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Eixo Temático: 11 PROBLEMAS SÓCIOS AMBIENTAIS URBANOS E RURAIS

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Academic year: 2021

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Eixo Temático: 11 – PROBLEMAS SÓCIOS AMBIENTAIS URBANOS E RURAIS

ANÁLISE PERCEPTIVA DOS PROBLEMAS URBANOS DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA – MG Maola Monique Faria1 (maolageo@gmail.com); Katia Karoline Delpupo Souza1

(karoldelpupo@yahoo.com.br); Kelly Oliveira Barros1 (kellyobarros@yahoo.com.br); Mariana Martins de Carvalho1 (marianageografia@gmail.com); Maysa da Mata Silveira1 (msmaysa@yahoo.com.br);

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ANÁLISE PERCEPTIVA DOS PROBLEMAS URBANOS DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA – MG

Maola Monique Faria1 (maolageo@gmail.com); Katia Karoline Delpupo Souza1

(karoldelpupo@yahoo.com.br); Kelly Oliveira Barros1 (kellyobarros@yahoo.com.br); Mariana Martins de Carvalho1 (marianageografia@gmail.com); Maysa da Mata Silveira1 (msmaysa@yahoo.com.br);

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Discentes do Curso de Geografia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.

Resumo: Os sítios urbanos, principalmente a partir da década de setenta, vivenciaram um crescimento abrupto decorrente de um elevado aumento populacional. A urbanização sem planejamento trouxe diversos problemas socioambientais, dentre eles estão: poluição sonora, das águas superficiais e subsuperficiais, do ar, geração de lixo, circulação, pobreza, concentração de renda, dentre outros. Apesar desses problemas urbanos serem bastante comuns na maior parte das cidades brasileiras, é corriqueiro a população nem se quer os perceber ou, caso contrário, continuar passivos diante de tal situação. Nesse sentido, esse trabalho tem por objetivo identificar e analisar os problemas urbanos que afetam o meio ambiente e a qualidade de vida da população no município de Viçosa (MG). Para isto, foi analisado um trecho da cidade que se inicia na Praça Silviano Brandão, difusora de fluxos para importantes pontos da cidade e termina no edifício administrativo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Edifício Arthur Bernardes. Para isso percorreu-se o trecho a fim de aguçar a percepção, para que dessa forma fosse possível identificar problemas cotidianos da vida urbana que, muitas vezes passam despercebidos. Esse exercício proporcionou identificar questões como a ocupação irregular do leito do Ribeirão São Bartolomeu, intenso fluxo de veículos, alto índice de ocupação do solo, impermeabilização total dos lotes, lançamento direto de esgoto e assoreamento do curso d’água. Muitos dos problemas identificados são de difícil solução, já que a área está intensamente ocupada, mas, medidas como mudança na direção do fluxo de veículos, aumento do número de passeios, canalização e tratamento dos efluentes domésticos e comerciais, recuperação do leito do Ribeirão e maior limitação na lei de uso e ocupação dos solos, podem contribuir para amenizar tal condição. Além disto, um intenso trabalho de educação ambiental, entre os moradores e usuários pode contribuir para melhoria da qualidade de vida desta população.

Palavras-chave: Impactos ambientais; urbanização; percepção.

1) Introdução

As cidades são áreas onde vivem grande parte da população nos países ou regiões que se industrializaram e mecanizaram suas atividades agrícolas. A existência de cidades remonta aos primórdios da civilização, entretanto a intensificação do processo de urbanização veio com a revolução técnico-científico-industrial, mais significativa a partir do século XIX e, sobretudo no século XX. (ROSS, 2003). Esta revolução trouxe para as cidades um elevado contingente populacional, que se instalou nessas de forma desordenada graças à ação dos especuladores regionais e a ausência de um Plano Diretor orientador da expansão e do desenvolvimento das cidades.

Essa opção de desenvolvimento predominante contribuiu para a consolidação de atitudes degradantes no uso e ocupação do solo, transformando fundos de vale em avenidas, áreas protegidas em loteamentos, ocupando várzeas, impermeabilizando o solo, desconsiderando o território e perpetuando as enchentes. Na visão de Ott (2004) as cidades como forma de aglomeração humana, provocam problemas locais, regionais e globais. O aumento da urbanização sem planejamento trás ainda poluição sonora, dos cursos hídricos, do ar, lançamento de lixo e

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esgoto sem tratamento, transito caótico, pobreza, concentração de renda, entre outros. No entanto, a grande parte da população urbana continua impassível a esses problemas que sua cidade enfrenta. Isso se dá, entre outros fatores, em razão da falta de sensibilidade crítica de seus moradores.

Grostein (2001) afirma que os problemas ambientais urbanos dizem respeito tanto aos processos de construção da cidade e, portanto, às diferentes opções políticas e econômicas que influenciam as configurações do espaço, quanto às condições de vida urbana e aos aspectos culturais que informam os modos de vida e as relações interclasses.

Ao se considerar tais questões, pode-se afirmar que o município de Viçosa (MG), localizado na Zona da Mata Mineira, vivencia efetivamente estes problemas, uma vez que teve a expansão de sua área urbana influenciada pelos especuladores imobiliários. Além disso, possui uma paisagem imprópria à ocupação, principalmente no que se refere à questão do relevo, já que apresenta relevo acidentado com 85% montanhoso, 12% ondulado e 3% plano. (Prefeitura Municipal de Viçosa, 2008)

Diante disso, torna-se de fundamental importância entender o espaço em que vivemos para que seja possível fazer uma análise critica das mais diversas situações que vivenciamos a cada dia. Com tal objetivo, vimos à importância e a viabilidade de se despertar esse olhar na população frente os problemas urbanos à sua volta.

Por isso, com este trabalho pretende-se identificar e analisar os problemas urbanos que afetam o meio ambiente e a qualidade de vida da população no município de Viçosa (MG). Para isto, torna-se necessário a delimitação de um trecho da cidade que seja representativo quanto à análise dos problemas urbanos; discutir as causas e conseqüências dos problemas identificados, bem como os atores envolvidos e propor ações mitigadoras para tais problemas.

2) Metodologia

Viçosa está situada na região da Zona da Mata mineira, entre as Serras da Mantiqueira, do Caparaó e da Piedade. Encontra-se a uma altitude de 649 m e tem como coordenadas geográficas o paralelo de 20°45´14´´, latitude S, e o meridiano de 42°52´54´´, longitude W Gr. O município está inserido no Planalto de Viçosa, no Domínio Morfoclimático dos Mares de Morros (AB’SABER, 2003). Pertencente à Bacia do Rio Doce, tem como principal curso d’água o ribeirão São Bartolomeu, afluente do rio Turvo Sujo. O clima da região é o Tropical de Altitude, com verão chuvoso e temperaturas amenas. A vegetação original é do tipo floresta tropical subperenifólia e pertence à Mata Atlântica, de acordo com dados da Prefeitura Municipal de Viçosa.

O Município possui uma população de 70.404 (IBGE, 2007) e, segundo a prefeitura, a vocação econômica do município está intrinsecamente ligada à atividade educacional, sobretudo, à pesquisa e inovação. São 40 escolas de ensino fundamental, 11 de ensino médio, 38 de pré-escola, e 4

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de ensino superior, e cursos pré-vestibulares. Essa característica influenciou de sobremaneira o desencadeamento de sua expansão urbana.

Para a realização deste trabalho foi delimitado um trecho de estudo (Figura 01), levando-se em consideração sua representatividade quanto ao restante do município. Este tem seu início na Praça Silviano Brandão, que está localizada na região central do município, que concentra atividades comerciais, veículos e pessoas, sendo, portanto, difusora de fluxos para importantes pontos da cidade. O trecho segue a Rua Senador Vaz de Melo e a Avenida P.H. Rolfs, importantes vias de concentração imobiliária em função da sua proximidade com a Universidade Federal de Viçosa. Por fim o trecho tem seu término no edifício administrativo da Universidade, o Edifício Arthur Bernardes, o que possibilita analisar problemas também no campus. Os problemas foram identificados sob uma ótica perceptiva da área de estudo, na tentativa de analisar de maneira crítica o espaço vivido.

Figura 01 – Delimitação do trecho de estudo

3) Resultados e Discussão

Os principais problemas encontrados no trecho delimitado são: ocupação do leito do Ribeirão São Bartolomeu, alto índice de ocupação do solo, lançamento direto de esgoto no leito do rio e assoreamento do curso d’água.

De acordo com as observações visuais, a expansão urbana do município se deu de forma espontânea e acelerada, em função da atração exercida pela Universidade Federal de Viçosa. Aliado a isto, há uma forte especulação imobiliária que aumenta a pressão na busca de novas áreas a serem construídas. Este cenário acarretou a ocupação das áreas ripárias na zona urbana (Figura 02), o que desrespeita a Lei Federal nº 4.771, de 1965, que inclui estas como Áreas de Preservação Permanente

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(APP). Este fato acarreta poluição e influencia negativamente tanto no equilíbrio hidrológico quanto na diminuição da biodiversidade do ribeirão.

Figura 02 – Construções no leito do rio no centro da cidade

Além da ocupação, observa-se ainda o despejo de esgoto diretamente no curso d’água, pelos moradores da cidade, que faz com que a qualidade da água seja deteriorada e haja impacto visual e odor desagradável; bem como o assoreamento causado por obras em locais inadequados, como terrenos declivosos, o que causa acentuados índices de perda de solo em função da desestabilização do talude. Este fato tem como conseqüência o carreamento de solo pelas águas da chuva e conseqüente acúmulo no curso do ribeirão. Seria interessante a implantação de um novo e mais eficiente sistema de captação de águas pluviais. Essa medida amenizaria em grande medida o problema das enchentes.

O crescimento da Universidade Federal de Viçosa trouxe consigo um grande número de estudantes que busca residir próximo ao campus, o que confere ao centro da cidade um elevado índice de ocupação e verticalização nas proximidades da universidade (Figura 03).

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Figura 03 – Processo de Verticalização

No que se refere à ocupação inadequada do leito do rio, aponta-se como uma possível medida um maior rigor na aplicação das leis ambientais, uma vez que se sabe que solucionar a questão das edificações nesta área de proteção ambiental é impossível. Porém, a aplicação das leis ambientais nas futuras construções é fundamental para que ocorra a conservação destas áreas. Já para o despejo de esgoto sem tratamento prévio em um curso d’água seria interessante a implantação de uma rede de coleta e tratamento do esgoto em toda a área urbana de Viçosa, já que a qualidade do curso d’água seria melhorada.

No que se refere às construções em áreas declivosas, julga-se necessário um melhor planejamento dessas obras antes de sua execução. Esse planejamento contribuiria para que ao se realizar tais construções haja uma diminuição do índice de perda de solo, evitando assim, o assoreamento do curso d’água. Para os empreendimentos já implantados sugere-se a revegetação a fim de promover a estabilização dos taludes.

4) Conclusão

Pôde-se observar que os problemas identificados estão inter-relacionados. Isso se dá pelo fato de todos eles terem a mesma causa: a urbanização que se processou de forma desordenada e acelerada. Sabe-se que quanto mais tardias forem as medidas para amenizar tais impactos, mais custosas e impraticáveis elas serão. Porém, é evidente a importância da conscientização ambiental. Essa medida se efetivaria através de palestras em escolas e distribuição de cartilhas educativas, entre outros meios, com o objetivo de desenvolver a cultura de preservação e cuidado para com o meio ambiente, na tentativa de evitar o agravamento desses problemas, bem como a geração de outros. Isso seria mais proveitoso se fosse uma parceria entre a população viçosense, a Prefeitura Municipal e a

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Universidade Federal, que poderiam se mobilizar em prol de melhorias para a cidade na busca de benefícios para todos.

É possível concluir que os danos ambientais são nitidamente observados no trecho trabalhado. Parte deles dificilmente será revertida completamente. Por esse motivo, a melhor alternativa seria a tomada de medidas mitigadoras. Algumas delas deveriam ser tomadas em caráter de urgência, e trariam benefícios tanto ao meio ambiente quanto à população do município.

Referências Bibliográficas

AB’SABER, A. Os Domínios de Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 160p.

GROSTEIN, M. D. Metrópole e Expansão Urbana: a persistência de processos "insustentáveis", São

Paulo em Perspectiva, São Paulo, SP, v.15, n.1, Jan./Mar. 2001. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392001000100003&script=sci_arttext&tlng=en > Acesso em: 23 set. 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades. Disponível em: http://www.ibge.com.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 22 ago 2008.

OTT, C. Gestão Pública e Políticas Urbanas para Cidades Sustentáveis: A Ética da Legislação no

Meio Urbano Aplicada às Cidades com até 50.000 Habitantes. 2004. 90f. Dissertação (Mestrado

em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, MG, 2004. Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PEPS4413.pdf> Acesso em: 29 set. 2008.

PREFEITURA MUNICIPAL DE VIÇOSA. Localização. Disponível em:

http://www.vicosa.mg.gov.br/?area=conteudo&secao=2. Acesso em 20 ago 2008. ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2003. 552 p.

Referências

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