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Gestão de resíduos gerados nos canteiros de obras: estudo comparativo entre duas obras de mesmo porte

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MAXSON LUIZ MOTTA MILLENA BUSSOLO

GESTÃO DE RESÍDUOS GERADOS NOS CANTEIROS DE OBRAS: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DUAS OBRAS DE MESMO PORTE

Tubarão 2017

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GESTÃO DE RESÍDUOS GERADOS NOS CANTEIROS DE OBRAS: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DUAS OBRAS DE MESMO PORTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Profa. Norma Beatriz Camisão Schwinden, Esp. Tubarão

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GESTÃO DE RESÍDUOS GERADOS NOS CANTEIROS DE OBRAS: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DUAS OBRAS DE MESMO PORTE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

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Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e professores, que estiveram presentes nas fraquezas e vitórias durante a nossa jornada acadêmica e por todo o apoio e dedicação que nos foi dado.

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Agradeço a Deus, pela vida e por permitir minha caminhada até aqui sempre com força para novas conquistas.

Aos meus familiares por todo amor, educação, dedicação, apoio e incentivo para que eu mantivesse o foco em meus objetivos.

A orientadora, Norma Beatriz Camisão Schwinden, pelo incentivo e apoio, e por comprometer-se a extrair meu máximo desempenho.

Aos professores, por transmitirem com dedicação o conhecimento necessário para minha capacitação, e pela entrega, paciência e profissionalismo.

Aos meus amigos e colegas universitários, que sorriram comigo e estiveram ao meu lado também nos momentos de dificuldade, fazendo com que eu nunca perdesse a motivação

As empresas que abriram as portas e não pouparam esforços em contribuir com este trabalho.

Por fim, aos membros da banca, professor Ramon e engenheira Maria Cristhine.

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Agradeço a Deus pela vida, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

Agradeço meus familiares pelo amor incondicional, especialmente aos meus queridos pais, Janio e Rosimeri, por acreditarem em mim e por estarem sempre presentes.

Ao meu namorado, Gabriel, que ao longo desses anos, sempre me apoiou e me deu segurança. Obrigada por ser meu amigo, meu companheiro e confidente.

A orientadora Norma, por ter aceitado nosso convite e por ser uma excelente profissional. Obrigada por toda atenção, preocupação e disposição.

Agradeço a todos os professores, pelos conhecimentos partilhados ao longo desses anos. E ao professor Ramon e a engenheira Maria Cristhine, pelo aceite para ser nossa banca neste trabalho.

Agradeço a todos os meus amigos e colegas que fizeram parte desse processo. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada!

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“Tenha coragem de seguir seu coração e intuição, de alguma maneira eles já sabem o que você realmente quer se tornar” (Steve Jobs, 2005).

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Com o crescente e acelerado processo de urbanização, têm sido cada vez mais preocupantes os impactos ambientais gerados pela construção civil. Na busca por uma redução desses impactos, é de suma importância o emprego de práticas dotadas de responsabilidade ambiental. Este estudo foi realizado a fim de comparar a forma de gestão de resíduos gerados em canteiros de obras distintas, porém, de mesmo porte. Para a elaboração da análise comparativa, foi necessário o levantamento de dados a partir do estudo de caso em cada uma das obras analisadas. A pesquisa foi relacionada à gestão de resíduos adotada na fase de construção das obras. Após análise dos resultados, foi possível diagnosticar algumas incompatibilidades entre os sistemas de gestão de resíduos adotados pelas duas obras estudadas. Concluiu-se também que, a obra da empresa B possui uma gestão de resíduos mais adequada do que a empresa A, inclusive atendendo aos requisitos necessários à obtenção de seu selo de certificação ambiental.

Palavras-chave: Impactos Ambientais. Resíduos sólidos. Construção Sustentável. Gestão de

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Civil Construction has generated more environmental impacts due to a non-stop and accelarated urban growth. In order to lessen these damages, responsible environmental behavior and actions must be applied. For this research, distinctive construction sites were visited and their waste management investigated. All data were specifically analyzed through sustainable theoretical and methodological applications for further comparative analysis based on the construction phase within waste disposal and solutions. The results showed some differences between the waste management systems implemented in both constructions sites, where “construction A” was less adequate, while “construction B” was most up-to-date meeting requirements for obtaining an environmental certification seal.

Keywords: enviromental impact, solid waste, sustainable construction, waste management, waste disposal, construction sites.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Resíduos de obra dispostos de forma irregular no centro de grande cidade

deteriorando a paisagem das cidades ... 24

Figura 2 - Hierarquia do sistema de gerenciamento de resíduos ... 27

Figura 3 - Dispositivos e acessórios ... 31

Figura 4 - Acondicionamento inicial de resíduos ... 32

Figura 5 - Acondicionamento Final dos Resíduos... 33

Figura 6 - Transporte interno dos resíduos ... 34

Figura 7 - Carrinho de mão para transporte horizontal de resíduos ... 35

Figura 8 - Soluções de destinação dos resíduos gerados ... 36

Figura 9 - Procedimentos e cuidados de alguns materiais para reutilização ... 37

Figura 10 - Classificação e pontuações alcançadas no certificado LEED ... 40

Figura 11 - Selo de certificação ambiental AQUA ... 41

Figura 12 - Tijolos armazenados em paletes ... 46

Figura 13 - Cimento armazenado em paletes ... 46

Figura 14 - Areia acondicionada no canteiro... 47

Figura 15 - Brita acondicionada no canteiro ... 47

Figura 16 - Caçamba de entulho com resíduos... 49

Figura 17 - Ferragens acondicionadas no canteiro ... 50

Figura 18 - Madeiras separadas para reciclagem em baias ... 50

Figura 19 - Madeiras que serão reutilizadas na obra ... 51

Figura 20 - Caçamba com entulho para destino final ... 52

Figura 21 - Transporte horizontal realizado com carrinhos de mão ... 53

Figura 22 - Silo utilizado no transporte vertical dos resíduos ... 53

Figura 23 - Elevador de carga para transporte ... 54

Figura 24 - Retirada da caçamba para aterro sanitário ... 55

Figura 25 - Projeto do depósito temporário de lixo no subsolo e exemplo de um depósito executado ... 58

Figura 26 - Contentores de resíduos ... 58

Figura 27 - Armazenamento de resíduos em galões e baias ... 59

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Três pilares da Sustentabilidade ... 19 Quadro 2 - Quadro de questões realizadas com os responsáveis da obra... 43 Quadro 3 - Quadro comparativa dos edifícios ... 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensão dos impactos ambientais ... 23 Tabela 2 - Destinação dos resíduos da construção civil ... 29 Tabela 3 - Comparação dos requisitos entre as certificações LEED e AQUA... 38

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ... 15 1.2 JUSTIFICATIVA ... 16 1.3 OBJETIVOS DO TRABALHO ... 17 1.3.1 Objetivos específicos... 17 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 17 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 19 2.1 SUSTENTABILIDADE ... 19

2.1.1 Sustentabilidade na construção civil 20 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 21

2.3 IMPACTOS GERADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 22

2.3.1 Descarte dos resíduos... 23

2.4 ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS ... 24

2.4.1 Resolução CONAMA nº 307... 25

2.4.2 PBPQ-H – Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habitat 25 2.4.3 Normas Técnicas 25 2.5 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 26

2.5.1 Gestão de resíduos sólidos no canteiro de obras... 29

2.5.1.1 Acondicionamento dos resíduos ... 31

2.5.1.2 Fluxo dos resíduos ... 35

2.5.1.3 Envolvimento de pessoas para uma gestão eficiente ... 37

2.6 MÉTODOS EFICAZES ADOTADOS POR OUTRAS CIDADES BRASILEIRAS ... 38

2.6.1 Certificação LEED... 39

2.6.2 Certificação AQUA Alta Qualidade Ambiental... 40

3 ESTUDO DE CASO ... 43

3.1 OBJETO DO ESTUDO DE CASO ... 44

3.2 SELEÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS ... 44

3.3 ETAPAS DO ESTUDO DE CASO ... 44

3.4 COMPARAÇÃO CONCEITUAL GERAL ... 45

3.4.1 Edifício 1... 45

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3.4.1.2 Uso da matéria prima... 47

3.4.1.3 Madeira certificada ... 48

3.4.1.4 Dos resíduos ... 48

3.4.1.4.1 Acondicionamento dos resíduos ... 48

3.4.1.4.2 Destinação e transporte dos resíduos... 51

3.4.1.5 Sistema de construção inovador ... 55

3.4.1.6 Certificação ambiental ... 55

3.4.2 Edifício 2... 55

3.4.2.1 Do armazenamento ... 56

3.4.2.2 Uso da matéria prima... 56

3.4.2.3 Madeira certificada ... 57

3.4.2.4 Dos resíduos ... 57

3.4.2.4.1 Acondicionamento dos resíduos ... 57

3.4.2.4.2 Destinação e transporte dos resíduos... 59

3.4.2.5 Sistema de construção inovador ... 60

3.4.2.6 Certificação ambiental ... 60

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 61

5 CONCLUSÃO ... 66

REFERÊNCIAS ... 68

ANEXOS ... 71

ANEXO A – PLANILHA DA RETIRADA DE CAÇAMBAS GERADA PELO SISTEMA DA EMPRESA A ... 72

ANEXO B – MANIFESTO DA EMPRESA DE ATERRO SANITÁRIO PARA COMPROVAÇÃO DO DESTINO FINAL ... 73

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Com o constante crescimento populacional nas áreas urbanas, surge cada vez mais a necessidade de novas moradias, como também, a implantação de novas indústrias, pontes e aeroportos, dentre outros, pelo setor da construção civil. Mas, embora a Construção Civil seja reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento socioeconômico do país, estas obras são, em sua grande maioria, projetadas e construídas sem levarem em consideração o consumo desenfreado dos recursos naturais, gerando resíduos nocivos ao meio ambiente.

O problema ambiental gerado pelos resíduos depositados de forma irregular em aterros clandestinos, a céu aberto, terrenos baldios e rodovias deve ser resolvido visando preservar o meio ambiente. Tendo a legislação como aliada ao meio ambiente garantindo que haja controle dos resíduos até a sua destinação final, tem-se como normativa a Resolução nº307 do CONAMA para embasar a gestão ambiental de resíduos na construção civil.

A reciclagem surge como uma alternativa para diminuir o impacto ambiental desses resíduos. A prática é vantajosa em vários aspectos, porém,na gestão de resíduos sólidos, deve-se observar a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Buscando soluções para conciliar uma atividade produtiva com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente, foi elaborado este trabalho que se propõe a discutir a respeito da gestão de resíduos nos canteiros de obras, que ofereça maior integridade e qualidade ambiental, a partir do comparativo entre duas edificações de mesmo porte.

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1.2 JUSTIFICATIVA

Ao longo dos últimos anos diversas tecnologias vêm sendo desenvolvidas de modo a contribuir com a qualidade de vida dos seres humanos. Porém, apesar de todos os benefícios, estas mudanças também trazem seu lado negativo, como é o caso da indústria da construção civil, que ocupa uma posição de destaque na economia nacional, mas é grande geradora de impactos ambientais, aparecendo muitas vezes como o maior gerador de resíduos de toda a sociedade brasileira.

Os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pela quantidade expressiva de resíduos e o seu descarte inadequado impõem a necessidade de soluções rápidas e eficazes para a sua gestão adequada. Daí decorre a prioridade de uma ação conjunta da sociedade – poderes públicos, setor industrial da construção civil e sociedade civil organizada – na elaboração e consolidação de programas específicos que visem à minimização desses impactos. (CASSA; CARNEIRO; BRUM, 2001).

Os resíduos da construção civil representam um grave problema em muitas cidades brasileiras. Os grandes empreendimentos da construção provocam o violento consumo de recursos naturais, além da alteração da paisagem, assim como todas as demais atividades da sociedade, geram resíduos. Por todos estes motivos, a construção civil é uma das grandes vilãs ao se falar em impactos ambientais.

Assim o principal desafio é utilizar práticas sustentáveis, nos canteiros de obras, preservando o meio ambiente para não comprometer as gerações futuras, promovendo o desenvolvimento sustentável e social com a gestão de resíduos.

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1.3 OBJETIVOS DO TRABALHO

Identificar as incompatibilidades da gestão de resíduos gerados nos canteiros de obras, a partir de um comparativo entre duas obras de mesmo porte.

1.3.1 Objetivos específicos

 Citar o desenvolvimento sustentável atrelado à construção civil;  Classificar os resíduos gerados pelos processos de construção;  Apontar como a indústria da construção impacta o meio ambiente;

 Citar normas brasileiras que tratam especificamente dos resíduos sólidos da construção;

 Apontar as diretrizes para se promover a gestão de resíduos nos canteiros de obras;  Explicar a necessidade de se promover o envolvimento das pessoas para se conseguir

uma gestão eficiente;

 Citar métodos eficazes adotados por outras obras do Brasil.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto aos seus objetivos, esta é uma pesquisa do tipo exploratória. Segundo Zikmund (2000), os estudos exploratórios, geralmente, são úteis para diagnosticar situações, explorar alternativas e descobrir novas idéias.

Quanto ao método, trata-se de um estudo de caso, que, conforme Triviños (1987), define estudo de caso como uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente e que tem como objetivo aprofundar a descrição de determinada realidade.

As fontes de consulta para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica foram livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na rede mundial de computadores.

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1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em capítulos para facilitar a sua compreensão. Assim sendo, o primeiro capítulo trará a introdução, que compreenderá a apresentação do tema da pesquisa, a justificativa, os objetivos de trabalho, os procedimentos metodológicos e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo apresentará a revisão da literatura sobre gestão de resíduos na construção civil. No capítulo três, apresenta-se o estudo de caso e no quarto estão sintetizadas as discussões e resultados. O quinto capítulo a borda a conclusão, seguido pelas devidas referências bibliográficas.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Como embasamento para o comparativo da gestão de resíduos gerados nos canteiros de duas obras de mesmo porte, descreve-se a seguir a revisão da literatura onde estão apresentados os conceitos inerentes ao tema, essenciais para a pesquisa.

2.1 SUSTENTABILIDADE

Segundo Pereira, Silva eCarbonari (2011, p.74):

Sustentabilidade pode ser definida como a característica de um processo ou sistema que permite que ela exista por certo tempo ou por tempo indeterminado. Nas últimas décadas, o termo tornou-se um princípio segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação das necessidades presentes não deve comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.

Podemos dizer, de forma simplificada, que sustentabilidade é o equilíbrio entre o social, ambiental e econômico, e que juntos, se somam para convivermos em uma sociedade melhor. Será considerado “sustentável” quando atender aos três pilares, sendo economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente adequado”. (CADERNOS, 2017).

O quadro a seguir, apresenta os benefícios sobre os 3 pilares da sustentabilidade. Quadro 1 - Benefícios sobre os três pilares da Sustentabilidade

Três pilares da sustentabilidade

Benefícios sociais

A sustentabilidade desenvolve a economia local através da geração de emprego e renda para os moradores do entorno, além de gerar empregos diretos e indiretos durante as obras e depois do edifício habitado, gera benefícios através dos impostos pagos e promove a integração de ocupantes (do empreendimento) com sua vizinhança e uma adequação arquitetônica com seu entorno, além de um criterioso planejamento do sistema de transportes, de comunicação, energia empregada, reutilização de água, políticas públicas etc.

Benefícios ambientais

Observa-se que empreendimentos sustentáveis podem ser concebidos e planejados para que suprimam menores áreas de vegetação, otimizem o uso de materiais, gerem menos emissões de resíduos durante sua fase de construção; demandem menos energia e água durante sua fase de operação; sejam duráveis, flexíveis e passíveis de requalificação e possam ser amplamente reaproveitados e reciclados no fim de seu ciclo de vida. Muitos dos benefícios ambientais se traduzem em ganhos econômicos,

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com a redução de custos de construção, uso e operação e manutenção das edificações.

Benefícios econômicos

Aumento da eficiência no uso de recursos financeiros na construção, a oferta de um retorno financeiro justo aos empreendedores, acionistas e clientes finais, a indução de aumento na produtividade de trabalhadores por estarem em um ambiente saudável e confortável.

Fonte: Adaptado deGuia de Sustentabilidade na Construção, 2008.

2.1.1 Sustentabilidade na construção civil

Atualmente, as intenções relacionadas à construção sustentável seguem em duas direções. Por um lado, o uso de materiais pouco utilizados, como da terra crua, da palha, da pedra, do bambu, entre outros materiais naturais encontrados no meio ambiente, possa ser resgatado para serem aproveitados em ecovilas e comunidades alternativas. Por outro, na busca de reduzir custos e melhorar a qualidade de vida dos utentes, há construções de empreendimentos verdes com certificações ambientais que atendem essas questões. Porém, o uso das certificações, especialmente no Brasil ainda está em discussão sobre seus benefícios, por ser um país que precisa de atenção nos problemas sociais, como a pobreza e a desigualdade social. (CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 2017)

Como afirma o Guia de Sustentabilidade na Construção (2008, p.15): “a noção de construção sustentável deve estar presente em todo o ciclo de vida do empreendimento, desde sua concepção até sua requalificação, desconstrução ou demolição.”

Segundo Martins (2010, p.44), não há o devido comprometimento por parte das empresas a respeito das interferências causadas pelos canteiros de obras, que também trazem impactos significativos, como a poluição (ao solo, à água e ao ar), incômodos à vizinhança (sonoros, visuais, etc.), impactos ao local da obra (aos ecossistemas, erosões, assoreamentos, trânsito, etc.) e consumo de recursos (principalmente água e energia).

Igualmente, a própria geração de resíduos gerados nos canteiros de obras também é considerada uma interferência, sendo necessário observar e tratar, tanto pela abundância desses resíduos, quanto pelos impactos gerados, especialmente se levados a locais inadequados. Considerando que no Brasil, 90% desses resíduos gerados pelas obras podem ser reciclados, a reciclagem se torna fundamental e de extrema importância ambiental e financeira, no sentido de que estes resíduos possam retornar à obra, em troca há novas matérias-primas que seriam retiradas de forma contínua do meio ambiente.E por isso, são tratados de acordo com uma resolução federal que dispõem sobre o seu gerenciamento, a de nº

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307/2002 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. (LIMA e LIMA, 2010 apud MARTINS, 2010)

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Conforme o artigo 3° da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)nº 307, de 5 de julho de 2002 (p.95),os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma:

I. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a. De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b. De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,

papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso; (Redação dada pela Resolução nº 469/2015).

III. Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; (Redação dada pela Resolução n° 431/11).

IV. Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (Redação dada pela Resolução n° 348/04).

§ 1º No âmbito dessa resolução consideram-se embalagens vazias de tintas imobiliárias, aquelas cujo recipiente apresenta apenas filme seco de tinta em seu revestimento interno, sem acúmulo de resíduo de tinta líquida. (Redação dada pela Resolução nº 469/2015)

§ 2º As embalagens de tintas usadas na construção civil serão submetidas a sistema de logística reversa, conforme requisitos da Lei nº 12.305/2010, que contemple a destinação ambientalmente adequados dos resíduos de tintas presentes nas embalagens. (Redação dada pela Resolução nº 469/2015).

Cabe ainda ressaltar que, há resíduos sólidos provenientes de fontes especiais classificados em função de suas características peculiares que merecem cuidados especiais de manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte ou disposição final. Dentro desta classe de fontes especiais, incluem-se os resíduos sólidos radioativos. (Lei n° 12.305/2010).

De acordo com o artigo 2° da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 307, de 5 de julho de 2002, são adotadas as seguintes definições:

I. Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa,

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gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;

II. Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução; III. Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do

transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;

IV. Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia;

V. Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;

VI. Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;

VII. Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação;

VIII. Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto;

IX. Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando a preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente;

X. Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à disposição final de resíduos.

2.3 IMPACTOSGERADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com Müller-Plantenberg; Ab’Saber (1998, p. 54) impacto ambiental caracteriza-se como:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.

Deste modo, a construção civil causa impactos que são diretamente proporcionais à sua tarefa social. (JOHN, 2000 apud CARNEIRO, 2005)

Segundo o Conselho Internacional da Construção – CIB, a maior parte do consumo de matéria e energia, provenientes de atividades humanas, que provocam consideráveis impactos ambientais, é a indústria da construção. Há também, impactos ligados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. A construção civil, associada ao conjunto de atividades humanas, produz mais de 50% dos resíduos sólidos gerados. (CONSTRUÇÃO...2017)

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O uso de recursos naturais, em todo o seu ciclo na economia, gera impactos ambientais e sociais, bem como representa uma diminuição dos recursos disponíveis na natureza para as gerações futuras.

A implantação de novas edificações produz impactos, sejam ambientais, sociais ou econômicos e causam interferência na sociedade. A utilização de novos materiais e organização do canteiro de obras faz com que os resíduos da construção sejam menores, evitando ou minimizando os impactos, visto que os materiais da construção não são renováveis. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016)

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2016 apud MELO; FERREIRA, 2016) algumas medidas podem ser tomadas para diminuir os impactos ambientais gerados em canteiros de obras, fazendo a análise da dimensão desses impactos e, posteriormente, a análise social e econômica. A dimensão dos impactos ambientais pode ser dividida em grupos: infraestrutura do canteiro de obras, recursos, resíduos e poluição.

Tabela 1 - Dimensão dos impactos ambientais

Infraestrutura São as instalações usadas pelos trabalhadores e toda a montagem realizada para a execução da obra. Essa estrutura deve buscar um

canteiro ecologicamente

correto, oferecendo o mínimo de perturbações ao meio ambiente.

Os aspectos ambientais

relacionados à infraestrutura são: remoção de edificações, riscos de desmoronamento, existência de

ligações provisórias,

armazenamento de materiais, entre outros.

Recursos naturais O uso dos recursos naturais na construção civil, ocorre de maneira excessiva e grande parte da matéria-prima é extraída da natureza como areia, cimento, madeira, aço, entre outros.

Os recursos naturais incorporados aos materiais, como areia, cimento e cal, são as perdas que mais se destacam, seja pelo consumo ou pelo desperdício.

Resíduos e Poluição Os resíduos gerados, provenientes das perdas

ocorridas na etapa de

construção de uma obra, são poluentes ao solo e devido à emissão de efluentes líquidos, também polui a água.

Tintas, solventes, óleos, substâncias utilizadas para preservar madeiras, entre outros, possuem conteúdos prejudiciais ao solo, a água e o ar.

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2.3.1 Descarte dos resíduos

Conforme o Ministério do Meio Ambiente (2016) um grande problema relacionado aos resíduos provenientes de canteiro de obras é a forma como são descartados. Em sua grande maioria, são depositados a céu aberto, em aterros clandestinos, terrenos baldios, leito de rios, vias e logradouros públicos, comprometendo a paisagem urbana e provocando impactos visíveis. Outra prática muito comum em canteiro de obras, que causa uma grande poluição atmosférica, é a queima dos resíduos no próprio canteiro de obras.

O assoreamento e contaminação de rios e canais, a poluição do ar com gás carbônico liberado pelos veículos necessários para realizar o transporte dos resíduos, o comprometimento do tráfego em vias públicas, a deterioração da paisagem das cidades, são exemplos de poluição do ambiente urbano que os resíduos gerados de forma excessiva e seu descarte inadequado, ocasionam na maioria das cidades brasileiras. (PROJETO COMPETIR, 2000)

Figura 1- Resíduos de obra dispostos de forma irregular no centro de grande cidade deteriorando a paisagem das cidades

Fonte: (FERREIRA, MELO, p. 1816,2016).

O poder público deve cumprir um papel fundamental para disciplinar o curso dos resíduos, utilizando instrumentos para regular especialmente a geração de resíduos derivados dos eventos informais. A ausência de efetividade de políticas que disciplinam e coordenam os cursos da destinação dos resíduos da construção civil nas cidades, junto com a falta de

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compromisso dos geradores no manejo, provocam a degradação do meio ambiente. (SINDUSCON-SP, 2005)

2.4 ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS

Visando minimizar impactos ambientais, foram criadas leis, políticas públicas e normas técnicas sobre a gestão de resíduos sólidos da construção civil.

2.4.1 Resolução CONAMA nº 307

Os artigos 4° e 5° da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 307, de 5 de julho de 2002, estabelecem respectivamente, as seguintes obrigações aos geradores e municípios:

Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.

§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta Resolução.

Art. 5º É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em consonância com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. (CONAMA, 2002, p. 4).

2.4.2 PBPQ-H – Programa Brasileiro da Produtividade e Qualidade do Habitat

O Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ – Construtoras), do PBQP-H, prevê, em seu escopo, a necessidade da “consideração dos impactos no meio ambiente dos resíduos sólidos e líquidos produzidos pela obra (entulhos, esgotos, águas servidas), definindo um destino adequado para os mesmos”, como condição para qualificação das construtoras no nível “A”. A falta de observância desses requisitos poderá resultar na restrição ao crédito oferecido por instituições financeiras que exigem tal qualificação como critério de seleção para seus tomadores de recursos.

(26)

2.4.3 Normas Técnicas

As normas técnicas, integradas às políticas públicas, representam importante instrumento para a viabilização do exercício da responsabilidade para os agentes públicos e os geradores de resíduos. Para viabilizar o manejo correto dos resíduos em áreas específicas, foram preparadas as seguintes normas técnicas:

o Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004 – possibilitam o recebimento dos resíduos para posterior triagem e valorização. Têm importante papel na logística da destinação dos resíduos e poderão, se licenciados para esta finalidade, processar resíduos para valorização e aproveitamento.

o Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15113:2004 – solução adequada para disposição dos resíduos classe A, de acordo com a Resolução CONAMA nº 307, considerando critérios para preservação dos materiais para uso futuro ou disposição adequada ao aproveitamento posterior da área.

o Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15114:2004 – possibilitam a transformação dos resíduos da construção classe A em agregados reciclados destinados à reinserção na atividade da construção.

O exercício das responsabilidades pelo conjunto de agentes envolvidos na geração, destinação, fiscalização e controle institucional sobre os geradores e transportadores de resíduos está relacionado à possibilidade da triagem e valorização dos resíduos que, por sua vez, seráviável na medida em que haja especificação técnica para o uso de agregados reciclados pela atividade da construção. As normas técnicas que estabelecem as condições para o uso destes agregados são as seguintes:

o Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos – NBR 15115:2004.

o Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos – NBR 15116:2004

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2.5 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Segundo Albuquerque e Strauch (2008):

O fluxo de materiais da economia ainda segue, majoritariamente, um caminho linear: extração da natureza – produção de um bem – uso do bem – descarte do bem. Como os recursos naturais e o espaço para depositar resíduos são limitados, é necessário abandonar o caminho linear e buscar um caminho circular dos materiais, no qual a extração de materiais virgens do ambiente é minimizada e o descarte de resíduos também.

Sabendo que uma obra gera resíduos de quantidade elevada, prejudicando o meio ambiente, a sustentabilidade tem sido um critério para os clientes na escolha de empresas que buscam novos recursos para minimizar o desperdício de inúmeros materiais utilizados durante as obras. (JATOBÁ, 2015)

Segundo Nagalli (2014, p.12):

O gerenciamento dos resíduos da construção civil tem por intuito assegurar a correta gestão dos resíduos durante as atividades cotidianas de execução das obras e dos serviços de engenharia. Ele se fundamenta essencialmente nas estratégias de não geração, minimização, reutilização, reciclagem e descarte adequado dos resíduos sólidos, primando pelas estratégias de redução da geração de resíduos na fonte.

Figura 2 - Hierarquia do sistema de gerenciamento de resíduos

Fonte: (NAGALLI, 2014, p.14)

A gestão dos resíduos da construção civil teve suas diretrizes, critérios e procedimentos principais estabelecidos pela resolução do Conselho Nacional do Meio

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Ambiente (CONAMA) nº307, de 5 de julho de 2002.De acordo com esta Resolução, os geradores devem ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.

Conforme o artigo 9° da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 307, de 5 de julho de 2002,os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas:

o Caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;

o Triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos;

o Acondicionamento: o gerador deverá garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem;

o Transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; e o Destinação: deverá ser prevista de acordo com a classificação de cada resíduo,

como será visto na sequência deste trabalho.

Para os municípios e para o Distrito Federal, esta Resolução determina que seja implementada a gestão dos resíduos da construção civil através da elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, conforme o artigo 6° da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 307, de 5 de julho de 2002. Este plano deve conter:

o As diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os geradores;

o O cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade

(29)

com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento;

o O estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento e de disposição final de resíduos;

o A proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas; o O incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo

produtivo;

o A definição de critérios para o cadastramento de transportadores;

o As ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos e o As ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua

segregação.

De acordo com o artigo 10° da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 307, de 5 de julho de 2002, os resíduos da construção civil deverão ser destinados conforme tabela 2.

Tabela 2 - Destinação dos resíduos da construção civil

Classe A Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

Classe B Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem;

Classe C Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas;

Classe D Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.

Fonte: Adaptada de Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2002.

Na compreensão de Martins (2010) são muitos os benefícios relacionados aos materiais empregados e a gestão de resíduos de forma correta no sistema construtivo, dentre eles temos a diminuição de custos decorrentes da obtenção de novos materiais; redução de reclamações por parte dos clientes com o uso de materiais de qualidade, evitando patologias e consequentemente, menos retrabalho. Assim, melhorando a imagem da empresa e a satisfação de clientes.

Existem benefícios indiretos tanto para o empreendedor e clientes, quanto para a sociedade e meio ambiente. Devido ao aumento da resistência do empreendimento, a

(30)

reutilização de materiais da própria obra, comprar materiais da região ou reciclar os resíduos gerados, faz com que haja redução da poluição causada pelo transporte, aumento da economia local e diminuição do uso de aterros sanitários, entre outros. (MARTINS, 2010)

2.5.1 Gestão de resíduos sólidos no canteiro de obras

Para se ter um canteiro de obras sustentável e evitar desperdícios de materiais, recursos naturais, redução da geração de resíduos, poluição do ar, acidentes de trabalho, transtornos no trânsito local, impactos que atingem os trabalhadores, pedestres, visitantes e moradores do entorno, algumas medidas devem ser tomadas desde a fase de projeto da edificação até a fase da construção em si. (JATOBÁ, 2005)

Segundo o SindusCon-SP (2005), o problema de desperdício de materiais e mão de obra na execução dos empreendimentos está intimamente ligada a questão do gerenciamento de resíduos. Em relação à não-geração dos resíduos, na Resolução nº307 do CONAMA, há práticas de gestão de qualidade já estabilizadas e sistemas construtivos consolidados. Ao se promover uma adequada gestão nos canteiros se consegue reduzir os resíduos gerados, considerando que:

I - o canteiro fica mais limpo e organizado;

II - haverá a triagem de resíduos, impedindo sua mistura com insumos, evitando que materiais novos sejam descartados;

III - haverá possibilidade de reaproveitamento de resíduos antes do descarte; IV os resíduos a serem descartados serão quantificados e qualificados, possibilitando a identificação de possíveis focos de desperdício de materiais. O correto armazenamento dos materiais deve obedecer alguns critérios básicos de:

o Classificação;

o Frequência de utilização; o Empilhamento máximo;

o Distanciamento entre as fileiras; o Alinhamento das pilhas;

o Distanciamento do solo;

o Separação, isolamento ou envolvimento por ripas, papelão, isopor etc. (no caso de louças, vidros e outros materiais delicados, passíveis de riscos, trincas e quebras pela simples fricção);

(31)

o Preservação da limpeza e proteção contra a umidade do local (objetivando principalmente a conservação dos ensacados).

A boa organização dos espaços para estocagem dos materiais facilita a verificação, o controle dos estoques e otimiza a utilização dos insumos.

Mesmo em espaços exíguos, é possível realizar um acondicionamento adequado de materiais, respeitando critérios de:

o Intensidade da utilização;

o Distância entre estoque e locais de consumo; o Preservação do espaço operacional.

Dependendo da finalidade, os seguintes dispositivos, apresentados na Figura 3 a seguir, são utilizados na maioria dos casos para o manejo interno dos resíduos:

Figura 3 - Dispositivos e acessórios

Fonte: SindusCon-SP, 2005.

2.5.1.1 Acondicionamento dos resíduos

Os resíduos após passarem pelo processo de separação, devem ser armazenados de forma correta, desde a segregação nos locais de geração até o transporte para o destino final. O acondicionamento inicial é feito no próprio local de geração dos resíduos,

(32)

dispondo-os de forma compatível com seu volume e preservando a boa organização ddispondo-os espaçdispondo-os ndispondo-os diversos setores da obra. Em alguns casos, os resíduos deverão ser coletados e levados diretamente para os locais de acondicionamento final. (SINDUSCON-SP, 2005 apud PROJETO COMPETIR,2005)

A figura 4 apresenta tabela com os tipos de resíduos e seu acondicionamento inicial.

Figura 4 - Acondicionamento inicial de resíduos

Fonte: SindusCon-SP, 2005.

Para o caso de resíduos não oriundos da atividade construtiva, como restos de alimentos, suas embalagens, copos plásticos usados e papéis sujos (refeitório, sanitários e áreas de vivência) ou outros passíveis de coleta pública o acondicionamento inicial deverá ser feito em recipientes com tampa contendo internamente um saco de lixo simples. (SINDUSCON-SP, 2005 apud PROJETO COMPETIR, 2005)

(33)

No acondicionamento final dos resíduos deve ser respeitado este conjunto de fatores: volume e características físicas dos resíduos, facilitação para a coleta, controle da utilização dos dispositivos (especialmente quando dispostos fora do canteiro), segurança para os usuários e preservação da qualidade dos resíduos nas condições necessárias para a destinação. (SINDUSCON-SP, 2005)

A figura a seguir, apresenta como deve ser o acondicionamento final correto dos resíduos.

Figura 5 - Acondicionamento Final dos Resíduos

Fonte: SindusCon-SP, 2005.

Além do acondicionamento inicial e final deve-se prestar atenção no transporte interno dos resíduos. Os resíduos podem ser transportados por meios convencionais e disponíveis no canteiro de obras. Para o transporte horizontal: carrinhos de mão, gericas, transporte manual, entre outros. Já o transporte vertical: elevador de carga, grua, condutor de entulho, entre outros. No planejamento da implantação do canteiro, é necessário atentar com a movimentação dos resíduos para que não se tenha preocupação com o fluxo dos resíduos. Outra opção de transporte bastante eficiente é o condutor de entulho (dutos) que evita o transporte horizontal adicional.(SINDUSCON-SP, 2005 apud PROJETO COMPETIR, 2005)

(34)

A figura a seguir, apresenta como deve ser feito o transporte interno de acordo com os tipos de resíduos.

Figura 6 - Transporte interno dos resíduos

Fonte: SidusCon-SP, 2005.

(35)

Figura 7 - Carrinho de mão para transporte horizontal de resíduos

Fonte: Autores, 2017.

2.5.1.2 Fluxo dos resíduos

De acordo com o SindusCon-SP (2005) as soluções para a destinação dos resíduos devem combinar compromisso ambiental e viabilidade econômica, garantindo a sustentabilidade e as condições para a reprodução da metodologia pelos construtores. Alguns fatores definem a destinação dos resíduos que são:

o Possibilidade de reutilização ou reciclagem dos resíduos nos próprios canteiros;

o Proximidade dos destinatários para minimizar custos de deslocamento;

o Conveniência do uso de áreas especializadas para a concentração de pequenos volumes de resíduos mais problemáticos, visando à maior eficiência na destinação.

(36)

Conforme a figura8 do Projeto Competir (2005), identificam-se algumas soluções de destinação para os resíduos gerados, atentando para verificar quais as soluções de cada cidade/ região do país.

Figura 8 - Soluções de destinação dos resíduos gerados

Fonte: Projeto Competir, 2005.

A reciclagem de resíduos no canteiro é uma boa opção para reutilização de materiais, impedindo sua retirada e destinação. Por isso é tão importante o correto manejo dos resíduos no canteiro de obras, facilitando a identificação de materiais reutilizáveis, que

(37)

reduzem custos por dispensarem a compra de novos materiais e podendo comercializar todo o restante de material reciclado gerado na obra que não foi utilizado, lembra o SindusCon-SP (2005).

A figura 9 a seguir menciona alguns materiais ou resíduos com possibilidade de reutilização e cuidados exigidos.

Figura 9 - Procedimentos e cuidados de alguns materiais para reutilização

Fonte: SindusCon-SP, 2005.

2.5.1.3 Envolvimento de pessoas para uma gestão eficiente

Conforme o SindusCon-SP (2005) os resultados provenientes da implantação da Gestão de Resíduos, são obtidos conforme o nível de comprometimento dos operários, empreiteiros e direção da empresa, isso irá refletir no cotidiano de todos os agentes que operam a obra.

É extremamente importante a dedicação dos agentes no treinamento, capacitação e respeito às novas condições propostas para a limpeza da obra, triagem e destinação dos resíduos.

Os construtores são responsáveis por cobrar de seus fornecedores de insumos e agentes da cadeia produtiva o compromisso para tal função, formalizando nos respectivos contratos, merecendo destaque para os seguintes aspectos:

o Evidenciar a necessidade do zelo com a limpeza e a organização permanente da obra;

(38)

o Responsabilizar empreiteiros pela má utilização dos insumos, materiais e dispositivos de uso comum;

o Obrigar a observância das condições estabelecidas para a triagem dos resíduos; o Compartilhar com o contratado, em casos específicos, a responsabilidade pela destinação dos resíduos, examinando e aprovando solução para destinação e exigindo a apresentação da documentação pertinente;

o Avaliar os empreiteiros em relação à limpeza da obra, triagem dos resíduos nos locais de geração, acondicionamento final e destinação (quando for aplicável), atribuindo notas e penalizando os responsáveis por irregularidades.

2.6 MÉTODOS EFICAZES ADOTADOS POR OUTRAS CIDADES BRASILEIRAS Atualmente na construção civil, a idéia de gestão adequada de resíduos sólidos ou demais métodos sustentáveis, é evidenciada nas chamadas construções verdes. São construções que possuem certificação ambiental devido às práticas de redução de impacto ambiental. No Brasil os selos mais relevantes são o LEED e AQUA.

Conforme tabela 3a seguir, na comparação dos requisitos entre as duas certificações, percebe-se que a LEED visa apenas à melhoria das condições ambientais relacionadas ao meio ambiente, enquanto a AQUA, visa também aspectos relacionados à melhoria da qualidade de vida e da saúde das pessoas que usufruem o AMBIENTE construído. A certificação LEED é baseada num sistema de pontos, onde não é necessário atender a todos os requisitos para se obter pontuação suficiente, um critério pode ser bem pontuado e outro não, mas a média é a que conta como pontuação. A certificação AQUA é baseada em desempenho, onde é necessário atender a todos os requisitos nos níveis determinados para se atingir a certificação, tendo o empreendimento que apresentar real desempenho. (LEITE, 2011).

Tabela 3 - Comparação dos requisitos entre as certificações LEED e AQUA

(Continua)

LEED AQUA

Espaço sustentável Relação do edifício com o seu entorno;

Conforto higrotérmico

Eficiência no uso da água Gestão da água; Manutenção – permanência

do desempenho ambiental

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Manutenção (permanência do desempenho ambiental

Materiais e recursos Escolha integrada de produtos, sistemas e

processos construtivos; Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício; Canteiro de obras com baixo impacto ambiental

Qualidade ambiental interna Conforto higrotérmico; Qualidade sanitária do ar; Conforto visual

Inovação e processos –

Créditos de prioridade regional –

– Conforto acústico

– Conforto olfativo

– Qualidade sanitária dos ambientes

– Qualidade sanitária da água

Fonte: Adaptada de Instituto Venturi, 2017.

2.6.1 Certificação LEED

LEED é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. Quem confere as certificações é o Green BuildingCouncil Brasil (GBCB), braço da ONG internacional criado no Brasil em março de 2007 para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção sustentável no país. A organização atua incentivando a adoção de práticas de Green Building em um processo integrado de concepção, construção e operação de edificações e espaços construídos. (GBDB, 2017).

Uso racional da água, eficiência energética, redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos, qualidade dos ambientes internos da edificação, espaço sustentável, inovação e tecnologia são características dos chamados prédios verdes.

No País, uma das entidades que certificam a sustentabilidadedeum empreendimento é a Green BuildingCouncil Brasil.

Atualmente no Brasil são concedidos 8 tipos de LEED: -LEED NC – Novas construções e grandes projetos de renovação -LEED ND – Desenvolvimento de bairro (localidades)

-LEED CS – Projetos da envoltória e parte central do edifício -LEED – Retail NC e CI – Lojas de varejo

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-LEED – Healthcare – Unidades de saúde

-LEED – EB_OM – Operação de manutenção de edifícios existentes -LEED – Schools – Escolas

-LEED CI – Projetos de interiores e edifícios comerciais

A certificação internacional LEED possui 7 dimensões a serem avaliadas nas edificações. Todas elas possuem pré-requisitos (práticas obrigatórias) e créditos, recomendações que quando atendidas garantem pontos a edificação. O nível da certificação é definido, conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 pontos, nível certificado a 110 pontos, nível platina. (FARIA, 2017).

A figura a seguir apresenta as classificações e pontuações referentes ao certificado LEED.

Figura 10 - Classificação e pontuações alcançadas no certificado LEED

Fonte: GBC Brasil, 2011.

2.6.2 Certificação AQUA Alta Qualidade Ambiental

O Processo AQUA é uma certificação internacional da construção sustentável desenvolvida a partir da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environmentale) e aplicada no Brasil desde 2008 pela Fundação Vanzolini. Mantendo a base conceitual francesa, a certificação brasileira foi adaptada para a realidade de normas e práticas do país. O Processo AQUA é um Processo de Gestão Total do Projeto para obter a Alta Qualidade Ambiental do Empreendimento de Construção. (SIENGE, 2016).

A certificação é concedida com base em auditorias presenciais independentes e para obtê-la, o empreendedor da construção deve estabelecer o controle total do projeto em todas as suas fases (projeto, obra e uso).

A avaliação da qualidade ambiental do edifício é feita em 14 categorias de preocupação ambiental e as classifica nos níveis base, boas práticas ou melhores práticas,

(41)

Figura 11 - Selo de certificação ambiental AQUA

conforme perfil ambiental definido pelo empreendedor na fase pré-projeto. Para um empreendimento ser certificado AQUA-HQE, o empreendedor deve alcançar no mínimo um perfil de desempenho com 3 categorias no nível melhores práticas, 4 categorias no nível boas práticas e 7 categorias no nível base. A certificação é concedida ao final de cada fase, mediante verificação de atendimento ao referencial técnico. (SIENGE, 2016).

Podemos citar as seguintes vantagens de obter a certificação AQUA:

o Comprovar a Alta Qualidade Ambiental das suas construções

o Diferenciar portfólio no mercado

o Aumentar a velocidade de vendas ou locação

o Manter o valor do seu patrimônio ao longo do tempo

o Associar a imagem da empresa à Alta Qualidade Ambiental

o Melhorar o relacionamento com órgãos ambientais e comunidades o Ter um reconhecimento internacional

o Economia direta no consumo de água e de energia elétrica

o Menores despesas condominiais gerais –água, energia, limpeza, conservaçãoemanutenção

o Melhores condições de conforto e saúde

o Consciência de sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e a

sobrevivência no planeta

A figura a seguir apresenta a certificação do processo AQUA.

(42)

Neste capítulo, apresentou-se uma revisão geral de alguns conceitos e contribuições sobre o tema, que estarão envolvidos na pesquisa a ser empreendida no capítulo seguinte.

(43)

3 ESTUDO DE CASO

A pesquisa é do tipo exploratória, pois, conforme Gil (2007), esse tipo de pesquisa tem como objetivo deixar o problema mais claro. Grande parte dessas pesquisas envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

O formato metodológico da pesquisa foi o de estudo de caso, que, segundo Yin (1989, p. 384), “representa uma investigação empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de dados”.

O estudo apresentado é comparativo, realizado por meio de entrevistas com os responsáveis das obras conforme o quadro de questões a seguir de dois edifícios de mesmo porte, com o intuito de avaliar a gestão de resíduos nos canteiros de obras.

Quadro 2 - Quadro de questões realizadas com os responsáveis da obra

Questões das entrevistas

1. Como era feito o armazenamento dos materiais no canteiro de obra?

2. Os materiais eram adquiridos com empresas regionais, próximas do local da obra? 3. A construtora utilizou material reciclado?

4. As madeiras utilizadas na obra eram certificadas? 5. Havia um controle dos resíduos gerados?

6. Há gestão de resíduos na construtora? Como é feita? 7. Como os resíduos eram separados no canteiro de obra?

8. Os materiais eram encaminhados para reciclagem ou para aterro sanitário? 9. Como era feito otransporte de resíduos?

10. Há planos para novas ações de gestão de resíduos serem implementadas na empresa?

11. A empresa possui algum sistema de construção inovador?

12. Como foi realizada a gestão de resíduos na construtora para obter a certificação ambiental?

13. Que tipo de certificação ambiental a empresa conquistou, após a conclusão da obra?

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3.1 OBJETO DO ESTUDO DE CASO

Para a elaboração do trabalho, foi utilizado como objeto de estudo, unidades comerciais de mesmo porte, localizadas em municípios distintos, para análise de gestão de resíduos dos canteiros de obras.

Na gestão de resíduos, o manejo dos mesmos inclui as atividades de caracterização, triagem, acondicionamento e transporte, para valorizar seu reuso e reciclagem. Porém, o manejo e destinação inadequados de resíduos nos canteiros de obras trazem diversos impactos para o meio ambiente, comunidades locais e também mais distantes. Para isso, realizou-se a coleta de dados, referentes ao tema, de cada obra estudada.

3.2 SELEÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS

Para elaboração da pesquisa, foram utilizadas como objetos de análises duas obras comerciais de mesmo porte. Uma localizada no Sul catarinense, que se encontra na fase de construção e a empresa responsável será denominada como Empresa A. E a outra, na Grande Florianópolis, já concluída, que será denominada Empresa B, preservando a identidade dos empreendedores.

O edifício selecionado para estudo localizado no Sul do estado será chamado de Edifício 1.

O edifício selecionado para estudo localizado na Grande Florianópolis, no estado de Santa Catarina, será chamado de Edifício 2.

3.3 ETAPAS DO ESTUDO DE CASO

Ordenou-se o processo de pesquisa em três etapas como seguem:

1ª Etapa – Com a intenção de entender as vantagens e limitações da gestão de resíduos na construção, buscou-se uma maneira prática e objetiva de se fazer esta comparação, focada somente nos resíduos dos canteiros de obras, para duas obras de mesmo porte.

2ª Etapa – Iniciou-se a busca das informações referentes a gestão de resíduos nos canteiros de cada obra a ser comparada, por meio de entrevistas com responsáveis. Com estas informações, foram descritos os processos de gestão de resíduos para cada edifício a ser analisado.

(45)

3ª Etapa – Foram comparados os dados de cada edifício e posteriormente foi elaborado um quadro com observações referentes às diferenças de gestão de resíduos em cada um dos canteiros de obra.

3.4 COMPARAÇÃO CONCEITUAL GERAL

Para iniciar o estudo serão apresentados individualmente, os processos de gestão de resíduos nos canteiros de obras do Edifício 1 e Edifício 2. E em seguida, um quadro comparativo com as diferenças de cada um dos edifícios referentes ao tema.

3.4.1 Edifício 1

O edifício 1 selecionado para estudo está sendo construído pela empresa A. O projeto trata-se de um empreendimento comercial, encontra-se na fase de construção e sem intenção prévia de obter qualquer certificação ambiental, ou seja, não há premissas de sustentabilidade norteadoras da gestão de resíduos. A seguir, descreve-se os procedimentos realizados pela empresa A.

3.4.1.1 Do armazenamento

O armazenamento dos materiais que possam absorver a umidade e contaminantes são protegidos contra as intempéries. Conforme resposta a questão 1 da entrevista, os materiais estão acondicionados sobre paletes de madeira (Fig. 12), e quando necessário, como no caso do cimento, são cobertos como se observa na figura 13 seguinte.

(46)

Figura 12 - Tijolos armazenados em paletes

Fonte: Autores, 2017.

Figura 13 - Cimento armazenado em paletes

Fonte: Autores, 2017.

Agregados como areia, brita, entre outros, são armazenados em frente a obra, dentro do canteiro, sem divisória ou proteção, como se observa nas figuras 14 e 15 que seguem.

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Figura 14 - Areia acondicionada no canteiro

Fonte: Autores, 2017.

Figura 15 - Brita acondicionada no canteiro

Fonte: Autores, 2017.

3.4.1.2 Uso da matéria prima

A matéria prima utilizada pela empresa A é adquirida de empresas regionais. Mas esta escolha também ocorre de acordo com o preço, prazo e qualidade estabelecidos para obra, como consta da resposta à questão 2.E conforme resposta a questão 3, a empresa não utilizou nenhuma matéria prima com material de origem reciclável em sua composição.

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3.4.1.3 Madeira certificada

Na fase de construção, no canteiro de obra, nenhuma madeira utilizada pela empresa A é certificada. Somente utiliza-se madeira certificada na fase de acabamento, em portas e móveis, de acordo a resposta a questão 4 da entrevista.

3.4.1.4 Dos resíduos

A empresa A não possui nenhum plano para novas ações de gestão de resíduos a sere implementadas futuramente na empresa, como resposta à questão 10 da entrevista.

3.4.1.4.1 Acondicionamento dos resíduos

Os resíduos gerados no canteiro de obra são acondicionados em caçambas de entulho e encaminhados para o aterro sanitário, como consta da resposta à questão 8. Como se observa na Figura 16, posterior, a empresa A, não os separa por classe, conforme resposta à questão 7 da entrevista.

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Figura 16 - Caçamba de entulho com resíduos

Fonte: Autores, 2017.

Alguns dos resíduos que são reciclados, como madeiras e ferragens, são separados em certos locais do canteiro, e posteriormente vendidos para órgãos ou empresas que os reciclam. No caso das ferragens são acondicionados em locais que não atrapalhem o fluxo de trabalho (Fig. 17) e vendidas para empresas que farão seu reuso, de acordo as respostas 7 e 8 da entrevista.

(50)

Figura 17 - Ferragens acondicionadas no canteiro

Fonte: Autores, 2017.

As madeiras são separadas em baias, para posterior processo de reciclagem (Fig. 18). Geralmente, são vendidas às padarias do município que utilizam como combustível em fornos, como consta da resposta à questão 7.

Figura 18 - Madeiras separadas para reciclagem em baias

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Já as madeiras utilizadas como escoras ou formas, são reutilizadas pela própria empresa por algumas vezes, até seu descarte final. E por isso, como se observa na Figura 19 seguinte, são cuidadosamente selecionadas por tamanho e tipo, conforme resposta a questão 7.

Figura 19 - Madeiras que serão reutilizadas na obra

Fonte: Autores, 2017.

3.4.1.4.2 Destinação e transporte dos resíduos

A empresa A realiza a gestão de resíduos na parte de entulhos que saem através de caçambas, onde são controladas e encaminhadas para os aterros sanitários, como consta da resposta a questão 6. O controle é feito por planilhas (ANEXO A), onde cada caçamba que sai da obra é fotografada para anexar nos processos de licenciamento ambiental (figura 20).

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Figura 20 - Caçamba com entulho para destino final

Fonte: Autores, 2017.

Para o transporte interno de resíduos, conforme resposta a questão 9, a empresa utiliza carrinhos de mão para deslocamento horizontal e para o deslocamento vertical, são usados silos com ajuda das gruas e elevador de carga, até chegada nas caçambas, como apresentam as imagens 21, 22 e 23 a seguir.

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Figura 21 - Transporte horizontal realizado com carrinhos de mão

Fonte: Autores, 2017.

Figura 22 - Silo utilizado no transporte vertical dos resíduos

(54)

Figura 23 - Elevador de carga para transporte

Fonte: Autores, 2017.

Quanto ao transporte externo de resíduos, a empresa A realiza a coleta por caçambas, quando em cada retirada destas (fig. 24) é entregue um manifesto da empresa de aterro sanitário para comprovação do destino do material (ANEXO B).

(55)

Figura 24 - Retirada da caçamba para aterro sanitário

Fonte: Autores, 2017.

3.4.1.5 Sistema de construção inovador

A empresa A não possui nenhum sistema de construção inovador na empresa, como aparece na questão 11 da entrevista.

3.4.1.6 Certificação ambiental

A empresa A não possui intenção de obter certificação ambiental no edifício 1, do estudo de caso, como consta das respostas as questões 12 e 13 da entrevista.

3.4.2 Edifício 2

O edifício 2 selecionado para estudo, está localizado na Grande Florianópolis e foi construído pela empresa B. O projeto trata-se de um empreendimento moderno, com pressupostos de ser sustentável, tecnológico e com intenção de obter um certificado

Referências

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