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INCLUSÃO DIGITAL DA TERCEIRA IDADE

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Academic year: 2021

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INCLUSÃO DIGITAL DA TERCEIRA IDADE

Vera Regina dos Santos Bastos1 vrsbvera@hotmail.com Carine B. Loureiro2 profa.carine@gmail.com

Irmo Wagner3 capelaoguaiba@ulbra.br

Resumo - Este artigo tem o objetivo de mostrar como a evolução tecnológica, alcançada nestes últimos anos, afeta a sociedade gerando um novo tipo de exclusão, a digital. São considerados excluídos digitais cidadãos que não tem acesso ao mundo digital, afetando diretamente o direito a cidadania, assim como sua qualidade de vida. Atingindo principalmente o integrante da terceira idade, que em conseqüência das limitações impostas pela idade é afetado diretamente. Assim, são apresentados os projetos desenvolvidos pela ULBRA Guaíba, assim como sugestões de questões a serem consideradas em projetos de inclusão digital para a terceira idade.

Introdução

O advento da internet e das novas tecnologias, cria uma nova forma de obter informação, raciocínio, lazer e socialização. Porém, também gera uma nova forma de exclusão, a exclusão digital. Vítimas deste preconceito, pessoas adultas, terceira idade e idosas, devido a inacessibilidade e a limitações impostas pela idade, não conseguem acompanhar os avanços tecnológicos a que são expostas diariamente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o envelhecimento da seguinte forma: meia-idade de 45 a 59 anos, idosos de 60 a 74 anos, ancião de75 a 90 anos e velhice extrema de 90 anos em diante. Neste artigo, no entanto, toda pessoa com sessenta anos, ou mais de idade, será referida como terceira idade ou idoso.

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Acadêmica do Curso de Sistemas de Informação.

2 Profa. do Curso de Sistemas de Informação e participante do Projeto de Inclusão Digital da ULBRA Guaíba 3 Pastoral ULBRA Guaíba.

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Além da inclusão digital ser um instrumento de qualificação social destas pessoas, também melhora a qualidade de vida e incentiva as atividades cerebrais do idoso. Outro fato importante é que a inclusão digital para a terceira idade faz com que este grupo se sinta pertencente ao mundo globalizado em que vivemos – o que em muitos casos faz com que exerçam a sua cidadania.

Conforme Alves (2008). Inclusão digital, é a democratização do acesso ao mundo da informática. Com o avanço das tecnologias surgiu um novo tipo de analfabetismo, o analfabetismo digital.

Para buscar promover a inclusão digital entre os diferentes grupos de cidadãos, não basta somente baratear o preço do computador. É preciso que se facilite o acesso ao aprendizado para lidar com as novas tecnologias - é preciso fomentar o acesso às formas de tirar proveito de todas as possibilidades que o mundo virtual oferece. Também se faz fundamental, elucidar sobre os perigos a que se fica exposto dependendo do uso que se faz da internet, por exemplo.

Neste artigo será apresentado um dos trabalhos desenvolvidos pelo Programa ULBRASol, o qual consiste no Curso de Inclusão Digital para jovens, adultos e Terceira Idade. O Programa ULBRASol é (coordenado) mantida pela Pastoral Universitária da ULBRA Guaíba. São desenvolvidos, anualmente, através da Pastoral Universitária mais de cinco projetos concomitantes. Dentre as atividades, está incluído o Projeto de Inclusão Digital em parceria com o curso de Sistemas de Informação. Será apresentada a metodologia para o desenvolvimento do Projeto, profissionais e voluntários envolvidos e dados sobre os participantes ao longo do trabalho.

Inclusão Digital da ULBRASol

ULBRA Sol é o nome do Programa Institucional Solidário do campus, coordenado/desenvolvido pela Pastoral Universitária da ULBRA Guaíba, o qual começou a ser elaborado no ano de 2000, quando a Universidade mudou-se para o bairro Colina, deixando de ocupar as mesmas instalações da Escola ULBRA Martinho Lutero. A implantação do programa de projetos ULBRASol foi no ano seguinte, 2001. O programa ULBRASOL realiza projetos que envolvem todos os cursos de graduação oferecidos pela

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ULBRA. Os alunos e professores dos cursos de graduação apóiam os projetos da ULBRASol de acordo com a sua área de conhecimento/atuação. Os projetos desenvolvidos pelos cursos, através do ULBRASol, são direcionados às comunidades necessitadas do município de Guaíba, em especial aos membros da comunidade do bairro Nova Guaíba. Os projetos desenvolvidos ao longo destes anos são os seguintes:

• Armazém solidário – arrecadação de alimentos, roupas, calçados, móveis, panelas, louças, eletrodomésticos, cadeiras para deficientes, armações de óculos, remédios, produtos de higiene, limpeza no campus que é distribuído a comunidade.

• Cursos de capacitação de limpeza – que qualifica a realizar limpezas empresariais e residenciais.

• Projeto cidadania – aonde foram confeccionados documentos.

• Abraçando a família – visitas a famílias da comunidade que dão apoio psicológico, pedagógico e verificam as necessidades.

• Páscoa solidária - arrecadação de doces para distribuição para crianças carentes, juntamente com ações esportivas e culturais.

• Inverno solidário – arrecadação de roupas e calçados no campus, e repassadas para a comunidade.

• Dia da Criança – arrecadação brinquedos no campus que são distribuídos às crianças comunidade, em evento realizado no campus, quando também recebem lanches e participam de brincadeiras orientadas por alunos da Educação Física.

• Natal Solidário – arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos no campus que são repassados às famílias da comunidade.

• Curso de Introdução à Informática – neste curso ocorre o que denominamos de inclusão digital. Atende pessoas de todas as idades e que não dispõem de recursos financeiros para realizar um curso de informática básica pago.

Os participantes do curso de inclusão digital têm a sua disposição um ambiente de aprendizagem adequado, assim como equipamentos em excelente estado de conservação e manutenção. As aulas são ministradas por alunos voluntários da Universidade, da Escola Martinho Lutero, ou voluntários da comunidade. Por dois anos consecutivos, inicialmente, o programa do curso foi elaborado em parceria com o SERPRO e ajustado semestralmente,

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depois, passou a ser realizado somente pela Universidade, através do curso de Sistemas de Informação e a Pastoral. No início, o curso era composto por sessenta horas/ aula, hoje, ele é oferecido com a carga horária de 45 horas/aula. São ministradas aulas sobre alguns itens de hardware, e a utilização do pacote Office.

Este projeto já beneficiou mais de 1700 pessoas, desde seu inicio, sendo que deste total, muitos eram da terceira idade e encontraram neste projeto a oportunidade de um melhor convívio e relacionamento social. Atualmente, por semestre são atendidas, em média, 120 pessoas, distribuídas em quatro, ou mais, turmas. Duas turmas têm aulas durante a semana e duas turmas aos sábados, manhã e tarde.

Neste semestre 2009/2 houve a procura de um representante da terceira idade para que a ULBRA abrisse uma turma do Curso de Introdução a Informática direcionada, especialmente, aos membros da terceira idade. Dispostos a auxiliar neste processo de inclusão digital de idosos, a ULBRA se mostra receptiva a proposta e aguarda que a representante arrecade os alunos interessados. É importante destacar que o idoso, assim como os demais grupos sociais, deve participar de tais projetos por vontade própria. Neste caso, a Universidade disponibiliza as condições, divulga e incentiva, porém, a procura deve ser por parte do idoso.

Inclusão Digital para a Terceira Idade

Segundo Paulo e Tijiboy (2005) é necessária uma inclusão digital para a terceira idade, que deve agir sobre a exclusão digital que os membros desta faixa etária estão sendo submetidos. Esta exclusão ocorre por motivos sociais e econômicos, que ficam evidenciados na área profissional. Porém, gradativamente, está ocorrendo uma maior preocupação na área de inclusão digital motivada mais por interesses econômicos do que sociais.

De acordo com relatos, as pessoas com mais de 50 anos, as quais não são consideradas idosas, que estão no mercado de trabalho, sofrem preconceitos em função, em geral, da sua pouca habilidade com o meio tecnológico. Essa pressão social poderia ser canalizada a fim de impulsionar este grupo a realizar cursos na área de informática. Desta forma, novas oportunidades poderão surgir para estas pessoas.

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Além disso, mesmo com o grande preconceito que existe em torno da habilidade do idoso, muitos saem em busca de cursos de informática. Esta busca se dá por diversos motivos, dentre eles: auxiliar filhos e netos, se manterem atualizados com o que acontece no mundo, se comunicar com parentes que estão distantes, momentos de lazer, ou apenas para se socializarem.

O processo de inclusão digital proporciona aos integrantes da terceira idade a recuperação da auto-estima, o exercício da cidadania, interação social - conforme já mencionado - com a cultura e o lazer. Segundo Gonçalves e Oliveira (2006), mesmo com todo avanço tecnológico ocorrido, ainda existem pessoas que não sabem utilizar a multiplicidade de serviços oferecidos no mundo virtual, fazendo com que a preocupação com a inclusão digital de idosos está sendo cada vez maior, pelos motivos que vão desde razões éticas até financeiras

Conclusão

JÚNIOR (2009) realizou um trabalho de inclusão digital voltado para a terceira idade na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), através do projeto Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI). Este trabalho tem como objetivo principal a inclusão digital de idosos e sua sociabilidade. A realização do projeto foi inspirada na longevidade brasileira que aumentou muito nos últimos anos, o que nos leva a ver o idoso e suas necessidades de uma nova maneira.

Torna-se necessário, inclusive, reavaliarmos os nossos conceitos pedagógicos, já que, conforme MELO (2003), “... parte dos idosos desfruta de boa saúde física e mental, e embora, algumas habilidades possam diminuir, as pessoas física e intelectualmente ativas podem manter-se muito bem na maioria dos aspectos e até mesmo melhorar sua competência”. Assim, o professor deve ser preparado para trabalhar com o idoso, além disso, a interação entre aluno e professor é fundamental.

Segundo CHRIST (2007), a população brasileira está envelhecendo, devemos nos preocupar desde já, como tratamos os idosos e suas necessidades. Tomemos por base o como eles lidam com as novas tecnologias, e de que forma eles se sentem em relação a elas.

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Apesar de estarem sendo desenvolvidas muitas iniciativas de inclusão digital para a terceira idade, como se sabe, ainda tem muito a ser feito. É importante que sejam feitas pesquisas com relação às necessidades dos idosos e o que eles esperam para esta nova etapa de vida. Vale ressaltar que uma pessoa de sessenta anos, ou setenta, hoje, não pode ficar à margem da sociedade. A longevidade nos mostra que o idoso de sessenta anos tem hoje uma vida mais ativa socialmente do que um idoso de sessenta anos na sociedade de trinta anos atrás. Logo, precisamos nos adaptar a todas estas transformações, pois, elas atingem todos os aspectos da vida do idoso, sejam eles sociais, culturais, físicos ou educacionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

PAULO C. TIJIBOY A. Inclusão Digital de Pessoas da Terceira Idade Através da Educação a Distância. Disponível em:<http://www.ufrgs.com.br.> Acesso em: 28 de julho de 2009.

JÚNIOR A, BORDIM V. ODORIZZI R. Construindo a Inclusão Digital da Terceira Idade. Disponível em:<http//www.unioeste.br>.Acesso em: 28 de julho de 2009 às 16h10min CRISTHI C. PALAZZOI L. MARRONI F. XAVIER R. Construindo Comunidades Virtuais para a Terceira Idade.Disponível em: <http://www.salutia.com.br> Acesso em: 28 de julho de 2009 às 16h30min

ALVES L. Programa um Computador Para Todos. Disponível em: <http://www.computadorparatodos.gov.br > Acesso em: 29 de julho de 2009

Referências

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