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Aromaterapia Profissional Módulo I: Introdução

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Academic year: 2021

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Aromaterapia Profissional

Módulo I: Introdução

Aromaterapeuta Cassandra S. de Lyra Cel: (11) 9681-4941

E-mail: cassandra.s.lyra@gmail.com

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Sumário

1. Introdução

1. Definições e conceitos

2. História e panorama atual da Aromaterapia 3. Campos de trabalho

2. Aplicação clínica da Aromaterapia profissional

1. O que é necessário para a atuação competente em Aromaterapia profissional clínica?

2. O que Aromaterapia trata? 3. Como o óleo essencial trata?

4. Como se aplica corretamente o produto aromaterapêutico? 3. Farmacologia e psico-fisiologia básicas para Aromaterapia

1. Via de administração 2. Absorção

3. Distribuição

4. Ação física, psicológica e energética 5. Metabolismo

6. Excreção

4. Produtos aromaterapêuticos

1. A arte da Sinergia Aromaterapêutica 2. Bases carreadoras e modos de aplicação 3. Produto final

4. Receita aromaterapêutica 5. Os óleos essenciais

1. Yin-yang e os óleos essenciais

2. Escala de sedação-equilíbrio-estimulação de óleos essenciais para o corpo 3. Escala de calmante-equilibrante-animador de óleos essenciais para a psique 6. Aplicação prática

1. Avaliação

2. Delineamento do tratamento 3. Elaboração do produto 4. Aplicação do produto

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INTRODUÇÃO

Definições e conceitos:

Aromaterapia: Aplicação terapêutica de óleos essenciais naturais puros extraídos de plantas aromáticas cuidadosamente cultivadas para a produção de um óleo essencial com propriedades químicas constantes. (Rose, 1999)

Óleo essencial: Óleos pouco viscosos e bastante voláteis, extraídos de plantas aromáticas, que dão o seu cheiro característico. (Lubinic, 2003)

Óleo sintético: substância elaborada em laboratório que procura imitar um cheiro natural.

Essência: produto elaborado a partir de substâncias naturais e sintéticas que procura imitar um cheiro natural.

Óleo vegetal: óleos mais viscosos extraídos de plantas (aromáticas ou não aromáticas), que não dão o aroma característico da planta.

Óleo adulterado: vendido como óleo essencial puro, no entanto acrescido de óleo vegetal.

Óleo retificado: redestilado para uso farmacológico, perde algumas propriedades terapêuticas para a Aromaterapia.

Substância aromatizante: composto químico com propriedades aromáticas (pode ser natural ou sintética e é como se fosse parte de um óleo essencial).

Óleo reconstituído: óleo essencial “vencido” que é reaproveitado por processo químicos.

Aroma: produto químico com características gustativas (gosto) e olfativas (cheiro).

Óleo essencial Óleo vegetal

aromático volátil leve ao tato não saponificável

evapora sem deixar resíduos oxida - resinifica

mais terpenos

diversos princípios ativos terapêutico

ponto de ebulição < 100oC densidade ~ 1

cheiro típico de óleo não volátil untuoso ao tato saponificável evapora deixando nódoa ransifica mais ácidos graxos poucos princípios ativos emoliente ponto de ebulição > 100oC densidade < 1

História e Panorama atual da Aromaterapia:

O termo aromaterapia foi primeiro utilizado em 1938, por um químico francês chamado René-Maurice Gattefossé. Ele trabalhava na área de perfumaria e pesquisava as propriedades cosméticas dos óleos essenciais. Diz-se que um dia ele trabalhava em seu laboratório e sofreu um acidente no qual queimou seu braço com uma explosão. No momento, para aliviar as dores da queimadura ele mergulhou o braço numa tina cheia de óleo essencial de lavanda. Então ele sentiu um alívio imediato da dor, havendo uma resolução excepcionalmente rápida do quadro (em algumas horas) sem deixar nenhuma cicatriz. A partir desse momento Gattefossé começou seus estudos das propriedades terapêuticas dos óleos essenciais. Em 1938 ele publicou seu primeiro artigo com seus achados, usando o termo “aromathérapie” para o uso terapêutico dos óleos essenciais.

Apesar do nome ter surgido somente no início do século XX, existem diversos registros do uso anterior da aromaterapia. Muito antes de ser descoberto o processo

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da destilação (principal método para extração de óleos essenciais), já se usavam as plantas aromáticas de forma terapêutica. Análise de pólen fossilizado identificou diversas dessas plantas em muitos sítios arqueológicos.

Imagina-se que o homem primitivo tenha descoberto o uso das plantas aromáticas por utilizar algumas plantas em sua alimentação e perceber a melhora de sintomas ou por perceber uma alteração do humor dos indivíduos ao redor de uma fogueira após a queima de uma erva aromática exalar seu cheiro característico. Por isso muitas das ervas foram concebidas como “espirituais” e utilizadas em rituais para facilitar o contato com o divino, como nos rituais xamânicos indígenas.

A cultura mais antiga a usar plantas aromáticas de forma medicinal foi a indiana. Na Índia os registros de uso da Aromaterapia datam de até 4.000a.C. e as ervas aromáticas eram utilizadas dentro da concepção filosófica e religiosa desse povo. Os textos religiosos frequentemente se referem de forma metafórica à plantas. O escrito mais antigo conhecido é o “Rigveda” (aproximadamente 2000 a. C.), que contém diversas fórmulas para o uso das plantas aromáticas, dava-se grande importância às condições de cultivo e as pessoas envolvidas no manuseio das ervas. A medicina tradicional da Índia, a Ayurveda, influenciou a formação da medicina tradicional chinesa (que inclui acupuntura, fitoterapia chinesa, técnicas de massagem, alimentação e exercícios, da mesma forma que a medicina Ayurvédica inclui yoga, fitoterapia, técnicas de massagem, alimentação natural e outras técnicas terapêuticas). Na China, o mais famoso escrito é o “Livro de Medicina Interna do Imperador Amarelo” (mais de 2000 a. C.) e outro grande clássico oriental, o “Pen ts'ao kang-mou” relaciona 8160 fórmulas diferentes, incluindo plantas (aromáticas e não aromáticas) e alguns poucos elementos minerais (como enxofre). Apesar de serem os dois países mais antigos quanto ao uso de plantas aromáticas, eles não desenvolveram a Aromaterapia profundamente, se voltando mais a outras técnicas e terapias.

A partir da China, os conhecimentos de Aromaterapia passaram ao Egito. Sabe-se por papiros (sendo o mais antigo de 2890 a. C.) que os egípcios utilizavam diversas substâncias aromáticas (incluindo óleos essenciais puros, ungüentos e outros) com fins cosméticos, medicinais e até no embalsamamento dos corpos dos mortos no processo de mumificação (incluindo anis, cedro, alho, cominho, e outros). O Egito foi o primeiro país a desenvolver a Aromaterapia em grande escala, sendo que seu auge foi na época de Cleópatra, figura mítica quanto aos seus dotes de beleza e sedução, mas que historicamente se sabe que não era uma mulher tão bonita quanto era inteligente, interessante e politicamente ativa. Existem inúmeras receitas e histórias de como essa rainha utilizou os óleos essenciais e ungüentos juntamente com substâncias naturais como mel e leite para se preparar fisicamente, mentalmente, emocionalmente e espiritualmente para encontros importantes com os poderosos da época. No Egito o uso da Aromaterapia se limitava à família real e aos sacerdotes. Os óleos essenciais tinham uma conotação espiritual e religiosa.

Com o contato entre oriente e ocidente, a Aromaterapia então passou à Europa, inicialmente para a Grécia, perdendo no entanto, a sua característica espiritual e aristocrática e passando a ser vista de uma forma filosófica, médica e usada pelo povo. Os gregos antigos adquiriram boa parte de seus conhecimentos médicos do Egito antigo. Hipócrates se referiu a diversas ervas aromáticas para uso terapêutico.

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Nessa época era comum utilizar óleo de oliva para absorver os aromas de diversas ervas. Durante as guerras, os soldados costumavam carregar consigo um vasilhame com óleo de oliva e mirra para o tratamento de feridas. Galeno, médico de Marco Aurélio e que iniciou sua vida profissional como cirurgião em uma escola de gladiadores, costumava utilizar óleos essenciais em suas cirurgias e diz-se que não houveram mortes de gladiadores por ferimentos durante o seu exercício. Ele foi um dos primeiros a classificar as ervas em diversas categorias, conhecidas como “galênicas” e também inventou o “creme de limpeza” que originou todos os ungüentos atualmente em uso. Na época de Nero outro médico se dedicou ao estudo das plantas aromáticas: Dioscóride, que viajou por diversos países colhendo informações sobre as plantas e escreveu um livro chamado “Matéria Médica” com seus achados.

A partir da Grécia os conhecimentos passaram a Roma, pois com o crescimento do Império Romano, as novas culturas conquistadas eram agregadas ao Império e não dizimadas, de forma que permitiu que os conhecimentos se difundissem pelo Império. Com isso a Aromaterapia passou para toda a Europa, mas com isso, ela perdeu suas características filosóficas gregas e passou a ser vista como uma cultura popular.

Os escritos que continham as informações sobre aromaterapia foram, praticamente maciçamente, agrupados na biblioteca de Alexandria, onde começaram a entrar em contato novamente com o mundo oriental. Os conhecimentos então foram passados pela primeira vez ao mundo árabe por um médico chamado Abu Bahr Muhammad Ibn Zakaria al-Razi em por volta de 900 d. C.. Depois desse médico houve o maior médico árabe, conhecido como Avicena, Abu Ali Ibn Sina, que deixou valiosos escritos com descrição e efeitos de mais de 800 plantas medicinais. Existe uma hipótese de que foi esse médico quem descobriu ou formalizou o método da destilação para extração dos óleos essenciais de forma a manter seus princípios básicos inalterados, tornando os “perfumes da arábia” (óleos essenciais) famosos por sua alta qualidade, mas sabe-se que em épocas mais antigas já existiram outros estudiosos que elaboraram destiladores rústicos, não podendo, portanto, se dar o mérito da invenção do destilador a Avicena.

Após esse momento de troca de informações entre ocidente e oriente ocorreu a era medieval na Europa, conhecida como Idade das Trevas por sua falta de registros consistentes. Nessa época muitos dos conhecimentos foram perdidos pois, além da perda da biblioteca de Alexandria, os conhecimentos foram limitados à Igreja e muitos dos estudiosos foram caçados como “bruxos” por não obedecerem os dogmas da igreja quanto à não utilização das plantas medicinais (tidas como religiões pagãs e heresia). Com isso a aromaterapia voltou a ter uma característica primordialmente cultural e empírica. Por exemplo: a lavanda era pendurada nas portas das residências pois se acreditava que trazia bênção e proteção divinas. Essa crença surgiu do fato de que o óleo essencial de lavanda é um excelente anti-séptico e, na época da peste negra, as casas que tinham a erva pendurada na porta tinha menos casos de peste do que as outras casas.

A partir desse momento começou-se a estudar a utilização de substâncias químicas na medicina, algumas dessas poderiam ser até tóxicas, como mercúrio, mas com a necessidade de tratamentos médicos que não fossem taxados de bruxaria, muitos começaram a explorar novas possibilidades. Foi o início da quimioterapia e da

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medicina alopática.

Ao mesmo tempo muitos químicos e médicos continuaram a estudar os efeitos dos compostos das plantas ao longo dos séculos. Muitos dos compostos acabaram sendo utilizados em medicamentos alopáticos (como cafeína, quinino, morfina e atropina). Gradativamente os medicamentos naturais foram sendo suplantados pelos remédios alopáticos sintéticos e a aromaterapia foi perdendo força juntamente com outras terapias naturais como fitoterapia, voltando a ter maiores estudos principalmente a partir do Renascimento, com a volta ao estudo do clássico e das terapias naturais. No entanto nesse momento existiam formas diferentes de ver e estudar a Aromaterapia: a visão filosófica voltada a espiritualidade e alquimia (no sentido de transformação interior para a evolução espiritual) e a visão filosófica médica, baseada na visão científica. A partir daí a Aromaterapia toma duas linhas: a utilização terapêutica dos óleos, baseada em empirismo e conhecimentos históricos não científicos e, mais recentemente, os estudos de Aromaterapia com método científico. O estudioso considerado o primeiro a estudar a Aromaterapia numa visão mais científica e menos esotérica, foi Gattefossé nos anos 30, pelo que ele é considerado o “pai da Aromaterapia”. Mas houveram diversos estudiosos que se dedicaram à Aromaterapia de uma forma científica apesar das dificuldade metodológicas encontradas no estudo da Aromaterapia, principalmente antigamente, quando as técnicas e teorias não eram tão desenvolvidas. Outros exemplos importantes são Marguerite Maury, uma enfermeira francesa e Jean Valnet, um médico francês. Fica claro que o país mais evoluído nos estudos científicos da Aromaterapia é a França. Mas atualmente a Aromaterapia é uma terapia essencialmente européia e outros países europeus também são muito bem desenvolvidos em Aromaterapia, sendo o principal a Inglaterra.

Ao mesmo tempo, dado todas essas passagens culturais e mudanças, o panorama da Aromaterapia não é bem definido mesmo na atualidade, pois cada país tem sua abordagem e sua visão quanto ao uso dos óleos essenciais e existem várias teorias sobre como os óleos essenciais têm seus efeitos terapêuticos.

Campos de trabalho:

Apesar de que a Aromaterapia se foca na clínica terapêutica, ela não se limita a isso. Existem diversas áreas e campos de atuação da Aromaterapia. Como exemplos podemos citar:

● Clínica:

● Aromaterapia profissional tradicional (holística)

● Psicoaromaterapia

● Aromaterapia cosmética

● Aromaterapia relaxante (massagem aromaterapêutica)

● Aromaterapia ambiental

● Tratamento com aromas (auto-tratamento e acompanhamento de idosos,

gestantes e doentes, sob supervisão de um aromaterapeuta)

● Estudo e pesquisa:

● Aromaterapia científica e Aromatologia/Aromacologia (pesquisa científica

vinculada ou não a universidades)

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método científico)

● Divulgação de informações:

● Ensino em Aromaterapia

● Jornalismo e divulgação de informações (jornais, internet, rádio, TV,

revistas e livros)

● Consultoria em Aromaterapia (orientação e desenvolvimento de projetos

não clínicos, como projetos empresariais e industriais)

● Aconselhamento terapêutico (orientação clínica por profissionais que não

são da área da saúde)

● Indústria e comércio:

● Produção de óleos essenciais (cultivo, extração, armazenamento e

transporte)

● Perfumaria natural (laboratorial)

● Identificação e controle de qualidade de óleos essenciais (laboratorial)

● Fabricação de produtos aromaterapêuticos (laboratorial ou clínico)

● Comércio de produtos aromaterapêuticos (revenda)

● Cozinha aromática (domiciliar ou profissional em restaurante)

● Marketing olfativo

● Cultura aromática (espetáculos e obras de arte utilizando aromas e sensações

olfativas)

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APLICAÇÃO CLÍNICA DA AROMATERAPIA PROFISSIONAL

O que é necessário para a atuação competente em Aromaterapia profissional clínica?

É importante refletir sobre alguns itens, pois somente conhecer os efeitos dos óleos essenciais não é suficiente para ser um Aromaterapeuta profissional competente.

O primeiro tópico a se refletir é o diagnóstico. A não ser numa linha específica de Psicoaromaterapia voltada a memória olfativa e traumas, a Aromaterapia não é uma técnica diagnóstica. Ao mesmo tempo, meio caminho para um bom tratamento é um bom dignóstico. Não adianta elaborar um tratamento perfeito para uma patologia se o diagnóstico do paciente foi mal feito e ele tem outra patologia. Para isso podem ser usadas diversas outras técnicas: medicina tradicional chinesa (baseada no fluxo de energia no corpo, em meridianos), medicina ayurvédica (também baseada em fluxo de energia no corpo, mas com outra visão de doshas e canais energéticos), iridologia (baseada na avaliação da íris do paciente para identificar distúrbios), pulsologia (baseada em alterações de pulso em ambas as mãos para identificar alterações de saúde), anamnese e avaliação física ocidentais (baseados em conhecimentos de anatomia, patologia e fisiologia) e diversos outros.

O segundo item necessário para a aplicação eficiente da Aromaterapia é o conhecimento adequado para produção e aplicação correta do produto aromaterapêutico. Isso inclui desde noções de farmacologia e processos laboratoriais para a fabricação do produto aromaterapêutico, quanto o conhecimento de como os óleos essenciais atuam psico-fisiologicamente para que o produto seja utilizado corretamente. Por exemplo: não adianta se fabricar um produto perfeito para uma patologia e utilizá-lo topicamente (na pele) se ele só terá efeito se usado em inalação.

O último tópico básico para a aplicação eficiente da Aromaterapia é a utilização de óleos essenciais de qualidade. Na teoria isso inclui conhecer os processos de cultivo, extração e armazenamento dos óleos essenciais, pois diversas variáveis podem alterar a composição química, e, portanto, a qualidade terapêutica do óleos essencial. Alguns desses fatores são: época do ano que foi feito plantio e colheita, elementos químicos e fertilização do solo, nível de irrigação do solo, horário do dia no qual foi feita a colheita, método de extração do óleo essencial, (destilação a vapor, enfloragem, expressão a frio, extração por solvente, maceração e outros) e características de armazenamento. O ideal de cada um desses itens varia de acordo com a planta aromática em questão e, mesmo em condições ótimas, pode haver variação das características químicas do óleo essencial (razão pela qual é sempre feito controle de qualidade com avaliação do óleo essencial após sua produção). Mas na prática clínica é inviável se preocupar com todos esses detalhes técnicos a cada vez que se for comprar óleos essenciais. Por isso, para a prática eficiente da Aromaterapia, é importante conhecer e utilizar sempre marcas confiáveis de óleos essenciais, pois essas marcas irão garantir a preocupação dos produtores com todos esses itens citados e a qualidade final do produto.

Algumas das marcas mais confiáveis de óleo essencial são:

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● Aromakraut

● Banho maria

● Baú das ervas

● Bellarome

● Bem querer aromas

● Bioessência

● Botica dos anjos

● By Samia

● Florestas

● Garden city

● La florina

● Materia aromatica

● Neal's Yard Remedies

● Phytotherapica

● Price

● Tisserand

● Vida bothânica

● WNF

Quando não se conhece a marca do óleo essencial, uma dica para saber se é de boa qualidade é verificar se tem gênero e espécie do óleo essencial (Ex: Lavandula officinalis) ou se não indica a espécie (Ex: Lavandula sp). Além disso o treino do nariz ajuda a identificar óleos essenciais de boa qualidade, mas algumas essências sintéticas podem enganar até o nariz bem treinado, então isso não serve como meio exclusivo de avaliação de qualidade terapêutica.

O que Aromaterapia trata?

A Aromaterapia é famosa pelos seus efeitos psicológicos, no entanto devemos nos perguntar: é somente isso que ela trata? Por outro lado, na visão holística tradicional da Aromaterapia clínica, teoricamente a Aromaterapia pode tratar qualquer coisa, pois equilibra o corpo, a mente e o espírito de uma forma holística. Mas devemos nos perguntar: ela realmente trata qualquer coisa?

O que a Aromaterapia trata não depende só da Aromaterapia, mas também do profissional que está aplicando-a. A princípio a Aromaterapia pode tratar distúbrios tanto físicos quanto psicológicos. Mas o profissional precisa de conhecimentos fora da área da Aromaterapia para poder aplicá-la corretamente. Por isso, a formação básica do profissional influencia no seu limite de atuação. É importante conhecer o seu limite, pois às vezes o caso do paciente escapa a capacidade do profissional e é necessário encaminhar o paciente a outro profissional mais qualificado nessa área específica. Em hipótese alguma deve-se ignorar a necessidade de acompanhamento médico ou psicológico, principalmente em casos mais graves.

Mas para a atuação profissional geral, podemos dividir o tratamento Aromaterapêutico em distúrbios:

● Físicos locais;

● Físicos sistêmicos;

● Psíquicos mentais;

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● Energéticos.

Como o óleo essencial trata?

De uma forma geral podemos dizer que o óleo essencial pode ter seus efeitos terapêuticos de duas formas: diretamente no tecido alvo (em aplicação local ou chegando ao tecido por quimiotaxia) ou indiretamente (via sistema nervoso central ou regiões reflexas). Isso vai influenciar no modo de aplicação do produto aromaterapêutico.

Como se aplica corretamente o produto aromaterapêutico?

Para saber aplicar corretamente o produto aromaterapêutico é necessário conhecer como o óleo essencial atua (diretamente ou indiretamente) em cada um dos distúrbios (físicos, psicológicos e energéticos). Para isso é necessário entender um pouco de farmacologia e psico-fisiologia.

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FARMACOLOGIA E PSICO-FISIOLOGIA BÁSICAS PARA AROMATERAPIA Via de administração:

A via de administração é por onde o óleo essencial vai entrar no corpo, o que interfere em onde ele vai chegar no corpo (tecido-alvo). Existem três vias de administração que são as mais usadas em Aromaterapia:

● Via tópica ou dérmica: aplicação na pele, de longe a mais usada por ter efeitos

bons e poucos efeitos colaterais. Utilizando essa via o óleo essencial cai no sangue a pode ir para qualquer tecido no corpo, mas não tem tanto efeito no sistema nervoso central. Essa via engloba atuação direta (por absorção e quimiotaxia) e indireta (por regiões reflexas) e distúrbios físicos locais e sistêmicos e energéticos.

● Via respiratória: aplicação em inalação, bastante utilizada, principalmente por

seus efeitos diretos no sistema nervoso central (principalmente quando a inalação é feita pelo nariz), mas também usada para efeitos diretamente no pulmão e efeitos sistêmicos via absorção no pulmão. Essa via engloba atuação direta (no pulmão ou via absorção no epitélio pulmonar) e indireta (via SNC) e distúrbios físicos locais (no pulmão), físicos sistêmicos (por absorção no epitélio pulmonar), psicológicos mentais e emocionais (via SNC) e energéticos.

● Via oral: usada principalmente na França, mas não usada no Brasil por seus

riscos e possíveis efeitos colaterais, razão pela qual é usada mais em Aromaterapia médica. Essa via engloba atuação direta (no pulmão ou via absorção no epitélio pulmonar) e indireta (via SNC) e distúrbios físicos locais (no pulmão), físicos sistêmicos (por absorção no epitélio pulmonar, mas com ressalvas pela dose necessária para tal), psicológicos mentais e emocionais (via SNC) e energéticos.

Absorção:

Absorção farmacológica, diferente do conceito cotidiano de passagem pela pele, é quando o fármaco chega à corrente sanguínea. Essa passagem para o sangue é importante porque a partir do sangue o óleo essencial tem acesso a todo o corpo, órgãos e sistemas. A Absorção acontece em locais diferentes de acordo com a via utilizada e composição química do óleo essencial. Na via tópica a absorção se dá pela pele, passando a tecido sub-cutâneo, músculos e articulações, sendo absorvido (caindo no sangue) em diversas partes desse trajeto. Na via respiratória o óleo essencial passa pelas vias aéreas superiores e inferiores, chegando aos alvéolos, onde a maior parte é absorvida (também pode ser absorvida em bronquíolos). Ainda nessa via, para a atuação indireta via SNC o óleo essencial entra pelo nariz e fica preso no muco nasal, entrando em contato com o epitélio olfativo no bulbo olfativo (as doses necessárias para isso são bastante baixas). Já na via oral o óleo essencial pode ser absorvido no estômago, no intestino grosso, intestino delgado e reto, dependendo da composição do óleo essencial, ele será absorvido num local diferente.

Os efeitos do óleo essencial se relacionam à concentração do óleo do sangue (concentração plasmática) e a velocidade de absorção gera uma curva de concentração que influencia a freqüência e a dose de administração.

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Distribuição:

A partir do momento que caiu no sangue, o óleo essencial é encaminhado ao tecido alvo por quimiotaxia, ou afinidade química. Isso significa que os componentes químicos do óleo essencial circulam pelo corpo até encontrarem um órgão que tenha receptores adequados para cada componente químico. Um único óleo essencial pode atuar em órgãos diferentes porque tem diversos compostos químicos.

Ação física, psicológica e energética:

De acordo com a via de administração, a absorção, a distribuição e a chegada ao tecido alvo, o óleo essencial irá desenvolver seu efeito terapêutico. O efeito terapêutico pode ser:

● Físico: local ou sistêmico, a partir do momento que os compostos químicos do

óleo essencial encontraram um receptor adequado, eles se ligam ao seu receptor, gerando mudanças fisiológicas nas células do órgão que causam o efeito terapêutico do óleo essencial. Nesse caso o óleo ainda pode atuar via regiões reflexas ou alterando controles nervosos de metabolismo via SNC.

● Psicológico: mental ou emocional, a partir do momento que o óleo essencial foi

captado pelo bulbo olfativo, o bulbo olfativo então envia impulsos nervosos para centros específicos do SNC como tálamo, córtex e sistema límbico e cada centro então desempenha um papel psico-fisiológico no corpo. Nesse caso o óleo ainda pode atuar via regiões reflexas psicológicas.

● Energético: o óleo essencial nesse caso pode atuar diretamente no fluxo de

energia ou pode alterar mecanismos fisiológicos do fluxo de energia via SNC ou regiões reflexas.

● Além disso, o óleo pode atuar diretamente em vírus, bactérias, fungos e

parasitas, matando-os ou impedindo que se multipliquem, para que o corpo consiga debelar infecções e infestações.

Metabolismo:

A partir do momento que o óleo essencial entrou no corpo e realizou seu efeito terapêutico, o corpo precisa arranjar um jeito de colocar o óleo essencial para fora, pois ele pode ter um efeito deletério se ficar muito tempo no organismo. Como os óleos essenciais tem muita afinidade pelo organismo, ele tem que modificá-los para conseguir tirá-los do corpo. Para isso ele metaboliza o óleo essencial. O metabolismo farmacológico consiste justamente na transformação bioquímica do óleo essencial para permitir sua excreção.

Da mesma forma que, dependendo da composição química, o óleo essencial terá afinidade por certos órgãos, dependendo dos componentes químicos do óleo essencial ele vai ser metabolizado num local diferente:

● Moléculas hidrofílicas são metabolizadas nos rins, musculatura esquelética e

glândulas adrenais;

● Ésteres são metabolizados no fígado por hidrólise;

● Citral é metabolizado no trato gastro-intestinal;

● Fenois são metabolizados nos rins;

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tóxicos;

● Moléculas lipofílicas são metabolizadas no SNC.

No geral o metabolismo dos óleos essenciais faz com que eles se tornem inativos quimicamente, de forma que ficam inativos metabolicamente (não causam mais mudanças metabólicas). A grande maioria dos óleos essenciais é metabolizada no fígado.

Excreção:

A partir do momento que estão inativos quimicamente os óleos essenciais estão prontos para serem eliminados do corpo, o que pode ser feito por diversas vias. Da mesma forma que os óleos tem afinidade por metabolismos diferentes, eles tema finidade por vias de excreção diferentes. As vias principais de excreção de óleo essencial são:

● Dérmica: eliminação pelo suor;

● Excretora: filtrado pelos rins e eliminado na urina;

● Fecal: eliminada no bolo fecal;

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PRODUTOS AROMATERAPÊUTICOS

A arte da Sinergia Aromaterapêutica:

O primeiro passo a partir do momento que se diagnosticou o paciente é elaborar uma sinergia aromaterapêutica. A sinergia é uma mistura de óleos essenciais na qual um óleo intensifica os efeitos terapêuticos do outro óleo e minimiza seus efeitos colaterais. Para elaborar uma sinergia realmente equilibrada é necessário muito treino e estudo a respeito das propriedades de misturas de óleos essenciais, mas para o dia-a-dia da clíncia, no geral é usado o esquema de notas aromáticas. Nesse esquema, cada óleo essencial é classificado como uma nota alta, média ou baixa de acordo com suas características fisico-químcias (sendo que na realidade existe toda uma escala, então pode haver proximidade entre os óleos de notas diferentes) e a partir dessas notas se faz a mistura dos óleos essenciais seguindo algumas regras:

Nota Proporção ideal

na mistura Óleos essenciais

Alta 5-10% Mentha, Eucalipto, Citronela e Cítricos (Laranja, Limão,

Tangerina, Petitgrain e Bergamota). No geral: frutos, folhas.

Média 50-80% Pau-rosa, Gerânio, Lavanda, Lavandin, Camomila, Manjerona,

Erva-doce, Jasmim, Rosa, Ylang-ylang, Néroli e Sálvia. No geral: flores, folhas e sementes.

Baixa 10-15% Patchouly, Mirra, Olíbano, Cedro, Vetiver, Junípero, Cravo,

Canela, Tea-tree, Cipreste, Alecrim e Sândalo. No geral: resinas, madeiras, raízes.

Bases carreadoras e modos de aplicação:

Os óleos essenciais não podem ser usados puros diretamente na pele, em inalação ou via oral, pois são muito concentrados. Por causa disso se utilizam bases carreadoras. Carreador significa “aquilo que carrega”, então as bases carreadoras são aquilo no qual se mistura o óleo essencial para que se possa aplicá-lo no corpo.

É importante lembrar que aquilo que se quer tratar vai determinar a forma a via de aplicação do produto que por sua vez irá determinar a base carreadora que será utilizada para o produto:

● Via tópica ou dérmica: shampoo, creme, loção cremosa, sabonete em barra,

sabonete líquido, espuma de banho, óleo de massagem, ungüento, gel, argila, spray pessoal, entre outros. OBS: nessa via se pode fazer sinergia para banho de imersão ou de assento, na qual não é necessária base carreadora porque ela é diluida diretamente na água do banho antes da pessoa entrar no banho.

● Via respiratória: solução inalatória, spray ambiental, spray pessoal. OBS: nessa

via se pode fazer sinergia para difusor pessoal, na qual não é necessária base carreadora porque não entra em contato direto com o corpo.

● Via oral: vinho e bebida alcoólica, chá, mel, cápsula oleosa, azeite, entre

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A partir da escolha da via temos que escolher uma base carreadora para utilizar. Cada base tem suas características gerais que podem auxiliar no tratamento:

● spray: aromaterapia ambiental e pessoal. Não borrifar em espelhos e móveis

envernizados (mancha). Borrifar dentro de móveis, em carpete e tapetes, cortinas e no chão. Pode ser borrifado no corpo ou em roupas.

● creme hidratante: pele seca, com OE contra secura e rugas.

● loção hidratante: pele normal, é mais suave.

● gel: peles oleosas ou sensíveis, principalmente do rosto (acne).

● sal de banho: ttos energéticos e psicológicos, menor validade, OE volatiliza

mais.

● shampoo: ttos capilares e psicológicos (aumenta inalação do OE).

● sabonete em barra: ttos em área gde, OE superficie evapora rapido, utilizar por

mais tempo, validade menor.

● sabonete líquido e espuma de banho: melhor, pode se adicionar loção

hidratante.

● solução inalatória: soro fisiológico + até 3 gotas, 10-30min (bacia ou inalador

elétrico).

● solução para difusor: difusor ambiental = água destilada + OE (~10 gotas),

difusor pessoal = OE em algodão.

● solução para banho terapêutico: OE puro na água (máx 10 gotas) ou

juntamente com sais de banho, espuma de banho ou óleo vegetal.

● Óleos vegetais:

○ semente de uva: inodoro, suave e incolor, fino, facilmente absorvido pela

pele, purificante, tônico, emoliente.

○ amêndoas doce: muito emoliente, protetor solar, acalma a pele após

exposição ao sol.

○ abacate: amacia os cabelos, em especial os secos, atuação muscular,

hidratante e nutritivo para pele, penetração muito profunda na pele.

○ calêndula: atuação ótima em queimaduras e inflamações, acelera

reepitelização e reparação tecidual, inflamatório, emoliente, anti-séptico, calmante, cicatrizante, absorção cutânea rápida.

○ andiroba: reumático, inflamatório muito bom, levemente

anti-alérgico e tônico da pele (bom para doenças de pele), diminui hematomas, mata piolhos.

○ castanha do pará: dá brilho e maciez a cabelos secos, atua em cabelos

danificados dando força e intensificam tons escuros de cabelo.

○ cenoura: bronzeador, bom para pele seca.

○ gergelim: emoliente e nutriente da pele, protetor solar bom, anti-oxidante

natural.

○ germe de trigo: rico em vitaminas, anti-oxidante poderoso, estimulante de

regeneração tecidual, promove elasticidade da pele (rejuvenescedor), usado até 20\% da mistura por ser muito viscoso.

○ girassol: emoliente e reepitelizante, cicatrizante e relaxante muscular

leve.

○ maracujá: muito estável, relaxante muscular bom.

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estimulante de regeneração tecidual, bom para peles oleosas ou mistas, hidratante e tonificante da pele, devolve vida, brilho e hidratação a cabelos danificados, evita formação de rugas e envelhecimento precoce.

○ jojoba: na realidade é cera, muito viscoso, não se ransifica rapidamente

(ajuda a prolongar a vida e validade do produto), emoliente, pode obstruir os poros se usado frequentemente, bom para os cabelos.

Produto final:

O produto aromaterapêutico não é nada além da base carreadora acrescida da sinergia. Agora que já se elaborou a sinergia e escolheu a base carreadora é necessário mais alguns detalhes para poder misturar os dois: cálculo de concentração do produto final. Não podemos simplesmente adicionar a sinergia à base carreadora, pois dependendo da concentração (que vai determianr a dose aplicada de óleo essencial) podem haver efeitos colaterais. Para controlar isso usamos o conceito de “janela terapêutica” da farmacologia. A janela terapêutica é o espaço que existem entre o mínimo eficaz (dose mínima para que o óleo essencial tenha efeito terapêutico) e o máximo não tóxico (dose máxima sem que haja efeitos colaterais tóxicos). No geral os limites de segurança orientados pela ABRAROMA (Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia) são de 0,5% a 2,0% de óleo essencial na base carreadora.

A escolha da porcentagem dentro desses limites depende de diversos fatores e existe uma boa parcela de tentativa e erro pela variação de respostas dos pacientes. Algumas dicas são:

● Se o paciente toma sempre medicamento alopático ou é obeso ou sedentário

ou fumante ou muito alto, em geral sua resposta para óleos essenciais é menor, necessitando de uma dose maior.

● Se o paciente se trata mais com terapias alternativas ou é muito magro ou

esportista ou pequeno, em geral sua resposta para óleos essenciais é maior, necessitando de uma dose menor.

● Se o distúrbio tratado for físico em geral é necessário uma dose maior, se for

psicológico ou energético, em geral é necessário uma dose menor.

Para poder formular o produto final é necessário transformar essas porcentagens em números de gotas de óleo essencial em quantidade (em ml) de base carreadora, para tal usamos duas regras de três.

A primeira regra de três transforma a concentração (em porcentagem) de óleo essencial em quantidade (em ml):

ml de base (escolhe) ml de OE (quero obter)

100% 5 de OE (escolhe

Em geral, o máximo que se faz de produto feito na clínica sem conservantes é 50 ou 100ml, sendo o mais comum fazer 15 a 20 ml de produto para 15 dias de uso em domicílio. Mas para escolher a quantidade de ml de base temos algumas regras gerais:

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pessoa de porte médio, num dia normal (não muito seco nem muito úmido),

● 10 a 15 ml para um banho de imersão, shampoo, sabonete líquido ou outro,

● 5 a 10 ml por inalação,

● 5 ml é suficiente para uma aplicação tópica local de creme, gel, loção cremosa,

ungüento ou outro,

● 15 ml de argila com água é suficiente para uma máscara facial,

● 5 ml de spray pessoal serve para alguns dias de aplicação diária,

● 30 ml de spray ambiental dura por volta de 1 mês se usado todo dia.

A segunda regra de três transforma a quantidade (em ml) de óleo essencial em quantidade de gotas:

ml OE (obtido acima) gotas OE (quero obter)

1 ml 20 gotas

Para facilitar, algumas receitas com os limites de segurança:

● 10 ml de base + 1 a 4 gotas de OE

● 15 ml de base + 2 a 6 gotas de OE

● 20 ml de base + 2 a 8 gotas de OE

● 30 ml de base + 3 a 12 gotas de OE

● 50 ml de base + 5 a 20 gotas de OE

É possível misturar bases, mas quando isso for feito é necessário que se veja a quantidade total de bases no cálculo de concentração. Ex: 5 ml de óleo vegetal + 10 ml de creme = 15 ml totais = 2 a 6 gotas de óleo essencial. É importante observar que o número de gotas de óleo essencial é o número TOTAL e não de cada óleo essencial.

Atenção! Os produtos feitos na clínica, por não terem conservantes e não seguirem à risca regras de elaboração de sinergia têm em geral por volta de 30 dias de validade, sendo que indica-se que sejam utilizados em 15 dias. Já produtos industrializados em geral têm validade de 6 meses a 1 ou 2 anos. Enquanto que os óleos essenciais puros têm validade de 2 a 3 anos, mas podem durar muito mais se armazenados corretamente, longe de luz, calor e umidade.

Além disso tudo, é importante que o paciente leve uma receita aromaterapêutica para que ele saiba como usar o produto em casa. Os itens básicos que devem aparecer nessa receita são:

● Nome do paciente e data

● Informações do produto (base, volume, concentração, função do produto, óleos

essenciais usados com nome científico, data de fabricação e validade)

● Instruções de utilização (como, onde e com que freqüência vai usar, horário

ideal, cuidados específicos do produto)

● Cuidados gerais (produto pessoal intransferível, deixar em local seco, fresco, ao

abrigo de luz, fora do alcance de crianças, tampar bem o vasilhame após o uso, evitar contato com olhos e mucosas, ocorrendo irritação suspender o uso e entrar em contato com aromaterapeuta profissional)

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OS ÓLEOS ESSENCIAIS

Yin-yang e os óleos essenciais:

Os óleos essenciais frequentemente são classificados pelas suas características yin/yang. Para compreender as características yin-yang é interessante refletir, abaixo temos um quadro com algumas características e suas classificações como yin ou yang:

Yin Yang introversão contração emocional feminino repouso baixo escuro frio pesado duradouro crônico retração interior freia calmante inerte extroversão expansão racional masculino atividade alto claro quente leve passageiro agudo dilatação exterior acelera estimulante impulsivo

A partir de estudos das características dos óleos essenciais e de seus efeitos terapêuticos os óleos são classificados em yin-yang. Na realidade os óleos essenciais podem ser classificados por uma escala de yin-yang, mas fica mais fácil classificá-los em duas categorias de uma forma mais genérica do que pela escala. Por isso é utilizada a seguinte classificação (com observações específicas para óleos que tem característica yin e função yang e vice-versa):

Yin Yang Lavanda camomila cedro cipreste citronela erva-doce/funcho

eucalipto (impulso de falar, estimulante) gerânio (impulsiona, masculino)

ylang-ylang jasmim junipero/zimbro pau-rosa (equilibrante) rosa alecrim

bergamota (relaxante, calmante) canela

cravo laranja

limão

manjerona (calmante feminino) mentha

mirra

néroli/flor de laranjeira olíbano

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tea-tree petitgrain sálvia (feminino)

sândalo

tangerina (calmante) vetiver

Os óleos essenciais desempenham sua função de uma forma yin ou yang, mas isso não significa que sua característica yin-yang determina a sua função terapêutica. Por exemplo: um óleo relaxante pode ser yang, isso significa que o relaxamento que ele causa é um relaxamento tônico e não sedativo.

Escala de sedação-equilíbrio-estimulação de óleos essenciais para o corpo:

De uma forma geral, como introdução aos efeitos terapêuticos dos óleos essenciais no corpo, podemos verificar a escala (aproximada) de sedação-equilíbrio-estimulação dos óleos essenciais:

Sedativo Equilibrante Estimulante

Ja sm im Ju n ip er o Ma n je ro na C a m o mi la S an da lo R os a O líb an o X X X X X X X X S ál vi a Ila n g-i la ng La va nd in La va nd a P au -ro sa C itro ne la T an ge rin a C ip re st e V et iv er La ra nj a C e dro X X X X X X X X B erg amo ta E rv a-d oce P et itg ra in P at ch o ul i G era n io N er ol i T ea -t re e A le cr im E uca lip to Me nt a Li m a o C ra vo C a ne la

A partir daí podemos verificar algumas das características específicas de cada óleo essencial nesse âmbito:

OEs Sedativos OEs Equilibrantes OEs Estimulantes

Camomila (sedativo nervoso,

tonico geral) Cedro (sedativo nervoso, estimulante circulatorio,

tonico geral)

Alecrim (etimulante circulatorio cortex adrenal e hepatobiliar e tonico nervoso

geral) Jasmim (sedativo geral,

tonico uterino) Cipreste (tonico geral) estimulante geral, tonico Bergamota (relaxante,

geral) Junipero (sedativo geral

tonico geral)

Citronela (tonico geral) Canela (estimulante cardiaco,

circulatorio e respiratorio) Manjerona (sedativo geral

tonico geral) Ilang-ilang (sedativo nervoso, estimulante circulatorio e

tonico geral)

Cravo (estimulante geral)

Olibano (sedativo geral,

tonico uterino, revigorante) Laranja (sedativo nervoso, estimulante digestivo e

linfatico, tonico geral)

Erva-doce (estimulante circulatorio e tonico geral) Rosa (sedativo nervoso,

tonico cardiaco, figado, estomago e utero)

Lavanda (equilibrante, sedativo/estimulante/tonico

geral)

Eucalipto (estimulante geral)

Sandalo (sedativo geral

tonico geral) Pau-rosa (estimulante celular metabolico, estimulante

imune, tonico geral)

Geranio (estimulante de cortex adrenal e tonico geral)

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secrecoes, sedativo geral,

tonico uterino) globulos brancos tonico geral)

Tangerina (sedativo geral, estimulante digestivo e

linfatico, tonico geral)

Menta (estimulante geral)

Vetiver (sedativo nervoso, estimulante circulatorio e

producao de globulos vermelhos, tonico geral)

Neroli (estimulante nervoso, tonico cardiaco e circulatorio)

Patchouli (estimulante nervoso, tonico geral) Petitgrain (estimulante digestivo e nervoso, tonico

geral)

Tea-tree (estimulante imune)

Escala de calmante-equilibrante-animador de óleos essenciais para a psique:

De uma forma geral, como introdução aos efeitos terapêuticos dos óleos essenciais na psique (mente e emoções(, podemos verificar a escala (aproximada) de calmante-equilibrante-animador dos óleos essenciais:

Calmante Equilibrante Animador

C amo mi la C ip re st e C itro ne la M an je ro na T an ge rin a R osa Ja sm im C ed ro Ila n g-ila ng La ra nj a O líb an o S ân da lo S ál vi a V et iv er X X X X X X X X La va nd a P au -ro sa E rv a-d oce Ju ní pe ro B erg a m ot a C ra vo X X X X X X X X N éro li T ea -t re e P et itg ra in P at ch ou li G erâ ni o E uca lip to A le cri m Li m ã o M en ta C an el a

A partir daí podemos verificar algumas das características específicas de cada óleo essencial nesse âmbito:

OEs Calmantes OEs Equilibrantes OEs Animadores

Camomila (consciência e revelação) Bergamota (relaxamento ideal) Alecrim (criatividade e concretização)

Cedro (aconchego) Cravo (diminui ondas

cerebrais aceleradas) Canela (euforia e revitalização)

Cipreste (aconchego) Erva-doce (vontade de viver) Eucalipto (respiração e

emoções primárias) Citronela (harmonia, limpeza

e relaxamento) Junípero (revelação e revitalização) Gerânio (coragem e ação)

Ilang-ilang (auto-estima e

sensualidade) Lavanda (equilíbrio perfeito, animador e calmante) Limão (defesa, casca-grossa, organização e clareza)

Jasmim (antidepressivo) Pau-rosa (estimulante leve,

regenerador, jogo de cintura) Menta (hiperatividade e comunicação)

Laranja (stress, tensão e

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Manjerona (aconchego e

stress) Patchouli (flexibilidade e novidade)

Olíbano (meditação e

proteção) Petitgrain (detalhes e novidade)

Rosa (emoções, stress,

sexualidade e insônia) Tea-tree (aumenta energia)

Sálvia (hormonal, sexualidade e depressão) Sândalo (mudanças e aceitação) Tangerina (alegria e tranquilidade) Vetiver (estrutura básica

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Precauções

● dores de cabeça frequentes (patchouli, ylang-ylang, menta; em doses altas: lavanda,

manjerona, junípero, néroli, olíbano, tea-tree, alecrim, canela, cipreste, eucalipto)

● gravidez (cânfora, tuia, sálvia, sálvia esclaréia, funcho, erva-doce, anis estrelado, wintergreen,

bétula, alecrim, camomila, canela, cedro, cipreste, gerânio, junípero, laranja, manjerona, menta, mirra, sálvia)

● lactação (alecrim, erva-doce)

● recém nascidos ou crianças (eucalipto, laranja, manta, usar sempre doses mais baixas

independente do óleo essencial)

● hipertensão (cânfora, alecrim, cedro, menta)

● hipotensão (alho, cebola, lavanda, pau-rosa, palmarosa, eucalipto globulus, bergamota,

ylang-ylang, manjerona, mirra, olíbano, sálvia)

● hiperatividade (óleos muito estimulantes devem ser usados com cautela e em baixas doses) ● hipoatividade (manjerona, óleos muito sedativos ou calmantes devem ser usados com cautela

e em doses baixas)

● menopausa (canela, manjerona)

● cálculo biliar ou renal (limão, bergamota, salsa, wintergreen, bétula, junípero, menta)

● pele sensível (de acordo com a sensibilidade da pele a cada óleo essencial, ficar atento para

alergias pessoais, sempre utilizar doses baixas quando aplicadas diretamente em pele sensível, especialmente de óleos fortes, como menta)

● baixo apetite sexual (manjerona, óleos sedativos) ● alto apetite sexual (patchouli, ylang-ylang)

● está tomando homeopatia (alecrim, eucalipto, menta) ● problemas cardíacos (citronela, menta, sálvia)

● hipersensibilidade ou hiposensibilidade (verificar a melhor dosagem para cada pessoa

seguindo sempre os limites de segurança)

● epilepsia (cânfora, alecrim, sálvia)

● problemas de insônia ou sono conturbado (não utilizar óleos estimulantes após as 18:00, e se

o caso for grave de insônia, não usar nenhum óleo estimulante)

● irritação ou distúrbios gastro-intestinais (alecrim, tea-tree)

● distúrbios energéticos, emocionais ou físicos graves (ter acompanhamento de aromaterapeuta

profissional, e profissionais necessários a cada quadro – médico, psicólogo...)

● miomas uterinos ou cistos no ovário (canela)

● depressão emocional (lavanda, pau-rosa, rosewood, melissa, valeriana, rosa)

● depressão imunológica (sempre estimular o sistema imune nesses casos, pois as reações que

o indivíduo pode ter ao tratamento com óleos essenciais poderá causar ou não queda momentânea de sistema imune)

● sensibilidade emocional (cuidado com óleos que tenham efeito forte e profundo sobre

emoção)

● glaucoma e hiperplasia prostática (citronela, eucalipto citriodora) ● hemofilia e distúrbios de coagulação sanguínea (wintergreen, bétula)

● distúrbios hepáticos (mentha, hortelã, canela, cassia, funcho, erva-doce, anis estrelado, cravo,

pennyroyal, buchu, sassafrás, savin, óleos com bastante furocumarinas, ylang-ylang em excesso, )

Referências

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