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O PERIGO DOS PRODUTOS QUÍMICOS DOMÉSTICOS

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Academic year: 2021

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O PERIGO DOS PRODUTOS QUÍMICOS DOMÉSTICOS

1

João Lopes da Silva Neto;

2

Thayana Santiago Mendes;

3

Djane de Fátima Oliveira

1 (AUTOR)Discente do curso de Licenciatura em Química - UEPB 2(COLABORADORA) Discente do curso de Licenciatura em Química - UEPB

3 (ORIENTADORA)Doutora em Engenharia de Processos - UFCG

Resumo: Este trabalho teve como objetivo inicial verificar até que ponto a população em geral

tem informações para manipulação, armazenamento e descarte dos produtos químicos domésticos. Dos resultados obtidos com o questionário aplicado na comunidade do município de Campina Grande – PB, detectou-se a necessidade de implementar ações educativas no sentido de suprir a comunidade de informações científicas importantes para a utilização segura dos produtos. Nesse sentido, foram distribuídos panfletos com informações importantes, visando conscientizar a população dos riscos. Os resultados observados permitiram concluir que a maioria dos entrevistados tem conhecimento prévio e mostram-se interessada em novas informações sobre o adequado manuseio e produtos. Fatores sociais, econômicos e/ou culturais, entretanto, contribuem para a persistência de atos descuidados no manuseio, armazenamento e descarte dos produtos químicos domésticos.

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Introdução

Quando se fala em produtos químicos, a população, geralmente, associa a uma ideia distante da vida comum, manuseados apenas em laboratórios químicos científicos. No entanto, há uma imensa diversidade de produtos químicos que são utilizados diariamente nas atividades domésticas: sabões, brinquedos, alimentos, cosméticos, produtos de limpeza, são apenas alguns dos exemplos.

Grande parte dos produtos químicos que estão disponíveis no mercado, em especial os produtos de limpeza, não foram submetidos a nenhum teste e são fabricados de maneira artesanal e, em diversos casos, sem nenhuma higiene. Levando-se em conta, que muitas das pessoas não se apercebem da necessidade de procedimentos de segurança para utilização desses produtos, surgem aí, chances de causarem sérios problemas à saúde. Dentro deste contexto, podemos citar a utilização de substâncias destinadas ao asseio corporal, como cremes dentais e desodorantes, e a limpeza de ambientes, como sabões, detergentes e desinfetantes.

Os produtos químicos têm sido úteis na erradicação de doenças e epidemias, no controle de pragas e outras aplicações, mas o uso de um grande número de substâncias potencialmente tóxicas tem provocado sérios riscos à saúde humana e dos ecossistemas. Tudo depende de uso que se fizer das substâncias químicas.

As estatísticas afirmam que a grande maioria dos acidentes domésticos acontece pela desinformação ou inobservância de atitudes simples como a leitura dos rótulos dos produtos usados. Os acidentes com produtos químicos domésticos, geralmente, são ocasionados por armazenamento em local inadequado, tendo como vítimas mais frequentes as crianças e os idosos (SINITOX).

A educação acadêmica formal, muitas vezes, omite-se de participar das questões cotidianas. Com esse distanciamento perde-se a oportunidade da transmissão do chamado “conhecimento útil”, aquele conhecimento diretamente ligado às necessidades reais da população.

Diante do exposto, reconhece-se como necessária uma política de conscientização sobre maneiras adequadas dos produtos químicos domésticos, visando a prevenção da contaminação do solo, do ar e água.

O presente trabalho trata dos perigos e riscos associados ao uso e descarte de resíduos de produtos domésticos perigosos, que passam a se constituir num grupo de resíduos que apesar de fazer parte do cotidiano da população, tem sua periculosidade percebida como algo distante e de ação limitada.

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Metodologia

A pesquisa desenvolvida neste trabalho pode ser classificada como experimental, visto que foram coletados dados da realidade diária da cidade de Campina Grande-PB, fornecidos pela comunidade local.

Para o estudo do tema proposto, foi realizada uma pesquisa qualitativa apoiada em observações, além dos dados obtidos com os sujeitos envolvidos na pesquisa. Segundo Bogdan e Biken (citado por LUDKE & ANDRÉ, 1989, p.11) a pesquisa qualitativa “tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento” e, além disso, “envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes”.

Para atingir os objetivos almejados da pesquisa, participaram 50 pessoas (80% do sexo feminino e 20 % do sexo masculino) residentes no município de Campina Grande-PB.

Os questionários da pesquisa foram formulados de tal maneira a permitir a construção das seguintes categorias de análise: formas de uso, manuseio, consciência das informações e descarte.

A coleta de dados foi realizada durante o período de Julho a Agosto de 2011.

-ETAPAS: 1ª etapa:

Inicialmente, foi realizada a pesquisa em bairros da cidade, quanto às práticas e informações comuns à população entrevistada.

2ª etapa:

A partir dos resultados colhidos foram confeccionados panfletos; procedeu-se a distribuição das informações contidas dos panfletos durante as visitas às pessoas envolvidas.

3ª etapa:

Nessa etapa foi discutida a importância das formas corretas de manipular os produtos químicos domésticos, buscando com a construção de uma nova conscientização dos indivíduos participantes.

4ª etapa:

Nessa etapa foram reunidas as ideias trocadas do estudo, onde se pôde constatar o grande interesse dos entrevistados pelas informações.

Produto final:

O desenvolvimento do projeto produziu como produto final um panfleto informativo, próprio para a utilização em ações educativas junto à comunidade em geral.

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Resultados e discussões

O tema escolhido ‘Produtos químicos domésticos’ visou identificar no público alvo os principais fatores que contribuem para atitudes de descaso no uso correto na manipulação, armazenamento e descarte de produtos químicos domésticos.

Inicialmente foram coletadas informações a respeito do perfil social do grupo estudado.

Sexo

HOMENS - MULHERES

Faixa etária (%) Escolaridade (%)

20% 80% 20-40 anos 46% 40-60 anos 34% +60 anos 20% Analfabeto 04% Ens. Fundamental 30% Ens. Médio 30% Ens. Superior 36%

De acordo com a tabela 1 percebe-se que 46% dos sujeitos envolvidos na pesquisa encontram-se na faixa etária de 20-40 anos de idade. No que diz respeito ao gênero é constituído na sua maioria, por mulheres (80%).

Quanto ao nível de escolaridade observa-se uma marcante aproximação entre os níveis fundamental (39%), médio (30%) e superior (36%), dados que revelam que a maior parte do público alvo é jovem e possuidora de instrução variada, logo as ações educativas devem ser adequadas para as características desse público.

Traçado o perfil social, o questionário avaliaram os hábitos de consumo de entrevistados. Abaixo estão os dados apresentando quais são os produtos químicos mais consumidos no cotidiano do público avaliado.

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% 120,00%

Limpeza Alimentação Beleza Combustíveis Agrícolas

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A totalidade dos entrevistados ressaltou utilizar os produtos de limpeza. Dentre os quais, foram citados os sabões em pó ou em barra, detergentes, desinfetantes e outros.

Os produtos de higiene pessoal, maquiagem e alimentos não eram vistos como produtos químicos usados no cotidiano, dificultando para muitas pessoas a sua identificação quanto à presença da química.

Quanto à maneira de manipulação dos produtos químicos domésticos foi possível evidenciar que 94% das pessoas não consideram necessário utilizar qualquer tipo de proteção. Vale salientar que a presença de compostos químicos perigosos, corrosivos ou tóxicos, existentes os produtos utilizados que podem ser cloro, soda cáustica, formaldeído e fenóis. Grande parte dos entrevistados desconhece que tais produtos são agressivos à pele e danificam o sistema respiratório, por exemplo, podendo, então, causar danos à saúde humana. Embora a grande maioria dos entrevistados seja alfabetizada, dentre os avaliados somente 60% afirmaram ler as informações contidas nos rótulos dos produtos químicos de uso doméstico, mas 46% dos indivíduos pesquisados não conseguem compreendê-las, sendo assim, uma leitura em vão.

Conforme as respostas dos sujeitos questionados, 80% verificam a data de validade dos produtos de uso doméstico. Segundo os tais, no caso de vencido o produto químico, se forem detergentes, maquiagens, sabões e outros, descartam (88%). Quando questionados sobre o que fariam no caso de um produto de gênero alimentício, 62% das pessoas descartam, enquanto 34% relataram que devolveriam ao local da compra.

Pode-se observar que 48% das pessoas dizem que guardam os produtos químicos em suas casas separados por classes, limpeza, alimentos, por exemplo.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Separados por classe Embaixo da pia Em locais altos Todos juntos

Formas de armazenamento dos produtos químicos

domésticos

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A mesma atitude de descaso é observada na hora do descarte dos vasilhames ou resíduos dos produtos. A seguir, dados com os hábitos mais comuns da população entrevistada quanto ao descarte dos produtos químicos domésticos, onde, no gráfico abaixo, podemos ver que 82% do público pesquisado dizem que descartam todas as embalagens no lixo doméstico comum.

As três atitudes relatadas geram, de algum modo, preocupação quando são realizadas sem informações científicas seguras. No caso do descarte em lixo doméstico, realizado por 82% do público entrevistado, os danos à saúde pública e ao meio ambiente são notórios. Além da possível contaminação do solo e água com resíduos químicos, há também a proliferação de insetos e roedores comumente associados aos lixões a céu aberto.

A opção de reutilização, ainda que ambientalmente correta, pode representar um grande risco de intoxicação, se desconsiderada a natureza química dos compostos originalmente contidos no recipiente. Neste aspecto, também, a população precisa de instrução científica correta.

Ao abordar a questão de como agir em caso de intoxicação por algum tipo de produto químico, pôde-se deduzir que 84% dos entrevistados relataram que iriam à procura de atendimento médico de urgência e 22% relataram que primeiro tomariam remédios caseiros antes de procurarem um atendimento especializado.

Também pode-se concluir que não há uma clara associação entre má qualidade dos produtos adquiridos e os possíveis riscos à saúde.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Lixo doméstico Reutilização Reciclagem

Forma de descarte dos vasilhames e resíduos dos

produtos químicos

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Produtos químicos Merca conhecida (%) Preço baixo (%) Detergentes 26 76 Desinfetantes 20 82 Sabões 58 42 Sabonetes 80 26 Xampus 72 16 Maquiagem 36 06 Refrigerantes 68 10 Enlatados 52 28 Cremes faciais 32 04 Frios 52 08

Para alguns produtos, notadamente no setor de limpeza, o principal convencimento para compra é realmente o menos preço disponível, conforme se observa n gráfico acima. A marca consolidada no mercado como detentora de qualidade só é considerada nos casos de higiene pessoal e alimentos. Apenas 20% dos entrevistados responderam que adquiriram produtos como detergentes e desinfetantes pela qualidade; os demais afirmaram que nestes itens, escolhiam os produtos de fabricação caseira e, deveras, de origem duvidosa, motivados somente pelo preço baixo.

O critério da aquisição do produto pelo menos preço pode, em muitos aspectos, expor a população a riscos insuspeitos, seja pela baixa qualidade, pouca eficiência da ação do produto, nenhum controle de qualidade de produção e, portanto, maiores possibilidades de agravos diversos à saúde por formação de resíduos tóxicos.

Desse diagnóstico inicial, o que de pôde concluir é que a população ainda carece, em muitos aspectos, de ações educacionais que lhes assegurem uma informação científica aplicada às suas necessidades reais. Dentro do tema proposto, produtos químicos domésticos, a informação precisa ser fornecida de modo adequado, facilitando a assimilação pelas diversas camadas socioculturais do público envolvido.

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Conclusão

O estudo realizado permitiu concluir que a população em geral não faz uso de critérios de qualidade para compra de produtos domissanitários, como detergentes e desinfetantes. Dessa maneira, ao adquirirem inúmeros produtos vendidos em lojas e supermercados, passam a conviver com uma série de riscos involuntários.

Quanto às informações contidas nos rótulos dos produtos destinados ao uso doméstico, a maioria da população tende a ignorá-las, seja porque tais informações não são redigidas de modo a facilitar o entendimento ou porque não trazem esclarecimentos adequados para as principais dúvidas relacionadas ao uso correto do produto.

Conclui-se que a falta de cuidado ao manusear e descartar produtos químicos utilizados na rotina diária está relacionada a fatores sociais e econômicos, entre outros. As ações educacionais devem, portanto, contemplar as diversas realidades do público alvo, buscando envolve-lo na descoberta do conhecimento.

Algumas ações podem ser realizadas na busca de soluções para os problemas relativos aos resíduos domésticos perigosos adotando-se instrumentos como sistemas de informações para a comunidade, capacitação de profissionais do comércio e da saúde, educação ambiental para as crianças e uma maior fiscalização por parte dos sistemas políticos e legais.

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Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Resíduos sólidos – Classificação, NBR 10004. Rio de Janeiro: Brasil, 1987.

BRISK, M. A. An Arco Book – Science Projects. Center for Biomedical Education at City College of New York. A. Simon & Schuster Macmillan Company - Macmillan – USA. 1994

Engenharia Sanitária. Engenheiro Cívil Antonio de Siqueira. 10a. Edição Volume II. Editora Globo. 1950 LAMARE, R. A vida do bebê e cuidados até adolescência. 35a. Edição.Bloch Editores S.A.

LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. . Pesquisa em educação: abordagens qualitativa. São Paulo: EPU. 1986

SCHIO, R. Caracterização Toxicológica de Produtos domésticos que geram resíduos sólidos perigosos e sua destinação no município de Campo Grande – MS (Dissertação de Mestrado UFMS). 2001

Referências

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