabela 2 – D, proporcional a produção de 1.000 kg de carne suína, ainda assim, temos um

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ganho que varia entre 24,36 reais e 96,48 reais, no decorrer dos anos de 1998 a 2012 (Tabela 2 – E). Sendo que estes ganhos unitários, por 1.000 kg de carne suína, ao serem projetados para os números da cadeia produtiva - produção nacional de carne suína (quantidade) obtida no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA. Transformam-se então, em milhões de reais economizados para toda a suinocultura (Tabela 3 – I). Cerca de 18,343 milhões de reais economizados em 2012, sendo um total acumulado de aproximadamente 288,467 milhões de reais, no decorrer dos anos de 1998 até 2012, economia atribuída a adoção da granulometria.

Para cálculo destes benefícios econômicos gerados para a cadeia produtiva de carne suína, considerou-se a participação efetiva da Embrapa em 25%, no que diz respeito ao desenvolvimento e prospecção da tecnologia, gerando-se um ganho líquido de R$ 6,09 por 1.000 kg de carne suína em 2010 e R$ 6,44 por 1.000 kg de carne em 2011 e R$ 6,49 por 1.000 kg de carne suína em 2012. Quanto a área de adoção da tecnologia, foi estimada a partir de informações obtidas em entrevistas com especialistas e, entende-se que nos primeiros anos de sua apresentação e inserção na suinocultura, houve uma adoção entre 10% e 20% na participação da tecnologia de granulometria na produção de rações e, indiretamente na produção de carne suína. Chegando em 2007 a 85% de adoção na cadeia suinícola e se consolidando desta forma até 2012 (Tabela 3).

Tabela 3. Benefícios Econômicos na Região - Granulometria do milho para dietas de suínos Ano Participação da Embrapa - % (D) Ganho líquido Embrapa – R$/UM E=(CxD)/100 Área de adoção: Unidade de medida – UM Área de adoção: Unidade de medida – UM (F) Benefício Econômico R$ G=(ExF) 1998 25% 10,9950 carne suína (1.000 Kg) 169.000,0 1.858.155,00 1999 25% 18,6600 275.250,0 5.136.165,00 2000 25% 24,1200 402.000,0 9.696.240,00 2001 25% 17,98 669.000,0 12.028.620,00 2002 25% 13,98 769.500,0 10.757.610,00 2003 25% 18,77 1.280.000,0 24.025.600,00 2004 25% 18,87 1.820.000,0 34.343.400,00 2005 25% 17,93 2.032.500,0 36.442.725,00 2006 25% 12,38 2.264.000,0 28.028.320,00 2007 25% 12,32 2.541.500,0 31.311.280,00 2008 25% 8,24 2.562.750,0 21.117.060,00 2009 25% 7,94 2.660.500,0 21.124.370,00 2010 25% 6,09 2.694.500,0 16.409.505,00 2011 25% 6,44 2.771.000,0 17.845.240,00 2012 25% 6,49 2.826.420,0 18.343.465,80 288.467.755,80

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4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS - Metodologia AMBITEC-Social 4.1. Aspecto Emprego

O indicador “Capacitação” apresenta coeficiente de impacto no valor de 7,50, impacto positivo e expressivo (tabela 4), conforme entrevistas realizadas (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10). Os especialistas entrevistados explicam que na ocasião da adoção da granulometria pela cadeia produtiva, houve uma intensa troca de informações e capacitação entre os técnicos da Empresa e especialistas de algumas agroindústrias. Neste ponto, vale destacar que o impacto ocorreu nos tipos de capacitação, local e especializado de curta duração, bem como nos níveis de capacitação, básico e técnico. A Embrapa também divulgou o método de granulometria, através de documentos diversos e programas especializados no rádio e na televisão.

No caso do indicador “Oportunidade de Emprego Local Qualificado”, temos o coeficiente com resultado médio geral de 0,61. O impacto relacionado a adoção da tecnologia é positivo, porém baixo. Argumenta-se que com a inserção da tecnologia Embrapa na suinocultura houve uma reorganização da produção de rações, com mudanças nos equipamentos e surgimento de oportunidades de trabalho técnico de nível médio e superior.

O indicador de impacto “Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador”, com atributos referentes a condição do trabalhador (temporário, permanente, parceiro ou familiar), não foi percebido pelos entrevistados produtores e especialistas a partir da adoção da granulometria. Também não houve alteração no indicador “Qualidade do Emprego”, sem mudanças percebidas nos atributos sobre a legislação trabalhista e benefícios trabalhistas auferidos aos tratadores/produtores.

4.2. Aspecto Renda

O indicador “Geração de Renda no Estabelecimento” apresenta coeficiente com resultado médio de 4,38, impacto positivo e expressivo (tabela 4) a partir da adoção da granulometria – os entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10), perceberam impactos na renda da propriedade ou do estabelecimento, agroindústria ou empresa produtora de rações. Estando estes impactos relacionados aos atributos de estabilidade e especialmente ao aumento do montante. Conforme as entrevistas realizadas, o impacto se deve pela economia proporcionada com a otimização dos insumos na ração (milho), diretamente ligada na melhoria da conversão alimentar dos suínos.

Para os indicadores de “Diversidade de Fontes de Renda” não tivemos impacto com a adoção da granulometria para suínos ou estes impactos não puderam ser percebidos pelos entrevistados. “Valor da Propriedade” apresenta coeficiente com resultado médio de 0,8, impacto positivo e expressivo a partir

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da adoção da granulometria – os entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10).

4.3. Aspecto Saúde

Nos indicadores “Saúde Ambiental e Pessoal” e “Segurança e Saúde Ocupacional”, para os entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10), não foram percebidos impactos advindos da adoção do método de granulometria. O impacto da tecnologia Embrapa sobre aspectos de insalubridade/doenças, emissão de poluentes atmosféricos e hídricos, periculosidade ou exposição a agentes biológicos que poderiam afetar direta ou indiretamente a saúde dos trabalhadores nas fábricas de ração, não puderam ser identificados ou confirmados pelos especialistas (tabela 4).

O impacto no indicador “Segurança Alimentar”, a partir da adoção da granulometria para suínos, apresenta coeficiente médio no valor de 1,25 e, é citada de forma ponderada entre os entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10). Neste caso, os entrevistados atribuem à granulometria do milho, o importante papel no aumento da disponibilidade de alimento/ ração, uma vez que a mesma quantidade produzida, agora é melhor absorvida pelos suínos, bem como, também se considera que a granulometria melhore a conversão alimentar e a qualidade nutricional do alimento.

4.4. Aspecto Gestão e Administração

O indicador “Dedicação e Perfil do Responsável” apresenta impacto negativo a partir da adoção da granulometria para suínos, com valor geral médio de - 0,42. Percebido pelos entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10) (tabela 4). Sendo que estes acreditam que seja maior o tempo de manejo dos equipamentos na fabrica de rações, com troca de peneiras e ou maior tempo de operação das máquinas, aumentando a permanência no estabelecimento. Para o indicador “Condição de Comercialização”, não foram percebidos impactos com a adoção da granulometria.

O indicador “Disposição de Resíduos” é percebido com resultado médio geral de 0,50 (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10). É percebido de forma leve, referente a variável de tratamentos de resíduos da produção e, entende-se que a otimização da utilização dos ingredientes da ração, proporcionada pelo método avaliado, gera economia de recursos com o melhor aproveitamento da ração quando ingerida pelos animais. Quanto ao indicador “Relacionamento Institucional”, temos o resultado com média geral de 2,50 (tabela 4), identificado 3 especialistas e 7 produtores de suínos (tabela 10), refere-se a assistência técnica associada a adoção do método de granulometria, bem como a melhora do associativismo e cooperativismo entre os agentes da cadeia e a própria Embrapa.

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4.5. Impacto Social - Análise Agregada

Para a avaliação de impactos sociais referente ao ano de 2012, o índice geral de impacto social apresentou coeficiente com o valor de 1,23 (Tabela 4), sendo este o primeiro ano de avaliação de impactos gerados pela granulometria para suínos. Primeiramente, temos um ponto forte que foi mencionado de forma expressiva, refere-se aspecto emprego, tanto com relação aos tipos de capacitação promovidos, sejam locais de curta duração ou especializados de curta duração, mas também quanto ao nível de capacitação, abrangendo-se quase todos os níveis, sejam eles básico ou técnico.

Quanto ao aspecto renda, a geração de renda é um indicador que pontua de forma positiva, apresentando um impacto expressivo. O método desenvolvido pela Embrapa para granulometria do milho na suinocultura, afeta diretamente um dos itens mais caros e importantes da produção/ criação dos animais, a ração. Todos os elos da cadeia produtiva se beneficiam do ponto de vista econômico, com o uso da granulometria, uma vez que ela permite ao suíno, um melhor aproveitamento do alimento. Do ponto de vista social, a granulometria tem um forte apelo no que diz respeito ao aumento da renda dos agentes da cadeia produtiva, com insumos sendo otimizados em quantidade e qualidade.

A granulometria está, indiretamente, influenciando o produtor/criador de suínos, seja na renda ou nas transações contratuais com as integradoras, mas não impacta na diversidade de fontes de renda ou valor da propriedade rural. Com exceção daqueles criadores que produzem a própria ração e, desta forma, a granulometria poderia impactar nos indicadores de renda, bem como no aspecto saúde, seja ambiental, pessoal ou segurança e saúde ocupacional. Por fim, um último ponto que impactou de forma negativa foi com relação ao maior tempo de preparo da ração, afetando o consumo de energia e o tempo de dedicação dos profissionais envolvidos.

Tabela 4 – Impactos Sociais - Granulometria do milho para dietas de suínos

Indicadores Produtores Especialistas Coeficiente

N.º de Entrevistados 07 03 Total 10

Em 2012 Em 2012

1. Emprego

Capacitação 7,50 7,50

Oportunidade de emprego local qualificado 0,61 0,61 Oferta de emprego e condição do trabalhador - -

Qualidade do emprego - -

2. Renda

Geração de Renda do estabelecimento 4,38 4,38

Diversidade de fonte de renda - -

Valor da propriedade - -

3. Saúde

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Segurança e saúde ocupacional - -

Segurança alimentar 1,25 1,25

4. Gestão e administração

Dedicação e perfil do responsável -0,42 -0,42

Condição de comercialização - -

Disposição de resíduos 0,50 0,50

Relacionamento institucional 2,50 2,50

Índice de Impacto Social 1,23 1,23

Fonte: Entrevistas e dados das bibliografias

5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

O impacto da reutilização da cama por lotes subsequentes sobre a geração de empregos foi estimado tomando-se como base a elasticidade dos preços ou custos de produção de 1 quilograma de carne suína e, a relação desta variável com a possível exclusão de produtores caso a tecnologia avaliada não estivesse disponível ao mercado. Para fins destes cálculos, a elasticidade de preço (Tab. 5 – A) foi considerada de 0,889% (Pintos – Payeras, 2009). Também foram considerados: A variação/ diferença entre os custos de produção com adoção da tecnologia Embrapa e da situação substituta (Tab. 5 - B) e; Os empregos envolvidos com a atividade avícola, proporcionais a adoção da tecnologia (Tab. 5 – D).

A utilização da tecnologia substituta, ao invés do modelo Embrapa, aumentaria os custos de produção, em percentual, conforme Tabela 5 – B. temos então a variação percentual provocada na produção, a partir da adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 5 - C), sendo (C) = (A) x (B) e, por fim, temos o número de empregos atribuídos a adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 5 - E), sendo (E) = (C) x (D). A partir do exposto, conclui-se então que aproximadamente 303 empregos (E), em 2012, foram mantidos ou gerados com a adoção da tecnologia, uma quantidade expressiva, conjugada aos enormes ganhos econômicos, sociais e ambientais atribuídos a adoção desta tecnologia.

Tabela 5 – Empregos Atribuídos a Adoção da Tecnologia Embrapa - Granulometria do milho para dietas de suínos

ANO 2012 Elasticida de Preço (A) Variação Custos (B) Variação Produção Empr. Suinocultura (% adoção) (D) Empr. Embrapa (E)=(E) x (D) Redução de custos 0,889 0,017542975 0,01559575 19.408 303

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6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS - Metodologia AMBITEC 6.1. Alcance da Tecnologia

O método de granulometria do milho para suínos, foi desenvolvido com o objetivo inicial de melhorar a absorção de nutrientes pelos suínos, impactando posteriormente na economia evolvida e também no desempenho zootécnico dos animais. Logo que identificadas as vantagens de utilização da granulometria, a cadeia produtiva passou a adotá-la gradativamente, a partir de 1998 com 10% de adoção, chegando em 2012 com 85% de adoção de toda produção de suínos industrial, se beneficiando da granulometria. Abrangendo entre 20% e 25% de toda a produção de rações no Brasil (Sindirações, 2012) e equivalente a 85% produção industrial de carne suína brasileira.

A granulometria acompanha a produção industrial de carne suína, alcançando os Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Com 3,1 milhões de toneladas de carne suína produzidas no Brasil, em 2011, estima-se que a granulometria tenha participado diretamente em cerca de 85% deste volume.

6.2. Aspecto Eficiência Tecnológica

O indicador “Uso de Insumos Materiais”, com atributos de impacto relacionados ao uso de insumos na alimentação (ração, volume/silagem, suplementos), teve impacto positivo com resultado geral de 0,50 (tabela 5), identificado pelos entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10), como um impacto baixo no que diz respeito ao ambiente da fábrica de rações, especialmente na utilização dos insumos. Porém, com bastante expressão quando se observa a produção de suínos no seu contexto, reduzindo-se o consumo de cerca de 25 kg de ração, por suíno, com equivalente peso do animal e no mesmo período.

Quanto ao indicador “Uso de Energia”, com coeficiente médio negativo de -1,50 (tabela 5), é percebido pelos entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10) (média = -1,50) principalmente pelo maior tempo de utilização das máquinas para moagem do milho, uma vez que o DGM das partículas do milho, para uma melhor nutrição/absorção dos animais, deve passar de cerca de 1.000 micrômetros para cerca de 550, acarretando em maior trabalho do maquinário. O que afeta de forma inversa o indicador de “Uso dos Recursos Naturais”, com coeficiente médio positivo de 0,40, os especialistas (média = 0,40) afirmam que com o tamanho mais adequado das partículas de milho na ração, utiliza-se menos água para dessedentação dos suínos, reduzindo-se também a geração de resíduos.

(14)

6.3. Aspecto Conservação Ambiental

O impacto sobre o indicador “Atmosfera” é positivo, com valor de 1,45 (tabela 5). É entendimento entre todos os entrevistados (3 especialistas e 7 produtores de suínos, tabela 10), que a adoção da granulometria para suínos impactou positivamente na redução da geração de gases de efeito estufa e odores, em relação a prática anterior. Entende-se que com a otimização da utilização dos insumos/ ração, devido a um melhor aproveitamento dos nutrientes com melhor conversão alimentar dos animais, reduz-se então o volume de dejetos totais gerados, ocasionando também menor geração de gases de efeito estufa e odores. Quanto ao indicador “Qualidade da Água”, com valor de impacto de 0,20, os especialistas entrevistados (média = 0,20) também relacionam uma menor geração de dejetos, após adoção da granulometria, a uma menor DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).

Os indicadores de “Qualidade do solo” e “Biodiversidade”, com atributos de impacto referentes a contaminantes tóxicos ou compactação do solo, erosão ou perdas do solo, perda de vegetação nativa, perda de corredores de fauna ou perda de espécies/ variedades, não foram percebidos pelos entrevistados especialistas ou não se aplicam a tecnologia avaliada.

6.4. Aspecto Recuperação Ambiental

O aspecto “Recuperação Ambiental” não se aplica a esta tecnologia ou não teve impacto identificado pelos entrevistados especialistas.

6.5. Aspecto Bem-estar e Saúde Animal

O aspecto “Bem-estar e Saúde Animal”, com indicadores de bem-estar animal sob pastejo ou bem-estar animal sob confinamento, não se aplica a esta tecnologia ou não teve impacto identificado pelos entrevistados especialistas. 6.6. Aspecto Qualidade do Produto

O aspecto “Qualidade do Produto”, com variáveis de aditivos químicos, resíduos químicos ou contaminantes biológicos, não se aplica a esta tecnologia ou não teve impacto identificado pelos entrevistados especialistas.

6.7. Capital Social

O aspecto “Capital Social” não se aplica a esta tecnologia, uma vez que, para fins deste trabalho, o módulo utilizado foi o Ambitec - Produção Animal.

6.8. Impacto Ambiental - Análise Agregada

Para a avaliação de impactos ambientais referentes ao ano de 2012, o índice geral de impacto ambiental apresentou coeficiente com o valor de 0,10

(15)

(Tabela 6), sendo este o primeiro ano de avaliação de impactos gerados pela composteira para suínos. Um ponto que foi mencionado de forma mais expressiva, refere-se ao aspecto de conservação ambiental, atmosfera, especialmente no que diz respeito a otimização dos insumos, melhor conversão alimentar dos animais, acarretando numa redução de dejetos e, consequentemente, menor emissão de gases de efeito estufa e odores. Sendo a diminuição do consumo de ração/alimentos ou melhor aproveitamento desta, se configurando como ponto forte da tecnologia/ método avaliado, favorecendo ainda ao menor consumo de água para dessedentação dos suínos.

No aspecto eficiência tecnológica temos pontos fortes relacionados a tecnologia, a exemplo do melhor consumo de ração/ alimento, mantendo-se os mesmos resultados zootécnicos para os suínos, em comparação com a prática anterior a granulometria. Entretanto, também foi apontado neste aspecto, um maior uso de energia em consequência do maior tempo de uso das máquinas para moagem do milho, necessário para que se atinja o tamanho ideal da partícula. Por fim, os indicadores de bem-estar animal ou a qualidade do produto, que poderiam sofrer algum impacto com advento do método de granulometria do milho, não foram mencionados pelos entrevistados.

Tabela 6 – Impactos Ambientais - Granulometria do milho para dietas de suínos Indicadores Produtores Especialistas Coeficiente

N.º de Entrevistados 07 03 Total 10

Em 2012 Em 2012

1. Eficiência Tecnológica

Uso de insumos químicos e ou materiais - 0,50 0,50

Uso de energia - -1,50 -1,50

Uso de recursos naturais - 0,40 0,40

2. Conservação Ambiental Atmosfera - 1,45 1,45 Qualidade do solo - - - Qualidade de água - 0,20 0,20 Biodiversidade - - - 3. Recuperação Ambiental Recuperação Ambiental - - -

4. Bem-estar e saúde do animal / Assepsia

Bem-estar animal sob pastejo - - -

Bem-estar animal sob confinamento - - -

5. Qualidade do Produto

Qualidade do produto - - -

6. Capital Social Capital social

- - -

Índice de Impacto Social - 0,10 0,10

(16)

7. AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS

O método de granulometria do milho para suínos foi desenvolvido inicialmente para melhorar a absorção de nutrientes fornecidos na ração, possibilitando-se uma conversão alimentar mais baixa – relação consumo de ração versus carne produzida - uma vez que existe um DGM da partícula de milho, que é mais adequado para alimentação dos animais. Desta forma, o método avaliado trouxe inegável otimização de recursos, com economia para a cadeia produtiva, também uma menor geração de resíduos/ dejetos. A capacitação foi intensa, com aumento do tempo de moagem do milho e consequente aumento do tempo de trabalho pelo responsável pela fábrica de rações.

Estima-se que o método tenha sido adotado nos processos de produção de rações em grande parte da suinocultura industrial, cerca de 85% de toda atividade. Os 15% restantes são basicamente atribuídos a fábricas de ração independentes ou pequenas agroindústrias com outros métodos/ tecnologias para produção de rações, que não tiveram acesso as informações prestadas pela Embrapa, ou não quiseram ou puderam modificar a matriz tecnológica das fábricas. Este fato leva a crer que a granulometria para suínos, conforme foi desenvolvida pela Embrapa, ainda pode aumentar sua área de abrangência. Ressaltando-se que a tecnologia pode gerar uma economia com otimização dos insumos para ração, na ordem de milhões de reais anualmente, com uma redução de custos para a cadeia produtiva, de aproximados 18,343 milhões de reais somente em 2012.

Em termos de participação de parceiros na obtenção desta tecnologia, podemos identificar a UFRGS como parceira direta neste projeto, bem como várias outras universidades, como a UFPR e UNESP, que desenvolveram estudos nesta área e promoveram conhecimento sobre o tema que, em algum grau, foi incorporado no sistema produtivo. Vale destacar que existia previamente algum conhecimento na literatura internacional, que serviu de referência para os primeiros estudos que culminaram com a geração desta tecnologia. Também os profissionais ligados com a nutrição animal das empresas atuantes no mercado e suas equipes, produziram informações sobre o assunto. Desta forma, podemos dividir os ganhos decorrentes desta tecnologia para estes 4 grupos, com 25% para cada um deles (1-Embrapa, 2-conhecimento acumulado na literatura, 3-universidades e 4-indústrias de alimentos para frangos de corte).

8. CUSTOS E RECEITAS DA TECNOLOGIA

Referencial para Análise dos Custos com Pesquisa: - 100% dos projetos correlacionados;

- 5% dos gastos com o técnico, analista ou pesquisador responsável pelo acompanhamento e gestão do projeto para fins de transferência de tecnologia e;

- 10% (rateio) das despesas com difusão e transferência de tecnologias (TT/MKT).

(17)

- O custo de depreciação de capital foi obtido considerando-se o custo total em depreciação da unidade e o tempo dedicado pelo pesquisador e de uso de instalações no projeto.

Os custos com as pesquisas foram de R$ 187.388,24 para o desenvolvimento da tecnologia. Além destes valores, estima-se que a Embrapa tenha incorrido em custos com pessoal (pesquisadores, analistas e técnicos de campo) e administrativos de cerca de R$ 1.558.164,23 e R$ 34.875,09, respectivamente, entre 1994 e 2012 (Tabela 7), sendo os custos totais da tecnologia, no período, de R$ 2.061.100,45.

Tabela 7 – Demonstração dos custos - Granulometria do milho para dietas de suínos (Histórico 2000 - 2012).

ANO Custos Custos Depreciação Custos Custos de TOTAL Pessoal Pesquisa Capital Administração TT

1994 39.119,04 91.888,24 6457,20 13.783,24 - 151.247,71 1995 41.393,09 - 6943,22 - - 48.336,31 1996 44.061,34 - 7465,83 - 898,80 52.425,97 1997 26.167,04 - 8027,78 - 105,71 34.300,53 1998 27.878,01 - 8632,02 - 183,93 36.693,96 1999 29.701,50 - 9281,74 - 121,03 39.104,27 2000 15.903,17 - 9980,37 - 130,71 26.014,25 2001 11.714,00 - 10731,58 - 141,17 22.586,74 2002 9.753,67 - 11539,33 - 1.452,46 22.745,46 2003 4.293,42 - 12542,75 - 2.799,20 19.635,37 2004 95.560,50 - 13783,24 - 3.023,13 112.366,87 2005 122.014,85 - 15314,71 700,89 2.200,00 140.230,45 2006 127.116,00 - 16036,35 710,45 2.154,55 146.017,35 2007 135.650,20 - 16704,53 790,51 1.336,65 154.481,89 2008 142.890,60 - 17676,75 890,00 1.601,00 163.058,35 2009 155.125,95 - 18130,00 1.000,00 4.450,00 178.705,95 2010 169.899,50 10.000,00 18.500,00 2.000,00 3.850,25 204.249,75 2011 174.372,00 42.000,00 19.021,25 6.300,00 4.500,00 241.693,25 2012 185.550,35 43.500,00 19.745,67 8.700,00 5.210,00 257.496,02 Total 1.558.164,23 187.388,24 246.514,31 34.875,09 34.158,59 2.061.100,45

Não existem receitas com vendas diretas, ou outras, ou royalties correlacionados à tecnologia. Entretanto, devemos considerar a economia proporcionada com redução de custos a partir da adoção da tecnologia avaliada, já destacada anteriormente.

O custo de depreciação de capital foi obtido considerando-se o custo total em depreciação da unidade e o tempo dedicado pelo pesquisador e de uso de instalações no projeto, totalizando R$ 246.514,31 no período de 1994 até 2012.

(18)

Tabela 8 – Demonstração dos Resultados - Granulometria do milho para dietas de suínos

Granulometria para Suínos ANO Acumulado

2012 2000-2012

Receitas (R$) - -

Custos Operacionais/ Pesquisa 229.050,35 1.745.552,47 Despesas Administrativas e de TT 13.910,00 69.033,67

Outras Despesas 19.745,67 246.514,31

Resultado (262.706,02) (2.061.100,45)

Benefício Econômico (R$) 17.838.434,42 288.453.493,42 Resultado com Benefício Econômico 17.838.434,42 286.392.392,97

Taxa Interna de Retorno (TIR) 149%

Tempo (anos) 19

8.1. ANÁLISE CUSTO/BENEFÍCIO

Esta tecnologia proporcionou uma relação benefício/custo de R$ 151,00, no período avaliado, de 1994 até 2012, ou seja, para cada real investido, houve um retorno foi de R$ 151,00.

A avaliação da TIR nos apresenta a taxa de desconto que faz com que o valor atualizado dos benefícios seja igual ao valor atualizado dos custos. A tecnologia será economicamente viável se a TIR for maior do que o retorno exigido. Caso contrário, a menos que ela tenha impactos sociais e ambientais positivos que compensem o investimento, ela deve ser rejeitada.

No período de 19 anos, a TIR foi de 149%, para a tecnologia em avaliação, apresentando impacto econômico altamente positivo. O retorno tão alto é justificado porque os custos são muito baixos em comparação com a receita (Tabela 8).

O retorno é tão alto porque os gastos são muito baixos em comparação com a redução de custos.

(19)

9. AÇÕES SOCIAIS

As ações sociais relacionadas a esta tecnologia para fins do Balanço Social da Empresa estão sintetizadas na tabela 9.

Tabela 9. Ações sociais ação

Tipo de ação Ações de filantropia

x Agricultura familiar Apoio Comunitário Comunidades Indígenas

x Educação e formação profissional externa Educação e formação profissional interna x Meio ambiente e educação ambiental

Participação no Fome Zero Reforma Agrária

Saúde, segurança e medicina do trabalho x Segurança Alimentar

10. FONTE DE DADOS

A metodologia para confecção deste relatório de avaliação de impactos consistiu de entrevistas, a campo, e levantamento de dados estatísticos, amparadas por um roteiro elaborado e discutido com a equipe de avaliação. A primeira etapa das entrevistas tinha como foco caracterizar a opinião dos beneficiários suinocultores que utilizam a compostagem modelo Embrapa para descarte dos animais mortos durante a criação. Também foram registradas a opinião de especialistas na tecnologia avaliada. Os especialistas entrevistados foram a Dr. Dirceu Zanotto – pesquisador da Embrapa e principal responsável pelo desenvolvimento e adaptação da tecnologia avaliada e; o Sr. Jacir Albino, Assistente da Embrapa Suínos e Aves, responsável por transferência da tecnologia.

Observando-se que os entrevistados produtores foram selecionados pelo critério logístico, priorizando-se estabelecimentos próximos a nossa Unidade, mesmo porque a região tem considerável representatividade no cenário da suinocultura e grande aceitação quanto ao uso granulometria do milho para dietas de suínos. Também, parte das entrevistas foi realizada através de telefonemas e que, por causa do alcance geográfico, permitiu uma melhor “visualização” nacional da adoção da tecnologia Embrapa.

Os dados relativos à composição do rebanho e de abates nos estados de GO, MG, MS, MT, PR, RS, SC e SP, foram obtidos a partir de dados do Levantamento Sistemático da Produção e Abate de Suínos – LSPS desenvolvido pela Embrapa Suínos e Aves em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína

(20)

(http://www.cnpsa.embrapa.br/), do Anualpec 2012 e de dados da ABIPECS, 2012.

As entrevistas de coletas de dados e informações qualificados foram realizadas com os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, bem como com os profissionais das principais indústrias produtoras e processadores de produtos suínos (Tabela 10).

Tabela 10 - Número de consultas realizadas por município Municí-

pios Estado

Produtor Familiar Produtor Patronal

Especialistas Total Pequeno Médio Grande Comercial

Itapiranga SC 1 1

Xanxerê SC 1 1 2

Concórdia SC 1 1 1 2 5

Chapecó SC 1 1 2

Total 1 3 3 3 10

Por fim, para as estimativas dos custos do programa foram realizadas consultas à área orçamentária da Unidade. Os seguintes gastos foram alocados para o programa:

- para os custos de pessoal alocou-se as despesas com pesquisadores, analistas e técnicos envolvidos (ponderadas por sua dedicação ao programa, entre 15% e 70%);

- não foram considerados custos de depreciação;

- 15% do custeio de pesquisa a título de custos administrativos (padrão para todos os projetos da Unidade);

- não foram considerados gastos específicos em transferência de tecnologia, tendo em que a participação em eventos, congressos, simpósio, cursos e consultorias, as despesas foram de responsabilidade da instituição promotora do evento.

- O custo de depreciação de capital foi obtido considerando-se o custo total em depreciação da unidade e o tempo dedicado pelo pesquisador e de uso de instalações no projeto.

(21)

11. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANUALPEC – 2011. Anuário da Pecuária Brasileira. FNP, p. 273 a 288. 2011.

AVILA, A. F. D., MAGALHÃES, M. C., VEDOVATO, G. L., IRIAS, L. J. M., RODRIGUES, G. S. Impactos econômicos, sociais e ambientais dos investimentos na Embrapa. Revista de Política Agrícola, v. XIV, p. 86-101, 2005.

AVILA, A. F. D., RODRIGUES, G. S., VEDOVATO, G. L. (coord.) Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa: metodologia de referência. Brasília, DF: Secretaria de Gestão Estratégica, 2006. 128 p. Dirceu Luís Zanotto; Antônio Lourenço Guidoni & Nelson Mores.

Granulometria do milho em dietas para suínos nas fases de crescimento e crescimento–terminação. CT / 232 / Embrapa Suínos e Aves, Março/1999, p. 1–3.

MIELE, M.; MACHADO, J. S. Levantamento Sistemático da Produção e Abate de Suínos: 2006 e 2007. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2007. 29 p. (Embrapa Suínos e Aves. Documentos, 122).

RODRIGUES, G. S.; CAMPANHOLA, C.; KITAMURA, P. C.; IRIAS, L. J. M.; RODRIGUES, I. Sistema de avaliação de impacto social da inovação tecnológica agropecuária (Ambitec-Social). Jaguariúna, SP: Embrapa Meio Ambiente, 2005. 31 p. (Embrapa Meio Ambiente. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 35).

ZANOTTO, D. L.; BELLAVER, C. Método de determinação da granulometria para uso em rações de suínos e aves. Concórdia: EMBRAPA, CNPSA, 1996a. 5p.

ZANOTTO, D. L.; GUIDONI, A. L.; LIMA, G. J. M. M. Efeito da granulometria do milho sobre a digestibilidade das dietas para suínos em crescimento e terminação. Concórdia: EMBRAPA, CNPSA, 1998c. 2 p. ZANOTTO, D. L. Granulometria do milho em rações para suínos em

crescimento e terminação: digestibilidade, desempenho e alterações gástricas. (Dissertação mestrado em Zooetcnia) Porto Alegre, RS, 1992. 106 p.

USDA. PSD - Production, supply and distribution. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov/psdonline/psdquery.aspx>. Acessado em 15/02/2013.

(22)

PINTOS-PAYERAS, JOSÉ ADRIAN. Estimação do sistema quase ideal de demanda para uma cesta ampliada de produtos empregando dados da pof de 2002-2003. Economia Aplicada, v. 13, n. 2, pp. 231-255, 2009.

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13. EQUIPE RESPONSÁVEL

Nome Função Matrícula Correio Eletrônico João Dionísio

Henn

Impactos econômicos,

ambientais e sociais 352639 joao.henn@embrapa.br

Jonas Irineu dos

Santos Filho Impactos Econômicos 291785 jonas.santos@embrapa.br

Marcos Novaes Impactos econômicos

e custos 316819 marcos.novaes@embrapa.br Luizita Salete

Suzin Marini Custos e receitas 311059 luizita.marini@embrapa.br Marcia Mara

Tessmann Zanotto

Referências

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