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Família Reis e Sistema Agroflorestal Um Novo Paradigma

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Academic year: 2021

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Família Reis e Sistema Agroflorestal – Um Novo Paradigma Reis Family and Agroforestry System - A New Paradigm

RODRIGUES, Lilian Alessandra1; BERNARDO, Janaína Tauil2; SCHIAVO, Jolimar Antônio3; MACHADO, Jéssica Maciel4.

1Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS, Cachoeira do Sul, RS,

lilialessandra@gmail.com; 2UERGS, Cachoeira do Sul, RS, jana9573@yahoo.com.br; 3Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul – UEMS, Dourados, MS, schiavo@uems.br; 4UERGS, Cachoeira do Sul, RS, jessimm6@gmail.com.

Resumo: Seu Nelson Reis é agricultor e mora na localidade de Vila Passa Sete, interior de Candelária/RS com sua família em uma área de aproximadamente quinze hectares. Ele começou a experimentar o manejo agroflorestal em parte de sua área, por influência de técnicos do escritório da Emater local. O que incentivou Seu Nelson a se envolver com este trabalho foi perceber que era possível produzir alimentos na mata sem o uso de venenos e ainda diversificar sua renda, que antes vinha exclusivamente do cultivo do tabaco. Esta iniciativa começou por meio do manejo e plantio de novas áreas com bananeiras e palmitos, implantação de pomar de citros, plantio de eucalipto e cultivo de várias espécies de olerícolas. Atualmente a família participa da Associação dos Feirantes Ecológicos de Candelária, podendo comercializar seus produtos na Feira Agroecológica do município de Candelária. A família também está buscando legalizar sua agroindústria de polpa de açaí. Pode-se perceber que a implantação do sistema de agrofloresta proporcionou à família garantir a permanência futura de seus membros na propriedade

Palavras-chave: açaí, agricultura familiar, diversificação, região sul do Brasil

Abstract: Mr Nelson Reis is a farmer and lives in Cerro do Mouro community Candelaria / RS with his family in an area of about fifteen hectares. He began experimenting with agroforestry in part of its area, influenced by technicians from the local Emater office. What encouraged Mr Nelson to get involved with this work was to realize that it was possible to produce food in the woods without the use of poisons and also diversify their income, which before was exclusively tobacco cultivation. This initiative began through the management and planting new areas with banana trees and palmettos, citrus orchard deployment, eucalyptus planting and cultivation of various species of vegetable crops. Currently the family participates in the Association of Ecological fair producers of Candelaria, they can market their products at the Fair Agroecology in the Candelaria city. The family is also looking for to legalize their acai berry pulp agribusiness. One can see that the implementation of agroforestry system provided the family ensure the future permanence of its members on the property.

Keywords: acai berry, family farming , diversification, south brasillian region

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O presente relato de experiência se dá na Vila Passa Sete, interior do Município de Candelária (latitude 29º40'09"S/longitude 52º47'20"O), localizado no Estado do Rio Grande do Sul, bioma Mata Atlântica, no Brasil, América Latina. Por volta do ano de 1998, em busca da diversidade e sustentabilidade no meio rural, com o apoio e incentivo dos técnicos do Escritório Municipal da Emater-RS/ASCAR de Candelária, a família Reis inicia seu trabalho com agroecologia e manejo de agroflorestas. A família Reis é composta pelos proprietários Nelson Reis e sua esposa Ereni Reis, e também pela filha Silvia Rejane Reis Ellwanger, que é sucessão da família no meio rural, juntamente com seu marido Adriano Fernando Ellwanger e o filho Matheus Henrique Ellwanger.

Na propriedade a base para a subsistência dessas famílias na época era apenas o plantio de tabaco (Nicotiana tabacum). Motivados por essa ideia de diversificação da propriedade, a família iniciou o plantio de Citrus em meio e nos arredores da floresta. Também já haviam palmitos juçara (Euterpe edulis) em meio à vegetação nativa, área de reserva legal. Sendo observado o microclima favorável ao desenvolvimento e frutificação do açaí e de bananeiras (Musa spp.), propício à implantação de novos indivíduos dessas espécies, no ano de 2002, foi implantado o sistema agroflorestal com bananeiras, tendo também o auxílio do Centro de Apoio à Produção Agroecológica - CAPA e em 2012, através de mudas (Figura 1) feitas a partir de sementes da própria floresta, a família começa o transplantio dos palmitos, com espaçamentos de 1 metro entre plantas e 2 metros entre linhas.

Figura 1. Mudas que serão transplantadas em meio à floresta. (Foto: Sanderlei Pereira)

Nesta fase de implantação dos palmitos iniciou-se uma parceria com a AFUBRA – Associação dos Fumicultores do Brasil, onde um Engenheiro Florestal auxiliou a família na questão de regularização ambiental, por esta ser uma espécie nativa do

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Rio Grande do Sul, sendo necessário projeto para que posteriormente a família pudesse fazer a extração desses frutos. Com o passar do tempo, a família foi diversificando tanto sua produção, quanto sua renda, com o manejo e plantio de novas áreas com bananeiras e palmitos, implantação do pomar de citros, plantio de eucalipto (Eucalyptus sp.), e cultivo de várias espécies de olerícolas, recebendo a assistência técnica da Emater-RS/ASCAR, por meio de metodologias participativas de construção do conhecimento e motivando a organização social desse grupo familiar.

Esse sistema agroflorestal é diversificado e possui cunho sustentável, visando a produção a longo prazo com a frutificação do açaí. No mesmo sistema coexistem bananeiras, plantas ornamentais (cicas - Cyca revoluta), plantas medicinais (hibisco - Hibiscus spp.), espécies arbóreas, plantas de cobertura de solo e desenvolvimento da vegetação espontânea (Figuras 2 e 3).

Figura 2. Produtor Nelson Reis, juntamente com sua filha e sua neta no sistema agroflorestal, detalhando o alinhamento dos palmitos. (Foto: Sanderlei Pereira)

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Figura 3. Sistema agroflorestal, ressaltando a diversificação com plantas para diversos usos. (Foto: Sanderlei Pereira)

A família Reis, desde 1994 participa da Associação dos Feirantes Ecológicos de Candelária – AFECAN, podendo comercializar seus produtos na Feira Agroecológica do município de Candelária – RS, nas terças-feiras e nos sábados. Também escoa sua produção para o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e por meio do CAPA, em um centro de vendas localizado no Município de Santa Cruz do Sul - RS. Além destas, outro foco da família está na construção de uma agroindústria, contando também com o apoio da Prefeitura Municipal de Candelária através da Secretaria da Agricultura, para processamento desses itens alimentícios produzidos na propriedade. O planejamento é para que na agroindústria seja extraída a polpa do açaí e feito o processamento para a desidratação de banana, principalmente, além de balas e schimiers (tipo de geleia tradicional de famílias de origem alemã da região) a partir de outras frutas disponíveis na propriedade.

Em 2015, a Rede Ecofort também passou a apoiar e fomentar a instalação da Agroindústria, cedendo alguns equipamentos e utensílios tais como freezer,

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máquinas despolpadeira, embaladeira e seladora, tanque, caixas de plástico e baldes.

Resultados

Atualmente a família ainda planta fumo de maneira convencional. As demais culturas da propriedade são cultivadas de maneira orgânica, no caso das espécies olerícolas, e de maneira agroecológica as demais, na forma de sistema agroflorestal. Pode-se concluir que esta experiência de produção terá continuidade, mantendo-se pelas gerações futuras, por meio da sucessão familiar na propriedade, com a família da produtora Silvia Reis, filha do proprietário, que estão atuando na propriedade, e também da terceira geração, no caso do Matheus que já desenvolve o gosto pela agricultura e pelo cultivo agroecológico, visando a sustentabilidade no meio rural.

Referências

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