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AVALIAÇÃO FINANCEIRA DE UMA EMPRESA PETROLÍFERA POR MEIO DE TERMÔMETROS DE INSOLVÊNCIAS

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AVALIAÇÃO FINANCEIRA DE UMA

EMPRESA PETROLÍFERA POR MEIO

DE TERMÔMETROS DE INSOLVÊNCIAS

Tais Vieira Moreira (UFC)

tais.engenharia@alu.ufc.br

Renata Felix FRanco (UFC)

renatafelixfranco@hotmail.com

SARA MARA DE ARAUJO OLIVEIRA (UFC)

sara-mat@hotmail.com

O aumento da competitividade nos mercados expõe as organizações a riscos constantes, por isso, ter conhecimento da situação econômico-financeira das mesmas pode ser uma forma eficiente de trazer o conhecimento da realidade frente ao seu mercado.Neste contexto, esse estudo tem por objetivo geral expor e analisar como as demonstrações contábeis divulgados pelas empresas contribuem na identificação e classificação do desempenho delas em relação a sua capacidade de cumprir os compromissos com os recursos que constituem seu patrimônio ou seu ativo. Ao consolidar os reflexos dos indicadores financeiros extraídos das demonstrações contábeis da PETROBRAS, foi elaborado um estudo de caso que tomou como base os modelos matemáticos de previsão de Insolvência de Kanitz (1978), Elizabetsky (1976), Matias (1978) para avaliar a eficiência na aplicação dos recursos empresariais da mesma. Com isso, foi possível dar maior confiabilidade a capacidade da PETROBRAS de auto sustentação de forma saudável no mercado.É necessário destacar que os períodos utilizados para a análise foram de 2009 a 2014 e, a partir desses, foi realizado o estudo descritivo e quantitativo sobre a empresa em relação aos resultados divulgados anualmente.

Palavras-chave: Indicadores financeiros; Previsão de insolvência; Modelos de previsão.

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1. Introdução

De acordo com Weston e Brigham (2000), a avaliação da situação financeira é uma necessidade antiga das organizações. Por isso, para Assaf Neto (2002) é possível predizer a performance futura baseado em comportamentos passados ao vislumbrar informações contábeis divulgadas pelas empresas.

Segundo Barbosa (2010), a análise financeira de demonstrativos é de grande utilidade quando se busca o enfoque gerencial, pois serve como base de informações na tomada de decisão do administrador. Quanto mais numerosas as informações filtradas das demonstrações, maior a possibilidade de se elaborar um planejamento financeiro. Isso possibilita à empresa uma maior competitividade em relação a seus concorrentes e uma grande antecipação a possíveis situações de riscos, o que contribui para um melhor desenvolvimento e crescimento econômico.

Há algum tempo, estudiosos alinham conhecimentos matemáticos e estatísticos com o objetivo de desenvolver técnicas de interpretação dos dados contábeis adequados à tomada de decisão e ao auxílio nas funções gerenciais.

Paralelo as pesquisas desenvolvidas, esse estudo de caso apresenta o dados contábeis divulgados, anualmente, pela Petrobrás e realiza o cálculo dos indicadores comumente utilizados pelas organizações. Além disso, são aplicados a esses indicadores as principais técnicas de previsibilidade de falência conhecidas no Brasil, as quais foram desenvolvidas por Kanitz(1978), Elizabetsky(1976) e Matias(1978) que têm como objetivo emitir sinais de problemas potenciais, ao observar os dados que refletem o passado e, através disso, presumir a situação da empresa em função do tempo.

2. Fundamentação teórica

Dentre os diversos estudos que se evidenciam no Brasil, os testes estatísticos sobre projeções de possíveis situações de falência de uma empresa entre eles: os teste de Kannitz(1978), Elizabetsky(1976) e Matias(1978) são considerados de primordial importância para sobrevivência e permanência das empresas em seus mercados. Por isso, nesse item serão detalhados os termômetros utilizados no trabalho em estudo.

2.1. Modelo de Kanitz

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Brasil e construiu o chamado termômetro da insolvência em 1978, seguindo uma linha semelhante a dos trabalhos de Altman.

O Termômetro de Kanitz foi elaborado pelo professor Stephen Charles Kanitz. Ele surgiu da necessidade que se tinha de descobrir a situação real de uma empresa. Ocorreram alguns casos em que foi feita uma análise minuciosa dos balanços, constatando que a empresa não apresentavam perigo de falência e alguns meses depois entraram com pedido de concordata. Com isso, foi percebido que somente a análise dos balanços não era suficiente. Para corrigir essa deficiência, Kanitz criou o fator de insolvência e depois classificou os resultados obtidos numa faixa perigosa ou não.

O fator de insolvência foi elaborado através de técnicas estatísticas de regressão múltipla e análise discriminante, além disso, ele também criou uma escala que é utilizada para classificar a situação da empresa em solúvel, penumbra e insolvência, baseado no valor encontrado com a fórmula do fator. Solúvel é quando o resultado for positivo, acima de 0, penumbra quando for entre 0 e -3 e insolventes valores menores que -3, como mostrado na figura 1.

Figura 1 - Termômetro de Kanitz (1978)

Fonte: Adaptado pelas autoras baseado em Kanitz (1978)

Segundo Kanitz (1978), uma empresa dá sinais de falência muito antes de chegar ao ponto de falência. É compreensível que devem existir alguns indícios do que vai acontecer nos balanços publicados.

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O objetivo do termômetro de Kanitz é indicar o que poderá acontecer com a empresa caso não tome nenhuma atitude para corrigir os seus erros. Além de informar se a mesma está solvente ou não, ele pode ajudar os Bancos a decidirem se devem conceder empréstimo ou não a determinado cliente, pois essa análise permite diminuir a probabilidade da organização não honrar o compromisso, após receber o dinheiro. Com isso, esse termômetro auxilia os Bancos a terem menos riscos em relação a gestão de seus ativos.

2.1.1 Cálculo do Fator de Insolvência

O primeiro passo é calcular as cinco variáveis baseadas nos resultados que estão no balanço patrimônial e na DRE, abaixo são detalhadas as variáveis:

 A primeira variável, X1, é igual ao lucro líquido sobre o patrimônio líquido, que é a

rentabilidade do patrimônio.;

 A segunda variável, X2, é o ativo circulante mais o realizável a longo prazo sobre o

passivo mais o exigível a longo prazo, que é o índice de liquidez geral;

 A terceira variável, X3, é o ativo circulante menos os estoques sobre o passivo

circulante, que é o índice de liquidez seca;

 A quarta variável, X4, é o ativo circulante sobre o passivo circulante, que é o índice de

liquidez corrente;

 A quinta variável, X5, é o passivo circulante mais o exigível a longo prazo sobre o

patrimônio líquido.

Os valores das variáveis são múltiplicadas por constantes, que foram encontradas através de análises estatísticas, formando assim a fórmula abaixo:

K= 0,05 X1 + 1,65 X2 + 3,55 X3 - 1,06 X4 - 0,33 X5 .

De acordo com o resultado do fator de insolvência, a empresa pode ser classificada em uma faixa perigosa ou não, que é definida em solúvel para resultados positivos, penumbra para valores entre 0 e -3 e insolvente para soluções menores que -3

2.2. Modelo de Elizabetsky

O modelo de Elizabetsky foi desenvolvido em 1976 para a previsão de falência das empresas. Segundo Silva (2000), o método utilizado para o desenvolvimento do modelo matemático foi a análise discriminante em empresas no ramo de confecção, com o objetivo de diminuir a subjetividade na aprovação e concessão de crédito, padronizando esse processo.

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A fórmula encontrada nesse modelo, como no modelo de Kanitz, tem cinco váriáveis. São elas:

 Y1 é o lucro líquido sobre vendas;

 Y2 é o disponível sobre o ativo permanente;

 Y3 são as contas à receber sobre o ativo total;

 Y4 é o estoque sobre ativo total;

 Y5 é o passivo circulante sobre o ativo total.

Com essas variáveis ele criou a fórmula abaixo. E = 1,93Y1 - 0,20Y2 + 1,02Y3 + 1,33Y4 - 1,12Y5 .

De acordo com o resultado, classifica-se o ponto crítico como sendo 0,5. Se for menor que 0,5 a empresa estará em estado de insolvência e se for maior estará em estado de solvência, como mostra a figura a seguir, Figura 2.

Figura 2 - Termômetro de Elizabetsky (1976)

Fonte: Elaborado pelas autoras baseado em Elizabetsky (1976)

2.3. Modelo de Matias

Conforme Vasconcelos (2006), esse modelo foi desenvolvido em 1978 através de técnicas de análise discriminante em empresas de ramos diferentes. E segundo Matias (1978), o objetivo era melhorar a análise de crédito, de forma a agilizar a concessão de crédito a pessoas jurídicas sem prejudicar a eficiência.

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A fórmula criada por ele contém 6 variáveis, que tem como base os elementos contidos no balanço financeiro e na DRE. São eles:

 W1 é igual ao patrimônio líquido sobre o ativo total;

 W2 é igual à financiamento e empréstimos bancários sobre o ativo total;

 W3 é igual à fornecedores sobre o ativo total;

 W4 é igual ao ativo circulante sobre o passivo circulante;

 W5 é igual ao lucro operacional sobre o lucro bruto;

 W6 é igual ao disponível sobre o ativo total.

Com essas seis variáveis ele criou a seguinte fórmula:

M = 23,792W1 - 8,26W2 - 9,868W3 - 0,764W4 + 0,535W5 + 9,912W6.

O ponto crítico estipulado foi igual a zero. Caso o resultado der maior que zero a empresa está solvente, mas se for menor ela estará insolvente (Matarazzo, 2003). Abaixo é apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Termômetro de Matias (1978)

Fonte: Elaborado pelas autoras segundo Matias (1978)

3. Estudo de caso

Na presente avaliação financeira, foi realizado uma pesquisa bibliográfica baseada nos modelos de prognóstico matemáticos de insolvência para referenciar cientificamente as informações apresentadas. A partir disso, consolidou-se uma pesquisa descritiva da empresa em estudo, uma análise dos demonstrativos contábeis e uma avaliação dos métodos utilizados.

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3.1. A Empresa Estudada

A empresa selecionada para o referido estudo é a Petróleo Brasileiro S.A - PETROBRAS, uma empresa de economia mista e de capital aberto, mas que é controlada integralmente pela União. A empresa brasileira está presente em mais de 27 países e é referência no cenário nacional e internacional.

Sua composição de negócio está relacionada com as operações de exploração, produção, refino, comercialização e transporte de óleo, gás natural, derivados, energia elétrica, biocombustíveis e outras fontes energia. Para essas operações a companhia conta com 60 anos de experiência no seu mercado, fruto de inúmeras políticas internas de conduta que valoriza e prioriza a transparência, a responsabilidade social e ambienta, a tecnologia e inovação, a qualidade de gestão e a solidez financeira.

Entretanto, a questão do crescimento histórico do endividamento da petroleira brasileira trouxe preocupações recentes para os investidores e acionistas. Situação esta que é agravada devido ao audacioso e robusto programa de investimento da empresa, associado à possível incapacidade de aumento de fluxo de caixa.

Inserida neste contexto de crescimento do endividamento, a análise de insolvência faz-se necessária, uma vez que verificar as possibilidades de inadimplências da estatal petrolífera ajuda a detectar e corrigir erros e também a alertar os stakeholders em relação a possibilidade de a companhia manter-se no mercado.

3.2. Demonstrações Contábeis

Anualmente, a Petrobrás divulga seus demonstrativos contáveis como uma forma de tornar a publicar a sua situação econômica. Assim, esse estudo de caso utilizou alguns balanços patrimoniais e demonstrações de resultados dos exercícios da empresa dos períodos de 2009 a 2014 para visualizar detalhadamente todos os fatos contábeis ocorridos na entidade.

Baseado no relatório anual de análise financeira e demonstrações contábeis - AFDC, disponibilizados, foram criadas as seguintes tabelas com a DRE- Demonstração de Resultado do Exercício e BP- Balanço Patrimonial:

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Tabela 1 - Demostração dos Resultados do Exercício em milhões de reais

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3.3. Análise do Termômetro de Kanitz

Com o auxílio do modelo de Kanitz, realizou-se o cálculo do fator K. O fator é encontrado por meio das variáveis X1 à X5 que representam indicadores contábeis tradicionais como: rentabilidade do patrimônio, liquidez geral, liquidez seca, liquidez corrente e grau de endividamento. Abaixo são mostrados os cálculos dos indicadores, Tabela 3.

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13 Fonte: Elaborado pelas autoras a partir da análise de Kanitz

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os mesmos para se obter o fator K, como mostra a fórmula abaixo: K= 0,05 X1 + 1,65 X2 + 3,55 X3 - 1,06 X4 - 0,33 X5 .

A tabela abaixo apresenta o desempenho da Petrobras alinhado à fórmula do modelo de Kanitz e as suas variáveis calculadas anteriormente, conforme a Tabela 4.

Tabela 4: Relação dos índices com os indicadores

Fonte: Elaborado pelas autoras

Segundo Marion (1998), o Prof. Stephen C. Kanitz utilizou índices financeiros através de método estatístico, criando um termômetro com a função de medir a capacidade financeira de empresas falidas, resultando em um método que prevê falência das empresas.

Aderido ao cálculo do indicador composto, o termômetro do professor Kanitz possibilitou classificar a situação da Petróleo Brasileiro S.A de acordo com o intervalo de solvência, como mostra a imagem abaixo, Figura 4:

Figura 4: Termômetro de Kanitz com tabela dos valores do indicador dos anos de 2009 á 2014 e sua classificação em relação ao termômetro

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Em relação ao termômetro, nos anos de 2009 à 2014, a Petrobras manteve-se na situação de solvência, pois o fator apresentou valor positivo acima de zero em todos os anos. Entretanto, é possível identificar que o fator sofre redução quando comparado ao longo dos anos.

Dessa forma, é possível concluir que, conforme o método estatístico de Kanitz, a situação de solvência da Petrobras diminuiu ao longo do tempo, situação esta que serve de alerta, pois erros devem ser corrigido para evitar cenários indesejadas no futuro.

3.4. Análise do Termômetro de Elizabetsky

Para obter o termômetro de insolvência pelo método de Elizabetsky, foi calculado, inicialmente, as variáveis que fazem parte do referido indicador composto, que são: Y1 (Lucro Líquido sobre vendas); Y2 (Disponível sobre o Ativo Permante); Y3 (Contas à Receber sobre o Ativo Total); Y4 (Estoque sobre Ativo Total) e Y5 (Passivo Circulante sobre o Ativo Total). A seguir, é exposto o cálculo dos mesmos, Tabela 5.

Tabela 5 - Cálculo dos Indicadores relacionados à técnica de Elisabetsky

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir da análise de Elisabetsky

Para continuar a aplicação do modelo de Roberto Elisabetsky, foram aplicados os valores das variáveis encontradas na tabela 5 e associados a fórmula de cálculo do índice de Elizabetsky, E = 1,93Y1 - 0,20Y2 + 1,02Y3 + 1,33Y4 - 1,12Y5. Através dos resultados obtidos pela aplicação da fórmula matemática descrita por Roberto Elizabetsky, foram identificados os

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seguintes resultados entre os períodos de 2009 e 2014:

Tabela 6: Relação dos índices com os indicadores

Fonte: Elaborado pelas autoras

Obtido os resultados, o termômetro de Elizabetsky viabilizou a especificação financeira da empresa em estudo em relação ao sistema de avaliação de crédito, e assim, segundo o termômetro, a Petrobras classifica-se como insolvente em todos os períodos, como mostra a figura 5.

Figura 5: Termômetro de Elizabetsky com tabela dos valores do indicador dos anos de 2009 a 2014 e sua classificação em relação ao termômetro

Fonte: Elaborado pelas autoras

Desta forma, em relação a essa metodologia, a Petrobras encontra-se em estado de insolvência, pois os indicadores de Elizabetsky ao longo do período de 2009 a 2014 esteve a baixo do valor crítico de 0,5. Além disso, é verificado que a empresa, segundo a análise dos períodos, encontra-se em estágio crescente de insolvência. Esta situação revela que, segundo o

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método matemático de Elizabetsky, existe um potencial de falência para a empresa em estudo a longo e médio prazo.

3.5. Análise do Termômetro de Matias.

De forma análoga aos outros métodos, no Termômetro de Matias, é calculado, inicialmente, as seis variáveis propostas para a obtenção de um indicador capaz de avaliar a disponibilidade de crédito. Esses seis fatores são: W1 (Patrimônio Líquido sobre o Ativo Total); W2 (Financiamento e Empréstimos sobre o Ativo Total) ; W3 (Fornecedores sobre o ativo total); W4 (Ativo Circulante sobre o Passivo Circulante); W5 (Lucro Operacional sobre o lucro bruto) e W6 (Disponível sobre o Ativo total).

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19 Fonte: Elaborado pelas autoras a partir da análise de Matias

Em sequência, foi aplicado a fórmula matemática desenvolvida por Albert Borge Matias, M = 23,792W1 - 8,26W2 - 9,868W3 - 0,764W4 + 0,535W5 + 9,912W6, para o período de 2009 a 2014. Abaixo, é apresentada a tabela de desenvolvimento do cálculo:

Tabela 8: Relação dos índices com os indicadores

Fonte: Elaborado pelas autoras

Com os valores dos indicadores de Matias, foi apontado a situação da Petróleo Brasileiro S.A. Conforme o valor crítico zero, que foi considerado com marco na classificação das empresas em relação a solvência ou a insolvência, esse indicador composto foi utilizado como um termômetro ou sinalizador da situação de inadimplência da estatal. A sistematização está exposta a seguir, figura 6:

Figura 6: Termômetro de Matias com tabela dos valores do indicador dos anos de 2009 à 2014 e sua classificação em relação ao termômetro

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20 Fonte: Elaborado pelas autoras

Portanto, em relação a termômetro de Matias, que visa prever a situação de falência da empresa, foi verificado que a Petrobras apresentou estado de solvência nos períodos entre 2009 e 2012, pois os indicadores de Matias apresentaram valores positivos, ou seja, acima do valor crítico. Já nos anos de 2013 e 2014, a empresa apresentou valores negativos, mostrando assim que a empresa esteve insolvente nesses últimos anos.

Apesar de, inicialmente, a empresa ter apresentado solvência nos, é identificado que o estágio de solvência a partir de 2010 foi reduzindo-se até alcançar o estágio crítico a partir do período de 2013.

3.6. Análise Comparativa

A análise de previsão de insolvência é uma técnica utilizada para auxiliar na tomada de decisões. Os modelos utilizados para análise disponibilizam relações estatísticas entre os indicadores e buscam identificar a confiabilidade dos dados contábeis.

Com base nos resultados encontrados, foi identificado que a Petrobras apresentou, nos períodos em estudo, comportamento diferente nos três termômetros. Entretanto, foi possível perceber uma semelhança entre os indicadores de Kanitz e Matias entre o período de 2009 e 2012.

No termômetro de Kanitz, a Petrobras está solvente durante todo o período estudado. Porém os índices foram diminuindo ao longo dos períodos, mostrando que, apesar da situação de solvência da empresa, a qual foi diagnosticada pelo termômetro, os resultados financeiros

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estão reduzindo-se. Consequentemente, é possível prever insolvência para os próximos anos. Na análise do termômetro de Elizabetsky, foi percebido que, entre os períodos estudados, todos apresentaram-se insolventes. Apesar do diagnóstico de Elizabetsky diferente de Kanitz quanto a relação de solvência, visto que em Kanitz todos os períodos foram solventes, os dois termômetros evidenciaram que os indicadores reduziram-se ao longo dos períodos, salvo em 2010 e 2011 que o termômetro de Elisabetsky apresentou um aumento, mas não o suficiente para sair do estágio de insolvência.

Já no termômetro de Matias, nos primeiros quatro anos - entre 2009 e 2012 - a Petrobras esteve solvente, porém nos dois últimos anos - 2013 e 2014 - os índices diminuíram consideravelmente, diagnosticando a situação da empresa como insolvente. Vale destacar que o termômetro de Elisabetsky e Matias apresentaram variação semelhante nos anos de 2010 e 2011, no qual é possível identificar que nesses períodos os indicadores apresentaram os maiores resultados em relação aos demais.

Os resultados apresentados por cada termômetro estão diretamente relacionados aos indicadores e aos multiplicadores que cada modelo utiliza para o cálculo do seu fator. Ao fazer a escolha do modelo, é importante analisar a atividade da empresa e o comportamento dos seus dados contábeis para então identificar qual o modelo será mais adequado para concluir sobre o estado de insolvência de uma organização.

No modelo de Kanitz, são utilizadas 5 variáveis e entre elas há maior predominância de indicadores que relacionam o ativo e o passivo, pois, nesse modelo, são destinadas 3 variáveis para calcular o comportamento do ativo circulante e não circulante em relação ao passivo circulante e não circulante. As demais variáveis são destinadas para calcular relação entre os elementos do passivo total e outra entre o demonstrativo do resultado do exercício com o patrimônio líquido.

No modelo de Matias, são utilizadas 6 variáveis e, entre essas, 4 são para calcular a representatividade dos bens e direitos com as obrigações apresentadas no balanço patrimonial. Entre os indicadores restantes, um destina-se a calcular relação entre elementos do ativo total e outro indicador relaciona elementos do demonstrativo do resultado dos exercícios.

No modelo de Elizabethsky, são utilizadas 5 variáveis e entres estas, 3 analisam apenas elementos do ativo total. O modelo dedica uma variável para os elementos do demonstrativo do resultado do exercício e apenas uma variável para analisar o comportamento dos bens e

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direitos com as obrigações da empresa.

Em relação ao termômetro de Elizabethsky, as suas variáveis apresentam pouca relação com os outros dois modelos. Dessa forma, a conclusão em relação ao termômetro foi diferente, pois, nesse caso, a Petrobras apresenta situação de insolvência em todos os períodos estudados.

Entretanto, há uma semelhança em relação aos resultados obtidos pelos três termômetros utilizados, pois nos indicadores de Kanitz e Matias é verificada tendência ao estado de insolvência no decorre dos períodos, visto que, no termômetro de Matias, os dois últimos períodos são insolventes. Já no termômetro de Elizabethsky, todo o diagnóstico já está no estado de insolvência. Desta forma, é sinalizado para a Petrobras um alerta em relação a tendência da empresa a alcançar o estado de insolvência, pois, apesar Kanitz apresentar-se totalmente solvente, é possível identificar uma tendência, para a análise dos próximos anos, dos resultados continuarem reduzindo até, possivelmente, alcançar o estado de insolvência. Ao analisar todos os termômetros e a situação real da empresa, o termômetro que apresentou um diagnóstico condizente com a realidade foi o de Kanitz, pois, apesar da Petrobras estar enfrentando uma crise nos últimos anos, ela ainda não está insolvente, pois isso é evidenciado através dos resultados financeiros publicados. Com os resultados obtidos em Kanitz, a empresa está próxima da faixa de penumbra, ou seja, não está na insolvência, apesar de estar, possivelmente, se encaminhando.

Com isso, o presente trabalho optou pelo termômetro de Kanitz, pois o mesmo possibilitou um diagnóstico mais coerente em relação aos dados analisados. Além disso, com esse termômetro é possível alertar a Petrobras, pois a mesma está tendente ao alcance do estágio de penumbra, o qual exige bastante cautela na gestão do negócio.

Assim, com o diagnóstico do presente trabalho, é possível auxiliar na tomada de decisão dos investidores em relação a aplicação de capital na empresa e também quanto a possibilidade de retorno do investimento. Além disso, é possível auxiliará também ao governo, permitindo o conhecimento da tendência para o futuro da estatal e, assim, buscar alternativas na gestão da empresa.

4. Considerações Finais

Por meio do estudo, foi possível identificar que a análise das demonstrações contábeis é uma técnica esclarecedora na avaliação de riscos para concessão de crédito.

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Portanto, foi concluído que a realização do estudo possibilita o acompanhamento da capacidade de geração futura de lucros e do fluxo de caixa para cumprir as obrigações através dos indicadores extraídos de dados contábeis divulgados pela Petrobras.

Como proposta para estudos futuros, caberá a aplicação desse modelo de predição de insolvência em outras empresas do ramo petrolífero em situação financeira diferente para verificar se a análise dos indicadores ratifica essa conclusão

5. Referências Bibliográficas

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<http://www.faer.edu.br/revistafaer/artigos/edicao2/heitor.pdf >. Acesso em: 08 jan. 2015 ELIZABETSKY, R. Um modelo matemático para decisões de crédito no banco

comercial. 1976. 190 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, 1976.

KANITZ, S.C. Como prever falências. São Paulo: McGraw Hill, 1978. MARION, J.C. Contabilidade Empresarial. 8 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

MATIAS, A.B. Contribuição às técnicas de análise financeira: um modelo de concessão de crédito. 1978. 106 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Economia e Administração da USP. São Paulo - SP,1978.

MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. 6º ed. São Paulo : Atlas, 2003.

SILVA, A.L.P. Utilizando o planejamento como ferramenta de aprendizagem. São Paulo: Global, 2000.

VASCONCELOS, Y.L. Compreenda as finanças de sua empresa: introdução à análise das demonstrações contábeis. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

WESTON, J. F e BRIGHAM E.F. Fundamentos da administração financeira. 10.ed., São Paulo: Makron Books, 2000.

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