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Perfil da agricultura familiar do município de Paulo Lopes, Santa Catarina

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PALOMA TOMAZ SELL

PERFIL DA AGRICULTURA FAMILIAR DO MUNICÍPIO DE PAULO LOPES, SANTA CATARINA

Palhoça 2019

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PALOMA TOMAZ SELL

PERFIL DA AGRICULTURA FAMILIAR DO MUNICÍPIO DE PAULO LOPES, SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel.

Orientador: Prof. Rosana Henn, Msc.

Palhoça 2019

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Dedico este artigo ao município de Paulo Lopes e suas potencialidades. E que de alguma forma este estudo contribua para o desenvolvimento da cidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família em especial aos meus pais, Rosa Silva Tomaz e Glaico José Sell pelo esforço, dedicação, e amor incondicional que possibilitou a realização dessa etapa da minha vida acadêmica. E, pelo apoio constante e que desde cedo me ensinaram a respeitar todas as formas de vida.

A minha orientadora Professora Msc. Rosana Henn, por ser uma pessoa incrível. Por todos os ensinamentos e ter conduzido magnificamente o processo de orientação, com imensa compreensão, sensibilidade e inteligência. Obrigada por me manter motivada durante todo o processo.

Ao engenheiro agrônomo da Epagri de Paulo Lopes Rafael Effting Knabben por sua disponibilidade e apoio fundamental durante a coleta de dados.

Aos agricultores familiares entrevistados que permitiram a realização do estudo, além disso, me receberam com todo carinho. Meus sinceros agradecimentos pela colaboração e pelos conhecimentos transmitidos.

Sem esquecer dos amigos que a graduação me proporcionou, dentre eles a Juliane Scheidt, Luiza Pruinelli, Zilá Mara, Jessica Nascimento, Mariana Margarida, Gustavo Heck e Eduardo Seeger. A vocês deixo minha gratidão por toda paciência, companheirismo, ensinamentos e alegrias compartilhadas.

E a todos que de alguma forma ajudaram, conscientes ou não, apoiando a realização deste artigo. Muito Obrigada!

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“Viva a vida como se fosse morrer amanhã. Faça Agricultura como se fosse viver para sempre.” (Jason Clay)

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Perfil da agricultura familiar do município de Paulo Lopes, Santa

Catarina

Profile of family farming in the city of Paulo Lopes, Santa Catarina,

Brazil

Paloma Tomaz Sell paloma_sell@hotmail.com

Acadêmica do Curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Rosana Henn rosana.henn@unisul.br

Nutricionista, Mestre em Ciência dos Alimentos, Docente e Pesquisadora do Curso de Nutrição da UNISUL

RESUMO:

O objetivo desta pesquisa foi analisar o perfil da agricultura familiar de Paulo Lopes-SC. Foi caracterizada como transversal, descritiva e observacional. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, junto a 20 agricultores familiares, abordando dados do perfil do entrevistado, da gestão familiar, da propriedade rural, da produção e comercialização, de acesso a redes de apoio e de sucessão do negócio familiar. Os resultados evidenciaram o envelhecimento da população rural e a baixa participação dos filhos nos trabalhos das propriedades, o que pode comprometer a sucessão do negócio. Constatou-se uma vasta variedade de produtos rurais para comercialização e consumo próprio familiar, em sua maioria produzidas sem utilização de agrotóxicos. Os agricultores demonstraram interesse em participar de um mercado produtor municipal. Palavras-chave: Agricultura, Produção de Alimentos, Produtos Agrícolas.

ABSTRACT:

The aim of this research was to analyze the profile of family farming of Paulo Lopes-SC. It was characterized as cross-sectional, descriptive and observational. Data collection was performed through interviews with 20 family farmers, addressing data on the interviewee's profile, family management, rural property, production and marketing, access to support networks and family business succession. The results evidenced the aging of the rural population and the low participation of the offspring in the works of the properties, which may compromise the succession of the business. We found a wide variety of rural products for marketing and family consumption, mostly produced without the use of pesticides. Farmers have shown interest in participating in a municipal producer market.

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Introdução

Nos livros de história do Brasil pouco se registra sobre o papel dos produtores de alimentos na construção do país. Altafin (2007) aponta um passado evidenciado apenas sob a perspectiva da grande agricultura escravista, monocultural e de exportação, como o ciclo do açúcar, o ciclo da borracha e o ciclo do café. Afirma também que a agricultura familiar é uma atividade bastante antiga e está ligada as trajetórias dos grupos como indígenas, negros, mestiços, brancos não herdeiros e imigrantes europeus. De acordo com Pontes e Silva (2013), desde a colonização portuguesa os “pequenos produtores rurais” ocupavam um papel secundário no processo de produção.

O conceito formal de agricultor familiar no Brasil é previsto pela Lei 11.326, de julho de 2006, na qual os critérios delimitados são a combinação do tamanho da propriedade, predominância familiar da mão de obra e da renda e gestão familiar da unidade produtiva (BRASIL, 2006). Conforme Rambo et al. (2016), de maneira geral, é aquela família que é proprietária dos meios de produção e ao mesmo tempo assume o trabalho no estabelecimento produtivo. Essa estrutura produtiva que associa família-produção-trabalho trás impactos fundamentais na forma como a mesma age econômica e socialmente.

De acordo com o Censo Agropecuário mais recente (IBGE, 2019a), no ano de 2017 foram registrados 5.073.324 estabelecimentos agropecuários no Brasil. Desse total, a agricultura familiar era responsável por 3.897.408, o que representa 77% dos estabelecimentos agropecuários levantados pelo.

O universo da Agricultura familiar exibe grande capacidade produtiva, contribuindo de forma efetiva para o abastecimento do país, mesmo com pouco acesso à terra, ao crédito e às inovações tecnológicas (ALTAFIN, 2007). França, Grossi e Marques (2009) apresentam a produção agropecuária do Brasil como responsável por fornecer cerca de 70-75% dos alimentos consumidos. Algumas culturas oriundas da agricultura familiar possuem importante participação na produção nacional, como são o caso dos 87% de mandioca, 70% do feijão, 59% de carne suína, 58% de leite e 50% de aves. A agricultura familiar também possui participação relevante na produção nacional de hortaliças que, conforme Carvalho (2016), foi de 17,9 milhões de toneladas em 2015.

De acordo com Serafim Jr (2017), na agricultura familiar é importante observar os diferentes contextos locais ou regionais, pois a dinamização da economia local abre possibilidades aos pequenos produtores em relação a sua produção e comercialização. Estudos sugerem que o acesso a mercados e a políticas agrícolas tem grande potencial de

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contribuir para o desenvolvimento local nos territórios rurais (MEDINA; NOVAES; TEIXEIRA, 2017).

Segundo Souza (2016), a produção agrícola, além de movimentar a economia, gera renda para as famílias e alimenta a população. Deste modo, a produção agrícola é sem dúvida indispensável para a sobrevivência de pequenos municípios como o de Paulo Lopes, em Santa Catarina. Trata-se de uma alternativa promissora de dinamização socioeconômica do município, já que a produção agroecológica familiar vem se consolidando no referido município nos últimos anos, apesar dos inúmeros problemas relacionados à comercialização dos produtos cultivados (VIEIRA, 2007).

Notada a importância da produção de alimentos pela agricultura familiar, o objetivo da presente pesquisa foi analisar o perfil da agricultura familiar do município de Paulo Lopes, Santa Catarina.

Metodologia

Esta pesquisa caracteriza-se como transversal, observacional, descritiva, quantitativa, com aspectos qualitativos.

Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), sob parecer 3.445.649.

A população envolvida na pesquisa abrangeu agricultores familiares do município de Paulo Lopes, localizado aproximadamente a 50 quilômetros ao sul da capital do estado de Santa Catarina, mais precisamente entre latitudes 27° 45’ 53’’ N / 28° 07’ 35’’ S e longitudes 48° 35’ 16’’ E / 48° 55’ 29’’W (VIEIRA, 2007). Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018), o município possui uma área territorial de 448,647 quilômetros quadrados e uma população estimada de 7.418 pessoas, com densidade demográfica de 14,88 habitantes/km² (IBGE, 2017). Segundo Krambeck (2015), a região é marcada ao longo dos anos pelo peso da pequena produção familiar, destacando-se a agricultura e a pesca como as atividades econômicas de grande significância para o município.

Para compor a amostra de agricultores familiares a serem avaliados, foram considerados como critérios de inclusão: residir no município de Paulo Lopes, Santa Catarina; ser enquadrado no Decreto nº 9.064, de 31 de maio de 2017, não possuindo uma propriedade maior do que quatro módulos fiscais; utilizar mão de obra predominantemente familiar no seu estabelecimento; ter percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;

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o gerenciamento da propriedade deveria ser realizado pela família (BRASIL, 2017). Além disso, a produção familiar deveria ser composta por alimentos que agregassem na alimentação da população e/ou da própria família de agricultores.

Foram excluídos da amostra agricultores familiares que realizassem trabalhos exclusivos relacionados à pecuária, silvicultura, turismo, rizicultura e artesanato.

Obteve-se então uma amostra de 20 unidades familiares que atenderam aos critérios de inclusão, conforme dados fornecidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) do município de Paulo Lopes.

A técnica de coleta de dados utilizada para realizar a pesquisa foi a entrevista padronizada, utilizando um formulário elaborado a partir da adaptação de Souza (2016). A entrevista, de acordo com Marconi e Lakatos (2019), é uma investigação social, onde é realizado o encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas, mediante conversação, faça a coleta de dados e obtenha informações a respeito de determinado assunto. O tipo de entrevista padronizado permite que o entrevistador siga um roteiro estabelecido, deste modo, pode-se obter dos entrevistados respostas às mesmas perguntas e permitir que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas.

As entrevistas foram realizadas durante os meses de julho e agosto de 2019, em visitas domiciliares nas propriedades da zona rural e urbana do município de Paulo Lopes. Foram levantados dados sobre: perfil do entrevistado (sexo, idade, anos de estudo, estado civil e se possui filhos), perfil da gestão familiar (composição familiar, mão de obra familiar e não familiar, renda familiar e origem da renda familiar), perfil da propriedade rural (hectares da propriedade, composição geográfica, recursos naturais disponíveis, forma de posse e destinação dada aos hectares), perfil da produção e comercialização (produção da propriedade destinada a venda e a consumo próprio, como frutas, hortaliças, cereais, leguminosas, legumes e ervas, além de dados sobre extrativismo, pluriatividade e produção em agroindústrias, forma de comercialização, barreiras de comercialização, dificuldades de produção e verificação sobre o interesse em participar de um mercado produtor municipal), perfil de acesso a redes de apoio (participação em empreendimentos associativos, acesso a assistência técnica e participação em políticas públicas para agricultor familiar) e perfil de sucessão do negócio familiar (intenção de continuidade do negócio familiar e quem dará a continuidade).

Para tabulação e análise dos resultados foram utilizados os programas Microsoft Excel® para Office 365 MSO 2016 e Stata® 13.0. As variáveis quantitativas contínuas foram expressas por meio de médias e desvios-padrão e as categóricas por meio de

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frequências absolutas (n) e relativas (%). Foi realizada uma breve análise de conteúdo nas questões qualitativas.

Resultados e Discussão

Perfil do Entrevistado

Dos agricultores familiares entrevistados, 75% (n=15) eram homens e 25% (n=5) mulheres. A média de idade foi de 58,6(±9,05) anos, sendo que o grupo mais representativo foi encontrado entre a faixa etária de 55 a 64 anos (65%, n=13). Importante ressaltar que 95% (n=19) dos entrevistados possuíam mais de 45 anos de idade. Esses dados estão de acordo com os resultados do último Censo Agropecuário de 2017, que apresentou uma redução do grupo com idade inferior a 45 anos na participação no campo. Entretanto, houve um aumento do grupo mais velho, acima de 46 anos (IBGE, 2019a). Os resultados evidenciaram o envelhecimento da população rural na região, pois apenas 5% (n=1) dos agricultores está nas faixas etárias inferiores a 45 anos, o que pode trazer sérios problemas em relação à sucessão familiar. Isso se torna ainda mais preocupante quando identifica-se a agricultura familiar com o papel relevante de manter grande parte das ocupações rurais sob sua responsabilidade (MATTEI, 2014).

Em relação à escolaridade, a média foi de 5,95(±2,96) anos de estudo, predominando o ensino fundamental incompleto (65%, n=13). Ao verificar resultados recentes publicados pelo IBGE (2019b) para a região sul do Brasil, encontrou-se uma média de 9,5 anos de estudo. Sobre o tempo de trabalho com agricultura familiar, no presente estudo pode-se observar que 80% (n=16) da amostra respondeu ter nascido no campo, e assim começou a trabalhar antes dos dez anos de idade. Destaca-se a fala de dois entrevistados: “Nasci na agricultura, comecei a trabalhar quando já podia pegar na enxada” e “Estou na agricultura a vida toda, com sete anos já puxava boi”. Percebe-se que o costume de trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da casa os impediu de estudar por mais tempo, e isso foi possível observar em outra fala de dois entrevistados: “Só sei plantar e carpir, é o que sei fazer” e “Me arrependo de não ter estudo, pois hoje não se tem muito incentivo”.

Quanto ao estado civil, 75% (n=15) eram casados ou viviam em união estável, 20% (n=4) eram separados/divorciados e 5% (n=1) era viúvo. Verificou-se que 85% (n=17) dos entrevistados tinham filhos, com média de 3,20(±2,28) filhos por família.

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Destes, 57,81% (n=37) eram filhos homens e 42,19% (n=27) mulheres, apresentando assim pouca diferença entre os sexos.

Perfil da Gestão Familiar

Quando questionados sobre os residentes da propriedade familiar, 30% (n=6) responderam que, além do entrevistado, moravam também o cônjuge e apenas um filho. Outros 20% (n=4) responderam que só residia na propriedade o próprio entrevistado e o cônjuge. A média foi de 3,1(±1,07) moradores por residência, como também apontam os resultados de Fischer, Marini e Filippim (2016), que avaliaram agricultores familiares da região do Meio Oeste de Santa Catarina.

Do total de entrevistados, 50% (n=10) responderam que são os responsáveis pela renda familiar juntamente com seu cônjuge; para 35% (n=7) somente o entrevistado é responsável pela renda familiar; e os demais 15% (n=3) mencionaram o filho, mãe e cunhado contribuindo também com a renda familiar. A faixa predominante de renda familiar foi de um a três salários mínimos (60%, n=12), enquanto os resultados do IBGE (2019c) demonstraram em Santa Catarina o rendimento domiciliar per capita de 1.660,00 reais, mais elevado que a realidade dos agricultores de Paulo Lopes; 15% (n=3) possuíam renda de até um salário mínimo, 15% (n=3) de três a cinco salários mínimos e 10% (n=2) de sete a nove salários mínimos. A média de dependentes da renda familiar foi de 3,2(±1,2) pessoas.

Pôde-se verificar ainda que 75% (n=15) das atividades agrícolas são realizadas apenas pelas próprias famílias, característica central na organização familiar de produção. Além do trabalho familiar, 20% (n=4) das famílias possui mão-de-obra externa, com funcionário contratado. Apenas 5% (n=1) possui ajuda eventual de mão-de-obra, contando com auxílio de diaristas, caracterizados como força de trabalho empregada temporariamente, quando as atividades agrícolas se apresentam mais intensas.

É importante ressaltar que, apesar da média elevada de número de filhos e de familiares trabalhando na propriedade, considera-se baixo o envolvimento dos filhos (55%, n=11) que complementam a mão de obra familiar. Do total de 64 filhos mencionados pelos entrevistados, somente 14 estão trabalhando nas propriedades. Levando em consideração a média de idade dos entrevistados, supõe-se que a maioria dos filhos já é maior de idade e que possivelmente já tenha constituído suas famílias. Segundo Fischer, Marini e Filippim (2016), o desinteresse dos jovens em continuar com as atividades na agricultura familiar tem diversas origens, como por exemplo os fatores de

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natureza cultural, dificuldades dos pais aceitarem ideias novas dos filhos, a baixa participação dos filhos nas tomadas de decisões inerentes à propriedade, a falta de autonomia financeira dos filhos, a sobrecarga de trabalho, e pouca liberdade em termos de mobilidade espacial principalmente para as filhas.

A origem da renda familiar ficou caracterizada com 60% (n=12) advinda das atividades agrícolas e complementada pela aposentadoria, 25% (n=5) dos entrevistados responderam viver exclusivamente da agricultura familiar e 15% (n=3) vivem das atividades da agricultura familiar, mas também fazem trabalhos externos e possuem aposentadoria.

Perfil da Propriedade Rural

As propriedades familiares visitadas têm uma média de 17,11 hectares, mas segundo o Censo Agropecuário (IBGE, 2019a), as propriedades agrícolas de Paulo Lopes têm uma média de 41,98 hectares. Na presente pesquisa, 55% (n=11) das propriedades familiares foram adquiridas com recursos próprios, 25% (n=5) foram adquiridos por meio de herança familiar e 20% (n=4) dos agricultores adquiriram suas terras com o suporte de financiamento. Um dos entrevistados que adquiriu sua propriedade por meio de recurso próprio, ressaltou em sua resposta a seguinte fala: “Uma enxada, uma pá e uma foice”, querendo dizer que foi fruto do seu trabalho.

Além disso, 65% (n=13) dos entrevistados possuíam escritura pública registrada de sua propriedade, 25% (n=5) possui recibo de compra e venda e 5% (n=1) tem posse sem documento e área arrendada de terceiros.

Em 70% (n=14) das propriedades a composição geográfica é de característica mista, composta por terreno montanhoso e várzea na mesma extensão de terra. Além disso, em 80% (n=16) das propriedades pode-se notar algum tipo de recurso natural. Dentre eles, o mais prevalente foi a cachoeira, presente em 50% (n=10) das propriedades agrícolas familiares. Esse fator sem dúvida facilita o desenvolvimento da atividade agrícola na região, pois em períodos de seca é de extrema importância ter de onde coletar água para fazer a irrigação das lavouras, uma garantia para que a produção não seja perdida.

Manter o meio ambiente preservado, representado pelas características do relevo, da cobertura florestal, dos recursos hídricos e do clima, forma um mosaico com ingredientes fundamentais para o desenvolvimento do agroturismo na região. De acordo com a pesquisa de Guzzatti, Panke e Sampaio (2017), o agroturismo foi reconhecido na

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Encosta da Serra Geral, em Santa Catarina, como um dos responsáveis pela conquista de melhorias para o município e para o território em geral, tais como a melhoria da infraestrutura; da circulação de recursos financeiros no município e no território; e mudança de expectativas de desenvolvimento. Além de gerar trabalho e renda nas propriedades rurais, o agroturismo valoriza as atividades rurais cotidianas, possui impacto na autoestima dos agricultores familiares, enaltece o lugar e o modo de vida dos agricultores. No site oficial do município de Paulo Lopes, são disponibilizadas nove opções de turismo, e nenhuma delas está relacionada à agricultura familiar. Assim pode-se verificar a falta de fomento no agroturismo municipal (PAULO LOPES, 2019).

Perfil de Produção

Dos agricultores entrevistados, 90% (n=18) produziam algum tipo de fruta, legume e verdura para comercialização e os outros 10% (n=2) possuíam a produção focada somente em criação animal para corte e produção leiteira, ambas destinadas para comercialização. A produção para consumo próprio também é muito expressiva, pois 95% dos agricultores entrevistados produzem alguma variedade destinada somente para o consumo da família. Na Tabela 1 é possível verificar as variedades produzidas para comercialização e consumo próprio mais citadas pelos entrevistados.

Tabela 1 - Perfil de produção frutas, legumes e verduras dos agricultores familiares de Paulo Lopes-SC.

Variável N %

Frutas, legumes e verduras para comercialização Aipim

Banana

Laranja / Milho

Alface / Rúcula / Salsa

Abóbora / Batata doce / Cana de açúcar / Cebolinha / Couve / Mexerica / Repolho

Abacate/ Abobrinha italiana / Batata inglesa / Brócolis/ Cebola / Couve-flor / Espinafre / Pimenta

Alho / Alho poró / Almeirão / Azedinha / Beldroega / Berinjela / Beterraba / Cenoura / Coentro / Cúrcuma / Ervas / Feijão / Inhame / Limão / Mamão / Maracujá / Mostarda / Ora-pro-nobis / Peixinho da horta / Taioba / Tomate

Acelga / Agrião / Aipo / Amora / Biribá / Chicória / Chuchu / Couve chinesa / Ervilha / Figo / Lichia / Nabo / Pepino / Pimentão / Quiabo / Rabanete / Radite / Tomate cereja / Vagem

10 07 06 05 04 03 02 01 50 35 30 25 20 15 10 5

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Laranja Alface / Banana Aipim / Mamão Cebolinha / Feijão Milho Abóbora Abacate / Beterraba

Alho / Batata doce / Couve / Jabuticaba / Salsa

Carambola / Limão / Mexerica / Amendoim / Batata Inglesa / Cana de açúcar / Cebola / Repolho

Acerola / Ameixa / Cabeludinha / Caqui / Fruta do conde / Goiaba / Maracujá / Pitanga / Pitaia / Cará / Tomate

Araçá / Biribá / Cambucá / Gabiroba / Grumixama / Jaca / Lichia / Morango / Pêra / Pupunha / Tucum / Uva / Abóbora Italiana / Chuchu / Cenoura / Pepino / Pimenta / Pimentão / Vagem / Brócolis / Ervilha / Feijão de fava / Radite / Rúcula

15 11 09 08 07 06 05 04 03 02 01 75 55 45 40 35 30 25 20 15 10 5

Os resultados estão de acordo com Santin (2005), quando pesquisou os agricultores familiares no litoral centro-sul do estado de Santa Catarina. O autor mostra em seus resultados que os pequenos agricultores de Paulo Lopes, em sua maioria, têm mais de 50 anos, produzem principalmente mandioca, arroz, feijão, milho, frutas, cana de açúcar para alimentação animal ou para produção de garapa, além de praticarem a pecuária de pequeno porte. O município também vem se destacando ao longo dos anos pelo crescente cultivo agroecológico, principalmente hortaliças, frutas, mel e plantas medicinais.

A produção para consumo próprio, de acordo com Contini, Lima-Filho e Dresch (2012), pode ser um fator relevante para a segurança alimentar dos agricultores familiares, pois permite o acesso facilitado ao alimento, sem intermediários, com diversidade e capaz de prover os mais diversos nutrientes de que o organismo precisa. É uma forma de produção que respeita as preferências alimentares das comunidades locais, auxilia na preservação da cultura dado que essas práticas são passadas de pai para filho. Além de possuir um fator motivacional, pois os camponeses se orgulham de estar consumindo o fruto de seu trabalho familiar.

Com relação à forma de produção das frutas, legumes e verduras, 70% (n=14) respondeu que produz sem a adição de agrotóxicos na plantação, porém não possuem certificação de conformidade orgânica. Esse dado é importante para ressaltar a possível preocupação existente com a manipulação e uso de agrotóxicos. Além disso, devido a essa consciência, pode haver uma maior facilidade na transição desses agricultores para a produção orgânica certificada, desde que haja acompanhamento técnico adequado e o

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desenvolvimento de mecanismos de comercialização, sobretudo para o mercado institucional. Dos 20 agricultores familiares entrevistados, somente 15% (n=3) produzem com certificação de conformidade orgânica. Já a produção realizada com a aplicação de agrotóxicos representou 15% (n=3). Esses resultados estão de acordo com o Censo Agropecuário (IBGE, 2019a), que contabilizou 235 estabelecimentos agropecuários em Paulo Lopes, e apenas 19,15% utilizavam agrotóxicos.

Apesar de o uso de agrotóxico ser algo enraizado no meio rural brasileiro, Elias et

al. (2019) demonstraram que a grande Florianópolis (Florianópolis, Biguaçu, Paulo Lopes e Rancho Queimado), mesmo com menor frequência de agricultores, apresenta um aumento da produção orgânica.

A produção extrativista para comercialização foi identificada em 15% (n=3) dos entrevistados. Desse total, todos produziam açaí juçara e apenas dois agricultores produziam butiá, ambos destinados para comercialização da polpa dos frutos. Já a produção extrativista direcionada somente para consumo familiar foi identificada em 40% (n=8) das entrevistas, sendo citada a produção de palmito, açaí juçara, butiá e pesca artesanal.

Importante ressaltar aqui a diversidade de produtos que alguns agricultores possuem em suas propriedades. Com por exemplo o figo, amora, cambucá, gabiroba, grumixama e, principalmente, o açaí juçara e butiá. Todas são culturas permanentes que, de acordo com os resultados do Censo Agropecuário, são culturas de longa duração e que após a colheita não necessitam de novo plantio, produzindo por vários anos consecutivos (IBGE, 2019a). O mais interessante é a possiblidade de inserção destes alimentos nas escolas por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), respeitando a produção agrícola local na elaboração dos cardápios, resgatando e fortalecendo elementos culturais e de hábitos alimentares e estimulando uma alimentação diversificada. Poderia ser uma alternativa para o município de Paulo Lopes, pois estaria auxiliando no fomento da agricultura de povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares locais (FNDE, 2018).

Na pluriatividade destinada para comercialização, predominou a produção de farinha de mandioca (25%, n=5). O processamento da mandioca é realizado em três engenhos de farinha no município de Paulo Lopes, além de um engenho no município vizinho de Garopaba. Bitencourt (2006) relata que segundo um levantamento feito em 2002 pelo escritório municipal da Epagri, havia em torno de 250 engenhos em atividade no município. O declínio da produção começou quando passou a haver muita oferta e

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pouca demanda, isto porque a farinha que era exportada para a Alemanha estava sendo misturada à areia de praia, o que cessou o contrato, ocasionando o encerramento das atividades dos engenhos.

Também foi citada a produção de conservas (10%, n=2), polpa de frutas (10%, n=2), e com 5% (n=1) cada um dos itens a seguir: bijajica, geleias e doces, goma de tapioca, licor, pão/bolo, queijo, sal temperado, tapioca granulada e vinagre.

O Slow Food Brasil possui um catálogo mundial chamado “Arca do Gosto”, o qual identifica, localiza e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, com potenciais produtivos e comerciais. A bijajica é um produto brasileiro na “Arca”, historicamente encontrada na região sul do litoral do estado de Santa Catarina, compreendendo os municípios de Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba e Imbituba. Hoje a bijajica é resultado da adaptação de uma receita ancestral indígena, que sofreu influência da colonização europeia na região. São inúmeras as variações alimentícias advindas destas práticas, porém sempre com a mesma base: massa crua de mandioca desidratada, amendoim picado e especiarias. Após o processamento, mesclavam os dois produtos e coziam ou assavam a massa em volta de folhas de bananeira, ao vapor ou direto no fogo (PETRINI, 2017).

Dentre a produção da pluriatividade para o consumo próprio familiar, também foi identificada a produção de bijajica, beijú, polpa de frutas, bolachas, açúcar, melado e roscas, todos com 5% (n=1) cada. O beijú é outro produto brasileiro identificado pela “Arca do Gosto”, sendo uma tapioca seca e crocante feita na chapa dos fornos que torram a farinha. O beiju é mais uma das diversas maneiras de se aproveitar os produtos da mandioca (PETRINI, 2017).

Silva (2018) aponta que, dentro dos pequenos estabelecimentos, o exercício da pluriatividade representa uma estratégia que possibilita a continuidade da produção familiar, garantindo uma fonte adicional de renda pela da comercialização dos produtos. Além de outros itens que têm como fim o autoconsumo que atendem às necessidades cotidianas dos estabelecimentos.

Quando questionados se possuíam algum tipo de criação animal na propriedade, 80% (n=16) responderam que sim, podendo ser enquadrada como uma atividade diversificada, pois está sendo realizada além da agricultura. Os resultados podem ser observados na Tabela 2.

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Variável n % Criação animal Galinha Gado Suíno Peixe Cavalo Abelha 12 11 07 03 02 01 60 55 35 15 10 5 Destinação dada aos animais

Consumo da carne Consumo de ovos Comercialização de ovos Corte Consumo de leite Comercialização de leite Venda em pé Recreação

Comercialização de derivados da abelha

14 10 07 07 04 02 02 02 01 70 50 35 35 20 10 10 10 5

Pode-se verificar que é comum ter ao menos alguns animais nas áreas agrícolas, suprindo principalmente a demanda de carne, leite e ovos para o consumo familiar. Além disso, em 35% (n=7) dos entrevistados citaram a comercialização do gado para corte, mesmo não possuindo uma destinação final para o abate no município. De acordo com Pereira (2010), isso acarreta na comercialização do animal vivo para municípios vizinhos como, Palhoça e Tijucas, sendo um transporte realizado por atravessadores locais.

Perfil de Comercialização, Barreiras e Dificuldades

O grande destaque na forma de comercialização está na venda direta na propriedade, já que 95% (n=19) dos entrevistados realizam a venda de seus produtos dessa forma. A venda direta permite o contato direto com o consumidor, além de possibilitar uma renda mais elevada, devido à inexistência de um atravessador.

Os agricultores que realizam feiras como forma de comercialização, conforme a Tabela 3, as realizam em outros municípios. Paulo Lopes não possui nenhum espaço de comércio de venda direta do agricultor para o consumidor. Mas, ao mesmo tempo, são realizadas três feiras de sacolão com agricultores de fora do município, e nota-se que existe procura por esse tipo de comércio, devido ao grande fluxo de pessoas no sacolão e na cidade durante os dias de feira.

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Tabela 3 - Perfil de comercialização, barreiras e dificuldades dos agricultores familiares de Paulo Lopes-SC. Variável N % Canal de distribuição Venda na propriedade Atravessadores Venda em feira

Contrato com empresas Cooperativas 19 05 04 04 04 95 25 20 20 20 Barreiras na comercialização

Não possui barreiras Tributação Inspeção sanitária 09 04 03 45 20 15 Dificuldades de produção

Controle de pragas e doenças Máquinas e equipamentos Mão de obra

Não possui dificuldades Mudanças climáticas 07 07 05 04 03 35 35 25 20 15

Em relação a dificuldades de produção, 35% (n=7) dos entrevistados relataram máquinas e equipamentos como sendo complicadores. Nem sempre a época de plantio coincide com o solo já devidamente preparado, uma vez que os agricultores não possuem as máquinas e os equipamentos adequados para efetuarem o preparo do solo, pois o município não consegue atender a demanda existente, prejudicando o período mais propício de plantio da maioria dos cultivares.

Além disso, a dificuldade no controle de pragas e doenças foi citada por 35% (n=7) dos entrevistados, que pode ter relação com a desinformação sobre o uso correto do solo e toda sua biodiversidade. Se faz necessário, com urgência, um nivelamento das informações existentes sobre o controle natural de pragas e doenças, que possibilitará um avanço na produção sustentável, juntamente com um trabalho de assistência técnica pública adequada.

Um dos pontos mais relevantes dessa pesquisa foi verificar o interesse dos agricultores em participar de um espaço destinado para comercialização direta de seus produtos, como por exemplo, um mercado produtor municipal. Os mercados municipais e feiras podem ser analisados como produção de renda e fluxo de mercadorias. Mas muito além disso, esse tipo de espaço possibilita o encontro interpessoal, como um lugar de contato face-a-face, propiciando àqueles que nele realizam relações comerciais, ou de

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formas de trocas, a vivência de relações sociais de coletividade (SERVILHA; DOULA, 2009).

No presente estudo, dos 20 agricultores familiares entrevistados, 85% (n=17) demonstraram interesse em fazer parte desse tipo de comercialização. Vale ressaltar que nos mercados municipais é comum acontecer o encontro entre o rural e o urbano, por meio de contatos diretos entre pessoas de distintas realidades socioculturais, ocasionando relações interculturais e, em alguns casos, se estabelece um vínculo de amizade. Assim, essa modalidade de comercialização proporciona uma grande oportunidade para o município em apostar nesse modelo de comércio (SERVILHA; DOULA, 2009).

Perfil de Acesso às Redes de Apoio

Segundo Fuzinatto et al. (2019), a agricultura familiar tem contado cada vez mais com o apoio do cooperativismo para a ampliação de mercado comercial e elevação de renda, conquistando custos reduzidos em insumos, defensivos e operações logísticas e ganham em escala produtiva e acesso ao mercado consumidor. Os dados da atual pesquisa indicam que o sindicado de trabalhadores rurais e as cooperativas são os dois principais canais de articulação dos agricultores. Apenas 25% (n=5) são associados a alguma cooperativa, evidenciando que essa é uma prática mais restrita no município de Paulo Lopes.

Metade dos entrevistados respondeu que não participa de nenhuma forma associativa, o que torna mais difícil o desenvolvimento desses agricultores, pois associativismo também promove um acesso facilitado ao conjunto de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento do agronegócio nas pequenas propriedades (FUZINATTO et al., 2019).

Quanto à assistência técnica, 80% (n=16) afirmaram receber esse apoio. A frequência de respostas referentes ao tipo de assistência técnica está disponível na Tabela 4. A assistência técnica é um dos fatores importantes para a viabilidade das atividades produtivas dos agricultores, sem esse apoio a agricultura familiar pode ficar fadada a uma produção sem qualidade e sem rentabilidade.

Tabela 4 – Perfil de acesso às redes de apoio dos agricultores familiares de Paulo Lopes-SC.

Variável N %

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Não participa

Sindicato dos trabalhadores rurais Cooperativa 10 06 05 50 30 25 Acesso à assistência técnica

Sim Não 16 04 80 20 Assistência técnica pública

Epagri

Secretaria Municipal de Agricultura Cidasc 16 07 02 80 35 10 Assistência técnica privada

Agrônomo Agropecuária Veterinário 01 01 01 5 5 5

Em relação à participação do agricultor em políticas públicas para agricultura, somente 40% (n=8) participavam de programas de ação governamental. Dentre os dois mais citados estão o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com 25% (n=5) e o PNAE com 15% (n=3). Os agricultores de Paulo Lopes entregam seus produtos para o PNAE por meio de uma cooperativa de Laguna, de acordo com a sazonalidade de sua produção.

Segundo Elias et al. (2019), o PNAE é um programa de compras institucionais que trouxe a obrigatoriedade de que pelo menos 30% dos alimentos para alimentação escolar devem ser adquiridos da agricultura familiar. O incentivo às compras de alimentos de produção familiar foi concebido para estimular e fortalecer a agricultura familiar brasileira, especialmente agricultores com pequena produção e que se localizam à margem dos mercados alimentares.

Elias et al. (2019) demonstraram os impactos socioeconômicos das compras de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar, sendo Paulo Lopes um dos 31 municípios pesquisados em Santa Catarina. O município ficou no grupo caracterizado por não possuir uma maior diversificação agrícola na produção, além disso, destacou-se na pesquisa que a agricultura familiar não existe ou tem presença irrisória em Paulo Lopes. Na Grande Florianópolis (Biguaçu, Florianópolis, Paulo Lopes e Rancho Queimado), para atingir os 30% preconizados pelo PNAE no abastecimento da alimentação escolar, tem sido supridos a partir da articulação com cooperativas de outras regiões do estado. Ainda de acordo com a pesquisa, em Santa Catarina foi possível verificar a unanimidade na opinião de que houve impacto das aquisições do PNAE na renda do agricultor, pois a compra é garantida.

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Perfil de Sucessão do Negócio Familiar

Apesar das dificuldades enfrentadas pela maioria dos agricultores no que diz respeito à sucessão familiar nas propriedades, segundo os entrevistados, seu negócio atual terá continuidade no futuro em 95% (n=19) das famílias. Apesar da expectativa de continuidade ser elevada, é importante destacar que em somente 50% (n=10) das famílias algum filho está envolvido no futuro do negócio familiar, e em 35% (n=7) quem dará continuidade é o próprio entrevistado.

Fischer, Marini e Filippim (2016) apontam alguns estudos que têm mostrado uma crescente dificuldade dos pais em encontrar um familiar sucessor. Existe a possibilidade de não ocorrer a sucessão familiar nestas propriedades e esse fator pode ser evidenciado com os dados do Censo Agropecuário de 2017, que quando comparado com o Censo Agropecuário anterior de 2006, houve uma redução de 10,77% dos estabelecimentos de agricultura familiar no Brasil (IBGE, 2006; IBGE, 2019a). Entre os principais fatores que dificultam a continuação dos familiares de agricultores nas atividades agrícolas, destacam-se: a ausência de perspectivas de uma vida melhor; a falta de capital para investimentos; a falta de novas oportunidades; terra suficiente para o cultivo de forma rentável; e a tendência emigratória dos jovens, muitas vezes motivada pela visão negativa da atividade agrícola e dos poucos benefícios que ela propicia, comparados aos atrativos oferecidos pela vida urbana (FISCHER; MARINI; FILIPPIM, 2016; MATTE, 2019).

Segundo Matte (2019), a sucessão depende não apenas das condições que a propriedade ou o meio rural oferecem, mas principalmente do incentivo da família para que os filhos deem continuidade à unidade de produção familiar. O ideal é que além dos filhos, os pais sejam orientados quanto aos aspectos que envolvem a sucessão.

Considerações Finais

As discussões teóricas e a atual pesquisa contribuíram para aprimorar o conhecimento sobre o perfil da agricultura familiar do município de Paulo Lopes, localizado em Santa Catarina. Os resultados indicam que a maior parte dos agricultores familiares apresentou idade superior a 45 anos, evidenciando o envelhecimento da população rural. Além disso, foi possível verificar uma baixa participação dos filhos nos trabalhos das propriedades.

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A maioria das propriedades visitadas possuía algum tipo de recurso natural, e o mais presente foi a cachoeira, o que possibilita o estímulo do agroturismo na região, sendo uma alternativa importante para manter os jovens no meio rural, além de ajudar no desenvolvimento local. Constitui-se em alternativa complementar à agricultura na geração de emprego e renda para a população rural.

Os produtos rurais em destaque destinados para comercialização foram o aipim, banana, laranja, milho, alface, rúcula e salsa. Já para consumo próprio, a laranja, banana, alface, mamão, aipim, feijão, cebolinha, milho, abóbora, abacate e beterraba ganharam destaque. Mesmo em menor proporção, foi possível verificar uma grande variedade de frutas, verduras e legumes produzidas por alguns agricultores.

Constatou-se a baixa utilização de agrotóxicos nas plantações, possibilitando assim uma discussão sobre a facilidade de transição desses agricultores para a agricultura orgânica. Porém, o baixo nível de escolaridade dos agricultores, o acesso limitado à assistência técnica e a reduzida participação em organizações sociais são as principais dificuldades enfrentadas na transição da agricultura convencional para agricultura orgânica. Essas deficiências influenciam a baixa adoção de certificação por parte dos produtores orgânicos, de forma que a melhoria dessas variáveis poderia contribuir para a expansão do processo de certificação.

Além disso, a grande maioria dos entrevistados demonstrou interesse em participar de um mercado produtor municipal, sendo que esse modelo de mercado não beneficiaria apenas o agricultor familiar, mas também os artesãos e a comunidade. O mercado produtor seria uma iniciativa para motivar a continuidade do jovem no campo, pois daria uma oportunidade de negócio às famílias, que teriam como comercializar sua produção de forma direta. Tal fato reforça a necessidade de o poder público visualizar o mercado produtor como um incentivo à agricultura familiar, ao turismo, ao desenvolvimento econômico e social.

Apesar de os agricultores terem a expectativa de continuar com o negócio familiar no futuro, existe pouco envolvimento dos filhos para concretização desse desejo. Esse é um dado preocupante, já que a sucessão familiar pode não ocorrer nessas propriedades.

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REVISTA DE EXTENSÃO E ESTUDOS RURAIS DIRETRIZES PARA AUTORES

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CAPÍTULO DE LIVRO

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ARTIGO

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SOUZA, L. S.; BORGES, A. L.; REZENDE, J. O. Influência da correção e do preparo do solo sobre algumas propriedades químicas do solo cultivado com bananeiras. In: Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas. Anais... Petrolina: Embrapa Semiárido, 1994. p. 3-4.

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A primeira vez que a sigla aparecer no texto, deve ser escrito sua definição por extenso e entre parênteses a sigla. Exemplo: Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater).

Siglas formadas por cinco ou mais letras e que formam palavras devem ter apenas a inicial maiúscula. Exemplos: Emater, Pnater.

Siglas que não formam palavras, ou seja, que precisam ser soletradas devem ser grafadas com todas as letras maiúsculas. Exemplos: IBGE, MDA.

Siglas que formam palavras, mas possuem menos de cinco letras devem ser grafadas com letras maiúsculas. Exemplo: ATER.

Itálico: grafar em itálico somente palavras em outro idioma, nome de filmes, revistas, etc... ou grifo do autor.

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