• Vice- presidente da APEPAR – Associação dos
Peritos, Avaliadores, Mediadores, Conciliadores, Árbitros, Intérpretes e Interventores do Paraná
• Segunda tesoureira da FEBRAPAM – Federação
Brasileira das Associações de Peritos, Árbitros, Mediadores e Conciliadores
Relacionar com o Judiciário, Executivo, Legislativo e Entidades afins, nacionais e internacionais
PARA QUE A AUDIÊNCIA
• A audiência pública solicitada pela Ministra Maria Isabel Gallotti com o objetivo de trazer subsídios sobre a controvérsia incidente no Recurso Especial (REsp) nº 951.894/DF, que discute a capitalização de juros nos contratos do sistema financeiro de habitação.
PARA QUE A AUDIÊNCIA
• A ideia da audiência surgiu do processo sobre um contrato de mútuo habitacional sob o sistema da Tabela Price (método de amortização).
• O objetivo desta é verificar se esse método de amortização seria legal ou não, ainda que escolhido pelas pessoas, e se tem ou não juros inclusos e capitalização.
NAS PALAVRAS DA MINISTRA
• “Afetei este processo como
repetitivo em um primeiro
momento para que se definisse se a própria fórmula da Tabela Price, que é o método de
amortização escolhido pelas
partes nesse contrato, se essa fórmula em si mesma seria considerada ilegal por ter juros capitalizados”
NAS PALAVRAS DA MINISTRA
•
O
STJ
tem
precedentes, alguns
dizendo que a Tabela
por si só não é ilegal,
outros dizendo que a
Tabela é ilegal
NAS PALAVRAS DA MINISTRA
•
STJ aplica a Súmula nº 7,
dizendo que saber se a
Tabela é legal ou ilegal
seria matéria de fato e
insuscetível, o STJ não
poderia rever isso.
NAS PALAVRAS DA MINISTRA
•
Os Tribunais
Regionais Federais
consideram que a
Tabela não é ilegal,
Os Tribunais de
NAS PALAVRAS DA MINISTRA
• A utilização da Tabela Price revela
capitalização de juros, já que utiliza a fórmula de juros compostos, prática esta vedada para as operações da
espécie, revelando-se desnecessária a fixação de um método substitutivo para cômputo dos juros, bastando o seu recálculo pela forma simples..
(TJPR, Ap. Cível739.425-6, Ac. 22938, 15ª Câm. Cív., Des. Jucimar
NAS PALAVRAS DA MINISTRA
•
ALGUNS TRIBUNAIS TRATAM
A
MATÉRIA
COMO
DE
DIREITO
-
PODE OU NÃO PODE? O QUE ESTA NA LEI?•
STJ TRATA A QUESTÃO
COMO MATÉRIA DE FATO
-
TEM QUE PROVAR – 1º GRAU – ACABA COM A INSTRUÇÃO• O Ministro Luis Felipe Salomão afetou, no final de 2014, um
recurso especial à Corte
Especial, que definiu que, nos
processos em que se alega que o uso da Tabela Price é ilegal
porque implicou uma
capitalização de juros ilegal que, havendo requerimento das
partes, é imprescindível a realização de perícia.
•
Então, havendo perícia em
todos esses contratos,
como determinado pela
Corte Especial, deve o
Superior Tribunal de
Justiça uniformizar o seu
entendimento sobre o que
QUESTIONAMENTOS COLOCADOS PELA MINISTRA
• O que a Lei de Usura proíbe?
• O que o perito, quando fizer a perícia,
em cada contrato, vai investigar?
• O que deve ser pesquisado em cada
contrato para que se saiba se há uma ilegalidade ou não?
• Por que os matemáticos não divergem
a propósito da descrição da fórmula da Tabela Price?
•
Deve, portanto, o STJ,
completando o julgamento já
feito na Corte Especial, em
que se estabeleceu a
necessidade de perícia nesse
tipo de processo, dizer ao
perito o que é ilegal na ótica
do STJ para que o perito
investigue se há ilegalidade
em cada contrato.
• Parece claro que, se uma dívida não é
quitada na data do vencimento, a Lei de Usura proíbe o credor de, em intervalo inferior a um ano, fazer incidir novos juros sobre a parcela da dívida correspondente aos juros não pagos; ou seja, incorporar os juros não pagos no vencimento ao capital para que, sobre ele, incidam novos juros.
• Isso, sem dúvida, é proibido pela Lei
Ainda nas palavras da Ministra
Mas, há uma grande discussão entre os peritos e os aplicadores
do Direito sobre se a legislação que proíbe a capitalização de juros impediria também o uso da
técnica matemática de juros compostos por meio da qual há
uma taxa nominal e uma taxa efetiva
Ela proíbe apenas a
incidência de novos juros
sobre os juros não pagos
na data do vencimento?
Ou proíbe também a
própria técnica de juros
compostos?
• A Tabela Price é sim com base em juros compostos e capitaliza juros.
• É usada no mundo todo e reconhecido no mundo todo como um método de amortização com juros compostos.
• Só é questionada no Brasil a partir da década de 90 quando se pode discutir os contratos no judiciário.
• Que a cobrança de juros compostos com as altas taxas de juros praticadas no Brasil onera em demasia o consumidor bancário
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
JUROS SIMPLES X JUROS COMPOSTOS
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
• Não há na obra de Richard Price
qualquer menção em separar, no valor da prestação, o valor do juro e da
amortização
Então por que separam? Essa separação é de vital
importância para atender as necessidades
jurídico-fisco-contábeis, em razão de os juros, serem dedutíveis para efeitos
tributáveis
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
• A MATEMÁTICA FINANCEIRA
CONSIDERA O VALOR DO
EMPRÉSTIMO E AS
PRESTAÇÕES PARA LIQUIDÁ-LO,
ENTRADAS E SAÍDAS - FLUXO
DE CAIXA - NÃO IMPORTANDO
SE A TÍTULO DE JUROS OU DE
AMORTIZAÇÃO
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
TRÊS FORMAS DE COMPROVAR OS JUROS COMPOSTOS NA TABELA PRICE
• CÁLCULO DA PRESTAÇÃO PELA FÓRMULA DA
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA DE JUROS
• CÁLCULO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES POR MEIO
DA EQUIVALÊNCIA EM JUROS COMPOSTOS, QUE RESULTAM IDÊNTICAS
• POR FIM, O CÁLCULO DE PRESTAÇÕES POR MEIO DA
EQUIVALÊNCIA EM JUROS SIMPLES, DA QUAL RESULTA VALOR DA PRESTAÇÃO DIFERENTE DO VALOR OBTIDO NAS DUAS FORMAS ANTERIORES
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
SÔNIA REGINA RIBAS TIMI
• Coloca que o método é um dos mais utilizados no mundo, porque define o capital e os juros pactuados garantindo o pagamento integral da dívida no prazo contratado.
• A Tabela Price incide juros compostos, mas não a capitalização de juros.
• E ainda disse que o método favorece a inclusão de famílias de baixa renda nos programas habitacionais
O SR. JOSÉ ELAERES MARQUES TEIXEIRA (SUBPROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA)
O mutuário pode escolher o sistema
para utilizar em seu financiamento
A escolha do sistema de amortização
deve ser do tomador, em conjunto
com o agente financiador, tendo em
vista uma série de condições, tais
como: preferências do mutuário,
características e riscos da operação
OI? HELLO? ONDE?
O SR. JOSÉ ELAERES MARQUES TEIXEIRA (SUBPROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA)
• Para ele há dois momentos distintos a
ser levado em consideração, antes e
• depois da MP 2170-36/2001
• Art. 5º -Nas operações realizadas pelas
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é admissível a capitalização de juros
com periodicidade inferior a um ano
SR. ERASTO VILLA-VERDE DE CARVALHO FILHO (BANCO CENTRAL DO BRASIL)
• Que a MP pode ter possibilitado a
diminuição do spread bancário.
•E ainda que os
juros composto
previstos na Tabela Price não são
confundidos com
capitalização de
juros nem com anatocismo
SR. ERASTO VILLA-VERDE DE CARVALHO FILHO (BANCO CENTRAL DO BRASIL)
• Colocou que sim a Tabela Price é utilizada no mundo todo, mas só questionada no Brasil
• As prestações constantes são compostas uma parte pelos juros e outra parte pelo valor da amortização. • Para ela a capitalização é igual ao anatocismo e
significa juros sobre juros, mas a formação da taxa de juros não depende disso.
• Que a capitalização de juros é vedada pela lei da usura mas a formação da taxa de juros não
DRA. ANA CAROLINA RIBEIRO DE OLIVEIRA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES
• Para a palestrante a capitalização pode
ocorrer de diversas formas na relação
contratual – pode em um mesmo contrato
ter mais de um tipo de capitalização
• Que a Tabela Price traz o crescimento da
dívida em progressão geométrica que é o que a lei da usura proíbe
Dra. ANDRESSA JARLETTI G. DE OLIVEIRA Advogada
• É possível se verificar a capitalização de juros na Tabela Price, visto que os juros crescem em progressão geométrica no tempo, o que gera sim juros sobre juros ao longo do tempo.
• Logo, o sistema de amortização da Tabela Price implica sim em anatocismo, e conclui isso analisando Price.
Dra. ANDRESSA JARLETTI G. DE OLIVEIRA Advogada
• Por fim, a expositora asseverou que o BACEN defendeu que “a capitalização foi um diminuidor do spread bancário”, mas isso, diz a adv, beira à utopia, é ilusório pensar que em todos esses contratos de capitalização existentes os bancos deixariam de aplicar a capitalização.
• Isso é uma falácia, pois existe sim a capitalização na Tabela Price
Dra. ANDRESSA JARLETTI G. DE OLIVEIRA Advogada
Dra. ANDRESSA JARLETTI G. DE OLIVEIRA Advogada
Para Wambier o Art. 4º da Lei de Usura fala que é proibido contar “juros sobre juros”, mas na segunda parte do artigo permite-se incidir os juros aos juros vencidos do capital. Logo, o referido artigo não veda qualquer operação de juros sobre juros.
Art. 4º. E proibido contar juros dos juros: esta proibição não compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente de ano a ano
DR. LUIZ RODRIGUES WAMBIER
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E POUPANÇA – ABECIP
• Que todos os sistemas de amortização praticados estão de acordo com a Lei de Usura (Sistema Price, SAC e Americano).
• O cálculo de amortização na Tabela Price está de fato exponencial, ou seja, cresce em progressão geométrica.
• Explica ainda que os juros são calculados em função do saldo devedor e não do saldo devedor em razão dos juros.
DR. LUIZ RODRIGUES WAMBIER
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E POUPANÇA – ABECIP
• Coloca que não existe lógica falar que a
Tabela Price não capitaliza juros, pois se
capitalizar juros anual vai conseguir um
valor menor, assim é obvio que a Tabela
Price capitaliza juros em períodos
menores que o anual
.DR. ANDRÉ ZANETTI BAPTISTA livro "Juros, Taxas e Capitalização“
• No Sistema Price a dívida evolui e paga-se menos juros que no SAC, visto que amortiza mais.
• Se o valor do SAC e da Tabela Price é o mesmo, idêntico, não se pode falar que os valores de juros em Price são diferentes.
• Salientou que a Tabela Price tem o mesmo resultado de empréstimo a juros simples.
• Assim, é licito conforme o Decreto nº 22.626/33 e não é proibindo a capitalização que se protegerá o consumidor.
DR. TEOTÔNIO COSTA Caixa Econômica Federal
O histórico de problemas do SFH não resulta do uso da Tabela Price, e sim a aplicação de
reajustes diferentes para prestações e saldos, a aplicação de índices de reajustes de preços maiores que a variação da renda do mutuário, que inviabilizam também qualquer outro sistema
de amortização.
Para ele juro composto é diferente de acumular juros.
SR. CARLOS ANTÔNIO ROCCA
• O assunto suporta três teses que se fundem e que
precisam ser esclarecidas individualmente, prevalecendo o aspecto jurídico.
i) a tese matemática da capitalização;
II) a tese econômico-financeira da “onerosidade” que causa o “desequilíbrio financeiro do contrato” e a
iii) tese jurídica do que é “proibido” e do que é “permitido” em legislação.
•
Sr. Luiz Fernando Azzoni Faringnoli Perito e Administrador Judicial
•
Ressalta que a diferença entre juros simples e compostos é a fonte de desequilíbrio desse modelo bancário atual
• Concluiu que se a capitalização fosse proibida a taxa de juros cobrada do mutuário será maior do que a taxa que pagaria nos demais sistemas, em função do regime de capitalização composta que a instituição financeira está sujeita
DR. RODRIGO DE L. DA SILVEIRA BUENO PERITO
• O abuso daqueles que fornecem empréstimos hoje no Brasil torna-se um prejuízo grave para os tomadores de empréstimos.
• Quando se fala de taxa de juros deve-se entender a formação destas taxas com o custo de captação e custo de inadimplência.
SR. FRANCISCO SATIRO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIRO E DE CAPITAIS
• Chamou a atenção para o conceito de juros e que a Lei
de Usura não se aplica só a Tabela Price, mas sim para todas as operações de créditos
• Que o consumidor bancário sofre pela falta de clareza
nos contratos, ferindo a boa-fé objetiva e também a função social, que em consequência gera a vulnerabilidade do consumidor
• Com juros simples não há capitalização porque os juros
nunca rendem juros, já nos juros compostos há a capitalização periódica que é pelo período que a taxa for contratada, por exemplo, na Tabela Price os juros são incididos mensalmente pelo saldo do mês anterior
SR. GILBERTO MELO PERITO
• Aborda a relevância da atuação do perito, em que deve conferir e ratificar a correta aplicação dos conceitos matemático-financeiros inerentes à Tabela Price, que não contempla juros sobre juros vencidos.
• Entretanto, em razão da necessidade da especialização do objeto da proibição do art. 4º do Decreto 22.626/33, em que muitos casos peritos apresentam métodos alternativos à Tabela Price.
• Finaliza afirmando que mesmo a Tabela Price, ao adotar uma aplicação exponencial, apenas para o cálculo da prestação constante, não contempla a incidência de juro sobre juro vencido, em nenhuma hipótese, quando respeitada as premissas do método
SR. GIANCARLO ZANON
• Começou citando o Imperador Justiniano, que proibiu a cobrança de juros em Roma.
• Assim, destacou que os regimes legais limitadores da liberdade de contratar são os regimes totalitários.
• Destacou, ainda, que o sistema atual de cálculo de juros é o mesmo tanto para aquele consumidor que toma o empréstimo como para aquele que investe seu dinheiro nas instituições bancárias. 0,5% e 14,5%
• Destacou que a norma legal não fala de fórmula, a lei fala de acumulação de juros vencidos.
• A lei não fala como eu calculo a prestação, mas sim como eu aproprio o pagamento feito ou não feito
DR. MARCOS CAVALCANTE DE OLIVEIRA
Confederação Nacional das Instituições Financeiras - CNIF,
SR. JOSÉ HENRIQUE GARCIA MOREIRA PERITO
• Então, o pessoal que defende que na Tabela Price, SAC, não existe juro composto ou existe juro composto, mas não existe capitalização, é uma anomalia matemática, é uma coisa, assim, impossível de acontecer.
• Temos os sistemas que capitalizam juros, que são o Francês, o Price, o SAC, o SACRE e o SAC Novo
Edson Rovina PERITO
• Somente existem dois conceitos de juros: ou são
juros simples ou são juros compostos.
• Isso significa que não existe um terceiro conceito
para determinar o anatocismo ou qualquer outra coisa.
• Somente os dois conceitos definem completamente tudo o que acontece em matemática financeira.
• O próprio Superior Tribunal de Justiça, na área de Jurisprudência, dá a definição de anatocismo.
•DIFÍCIL A TAREFA PARA OS
MINISTROS DO STJ
• MOSTRAR A OPINIÕES