Mesmo nome, diferentes processos
(naturezas diferentes, objetivos diversos)
o Lagoas aeradas Aerada aeróbia Aerada facultativa o Lagoas anaeróbias o Lagoas de maturação o Lagoas facultativas
Lagoas aeradas: estabilizar bioquimicamente Mat. Org. por via aeróbia; O2 suprido totalmente por aeradores
o Aerada aeróbia: sem deposição de sólidos (δ ≥ 6-10 w/m3); Variante dos
LA sem recirculação; Oc = t; Xv=φ(t;Si); Dimensionamento: modelo dos LA
o Aerada facultativa: potência suficiente p/ O2, não p/ homogeneizar:
Deposição de sólidos decomposição anaeróbia; ainda variante dos LA
Lagoas anaeróbias: estabilizar Matéria
Orgânica bioquimicamente por via anaeróbia
o Tanque (em geral escavado); conteúdo totalmente
anaeróbio; em geral usada p/ pré-trat/ (baixa Ef.)
o Semelhante a fossa séptica; líquido: estabilização
parcial anaeróbia; Sol. sed lodo dig. anaer;
o Ef= 40-60%DBO (maior no verão) ; H ≥ 3m;
o Dimensionamento: t = 2-6 d; Tc= 0,1-0,3 kgDBO/m3.d o Podem gerar odores (principalmente se operadas com
Sistemas Australiano
Lagoas de Maturação (de Polimento):
Objetivo principal não é remover DBO, mas
patogênicos ou sólidos sedimentáveis.
o Sempre usada após outros processos (em geral, lagoas
facultativas ou LA);
o Tratamento terciário ”Polir” efluente
LAGOAS FACULTATIVAS
o
As mais importantes e numerosas
o
Esgoto bruto:
Parte se deposita no fundo formando uma camada
de lodo que entra em decomposição (estabilização anaeróbia da MO)
Parte é consumida pela população de organismos
aeróbios em suspensão usando o oxigênio fornecido pelas algas
Lagoas Facultativas Ecossistema
Duas camadas:
o Aeróbia (próxima à superfície):
algas produzem O2 e consomem CO2;
bactérias produzem CO2 e consomem O2;
o Anaeróbia (junto ao fundo):
recebe sedimentos da camada superior; libera subprodutos para a camada superior
Produção de O
2
Fotossíntese;
Função de:
o Reações fotoquímicas Energia luminosa
o Reações bioquímicas (enzimas) Temperatura Logo: Luz e Temperatura podem ser limitantes
Se sobra luz: algas usam apenas 5% a 7% da energia disponível; Abaixo do ponto de compensação: O2 suficiente só para algas;
“Spring turnover”
Liberação de compostos solúveis pelo lodo:
maior no verão (lei de Arrhenius: 10
oC2X >)
Abaixo de 15
oC inibe atividade anaeróbia
Conseqüência: lençol de lodo cresce
Primavera: atividade aumenta grande liberação de
Matéria Orgânica solúvel sobrecarga
Se muito grande, pode romper o equilíbrio (entrar em
anaerobiose) ou pelo menos reduzir eficiência
Efluente contém:
Matéria orgânica estabilizada Compostos minerais
Compostos de N e P Eutroficação
Bactérias (maior parte não patogênicas) e ALGAS !!! (100 a 300 mg/l)
Podem ser um grande inconveniente; se não sobrevivem no CR MO DBO (pode ser maior que a do esgoto bruto)
Lagoas facultativas não são eficazes para remover carga orgânica; são conversores de carbono.
Fatores intervenientes:
o
Controláveis
o
Parcialmente controláveis
Não controláveis: climáticos (+ importantes)
o Temperatura:
o Abaixo de 10oC desfavorável, inibe atividade o Acima de 35oC desfavorável (algas morrem)
o Insolação fotossíntese (só durante o dia)
o Duração do período diurno (tabelas; latitude) o Nebulosidade (dados climáticos)
o Evaporação e precipitação (só se afetar t) o Ventos: muito importantes
Influência dos ventos:
o
Localização:
Soprar para longe
“de comprido” (não “de atravessado”) de jusante para montante
Regime de mistura: em geral todo o conteúdo se mistura por convecção ao menos uma vez por dia;
o Se não: Estratificação
Térmica (termoclina)
o Algas não dotadas de
motilidade: morrem o Sobram: as móveis (más produtoras de oxigênio; ex: euglena) o Problema principalmente em regiões quentes.
Fatores Parcialmente controláveis (operação)
o
Características dos esgotos (variação de Q e S
i)
o
Presença de compostos inorgânicos
o
Algas:
carecem de nutrientes
sensíveis à presença de substâncias tóxicas e inibidoras (logo: não indicadas para alguns despejos industriais)
Fatores Controláveis:
o
Forma: preferivelmente retangular, com
comprimento 2 a 3X a largura; se impossivel,
evitar formação de baías e penínsulas;
o
Localização: longe de habitações (+ de 500 m),
à sotavento; protegida por cerca ou muro;
o
Permeabilidade do terreno (preocupação
somente se não puder encher; depois, colmata)
o
Profundidade: de 1,2 m a 2,5 m.
oCaracterísticas construtivas.
Características construtivas:
Características construtivas:
Características construtivas:
Dispositivos de entrada.
Características construtivas:
Características construtivas:
Interligações.
Características construtivas:
Dispositivos de saída.
Dimensionamento:
Os fatores intervenientes são muitos e
difíceis de quantificar, o que exige um
exame judicioso da situação e um
projetista experiente;
Critérios de dimensionamento:
o
Empíricos
Dimensionamento
Taxa de aplicação de DBO:
τ
em kgDBO/ha.d
Nos EUA:
τ
entre 10 e 60 kgDBO/ha.d OMS:
τ
variando entre 10 e 300 kgDBO/ha.d em funçãodas características climáticas (tabela)
Chile:
τ
variando de 10 a 260 kgDBO/ha.d em função daregião (Chile é dividido em regiões)
Brasil:
τ
variando entre 150 e 300 kgDBO/ha.d em funçãoda localização
τ
iS Q
Dimensionamento:
Herman & Gloyna
Derivado da observação de lagoa de laboratório em condições ótimas: T = 35oC / t o = 7 dias / Si = 200 mg/l Aplicabilidade: T= 4 a 35oC / H= 0,9 a 2,4m / DBO: próxima de 200mg/L 0
.t
Q
V
=
Dimensionamento:
Herman & Gloyna – Correções
Corrigindo DBO afluente e temperatura do líquido:
Efetuando cálculos (V:m3 ; Q:m3/d; Si:mg/L ; T: oC)
Usar: DBO5 para esgotos pouco concentrados ou decantados; DBOU para esgotos brutos muito concentrados
) 35 ( 0
.
2
,
0
.
.
T
S
i TQ
V
=
θ
− ) 35 ( 2085
,
1
.
.
.
10
5
,
3
x
Q
S
i TV
=
−Dimensionamento
Marais & Shaw: Considera lagoa reator completamente misturado (a mistura se dá por convecção pelo menos uma vez ao dia, o tempo de detenção é de diversos dias...)
Dimensionamento
Marais & Shaw
:Em um reator
completamente
misturado, o consumo
de substrato é
diretamente
proporcional à
concentração no reator.
Dimensionamento
Marais & Shaw:
Determinação do valor equivalente de K; Este valor é função apenas das médias das
temperaturas máximas dos meses mais frio e mais quente do ano, disponíveis para
qualquer região do país (Atlas Climatográfico)
Dimensionamento
Marais & Shaw – Lagoas em série:
A eficiência cresce rapidamente com o aumento do
número de lagoas da série (maior número: melhor)
Entretanto: um número demasiadamente grande
sobrecarrega a primeira lagoa
o Solução: dimensionar a primeira lagoa tão pequena
quanto possível (ou seja: aplicando a carga máxima compatível com condições não anaeróbias) e distribuir o restante da carga pelas demais lagoas da série.
Dimensionamento
Marais & Shaw – Lagoas em série:
A carga máxima admissível sobre uma lagoa facultativa,
determinada empiricamente por Marais, corresponde a uma concentração de substrato no interior da lagoa (e portanto no
efluente, já que a lagoa é um reator em mistura completa) igual a:
Onde:
H: profundidade (em m)
Smax: concentração de DBO efluente (em mg/L)
8
.
8
,
1
600
max=
+
H
S
Dimensionamento
Marais & Shaw – Lagoas em série:
Marcha de dimensionamento para lagoas em série:
o Arbitrar H (entre 1,2m e 2,5m)
o Determinar o valor equivalente de K o Calcular Smax
o Fazer Smax=S da primeira lagoa, determinar t1
o Fixar t2=t3...=tn = 3 d (tempo de geração das algas) o Determinar n por tentativas até que S da última lagoa
Dimensionamento
Correlação da carga superficial
Correlaciona carga aplicada x removida
Obtida de estudos estatísticos em lagoas
existentes
Vantagem: é o que mais se aproxima da realidade Porém...: exige que já existam lagoas na mesma região nas quais se tenha realizado o estudo por um tempo suficientemente longo.
Dimensionamento
Correlação da carga superficial
Gera equações do tipo: CSr = a + bCSa
Teoricamente: a = 0 (Quando CSa=0, CSr obrigatoriamente è 0)
A existência de valores de “a” diferentes de zero nas correlações deve-se a desvios estatísticos e imprecisões nas determinações.
eFiltrada DBOEfluent S eÑFiltrada TotAfluent DBO S A S Q CSa A S Q A S Q CSr i i i = = = − = . . .
Dimensionamento
Correlação da carga superficial
A correlação deriva de um balanço de massa considerando a variação da massa de
substrato em um reator em mistura completa operando em regime permanente
V S K S Q S Q dt dS V K X k V S X k S Q S Q dt dS V t Q V t k S S S k X dt dS i a a i i a . . . . 0 ; . . . . . . . ; ) . 1 ( ; . = − = = − − = = + = = CSa b CSr A S Q t K t K A S Q A S Q A t K S Q t K S Q S Q t Q V t K S S i i i i i . . ). . 1 . ( . . / ; . 1 . . . . . . ; . 1 = + = − + = − = + =
Dimensionamento
Correlação da carga superficial - McGarry & Pescod
Obtida em 143 lagoas primárias nas regiões temperada e sub-tropical;
CSa entre 50 e 500 KgDBO/ha.d; Efic. média.: 72,5% Coef. de correlação: r = 0,995
Correlação McGarry & Pescod CSr = 10,35 + 0,725 CSa 0 50 100 150 200 250 300 350 400 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Carga Superficial Aplicada (CSa)
Carga Su pe rficia l Re mo vida (CSr)
Dimensionamento
Correlação da carga superficial - Yanez
Obtida em 8 lagoas primárias e secundárias próximas de Lima, Peru;
CSa entre 200 e 1158 KgDBO/ha.d; / Temp. da água: 20 oC;
Coef. de correlação: r = 0,9982 Correlação de Yanes CSr = -7,81 + 0,8193 CSa 0 200 400 600 800 1000 1200 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Carga Superficial Aplicada (CSa)
C ar g a S u p er fi ci al R em o vi d a ( C S r)
Dimensionamento
Correlação da carga superficial - CETESB
Obtida em 9 lagoas primárias e secundárias no Estado de SP/BR;
CSa entre 75 e 500 (Lag. Prim) e 50 a 320 (Lag. Sec) KgDBO/ha.d Coef. de correlação: / r = 0,976 Lprim / r = 0,9873 LSec
Correlação de Yanes CSr = -7,81 + 0,8193 CSa 0 200 400 600 800 1000 1200 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Carga Superficial Aplicada (CSa)
C ar g a S u p er fi ci al R em o vi d a ( C S r)
Dimensionamento
Correlação da carga superficial - Mara & Silva
Obtida em lagoas experimentais na Cidade de Campina Grande, Paraíba;
Correlação de Mara & Silva CSr = 2 + 0,79 CSa 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Carga Superficial Aplicada (CSa)
C a rga S upe rf ic ia l R e m ov ida ( C S r)
Dimensionamento
Carga máxima aplicável:
Valor acima do qual a lagoa corre o risco de se tornar
completamente anaeróbia
Dimensionamento
Carga máxima aplicável - McGarry & Pescod
Obtida em função da temperatura média mensal do ar em oC
d
ha
KgDBO
x
Dimensionamento
Carga máxima aplicável - YANEZ
Obtida em função da temperatura média mensal da água em oC)
O valor 357,4 kgDBO/ha.d (que, para 20 oC corresponde à carga a partir da qual prevalecem as condições anaeróbias) foi obtido considerando que acima desta carga a concentração de N-NH3 no efluente é maior que no afluente, indicando predomínio da atividade anaeróbia.
d
ha
KgDBO
x
CSa
max=
357
,
8
1
,
085
(T −20)/
.
Dimensionamento
Carga máxima aplicável – Valores empíricos
CETESB: cargas máx. recomendadas para o Estado de SP Lagoas Primárias: CSamax = 250 KgDBO/ha.d
Lagoas Secundárias: CSamax = 150 KgDBO/ha.d
Mara & Silva: carga máx. recomendada p/ a região NE CSamax = 400 KgDBO/ha.d