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2/ Memória Descritiva Introdução

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Academic year: 2021

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1. Memória Descritiva 1.1. Introdução

Tendo em conta o Estudo Prévio executado pelo Arquitecto Paisagista João Ceregeiro em Março 2003, e os esboços do Arquitecto Paisagista Álvaro Manso realizados em 2004, foi executado um novo Estudo Prévio que tem como objectivo a realização de um Projecto de Recuperação do Parque da Pedralva e Monte Branco onde se incluem as actuais medidas de recuperação, pretensões, objectivos e tipos de uso (aspectos que constituem a Definição do Programa) do Parque da Pedralva, incluindo o seu miradouro no Monte Branco, situado a nascente da Vila da Nazaré.

Os acessos ao parque são três, um estritamente pedonal a nascente com comunicação para o adro calcetado da Capela de Nª. Sª. dos Anjos e Casa Mortuária, um acesso central com ligação ao passeio da Estrada Nacional 8-5 frente à antiga Fonte da Vila, e o terceiro acesso no outro extremo poente junto à Rotunda do Matadouro da E.N. 242 / Av. Nogent Sur Marne.

Como pontos prioritários do projecto, estabeleceram-se duas Praças de encontro, a eliminação do campo de ténis, a abertura do espaço com uma grande clareira relvada, a criação de um novo acesso pedonal a sul pelo Monte Branco, a recuperação de parte dos caminhos principais, um novo traçado de caminho principal de melhor enquadramento ao parque infantil existente, a recuperação de diversas estruturas existentes, a criação de uma plataforma sobrelevada no miradouro do Monte Branco com colocação de mobiliário adequado à apreciação da paisagem, a substituição de espécies arbóreas problemáticas e criação de zona de segurança à barreira norte do Monte Branco em risco de erosão junto à praça principal.

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1.2. Jardim da Pedralva

A zona central do parque é caracterizada por um ambiente fresco de grandes sombras.

Esta zona é morfologicamente uma depressão que culmina na imagem ao fundo da nascente de água materializada no pequeno lago que se pretende recuperar. Este lago está encaixado no fundo do vale, rodeado por encostas revestidas por vegetação anual como Acanthus, Previncas, Zantedeschias, e vegetação arbórea como Eucalyptus, Palmeiras, Pinheiros, Cedros e Acácias (estas últimas com grande incidência).

Os percursos existentes são formados por lages irregulares de calcário, saibro e um perímetro de calçada junto à entrada central. Como equipamento, salienta-se as antigas casas de banho que ocupam um pequeno pavilhão a nascente, inserido na encosta, num traçado arquitectónico que remete para a primeira fase de construção do parque, assim como uma arrecadação dos jardineiros, a sul do campo de ténis, de construção de aspecto precário, encaixada na base de encosta em avançado estado de deterioração devido aos arenitos que se soltam do Monte Branco.

1.3. Monte Branco

O Monte Branco, referência geológica do local, é formado por arenitos brancos e revestido por um pinhal antigo de Pinheiro Manso, Pinus pinea e Pinheiro Bravo, Pinus pinaster. É um local com uma capacidade de suporte reduzido, devido à sua própria constituição geológica sem camada de solo que permita uma boa implantação de cobertura vegetal. O seu revestimento tem por base espécies espontâneas subarbustivas e herbáceas de carácter anual.

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2. Projecto

A proposta apresentada tem como base o conhecimento do genius loci do parque, isto é, o conjunto de características socioculturais, arquitectónicas, de linguagem, de hábitos que caracterizam o lugar e que indicam o “carácter” do lugar.

Actualmente a utilização diária do Parque é para o seu atravessamento pedonal entre Pederneira e Nazaré, para utilização do parque de merendas em especial por jovens e para o parque infantil existente junto ao Centro Comunitário, pelo que o tipo de ofertas lúdico-recreativas que dispõe são muito escassas, tendo em conta as potencialidades que o espaço dispõe.

O projecto propõe-se abrir o espaço como um todo, preservando os seus valores histórico-culturais mas torná-lo convidativo à descoberta de espaços temáticos de recreio e lazer, com escala, simplificando a leitura visual ao visitante.

2.1. Zona Central

Tendo em conta a deficiência em espaços amplos de recreio/ lazer, estabeleceu-se como prioridade a abertura de uma clareira ampla relvada que termina num jardim de enquadramento do Lago, criando um espaço central soalheiro com uma oferta polivalente de recreio a famílias/ grupos, com a eliminação do campo de ténis que divide drasticamente o jardim como um todo não convidando à sua descoberta, e definindo-se como ponto central social do parque um quiosque/café com esplanada junto à praça principal de encontro dos percursos principais e secundários.

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No jardim de enquadramento ao Lago prevê-se um ligeiro acerto no contorno do lago de modo a reforçar a sua presença no espaço e devido à morfologia do terreno para nascente prevê-se o surgimento de uma zona de estadia, num Hemiciclo a montante do Lago, num espaço relvado/prado com bancadas de pedra da região inseridas no terreno.

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2.2. Entradas

Alargamento do acesso principal pedonal existente a nascente com o aproveitamento do pórtico existente com duas entradas individuais (uma central e uma lateral ao pórtico) que se unem.

O acesso central transformado em secundário estritamente pedonal junto ao quiosque / café, enquadrado com o prolongamento da sebe arbórea-arbustiva existente, e a criação de outro acesso central pedonal secundário do lado oposto, desde o percurso pedonal em escadaria, directamente ao miradouro do Monte Branco que assim tem acesso do lado norte e sul.

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Manutenção do acesso principal a nascente com a continuação de entrada automóvel para viaturas de emergência e veículos autorizados.

2.3. Caminhos

Como se trata de simplificar a rede de caminhos, nomeadamente os que envolvem o lago serão convertidos em simples passagens em barrotes enterrados sobre o relvado com a remoção de alguns exemplares arbóreos, alguns em risco de queda devido à idade (Choupos e Acácias), outros extremamente enfraquecidos devido à desleal concorrência pela luz (Plátanos, Cedros e Ulmeiros) que acompanharão o acerto morfológico previsto à criação do espaço central.

O caminho principal mantém-se desde o acesso a nascente do Largo da Capela N.ª S.ª Anjos até à praça central e continua junto à sebe arbórea-arbustiva existente até ao acesso a nascente junto à rotunda do Matadouro, criando uma zona relvada mais ampla de enquadramento ao parque infantil e parque de merendas.

Recuperação dos percursos secundários do parque e os de acesso ao miradouro, com a abertura de um novo caminho de acesso sul ao miradouro do Monte Branco, já referido anteriormente.

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O material dos caminhos principais deve manter-se igual ao existente, visto se tratar de um material flexível, autoportante e com fácil integração no ambiente do parque, a calçada grossa em granito, aproveitando-se a calçada existente para a repavimentação geral do percurso principal, com a execução das valetas de drenagem no mesmo material.

O material dos caminhos secundários, actualmente em saibro e lages irregulares de calcário, deve ser permeável, de elevada resistência mecânica, regular e de cor semelhante ao existente, pelo que se optou pelo piso tipo “terraway” que permite agregar o inerte tipo areião com granulometria de 1cm com resina epoxy. O caminho secundário da encosta sul que apresenta uma grande inclinação, deve ser refeito com o mesmo material, após a recuperação das barreiras de suporte.

Quanto à barreira norte do Monte Branco, junto praça principal, em avançado risco de erosão, prevê-se a criação de uma bolsa de segurança nesta zona afastando o caminho secundário da sua localização actual neste ponto.

2.4. Praças

Estabelecimento de duas praças, uma principal na zona central e outra secundária a montante, recuperando parte das já existentes.

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A praça principal que se encontra a meio do percurso principal, de forma orgânica, semelhante à sua forma original, onde se encontram dois caminhos secundários, um de acesso ao miradouro e outro que rodeia a clareira relvada. Nesta praça localizar-se-á um quiosque/ café com esplanada em deck, como ponto de união social entre os dois grandes espaços deste parque, a grande clareira relvada e o parque infantil / zona de merendas.

A segunda praça, secundária, que se encontra a nascente do percurso principal, também de forma orgânica, localizada entre o Hemiciclo do Lago e as Casas de Banho, de onde partem dois caminhos secundários, um sobre a encosta sul e o que rodeia a clareira atrás mencionada.

O pavimento das duas praças é igual ao existente do percurso principal, em calçada grossa de granito.

2.5. Campo de Ténis

Atendendo que esta infra-estrutura no local onde se encontra, torna-se imperioso a sua eliminação dado que já existe este tipo de equipamentos no Complexo Desportivo Municipal no Camarção e encontrando-se projectado a construção de mais um neste mesmo Complexo.

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2.6. Parque Infantil e Zona de Merendas

Manutenção do parque infantil existente com a recuperação de alguns equipamentos já desgastados pela sua utilização diária. Os acessos ao mesmo desde a alameda principal serão de impacto mínimo com a utilização de barrotes enterrados no relvado existente.

A zona de merendas manter-se-á neste local, somente com a relocalização e agrupamento das mesas existentes.

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2.7. Miradouro

A intervenção no Monte Branco pressupõe uma acção de contenção de obras devido à extrema sensibilidade do sistema, pelo que se prevê reduzir as acções ao essencial.

Posto isto, propõe-se a criação de uma plataforma sobre-elevada em madeira tipo deck, junto à zona de miradouro propriamente dito (a poente) no ponto mais elevado voltada para a Vila e para o Oceano, e um passadiço também sobre-elevado mais abaixo desde a confluência dos dois acessos em escadaria até à plataforma.

O mobiliário a aplicar nesta zona deve se enquadrar na envolvente naturalizada e de baixo impacte visual, nomeadamente bancos de madeira tratada, painel ilustrativo leitor de paisagem e guarda corpos de segurança em redor de todo o miradouro.

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A recuperação de escadarias de acesso ao miradouro, a nascente e a poente do Monte Branco deve ter como princípio o suporte das barreiras onde se inserem, em avançado estado de erosão natural.

Paralelamente, estas barreiras têm de ser repovoadas de coberto arbóreo-arbustivo.

Também se deve contemplar para o Monte Branco o revestimento prévio de sementes de espécies anuais e vivazes de vegetação climácica local seguida de posteriores reforços de forma a constituir-se no local uma biocenose estável.

É também necessário actuar em termos de drenagem, nomeadamente efectuar o desvio das águas pluviais da zona norte do miradouro para minimizar os efeitos de erosão da barreira norte.

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A constituição de um novo acesso sul ao miradouro, desde a escadaria limítrofe, deverá ser efectuado no mesmo tipo de material do acesso poente.

2.8. Elementos arquitectónicos

De seguida definiram-se as prioridades em termos de recuperação dos elementos arquitectónicos existentes, nomeadamente:

 Casas de banho públicas

 Escadarias e Barreiras de suporte, de acesso ao Monte Branco e dos restantes caminhos secundários

 Pequeno Lago

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A casa de arrumos, dado a sua inserção junto de uma barreira em franco estado de erosão do Monte Branco, deve ser eliminada e constituída uma pequena arrecadação, com cerca 7 m2, dos jardineiros junto às Casas de Banho.

2.9. Vegetação

Toda flora autóctone, pioneira nas barreiras, devem ser os elementos arbóreos existentes a preservar.

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2.10. Bolsas de estacionamento

Temos a nascente do parque, junto à Capela N.ª N.ª dos Anjos, um pequeno parque já existente de apoio à Capela, Casa Mortuária da Pederneira, Depósito de Água, Antigo Campismo e ao Parque da Pedralva.

A Poente deve ser contemplado lugares de estacionamento para viaturas de emergência e para deficientes em estacionamento em linha entre Rotunda N242 e Centro Comunitário, e se possível, o aproveitamento do terreno camarário do

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antigo matadouro para criação de uma bolsa de estacionamento em espinha, com sustentação das barreiras por gabiões.

Referências

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