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Relatório Final. Projeto Determinação do Limiar de Dano Econômico da Ramulose do Algodoeiro no Mato Grosso e demais Doenças Foliares Safra 2003/2004

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Relatório Final

Projeto Determinação do Limiar de

Dano Econômico da Ramulose do

Algodoeiro no Mato Grosso e demais

Doenças Foliares

Safra 2003/2004

Instituições: Unicotton/Coodetec/Cirad

Contrato: FACUAL/Unicotton nº 48/2003

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FACUAL

Fundo de Apoio à Cultura do Algodão

UNICOTTON- COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE

ALGODÃO DO SUDESTE DO ESTADO DO MATO GROSSO.

COODETEC- COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA DE

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICO Ltda

DETERMINAÇÃO DO LIMIAR DE DANO ECONÔMICO DA RAMULOSE DO ALGODOEIRO NO MATO GROSSO E DEMAIS DOENÇAS FOLIARES

Dr. JEAN LOUIS BELOT Dr. ERLEI MELO REIS

Eng. Agr. Msc. CRISTIANO DE SALES MENDES Eng. Agra. TATIANE CHEILA ZAMBIASI

Primavera do Leste – MT

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SUMÁRIO 1. RESUMO ... 04 2. REVISÃO LITERATURA ... 05 3. MATERIAL E MÉTODOS ... 08 3.1 Inoculação Ramulose ... 09 3.2 Tratamentos fúngicos ... 09 3.3 Avaliações de Ramulose ... 10 3.4 Avaliações de Ramulariose ... 10

3.5 Área abaixo curva de progresso da doença (AACPD) ... 10

3.6 Colheita ... 11 3.7 Análise estatística ... 11 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 12 4.1 Incidência de Ramulose ... 13 4.2 Incidência de Ramulariose ... 15 5. CONCLUSÃO ... 16 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 17

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1. RESUMO

Tem sido demonstrado em diversos trabalhos, e também é conhecido pela experiência dos produtores, que as doenças foliares do algodoeiro no Mato Grosso, principalmente ramulose (Colletotrichum gossypi) e ramulariose (Ramularia areola) podem ser responsáveis pelas quedas significativas da produção da cultura. O controle químico é realizado em grande escala nos cerrados, e nos últimos anos têm aumentado significativamente os custos de produção, sendo realizadas de três a cinco pulverizações de fungicidas durante o ciclo total. Os maiores questionamentos dos produtores em relação ao manejo das doenças do algodoeiro se referem a:

• Que metodologia de avaliação de sintomas (incidência, severidade, escala de notas) têm que ser usada para a avaliação da intensidade das doenças;

• A partir de que intensidade dos sintomas o controle químico da doença proporciona um retorno econômico;

• Como evolui a doença (ramulose e ramulariose) em função das condições climáticas e do nível de tolerância genético da variedade.

Os trabalhos realizados em marco deste projeto foram conduzidos na Estação Experimental da Coodetec em Primavera do Leste, visando dar os primeiros elementos de resposta a estas perguntas e fornecer maiores embasamentos técnicos aos produtores para o manejo das doenças no cultivo do algodoeiro.

Com este trabalho podemos concluir que para um próximo ano, devemos rever as metodologias de avaliação, pois no caso da Ramulariose é muito difícil chegar a um número de incidência exato pra responder com precisão e confiança as perguntas dos agricultores, e que este projeto visa responder. As equações de regressão entre o rendimento de algodão em caroço e a intensidade das doenças apresentaram baixo coeficiente de determinação. No entanto pode-se inferir pela tendência das retas que o rendimento pode ser dependente da quantidade de doenças.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

A cultura do algodão sempre mereceu destaque no cenário agrícola nacional, tendo uma área cultivada, em mais de 80 países nos hemisférios norte e sul, superior a 33,5 milhões de hectares, para uma produção de cerca de 19,16 milhões de toneladas de pluma por ano, com consumo de 19,27 milhões de toneladas (BELTRÃO & SOUZA, 1999).

A cultura do algodão vem experimentando um aumento significativo em área e produção no Estado de Mato Grosso, com aumento dos custos de produção, principalmente se tratando de pragas e doenças. Nos últimos 4 anos, o uso de fungicidas vem aumentando no cultivo do algodoeiro do centro oeste, visando o controle de ramulose e ramulariose, passando de 1 aplicação por ciclo de cultivo até 3 ou 4 aplicações atualmente.

A ramulose e a mancha de ramulária do algodão, causadas, respectivamente, pelos fungos Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides e Ramularia areola estão disseminados em praticamente todas as áreas de cultivo do país. Atualmente vem causando problemas sérios nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e em algumas localidades do Nordeste brasileiro.

O patógeno C. gossypii var. cephalosporioides pode causar, além da ramulose, tombamento em plântulas de algodão, diferente da espécie C. gossypii, que causa apenas tombamento (CARVALHO et al, 1995).

O patógeno infecta qualquer fase da planta, preferindo tecidos mais jovens, os sintomas aparecem primeiro nas folhas novas, formando manchas pardas, alongadas ao longo das nervuras, arredondadas no centro do limbo, tornando-se necróticas. O tecido necrosado tende a cair e formar perfurações. Devido à necrose do meristema apical, ocorre o superbrotamento, a planta tende a reduzir o porte, entrenós curtos e com intumescimento, uma densa massa de folhagem, mas com poucos capulhos (GONDIM et al, 1999).

TANAKA & MENTEN (1992) observaram que o patógeno causador da ramulose é mais severo em condições de altas umidades e temperaturas e dias nublados, além da possibilidade da ocorrência de raças fisiológicas.

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A aplicação de fungicidas no controle da ramulose já foi avaliada, registrando forte inibição do crescimento micelial de C. gossypii var. cephalosporioides com a utilização de fungicidas dos grupos químicos benzimidazol, estanho orgânico e imidazol (JULIATTI & RUANO, 1997).

Visando o controle da Ramulose, SIQUERI & ARAÚJO (2001), aplicaram vários fungicidas existentes no mercado, em várias aplicações, aos 41, 60 e 70 dias após a emergência. Os resultados mostram que os tratamentos proporcionaram um aumento significativo da produtividade, em relação à testemunha.

Com o objetivo de avaliar o controle de doenças fúngicas na parte área do algodão, comparou-se 11 fungicidas em diferentes doses e misturas aplicados em diversas variedades. Foi avaliado o índice de Ramulose e Ramulária após três pulverizações quinzenais dos tratamentos. Foi observada resposta diferencial no nível de controle entre os tratamentos, e quanto às variedades avaliadas (NETO et al, 2001).

Em se tratando de ramulária (Ramularia areola) os sintomas se manifestam em ambas às faces da folha, de início, principalmente na face inferior, no caso de fortes ataques, as manchas agregam-se e provocam a queda das folhas. Em períodos chuvosos, podem ocorrer manifestações precoces, chegando a provocar queda das folhas e apodrecimento de maças dos ramos mais próximos do solo (GONDIM et al., 1999).

Vários trabalhos foram desenvolvidos sobre o controle químico da ramulariose. NETO, et al. (2002), testou vários fungicidas no controle de Ramulose e Ramulária, dentre eles, Carbendazim, Trifenol Hidróxido de Estanho, Iprodione, Fluquinconazole, Tebuconazole, Procloraz e Azoxystrobim. Em todos os tratamentos, com várias doses e misturas houve uma redução de até 80% na área foliar lesionada por

Ramularia areola.

RAGONHA et al. (2002) avaliou a eficácia de fungicidas no controle de Ramularia na variedade DeltaOpal com infecção natural. Usando vários fungicidas (azoxystrobim, propiconazole, carbendazin, ...) verificou-se que todos os tratamentos diferiram significativamente da testemunha quanto à severidade, sendo a Ramularia uma doença mais difícil de controlar para o produtor que a ramulose.

Se vários trabalhos de controle químico destas duas doenças já foram desenvolvidos e publicados, pouca coisa foi feita sobre a epidemiologia delas e a relação com os controles químicos usados pelos produtores. Por exemplo, na maioria das outras culturas, como soja, milho, trigo, e cereais de inverno, já foram feitos trabalhos de pesquisa sobre a determinação do Limiar de Dano Econômico (LDE), ou

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seja, a intensidade da doença na qual o benefício do controle igual o custo do controle REIS et al (2000).

Na cultura do trigo, por exemplo, REIS et al (2000), desenvolveram um sistema de pontuação no trigo para estimar o potencial de rendimento, servindo como ferramenta auxiliar na tomada de decisão quanto ao uso de fungicidas nos órgãos aéreos do trigo. O sistema quantifica a contribuição relativa dos fatores de produção existentes ou aplicados na lavoura de modo que se posso estimar o potencial produtivo tendo sempre como preocupação principal se o uso do tratamento químico trará retorno econômico ao produtor.

Em trigo também, LEITES, et al (1999) com o cultivar de trigo OR 1, demonstrou-se haver uma relação inversa entre incidência foliar da doença ∗ rendimento de grãos, severidade ∗ rendimento, número de pústulas cm-2 ∗ rendimento , área abaixo da curva de progresso da doença ∗ rendimento e relação direta entre a refletância na faixa de 810 nm ∗ o rendimento de grãos. O gradiente da doença foi gerado através da aplicação de doses crescentes do fungicida metconazole. Com as equações com os maiores R², obtidas pela análise de regressão, pode se calcular o LDE em diferentes estádios de desenvolvimento fenológico. Por isso, se sugere o LDE como critério indicador do momento para o controle químico da ferrugem da folha do trigo. O dano máximo causado pela moléstia atingiu 73%.

Outro experimento conduzido no campo com o cultivar cevada BR 2 gerou-se o gradiente do oídio pelo uso de fungicidas em tratamento de gerou-sementes de modo a gerou-se obter um gradiente da incidência da doença e do rendimento de grãos de cevada. Com esses dados, através de análise de regressão, obteve-se um modelo que permite estimar o rendimento de grãos da cevada, em função da intensidade do oídio, em diferentes estádios fenológicos da cultura. A redução máxima no rendimento de grãos foi de 28,03 % (REIS et al, 2002).

Em outro trabalho, conduzido pelo mesmo autor (REIS et al 2002), com híbridos de milho, obteve-se um modelo para estimar os danos da cercosporiose na cultura do milho. O trabalho foi conduzido no sudoeste goiano, com cultivares híbridos semeados em dois locais. O gradiente da intensidade da doença, avaliado em função do número de lesões por folha, foi gerado pela aplicação de três diferentes doses e de três épocas de aspersão do fungicida propiconazol.

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A intensidade da doença foi avaliada, semanalmente, a partir do embonecamento, em cinco folhas. Por ocasião da maturação fisiológica, procedeu-se a colheita manual, a secagem e a limpeza dos grãos e calculou-se o rendimento em kg.ha -1

. Realizou-se a análise de regressão entre o rendimento de grãos e o número de lesões, média das cinco folhas, para todas as combinações obtidas. Sugere-se a utilização desse modelo para estimar os danos causados por diferente intensidade da doença, nos estádios de desenvolvimento fenológicos a partir da emissão da inflorescência.

E nesta filosofia que foi elaborado o presente projeto, para o caso da ramulose e da ramulariose no algodão.

Por fim, sabe-se que até o momento nenhum trabalho científico foi feito sobre o algodão para auxiliar o produtor em suas decisões, este projeto visa, além de descobrir se o tratamento químico em seus diversos níveis de aplicação é válido, também servir de ferramenta e incentivo a pesquisa, para que se faça não só testes de fungicidas, mas também a validação das doses, momento e modo de aplicação dos fungicidas existentes no mercado.

3. MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi implantado na Base Experimental de Primavera do Leste, com plantio em 04 de dezembro de 2003, com o cultivar COODETEC 406. O ensaio foi implantado na época ideal para maior intensidade da doença. Para alcançarem-se os objetivos foi necessário gerar-se um gradiente da intensidade das doenças e do rendimento de algodão em caroço. Para tal foi utilizado o fungicida piraclostrobin (Comet), nas doses de 50 e 100 g/ha i.a ou 0,2 e 0,4 l/ha de produto comercial, com zero (parcela testemunha) e parcela controle com aplicações seqüenciais do fungicida em intervalos de 12 a 15 dias. Cada dose foi aplicada, uma, duas, três, quatro e cinco aplicações totalizando 12 tratamentos.

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 4 repetições. As parcelas foram constituídas de quatro linhas de 4,5 m, espaçadas 0.90 X 0.10 m. No projeto inicial foi proposto trabalhar com parcelas de 10 metros de comprimento, mas devido a área ocupada tivemos que diminuir o tamanho da parcela. As doses eram três, mas optamos por diminuir o número de doses para duas e aumentar o número de aplicações, ao invés de quatro, agora são cinco aplicações.

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3.1 Inoculação Ramulose

No dia 12 de janeiro (32 DAE) foi realizada uma inoculação artificial de

Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides e no dia 20 de janeiro (40 DAE) outra

inoculação. O inóculo foi multiplicado em placas de petry no Laboratório de Fitopatologia de Cascavel e enviadas para Primavera do Leste, sendo usada uma concentração de 1.6 x 105 conídios/mL. A inoculação foi feita a tardinha quando já não havia mais sol e sob alta umidade relativa do ar.

3.2 Tratamentos fúngicos e avaliações

As aplicações de fungicida foram feitas utilizando um pulverizador de precisão com gás CO2 para simular uma aplicação motorizada, com pressão constante. O quadro abaixo mostra as datas de aplicações e avaliações.

QUADRO1: Data de tratamentos fúngicos e avaliações realizadas no ensaio de Limiar

de Dano Econômico em Primavera do Leste – MT, safra 2003/04.

Aplicações Data (DAE) Avaliações Data (DAE)

1ª aplicação 26/01 (46 DAE) 1ª avaliação 01/03 (81 DAE) 2ª aplicação 11/02 (63 DAE) 2ª avaliação 24/03 (104 DAE) 3ª aplicação 01/03 (81 DAE) 3ª avaliação 20/04 (130 DAE) 4ª aplicação 16/03 (96 DAE) 4ª avaliação 07/05 (147 DAE) 5ª aplicação 29/03 (109 DAE)

TABELA1: Relação dos tratamentos, doses do fungicida piraclostrobin, número de

aplicações, COODETEC, Base de Primavera do Leste - MT, safra 2003/04.

Dose 1 Dose 2 Aplicações

Tratamentos 0,2 l/ha 0,4 l/ha 1 2 3 4 5

T1 X X T2 X X X T3 X X X X T4 X X X X X T5 X X X X X X T6 X X T7 X X X T8 X X X X T9 X X X X X T10 X X X X X X T11 Testemunha T12 Parcela Controle

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Todos os tratamentos acima receberam o mesmo fungicida o que variou foi a dose, e o número de aplicações, sendo que T11 foi a testemunha, não recebeu nenhum tratamento e T12 foi a parcela que recebeu doses semanais do fungicida.

3.3 Avaliações de Ramulose

Para a avaliação de ramulose, tomou-se uma parcela, sempre um passo dentro das duas linhas centrais, e ao acaso foram observadas 20 plantas por parcela, atribuindo-se símbolos de presença ou ausência da doença. Foram realizadas 4 avaliações e verificada a incidência.

3.4 Avaliações de Ramulariose

No caso de Ramulária foram coletadas 20 folhas de 20 plantas ao acaso das duas linhas centrais e avaliadas a incidência. Estas folhas foram retiradas sempre do baixeiro, pegando uma folha que ainda estava na planta e sempre na mesma altura da planta para uniformizar a avaliação. Estas folhas foram avaliadas e contadas o número de folhas com e sem doença, obtendo assim a incidência da doença de cada parcela.

Para se obter a incidência, utilizamos a seguinte fórmula: INC = nº folhas doentes x 100

nº total de folhas

3.5 Área abaixo curva progresso da doença (AACPD)

A curva de progresso da doença, usualmente expressa pela plotagem da proporção de doença versus tempo, é a melhor representação de uma epidemia. Através dela, interações entre patógeno, hospedeiro e ambiente podem ser caracterizadas, estratégias de controle, avaliadas, níveis futuros de doença, previstos e simuladores, verificados.

Curvas de progresso da doença podem ser construídas para qualquer patossistema, segundo Bergamin Filho (1996).

Neste caso foram calculadas as Curvas de Progresso da Doença para Incidência e Severidade de Ramulária, utilizando a seguinte equação:

AACPD = (I1 + I2) / 2 onde: (T2 – T1)

I1 = Intensidade da doença inicial I2 = Intensidade da doença final

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T2 = tempo final T1 = tempo inicial

Este valor é expresso em unidades, quanto maior o valor, maior a intensidade da doença em um período de tempo mais longo, e se menor, a doença chega muito rápido a uma epidemia.

3.6 Colheita

No final do ciclo o ensaio foi colhido e a massa de algodão em caroço pesada separadamente para cada parcela. A colheita foi feita nas duas linhas centrais.

3.7 Análises estatísticas

Os dados foram agrupados conforme tratamento, repetição e dose em uma tabela, depois acrescentamos as anotações feitas para Ramulose e Ramulária, até chegarmos a colheita onde transformamos os valores em Rendimento (peso bruto sem descaroçar). Estes dados foram analisados pelo programa GENES e as médias comparadas com o teste de DUNCAN ao nível de 5%.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 2 é apresentado um resumo das avaliações feitas nos 12 tratamentos sendo Ramo1 a primeira avaliação de incidência de Ramulose, Ramo2 a segunda, Ramo3 a terceira e Ramo4 a quarta avaliação de Ramulose. Rama1 a Rama4 foram quatro avaliações de Ramulária respectivamente. E Produt. significa produtividade de algodão em caroço.

TABELA 2. Resultados da análise de Variância, do ensaio Determinação Limiar de Dano

Econômico da Ramulose, Ramulária e Produtividade, de Primavera do Leste/ MT, safra 2003/04.

Trat. Ramo1 Ramo2 Ramo3 Ramo4 Rama1 Rama2 Rama3 Rama4 Produt.

1 1.91 a 1.81 a 1.60 a 1.39 a 58.75 a 93.75 67.50 c 55.00 bc 1830.25 d 2 1.80 ab 1.65 bc 1.55 a 1.28 b 32.50 ac 92.50 73.75 bc 70.00 ab 2629.63 ac 3 1.75 bd 1.70 ab 1.53 ab 1.24 bc 17.50 c 97.50 87.50 a 80.00 a 2805.56 a 4 1.76 bc 1.56 cd 1.43 bd 1.24 bc 21.25 c 92.50 90.00 a 45.00 c 2811.73 a 5 1.63 d 1.41 e 1.36 d 1.20 bd 41.25 ac 97.50 83.75 ab 70.00 ab 2728.40 ab 6 1.76 bc 1.46 de 1.36 d 1.25 bc 26.25 bc 95.00 78.75 ac 70.00 ab 2324.07 bc 7 1.83 ab 1.60 bd 1.59 a 1.26 b 50.00 ab 97.50 80.00 ab 52.50 bc 2546.30 ac 8 1.70 bd 1.49 de 1.49 ac 1.20 bd 23.75 bc 95.00 85.00 ab 72.50 ab 2848.76 a 9 1.64 cd 1.49 de 1.38 cd 1.15 cd 32.50 ac 97.50 86.25 ab 72.50 ab 2910.50 a 10 1.71 bd 1.50 de 1.35 d 1.23 bd 38.75 ac 92.50 87.50 a 80.00 a 2648.15 ac 11 1.70 bd 1.49 de 1.35 d 1.19 bd 31.25 bc 93.75 83.75 ab 70.00 ab 2246.92 cd 12 1.00 e 1.00 f 1.35 d 1.13 d 26.25 bc 93.75 83.75 ab 42.50 c 2858.03 a CV (%) 4.72 5.82 5.15 5.45 49.55 4.32 9.18 22.41 11.24 Sig. ** ** ** ** ** ns * ** **

Ramulose: a incidência de ramulose neste ensaio foi relativamente baixa. Porém, alguns tratamentos proporcionaram melhor controle da doença.

Na primeira avaliação de Ramulose, a parcela com nota 1 de Ramulose, ou seja, nada de doença foi apenas a parcela controle, onde foi aplicado fungicida uma vez por semana. O tratamento com a nota mais alta foi o tratamento 1, onde foi aplicado somente uma vez o fungicida na dose 1 (0,2 l/ha). O segundo melhor tratamento foi T5, onde foi aplicado 5 vezes o mesmo fungicida, na dose 1.

Na segunda avaliação o tratamento T1 foi o de menor controle, e os tratamentos T5 e PC foram os que melhor controlaram. Na terceira avaliação os tratamentos T1, T2 e T7 foram os que obtiveram as notas maiores (controles ineficientes) e T5, T6, T10, T11 e T12 foram os de melhor controle.

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Nos tratamentos T11 (testemunha) e T12 (parcela controle), a diferença na terceira e quarta avaliação não foi significativa, isso pode ser explicado pelo fato de que nas parcelas controles a ramulose não foi inoculada, para não ter doença. Mas ao passar do ciclo, na terceira e quarta avaliação pode ter havido uma transmissão do fungo da parcela ao lado, para a parcela controle, e assim no final do ciclo, mesmo na parcela controle tivemos algumas plantas com a doença.

Ramulária: nas avaliações de ramulária, temos um problema de metodologia, ao passar do ciclo da doença, percebemos que ao aplicar o fungicida na parcela controle, mesmo em aplicações quinzenais, este produto age mais sobre o ponteiro da folha do que no baixeiro. Nas avaliações, se adotou a metodologia de tiver a folha da primeira posição do 5º nó de baixo para cima, então, acreditando nisso, podemos melhorar a metodologia de avaliação e incluir no próximo trabalho uma avaliação no ponteiro da planta também. Na primeira avaliação temos o tratamento T1 com a maior nota e T3 e T4 com as notas menores. Na segunda avaliação não teve diferença significativa. Na terceira avaliação, os tratamentos T3, T4 e T10 foram os que ficaram com as maiores notas, indicando um controle ineficiente, e o T1 foi o tratamento com a menor incidência de Ramulária. T4, T7 e a PC (parcela controle) foram os tratamentos com as menores incidências e T3 e T10 com as maiores porcentagens de incidências.

Com relação a produtividade, as melhores produtividades foram dos tratamentos T3, T4, T8, T9 e T12, e as menores produtividades T1 e a testemunha.

4.1 Incidência de Ramulose

Na Figura 1 mostra-se o gráfico da regressão entre a produtividade de algodão em caroço e a incidência da ramulose.

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FIGURA 1. Relação entre incidência de ramulose com a produtividade de algodão.

Coodetec, Primavera do Leste/MT, safra 2003/04.

y = -237.29x + 4339.5 R2 = 0.2547 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 Incidência Ramulose P ro d u ti v id a ( K g /h a )

FIGURA 2: Relação entre produtividade e unidades de Ramulose da Área Abaixo da

Curva de Progresso da Doença (AACPD). Coodetec, Primavera do Leste/MT, safra 2003/04. y = -0.0097x + 123.23 R2 = 0.1625 0 20 40 60 80 100 120 140 1500 1900 2300 2700 3100 3500 Produtividade (Kg/ha) A A C P D R a m u lo s e

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4.2 Incidência de Ramulariose

FIGURA 3. Relação entre incidência de Ramulária com a produtividade de algodão.

Coodetec, Primavera do Leste/MT, safra 2003/04.

y = -237.29x + 4339.5 R2 = 0.2547 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 Incidência Ramulária P ro d u ti v id a ( K g /h a )

FIGURA 4. Relação entre produtividade e unidades de Ramulária da Área Abaixo da

Curva de Progresso da Doença (AACPD). Coodetec, Primavera do Leste/MT, safra 2003/04. y = 0.099x + 4772.8 R2 = 0.014 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 1500 1900 2300 2700 3100 3500 Produtividade (Kg/ha) A A C P D R a m u ri a

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Finalmente, tanto para a ramulose quanto para a ramulariose, os níveis de correlação entre as avaliações de incidência e a produtividade não foram significativos, impossibilitando estabelecer agora qualquer recomendação de controle em função da curva de progresso da doença.

Talvez teremos que ajustar os critérios de avaliação de incidência destas doenças a fim de tomar em conta as particularidades da evolução destas doenças no algodoeiro e origem das perdas de produtividade.

5. CONCLUSÃO

Embora se tenha utilizado metodologia correta, as equações de regressão entre o rendimento de algodão em caroço e a intensidade das doenças apresentaram baixo coeficiente de determinação. No entanto pode-se inferir pela tendência das retas que o rendimento pode ser dependente da quantidade de doenças.

Como no país ainda não dispõem-se de informações suficientes sobre os danos causados pelas doenças do algodoeiro, propõem-se a continuidade deste trabalho, mudando os critérios de avaliação.

Esse projeto deve ter continuidade, visando a quantificação dos prováveis danos causados pelas doenças do algodoeiro afim de justificar-se cientificamente ou não o uso de fungicidas em áreas comerciais pelos produtores.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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GONDIM, D.M.C.; BELOT, J.L.; SILVIE, P. et al. Manual de identificação das

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