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42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR

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Academic year: 2021

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NAGAISSA DANIELE REINHARDT1, ROGÉRIO RIBAS LANGE2 1,2 - Universidade Federal do Paraná

REVISÃO DE LITERATURA EM CERATITE PROGRESSIVA DOS OTARIÍDEOS E DOENÇAS OFTÁLMICAS RELACIONADAS

Resumo: A ceratite dos Otariídeos é uma doença de descrição recente, de grande ocorrência em cativeiro e que necessita de estudos.

Palavras-chave: Otariídae / Pinípedes / Ceratite / Doenças Oculares

LITERATURE REVIEW ON PROGRESSIVE OTARIID KERATITIS AND RELATED OPHTHALMIC DISEASES

Abstract: Otariid Keratitis is a recently described disease, but of great spread on captivity and that needs more studies.

Key-words: Otariidae / Pinnipeds / Keratitis / Eye Diseases

Introdução: Ao cursar a disciplina de oftalmologia veterinária houve interesse pela temática, surgindo assim, a motivação para buscar na literatura assuntos relacionados. Percebeu-se que há escassez de estudos nacionais sobre o tema, mostrando que esse é um campo de estudos que pode ser melhor trabalhado e desenvolvido. O objetivo desse trabalho é procurar na literatura sobre a ceratite progressiva e as doenças relacionadas que ocorrem nos olhos de Pinípedes.

Materiais e Métodos: Pesquisa na base de dados PubMed com os termos “Pinnipeds or Otariídae” and “Keratitis”. Dos nove artigos encontrados, apenas seis mostraram ter relação com o tema da pesquisa.

Resultados: A ceratite dos Otariídeos foi caracterizada e nomeada por Colitz et al (2010) que descreveram três estágios da doença de acordo com a severidade dos sinais clínicos e das lesões. Foram estudados 113 animais, sendo que 64,6% eram afetados pela doença. No estágio 1

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e inicial da doença há opacidade corneal superficial, pode ou não haver úlcera superificial, há edema perilimbal, epífora e blefaroespasmo, além de debris perioculares. No estágio 2 há presença de úlcera indolente, infecções secundárias, pode haver edema difuso e pigmentação cruzando o limbo, e além dos sinais de dor presentes no estágio 1, há também hiperemia conjuntival. Já no estágio 3, o mais severo da doença, as úlceras e infecções secundárias são recorrentes, o epitélio da córnea se solta facilmente pode haver pigmentação difusa e os sinais de dor são severos. Casos de estágio 1 foram encontrados em animais mais jovens.

Pinípedes com menos acesso a luz do Sol desenvolveram a doença mais tarde e apresentaram menos recorrências. Siebert et al (2007) analisaram 355 carcaças de foca-comum (Phoca vitulina), mortas naturalmente ou eutanasiadas devido à gravidade de suas doenças, e desses animais, apenas sete (2%) com idade entre zero e 18 meses apresentaram ceratite ulcerativa e/ou ruptura de córnea. Miller et al (2013) em um estudo histológico em olhos de Pinípedes encontraram um grau muito maior de doenças oculares, especialmente de córnea em animais mantidos em cativeiro em relação aos animais de vida livre. Wright et al (2015) analisaram a presença de Herpesvírus, Poxvírus, Calicivírus e Adenovírus e encontraram alto grau de positividade nos olhos dos Pinípedes mas não necessariamente a presença de lesões oculares. Freeman et al (2011) mostraram que a Doxiciclina pode ser usada por via oral no tratamento de doenças bacterianas ulcerativas de córnea e em inflamação da superfície corneal em elefantes-marinhos-do-norte (Mirounga angustirostris) e possivelmente outros pinípedes. Borkowski et al (2007) relataram o caso de sucesso no tratamento de ceratite ulcerativa severa em foca-comum (Phoca vitulina) usando um sistema de lavagem subpalpebral adaptado quando não houve eficácia

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com outros métodos de aplicação de medicamentos.

Discussão: O estudo de Colitz et al (2010) apontou que a ceratite pode estar diretamente relacionada ao desenvolvimento de catarata e é uma doença dolorosa que deve ser tratada agressivamente. Um fator determinante no agravamento dos sinais da doença é a exposição à luz ultravioleta. Períodos de maior luminosidade apresentam maior número de casos. O estudo cita o grau de salinidade da água, sugerindo que há maior número de casos em animais mantidos em água doce. Mas segundo Gage (2011) há evidências de que poluentes, excesso de cloro ou ozônio na água, além da exposição à radiação ultravioleta são fatores mais importantes, e que a salinidade na água pode não ser relevante. Hanson et al (2009) descreveram observações clínicas em 12 fêmeas de focas-monge-do-havaí (Monachus schauinslandi) em um programa de reabilitação, mostraram que a 9 delas (75%) apresentaram sinais de conjuntivite, olhos vermelhos, blefaroespasmos e fotossensibilidade que evoluiu para opacidade corneal que progrediu ao limbo. Todas as 9 fêmeas desenvolveram catarata e ficaram cegas após 10 a 15 meses depois dos primeiros sinais de doença de córnea. Dos 12 filhotes apenas 1 permaneceu assintomático. Isso mostra que pode sim, haver relação direta entre a doença de córnea e o desenvolvimento de catarata e consequências graves se a doença não for tratada corretamente.

Conclusão: A ceratite dos Otariídeos é uma doença recente e deve ser estudada para que se conheçam melhor suas causas, prevenção e tratamento. Os fatores relacionados ao desenvolvimento da doença então intimamente ligados ao cativeiro, à qualidade da água e à exposição desses animais à luz. É importante que o veterinário que trabalha com pinípedes conheça a etiologia da doença e os conceitos de oftalmologia para que possa preveni-la ou tratá-la ainda nos estágios

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iniciais, trazendo conforto e qualidade de vida a esses animais.

Agradecimentos – A Marcia Helena M. Albuquerque e a Juliane D. Aldrighi.

Referências

BORKOWSKI, R.; MOORE, P.A.; MUMFORD, S. et al. Adaptations of subpalpebral lavage systems used for Llamas (Lama glama) and Harbor Seal (Phoca vitulina). J Zoo Wildl Med v. 38, n. 3, p. 453–459, 2007. COLITZ, C. M. H.; RENNER, M. S.; MANIRE, C. A. et al. Characterization of progressive keratitis in Otariids. Vet Ophthalmol v.13, i.s.1, p.47–53, 2010.

FREEMAN, K.S.; THOMASY, S.M.; STANLEY, S.D. et al. Population pharmacokinetics of doxycycline in the tears and plasma of northern elephant seals (Mirounga angustirostris) following oral drug administration. J Am Vet Med Assoc v. 243, n. 8, p. 1170-1178, 2013. GAGE, L.J. Ocular Disease and Suspected Causes in Captive Pinnipeds. In: MILLER, E.R.; FOWLER, M. Fowler's Zoo and Wild

Animal Medicine Current Therapy, volume 7: Elsevier Saunders,

2011,c. 64, p.490-494.

HANSON, M.T.; AGUIRRE, A. A.; BRAUN, C.R. Clinical Observations of Ocular Disease in Hawaiian Monk Seals (Monachus schauinslandi). U.S.

Dep. Commer., NOAA Tech. Memo., NOAA-TM-NMFS-PIFSC-18, p. 9,

2009.

MILLER, S.; COLITZ, C. M. H.; LEGER, J. S. et al. A retrospective survey of the ocular histopathology of the pinniped eye with emphasis on corneal disease. Vet Ophthalmol v.16, n.2, p.119–129, 2013.

SIEBERT, U.; WOHLSEINY, P.; LEHNERT, K. et al. Pathological Findings in Harbour Seals (Phoca vitulina): 1996-2005. J Comp Path v.137, n. 1 p.47-58, 2007.

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viruses and their association with ocular lesions in pinnipeds in rehabilitation. Vet Ophthalmol v.18, i.s.1, p.148–159, 2015.

Referências

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