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Aplicação de Ferramentas Computacionais Inteligentes em Estudos de Localização de Falhas em Sistemas Subterrâneos de Distribuição

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XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica

SENDI 2008 - 06 a 10 de outubro

Olinda - Pernambuco - Brasil

Aplicação de Ferramentas Computacionais Inteligentes em Estudos de Localização de

Falhas em Sistemas Subterrâneos de Distribuição

André Nunes de Souza, Maria Goretti Zago, Caio

César Oba Ramos e Jorge F. B. Aith

Daniel Bento dos Santos,

Sunny Jonathan e

Wagner Pereira

Laboratório de Sistemas de Potência e Técnicas

Inteligentes - LSISPOTI - UNESP - Bauru

AES Eletropaulo

andrejau@feb.unesp.br daniel.bento@AES.com

Palavras-chave

Localização de Falhas

Qualidade de Energia

Redes Neurais Artificiais

Redes Subterrâneas

Sistemas Inteligentes

Resumo

O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de um sistema inteligente para auxiliar na localização

de falhas em instalações subterrâneas. As características mais atrativas dos sistemas inteligentes

consistem em sua elevada habilidade em mapear sistemas não-lineares, além de tratar das eventuais

incertezas associadas aos mesmos. Os métodos tradicionais de localização de falhas em instalações

subterrâneas são realizados basicamente através de testes de continuidade, o que demanda bastante

tempo e inclui grande quantidade de escavações na via pública. Visando a realização dos ensaios

experimentais para a obtenção dos dados para o treinamento e validação da Rede Neural Artificial

(RNA) foi construída uma linha piloto. A aquisição dos sinais foi realizada com um reflectômetro.

Depois de muitas análises e da realização de simulações utilizando-se do Toolbox Neural Network, do

software Matlab, a RNA foi implementada. Após o treinamento e as simulações da RNA, os resultados

preliminares obtidos foram analisados. Baseado nos resultados pode-se considerar que a RNA obteve

um resultado satisfatório localizando corretamente os terminais onde a falha estava presente. Assim, as

informações fornecidas pela RNA permitiram a determinação do local onde ocorreu o defeito.

1. Introdução e Contextualização do Problema

Instalações subterrâneas necessitam de um dispositivo preciso e automático para determinar falhas

ocasionadas por problemas técnicos e operacionais. A determinação precisa de falhas implica na

agilidade em seu reparo, não interrupção do fornecimento de energia, redução dos custos de reparo,

devido à dificuldade de identificação do local onde a falha ocorreu, entre outros.

O método da determinação de falhas e sua localização pela reflexão de ondas foi utilizado neste

projeto. Ele é muito vantajoso, pois não há necessidade de se intervir em toda a rede de distribuição.

(2)

Tal método é conhecido como TDR – Time Domain Reflectometry e é um dos métodos mais comuns

de detecção de falhas em linhas aéreas e subterrâneas, sendo amplamente aplicado em linhas de

transmissão (ANCELL & GALE). Desta forma, o objetivo desse trabalho consiste na implementação

de sistemas inteligentes que possam auxiliar no processo de localização de falhas em instalações

subterrâneas de energia elétrica.

A capacidade dos sistemas inteligentes em mapear sistemas não-lineares complexos, sem a

necessidade de conhecimento sobre eventuais modelos matemáticos que os descrevem, é uma das

características que os tornam atrativos para aplicação em processos de localização de falhas em

instalações subterrâneas. Entre as várias ferramentas que constituem os Sistemas Inteligentes,

destacam-se as Redes Neurais Artificiais (Artificial Neural Networks), a Lógica Nebulosa (Fuzzy

Logic), os Algoritmos Genéticos e os Sistemas Caóticos (HAYKIN, 1999).

As Redes Neurais Artificiais (RNA) são modelos computacionais que utilizam técnicas de

processamento inerentemente paralelas e adaptativas através de um grande número de unidades

simples de processamento. A semelhança entre os sistemas biológicos e as redes está no fato que

ambas possuem altas taxas de computação através de um grande número de elementos simples de

processamento com alto grau de conectividade entre si. Por outro lado, a lógica nebulosa pode ser

aceita como a melhor maneira de se representar o raciocínio humano, que é parcial e aproximado em

sua essência. Este raciocínio é capaz de tomar decisões racionais em ambientes de incerteza e

imprecisão onde são manipuladas informações incompletas ou mesmo conflitantes. A tecnologia

advinda da teoria dos conjuntos nebulosos e da lógica nebulosa tem permitido sua aplicação em

diversas áreas do conhecimento (HAYKIN, 1999).

Um outro ramo de pesquisa associado à aplicação de sistemas inteligentes consiste em usar técnicas de

sistemas fuzzy na solução de problemas envolvidos com a identificação e localização de faltas

(JARVENTAUSTA, 1994). Em pesquisas realizadas na “Pacific Gas & Electrical Company” da

Califórnia, um método que utiliza os sinais referentes à ocorrência de uma falta, os quais foram

integrados com resultados obtidos de simulação de situações de falta, foi desenvolvido com bastante

sucesso (LIU, 1996). Os resultados obtidos pelo sistema fuzzy foram melhores que aqueles

previamente obtidos por técnicas convencionais, cujos modelos foram desenvolvidos utilizando

apenas dados registrados pelos dispositivos de proteção. Um outro método fuzzy semelhante a este é

proposto em (CELIK, 1999).

3. Metodologia Experimental

A metodologia experimental foi composta por ensaios que serviram de subsídios para a concepção da

abordagem neural (sistemas inteligentes). Esses ensaios foram realizados no Laboratório de Sistemas

de Potência e Técnicas Inteligentes – LSISPOTI da UNESP-Bauru e contaram com a construção de

uma linha piloto e de uma extensão de cabos e a utilização de um reflectômetro (TDR 4200 da Riser

Bond). A disposição desta linha piloto pode ser observada na Figura 1.

De maneira a se obter acesso rápido às informações da linha, um “layout” da mesma foi preparado e

todas as medidas disponíveis foram realizadas utilizando-se uma escala adequada. As Figuras 2 e 3

representam respectivamente o “layout” da linha construída e da extensão de cabo, a qual, quando

necessário, será conectada em série à linha piloto para a realização de ensaios.

Observa-se que na linha piloto, construída para os ensaios, existem 11 terminais disponíveis, sendo

acessíveis apenas os terminais 1, 3, 5, 6, 8, 10 e 11 representados na Figura 2.

(3)

Figura 1 – Disposição da linha piloto.

As cotas indicadas nas Figuras 2 e 3 representam medidas em metros (m), sendo que estas foram

obtidas com o auxílio de uma trena.

Figura 2 – Representação da Linha Piloto.

Figura 3 – Cabo de extensão utilizado.

O ponto 6 ilustrado na Figura 2 consiste em uma emenda acessível que pode ser conectada conforme

as necessidades do ensaio. Esta emenda é mostrada na Figura 4.

(4)

A Tabela 1 indica as distâncias entre todos os pontos da combinação linha-extensão.

Tabela 1 – Distâncias entre os pontos (m)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

0

20,88 23,28 27,07 25,28

29,28

30,20

31,86

34,96

33,31 35,95 34,69

1

20,88

2,40

6,19

4,40

8,40

9,32

10,98

14,08

12,43 15,07 13,81

2

23,28 2,40 3,79 2,00 6,00 6,92 8,58 11,68

10,03

12,67

11,41

3

27,07

6,19

3,79

5,79

9,79

10,71

12,37

15,47

13,82 16,46 15,02

4

25,28 4,40 2,00 5,79 4,00 4,92 6,58 9,68 8,03 10,67 9,41

5

29,28

8,40

6,00

9,79

4,00

8,92

10,58

13,68

12,03 14,67 13,41

6

30,20 9,32 6,92 10,71 4,92 8,92 1,66 4,76 3,11 5,75 4,49

7

31,86 10,98

8,58

12,37

6,58

10,58

1,66

3,10

1,45

4,09

2,83

8

34,96 14,08 11,68 15,47 9,68 13,68

4,76 3,10

4,55 7,19 5,93

9

33,31 12,43 10,03 13,82

8,03

12,03

3,11

1,45

4,55

2,64

1,38

10

35,95 15,07 12,67 16,46 10,67

14,67

5,75 4,09 7,19 2,64

4,02

11

34,69 13,81 11,41 15,02

9,41

13,41

4,49

2,83

5,93

1,38

4,02

4. Resultados dos Ensaios Experimentais

Os ensaios de faltas simuladas com a linha desenergizada foram realizados inicialmente com o TDR

da Riser Bond. Este aparelho realiza a determinação de falhas e sua localização pelo método da

reflexão de ondas (reflectometria). A reflectometria no domínio do tempo é um método para o envio

de pulsos de tensão através de um fio ou cabo com a finalidade de detectar curtos-circuitos ou

circuitos abertos. Este método é muito vantajoso, pois não há necessidade de se intervir em toda a

rede de distribuição. O TDR empregado nos ensaios realiza a amostragem dos sinais, perfazendo um

total de 6144 pontos para cada medição. Cada ponto capturado pelo TDR é constituído por um valor

de tensão e pela distância em relação ao ponto de aplicação do TDR na rede, no momento da

realização da amostragem. Portanto, cada ensaio pode ser representado por uma matriz de 6144 linhas

e 2 colunas.

Depois de cada ensaio, o aparelho permite que os sinais obtidos sejam salvos como arquivos em

extensão “.csv”. Ele possibilita também a exportação serial deste arquivo. Assim, estes arquivos

podem ser tratados por programas que os suportem com esta extensão.

Para cada ensaio, três medidas foram efetuadas, sendo duas entre o terminal neutro (enumerado como

0) e duas fases (enumeradas 1 e 2), e outra entre as fases 2 e 3. Uma medida entre o terminal neutro e a

fase 1 também foi realizada quando nenhum ponto se encontrava curto-circuitado. As faltas simuladas

foram realizadas sempre entre dois condutores enumerados “0” e “1” em todos os pontos acessíveis da

linha, com exceção do ponto 1 onde foi conectado o TDR para as medições sem a extensão. A Figura

5 ilustra as faltas simuladas nos pontos 5 e 11.

A associação entre os pontos realizados e as denominações dos arquivos se encontra na Tabela 2.

Ressalta-se que estes ensaios foram realizados sem a extensão de cabo.

(5)

Figura 5 – Faltas simuladas nos pontos 5 (esquerda) e 11 (direita).

Tabela 2 – Ensaios realizados.

Nome do Arquivo

Fases medidas

Ponto de Curto

APONTO3.csv

APONTO5.csv

APONTO6.csv

APONTO8.csv

APONTO10.csv

Ensaio 1

APONTO11.csv

0 – 1

Sem curto

ZUPONTO3.csv 0

1

ZDPONTO3.csv 0

2

Ensaio 2

DTPONTO3.csv 2

3

3

ZUPONTO5.csv 0

1

ZDPONTO5.csv 0

2

Ensaio 3

DTPONTO5.csv 2

3

5

ZUPONTO6.csv 0

1

ZDPONTO6.csv 0

2

Ensaio 4

DTPONTO6.csv 2

3

6

ZUPONTO8.csv 0

1

ZDPONTO8.csv 0

2

Ensaio 5

ZTPONTO8.csv 2

3

8

ZUPONTO10.csv 0

1

ZDPONTO10.csv 0

2

Ensaio 6

DTPONTO10.csv 2

3

10

ZUPONTO11.csv 0

1

ZDPONTO11.csv 0

2

Ensaio 7

DTPONTO11.csv 2

3

11

A fim de se realizar uma avaliação visual, pode-se plotar as formas de onda dos sinais adquiridos

durante os ensaios.

(6)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1.62 1.625 1.63 1.635 1.64 1.645 1.65 1.655 1.66x 10 4 Sinal Comprimento (metros) A m p lit u d e

Figura 6 – Sinais obtidos durante o Ensaio 1.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1.62 1.625 1.63 1.635 1.64 1.645 1.65 1.655 1.66x 10 4 Sinal Comprimento (metros) A m p lit u d e

Figura 7 – Sinais obtidos durante o Ensaio 2.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1.62 1.625 1.63 1.635 1.64 1.645 1.65 1.655 1.66x 10 4 Sinal Comprimento (metros) A m pl it ud e

Figura 8 – Sinais obtidos durante o Ensaio 3.

Em seguida, todo o procedimento anterior foi repetido com a extensão de cabo conectada em série

com a linha, sendo desta vez o TDR conectado no ponto 0, ou seja, no início da extensão de cabo. As

respectivas associações entre os pontos realizados e as denominações dos arquivos se encontram na

(7)

Tabela 3. Os parâmetros utilizados para as medições com o TDR foram: VOP: 75,1 m/µs, Largura de

Pulso: 2 ns, Ganho: 16X.

Tabela 3 – Ensaios realizados na linha com a extensão

Nome do Arquivo

Fases medidas

Ponto de Curto

Ensaio 8

AP3E.csv

0 – 1

Sem curto

ZUP3E.csv 0

1

ZDP3E.csv 0

2

Ensaio 9

DTP3E.csv 2

3

3

ZUP5E.csv 0

1

ZDP5E.csv 0

2

Ensaio 10

DTP5E.csv 2

3

5

ZUP6E.csv 0

1

ZDP6E.csv 0

2

Ensaio 11

DTP6E.csv 2

3

6

ZUP8E.csv 0

1

ZDP8E.csv 0

2

Ensaio 12

DTP8E.csv 2

3

8

ZUP1E.csv 0

1

ZDP1E.csv 0

2

Ensaio 13

DTP1E.csv 2

3

1

ZUP10E.csv 0

1

ZDP10E.csv 0

2

Ensaio 14

DTP10E.csv 2

3

10

ZUP11E.csv 0

1

ZDP11.csv 0

2

Ensaio 15

DTP11E.csv 2

3

11

Assim, é possível a visualização dos gráficos dos sinais obtidos durante os ensaios da Tabela 3. Estes

gráficos podem ser observados nas figuras a seguir.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1.62 1.63 1.64 1.65 1.66 1.67 1.68x 10 4 Sinal Comprimento (metros) A m pl it ude

(8)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1.62 1.63 1.64 1.65 1.66 1.67 1.68x 10 4 Sinal Comprimento (metros) A m p lit u d e

Figura 10 – Sinais obtidos durante o Ensaio 9.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1.62 1.63 1.64 1.65 1.66 1.67 1.68x 10 4 Sinal Comprimento (metros) A m p lit u d e

Figura 11 – Sinais obtidos durante o Ensaio 10.

Após a realização dos ensaios experimentais, fez-se uma observação cuidadosa nos arquivos que

continham estes ensaios. Através desta observação puderam-se efetuar algumas conclusões, tais como:

a) O fundo de escala do TDR utilizado nas medições é bem maior que o comprimento total da linha

piloto utilizada na realização dos ensaios desta pesquisa. Assim, pode-se alimentar o Sistema

Inteligente a ser desenvolvido, somente com um número de pontos que realmente representem as

medições realizadas na linha piloto; b) Os sinais obtidos durante os ensaios, em que nenhuma falha é

provocada, são idênticos, independentes do ponto em que o TDR é aplicado. Deste modo, os ensaios

com este tipo de configuração podem ser descartados, já que os mesmos não terão nenhuma influência

na implementação do Sistema Inteligente a ser desenvolvido; c) O período de amostragem do TDR

utilizado nos ensaios é sempre o mesmo. Desta maneira, pode-se utilizar, como dados padrões na

implementação do Sistema Inteligente, somente os valores de tensão que foram amostrados em cada

ponto; d) Como já mencionado, os arquivos gerados pelo TDR são extremamente longos. Isto dificulta

o tratamento destes arquivos durante a construção do Sistema Inteligente. Para solucionar esta situação

adversa, estes arquivos foram submetidos a um algoritmo que faz o cálculo do RMS do sinal obtido.

Assim, a amostragem dos pontos pode ser reduzida sem perder as características observadas nos

ensaios. Além disso, este algoritmo também faz o concatenamento dos sinais obtidos durante cada

ensaio, seguindo o que foi exposto nas Tabelas 2 e 3. Desta forma, este arquivos estão prontos para

serem utilizados na construção da Arquitetura Neural.

(9)

5. Abordagem Neural

As RNAs consistem em um método de solucionar problemas relacionados à engenharia e ciências por

intermédio de circuitos simples que simulam o cérebro humano, inclusive seu comportamento, ou seja,

aprendendo, errando e fazendo descobertas. Uma RNA é formada por pequenos módulos que simulam

o funcionamento de um neurônio. Estes módulos funcionam de acordo com os elementos em que

foram inspirados, recebendo e transmitindo informações. O modelo de neurônio artificial mais simples

que engloba as principais características de uma rede neural biológica, paralelismo e alta

conectividade, foi proposto por McCulloch e Pitts, em 1943, e é um neurônio composto por um

combinador linear e uma função de sinal. A Figura 12 apresenta o modelo de um neurônio artificial.

Figura 12 – Modelo de um neurônio artificial, MaCulloch e Pitts

Os pesos são adaptados até que a rede seja capaz de identificar um padrão de entrada e processar uma

resposta correta com relação a esse padrão. Após, ocorre à fase de testes onde padrões pertencentes às

mesmas categorias dos padrões de treino, porém, que ainda não foram apresentados à rede, são

testados e a capacidade de generalização da rede é avaliada. Se houve sucesso, a rede está pronta para

ser implantada. A literatura sobre RNAs propõe que aproximadamente 75% dos dados sejam usados

para o treinamento e 25% para a validação da rede. Deste modo, a separação dos dados (ensaios) foi

realizada da maneira como mostrado nas Tabelas 4 e 5.

Tabela 4 – Dados utilizados no treinamento da Rede Neural.

Nome do Arquivo

Ponto de Curto

ensaio2_rms 3

ensaio3_rms 5

ensaio5_rms 8

ensaio6_rms 10

ensaio7_rms 11

ensaio9_rms 3

ensaio11_rms 6

ensaio12_rms 8

ensaio13_rms 1

ensaio15_rms 11

Tabela 5 – Dados utilizados na validação da Rede Neural.

Nome do Arquivo

Ponto de Curto

ensaio4_rms 6

ensaio10_rms 5

ensaio14_rms 10

(10)

Depois que todos os arquivos dos sinais foram tratados, realizou-se a construção da Rede Neural que

irá localizar os pontos de falha para a linha piloto ensaiada.

Observando os arquivos das Tabelas 4 e 5, constatou-se que cada ensaio pode ser representado por

uma matriz de 288 linhas e 1 coluna. Conseqüentemente, a RNA será composta por 288 neurônios na

camada de entrada. Como foram separados 10 ensaios para o treinamento da RNA, a matriz de entrada

de padrões para o treinamento da RNA ficou constituída de 288 linhas por 10 colunas.

Conforme foi exposto anteriormente, a Linha Piloto dispõe de 7 terminais acessíveis (as emendas 1, 3,

5, 6, 8, 10 e 11). Tendo isto em vista, pode-se representar o número das emendas por um número

binário de 3 bits. Esta representação encontra-se na Tabela 6.

Tabela 6 – Representação binária das emendas.

Emenda Representação

Binária

1 001

3 010

5 011

6 100

8 101

10 110

11 111

Deste modo, conclui-se que a RNA a ser construída deve possuir 3 neurônios na camada de saída.

Assim, a matriz de saída utilizada durante o treinamento é composta por 3 linhas e 10 colunas.

Com base nas definições realizadas acima e nos conhecimentos teóricos obtidos durante o

desenvolvimento desta pesquisa, pôde-se construir a RNA.

Depois de muitas análises e da realização de simulações, utilizando-se do toolbox Neural Network, do

software Matlab, a Rede definida para a implementação do Sistema Inteligente foi a Feed-Forward

Backpropagation, através do comando “newff”.

A Figura 13 apresenta a arquitetura desenvolvida, onde a seguinte configuração foi utilizada:

Camada de Entrada: 288 neurônios (valores de tensão dos pontos amostrados).

Camadas Ocultas:

Primeira camada oculta: 31 neurônios.

Função de ativação: Sigmóide

Segunda camada oculta: 21 neurônios.

Função de ativação: Sigmóide

Camada de Saída: 3 neurônios.

Função de ativação: Sigmóide.

Para o treinamento da RNA, foram seguidos os seguintes parâmetros básicos:

Algoritmo de Treinamento: Traingd; critério de parada por erro: 1.0*10-4; critério de parada por

épocas: 100000.

O número de épocas significa a quantidade de vezes que todo o conjunto de treinamento deve ser

apresentado à rede neural para que a mesma consiga mapear adequadamente o relacionamento entre as

entradas e saídas. O gráfico da Figura 14 apresenta o desempenho da RNA durante o treinamento.

(11)

Figura 13 – Modelo de um neurônio artificial, MaCulloch e Pitts

0 1 2 3 4 5 6 7 x 104 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100 72672 Epochs T rai ni ng-B lue G o a l-B la c k

Performance is 9.99986e-005, Goal is 0.0001

Figura 14 - Gráfico da evolução da RNA durante o treinamento.

6. Resultados das Simulações com RNA

Após a execução do algoritmo, os resultados das simulações realizadas pela RNA são salvos em uma

variável, “output_round”. Deste modo, deve-se realizar a análise desta variável para a validação da

arquitetura proposta. Depois do término do treinamento e da simulação, pôde-se realizar a avaliação

destes resultados obtidos através da utilização da RNA desenvolvida. Um exemplo de comparação

encontra-se na Tabela 8.

Tabela 8 – Comparação dos resultados.

Ensaio

Resultado Esperado

Resultado da RNA

4 1 0 0 1 0 0

10

0

1

1

1

0

0

(12)

Observando os resultados na Tabela 8, conclui-se que a RNA cometeu um erro no Ensaio 10. Ao invés

de identificar a falha na emenda 5, ela identificou a falha na emenda 6.

Baseado nos resultados preliminares apresentados pode-se considerar que a RNA identificou

corretamente as emendas onde à falha estava presente, representado um percentual de 67%. Estas

informações permitiriam a uma equipe de manutenção saber em que emenda, ou seja, a distância em

relação ao ponto em que o TDR foi aplicado à linha, ocorreu o defeito, agindo com maior rapidez para

o restabelecimento do fornecimento de energia, diminuindo os tempos de interrupção do sistema.

7. Conclusões

Nesta pesquisa, as Redes Neurais Artificiais foram aplicadas para a localização de falhas em

instalações subterrâneas. Através dos resultados preliminares obtidos, constata-se que estes foram

satisfatórios e os objetivos previamente estabelecidos foram atingidos. Os erros obtidos durante as

simulações são justificáveis, devido ao pequeno número de ensaios realizados na Linha Piloto.

Uma maneira de aperfeiçoar o Sistema Inteligente desenvolvido é a realização de mais ensaios

experimentais, os quais produziriam os dados necessários para a alimentação da RNA. Ressalta-se a

importância de uma continuidade dos estudos nesta área, pois, desta maneira, será possível

proporcionar uma constante melhora no fornecimento de energia elétrica aos consumidores. A

pesquisa está em franco desenvolvimento com a projeção de novos ensaios experimentais e também

com a elaboração de novas arquiteturas neurais para um aprimoramento dos resultados anteriores.

8. Agradecimentos

Agradecemos a AES Eletropaulo pelo apoio financeiro, processo Ciclo 2002/2003 P&D.

9. Referências Bibliográficas

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GALE, P. F. Cable fault location by impulse current method. Proc. IEE, vol. 122, no. 4, pp. 403–

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HAYKIN, S. Neural Networks – A comprehensive foundation. McMillan Inc. Englewood Cliffs,

NJ, 1999.

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underground distribution cables. IEE Proceedings—C, vol. 139, no. 3, pp. 235–240, May 1992.

LIU, W. H. E., ZHONG, W. A fuzzy set method for fault location identification in power

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