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MÓDULO I INTRODUÇÃO À ADMNISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Academic year: 2021

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FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA – EAD 

MÓDULO I – INTRODUÇÃO À ADMNISTRAÇÃO FINANCEIRA 

Nesse  módulo  inicial  iremos  estudar  a  organização  como  um  sistema  de  multiplicação  de  recursos  financeiros,  abordando  os  objetivos  da  administração  financeira  sob  a  ótica  do  administrador  financeiro  e  do  proprietário  ou  acionista.  Faremos  um  comparativo  entre  o  lucro  e  a  riqueza,  focando  suas  fortalezas  e  fraquezas. 

Todas  as  organizações  apresentam  atividades  que  envolvem  recursos  financeiros  com o objetivo de obter lucro. Esses respectivos recursos são aplicados na produção  e  comercialização  de  bens,  na  estrutura  física,  na  prestação  de  serviços,  na  qualificação da mão de obra etc. 

De  acordo com  Braga  (2005,  p.23):  “cada  empresa  pode ser  visualizada  como  um  sistema  que  multiplica  os  recursos  financeiros  nela  investidos,  produzindo  um  retorno  compatível  com  o  risco  assumido”.  Dessa  forma,  a  função  financeira  das  empresas ocorre através do gerenciamento dos fundos movimentados por todas as  áreas,  tendo  dessa  forma  um  papel  determinante  no  desenvolvimento  das  estratégias operacionais, contribuindo para o aumento da lucratividade e da riqueza.  O objetivo da administração sob o âmbito financeiro possui duas vertentes: uma sob  o  enfoque  do  administrador  financeiro  (lucro)  e  outra sob  o  enfoque  do  proprietário  (riqueza). A seguir faremos um comparativo das duas vertentes.

· Maximização da riqueza  ­ Perspectiva de longo prazo 

A  organização  necessita  crescer  e  se  perpetuar,  devendo  investir  em  tecnologia,  automação,  estrutura,  qualidade  dos  produtos  e  serviços,  dentre  outros.  Esses  investimentos  poderão  sacrificar  momentaneamente  a  lucratividade,  porém  trará  inúmeros benefícios a curto, médio e longo prazos. 

­ Retorno do capital 

Os  proprietários  e  acionistas  almejam  serem  remunerados  através  do  aumento  do  valor monetário de suas ações.  ­ Risco  Os proprietários e acionistas preferem se arriscar menos no que diz respeito ao seu  patrimônio, ou seja, preferem receber retornos menores assumindo menos rsico nas  atividades empresariais.  ­ Distribuição de dividendos

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Os  acionistas  preferem  receber  retornos  periódicos,  através  de  uma  política  de  distribuição compassada e equilibrada de dividendos, com o objetivo de diminuir os  efeitos negativos que podem afetar o preço das ações.

· Maximização do lucro  ­ Perspectiva de curto prazo 

O  administrador  financeiro  tem  como  meta  saldar  as  obrigações  da  empresa,  aplicando  adequadamente  os  seus  recursos  financeiros.  Dessa  forma,  a  todo  o  momento, deve equilibrar as entradas e saídas através do demonstrativo financeiro  conhecido como fluxo de caixa.  ­ Retorno do capital  Os administradores financeiros esperam receber retornos cada vez  maiores em um  período mais curto de tempo, com o intuito de gerar superávit (entradas > saídas) no  seu relatório financeiro.  ­ Risco 

O  perfil do  administrador financeiro  requer  mais perspicácia  e sagacidade,  ou seja,  esse profissional se arrisca mais e se compromete com o risco assumido. 

Alguns autores  da  área  afirmam  que  o  objetivo da  administração  financeira voltada  para a obtenção do maior lucro não satisfaz por ser imediatista no que diz respeito  ao  prazo  limitado.  Podemos  entender  dessa  forma  que  o  objetivo  básico  da  administração  financeira  requer  a  maximização  do  lucro  e  conseqüentemente  a  maximização da riqueza, através do alinhamento das suas vertentes. 

De acordo com Ross (2002, p.44): “o objetivo mais geral da administração financeira  é  a  maximização  do valor de  mercado  do capital  dos  proprietários  existentes”.  Não  podemos  esquecer  que  esse  objetivo  não  implica  que  o  administrador  financeiro  deve ser antiético ou desleal para elevar o valor do capital próprio do seu negócio.  Um  exemplo clássico  onde  os administradores  financeiros  elevam o  capital  de  sua  empresa  ocorre  com  o  aumento  do  valor  das  ações  existentes,  no  caso  das  sociedades por ações. 

A  grande  questão  é  a  seguinte:  até  que  ponto  os  objetivos  dos  administradores  financeiros  (lucro)  estão  alinhados  com  os  objetivos  dos  proprietários  e  acionistas  (riqueza)? 

Podemos  relacionar  essa  questão com  dois  pontos  a se  discutir: remuneração  dos  administradores financeiros e controle dos negócios. Iremos abordar um a um para  sua maior compreensão.

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O  salário  desses  profissionais  está  vinculado  ao  desempenho  financeiro  geral  da  organização,  ou  seja,  ao  valor  atual  das  ações  no  mercado.  De  acordo  com  Ross  (2002,  p.45):  “os  administradores  que  forem  bem­sucedidos  em  atender  aos  objetivos dos acionistas e proprietários podem receber enormes recompensas”.

· Controle dos negócios 

O  controle  dos  negócios  está  nas  mãos  dos  acionistas  que  elegem  o  conselho  deliberativo  de administração com  o  objetivo  de contratar  e  demitir  administradores  financeiros. 

Podemos concluir que os acionistas e proprietários controlam seus negócios e que a  maximização  da  riqueza  é  uma  conseqüência  da  maximização  do  lucro,  sendo  objetivo primordial para a organização. 

MÓDULO II – ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 

Nesse  módulo  iremos  trabalhar  as  funções  ligadas  ao  gestor  financeiro,  as  suas  principais  atividades  dentro  e  fora  da  empresa.  Enfocaremos  também  o  gestor  financeiro como um agente de mudanças no ambiente. 

A  administração  financeira  constante  nas  diversas  estruturas  organizacionais  apresenta  duas  funções  relevantes que são:  o tesoureiro e  o controller.  Na  maioria  das empresas, o tesoureiro tem responsabilidade pela gestão da conta caixa e dos  títulos  que são negociáveis,  pelo  planejamento  na venda  de  ações,  pela  gestão  da  estrutura de capital, dentre outros. 

A  função  de  controller  já  está  mais  voltada  para  os  setores  de  contabilidade  e  controladoria. Ele é responsável pela assessoria e consultoria de diversos assuntos  no  âmbito  contábil,  financeiro,  fiscal  e  patrimonial.  Esse  profissional  tem  uma  autoridade  denominada  de  staff,  pois  dá  aconselhamento  aos  diversos  setores  da  estrutura organizacional. 

Em  sintonia  com  o  tesoureiro  e  o  controller  deve  estar  o  gestor  ou  administrador  financeiro,  que  tem  o  objetivo  principal  de  adquirir  e  aplicar  adequadamente  os  recursos  financeiros  para  aumentar  o  valor  patrimonial  da  organização.  Podemos  entender que esse profissional trabalha com as finanças empresariais. 

De  acordo  com  Groppelli  (1999,  p.3):  “finanças  é  a  aplicação  de  uma  série  de  princípios  econômicos  e  financeiros  objetivando  a  maximização  do  lucro  e,  conseqüentemente, da riqueza e do valor de suas ações”. Na prática, podemos dizer  que a organização eleva a sua riqueza com o aumento do preço de suas ações, no  caso das sociedades anônimas. 

A seguir elencaremos algumas atribuições do administrador financeiro: · Decisões de financiamento e de investimentos

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No  caso  das  organizações  que  estão  passando  problemas  financeiros  e  econômicos,  a  tomada  de  empréstimos  ou  financiamentos  para  saldar  obrigações  não deve ser a atitude mais adequada e viável. Já as empresas bem­sucedidas, com  um  rápido  crescimento  e  aumento  da  lucratividade,  precisam  investir  em  equipamentos, estoques, estrutura física etc. Nessa situação, uma  maneira viável é  financiar todos esses ativos.  O papel fundamental do gestor financeiro é determinar alguns pontos, tais como:  ­ Qual a taxa de crescimento de vendas  ­ Quais os ativos que devem ser adquiridos prioritariamente  ­ Qual a melhor instituição financeira para negociar  ­ Qual o prazo do financiamento  ­ Qual o valor e a taxa a ser negociada etc.  Segundo Weston e Brigham (2000, p.9): “os gestores financeiros devem decidir que  ativos  suas  empresas  devem  adquirir,  como  esses  ativos  devem  ser financiados  e  como  a  empresa  deve  gerir  seus  recursos”.  Com  isso,  os  valores  organizacionais  serão  maximizados  e,  conseqüentemente,  haverá  um  crescimento  no  retorno  financeiro.

· Planejamento/Previsão 

Deve existir uma rede de relacionamento entre os diversos executivos financeiros na  elaboração de estratégias que atingirão positivamente o futuro empresarial. Com as  mudanças  e  transformações  no  mercado,  os  gestores  financeiros  precisam  estar  atentos  para  alguns  fatores  que  interferem  diretamente  nos  seus  negócios,  tais  como:  concorrência,  flutuações  econômicas,  taxa  de  juros,  descompasso  nos  preços, dentre outros.

· Negociações com os mercados financeiros 

Segundo  Weston  e  Brigham  (2002,  p.9):  “o  gerente  financeiro  deve  lidar  com  os  mercados  monetários  e  de  capital,  pois  cada  empresa  afeta  e  é  afetada  pelos  mercados financeiros gerais em que os recursos são captados”.

· Supervisão e controle 

Não  podemos  esquecer  que  todas  as  decisões  apresentam  conseqüências  de  ordem  financeira  e  todos  os  gestores  financeiros  ou  não  financeiros  devem  se  conscientizar dessa realidade. 

Temos  como  exemplo  prático,  o  caso  em  que  a  decisões  do  setor  de  marketing  afetam  o  aumento  das  vendas  e  que,  conseqüentemente,  necessitam  de  investimentos.  As  decisões  de  marketing  afetam  e  são  afetadas  pelos  recursos

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financeiros disponíveis na empresa, pelo estoque, pela capacidade de mão de obra,  dentre outros gestores. 

De  acordo  com  Groppelli  (1999,  p.4):  “para  serem  bem­sucedidos,  os  administradores  financeiros  têm  que  se  envolver  com  as  mudanças  que  ocorrem  constantemente  no  campo  das  finanças,  adotando  métodos  sofisticados  para  poderem planejar melhor em um clima de crescente competitividade”. 

Podemos  concluir  que  esses  profissionais  precisam  trabalhar  de  forma  integrativa  dentro  e  fora  da  corporação,  pois  eles  são  responsáveis  diretos  pelos  fatores  de  transformação em todos os ambientes privados e públicos. 

MÓDULO III – OS PROBLEMAS FINANCEIROS ORGANIZACIONAIS 

Nesse módulo iremos abordar os benefícios de uma boa gestão financeira, focando  as  características  das  empresas  em  crescimento  e  em  declínio.  Estudaremos  também  algumas  práticas  gerenciais  inadequadas  para  o  bom  funcionamento  das  finanças organizacionais. 

Segundo  Santos  (2000,  p.  125):  “para  uma  empresa  atender  a  seus  objetivos,  necessita  gerar  lucros  e  recursos  internos  crescentes,  aproveitando  oportunidades  de crescimento  em  uma  perspectiva  de  longo prazo”.  Esse  enfoque  aborda tanto  a  ótica econômica quanto a financeira, propiciando diversos benefícios a seguir: · Satisfação das necessidades da sociedade; · Perpetuação e crescimento da estrutura organizacional; · Elevação dos meios de sobrevivência; · Aumento do poder e prestígio da alta cúpula etc.  Fazendo um comparativo entre uma organização em crescente ascensão e outra em  declínio, temos: · Organização em ascensão 

­  Utilização  de  recursos  de  terceiros,  dependendo  da  probabilidade  de  risco  dos  proprietários e acionistas nas situações disponíveis;  ­ Obtenção de lucro e recursos crescentes;  ­ Reinvestimento do retorno gerado para aquisição de capital de giro e tecnologia;  ­ Identificação de novos projetos que proporciona a obtenção de retornos superiores  ao capital investido. · Organização em declínio

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­ Não identificação de oportunidades de investimento, não gerando dessa forma os  recursos necessários para a alavancagem nos negócios;  ­ Obtenção de lucros baixos, através de vendas estáveis ou decrescentes;  ­ Geração de déficits de caixa (entradas < saídas) no demonstrativo fluxo de caixa,  podendo até levar a liquidação ou falência da empresa.  De acordo com Hoji (2000, p.238): “a questão relevante ao diagnóstico da situação  empresarial  é  que,  muitas  vezes,  os  movimentos  de  crescimento  ou  declínio  não  ocorrem com tendência nítida e objetivo”. Podemos entender que nos momentos de  crescimento  e  alavancagem  dos  resultados  é  possível  ocorrer  retrocesso  operacional e nos momentos de declínio, pode ocorrer a recuperação momentânea  de margens de rentabilidade. 

Não  podemos  esquecer  que  uma  das  metas  estabelecidas  do  processo  de  diagnóstico  das  organizações  e  a  avaliação  das  possibilidades  de  serem  ou  não  atingidos os propósitos criados pelo planejamento estratégico corporativo. Devemos  nessa situação delimitar o enfoque financeiro e econômico, ou seja, o financeiro se  refere aos fatores da análise das necessidades financeiras e da maneira como elas  são  atendidas  e  o  segundo  (econômico)  foca  o  retorno  dos  recursos  dos  proprietários e acionistas e do capital total investido. 

Em  muitos  casos,  ocorre  o  agravamento  da  situação  financeira  nas  empresas,  levando  a  insolvência  nos  negócios.  É  importante  destacarmos  algumas  práticas  empresariais  inadequadas  e  inviáveis  que  corroboram  para  a  liquidação  das  mesmas. São elas:

· Perda  da  credibilidade  no  mercado  por  atitudes  antiéticas  dos  administradores;

· Aumento da insatisfação e das reclamações dos clientes;

· Utilização  de  matéria­prima  ou  insumos  de  qualidade  duvidosa,  com  o  objetivo de reduzir os custos operacionais;

· Decréscimo das margens de rentabilidade e volume das vendas;

· Atrasos  nos  pagamentos  de  fornecedores  potenciais  de  matérias­primas  e  insumos;

· Devoluções de mercadorias vendidas; · Perdas de clientes para a concorrência;

· Elevação  dos  descontos  sobre  os  preços  dos  produtos/serviços  em  virtude  de problemas de qualidade. 

Conforme  Weston  e  Brigham  (2000,  p.130):  “é  fundamental  a  identificação  das  causas  dos  problemas,  visando  determinar  a  viabilidade  de  ações  corretivas,  que  podem  envolver  a  participação  dos  proprietários  de  negócios,  de  instituições  financeiras e demais credores”. Esses problemas podem ocorrer em virtude de uma  gestão  errônea,  ligada  a  fatores  externos  e  imprevisíveis  tais  como:  medidas  governamentais, descompasso  nas  taxas de  juros, concorrência  acirrada, elevação  dos níveis de preços, clientela exigente, dentre outros. 

Não  podemos  esquecer  que  as  origens  das  dificuldades  financeiras  podem  acontecer nos níveis a seguir:

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­ Nas falhas de projeto, ou seja, no momento da sua concepção ou execução; 

­ Na fase operacional, quando o projeto já se encontra em um nível de maturidade  elevado. 

Podemos  concluir  que  as  organizações  que  apresentam  dificuldades  financeiras  apresentam créditos bancários nas suas obrigações a curto, médio e longo prazos.  No  módulo  seguinte  iremos  abordar  alguns  eventos  que  geram  essa  problemática  organizacional. 

MÓDULO IV – CAUSAS DOS PROBLEMAS FINANCEIROS 

Nesse  módulo  iremos  trabalhar  com  algumas  causas  dos  mais  comuns  dos  problemas  financeiros  detectados  nas  organizações,  sinalizando  questionamentos  que  devem  ser  respondidos  para  o  atingimento  da  reestruturação  financeira  corporativa.

· Mal dimensionamento do capital de giro 

De  acordo com  Santos  (2000,  p.133):  “quando  as  necessidades  de  capital  de  giro  são  relativamente  estáveis  e  previsíveis,  a  situação  recomendável  é  que  sejam  financiados  por  recursos  permanentes,  próprios  ou  de  terceiros  exigíveis  a  longo  prazo”. É relevante solicitar que a escolha de se trabalhar com recursos próprios ou  de  terceiros  dependerá  de  uma  análise  integrativa  e  conjuntural  da  organização  como um todo, analisando os efeitos internos e externos. 

Em muitos casos, o capital de giro operacional oscila durante todo o exercício social  devido  a  fatores  sazonais  que  agem  diretamente  sobre  a  demanda.  Temos  como  exemplo  as  lojas  de  brinquedos  que  elevam  o  seu  nível  de  vendas  nos  meses  de  outubro (Dia da Criança) e de dezembro (Natal). Essas empresas devem acumular  seus níveis de estocagem em meses anteriores para uma posterior comercialização.  Nesse enfoque, alguns questionamentos devem ser analisados. São eles: 

­  Ocorreu  a  previsão  desde  o  início  da  necessidade  de  capital  de  giro  através  de  recursos próprios ou de terceiros? 

­  Todo  o capital  de giro necessário será capitado no ambiente  de  mercado  através  de empréstimos de curto prazo? 

­ Como funcionar estoques nas situações em que o capital de giro seja sazonal? · Alavancagem financeira excessiva 

Conforme  Santos  (2000,  p.137):  “por  serem  cobrados  juros  substancialmente  inferiores nos financiamentos de longo prazo originados de linhas de crédito, há forte  incentivo à excessiva alavancagem financeira”. É importante frisarmos que à medida

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que  aumenta  a  alavancagem  financeira  nas  organizações,  em  contrapartida  aumenta consideravelmente o risco de inadimplência futura. 

Com  isso,  muitas  empresas  criam  uma  dependência  em  recursos  de  terceiros,  inibindo dessa forma a entrada de novos parceiros potenciais. 

Segundo Ross (2002, p.350): “há linhas de financiamentos de bancos que permitem  expressiva  participação  relativa  no  investimento  total  projetado,  e  a  elevada  alavancagem,  associada  a  prazos  e  juros  favoráveis  tem  a  exata  função  de  propulsionar  investimentos  aumentando  a  atratividade  para  pequenos  e  médios  empresários”. Dessa maneira, algumas questões devem ser investigadas. São elas:  ­  O  ativo  (bens  e  direitos)  gera  retorno  superior  ao  custo  da  obrigação  (financiamentos)? 

­  Qual  o  perfil  dos  investidores  em  relação  a  sua  capacidade  para  implementar  os  recursos financeiros necessários? 

­  Os  empréstimos  e  financiamentos  foram  realizados  através  de  fontes  bancárias  oficiais? 

­  A  projeção  dos  níveis  de  venda  propicia  margem  de  segurança  em  relação  à  cobertura dos custos financeiros e operacionais? 

­ Quais os encargos financeiros e os prazos referentes ao financiamento?  ­ Devem existir complementações de recursos de terceiros?

· Aspectos referentes à localização 

Segundo  Santos  (2000,  p.141):  “há  ocasiões  em  que  as  condições  de  localização  mudam através do tempo e a principal força de atração locacional deixa de existir”.  Temos como exemplo prático as indústrias que se instalam em determinada região  com  o  intuito  de  explorar  a  matéria­prima  local  e  cuja  produção  se  reduz  excessivamente  com  o  passar  dos  tempos,  levando  a  extinção  total  da  matéria­  prima.  Com  isso,  as  necessidades  de  exploração  passam  a  ser  realizadas  em  localidades  ou  fontes  distantes,  aumentando  dessa  forma  os  custos  adicionais  de  deslocamento e transporte.  A seguir devemos analisar alguns aspectos dentro dessa abordagem. São elas:  ­ Quais os pontos fortes da localização?  ­ Existem incentivos fiscais e governamentais para a consecução do projeto?  ­ Qual o perfil da mão­de­obra local? · Aquisição de tecnologia 

As  empresas  podem  adquirir  tecnologia  de  forma  inadequada  em  função  de  inúmeros fatores, tais como:

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­ Falta de conhecimento e pesquisa acerca das tecnologias disponíveis no mercado;  ­ Compra de equipamentos recondicionados; 

­  Aquisição  de  tecnologia  com  um  risco  elevado  de  se  tornar  absoluta  a  curto  ou  médio prazo; 

­ Falta de controle na avaliação dos investimentos ligados à área tecnológica; 

­  Problemas  decorrentes  da  assistência  técnica  pós­venda  e  nas  montagens  dos  equipamentos etc.  Alguns questionamentos devem ser feitos, tais como:  ­ Quais os custos para uma atualização tecnológica?  ­ Qual a flexibilidade da tecnologia adquirida no caso de uma futura modernização?  ­ Qual a probabilidade de obsolescência da tecnologia atual?  MÓDULO V – REESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES 

Nesse  módulo  iremos  estudar  como  ocorre  a  reestruturação  financeira  nas  empresas,  apresentando  um  modelo  de  planejamento  de  revitalização,  com  suas  características e peculiaridades. 

Após  as  organizações  detectarem  quais  as  principais  causas  dos  problemas  financeiros, devem criar condições para a revitalização dos negócios, através de:

· Reorganização na estrutura de staff 

No  caso  da  reorganização  na  estrutura  de  staff,  pode  ser  viável  a  contratação  de  consultorias  que  objetivam  criar  um  plano  de  melhoria  na  estrutura  organizacional.  Alguns pontos devem ser implementados, tais como:  ­ Redesenho das funções;  ­ Redefinição dos níveis hierárquicos de autoridade formal;  ­ Reformulação do fluxograma das informações;  ­ Retomada no processo decisório;  ­ Contratação de gestores treinados e qualificados na área administrativa;  ­ Terceirização de fluxos internos. · Reestruturação da pirâmide societária

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Em  relação  a  uma  reestruturação  na  pirâmide  societária,  o  primeiro  passo  é  a  conscientização dos proprietários e acionistas das deficiências de gestão que levam  a uma situação financeira disponível. 

De acordo com Hoji (2000, p. 271): “quando profundas mudanças na administração  são  postuladas  por credores  ou sócios,  efetivos  ou  potenciais  como  condição  para  apoiar  ou continuar  apoiando  o  empreendimento, surgem  obstáculos  à viabilização  da  proposta  de  reorganização”.  Dessa  forma,  as  dificuldades  aumentam,  com  a  redução das receitas e a elevação dos custos operacionais.

· Renegociação das obrigações de médio e longo prazos; · Novos investimentos na estrutura produtiva, dentre outros. 

De  acordo  com  Weston  e  Brigham  (2000,  p.181):  “caracteriza­se  um  processo  de  reestruturação  financeira  como  o  conjunto  de  procedimentos  que  objetivam  alterar  de  alguma  forma  a  estrutura  do  passivo  (obrigações)  da  empresa,  em  termos  de  volume,  composição  das  fontes  de  recursos,  ou  condições  de  pagamento  das  dívidas,  prazos  e  encargos”.  Nessa  situação,  os  proprietários  ou  acionistas  da  empresa  em  revitalização  possuem  diversas  razões  que  justificam  seu  empenho  para procurar reverter o quadro de insolvência, tais como: 

­ Saldar dívidas; 

­ Resgatar a imagem e a credibilidade da empresa; 

­ Aumentar a riqueza futura, deixando um legado para seus sucessores;  ­ Promover o progresso dos colaboradores etc. 

Todos  esses  fatores  acima  mencionados devem  ser implementados na  medida  em  que  o  propósito  organizacional  é  sinalizado.  A  seguir  elencaremos  etapas  de  uma  reestruturação financeira organizacional. 

­ Análise retrospectiva (desempenho passado X situação atual);  ­ Identificação dos problemas financeiros; 

­ Elaboração de um plano estratégico para reverter a situação desfavorável atual.  De  acordo com  Santos  (2000,  p.185):  “a  elaboração  de  um  plano  estratégico  para  uma empresa exige a quantificação dos objetivos e dos meios visados, em face da  situação existente, que se materializam, em  termos numéricos”. Podemos entender  que na reestruturação uma série de informações deve ser mensurada, tais como:  ­ Criação de metas para aumento da produtividade;  ­ Estudo dos investimentos a serem realizados com o objetivo de atender a previsão  de vendas;

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­ Pesquisa de mercado para prever a quantidade e o preço dos produtos/serviços a  serem comercializados;  ­ Mensuração do capital de giro existente.  A seguir iremos encontrar um modelo de planejamento de reestruturação financeira  de uma empresa.  1.  Objetivos empresariais  2.  Empregados  Os débitos referentes a salários e ordenados de colaboradores devem ser saldados  prioritariamente,  pois  são  considerados  créditos  privilegiados  para  o  sustento  familiar.  3.  Fornecedores  Devem ser identificados os saldos totais dos fornecedores em situação irregular e se  são considerados fornecedores potenciais de matérias­primas ou equipamentos.  É viável regularizar o pagamento dos fornecedores mais significativos, provisionando  as dívidas através de um fluxo de caixa projetado.  4.  Governo 

As  empresas  inadimplentes  devem  parcelar  seus  débitos  atrasados  através  de  um  cronograma de pagamento de impostos, através de prazos variáveis, de acordo com  cada órgão da esfera federal. 

MÓDULO VI – ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 

Nesse  módulo  iremos  focar  alguns  conceitos  básicos  sobre  capital  de  giro,  analisando  as  políticas  alternativas  de  investimento  e  de  financiamento  e  as  vantagens e desvantagens da aquisição de créditos de curto prazo. 

Para iniciarmos o nosso estudo, devemos entender que o grande diferencial entre as  empresas  a  nível  financeiro  é  a  busca  da  manutenção  do  equilíbrio  entre  ativos  e  passivos. 

De  acordo com  Weston  e  Brigham  (2000,  p.378):  “cerca  de  60%  do  tempo  de  um  gerente financeiro é dedicado à administração do capital de giro, sendo considerado  um  tópico  de  estudo  essencial”.  Dessa  forma,  é  importante  relembrarmos  alguns  conceitos tais como: 

­ Capital de giro: é considerado o investimento de uma empresa em ativos de curto  prazo. Exemplo: Caixa, estoques, contas a receber, títulos negociáveis;

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­ Capital de giro líquido: são os ativos circulantes deduzidos os passivos circulantes  (AC­PC); 

­  Orçamento  de  caixa:  é  a  previsão  das  entradas  e  saídas  de  caixa,  ou  seja,  é  a  capacidade de gerar entradas para atender às saídas; 

­ Política de capital de giro: são as normas e diretrizes referentes ao financiamento  dos ativos circulantes. 

Segundo  Hoji  (2000,  p.109):  “capital  de  giro  também  conhecido  como  capital  circulante  corresponde  aos  recursos  aplicados  em  ativos  circulantes,  que  se  transformam  constantemente  dentro  do  ciclo  operacional”.  Devemos  entender  que  cada  momento  que  o  capital  de  giro  sofre  alguma  mudança  positiva  ou  negativa,  gera um reflexo contábil. 

O  estudo  do  capital  de  giro  é  relevante  para  a  administração  financeira,  pois  as  empresas necessitam recuperar todas as despesas e custos financeiros para obter o  lucro almejado através da venda de produtos e serviços. 

Não  podemos  esquecer  que  na  política  de  capital  de  giro,  dois  pontos  devem  ser  questionados. São eles: 

­ Como os ativos circulantes deveriam ser financiados?  ­ Qual o nível adequado dos ativos circulantes? 

Dentre as políticas alternativas de investimento de ativos circulantes temos: · Política liberal de investimentos em ativos circulantes 

Segundo  Santos  (2000,  p.54):  “é  a  política  sob  a  qual  quantias  relativamente  grandes de caixa, títulos negociáveis e estoques são mantidos e em que as vendas  são  estimuladas  por  uma  política  de  crédito  liberal,  resultando  em  alto  nível  de  contas a receber”. É considerada uma linha de maior inclinação, também conhecida  como fat cat = gato gordo.

· Política restritiva de investimentos em ativos circulantes 

De acordo com Weston e Brigham (2000, p.385): “é a política sob a qual a posse de  dinheiro,  títulos,  estoques  e  contas  a  receber  é  minimizada”.  Também  conhecida  como lean­and­mean = magra.

· Política moderada de investimentos em ativos circulantes 

Segundo  Weston  e  Brigham  (2000,  p.385):  “é  a  política  que  se  situa  entre  as  políticas liberal e restritiva”. 

Já nas políticas alternativas de financiamento de ativos circulantes temos:

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É  a  política  onde  os  vencimentos  de  ativos  e  passivos  são  equiparados,  sendo  considerado  uma  diretriz  moderada.  Não  podemos  esquecer  que  não  existe  a  equiparação  exata  de  vencimentos,  pois  ocorre  a  incerteza  na  vida  dos  ativos  e  quando o capital próprio é utilizado, este não possui vencimento.  Temos como exemplo dessa incerteza quando uma empresa financia seus estoques  através de empréstimo de curto prazo, com o objetivo de comercializá­los e utilizar o  caixa gerado para saldar esse respectivo empréstimo. Se as vendas forem baixas, o  caixa pode não se realizar e a utilização do crédito de curto prazo pode causar um  problema financeiro.

· Política  agressiva:  prevê  a  maior  utilização  da  dívida  de  curto  prazo  para  financiamento dos ativos circulantes permanentes e até imobilizados

· Política conservadora: prevê a menor utilização da dívida de curto prazo para  financiamento dos ativos circulantes permanentes e alguns temporários.  De  acordo  com  Assaf  Neto  (2001,  p.89):  “o  uso  do  crédito  de  curto  prazo  é  geralmente  mais arriscado do que o uso do crédito de longo prazo”. Apesar de ser  mais  arriscado,  o  uso  do  crédito  de  curto  prazo  apresenta  suas  vantagens  e  desvantagens, tais como: 

­ Flexibilidade 

No  caso  das  empresas,  acreditam  que  suas  necessidades  de  recursos  diminuirão  em  curto  prazo,  devem  escolher a  dívida  de  curto  prazo  em  função da  flexibilidade  gerada. Nesse caso, os acordos de crédito de curto prazo são menos onerosos do  que os de longo prazo.  ­ Velocidade  Os empréstimos de curto prazo são adquiridos mais rapidamente do que o crédito de  longo prazo, pois os bancos exigem uma análise financeira mais completa antes de  aceitar o crédito de longo prazo.  ­ Taxa de juros  As taxas de juros dos empréstimos de curto prazo são, na maioria das vezes, mais  baixas do que as taxas de juros de longo prazo.  ­ Risco extra (desvantagem) 

Nessa  situação,  o  financiador  pode  requerer  o  pagamento  imediato  e  o  custo  do  empréstimo pode se elevar no caso de aumento nas taxas de juros. 

Podemos concluir que a base para uma adequada gestão financeira está no estudo  e na análise contínua do capital de giro das organizações.

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MÓDULO  VII  –  PLANEJAMENTO  E  CONTROLE  FINANCEIROS  NAS  ORGANIZAÇÕES 

Nesse  módulo  iremos  abordar  a  importância  da  implementação  do  planejamento  e  controle  financeiros  nas  corporações,  focando  seu  cálculo,  suas  vantagens  e  limitações. 

As  organizações  a  cada  dia  estão  mais  competitivas  e  a  sua  rentabilidade  e  lucratividade dependem da eficiência nos negócios. Essa competitividade acirrada e  intensa transforma a rotina do gestor financeiro nada fácil. Dessa forma, os gestores  precisam utilizar o planejamento e controle financeiros. 

De  acordo  com  Weston  e  Brigham  (2002,  p.343):  “um  bom  sistema  de  controle  é  essencial  tanto  para  assegurar  que  os  planos  sejam  executados  apropriadamente  quanto  para  facilitar  modificações  correntes,  se  as  premissas  sobre  as  quais  os  planos  iniciais  se  basearem  se  regularem  incorretas”.  Podemos  entender  que  o  planejamento financeiro foca as previsões de vendas, renda e ativos com vistas as  estratégias  de  marketing  e  de  produção,  com  o  propósito  de  saldar  as  obrigações  financeiras  previstas.  Não podemos  esquecer que  o planejamento  financeiro  não  é  uma  ferramenta  imutável.  No  dia­a­dia  das  organizações,  os  gestores  financeiros  podem  analisar  e  identificar  mudanças  operações  a  serem  implementadas  para  melhorar o resultado.  O controle financeiro já ocorre no momento da implementação dos planos de ação,  com o intuito de:  ­ Transformar e alterar os planos existentes em virtude das mudanças no ambiente  interno e externo;  ­ Verificar se os planos estão sendo seguidos. 

Conforme  Ross  (2000,  p.413):  “o  controle  se  expressa  como  um  processo  de  ajustamento  em  feedback,  visando  tanto  o  cumprimento  dos  planos  como  a  incorporação  de  modificações  que  se  tornem  necessárias  devido  a  mudanças  imprevistas”. 

O planejamento financeiro se inicia com o orçamento, que é a previsão das receitas  de  vendas  e  dos  custos  que  envolvem  a  produção.  Podemos  exemplificar  o  orçamento  de  produção  como  sendo  o  detalhamento  dos  investimentos  voltados  para equipamentos, mão­de­obra, matérias­primas necessárias para a previsão das  vendas.  Afirma  Hoji  (2000,  p.189):  “orçamento  como  os  dados  financeiros  projetados, os quais são comparados com os dados reais observados”. 

A  seguir  podemos  elencar  algumas  vantagens  com  o  planejamento  e  controle  financeiros: 

­ Elevar a lucratividade; 

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­ Corrigir problemas e desvios financeiros; 

­ Antecipar as ações para obter recursos financeiros necessários etc. 

Dentre  os  sistemas  de  planejamento  e  controle  financeiros  temos  a  relação  lucratividade X volume de vendas através da análise do ponto de equilíbrio, também  conhecido como custo­volume­lucro. 

De acordo com Weston e Brigham (2000, p.345): “a análise do ponto de equilíbrio é  um método para determinar o ponto em que as vendas vão apenas cobrir os custos”.  Podemos  entender  que  é  o  ponto  em  que  a  organização  vai  se  equilibrar,  sinalizando os lucros ou perdas no caso do nível de vendas, ultrapassar ou declinar  para um patamar abaixo do ponto.  A equação para se calcular o ponto de equilíbrio é:   Q pe =       F  P – V  Onde:  Q pe = Ponto de equilíbrio em unidade  F = Custos fixos  P = Preços por unidade  V = Custos variáveis por unidade 

O  cálculo  e  a  análise do  ponto  de  equilíbrio servem  para que  as  empresas  tomem  decisões no que diz respeito: 

­ Estudo dos projetos de automação e modernização;  ­ Analisar as conseqüências de uma expansão operacional;  ­ Comparar as vendas esperadas com os custos fixos e variáveis;  ­ Analisar o volume de vendas de um novo produto/serviço no mercado. 

Assim  como  vantagens  e  benefícios,  também  temos  limitações  e  questionamentos  acerca de aplicabilidade da análise do ponto de equilíbrio. São elas: 

­ É correto e real almejar que o custo variável por unidade seja constante em todos  os  níveis  produtivos  organizacionais?  Temos  como  exemplo  dos  setores  que  apresentam  níveis  de  produção  muito  baixos.  Nesse  caso,  o  custo  por  unidade  poderia  ser  elevado,  pois  a  mão­de­obra  não  estaria  produzindo  unidades  suficientes  e  a  empresa  não  se  beneficiaria  com  os  descontos  de  quantidade  nas  aquisições  de  matéria­prima.  No  caso  contrário,  quando  os  setores  possuem  volumes  elevados,  a  empresa  necessita  contratar  colaboradores,  o  que  levaria  ao  aumento dos custos unitários. 

­ É correto supor que o preço por unidade é constante, independente do volume de  vendas  e  de  produção?  No  caso  de  demandas  baixas,  a  organização  deverá  diminuir  o  preço  de  vendas  com  o  objetivo  de  elevar  o  nível  das vendas.  No  caso

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contrário,  quando  a  demanda  for  elevada,  a  empresa  deverá  elevar  o  preço  e  aumentar as margens de lucro. 

Podemos  concluir  que  as  limitações  acima  descritas  fazem  com  que  o  ponto  de  equilíbrio não possa ser informado através de um único gráfico, pois a análise deve  ter um critério mais flexível, através de técnicas de simulações. O ideal será mostrar  o ponto de equilíbrio através de inúmeros esquemas de produção e de relações em  custo e preço. 

MÓDULO VIII – GESTÃO DE RISCOS 

Nesse  módulo  iremos  trabalhar  a  importância  do  gerenciamento  dos  riscos  econômicos  e  financeiros,  focando  alguns  exemplos  de  fatores  de  riscos.  Estudaremos também o cálculo e a análise do grau de alavancagem das empresas.  As  corporações  precisam  se  conscientizar  do  risco  envolvido  nos  investimentos  e  das conseqüências geradas pela inadequação das fontes de recursos. 

Segundo  Sanvicente  (2004,  p.90):  “o  risco  é  a  possibilidade  de  que  algum  acontecimento  desfavorável  venha  a  ocorrer”.  Devemos  entender  que  a  gestão  de  riscos é a prioridade, pois as decisões são tomadas através da aceitação ou não de  um perigo conhecido. 

Temos  como  exemplo  de  gerenciamento  dos  riscos  o  caso  das  instituições  financeiras  que  utilizam  novas  tecnologias  para  minimizar  os  riscos  de  seus  ativos  (bens  +  direitos) e  dos seus clientes.  A  gestão  inadequada  do  risco  pode  provocar  resultados econômicos e financeiros desastrosos, levando a organização à falência.  O risco pode ser dividido em:

· Risco  econômico:  inerente  à  atividade  operacional  da  empresa  e  às  peculiaridades  do  mercado  que  opera,  refletindo  as  decisões  de  investimento.  A  seguir mostraremos alguns exemplos de fatores de risco econômico. 

­  Tecnologia:  a  falta  ou  a  implementação de  uma  tecnologia  inadequada  e inviável  ao  ramo  de  atividade  pode  ser  considerado  um  desastre  para  o  dia­a­dia  das  operações. 

­  Concorrência:  as empresas  que  não  analisam  a  sua  concorrente  direta  e  indireta  podem  diminuir  seus  níveis  de  venda  e,  conseqüentemente,  perder  fatias  do  mercado. 

­  Qualidade  de  produtos/serviços:  as  organizações  devem  priorizar  a  qualidade  de  sua matéria­prima, insumo, mercadoria, com o intuito de minimizar as reclamações e  insatisfações do cliente. 

­  Sazonalidade  do  mercado:  as  empresas  precisam  estar  preparadas  econômica  e  financeiramente  para  as  baixas  nas  demandas  durante  o  ano.  Devem  ser  feitos  planejamentos financeiros para saldar as obrigações de médio e longo prazos.

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· Risco  financeiro:  sinaliza  o  risco  associado  às  decisões  de  financiamento,  com  o  objetivo  principal  de  saldar  seus  compromissos  financeiros.  Dentre  alguns  exemplos de fatores de risco financeiro temos: 

­  Má  administração  do  capital  de  giro:  as  corporações  devem  dar  importância  à  gestão  do  capital  de  giro,  adotando  uma  política  financeira  para  manter  e  elevar  o  crescimento, equilibrando o caixa. 

­ Descompasso no fluxo de caixa: as empresas precisam identificar as situações de  desequilíbrio  financeiro,  analisando  os  sintomas  decorrentes  dos  períodos  alternados  de  superávits  e  déficits.  Temos  como  exemplo  desse  desequilíbrio,  a  insuficiência crônica na conta caixa e a capitação contínua de recursos, através de  empréstimos e financiamentos.  Para sanear esses fatores temos as seguintes dicas:  §  Elevação do giro de estoque;  §  Diminuição do prazo médio de recebimento;  §  Capitalização da empresa, através do aporte de novos recursos;  §  Controle acirrado dos custos e despesas operacionais;  §  Postergar o pagamento das contas (obrigações). 

­  Uso  inadequado  das  fontes  de financiamento:  o  gestor financeiro  deve  analisar  e  escolher  a  combinação  das  fontes  de  financiamento,  também  conhecida  como  decisão de estrutura de capital, ou seja, utilizar o capital próprio ou de terceiros.  Segundo  Weston  e  Brigham  (2000,  p.155):  “o  risco  de  investimento  é  relativo  à  probabilidade de efetivamente se ganhar menos do que o retorno esperado, ou seja,  quanto  maior  a  possibilidade  de  retornos  baixos  ou  negativos,  mais  arriscado  o  investimento”. 

Não  podemos  esquecer  que  algumas  entidades  precisam  assumir  certo  grau  de  risco  financeiro para seus  proprietários,  pois,  utilizando  o conceito  de  alavancagem  financeira,  as  empresas  podem  utilizar  recursos  a  um  custo  fixo  com  o  intuito  de  elevar o lucro do acionista. 

Segundo  Ross  (2002,  p.430):  “alavancagem  operacional  é a extensão pela  qual os  custos  fixos  são  usados  nas  operações  de  uma  empresa”.  Podemos  entender que  quando  a  organização  possui uma alta porcentagem  de  custos fixos  apresenta  um  alto grau de alavancagem operacional (GAO). 

Para calcularmos o GAO:  Q (P­V)  Q (P­V) ­ F  Onde:

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Q = Unidades de produção  P = Preço médio de vendas por unidade  V = Custo variável por unidade  F = Custos operacionais fixos  Podemos concluir que o grau de alavancagem operacional serve para mensurar os  efeitos de uma alteração no volume de lucratividade de uma empresa.  MÓDULO IX – INTRODUÇÃO AO ORÇAMENTO DE CAPITAL  Nesse módulo iremos estudar a importância da análise adequada do orçamento de  capital nas organizações, abordando as técnicas sem risco, tais como a taxa média  de retorno – TMR e o período de recuperação do investimento – Payback. 

Quando  falamos  em  orçamento  de  capital,  estamos  nos  referindo  às  técnicas  de  comparação,  avaliação  e  seleção  de  projetos  que  busquem  uma  maior  riqueza  e  retorno para os acionistas. 

Segundo Weston e Brigham (2002, p.552): “elaboração do orçamento de capital é o  processo  de  analisar  investimentos  potenciais  em  ativos  imobilizados”.  Podemos  entender que o processo decisório sobre o orçamento de capital é um desafio para  os gestores financeiros. 

A  seguir  iremos  abordar  algumas  técnicas  de  orçamento  de  capital,  não  considerando o risco ou a incerteza. · Taxa média de retorno (TMR)  Essa taxa tem o propósito de comparar os lucros contábeis com os custos iniciais de  um projeto, através do somatório de todos os lucros líquidos futuros, dividindo pelo  investimento médio.  Fórmula: TMR =  L. líquido anual médio  Metade do investimento inicial 

Não  podemos  esquecer  que  a  TMR  não  é  adequada  para  uma  análise  financeira,  pois:  ­ A TMR utiliza o lucro líquido e não o demonstrativo fluxo de caixa;  ­ A TMR não leva em consideração a depreciação como entrada de caixa;  ­ A TMR não visualiza o valor do dinheiro no tempo;  ­ O valor presente do valor residual de um bem não é computado na TMR.  ­ A TMR não leva em conta a seqüência cronológica dos lucros líquidos.

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Apesar de serem sinalizadas essas limitações na TMR,  muitos gestores financeiros  a utilizam em virtude da sua facilidade de entendimento e cálculo.  A seguir faremos um exemplo prático para sua melhor compreensão:  Questão: Determinada empresa possui os seus lucros líquidos para os próximos 04  exercícios sociais estimados em 10.000, 20.000, 30.000 e 40.000. Apresentando um  investimento inicial de R$ 100.000, encontre a TMR.  L. líquido médio = 10.000 + 20.000 + 30.000 + 40.000 = 25.000  4  Investimento médio = 100.000 = 50.000  2  TMR = 25.000 = 0,5 ou 50%  50.000 · Período de recuperação do investimento (Payback) 

De  acordo  com  Groppelli  (2001,  p.136):  “período  de  recuperação  do  investimento,  também  chamado  de  payback  é  o  número  de  anos  necessários  para  recuperar  o  investimento  inicial”.  De  acordo com  alguns estudiosos,  esse foi  o  primeiro  método  utilizado na avaliação de projetos.  Os projetos podem ser divididos em dois tipos. São eles:  ­ Projetos independentes: são projetos em que os fluxos de caixa não são afetados  pela aceitação ou não de outros projetos.  ­ Projetos mutuamente exclusivos: são uma série de projetos, onde apenas um pode  ser aceito, ou seja, um deve ser assumido enquanto outro é rejeitado. 

Podemos  entender  que  a  diferença  entre  esse  método  e  a  TMR  é  que  os  lucros  líquidos  são  utilizados  para  a  TMR,  em  contrapartida,  as  entradas  de  caixa  são  utilizadas para o cálculo do período de recuperação do investimento. 

Assim  como  as  outras  técnicas,  o  payback  apresenta  vantagens  e  desvantagens.  São elas: 

­ Vantagens 

§  Método de fácil cálculo e entendimento;  §  Medida rápida do risco; 

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§  Medição do risco da perda de capital em países estrangeiros.  ­ Desvantagens 

§  Método que não visualiza o valor do dinheiro no tempo; 

§  Método  que  não  considera  as  entradas  de  caixa  produzidas  após  da  recuperação do investimento inicial. 

Segundo  Groppelli  (2001,  p.138):  “o  método  do  período  de  recuperação  de  investimento  não  deve  ser considerado  uma  boa  abordagem  para  o  orçamento  de  capital”. 

Podemos concluir que o gestor financeiro deve ter a perspicácia de identificar qual a  técnica que mais se adequa à situação atual do seu negócio. 

No  módulo  seguinte,  iremos  continuar  abordando  as  técnicas  de  orçamento  de  capital. 

MÓDULO X – TÉCNICAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL 

Nesse módulo iremos continuar focando as técnicas de orçamento de capital como o  valor  presente  líquido  –  VPL,  o  índice  de  lucratividade  –  IL  e  a  taxa  interna  de  retorno – TIR, sinalizando suas vantagens e desvantagens.

· Valor presente líquido – VPL 

A  implantação  do  valor  presente  líquido  –  VPL  ocorre  em  função  da  existência  de  falhas nos métodos de payback, TMR. 

Conforme  Gitman  (1999,  p.345):  “por  definição,  o  valor  presente  líquido  de  um  projeto aceito é zero ou positivo, e o valor presente líquido de um projeto rejeitado é  negativo”. Ou seja, se o valor presente de fluxo de caixa futuro de um projeto é maior  que o custo inicial, o projeto é implementado.  Em contrapartida, se o valor presente é menor do que o custo inicial, o projeto deve  ser rejeitado.  A seguir temos a fórmula para calcular o valor presente líquido de um projeto.  VPL = VP – I, onde:  VP: Valor presente  I: Investimento inicial  Maior risco  Maior taxa  Menor risco  Menor taxa 

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Projeto com vida mais curta  Menor risco  Menor incerteza  Os estágios para implementação do VPL são:  ­ Calcular o valor presente de cada fluxo de caixa (E +S)  ­ Descontar o custo de capital do projeto  ­ Somar os fluxos de caixa descontados (VPL)  Conclusão: VPL positivo – projeto aceito  VPL negativo – projeto rejeitado  OBS: No caso de projetos mutuamente exclusivos, VPL positivo e mais alto – aceito.  Fazendo um comparativo das vantagens e limitações do VPL, temos:  §  Vantagens  ­ Utiliza os fluxos de caixa em detrimento dos lucros;  ­ Inclui a conta de depreciação como fonte de entrada de caixa;  ­ Essa técnica tem viabilidade para a análise da teoria financeira;  ­ Visualiza o valor do dinheiro no tempo (Quanto maio o tempo, maior o desconto);  ­ VPL positivos tornam o valor da empresa maior. 

Podemos  entender  que,  apesar  das  limitações  a  serem  posteriormente,  o  VPL  é  considerada por muitos estudiosos a técnica mais moderna do orçamento de capital.  §  Desvantagens  ­ Dificuldade na estimativa dos fluxos de caixa futuros;  ­ Superestimação ou subestimação dos fluxos de caixa futuros, ou seja, um projeto  pode ser aceito, onde deveria ser rejeitado ou vice­versa. · Índice de lucratividade – IL 

Segundo  Groppelli  (2001,  p.141):  “o  método  do  índice  de  lucratividade  compara  o  valor  presente  das  entradas  de  caixa  futuras  com  investimento  inicial  numa  base  relativa”. 

Fórmula: IL =       VPEC  Investimento inicial  Onde:

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VPEC – Valor presente das entradas de caixa  IL maior que 1 – Aceito  IL menor que 1 – Rejeitado  Fazendo uma comparação com o VPL temos:  VPL positivo  IL > 1  VPL negativo  IL < 1 · Taxa interna de retorno – TIR 

Segundo  Sanvicente  (2003,  p.287):  “a  TIR  é  uma  medida  da  taxa  de rentabilidade,  ou  seja,  é  uma  taxa  de  desconto  que  iguala  o  valor  presente  dos  fluxos  de  caixa  futuros ao investimento inicial”. Podemos entender que a TIR tem o propósito básico  de igualar o VPL a zero, ou seja, o projeto é aceito se a TIR for maior do que o custo  de capital do projeto.  Para se calcular o TIR com fluxos de caixa constantes temos:  ­ Dividir o investimento inicial pelo FC anual;  ­ Procurar na tabela de VP de uma anuidade uma taxa de desconto para um número  específico de períodos que se equipare ao valor obtido anteriormente.  Fazendo um comparativo temos:  §  Vantagens  ­ Método mais popular do que a VPL;  ­ Facilidade nos cálculos.  §  Desvantagens  ­ Ignora o valor presente no tempo;  ­ Fornece taxas de retorno irreais;  ­ Pode oferecer diferentes taxas de retorno.  Podemos concluir que o executivo financeiro deve estar seguro das potencialidades  e fraquezas de cada método de orçamento de capital, com vistas a buscar métodos  mais viáveis e eficientes para o seu negócio.  MÓDULO XI – UTILIZAÇÃO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA  Nesse módulo iremos aplicar o instrumental de matemática financeira para cálculo e  análise  de  juros,  descontos,  valor  presente,  valor  futuro  das  projeções  de  fluxo  de  caixa. Iniciaremos pelo estudo da capitalização simples.

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A  administração  financeira  trabalha  constantemente  com  o  cálculo  das  taxas  de  juros  referentes  a  empréstimos  e  aplicações  financeiras.  Todas  as  decisões  referentes  aos  fluxos  de  caixa  (recebimentos  e  pagamentos)  projetados  devem  vislumbrar o valor do dinheiro no tempo, ou seja, o gestor financeiro tem o desafio de  determinar o valor hoje de um fluxo de entradas e saídas almejados no futuro. 

Conforme  Braga  (2005,  p.253):  “os  juros  refletem  o  valor  do  dinheiro  no  tempo  e  estão  associados  a  um  sacrifício  de  consumo  no  presente,  ao  impedimento  temporário  de  realizar  outros  negócios  lucrativos  com  a  quantia  cedida  e  à  possibilidade de o devedor não liquidar sem compromisso no vencimento”. 

Antes  de  adentrarmos  especificamente  no  assunto,  alguns  conceitos  precisam  ser  abordados. São eles:  ­ Valor presente (VP): é o valor em disponibilidade, hoje, de uma rentabilidade futura  sobre a renda após ajustes realizados para o risco envolvido.  ­ Valor futuro (VF): é o valor inicial de um investimento após um período especificado  de tempo e com uma taxa de juro estabelecida.  ­ Risco: incerteza sobre o futuro.  ­ Liquidez: capacidade de converter os ativos mais rapidamente em disponibilidade.  ­ Capitalização: é a técnica para identificar o valor futuro (VF) de um fluxo de caixa  ou vários. 

­  Anuidade:  é  uma  série  de  pagamentos  periódicos  iguais  durante  um  número  determinado de períodos. 

O  gestor  financeiro  necessita,  pelo  menos,  da  base  da  matemática  financeira  para  solucionar  problemas  práticos  sobre  juros,  risco,  valor  presente,  valor  futuro,  descontos etc. 

A matemática financeira aborda alguns pontos básicos tais como: 

­  Juros:  remuneração  ocorrida  através  da  utilização  do  dinheiro  durante  um  determinado prazo.  ­ Moeda: referente aos recebimentos e pagamentos de uma operação.  ­ Tempo: referente ao prazo ocorrido entre a data da operação e os períodos em que  os recebimentos e pagamentos deverão ocorrer.  A seguir iremos trabalhar com esses instrumentos. · Capitalização simples

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Devemos utilizar no caso da taxa de juros incidir somente sobre o capital inicial, ou  seja,  não  existe  juro  sobre  juros.  São  os  juros  ganhos  somente  sobre  o  valor  principal investido.  Fórmulas dos Juros Simples (J), Montante (S) e Valor atual (P):  J = P.i.n  Onde:  J = valor dos juros simples  S = P(1+i.n)  P ou C = capital no início ou valor presente  i = taxa de juros  P =     S  n = prazo da operação  S ou M = montante ou valor futuro  (1+i.n)  A seguir temos um exemplo prático:  Determinar o valor total dos juros e o valor de resgate ou montante de acordo com  os dados abaixo:  Aplicação = 1200  Taxa mensal = 3% (juros simples)  Período = 7 meses 

Cálculo:  P=1200  J = P.i.n  S = P(1+i.n) 

i=0,03  J = 1200.0,03.7  S = 1200(1+0,03.7)  n=7  J = 252  S =  1452  J=?  S=? · Desconto simples  Pode ser dividido em:  ­ Desconto bancário ou comercial (por fora)  ­ Desconto racional (por dentro)  Fórmulas:  DB = S.d.r  DR = S.  d.n  1 + d.n  Onde: S = valor futuro (valor de um título de crédito a vencer)  P = valor presente (valor líquido recebido pelo título descontado)  n = prazo de vencimento do título (valor presente)  d = taxa de desconto aplicada  D = S – P = valor do desconto efetuado

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Exemplo  prático:  Calcular  o  valor  do  desconto  comercial  e  o  valor  líquido  recebido  por um título com as informações abaixo:  Valor nominal = 1500  Prazo de vencimento = 8  Taxa mensal = 4%  Cálculo:  S=1500  D = S.d.n  P = S ­ D  d=0,04  D = 1500.0,04.8  P = 1500 ­ 480  n=8  D = 480  P = 1020  D=?  P=? 

Exemplo  prático:  Determinar  o  valor  do  desconto  por  dentro  e  o  valor  líquido  recebido  por  um  título  com  valor  nominal  de  1500  e  prazo  de  8  meses,  aplicando  uma taxa mensal de 4%.  Cálculo:  S=1500      D = S.    d.n  P = S ­ D  d=0,04  1 + d.n  P = 1500 – 363,64  n=8  P= 1136,36  D=?  D = 1500.0,04.8  P=?  1+(0,04.8)  D = 363,64  No módulo seguinte continuaremos estudando a utilização da matemática financeira  nos eventos da gestão financeira. 

MÓDULO  XII  –  COMO  UTILIZAR  OS  RECURSOS  DA  MATEMÁTICA  FINANCEIRA 

Nesse  módulo  iremos  continuar  utilizando  os  recursos  da  matemática  financeira,  como por exemplo, o desconto simples e sua divisão em desconto por dentro e por  fora. 

Ao adquirir uma obrigação a longo prazo, ou seja, para pagamento futuro, o devedor  oferece  um  título  que  comprova  tal  obrigação.  De  posse  desse  referido  título,  o  credor poderá negociar a sua antecipação, ou seja, o seu resgate antecipado, junto  aos bancos.

· Desconto simples  Pode ser dividido em: 

­ Desconto bancário ou comercial (por fora) 

O  desconto  bancário  é  uma  operação  das  instituições  bancárias,  através  da  qual  ocorre o adiantamento de créditos de terceiros para clientes, diminuindo os juros da

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operação  referente  à  cessão  do  crédito  que  é  realizada  através  do  endosso  cambiário. 

A  operação  de  desconto  ocorre  apenas  em  cima  de  títulos  de  crédito,  pois  representam  somatório  líquido  e  certo,  ou  seja,  com  facilidade  na  recuperação  ao  banco. A instituição bancária antecipa para o cliente o valor dos ativos, reduzindo os  juros,  entregando  o  valor  líquido,  que  na  maioria  das  vezes  é  creditado  em  conta  corrente. 

Segundo  Sanvicente  (2001,  p.145)  “é  o  contrato  pelo  qual  o  banco,  deduzindo  do  montante, antecipadamente, os juros comissões e despesas, credita para o cliente o  saldo,  recebendo  por  endosso  o  título  sacado  contra  terceiros  com  vencimento  futuro”. 

­ Desconto racional (por dentro) 

O desconto racional também é conhecido como desconto por dentro, pois a taxa de  desconto incide sobre o valor presente da operação. 

Esse referido desconto incorpora os conceitos de juros simples e é obtido através da  multiplicação  do  valor  atual  do  título  pela  taxa  de  desconto,  e  este  produto  pelo  prazo a decorrer até o vencimento do título.  Fórmulas:  DB = S.d.r  DR = S.  d.n  1 + d.n  Onde: S = valor futuro (valor de um título de crédito a vencer)  P = valor presente (valor líquido recebido pelo título descontado)  n = prazo de vencimento do título (valor presente)  d = taxa de desconto aplicada  D = S – P = valor do desconto efetuado 

Exemplo  prático:  Calcular  o  valor  do  desconto  comercial  e  o  valor  líquido  recebido  por um título com as informações abaixo:  Valor nominal = 1500  Prazo de vencimento = 8  Taxa mensal = 4%  Cálculo:  S=1500  D = S.d.n  P = S ­ D  d=0,04  D = 1500.0,04.8  P = 1500 ­ 480  n=8  D = 480  P = 1020  D=?  P=?

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Exemplo  prático:  Determinar  o  valor  do  desconto  por  dentro  e  o  valor  líquido  recebido  por  um  título  com  valor  nominal  de  1500  e  prazo  de  8  meses,  aplicando  uma taxa mensal de 4%.  Cálculo:  S=1500      D = S.    d.n  P = S ­ D  d=0,04  1 + d.n  P = 1500 – 363,64  n=8  P= 1136,36  D=?  D = 1500.0,04.8  P=?  1+(0,04.8)  D = 363,64  No módulo seguinte continuaremos estudando a utilização da matemática financeira  nos eventos da gestão financeira.  MÓDULO XII – INSTRUMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA  Nesse módulo continuaremos abordando os instrumentos da matemática financeira  para auxílio da análise financeira das organizações. · Capitalização composta  De acordo com Braga (2005, p.257): “é aquela em que a taxa de juros incide sobre o  capital  inicial,  acrescido  do  valor  dos  juros  acumulados  até  o  período  anterior”.  Podemos entender que se existir juros sobre juros, ocorre um elevado crescimento  através de períodos de capitalização sucessivos.  ­ Juros compostos e montante de um único pagamento  Fórmula: S = P (1+i)  S = P.FACs(i,n)  Onde: P = principal ou capital inicial ou valor presente  i = taxa de juros  n = número de períodos de tempo em que os juros são calculados  S = montante ou valor futuro  FACs(i,n) = (1+i)    = fator de acumulação do capital para pagamento único ou  simples  Observações:  O n e i precisam estar identificados em uma mesma unidade de tempo, ou seja, dias,  meses, anos etc.  O FACs encontra­se calculado em tabelas financeiras.

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· Taxas equivalentes 

As  taxas  são  equivalentes  quando  um  capital  inicial  e  inúmeras  taxas  de  juros  relativas a períodos de capitalização diferentes produzem um montante igual no final  de determinado período. 

Fórmula:  ­1 

Onde:

· Valor atual de um pagamento único 

Fórmula:  ou  P = S.FVAs(i,n) 

Onde: P = valor presente  i = taxa 

n = período de tempo  S = valor futuro

· Séries de pagamento 

As  séries  de  pagamento  podem  ser  divididas  em  séries  não  uniformes.  Iremos  trabalhar suas características e peculiaridades.  ­ Séries uniformes  §  Valores iguais  §  Valores distribuídos regularmente no tempo  §  Cálculo ocorre através do uso de fatores nas tabelas financeiras  ­ Séries não­uniformes  §  Valores diferentes e distribuídos regularmente no tempo  §  Valores iguais e distribuídos irregularmente no tempo  §  Valores diferentes distribuídos irregularmente no tempo 

Podemos  concluir  que  as  decisões  financeiras,  na  maioria  das  vezes,  envolvem  situações  em  que  alguém  despende  disponibilidade  em  determinado  período  e  recebe  disponibilidade  algum  período  depois.  Como  essas  quantias  que  são  recebidas  e  pagas  em  períodos  de  tempo  diferentes,  esse  valor  deve  ser  reconhecido e identificado pela análise do valor do dinheiro no tempo. Dessa forma,

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o gestor financeiro necessita conhecer as técnicas da matemática financeira para o  processo decisório.  MÓDULO XIV – COMO FINANCIAR O CAPITAL DE GIRO DAS EMPRESAS  Nesse módulo iremos estudar como as organizações podem financiar seu capital de  giro, analisando eficientemente a gestão do caixa, contas a receber, contas a pagar,  estoques. 

Iniciaremos  apontando  algumas  conceituações  relevantes  para  o  entendimento  do  assunto a seguir.

· Capital  circulante  líquido  (CCL)  =  ativos  circulantes  menos  passivos  circulantes.

· Margem  de  contribuição:  é  preço  de  venda  menos  o  custo  e  as  despesas  variáveis.

· Lote  econômico  de  compra  (LEC):  é  a  quantidade  de  um  determinado  item  quando  é  regularmente  pedido,  diminuindo  os  custos  do  pedido  e  da  manutenção. 

Para  que  o  gestor  tome  a  decisão  mais  sensata  em  relação  ao  financiamento  do  capital  de  giro  da  empresa,  deve  gerir  os  ativos  e  passivos  circulantes,  como  pro  exemplo,  os  estoques,  contas  a  receber,  contas  a  pagar,  dentre  outros.  A  seguir  iremos focar a gestão de cada conta ou grupo de contas.

· Gestão de ativos circulantes 

De  acordo  com  Groppelli  (2001,  p.382):  “a  administração  deve  estar  atenta  aos  níveis  mínimo  e  máximo esperados  dos ativos circulantes  em  cada  ano”.  Podemos  entender que o chamado nível mínimo é a parte permanente, ou seja, investimento,  imobilizado  e  deferido  do  grupo  do  ativo  circulante  da  empresa.  A  diferença  dos  níveis máximo e mínimo é chamada de porção sazonal. 

Quando  uma  empresa  decide  sobre  seus  financiamentos  de  ativo  através  de  empréstimos de curto ou de longo prazos, foca dois pontos: 

­ Minimizar os lucros;  ­ Reduzir os custos. 

Os  empréstimos  de  longo  prazo,  nas  situações  econômicas  equilibradas,  são  considerados  mais  caros  do  que  os  empréstimos  de  curto  prazo,  pois  os  credores  que  aceitam  o  crédito  por  um  período  longo,  se  defrontam  com  mais  riscos  e  incertezas do que aqueles que aceitam seus empréstimos após um período surto de  tempo.

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De acordo com Weston e Brigham (2001, p.390): “o volume de contas a receber é,  basicamente,  determinado  pelos  padrões  de  crédito  da  empresa,  ou  seja,  se  os  padrões forem rigorosos, muitos poucos clientes estarão qualificados pelo crédito, as  vendas  cairão  e,  como  resultado,  as  contas  a  receber  diminuirão”.  Podemos  entender  que  a  flexibilização  dos  padrões  de  crédito  com  o  intuito  de  elevar  as  vendas tem suas vantagens e desvantagens. 

As  vantagens  se  referem  à  elevação  no  nível  de  vender  e  na  lucratividade  e  as  desvantagens são sinalizadas através de um maior percentual de contas incobráveis  (devedores duvidosos) e no custo adicional do financiamento de contas a receber.  Antes das empresas decidirem sobre a flexibilidade ou não dos padrões de crédito,  devem  analisar  e  comparar  o  custo  adicional  das  contas  a  receber  e  o  benefício  gerado com o aumento das vendas. Se o resultado da análise for um lucro líquido, a  organização deve flexibilizar os padrões de crédito.

· Gestão de estoques 

Conforme  Groppelli  (2001,  p.387):  “o  principal  propósito  da  administração  de  estoques  é  determinar  e  manter  o  nível  de  estoque  que  satisfaça  os  pedidos  dos  clientes  em  quantidades  suficientes  e  a  tempo”.  Não  podemos  esquecer  que  a  manutenção de estoques é importante para a satisfação das expectativas do cliente,  mas também, é dispendioso e caro, pois imobiliza uma disponibilidade que não tem  rentabilidade nenhuma. A  manutenção de estoques impede que a empresa aplique  esse recurso em oportunidades que possam gerar renda. 

O nível de estocagem deve aumentar se os benefícios gerados forem superiores aos  custos  de  manutenção  de  estoques  adicionais.  Esses  custos  de  manutenção  são  somados com as inúmeras despesas com operações de almoxarifado e com os itens  estocados.  Podemos  concluir  que,  quando  o  número  de  unidades  aumenta  no  período,  os  custos  de  manutenção  aumentam,  e,  quando  o  custo  de  manutenção  diminui, é porque os itens são pedidos em quantidades pequenas.

· Gestão de contas a pagar 

O  ponto  a  ser  analisado  pelo  gestor  financeiro  na  gestão  de  contas  a  pagar  é  a  decisão  de  aceitar  o  desconto  à  vista  na  compra  imediata  ou  a  compra  a  prazo,  utilizando as contas a pagar. 

No caso do desconto à vista, temos a vantagem de diminuição do valor, porém, em  contrapartida, temos o custo de tomar empréstimos para pagar imediatamente.  Podemos concluir que a oferta do desconto à vista só é viável se o benefício gerado  exceder  o  custo.  Em  caso  contrário,  o  mais  adequado  é  que  a  empresa  utilize  as  contas a pagar e liquide sua fatura em data posterior.

Referências

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