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19/10/2020

Número: 0600225-35.2020.6.12.0031

Classe: REGISTRO DE CANDIDATURA

Órgão julgador: 031ª ZONA ELEITORAL DE SIDROLÂNDIA MS Última distribuição : 26/09/2020

Processo referência: 06001838320206120031

Assuntos: Registro de Candidatura - RRC - Candidato, Cargo - Prefeito, Eleições - Eleição

Majoritária

Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO Justiça Eleitoral

PJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes Procurador/Terceiro vinculado

DALTRO FIUZA (REQUERENTE)

POR AMOR A SIDROLANDIA 10-REPUBLICANOS / 15-MDB / 17-PSL / 40-PSB (REQUERENTE)

DIRETORIO MUNICIPAL DO PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO - PMDB (REQUERENTE) COMISSAO MUNICIPAL PROVISORIA DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO-PSB/ SIDROLANDIA-MS (REQUERENTE)

PSL-PARTIDO SOCIAL LIBERAL DE SIDROLANDIA (REQUERENTE)

PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO PRB - COMISSAO PROVISORIA DE SIDROLANDIA (REQUERENTE)

Coligação Experiência e Trabalho - PSDB/PP/SD e outros (IMPUGNANTE)

GUILHERME BUSS CARNEVALLI (ADVOGADO)

PROMOTOR ELEITORAL DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (FISCAL DA LEI)

Documentos Id. Data da Assinatura Documento Tipo 18467 921 19/10/2020 17:50 Sentença Sentença

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JUSTIÇA ELEITORAL

031ª ZONA ELEITORAL DE SIDROLÂNDIA MS

REGISTRO DE CANDIDATURA (11532) Nº 0600225-35.2020.6.12.0031 / 031ª ZONA ELEITORAL DE SIDROLÂNDIA MS

REQUERENTE: DALTRO FIUZA, POR AMOR A SIDROLANDIA 10-REPUBLICANOS / 15-MDB / 17-PSL / 40-PSB, DIRETORIO MUNICIPAL DO PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO - PMDB, COMISSAO MUNICIPAL PROVISORIA DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO-PSB/ SIDROLANDIA-MS, PSL-PARTIDO SOCIAL LIBERAL DE SIDROLANDIA, PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO PRB - COMISSAO PROVISORIA DE SIDROLANDIA

IMPUGNANTE: COLIGAÇÃO EXPERIÊNCIA E TRABALHO - PSDB/PP/SD E OUTROS Advogado do(a) IMPUGNANTE: GUILHERME BUSS CARNEVALLI - MS15563

SENTENÇA

Trata-se de pedido de registro de candidatura de Daltro Fiuza para o cargo de Prefeito, com o número 15, pela coligação Por Amor a Sidrolândia. Juntou os documentos que entendeu pertinentes.

Publicado o edital, o requerimento foi impugnado por meio de ações de impugnação de registro de candidatura pelo Ministério Público (f. 24 e ss.) e pela coligação Experiência e Trabalho (f. 235 e ss.).

Alegam os impugnantes, em síntese, que o impugnado é inelegível, por diversos motivos, quais sejam: a) houve ação de improbidade julgada procedente, nos autos 0800556-04.2012.8.12.0045, que já teria transitada em julgado, já que os RESP e RE teriam sido improvidos; b) por conta da rejeição das contas pela TCE e pela Câmara de Vereadores (f. 31); rejeição de contas pelo TCU.

Intimado para se manifestar, o impugnado rebateu os argumentos lançados, para ao final pleitear a rejeição das AIRC, com o consequente deferimento do regsitro de candidatura.

É o relatório. Decido.

O requerimento de registro de candidatura foi instruído com os documentos necessários, conforme atesta a escrivania.

Contudo, há duas ações de impugnação de registro de candidatura, com diversas alegações de inelegibilidade do requerente Daltro Fiuza.

Passo, assim, à análise de cada uma das teses levantadas, por capítulos, para facilitar o desenvolvimento.

Condenação da ação civil por ato de improbidade administrativa

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administrativa, o que faria incidir a inelegibilidade do artigo 1º, I, “l”, da Lei Complementar 64/90, que prevê: “os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada

em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;”.

Aqui, diversas questões facilmente estão resolvidas com a simples leitura do dispositivo legal. A defesa alega que não houve o trânsito em julgado, Contudo, o dispositivo não exige o trânsito em julgado, pois a decisão “proferida por órgão judicial colegiado” já é suficiente.

Doutro lado, alega a defesa que o prazo de 08 (oito) anos já teria decorrido quando da eleição. Contudo, o prazo de 08 (oito) anos conta do cumprimento da pena. Como o impugnado nem mesmo deu início ao cumprimento da pena, pois como ele mesmo alega ainda não transitou em julgado, esse prazo nem mesmo teve início.

Contudo, a impugnação não merece acolhida por conta de que, conforme consta do dispositivo legal, não basta qualquer condenação por ato de improbidade, mas sim há de ser por “ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e

enriquecimento ilícito” (grifei).

No caso dos autos, analisando a sentença e o acórdão que a manteve, tem-se que o autor da ação de improbidade pediu, e nesse ponto foi atendido, a condenação por ato que afronta aos princípios da LIA, com base no artigo 11, e nem mesmo fez menção aos artigos 9º e 10 da Lei, que são aqueles que importam em enriquecimento ilícito e os que causam prejuízo ao erário, respectivamente.

Não cabe ao Juiz Eleitoral reanalisar os fatos que já foram objeto de ação de improbidade administrativa, com ampla produção probatória e cognição exauriente sobre todos os pedidos. Assim, se o autor da ação não apontou nenhum ato de improbidade que cause dano ao erário e também importe em enriquecimento ilícito, e por conta disso não foi objeto de ação que analisou os fatos, não se pode, agora, ressuscitar tais atos, em afronta não só à prescrição, mas também ao princípio do deduzido e do dedutível.

Desse modo, em que pese haja, de fato, condenação por ato de improbidade administrativa, por decisão colegiada, não estão presentes os demais requisitos do dispositivo legal, de modo que não se verifica, na hipótese, a inelegibilidade do requerente/impugnado.

Rejeição de contas pelo TCE/MS

O segundo ponto levantado nas impugnações e que, na visão dos impugnantes, importaria na inelegibilidade do impugnado, seria a existência de decisão que rejeitou as contas de atos relativos a mandato anterior do impugnado como Prefeito, o que faria incidir a inelegibilidade do artigo 1º, I, “g”, da Lei Complementar 64/90.

Aqui, a questão a ser definida é se estão presentes os seguintes requisitos: “g) os

que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder

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Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;”.

Não há dúvidas de que houve a rejeição das contas pelo Tribunal de Contas do Estado. Contudo, embora, no caso de decisão proferida por órgão administrativo, cogite-se da possibilidade de análise dos fatos para sua “qualificação”, não verifico, no caso, a possibilidade de se reconhecer, neste momento, a existência de ato doloso de improbidade administrativa.

Conforme consta da impugnação apresentada (f. 256 dos autos), a ementa, em nenhum momento, reconhece a existência de ato doloso por improbidade. Ademais, o que consta ali é, na verdade, uma recomendação à administração “a fim de não incorrer nas mesmas

impropriedades”.

Na p. 257/258, o impugnante cita a lista de irregularidades que teriam sido apontadas pelo relator, da decisão do órgão administrativo, para então concluir que teria havido violação da Lei de Responsabilidade Fiscal e, por correlação, da Lei de Improbidade Administrativa.

Contudo, pelo que vejo, as irregularidades listadas são irregularidades administrativas contábeis, algumas por deficiência das provas apresentadas, outras por ausência da realização de atos. Contudo, não aponta o relator uma deficiência grave a ponto que caracterizar violação da Lei de Improbidade Administrativa.

Em nenhum momento apontou o relator a renúncia de receitas ou mesmo assunção de dívidas sem autorização legal, de modo que a conclusão do impugnante destoa das razões levantadas pelo órgão julgador, qual seja, o TCE.

Desse modo, conclui-se que, ainda que se possa qualificar os atos que foram analisados pelo TCE e implicaram na rejeição das contas, fato é que não se trouxe aos autos um ato sequer que seja caracterizador de ato doloso de improbidade administrativa.

Sendo assim, rejeito a alegação.

Rejeição de contas pelo Legislativo Municipal

Neste tópico, tem-se a mesma conclusão já manifestada no anterior. Não se duvida que houve a rejeição das contas pela Câmara de Vereadores, o que foi inclusive objeto de comunicação por aquele órgão a esta Justiça Especializada.

Contudo, apesar de ter sido enviado a este Juízo a cópia da ata da sessão que julgou as contas, bem como do Decreto Legislativo, verifica-se, novamente, que não se tem como qualificar o motivo da rejeição das contas como ato doloso de improbidade administrativa.

Aliás, ou não foi enviado, ou nem mesmo existe, no caso desta decisão, a motivação da rejeição das contas. Apenas consta a rejeição, bem como o decreto legislativo que aplica a inelegibilidade, sem nem mesmo fazer menção a um ato doloso que pudesse ser considerado ímprobo, e por quais razões o órgão legislador assim entende que seja.

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Eleitoral investigar, buscar fatos, fazer ampla análise deles, mas apenas e tão-somente, de forma excepcional, qualificar os atos que estejam devidamente delineados, comprovados e julgados, como caracterizadores de ato doloso por improbidade administrativa.

As Impugnações nem mesmo apontam, de forma clara e objetiva, qual dos atos que foram objeto de impugnação que poderiam assim ser considerados, nem mesmo trazem os trechos das decisões dos órgãos de controle que possam ou ter reconhecido a existência de ato doloso por improbidade, ou então que tenham apontado o ato ilícito e que pudesse ser apenas qualificado por este Juízo.

O único ponto trazido, de forma expressa na AIRC, foi a de que a falta de repasse das contribuições (f. 276) causaria dano ao erário, na medida em que haveria incidência de juros e correção monetária.

Contudo, não há, em nenhum lugar, prova de que isso realmente ocorreu, nem que foram pagos juros ou correção monetária. Aliás, o que teve foi uma certidão do órgão beneficiário atestando que não haveria valores devidos pelo ente público, pois por falha no armazenamento dos documentos pelo instituto de previdência, não se tinha controle do que efetivamente ocorreu. Ou seja, não se pode qualificar atos por presunção de que houve ato doloso ou mesmo dano ao erário, se nem mesmo a entidade beneficiária não sabe dizer o que ocorreu. Então, o que houve na rejeição das contas foi a aplicação da multa por falha na documentação apresentada, mas não o reconhecimento efetivo de dano ao erário, o que não pode caracterizar improbidade administrativa.

Desse modo, rejeito essa alegação de inelegibilidade.

Rejeição de contas pelo Tribunal de Contas da União

No que tange a este tópico, verifico que a parte impugnante, Coligação Experiência e Trabalho, alegou que as contas foram rejeitadas, mas não verifico prova dessa alegação.

É fato que a parte juntou cópia de decisão que não recebeu mandado de segurança contra essa decisão, bem como uma decisão liminar negatória de pedido de suspensão dos seus efeitos.

Contudo, como já dito nos tópicos anteriores, a simples rejeição das contas não tem o condão de tornar o administrador inelegível, pois é necessário que a rejeição demonstre a existência de ato doloso de improbidade administrativa, bem como que haja dano ao erário e enriquecimento ilícito.

Contudo, sem a decisão integral não se faz possível a análise desses requisitos, de modo que não se faz possível qualificar a rejeição de contas para implicar numa inelegibilidade.

Agregue-se, também, que pela citação da decisão trazida pela parte impugnada (p. 609/610), o próprio Relator da decisão teria consignado que “entendo afastada a ocorrência de dano ao erário nas presentes constas oficiais”.

Em resumo, não trouxe a parte impugnante prova de suas alegações, o que seria necessário para o julgamento, enquanto que o impugnado citou decisão (embora também sem juntá-la), mas demonstrando que não existem os requisitos legais para a aplicação da

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inelegibilidade.

Diante do exposto, rejeito as impugnações apresentadas pelo Ministério Público e pela Coligação Experiência e Trabalho e, via de consequência, defiro o pedido de registro de candidatura de Daltro Fiuza, para concorrer ao cargo de Prefeito, sob o nº 15.

Sem custas ou honorários ante a inexistência de previsão legal para sua cobrança no procedimento em espécie.

Oportunamente, arquivem-se.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Sidrolândia, 19 de outubro de 2020.

Claudio Müller Pareja

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