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RELATÓRIO FINAL DA CONSULTA PÚBLICA N.º 5/2018 Alteração do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, relativo aos

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RELATÓRIO FINAL DA CONSULTA PÚBLICA N.º 5/2018 Alteração do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, relativo aos Mercados Regulamentados e Sistemas de Negociação Multilateral

I. ENQUADRAMENTO

A proposta de alteração do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, de 5 de novembro de 2007 (“Regulamento 3/2007”), relativo aos Mercados Regulamentados e Sistemas de Negociação Multilateral insere-se no âmbito dos trabalhos de transposição da Diretiva 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa aos mercados de instrumentos financeiros (“DMIF II”) e da adaptação da ordem jurídica interna ao Regulamento (UE) n.º 600/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativos aos mercados de instrumentos financeiros (“RMIF”). A par dos referidos diplomas, existem diversos atos delegados que desenvolvem e concretizam a DMIF II e o RMIF, bem como diversas normas técnicas de regulamentação e de implementação (“RTS” e “ITS”, respetivamente).

Neste contexto, a revisão do Regulamento 3/2007 impõe-se com vista a adaptar o mesmo às alterações introduzidas no Código dos Valores Mobiliários (“CVM”) por força da Lei n.º 35/2018, de 20 de julho, que materializa a transposição e implementação do novo quadro regulatório europeu, bem como revogar as disposições que se mostrem desnecessárias à luz desse novo quadro regulatório (nacional e europeu).

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II. PROCESSO DE CONSULTA

A consulta pública decorreu entre 11 de junho e 23 de julho de 2018, cumprindo agradecer publicamente os contributos recebidos, os quais mereceram a melhor atenção da CMVM e que se encontram integralmente divulgados no sítio da internet da CMVM, exceto no caso em que foi solicitada confidencialidade da mesma.

No âmbito da referida consulta foram recebidas 2 respostas, sendo uma da Euronext Lisbon - Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, S.A. (“Euronext”), e tendo a outra entidade solicitado que a sua resposta fosse mantida sob reserva de confidencialidade, pelo que não será feita referência à mesma no presente relatório.

III. METODOLOGIA

O relatório que agora se publica aborda as principais questões colocadas pelos participantes na consulta, bem como a posição da CMVM quanto às mesmas. Partilha-se, assim, com os participantes na Consulta Pública e quaisquer interessados, o resultado das reflexões adicionais a que as análises desses contributos conduziram. Os artigos citados referem-se à versão do regulamento submetida a consulta, salvo menção em contrário.

IV. RELATÓRIO DE CONSULTA PÚBLICA

Os comentários recebidos centraram-se nas seguintes questões, que analisaremos de seguida:

1. Artigo 2.º (Boletim)

A Euronext salienta que o Boletim de Mercado foi historicamente um documento importante de divulgação de informação ao mercado, que, em face da evolução do quadro normativo (desde logo, comunitário) e da criação de obrigações de divulgação no sistema de difusão da CMVM, paralelamente a desenvolvimentos de natureza tecnológica, perdeu a relevância e o objetivo que, em tempos, enformou. Por essa razão, a Euronext defende que o enquadramento regulamentar do mesmo carece de ser revisto e alinhado com os interesses e a estratégia comercial da entidade gestora que o produz, comercializa e divulga.

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Neste contexto, a Euronext considera que o Boletim de Mercado não deve passar a ser um documento de divulgação de informação ao mercado gratuito: “(…) O Boletim é um documento que carece de subscrição, comercializado numa base razoável e é divulgado eletronicamente aos seus subscritores. (…), propondo que seja eliminada a referência ao sítio da internet no n.º 2 do artigo 2.º, por ser incompatível com a prática e a comercialização do mesmo, e reposta a referência à base comercial razoável, atualmente constante do diploma que ora se revê, alinhada, aliás, com o previsto no quadro normativo comunitário que serve de base à revisão regulatória em apreço”. Outro respondente, considerou que o boletim deveria ser divulgado no sítio na internet da entidade gestora, de uma forma que permita o acesso fácil e gratuito ao mesmo, argumentando que, com a revogação do artigo 5.º do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, a não divulgação nessas condições poderá afetar a transparência do mercado. Atendendo, aos comentários recebidos na consulta pública, cumpre referir que a elaboração e respetiva disponibilização do boletim constitui um serviço prestado pela entidade gestora e por conseguinte, consideramos que não deverá ser imposta por via regulamentar, a disponibilização gratuita do mesmo. Não obstante, a informação contida no boletim é importante para os investidores e membros da plataforma, pelo que a sua disponibilização deverá sempre ser efetuada em condições comerciais razoáveis e não discriminatória.

Ainda relativamente ao Boletim, a Euronext considera que o previsto na alínea g) do n.º 4 do artigo 2.º da proposta de alteração do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, que resulta do anterior n.º 1 do artigo 5.º do mesmo regulamento, deverá manter-se nos termos atualmente em vigor, i.e., a entidade gestora deve divulgar ao mercado, de forma imediata, informação adequada quando ocorram, na negociação, factos suscetíveis de alterar a regularidade de funcionamento do mercado regulamentado ou do sistema de negociação multilateral ou de afetar as decisões dos investidores e dos emitentes com valores mobiliários admitidos à negociação ou selecionados para negociação. A Euronext considera que tal informação deverá continuar a ser divulgada através de um alerta de market status, de forma imediata (p.e. online ou por email), por ser esta a prática que se encontra harmonizada e aceite em todas as jurisdições Euronext

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e por ser a que dá a conhecer os factos em questão ao mercado de imediato (e não no final do dia ou no dia subsequente, aquando da publicação em Boletim).

Por fim, quanto à exigência de divulgar no Boletim a informação prevista nos n.ºs 5 e 6 do artigo 4.º da proposta de alteração Regulamento da CMVM n.º 3/2007, a Euronext salienta tratar-se de informação que já é produzida de forma harmonizada no Grupo Euronext e divulgada ao mercado e: “(…) que, à semelhança do sustentado no ponto anterior, se deverá rever o projeto de regulamento no sentido de adaptar outro meio de divulgação da informação que não acarrete procedimentos locais adicionais e uma forma de divulgação acrescida que em nada abona face às demais formas de divulgação usadas, nomeadamente o lnfo- flash. Tanto mais que sobre a Euronext recai já a obrigação de divulgação no seu sítio da internet das condições dos respetivos sistemas de criação de mercado, os nomes das empresas que tenham assinado acordos de criação de mercado no âmbito de cada um desses regimes e os instrumentos financeiros abrangidos por esses acordos (cfr. Artigo 7.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/578 da Comissão de 13 de Junho de 2016); obrigação esta por si só suficiente para se garantir a transparência e suficiência de divulgação de informação ao mercado, não se compadecendo o regime europeu com obrigações acrescidas locais que onerem despropositada e desmesuradamente a entidade gestora sem que se antecipe qualquer razão à partida”.

No que concerne alteração à alínea g) do n.º 4 do artigo 2.º da proposta de alteração do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, assinala-se que o mesmo, não tem como objetivo substituir os procedimentos de alerta imediata dos factos suscetíveis de alterar a regularidade de funcionamento da plataforma. Com efeito, e conforme assinala a Euronext, trata-se de eventos que necessitam de ser imediatamente comunicados ao mercado. Não obstante, esses eventos devem igualmente ficar registados no boletim, uma vez que este desempenha uma função importante enquanto registo histórico dos diversos eventos que ocorreram durante uma determinada sessão. É por esse motivo, que o n.º 8 do artigo 4.º do Regulamento da CMVM n.º 3/2007 dispõe que a entidade gestora deve guardar uma cópia do boletim durante cinco anos.

Nesse sentido, efetuou-se uma ligeira alteração à alínea g) do n.º 4 do artigo 2.º do Regulamento da CMVM n.º 3/2007 de modo a clarificar que devem ficar registados no

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boletim “Informação sobre factos suscetíveis de alterar a regularidade de funcionamento do mercado regulamentado ou do sistema de negociação multilateral ou organizado ou de afetar as decisões dos investidores e dos emitentes com valores mobiliários admitidos à negociação ou selecionados para negociação que ocorram, na sessão a que o boletim diz respeito”.

Pelos motivos mencionados supra, optou-se igualmente, por não acolher os comentários efetuados pela Euronext relativos aos n.ºs 5 e 6 do artigo 4.º da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007.

2. Artigo 4.º (Comissões das Entidades Gestoras)

A Euronext considera, que a obrigação de envio à CMVM do documento referido no artigo 4.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/573 da Comissão, de 6 de junho de 2016, constitui uma imposição acrescida que, no seu entender, é desnecessária solicitando assim a eliminação da mesma.

Optou-se por acolher este comentário. Por conseguinte, revogou-se o artigo 4.º do Regulamento da CMVM n.º 3/2007.

3. Artigo 9.º (Pedido de Registo e Instrução)

A Euronext considera não ser necessária a existência de uma versão portuguesa das regras de mercado da entidade gestora, por entender que o atual contexto internacional do mercado não o justifica. Com efeito, a Euronext argumenta que tanto os membros dos seus mercados, como os respetivos emitentes de valores mobiliários são investidores profissionais, e que nessa medida, dispõem de uma estrutura e dimensão adequadas às responsabilidades que enformam, dispondo de recursos familiarizados com a língua inglesa, estando igualmente, habituados a consultar as regras nessa versão. Conforme assinalado no documento de consulta, a alteração ao artigo 9.º do Regulamento da CMVM n.º 3/2007 visa possibilitar que o registo das regras de mercado seja efetuado em língua inglesa, em resposta à crescente internacionalização dos mercados portugueses.

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No entanto, entende esta Comissão, que não pode dispensar que lhe seja remetida uma versão portuguesa das regras de mercado. Com efeito, as regras necessitam muitas vezes de integrar os processos judicias sendo que nos termos da legislação processual portuguesa, os documentos que compõem o processo devem estar em língua portuguesa. Assinala-se igualmente, que o acesso às regras de mercado deve apresentar um caracter universal, contribuindo para redução da assimetria de informação entre os membros, emitente e investidores com e sem domínio da língua inglesa.

Relativamente ao n.º 4 do artigo 9.º, a Euronext considera que o mesmo seria mais claro se mencionasse expressamente “a entidade gestora envia à CMVM uma versão portuguesa das mesmas no prazo de dez dias após a concessão do registo ou término do prazo de comunicação prévia à CMVM”.

Optou-se por aceitar este comentário, no sentido de clarificar a redação do n.º 4 do artigo 9.º do Regulamento da CMVM n.º 3/2007.

4. Artigo 10.º (Decisão da CMVM)

Relativamente ao prazo de concessão do registo, a Euronext considera que o mesmo deve ser ainda mais curto, uma vez que as suas regras de mercado são analisadas e aprovadas previamente em sede de Colégio de Reguladores, pelo que a CMVM estaria em condições de conceder o registo num prazo mais curto.

No entanto, cumpre referir, que o presente Regulamento não se aplica apenas às plataformas geridas pela Euronext, mas a todas a plataformas que operam ou venham operar em Portugal, sendo que nem todas dispõem ou vão dispor, de colégio internacionais onde essas mesmas regras serão analisadas. Nessa medida, esta Comissão considera que o prazo de 30 dias é adequado para que se possa efetuar uma análise de conformidade das regras da plataformas com as disposições legais e regulamentares aplicáveis, salientando que este prazo é inferior ao que se encontra previsto no artigo 128.º do Código do Procedimento Administrativo. Por este motivo, optou-se por não acolher este comentário da Euronext.

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5. Artigo 11.º (Outras Regras)

A Euronext considera que a presente proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007, deveria concretizar normativamente, quais as regras que devem estar sujeitas a registo e quais apenas precisam de ser comunicadas à CMVM.

A CMVM está ciente que à luz da atual redação do artigo 209.º do Cód.VM, não é claro quais as regras que devem estar sujeitas a registo e quais devem meramente ser comunicadas, pelo que esta matéria será alvo de uma clarificação legislativa aquando de uma próxima revisão do Cód.VM.

No entretanto, compromete-se a CMVM num futuro próximo, a clarificar junto das entidades gestoras de plataformas de negociação, quais as regras que devam ser registadas e quais devem apenas ser comunicadas, de modo a mitigar as dificuldades sentidas pelas entidades gestoras na aplicação do artigo 209.º do Cód.VM, até à sua desejável revisão.

6. Artigos 13.º (Comunicação à CMVM) e Artigo 14.º (Cancelamento da qualidade ou limitação de exercício)

No que concerne o artigo 13.º da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007, a Euronext assinala que a obrigação de envio, dos elementos referentes aos seus membros previstos nesse artigo constituem, no seu entender, uma imposição injustificada salientando, que a DMIF II apenas prevê obrigação das entidades gestoras comunicarem a lista de membros do mercado.

Os elementos previstos no artigo 13.º da proposta de revisão do Regulamento da CMVM n.º 3/2007 são necessários para que a CMVM possa exercer assuas funções de supervisão. Com efeito, elementos com os dados de contacto do interlocutor direto perante a entidade gestora e a CMVM eletrónico são essenciais para que a CMVM consiga assegurar uma resposta tempestiva e a supervisão em tempo real das plataformas. Por conseguinte, não se alterou o artigo 13.º da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007.

Relativamente ao artigo 14.º da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007 a Euronext considera que o mesmo dever ser revogado pois não se encontra

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alinhado a DMIF II. No entanto, os mesmo motivos que levam esta Comissão a manter o artigo 13.º da proposta de alteração do Regulamento da CMVM n.º 3/2007, justificam a manutenção do artigo 14.º do mesmo diploma.

Por fim, a Euronext solicita que seja concretizado o conceito de participante de mercado. Nessa medida, assinala-se, que conforme explicita o considerando (16) da DMIF II, “as pessoas que têm acesso a mercados regulamentados ou MTF são designadas membros ou participantes. Estes dois termos podem ser utilizados indiferentemente”. No Cód.VM o termo participante é, de um modo geral, utilizado para referir os “membros” de um MTF ou OTF (cf. n.º 6 do artigo 200.º, artigo 200.º-A, n.º 2 do artigo 208.º e artigo 209.º-A todos do Cód.VM), ou para referir os participantes em mercados de licença de emissão (cf. artigos 257.º-B, 257.º-C do Cód.VM).

7. Artigo 15.º (Regras de Negociação)

A Euronext refere que a referência a “interrupção técnica” deverá ser eliminada, “por se tratar de um resquício de um regime anterior que não tem presentemente qualquer aderência à realidade”. Aceitou-se este comentário tendo-se procedido à eliminação das referências a interrupção técnica previstas no artigo 15.º da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007.

8. Capítulo VI (Fomento)

Relativamente ao Capítulo VI da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007, a Euronext sugere que o mesmo deixe de fazer referencia a operações de fomento, e que no referido capítulo faça referencia a market making e liquidity provider, que se esclareça quais das duas operações são abrangidas pelo Capítulo VI da proposta de alteração ao Regulamento da CMVM n.º 3/2007.

A este respeito, assinala-se que o Capítulo VI do Regulamento da CMVM n.º 3/2007 regulamenta as operações de fomento de mercado previstas no artigo 348.º do Cód.VM, pelo que se considera que se deve manter o alinhamento de conceitos entre aquele artigo e o Capítulo VI do Regulamento n.º 3/2007.

Referências

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