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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

FUSÕES NO SETOR BANCÁRIO: UM ESTUDO DE CASO

Orientador

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

FUSÕES NO SETOR BANCÁRIO: UM ESTUDO DE CASO

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em especialista em Gestão Empresarial.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida que me foi concedida.

Agradeço a minha família que embora esteja distante, sempre me apoiou durante a conclusão. Agradeço especialmente ao meu querido noivo Mauricio pelo apoio e compreensão nesse período de conclusão de curso.

Por fim, agradeço a todos os pesquisadores que contribuíram para que este trabalho se tornasse realidade.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão a minha família, aos meus pais Inácio e Gelci, meus irmão Michael e Simone ao meu noivo Mauricio, aos quais pela motivação em minhas dificuldades, durante esse período todo foram a minha base de equilíbrio para a conclusão deste.

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RESUMO

O setor bancário no Brasil e no mundo passou por um processo de mudanças profundas nos últimos dez anos, o que provocou uma onda de fusões e aquisições bancárias, além da entrada de novas instituições estrangeiras no mercado bancário varejista do país. Os bancos Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander, ABN Amro e HSBC se tornaram os maiores bancos varejistas privados.

O processo de reestruturação bancária acelerou-se principalmente nos países desenvolvidos na última década, alterando profundamente a natureza e a operação da indústria bancária.

Como resultado da mencionada consolidação bancária nos países desenvolvidos, observa-se uma diminuição na quantidade de instituições, um aumento no grau de concentração bancária na maioria dos países, uma diminuição no número de trabalhadores no setor, um aumento na participação relativa das receitas não-juros no total das receitas bancárias e, finalmente, um declínio nas margens líquidas de juros dos bancos devido ao aumento da competição no mercado.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi essencial para a realização deste, pois através das diversas pesquisas bibliográficas, sites e revistas permitiram que fosse possível desenvolver um estudo e melhor entendimento das fusões bancárias ocorridas nos últimos anos no Brasil.

O tema abordado foi pouco discutido até agora, o que dificultou em termos de pesquisas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Conceito de Fusão 9

CAPÍTULO II - As Instituições Bancárias 16

CAPÍTULO II I - Reorganização nas Organizações Financeiras – Fusões 23

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ANEXOS 32

ÍNDICE 39

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INTRODUÇÃO

O setor bancário brasileiro esta passando por um processo de mudanças profundas nesses últimos anos, o que provocou uma onda de fusões e aquisições bancárias, ocasionando a entrada de novas instituições estrangeiras no mercado bancário brasileiro. Bradesco, Itaú, Santander, ABN Amro e HSBC se tornaram os maiores bancos varejistas privados do setor.

Devido à grande competitividade do mercado, as empresas precisam adequar-se ao cenário e ampliar estratégias para garantir seu lugar, pois a globalização enquanto fenômeno econômico é a competição comercial em nível mundial entre os Estados-nação por meio de suas empresas.

O processo de fusão e aquisição começou no Brasil de forma tímida, no início dos anos 90, época em que a inflação brasileira estava fora de controle, o que muitas vezes impedia transações. Como do processo inflacionário era constante os bancos conseguiam obter altos lucros. Porém a partir de 1994, com o Plano Real, os bancos foram obrigados a se reinventar e efetuar com urgência uma reestruturação nas suas atividades, nos produtos e serviços, fazendo com que o mercado de fusões e aquisições começasse a deslanchar.

Essa inesperada mudança a partir dos anos 90 revelou a fragilidade do sistema financeiro, e várias instituições financeiras não suportaram a crise financeira, e foram incorporadas por outras instituições.

As fusões e aquisições têm a finalidade de juntar forças para atuar em outras áreas, se expandir geograficamente, gerando ganho na escala de produção, busca de sinergias financeiras e tecnológicas, dentre outras coisas mais.

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Este trabalho teve como foco fusões bancárias, o método utilizado foi um estudo de caso, o período estudo foi de 2006 a 2011.

CAPÍTULO I

CONCEITO DE FUSÃO

Entende-se como fusão, a junção de duas ou mais empresas em uma única firma e, aquisição, como a compra de participação acionária de uma dada empresa já existente, sem que isso implique, necessariamente, no seu controle por meio da propriedade total das ações. O objetivo desses processos de reestruturação, de forma geral é, segundo BONELLI (2000), tornar as empresas e conglomerados de que participam mais eficientes e competitivos pelas mudanças nas formas e setores de aplicação de capital.

As fusões normalmente são motivadas pela sinergia operacional e financeira resultante da união das empresas fundidas (YAGIL, 1996).

Com o início da nova ordem econômica mundial e a globalização, as sociedades comerciais ou com fins lucrativos necessitam se adaptar a essa realidade para que possam competir nesse mercado turbulento, em muitos casos tendo que se reorganizarem, mudando sua estrutura societária (VELTER; MISSAGIA, 2010).

Conforme Passos e Vila (2010), as operações de reorganização societária têm como principal objetivo melhorar, ampliar e diversificar os negócios das empresas, bem como ser um importante instrumento de gestão.

Mueller (1969) defende a teoria que, na intenção da empresa em elevar ao máximo o lucro, a fusão terá lugar apenas quando produzir um aumento no poder de mercado, ou quando adequar uma economia empresarial de escala, ou quando os gestores da empresa adquirente possuir algum conhecimento privilegiado em especial as oportunidades de lucro na empresa adquirida.

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Para (CAMARGOS; BARBOSA, 2005) operações de reorganizações societárias podem ser vistas como uma maneira de se “reestruturar” empresas de tal forma que se consiga com isso fazer com que a empresa cresça mais rapidamente, se torne mais competitiva, aproveitando oportunidades de entrar em novos mercados e de fazer novos Investimentos.

De acordo com Iudicibus, Martins e Gelbcke (2007), reorganizações societárias são operações que permitem as empresas a qualquer momento, efetuar reformulações adaptadas, podendo ser de natureza e objetivos distintos.

Fusões, sob a ótica financeira, ocorrem strictu sensu quando duas ou mais empresas são combinadas resultando em uma empresa que mantém a identidade de uma delas. A outra empresa desaparece sobre o aspecto legal, embora os ativos humanos e materiais com as quais tenha ingressado na fusão, agora sejam administrados pela outra empresa (Brealey e Myers, 1995).

A Lei 6404/76 que conduz as sociedades por ações no Brasil define fusão de outra forma. Segundo este diploma legal a fusão levaria ao desaparecimento das duas empresas anteriores, resultando em uma nova empresa. No enfoque dos autores de finanças, esta seria a definição da chamada Consolidação.

A literatura apresenta uma série de causas que esclareceriam por que as empresas buscariam realizar fusões e aquisições. Os vários motivos podem ser agrupados em três contextos: crescimento e diversificação, sinergia e aumento de capacidades.

1) Crescimento e diversificação: o crescimento rápido, quer em tamanho ou na participação de mercado, ou mesmo na diversificação do área dos produtos da empresa pode ser alcançado por meio de fusões e aquisições. Por meio desta estratégia, diversas barreiras de entrada mercadológicas e até mesmo culturais, podem ser agilmente adaptadas, possibilitando rápido acesso

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a mercados. Adicionalmente, a possibilidade de diversificação embute uma diminuição inerente do risco global ao qual a empresa fica exposta.

2) Sinergia: as sinergias são caracterizadas pelas economias de escala resultantes da redução de custos indiretos das empresas fusionadas.

3) Aumento de capacidades: muitas vezes, empresas combinam-se para aumentar sua capacidade administrativa, financeira e tecnológica (Ross, Westerfield e Jaffe, 1995).

4) Os processos de fusão e aquisição podem ocorrer por razões estratégicas, por razões financeiras ou mesmo por ambos. As fusões estratégicas envolvem a fusão de empresas para atingir economias de escalas por meio de eliminação de funções redundantes, aumento da participação de mercado e melhora das fontes de matérias-primas e dos canais de distribuição.

As fusões financeiras envolvem a aquisição de empresas que podem ser reestruturadas para melhorar seu fluxo de caixa, por meio de cortes drásticos de custos e vendas de ativos improdutivos ou não compatíveis.

Uma fusão ou aquisição deveria representar uma decisão consciente em relação ao ambiente funcional da organização. As fusões e aquisições justificam-se principalmente por razões econômicas. No entanto, o sucesso deu ma fusão depende também de que se entenda o conceito de ambiente funcional e cultura organizacional - fatores que freqüentemente são deixados de lado nas discussões sobre aquisição e fusão. O enfoque dessas "conversas" encontra-se geralmente nos lucros ou avaliação do patrimônio (Howard, 1982).

Conforme o Banco Central do Brasil, regulador do processo de fusão, em vários países do mundo ocorre o processo de fusões de bancos. Há, nessas instituições, uma forçosa necessidade de crescerem em tamanho como forma de concorrer com outras corporações participantes do cenário financeiro internacional. Enquanto no comércio a globalização da economia se dá de forma lenta e por meio dos blocos econômicos, o setor financeiro mundial já é

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uma aldeia global. Mas, por que os países do mundo vivem essa necessidade? Isso ocorre devido a grande transformação dos mercados financeiros, que retirou dos Estados Unidos o controle autônomo de suas moedas internas. A moeda hoje é um bem global. Segundo estimativas, US$11trilhões andam incessantemente de um lado para outro do planeta em busca de bons lucros, não importa em qual idioma esteja.

O Brasil também está sujeito a essa transformação. É o efeito da globalização mexendo com a nossa realidade. Nosso país tem o maior e, possivelmente, o mais complexo sistema financeiro na América Latina, cujo desenvolvimento, nos últimos trinta anos, foi marcado pelo processo inflacionário. As reformas institucionais e as grandes mudanças legais e normativas nesse período foram determinadas em grande medida pelo processo de combate à inflação. Ao longo do período de convivência com o processo inflacionário permitiu que ganhos adaptados pelos passivos não remunerados, como os depósitos à vista e os recursos em trânsito, compensassem ineficiências administrativas e, até mesmo, concessões de crédito de liquidação duvidosa.

Para o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional) a globalização do mercado financeiro internacional tornou inevitável o processo de fusão e aquisição de bancos e instituições financeiras em muitos países. Esse fenômeno abrange, pelos mesmos motivos, outros setores da economia.

Nos Estados Unidos, há dez anos o número de bancos era de 14.500 aproximadamente, restando hoje 10.000, com tendência de aceleração dos processos de fusão. O caso mais recente foi, ao final de agosto, a compra do Chase Manhattan pelo Chemical Banking, resultando no maior banco daquele país. Pode-se ainda mencionar, como destaque, a operação envolvendo o Bank of America e o Continental. Países Nórdicos (Noruega, Suécia e Finlândia) - A preocupação dos governos desses países com as crises bancárias resultou em diversas alternativas. A liquidação de instituições financeiras foi pouco utilizada e apenas para pequenos bancos.

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A alternativa, ainda segundo o PROER foi à venda através de um “Acordo de Compra e Assunção”. Esses acordos podem ser do tipo “banco todo” ou “banco saneado”. No primeiro caso, todo o ativo (mesmo o de má qualidade) e todo o passivo são transferidos para a instituição adquirente, mantendo-se o controle no setor privado, reforçando o incentivo ao saneamento. Para recuperar o valor do patrimônio líquido, o governo provê uma linha de assistência e pode receber garantias conversíveis em ações, tendo como resultado uma potencial participação nos lucros futuros da instituição. Se o valor futuro dos ativos ruins é de difícil fixação, afetando a definição do montante da assistência necessária, as autoridades podem suprir “cobertura para perdas de capital”, ou seja, elas podem emitir garantias para os ativos de baixa qualidade que permaneceram nos balanços do banco, ou podem ainda oferecer “pagamentos permanentes” pelas aplicações ruins.

A opção de “banco saneado” nos acordos de compra e assunção permite que o adquirente assuma todo o passivo e nenhum ativo (ou pelo menos não os ativos de má qualidade). Estes são transferidos para outro banco, denominado “bad bank”. A hipótese é de que uma instituição especializada em ativos ruins será mais eficiente na recuperação do valor máximo possível. A separação dos ativos, para a adquirente, eleva o incentivo da transação através da redução do risco, ao mesmo tempo em que estando à operação resolvida, a instituição saudável será capaz de obter um melhor desempenho sem a constante intervenção do governo.

Enquanto no México, a política de incentivos a fusões de bancos teve início em meados dos anos 80, quando bancos pequenos e médios com problemas estruturais e baixa eficiência foram auxiliados financeiramente pelo Banco do México. Recentemente foi criado o Programa de Capitalização Temporária (Procapte), que consiste na emissão de debêntures conversíveis em ações do banco participante. Suas principais características são as seguintes: administração através do Fundo Bancário de Proteção à Poupança (Fobaproa), com recursos provisionados pelo Banco do México; duração de cinco anos sujeita a redução caso o administrador considere as condições de

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mercado favoráveis à capitalização da instituição; obrigatoriedade de manutenção de coeficiente de capital de no mínimo 9% por parte da instituição participante; impedimento de emissão de ações, ou debêntures conversíveis em ações, durante o tempo do programa, exceto no caso do resgate prévio das debêntures emitidas no contexto do programa.

Para o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional) a crise mexicana, no final de 1994, produziu reflexos no sistema financeiro argentino, sob a forma de retirada maciça de depósitos. Além de outras medidas, como a instituição do mecanismo de seguro depósito, em abril, foram estimuladas as fusões e absorções, com a autoridade monetária procurando minimizar os fechamentos de bancos. O governo argentino estabeleceu um fundo para capitalizar os bancos. O fundo será financiado inicialmente com a emissão de US$2 bilhões de títulos do governo com um prazo de 3 anos, abrangendo somente bancos em condições de recuperação. Além disso, as autoridades têm incentivado a aquisição de bancos insolventes ou fechados, por outras instituições sólidas, sem restrição de nacionalidade. Como resultado, dos 168 bancos existentes no final de dezembro de 1994, mantiveram-se 133 ao final de outubro do corrente ano. Com esse processo o governo espera recuperar a confiança do público no sistema financeiro.

Como conseqüência da crise financeira de 1982 e 1983, foi iniciado em 1984, no Chile um processo de capitalização e reprivatização dos bancos sob intervenção. Com o objetivo de resolver rapidamente a questão da insuficiência de capital, o recebimento de garantias foi condicionado à apresentação de um plano de aumento do capital acionário das instituições com problemas.

Várias facilidades para venda e injeção de capital foram usadas para normalizar o sistema bancário, tais como: capitalização através da emissão e venda de novas ações com significativas vantagens creditícias e fiscais, venda direta a investidores, fusões e mudanças de objeto social. Esta normalização foi buscada através de rigorosa regulamentação estatal.

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Já no final da década de 80, a economia japonesa viveu um ‘boom” econômico, segundo o PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional) o que elevou expressivamente o valor dos ativos financeiros e das ações tanto de empresas financeiras quanto das demais corporações. Neste momento a política monetária expansionista provia liquidez em abundância o que, acrescido à oferta de capitais internacionais, estimulava ainda mais a elevação do preço de mercado dos diversos títulos negociados. Neste contexto as instituições financeiras bancárias, especialmente as não bancárias, elevaram significativamente seus créditos, emprestando a empreendimentos de rentabilidade duvidosa e, muitas vezes, com taxas de retorno inferiores às aceitáveis no resto do mundo. Com a reversão do ciclo e implementação de política monetária restritiva, ao final da década de 80 e início dos anos 90, a escassez dos recursos financeiros promoveu uma queda no valor dos ativos. Isto provocou forte inadimplência e anormal deterioração dos ativos das instituições financeiras. A dificuldade enfrentada pelas entidades financeiras é normalmente contornada pela sua incorporação/fusão com grandes instituições sadias. Neste sentido o governo japonês propôs, em 1992, que fosse permitida a participação acionária e a fusão de bancos comerciais com bancos de créditos de longo prazo e bancos especializados em operações cambiais. Além disso outras medidas foram adotadas, como a autorização para a postecipação da contabilização de créditos em liquidação e o atraso na prestação de informações sobre ativos de má qualidade, estímulo aos investidores institucionais à não realização de ganhos financeiros visando sua capitalização, além do anúncio de provimento de fundos para auxiliar os bancos a liquidar seus créditos ruins.

A atual situação dos bancos japoneses, além das medidas adotadas pelo governo local, tem suscitado reações, como a discussão nos Estados Unidos sobre a possibilidade de ajuda financeira por parte do Federal Reserve, tendo em vista os impactos negativos sobre a economia norte-americana da elevação das taxas de juros, decorrentes de possíveis vendas maciças de bônus mantidos por aquelas instituições.

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Informações recentes levaram à possibilidade de fusão dos bancos Daiwa e Sumitomo, o que criaria um dos maiores bancos do mundo. Segundo o ministro das Finanças do Japão, tal fusão seria necessária para evitar baderna no mercado financeiro, após reguladores norte-americanos terem, no final de outubro, ordenado o fim das operações do Daiwa nos Estados Unidos.

CAPÍTULO II

AS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS

O Sistema financeiro Brasileiro é composto de instituições financeiras captadoras de depósitos a vista, demais instituições financeiras, outros intermediários ou auxiliares financeiros, entidades ligadas aos sistemas de previdência e seguros, entidades administradoras de recursos de terceiros e sistemas de liquidação e custódia. Também compõem o Sistema Financeiro, como órgãos reguladores e de fiscalização, o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, a Superintendência de Seguros Privados e a Secretaria de Previdência Complementar (BANCO CENTRAL DO BRASIL).

O sistema bancário consiste numa rede integrada de bancos comerciais com o poder legal de realizar três funções básicas, como: recebe depósitos a vista e a prazo, conceder empréstimos e facilitar a transferência de fundos financeiros por toda a economia. É por meio deles que recebemos salários e quaisquer outros rendimentos, pagamos contas, liquidamos contratos, contratamos seguros, aplicamos nossas poupanças, financiamentos e investimentos, entre outros.

De acordo com o relatório de estabilidade do Banco Central do Brasil, o forte crescimento econômico de 2010 foi marcado por retomada nos investimentos, geração de emprego, elevação da renda e do consumo. O desempenho do crédito, nesse cenário, mostrou-se harmônico com a retomada

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da atividade econômica e foi fator importante na expansão dos lucros dos principais bancos no período.

O ingresso de novas instituições foi de grande importância para o fortalecimento do SFN, (Sistema Financeiro Nacional), pois estimulou a concorrência no setor, se contrapondo ao movimento de concentração observado nos períodos.

O processo de fusão ocorre em vários países do mundo. Há, nessas instituições, uma indispensável necessidade de crescerem em tamanho como forma de concorrer com outros grupos participantes do cenário financeiro internacional. Enquanto no comércio a globalização da economia se dá de forma lenta e por meio dos blocos econômicos, o setor financeiro mundial já é uma idéia global.

Para entendermos melhor como funciona o setor bancário, precisamos saber o papel do Banco Central, e sua definição junto ao sistema financeiro nacional.

Segundo o Banco de Pagamentos Internacionais (Bank for International

Settlements – BIS), Banco Central é a instituição de um país à qual se tenha

confiado o dever de regular o volume de dinheiro e de crédito da economia. Essa atribuição dos bancos centrais geralmente está associada ao objetivo de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional. Além disso, a maior parte dos bancos centrais também tem como missão promover a eficiência e o desenvolvimento do sistema financeiro de um país.

Um banco central é uma entidade independente ou ligada ao Estado cuja função é gerir a política econômica, ou seja, garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda de cada país e do sistema financeiro como um todo. Além disso tem como objetivo definir as políticas monetárias (taxa de juros e câmbio, entre outras) e aquelas que regulamentam o sistema financeiro local. O banco faz isso interferindo mais ou menos no mercado financeiro,

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vendendo papéis do tesouro, regulando juros e avaliando os riscos econômicos para o país, informações disponíveis no próprio site do BANCO CENTRAL.

2.1 – AS FUNÇÕES TÍPICAS DE UM BANCO CENTRAL

Um banco central, em geral, desempenha as seguintes funções: a) monopólio de emissão;

b) banqueiro do governo; c) banco dos bancos;

d) supervisor do sistema financeiro; e) executor da política monetária; e

f) executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.

2.1.1 – SURGIMENTO DOS PRIMEIROS BANCOS CENTRAIS

O banco central é uma instituição de configuração relativamente recente, tendo surgido na maior parte dos países industrializados no final do século XIX ou na primeira metade do século XX. As origens dos primeiros bancos centrais, entretanto, são mais remotas. Seu desenvolvimento foi gradual, como resposta à instabilidade dos incipientes sistemas financeiros europeus dos séculos XVI, XVII e XVIII. Em distintos países europeus, a prática bancária foi concentrando certas funções, fundamentalmente a partir do direito de emissão, em instituições privadas que, de fato, começaram a assumir contornos de bancos centrais. Estes foram se consolidando com a absorção das funções de banqueiro do estado, de depositário das reservas de outros bancos e de prestamista de última instância às instituições financeiras.

Os primeiros bancos estatais de que se têm notícias foram o Banco de Amsterdã, fundado em 1609 por particulares, mas com garantia daquela

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municipalidade, e o Riksbank, fundado na Suécia, em 1656, que se caracterizou por funções de caráter comercial. Mas é a evolução do Banco da Inglaterra, fundado em 1694, inicialmente como instituição privada, que melhor permite discernir o processo de formação dos bancos centrais modernos, pois foi a primeira instituição a agrupar de forma mais clara as funções de um banco central.

O Banco Central do Brasil (BCB), autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31/12/1964, com a publicação da Lei nº 4.595. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para 8 a atuação do BCB, dentre os quais o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após argüição pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595 e redefinir as atribuições e estrutura do BCB.

2.1.2 – AS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS DO BRASIL

Banco do Brasil

O Banco do Brasil foi o primeiro banco a operar no País e, hoje, é a maior instituição financeira do Brasil. Em seus mais de 200 anos de existência, acumulou experiências e pioneirismos, participando vivamente da história e da cultura brasileira. Sua marca é uma das mais conhecidas e valiosas do País, acumulando ao longo de sua história atributos de confiança, segurança, modernidade e credibilidade. Com sólida função social e com competência para lidar com os negócios financeiros, o Banco do Brasil demonstrou que é possível ser uma empresa lucrativa sem perder o núcleo de valores - o que sempre o diferenciou da concorrência.

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• Banco Itaú Unibanco

No dia 3 de novembro de 2008, Itaú e Unibanco assinaram contrato de associação para a unificação das operações financeiras dos dois bancos. Foi o início formal da construção de um dos maiores conglomerados do Hemisfério Sul, com valor de mercado que o situa entre as 20 maiores instituições financeiras do mundo.

Trata-se de uma instituição financeira com plena capacidade de participar do novo cenário competitivo global. O resultado dessa associação é um banco de capital nacional, com o compromisso, a solidez, a vocação e a capacidade econômica para se transformar num parceiro vital para o desenvolvimento das empresas brasileiras, aqui e no exterior. Com forte presença internacional - já cobrindo com suas operações de banco comercial todos os países do Mercosul a instituição terá a agilidade necessária para aumentar a presença do Brasil no cenário internacional.

O novo banco consolida-se em um cenário que encontra o Brasil e o seu sistema financeiro em situação privilegiada, com enormes possibilidades de melhorar ainda mais a sua posição relativa no cenário global. Nessa etapa de crescimento sustentável do País ganha importância movimentos, como este, de fortalecimento das grandes empresas nacionais, a exemplo do que vem ocorrendo em outros setores da economia, ampliando continuamente a capacidade competitiva.

Amadurecido ao longo de 15 meses de diálogo, o Itaú Unibanco nasce a partir de uma forte identidade de valores e visão convergente de futuro. Por isso, os controladores da Itaúsa e Unibanco decidiram constituir uma holding com modelo de governança compartilhada.

O conglomerado resultante da associação apresenta escala, expertise e forte base de capital, que o capacitam a reforçar sensivelmente a oferta de crédito ao mercado, correspondendo às expectativas de saudável e vigorosa resposta às demandas de empresas e pessoas físicas.

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• BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental.

Desde a sua fundação, em 1952, o BNDES se destaca no apoio à agricultura, indústria, infraestrutura e comércio e serviços, oferecendo condições especiais para micro, pequenas e médias empresas. O Banco também vem implementando linhas de investimentos sociais, direcionados para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano.

O apoio do BNDES se dá por meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços. Além disso, o Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.

Em seu Planejamento Corporativo 2009/2014, o BNDES elegeu a inovação, o desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental como os aspectos mais importantes do fomento econômico no contexto atual, e que devem ser promovidos e enfatizados em todos os empreendimentos apoiados pelo Banco.

• Caixa Economica federal

Há 150 anos a história da CAIXA anda lado a lado com a trajetória do país. Além de presenciar transformações que marcaram a história do Brasil, a instituição acompanhou mudanças de regimes políticos e participou ativamente do processo de urbanização e industrialização do país.

Ao longo de sua trajetória, a CAIXA estabeleceu estreitas relações com a população ao atender necessidades imediatas do povo brasileiro, como poupança, empréstimos, FGTS, Programa de Integração Social (PIS),

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Seguro-Desemprego, crédito educativo, financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais. E também ao proporcionar o sonho de uma vida melhor com as Loterias Federais, que detêm o monopólio desde 1961.

Desde sua criação, não parou de crescer, de se desenvolver, de diversificar e ampliar sua área de atuação. Além de atender correntistas, trabalhadores, beneficiários de programas sociais e apostadores, acredita e apoia iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas em todo o Brasil.

Hoje, a CAIXA tem uma posição consolidada no mercado como um banco de grande porte, sólido e moderno. Como principal agente das políticas públicas do governo federal, está presente em todo o país, sem perder sua finalidade: a de acreditar nas pessoas.

• Santander

Em setembro de 2010, o Santander Brasil registrou ativos totais de R$ 358 bilhões, R$ 253 bilhões de captações totais - R$ 146 bilhões em captações de clientes e R$ 107 bilhões em fundos de investimentos, em torno de 24 milhões de clientes e mais de 10,6 milhões de contas correntes, com depósitos à vista, ativas. A rede de atendimento é composta de 3.623 pontos de venda, entre agências e postos de atendimento.

Com mais de 150 anos de atuação, o Grupo Santander, sediado em Madri, na Espanha, está entre as maiores instituições financeiras do mundo por capitalização em bolsa. Originário da cidade de Santander, na província de Cantábria, atua em muitos países e possui grande diversificação geográfica. Em setembro de 2010, mantinha 13.907 agências, em torno de 176 mil funcionários, mais de 92 milhões de clientes, mais de 3 milhões de acionistas e volume de recursos administrados de 1.877 bilhões de dólares. O lucro líquido nos nove primeiros meses de 2010 alcançou 8,0 bilhões de dólares. (Banco Central - 50 Maiores - Ranking por Ativos).

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• HSBC

Fundada em 1865 e sediada em Londres, a HSBC Holdings plc é uma das maiores organizações de serviços financeiros e bancários do mundo.

A rede internacional do Grupo HSBC é composta por aproximadamente 9.500 escritórios em 87 países e territórios na Europa, Ásia-Pacífico, Américas, Oriente Médio e África.

O Grupo HSBC emprega 312.000 colaboradores e atende mais de 100.000.000 de clientes. Com ações cotadas nas Bolsas de Londres, Hong Kong, Nova Iorque, Paris e Bermuda, a HSBC Holdings plc tem mais de 200.000 acionistas em cerca de 100 países e territórios.

Por meio de uma rede global, interligada por tecnologia de ponta, o HSBC oferece a seus clientes uma ampla gama de serviços financeiros: banco de varejo, commercial, corporate, investment e private banking; trade services; cash management; serviços de tesouraria e mercados de capital; seguros e previdência; empréstimos e financiamentos; fundos de pensão e investimento e muito mais.

CAPÍTULO III

REORGANIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

FINANCEIRAS - FUSÕES

O processo resultante de uma fusão ou aquisição dentro da indústria financeira, ou em outros setores, que ocasiona geralmente em uma redução no número de instituições financeiras, é conhecido como concretização bancária. Como resultado deste processo, observa-se uma diminuição no número de trabalhadores no setor financeiro, e finalmente, um declínio nas margens líquidas de juros dos bancos devido ao aumento na competição no mercado bancário (PAULA, 2002).

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As concretizações bancárias cresceram muito nos últimos anos nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, alterando fortemente a natureza e operação da indústria bancária. O crescimento das fusões e incorporações acarretou a desregulamentação dos serviços financeiros em nível nacional, a maior abertura do setor bancário à competição internacional, desenvolvimento tecnológico em telecomunicação e informática e a mudança na estratégia gerencia das instituições financeiras, tudo isso com foco no retorno aos acionistas (FARIA JUNIOR; PAULA, 2009).

Segundo o último relatório de estabilidade, publicado no site do BANCO CENTRAL, cerca de dois terços de todos os ativos e empréstimos são de responsabilidade, atualmente, de apenas cinco instituições financeiras no País: Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal. Há dez anos, essas instituições tinham menos da metade do mercado.

A concentração no sistema bancário brasileiro aumentou na saída da crise financeira internacional, no ano passado, quando grandes bancos voltaram às compras e foram fechadas grandes fusões e aquisições. O processo tem motivação econômica: Por essa característica, a participação dos cinco grandes bancos passou de 45,6% em 2000 para 64,9% em junho de 2010. Em ritmo semelhante, as operações de crédito desse grupo saltaram de 49,2% para 65,5% de todo o sistema financeiro no mesmo período.

Segundo o professor de finanças da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), José Pereira da Silva, afirma que essa concentração é resultado de um movimento amplo, iniciado há quase duas décadas. Em meados dos anos 90, após a criação do Plano Real, o governo federal decidiu reestruturar e fortalecer o sistema financeiro com ajuda dos recursos públicos para impedir que a economia se contaminasse com eventual debilidade dos bancos. Em meio ao movimento, muitos bancos estaduais foram comprados.

No fim dos anos 90 e início dos anos 2000, a segunda fase da consolidação aconteceu com os bancos privados, que passaram a comprar

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casas menores para ganhar força e escala. Mais recentemente, houve outra onda que passou a contar também com aquisições de bancos públicos.

Variação do Número de Bancos 2000/2007

PERÍODO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Número de Bancos 192 182 167 165 164 161 159 156 Privados nacionais com e

sem participação

estrangeira 105 95 87 88 88 84 85 87 Privados estrangeiros e

com controle estrangeiro 70 72 65 62 62 63 61 56 Públicos Federais e

Estaduais 17 15 15 15 14 14 13 13 Fonte: Banco Central do Brasil – www.bcb.gov.br

Mudanças demonstram o quanto as políticas monetárias efetuadas pelo Estado e a concorrência no sistema bancário desde a implantação do Plano Real em 1994 alterou a dinâmica do setor no país. De acordo relatos na página do BANCO CENTRAL com o crescimento que o Banco Itaú S/A apresentou no período 1995/2007, passando da sexta para a segunda posição no ranking das maiores instituições bancárias, e com a fusão anunciada com o Unibanco S/A (Outubro/2008) será o maior conglomerado financeiro da América Latina. Outro dado importante é o desaparecimento de grandes bancos no período, entre eles o Banespa, comprado pelo Santander (Espanhol), O Bamerindus, comprado pelo HSBC (inglês) e o Banco Real, comprado pelo ABN-AMRO (Holandês). Na tabela acima percebemos que a concentração do sistema continua o seu processo, pois em 2000 existiam 192 bancos em atividade no país contra 156 em 2007, representando uma queda de 18,75% nos números de atores no sistema.

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3.1 - PRINCIPAIS AQUISIÇÕES E FUSOES NO SETOR

BANCÁRIO NOS ÚLTIMOS ANOS

• Bradesco – Banco Ibi

Em 2009, o Bradesco anunciou a compra do Ibi, braço financeiro das lojas C&A, por cerca de R$ 1,4 bilhão de reais em ações. Com a operação, o banco dobrou sua base de clientes de cartões de crédito. A operação ocorreu depois que o Bradesco caiu da primeira posição entre os bancos privados do País, após o Itaú ter assumido o controle do Unibanco.

• Banco do Brasil – Nossa caixa

O Banco do Brasil anunciou em 2008 o entendimento com o Estado de São Paulo para a aquisição do controle acionário da Nossa Caixa. O valor da operação foi de R$ 5,386 bilhões. Na época, o banco havia sido passado pelo Itaú Unibanco no mercado nacional e estava tentando voltar ao topo do mercado.

• Itaú - nibanco

Os bancos Itaú e Unibanco anunciaram, em 2008, a fusão de suas operações, em meio à crise financeira global. O total de ativos combinado foi de cerca de R$ 575 bilhões, tornando-se o maior do hemisfério sul e um dos 20 maiores do mundo. No ato da fusão, os controladores da Itaúsa e Unibanco constituíram uma holding em modelo de governança compartilhada, com a presidência do Conselho de Administração a cargo de Pedro Moreira Salles, enquanto Roberto Egydio Setubal ficou como presidente Executivo.

• Santander compra o ABN Amro Real - 2007

Em outubro de 2007, o banco holandês ABN Amro foi vendido a um consórcio formado pelo espanhol Santander, pelo escocês RBS (Royal Bank of Scotland) e pelo belgo-holandês Fortis pelo valor de 71 bilhões de euros (aproximadamente R$ 181 bilhões), o maior negócio da história da indústria bancária no mundo.

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Por conta desse negócio, o Santander passou a controlar o ABN Amro Real. No ranking do Banco Central, o Real ocupa a quinta colocação entre os maiores bancos do país, enquanto o Santander é o sétimo. Os dois bancos estão em processo de fusão. Quando isso ocorrer, o banco passará a Caixa Econômica Federal no posto de quarto maior banco do país.

• Itaú compra o BankBoston - 2006

Em maio de 2006, o Itaú anunciou a compra do BankBoston --braço do americano Bank of America-- no Brasil em um negócio que foi pago em ações. Pela venda, o Bank of America recebeu cerca de US$ 2,2 bilhões em ações do Itaú. Três meses depois, a mesma operação foi usada para adquirir os negócios do BankBoston no Uruguai e no Chile por R$ 1,37 bilhão.

O negócio fez com que o Itaú encostasse de vez no então líder privado do setor, o Bradesco, além de dar maior fôlego ao Personallité, o serviço para clientes de alta renda do banco. Também deu ao Itaú a possibilidade de iniciar suas atividades como banco de varejo fora do Brasil.

• ABN Amro compra o Sudameris - 2003

Em outubro de 2003, o ABN Amro Real anunciou a compra do banco Sudameris Brasil. O ABN pagou R$ 2,190 bilhões ao grupo italiano Intesa, que controlava o banco, sendo R$ 527 milhões em dinheiro mais participação de 11,58% da Intesa no seu capital. Porém, a integração total entre os bancos ocorreu apenas em 2007.

• Bradesco compra o BBVA - 2003

Em janeiro de 2003, o banco espanhol BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria) vendeu a sua filial BBV Brasil ao Bradesco. O negócio foi concretizado em junho. Os espanhóis receberam US$ 632 milhões e 4,4% do capital do banco brasileiro, uma participação que ampliaram posteriormente para 5,01%. Em março deste ano, os controladores do Bradesco compraram de volta essa participação por US$ 1,47 bilhão.

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O próprio BBVA --na época se chamava apenas BBV-- apareceu no Brasil através de aquisições. A mais importante feita por ela foi a do Excel Econômico, em 1998.

• HSBC compra filial do Lloyds - 2003

O banco britânico HSBC comprou a filial brasileira do Lloyds TSB por US$ 815 milhões com o objetivo de expandir sua participação na América do Sul. À época, o ativo mais valioso do Lloys no Brasil era a financeira Losango.

• Bradesco compra o Banco Zogbi - 2003

O Bradesco confirma a compra do Banco Zogbi em acordo de R$ 650 milhões, entidade que atuava há mais de 40 anos na atividade de financiamento.

• Bradesco compra o Banco Mercantil - 2002

No início do ano o Bradesco incorporou a financeira Finasa, uma das maiores do país, ao comprar o Banco Mercantil de São Paulo por R$ 1,372 bilhão.

• Santander compra o Banespa - 2000

O maior símbolo do processo de prizatização dos bancos estaduais na década de 1990 foi a venda do Banespa, que pertencia ao governo paulista e era, na época, um dos cinco maiores bancos do país. Em novembro de 2000, o Santander venceu o leilão e adquiriu o banco por R$ 7,05 bilhões.

O negócio garantiu ao Santander uma posição de destaque no mercado bancário brasileiro --na época, passou o Unibanco e se tornou o terceiro maior banco privado do país. Até então, os espanhóis tinham uma presença considerada tímida no Brasil, basicamente formada por aquisições de bancos médios, como o Banco Geral do Comércio (1997) e o Banco Noroeste (1998).

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• Unibanco compra Banco Bandeirantes - 2000

O Unibanco adquiriu em 2000 o Banco Bandeirantes por R$ 1,044 bilhão, pagos em ações para o banco português Caixa Geral de Depósitos. Os portugueses, por sua vez, já tinham adquirido o banco em meados dos anos 1990. Com o acordo, o Caixa Geral de Depósitos passou a deter 12,4% do capital do Unibanco.

• ABN Amro compra o Banco Real - 1998

Os holandeses do ABN Amro compraram o banco Real por cerca de R$ 2 bilhões em julho de 1998. A compra foi concluída em novembro, quando o ABN compra também o Bandepe. A integração do Real com o ABN ocorre apenas em 2000.

• BBVA compra o Excel Econômico - 1998

Em um dos negócios mais turbulentos do setor, os espanhóis do BBVA "estrearam" no mercado brasileiro ao adquirir o banco Excel Econômico por apenas R$ 1. O banco, inaugurado em 1990, estava em dificuldades financeiras desde que comprou a parte "limpa" do quebrado Banco Econômico em 1995. Cinco anos depois, os espanhóis desistiriam do setor bancário varejista no país e venderia sua parte brasileira para o Bradesco.

• Itaú compra o Banerj - 1997

O primeiro dos bancos estaduais a ser privatizado foi o Banerj, que pertencia ao governo fluminense. No leilão de privatização, o Itaú não teve concorrentes e arrebatou a compra pelo preço mínimo, de R$ 311 milhões. A incorporação definitiva do banco fluminense pelo Itaú ocorreu em 2004.

O Itaú seria um dos principais "beneficiados" com a onda de privatizações. Nos anos seguintes também adquiriu da mesma maneira o Banestado (Paraná), o Bemge (Minas Gerais) e o BEG (Goiás).

• Bradesco compra o BCN - 1997

Em outubro de 1997, o Bradesco fez sua primeira grande aquisição na década ao incorporar o BCN (Banco de Crédito Nacional). A compra custou

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cerca de US$ 1 bilhão. Porém, os dois bancos só foram totalmente fundidos em março de 2004.

• HSBC compra o Bamerindus - 1997

O HSBC marcou sua entrada no varejo financeiro brasileiro com a compra do Bamerindus, por R$ 930 milhões, em março de 1997, dentro do Proer (programa de reestruturação do sistema financeiro), linha de socorro aos bancos criada em 1995 para evitar a quebra de grandes instituições financeiras.

• Unibanco compra o Nacional - 1995

O Banco Nacional, à época um dos maiores do país, foi uma das mais célebres "vítimas" do Plano Real. Incapaz de gerir seus recursos após o fim da inflação, o banco quebrou em 1994 e foi um dos que recebeu ajuda do governo federal através do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). Em novembro do ano seguinte, o Unibanco comprou a carteira de clientes do Nacional e o Banco Central absorveu a parte "podre".

(31)

CONCLUSÃO

As Fusões e Aquisições bancárias proporcionaram um aumento na eficiência de intermediação dos bancos compradores, possivelmente decorrentes de aprimoramentos no gerenciamento operacional e de cortes nos custos administrativos e de pessoal. Essa melhoria na eficiência foi mais acentuada no caso dos bancos privados nacionais. No que se refere à eficiência de resultados, os ganhos não foram muito significativos. Isso pode indicar que nem todos os bancos foram capazes de obter economias de rendas, ou seja, um maior rendimento ou um melhor retorno por segmento de cliente.

Concluo, destacando a carência de trabalhos e monografias que abordam o tema aqui estudado. Nosso mundo globalizado caminha no sentido das grandes concentrações de capitais objetivando a manutenção da competitividade no mercado global e maximização dos resultados visando maior valorização destas empresas e a concentração do poder.

(32)

ANEXOS

Índice de anexos

(33)

ANEXO 1

Todas as Fusões e aquisições Bancárias de 1995 a 2009

Fusões / Incorporações / Aquisições

Comprou Comprado Data

Itaú Banco Francês e Brasileiro (BFB) Julho de 1995

Nacional de Paris – BNP Comercial de S.Paulo Agosto de 1995

Itamarati Crefisul Setembro de 1995

Comercial de France Montreal Setembro de 1995

Unibanco Nacional Novembro de 1995

Pontual Continental Janeiro de 1996

United Antonio de Queiroz Abril de 1996

Mitsubishi Tokyo Abril de 1996

Dibens Battistella Abril de 1996

Excel Econômico Maio de 1996

Bandeirantes Banorte Maio de 1996

Rural Mercantil Maio de 1996

Deutsch Sudamerikanische Bank Banco Grande Rio Junho de 1996

Pontual Martinelli Junho de 1996

BCN Itamarati Julho de 1996

Cindam Fonte Julho de 1996

Lavra Segmento Novembro de 1996

Caoa Schahin Cury Novembro de 1996

Galicia BCN Barclays Dezembro de 1996

Société Générale Sogeral Janeiro de 1997

Lloyds Bank Multiplic Fevereiro de 1997

Santander Geral do Comércio Março de 1997

Arabian Bank ABC Roma Março de 1997

HSBC Bamerindus Março de 1997

Morgan Greenfeld Irmãos Guimarães Abril de 1997

Itaú Banerj Julho de 1997

Bco.Geral do Comércio (Santander) Noroeste Agosto de 1997

BCN Credireal Agosto de 1997

Interatlântico (Bco. Espírito Santo) Boavista Setembro de 1997

American Express Bank SRL (associação) Setembro de 1997

AIG Consumer Finance Group Fenícia Setembro de 1997

Bradesco BCN Outubro de 1997

Swiss Bank Corporation Ômega Novembro de 1997

Nations Bank Corporation Liberal Novembro de 1997

Pactual Sistema Dezembro de 1997

Bozano Simonsen Meridional Dezembro de 1997

Wachovia Corp. Finance Português do Atlântico Dezembro de 1997

Caixa Geral de Depósitos Bandeirantes Janeiro de 1998

Flemings Graphus Fevereiro de 1998

General Eletric Capital Corporation Mappin S/A Fevereiro de 1998

Unibanco Dibens Março de 1998

Mellon Bank Brascan Março de 1998

Bilbao Vizcaya Excel Econômico Maio de 1998

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Sudameris América do Sul Junho de 1998

ABN-Amro Bank Real Julho de 1998

Itaú Bemge Setembro de 1998

Bradesco (BCN) Pontual Novembro de 1998

ABN-Amro Bank Bandepe Novembro de 1998

Internacional do Funchal (Banif ) Primus Maio de 1999

Bradesco Baneb (Bco. Est. da Bahia) Junho de 1999

BBA Icatu (associação) Agosto de 1999

Bank of New York Credibanco Outubro de 1999

Santander Bozano Simonsen / Meridional Janeiro de 2000

Unibanco Credibanco Fevereiro de 2000

Unibanco Bandeirantes Julho de 2000

Bradesco Boavista Julho de 2000

Itaú Banestado Outubro de 2000

Santander Banespa Novembro de 2000

Bank of América (*) Liberal Julho de 2001

Barclays e Gallicia Gallicia (50%) (parte do Gallicia) Agosto de 2001

ABN-Amro Bank Paraiban Novembro de 2001

Itaú BEG - Bco. Estado de Goias Dezembro de 2001

Bradesco Mercantil de São Paulo - Finasa Janeiro de 2002

Bradesco Banco do Estado do Amazonas Janeiro de 2002

Bradesco Banco Cidade Fevereiro de 2002

Uinbanco Investcred Abril de 2002

Unibanco Banco Fininvest Abril de 2002

Itaú Banco BBA Novembro de 2002

Itaú Fiat Dezembro de 2002

Bradesco Banco Bilbao Vizcaya Janeiro de 2003

Trapézio S/A (Bco Rural) Banco Sul América Maio de 2003

Rural Rural Mais (Antigo Banco Sulamérica) Maio de 2003

ABN-Amro Real Sudameris agosto de 2003

HSBC Lloyds TSB outubro de 2003

Societé Generale Banco Pecúnia Outubro de 2003

Bank of America Fleet Boston novembro de 2003

Bradesco Banco Zogbi novembro de 2003

Bradesco Banco do Estado do Maranhão (BEM) Fevereiro de 2004

Itaú Banco AGF Fevereiro de 2004

Unibanco BNL/AS Junho de 2004

Bradesco BEC Janeiro de 2006

Itaú Bank Boston Maio de 2006

Bradesco Alvorada

Itaú Citicard

Bradesco Banco American Express Junho de 2006

UBS Pactual Setembro de 2006

American Express S.A 1 Banco Bankpar S. A Outubro de 2006

Bradesco Banco BMC Agosto de 2007

Société Générale Banco Cacique Novembro de 2007

Santander ABN Amro Real Julho de 2008

BNP Paribas Banco BGN Julho de 2008

Banco do Brasil

Banco do Estado de Santa Catarina

(BESC) Janeiro de 2009

Itaú Unibanco Fevereiro de 2009

Banco do Brasil Banco Nossa Caixa Março de 2009

(35)

(*) O Bank of América foi comprado nos EUA pelo Nations Bank Corporation, que manteve o nome (Bank of América). Em julho de 2001 o Bank of America comprou os 30% restante do controle do banco Liberal. 1/ Mudou de nome

(36)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BONELLI, R. (2000) Fusões e Aquisições no Mercosul. IPEA, Texto para Discussão. Rio de Janeiro, RJ.

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(38)

VELTER, Francisco; MISSAGIA, Luiz Roberto. Contabilidade avançada. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

(39)

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I CONCEITO DE FUSÃO 10 CAPÍTULO II AS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS 16 2.1 – As típicas funções de um Banco Central 18 2.1.1 – Surgimento dos primeiros Bancos Centrais 18 2.1.2 – As primeiras instituições bancárias do Brasil 19

CAPÍTULO III

REORGANIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS – FUSÕES 23 3.1 – Principais Aquisições e Fusões no setor bancário nos últimos anos 26

CONCLUSÃO 31

ANEXOS 32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: FACULDADE INTEGRADA AVM

Título da Monografia: Empreendedorismo, uma odeia de

academia de Ginástica

Autor: Mauricio Mumback Prates

Data da entrega:

Referências

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