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O exercício no tratamento da hérnia de disco lombar

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Academic year: 2021

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1 Pós graduanda em Fisioterapia Ortopedia e Traumatologia e graduada em Fisioterapia.

2 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior e

graduada em Fisioterapia.

Erielma Santos Lima1

erielmalima@hotmail.com

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-Graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia_ Faculdade FAIPE Resumo

A pesquisa refere-se ao tratamento de pacientes com hérnia de disco lombar por meio de exercícios, pois dentre as articulações de sustentação de peso, o joelho é o mais frequentemente afetado. A expressão hérnia de disco é usada como termo coletivo para descrever um processo em que ocorre ruptura do anel fibroso, com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaços intervertebrais. O quadro clínico típico de uma hérnia discal inclui lombalgia inicial. O programa de exercícios físicos consiste em exercícios terapêuticos, excluídas modalidades passivas como técnicas de manipulação ou aplicação de meios físicos, associado a informação e orientação sobre hérnia de disco lombar. O intuito foi fazer uma análise bibliográfica, com o objetivo de mostrar o exercício no tratamento da hérnia de disco lombar. A seleção dos artigos ocorreu a partir de busca nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LiLacs) e Scientific Eletronic Library Online ScieLo, publicados entre 2004 a 2014. Os descritores utilizados para a busca das referências foram: Exercício; Hérnia de disco; Estabilidade vertebral. Ficou evidenciado nesta pesquisa que os exercícios consistem inicialmente em diminuir a dor, proveniente das compressões nervosas, porém enfatizam o fortalecimento da musculatura lombar, pois um dos principais fatores para dor lombar é a instabilidade segmentar.

Palavras-chave: Exercício; Hérnia de disco; Estabilidade vertebral.

1. Introdução

A coluna tem a finalidade de sustentar o corpo transmitindo o peso do tronco á pelve, formada por várias vértebras ligadas através dos discos intervertebrais que, são formados por material fibroso e gelatinoso (GODINHO et al, 2011).

De acordo com Costa et al (2013), as vértebras se articulam-se umas com as outras de modo a conferir a rigidez, mas também a flexibilidade à coluna, qualidades necessárias para o suporte de peso, movimentação do tronco, e ajuste de posição indispensável para o equilíbrio e a postura.

A coluna vertebral, que dá sustentação estática e funcionalidade cinética ao homem ainda deve ser considerada em evolução e adaptação do corpo humano às forças da gravidade (PEREIRA, 2004).

A hérnia discal é um problema que atinge grande parte da população. Além de causar desconforto, ela também gera uma série de inconveniências na vida profissional e psicossocial do indivíduo, podendo acometer indivíduos de diferentes faixas etárias e sociais. Esta afecção da coluna ataca uma importante parcela da população economicamente activa, na qual cerca de 70% a 80% sofreu ou ainda sofrerá de dor em algum momento da vida. O problema é mais frequente na região lombar, por ser a área mais exposta ao movimento e que suporta mais carga (FURTADO, 2012).

A hérnia discal lombar consiste de um deslocamento do conteúdo do disco intervertebral (o núcleo pulposo), através de sua membrana externa, o ânulo fibroso, geralmente em sua região

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posterolateral. Dependendo do volume de material herniado, poderá haver compressão e irritação das raízes lombares e do saco dural, representadas clinicamente pela dor conhecida como ciática (VIALLE et al, 2010).

O programa de exercícios físicos consiste em exercícios terapêuticos, excluídas modalidades passivas como técnicas de manipulação ou aplicação de meios físicos, associado a informação e orientação sobre hérnia de disco lombar (CARVALHO et al, 2012).

Entende-se que os exercícios de fortalecimento dos músculos vertebrais (flexão, extensão e abdominais), melhoram a nutrição do disco, por aumentarem a difusão passiva de oxigênio e diminuir a concentração de hidrogênio, pois levariam a uma diminuição da dor nos processos patológicos mecânico-degenerativos da coluna lombar (CECIN, 2000 apud WETLER et al, 2004).

Neste contexto, esta revisão foi desenvolvida com objetivo de mostrar o exercício no tratamento da hérnia de disco lombar, contribuindo para proporcionar um maior conhecimento para os profissionais que pertencem à área de fisioterapia e também para àqueles que utilizarem esta revisão como fonte de estudo.

2. Fundamentação Teórica

2.1 Anatomia da coluna vertebral

A região lombar da coluna vertebral desempenha um papel fundamental na acomodação de cargas decorrentes do peso corporal, da ação muscular e das forças aplicadas externamente. Esta região deve realizar a função de ser forte e rígida, especialmente quando sob carga, para manter as relações anatômicas intervertebrais e proteger os elementos neurais (ALMEIDA et al, 2008).

O autor relata que em contraposição, ela deve ser flexível, para permitir o movimento. A capacidade de envolver essas duas funções é adquirida através de mecanismos que garantem a manutenção do alinhamento vertebral. Quando estes mecanismos se encontram em desequilíbrio, é produzida a instabilidade lombar.

Fonte: http://marciasymanowicz.com.br/ Figura 1: Coluna vertebral

De acordo com Mioranza (2007), o disco vertebral constituem em coxins compressivos de fibrocartilagem que absorvem as forças de tração muscular, gravidade e carga que, de outro

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modo tenderiam a esmagar uma vértebra, contra a outra. Cada disco apresenta três partes: o anel fibroso, o núcleo pulposo e as placas terminais cartilaginosas [...]

[...] As vértebras se articulam-se umas com as outras de modo a conferir a rigidez, mas também a flexibilidade à coluna, qualidades necessárias para o suporte de peso, movimentação do tronco, e ajuste de posição indispensável para o equilíbrio e a postura. As articulações entre as vértebras fazem-se ao nível dos processos articulares dos arcos vertebrais e ao nível dos corpos vertebrais, através do disco intervertebral que promove união, alinhamento e certa mobilidade de vértebras vizinhas.

Fonte: http://www.auladeanatomia.com/osteologia/caracteristicasregionais.htm Figura 2: Vértebra lombar

2.2 Principais músculos que influenciam na região lombar

Os músculos do tronco são divididos em dois grupos: os músculos profundos, que são os oblíquos internos, o transverso abdominal e os multífidos; e os músculos superficiais, que são os oblíquos externos, os eretores espinhais e o reto abdominal. Todas essas musculaturas, de uma forma geral, contribuem para o suporte da coluna vertebral e da pelve (GOLVEIA e GOLVEIA, 2008).

Porém, especificamente, os músculos abdominais possuem um importante papel na estabilização da coluna lombar e da cintura pélvica. O músculo reto abdominal é o principal flexor do tronco; os músculos oblíquos internos e externos, além de participarem da flexão, têm funções, de acordo com a orientação de suas fibras, de rotação, inclinação lateral e estabilidade durante o exercício abdominal. O músculo transverso do abdome é circunferencial, localizado profundamente e possui inserções na fáscia tóraco-lombar, na bainha do reto do abdome, no diafragma, na crista ilíaca e nas seis superfícies costais inferiores. Por conta das suas características anatômicas, como a distribuição de seus tipos de fibras, sua relação com os sistemas fasciais, sua localização profunda e sua possível atividade contra as forças gravitacionais durante a postura estática e a marcha, possui uma pequena participação nos movimentos, sendo um músculo preferencialmente estabilizador da coluna lombar. Como os músculos abdominais possuem relevância na estabilização da região lombopélvica, a diminuição da atividade destes músculos faz com que a flexão do quadril seja realizada sem a estabilidade necessária,

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permitindo que o músculo psoas exerça tração sobre o aspecto anterior das vértebras lombares, levando a uma anteversão pélvica e um aumento da lordose lombar. Com o passar do tempo, os tecidos podem se adaptar a essa nova postura, que frequentemente está associada a uma série de disfunções, entre elas: a espondilolistese e as degenerações discais e facetarias (GOLVEIA e GOLVEIA, 2008).

Fonte: http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/dorso.htm Figura 3: Músculos

2.3 Ligamentos da coluna lombar

Os principais ligamentos da coluna lombar são os mesmos que ligam a porção inferior da coluna cervical e da coluna torácica, excluindo-se as costelas. Incluem-se nesses ligamentos os ligamentos longitudinais anterior e posterior, o ligamento amarelo, os ligamentos supra-espinhal e intersupra-espinhal e os ligamentos intertransversos (GOMES et al, 2012).

Segundo o autor acima, existe ainda um ligamento exclusivo e muito importante da coluna lombar e da pelve que é o ligamento iliolombar, ele conecta o processo transverso de L5 à porção posterior do ílio, ajudando na estabilização de L5 com o ílio e prevenindo o deslocamento anterior de L5.

2.4 Movimentos da Coluna Vertebral

A coluna permite a movimentação nos três planos de movimento, bem como a circundução. Sendo a movimentação entre duas vértebras adjacentes pequena, os movimentos vertebrais sempre envolvem um grande número de segmentos móveis. A amplitude de movimento em cada segmento móvel varia de uma região para outra devido às contenções anatômicas. Vamos nos ater aos movimentos da região lombar [...]

[...] Flexão / Extensão / Flexão lateral: Durante a flexão o corpo da vértebra suprajacente inclina-se e desliza para frente, fazendo assim diminuir a espessura do disco na sua parte anterior a aumentar na parte posterior. Durante a extensão o corpo da vértebra suprajacente inclina-se para trás e recua, fazendo com que o disco intervertebral diminua na sua parte posterior, e aumente na sua parte anterior. Durante a flexão lateral, o corpo da vértebra

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suprajacente inclina-se para o lado da concavidade da flexão, tornando o disco mais espesso do lado da convexidade (SILVA, 2004).

Fonte: http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/dorso.htm Figura 4: Movimentos da coluna lombar

2.5 Estabilidade articular

A estabilização dinâmica depende dos sistemas musculares, capsular e ligamentar e sua inter-relação com as facetas para permitir movimento, e ainda permanecer estáveis durante a descarga de peso (MOURA et al, 2009).

Assim, o autor expõe ainda que se pode definir que a função de sustentação é realizada pelos elementos anteriores (corpo vertebral, disco, ligamentos longitudinais anteriores e posteriores), enquanto os elementos posteriores dos arcos neurais e articulações são responsáveis pela movimentação.

2.6 Hérnia de disco

A hérnia de disco é uma frequente desordem músculo esquelética, responsável pela lombociatalgia. A expressão hérnia de disco é usada como termo coletivo para descrever um processo em que ocorre ruptura do anel fibroso, com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaços intervertebrais, comuns ao aspecto dorsal ou dorso- lateral do disco (NIGRELLI, 2004).

Fonte: http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/dorso.htm Figura 5: Hérnia de disco

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2.6.1 Epidemiologia

A hérnia discal ocorre principalmente entre a quarta e quinta décadas de vida (idade média de 37 anos), apesar de ser descrita em todas as faixas etárias. Estima-se que 2 a 3% da população possam ser afetados, com prevalência de 4,8% em homens e 2,5% em mulheres, acima de 35 anos.

Por ser tão comum, chega a ser considerada um problema de saúde mundial, em decorrência de incapacidade que gera. Apesar de se atribuir ao tabagismo, exposição a cargas repetidas e vibração prolongada um risco aumentado de hérnia discal, estudos mostram que a diferença é pequena, quando a população exposta a esses fatores é comparada com grupos controle. A predisposição genética tem sido alvo de estudos recentes, envolvendo genes como o receptor da vitamina D, VDR, o gene que codifica uma das cadeias polipeptídicas do colágeno IX, COL9A2 e o gene aggrecan humano (AGC), responsável pela codificação do proteoglicano, maior componente proteico da cartilagem estrutural, que suporta a função biomecânica nesse tecido (VIALLE et al., 2010).

2.6.2 Patogênese

De acordo com Vialle et al., (2010) acredita-se que a ruptura do ligamento longitudinal posterior pelas hérnias extrusas as expõe ao leito vascular do espaço epidural, e células inflamatórias originadas desses vasos na periferia do material discal herniado podem ter um papel importante na irritação da raiz nervosa e na indução da dor ciática. Isso pode explicar por que hérnias extrusas têm maior compromisso clínico e maior frequência de reabsorção. Portanto, pode-se afirmar que em pacientes com hérnias contidas predomina o efeito compressivo mecânico e em pacientes com hérnias não contidas – extrusas – predomina o componente inflamatório.

2.6.3 Tipos de Hérnia de disco

De acordo com Magee (2005) os tipos de herniações discais são:

1 - Protusão discal – quando o disco se torna saliente posteriormente, sem haver ruptura do anel fibroso, 2 – Prolapso discal – quando somente as fibras mais externas do anel fibroso contêm o núcleo, 3 – Extrusão discal – quando ocorre a perfuração do anel fibroso com o deslocamento de material discal (parte do núcleo pulposo) para o interior do espaço epidural, 4 – Sequestro discal – é a presença de fragmentos do anel fibroso e do núcleo pulposo fora do próprio disco.

Fonte: http://segredosdasaude.weebly.com/heacuternia-discal---o-que-eacute.html Figura 6: Tipos de Hérnia de disco

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2.6.4 Etiologia

A causa da hérnia discal não está ainda completamente elucidada, embora a maioria dos autores defenda os factores mecânicos e biológicos como as principais causas da doença. Numa visão tradicional quanto aos factores etiológicos da hérnia discal lombar, estão descritos: idade, género, ocupação, tabagismo, exposição a vibração veicular. Existem outros factores que parecem contribuir como o peso e a altura. Em estudos mais recentes, levantou-se a hipótelevantou-se da influência genética como factor de risco para a degeneração, bem como para a herniação dos discos intervertebrais (VOLPATO et al., 2012).

2.6.5 Quadro clínico

O quadro clínico típico de uma hérnia discal inclui lombalgia inicial, que pode evoluir para lombociatalgia (em geral, após uma semana) e, finalmente, persistir como ciática pura. Mas devido às inúmeras possibilidades de apresentação de formas agudas ou crônicas, deve-se estar atento a formas atípicas de apresentação e preparado para fazer um apurado diagnóstico diferencial [...]

[...] Apesar de ser a principal causa de dor ciática, outras possibilidades, tais como tumores, instabilidade, infecção, devem ser afastadas. Um exame físico adequado é essencial para isso, podendo inclusive, através de cuidadosa avaliação de dermátomos e miótomos, determinar o espaço vertebral em que está localizada a hérnia. O que é importante enfatizar é que a história natural da ciática por hérnia de disco é de resolução acentuada dos sintomas em torno de quatro a seis semanas. Por essa razão é que o tratamento inicial deve ser sempre conservador, explicando ao paciente que o processo tem um curso favorável (VIALLE et al, 2010).

Fonte: http://prorunning.com.br/?p=389 Figura 7: Quadro clínico

2.6.6 Diagnóstico por imagem

A radiografia, por ser rotineira e de baixo custo, deve fazer parte da avaliação por imagem. Embora o quadro clínico possa ser claro e sugestivo de hérnia discal, não se deve esquecer da possibilidade de coexistirem outras alterações que podem ser detectadas pela radiografia. O

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exame ortostático e o dinâmico em flexão e extensão são complementações importantes para análise mais completa da coluna [...]

O exame de eleição é a ressonância magnética (RM). No Brasil ainda se insiste no uso da tomografia axial computadorizada que, apesar de ser capaz de identificar uma hérnia de disco, não se aproxima da qualidade e tampouco da sensibilidade da RM. Informações detalhadas de partes ósseas e de tecidos moles que podem ajudar não só no diagnostico correto, mas até na proposta terapêutica, fazem da RM o exame indispensável para a correta avaliação do paciente (VIALLE et al, 2010).

Fonte: http://prorunning.com.br/?p=389 Figura 8: Ressonância

2.7 Tratamento Fisioterapêutico

Segundo Carvalho et al., (2012) a utilização de diferentes tipos de exercícios terapêuticos para indivíduos com hérnia discal lombar é indicado, dentre eles, os realizados em máquinas, com bolas e também na água. Exercícios resistidos com equipamento devem fortalecer a musculatura extensora do tronco 2 vezes por semana.

Fonte: http://prorunning.com.br/?p=389 Figura 9: Exercícios

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Inicialmente deve ser feito alongamento por 10 minutos, depois aquecimento seguidos de exercícios aeróbios e posteriormente os resistidos em máquina que vai de 0 a 72° de flexão de tronco. Exercícios aquáticos devem ser realizados em piscina com profundidade de 1,3 metros com temperatura entre 28 a 29°C, com umidade de 70-75% e temperatura da sala entre 27 e 28°C. Devem ser realizados exercícios de alongamentos, seguidos de exercícios de pernas (levantar as pernas nos sentidos anterior, posterior e látero lateral, realizar caminhadas para frente, para trás e para os lados e realizar flexão e extensão de tronco). Ambos os tipos de exercícios devem ser realizados por aproximadamente 60 minutos. Os grupos de exercícios mostram melhora quanto a força isométrica de tronco após as 6 primeiras semanas de treinamento (CARVALHO et al, 2012).

3. Metodologia

O presente estudo caracterizou-se por ser de revisão bibliográfica. A seleção dos artigos ocorreu a partir de busca nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LiLacs) e Scientific Eletronic Library Online ScieLo, publicados entre 2004 a 2014. Os descritores utilizados para a busca das referências foram: Exercício; Hérnia de disco; Estabilidade vertebral.

Como critério de inclusão as referências deveriam abordar tratamento por de exercícios em pacientes com hérnia de disco lombar, ou que contribuíssem para o objetivo do estudo. Foram excluídas as referências publicadas antes de 2004 e que não se enquadraram no ponto de vista do presente estudo.

4. Resultados e Discussão

Almeida et al (2006), relata que a região lombar da coluna vertebral desempenha um papel fundamental na acomodação de cargas decorrentes do peso corporal, da ação muscular e das forças aplicadas externamente. Esta região deve realizar a função de ser forte e rígida, especialmente quando sob carga, para manter as relações anatômicas intervertebrais e proteger os elementos neurais. Em contraposição, ela deve ser flexível, para permitir o movimento. A capacidade de envolver essas duas funções é adquirida através de mecanismos que garantem a manutenção do alinhamento vertebral. Quando estes mecanismos se encontram em desequilíbrio, é produzida a instabilidade lombar, que terá como principal consequência à dor.

Autor / Ano

Resultados

Rydeard et al., (2006) Exercícios baseados no Pilates são mais eficazes que os usualmente utilizados no tratamento da lombalgia.

Anema et al., (2007) Fortalecimento da musculatura lombar.

Pereira et al., (2010) Melhora da capacidade funcional dos indivíduos.

Santos et al., (2010) Estabilização da coluna lombar, protegendo sua estrutura do desgaste excessivo. Gomes et al., (2012) Promove estabilidade funcional.

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No estudo de Rydeard et al., (2006) pacientes que se queixavam de lombalgia foram divididos em dois grupos: um realizava exercícios do método Pilates e os outros exercícios convencionais, sendo monitorada a intensidade da dor e o escore de disfunção através de um questionário; o outro, um grupo controle. Após o tratamento, a intensidade de dor era de 18.3 e o escore de 2.0 no grupo com Pilates, enquanto no grupo controle os valores eram de 33.9 e 3.2, respectivamente. Tais resultados levaram os autores a concluir que os exercícios baseados no Pilates são mais eficazes que os usualmente utilizados no tratamento da lombalgia.

O tratamento fisioterápico abrange um número amplo de tratamentos, incluindo exercícios, a aplicação de calor ou frio, ultrassom ou a estimulação elétrica. A realização de exercícios após a fase aguda da dor, para fortalecimento da musculatura lombar, aparece como modalidade fisioterápica mais importante (ANEMA et al., 2007).

Um dos principais fatores para dor lombar é a instabilidade segmentar, onde podemos observar no estudo de Pereira et al (2010), a efetividade de exercícios de estabilização segmentar sobre a dor lombar, ao realizar um estudo com 12 mulheres. Foram realizadas 12 sessões de um programa de estabilização segmentar com frequência de duas vezes semanais, sendo avaliadas quanto à dor e capacidade funcional antes e depois do período de intervenção. Houve melhora significativa dos valores médios do índice de dor, melhora do índice de dor sensitiva, afetiva, avaliativo e miscelânea e melhora da capacidade funcional dos indivíduos, após o período de intervenção. Relataram a eficácia de exercícios dos músculos profundos do tronco, apresentando efeitos benéficos em indivíduos com lombalgia.

Segundo Santos (2011), os exercícios de isometria, com baixa intensidade e sincronia dos músculos profundos do tronco, tem o objetivo de estabilizar a coluna lombar, protegendo sua estrutura do desgaste excessivo. Aplicadas em indivíduos lombálgicos têm alcançado bons resultados quanto aos objetivos que se propõe. E é notória a importância do tratamento não cirúrgico, devido ao caráter pouco invasivo e efetividade evidenciada por grandes estudos de impacto.

Gomes et al (2012), descreve a importância do fortalecimento dos músculos multífidos lombar e transverso abdominal, denominado de treinamento de estabilização segmentar lombar, pois, promove, em regime preventivo e terapêutico, estabilidade funcional, diminuindo a incidência de lesões e desconfortos no complexo lombopélvico. Os exercícios de estabilização são essenciais para promover uma base para os movimentos de membros superiores e inferiores, para suportar cargas e para proteger a medula e as raízes nervosas. Os programas de exercícios de estabilização visam melhorar a força, resistência e o controle motor dos músculos abdominais e lombares, com ênfase nos músculos profundos do tronco, principalmente transverso do abdômen e multífidos. Além disso, é importante que seja enfatizado o treinamento de outros músculos paravertebrais, abdominais, bem como o diafragma e a musculatura pélvica, para que o tratamento seja eficaz na redução da dor.

5. Conclusão

De acordo com a pesquisa, a hérnia de disco é uma frequente desordem músculo esquelética, responsável pela lombociatalgia.

Os autores pesquisados apontaram os seguintes resultados em pacientes que realizaram tratamento fisioterapêutico com ênfase nos exercícios: são mais eficazes que os usualmente utilizados no tratamento da lombalgia; fortalecimento da musculatura lombar; melhora da capacidade funcional; estabilização da coluna lombar, protegendo sua estrutura do desgaste excessivo; promove estabilidade funcional.

Ficou evidenciado nesta pesquisa que os exercícios consistem inicialmente em diminuir a dor, proveniente das compressões nervosas, porém enfatizam o fortalecimento da musculatura lombar, pois um dos principais fatores para dor lombar é a instabilidade segmentar, diante disto os autores relatam que os exercícios promovem, em regime preventivo e terapêutico,

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estabilidade funcional, diminuindo a incidência de lesões e desconfortos no complexo lombopélvico.

Diante desta premissa, podemos observar a importância do exercício no tratamento da hérnia de disco lombar. Este estudo pode ser utilizado como fonte de dados para futuras pesquisas, assim como servir de referência para intervenção em pacientes com hérnia de disco lombar.

6. Referências

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