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ETAPAS DA CONSERVAÇÃO EX SITU DOS RECURSOS FITOGENÉTICOS.

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Academic year: 2021

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ETAPAS DA CONSERVAÇÃO “EX SITU” DOS

RECURSOS FITOGENÉTICOS.

1. Introdução

As etapas da conservação do germoplasma são as seguintes: 1) Aquisição do germoplasma;

2) Multiplicação prévia e armazenamento; 3) Armazenamento propriamente dita;

4) O manejo do germoplasma, que compreende as seguintes etapas: a) Caracterização e avaliação

b) Regeneração e multiplicação para distribuição e uso c) Documentação

d) Seleção para utilização em pré-melhoramento.

2. Aquisição de germoplasma

O germoplasma pode ser adquirido por múltiplas razões: proteção, estudo, melhoramento, distribuição e para completar uma coleção.

2.1 Alternativas para se adquirir germoplasma

O germoplasma pode ser obtido mediante a coleta, intercâmbio ou doação. Por razões práticas deve-se tentar conseguir o germoplasma sem visitar os

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centros de origens valendo-se da doação ou intercâmbio. Se tal medida não for possível deve-se recorrer aos locais de maior variabilidade da espécie de interesse.

2.2 Requisitos do material adquirido

As amostras devem ser sadias, representativas da diversidade da espécie e estar bem documentada para ingressar no sistema de conservação sem problemas. O país de origem e principalmente o que recebe o material a ser transferido deve assegurar-se de que a amostra está livre de patógenos ou pragas e desta forma deve ser feita uma inspeção rigorosa ou mesmo quarentena.

As transferências de germoplasma entre países são regulamentadas por convênios internacionais.

2.2. Aquisição por intercâmbio ou doação

O intercâmbio de germoplasma é uma prática tradicional entre pesquisadores. Muitos acessos que hoje fazem parte de grandes coleções foram obtidos mediante o intercâmbio ou doação. Da mesma maneira são recuperados acessos perdidos por guerras, desastres naturais ou negligência.

Para intercambiar ou receber germoplasma por doação, a pessoa ou Instituição interessada solicita ao curador do Banco de Germoplasma. A transferência é efetivada mediante um convênio entre as partes interessadas e

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inclusive neste convênio deve conter os termos do interesse de cada parte no material a ser transferido.

Atualmente há duas leis em vigor no país cujo objetivo principal é regulamentar o acesso à biodiversidade nacional. A primeira é a medida provisória nº 2186-16, da qual teremos muitos comentários nesta disciplina e a segunda é o decreto de lei nº 3945 (2001) que cria e dá instrução para o Conselho Gestor do Patrimônio genético. Por este decreto pode ter acesso ao patrimônio genético para: pesquisa científica; desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção.

Também há em tramitação de autoria da Senadora Marina Silva o PLs 306/95 que regulamenta o acesso a biodiversidade brasileira. O projeto tem por interesse regulamentar a forma de acesso e utilização dos recursos genéticos brasileiros e desta maneira por fim a biopirataria ou garimpagem genética, ou seja, as incursões de empresas, Institutos de pesquisa e laboratórios, responsáveis pela retirada indiscriminada dos recursos biológicos encontrados na flora, fauna e minerais.

Aspectos importantes do projeto de lei:

• A - Incumbe ao Poder público preservar a diversidade, a integridade e a utilização sustentável do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético, desta forma fica sacramentada a soberania e inalienabilidade dos direitos sobre a diversidade biológica e sobre os recursos genéticos existentes no território nacional.

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Federal, dos governos estaduais e do Distrito Federal, da comunidade científica de organizações não governamentais e de empresas privadas, com o objetivo de coordenar, avaliar e assegurar o desenvolvimento das atividades de preservação da diversidade e da integridade do patrimônio genético nacional.

• C - Os trabalhos de levantamento e de coleta de recursos da diversidade biológica realizados em território brasileiro deverão ser previamente autorizados pela autoridade competente, após apresentação de requerimento pela pessoa física ou jurídica solicitante, onde constem pelo menos:

• 1 - Informação detalhada e especificada dos recursos a que se deseja ter acesso, incluindo seus usos atuais e potenciais, sua sustentabilidade e os riscos que possam decorrer do acesso;

• 2 - Descrição circunstanciada dos métodos, técnicas, sistemas de coleta e instrumentos a serem utilizados;

• 3 – Localização precisa das áreas de acesso ao recurso;

• 4 – Indicação do destino do material coletado e seu provável uso posterior;

• D – Os trabalhos referidos no artigo anterior deverão, obrigatoriamente, contar com o acompanhamento de instituições técnico científica brasileira de reconhecido conceito na área objeto da pesquisa, especialmente designada para tal pela autoridade competente.

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• E – O poder público reconhece e protege os direitos das comunidades locais de se beneficiar coletivamente por suas tradições e reconhecimentos e de serem compensadas pela conservação dos recursos biológicos e genéticos, seja mediante direitos de propriedade intelectual ou outros mecanismos.

2.3 AQUISIÇÃO MEDIANTE EXPLORAÇÃO E COLETA

A exploração e coleta consistem em sair ao campo e buscar a variabilidade genética de espécies cultivadas e silvestres que não e possível obter de bancos de germoplasma, jardins botânicos e outras coleções. As razões para uma coleta podem ser diversas, entretanto as prioridades se estabelecem com base nas espécies de interesse e nas regiões de grande variabilidade genética do material desejado.

A) Razões para se coletar germoplasma

- Quando em uma determinada área existam espécies em perigo de extinção, resgate de germoplasma;

- Quando a variabilidade das coleções “ex situ” foram perdidas ou são insuficientes;

- Às vezes a oportunidade de coletar justifica a coleta, coleta oportunista; - Como parte de uma expedição pode se coletar germoplasma que não é o

objetivo da missão.

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- Para uso futuro: Ex: - Guaraná, Pupunha, Castanha do Pará, pequi, jaborandi, araticum, inhame em Viçosa.

- Para pesquisa básica;

Em função do interesse da coleta defini-se o tipo de missão de coleta, os quais podem ser:

a) Quanto às espécies a serem buscadas as missões podem almejar uma espécie única ou várias espécies;

b) Quanto às características dos genótipos a serem coletados, pode-se desejar um genótipo específico, ex: planta resistente a uma determinada doença ou amostras que contenham a variabilidade de uma determinada espécie.

c) Pode-se desejar coletar espécies cultivadas (landraces) ou espécies silvestres

B) GRUPOS DE ESPÉCIES A SEREM COLETADOS

1) Variedades melhoradas produzidas pela pesquisa, que estão sendo substituídas por variedades mais avançadas;

2) Variedades primitivas ou raças locais (Landraces) encontradas nas mãos dos pequenos agricultores. Tanto podem ser coletadas em áreas onde a introdução de variedades melhoradas represente uma ameaça, quanto naquelas onde se buscam materiais adaptados às condições locais;

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4) Espécies silvestres potencialmente importantes, que representem alternativas para a pesquisa básica e domesticação;

5) Espécies de importância reconhecida ou potencial que estejam em áreas ameaçadas por ação antrópica.

C) ONDE COLETAR

A) Culturas ou regiões de cultivo – Farmers fields; B) Hortas e pomares caseiros;

C) Mercados e feiras; D) Habitats silvestres; E) Áreas ameaçadas.

As coletas nas regiões de cultivo são empregadas para obterem variedades melhoradas e variedades primitivas ou raças locais (Landraces.). Nestas regiões concentram-se os materiais de maior interesse para os melhoristas que trabalham com espécies cultivadas. Hortas, pomares caseiros e pequenas lavouras são os locais mais indicados para se obter variedades primitivas e raças locais. Pequenos agricultores e grupos indígenas geralmente conservam materiais precoces, tardios e adaptados a condições edafo-climáticas especificas de modo a lhes garantir a sobrevivência. Embora possam ser produzidas safras desuniformes na mistura destes materiais sempre poderá ser produzida alguma coisa.

Em mercados e feiras podem ser encontradas plantas de variedades melhoradas, variedades primitivas ou Landraces bem como parentes silvestres das espécies cultivadas, e mesmo espécies silvestres potencialmente importantes. Como características deste tipo de coleta estão a grande diversidade de produtos

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origem da maioria dos materiais. No Brasil principalmente nas regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste encontram-se parentes silvestres das espécies cultivadas do gênero cápsicum.

Nos habitats silvestres são os locais naturais das espécies silvestres e parentes silvestres. Estudos prévios sobre a variação climática e condições edafo-climáticas e distribuição da variabilidade entre os sítios são mais importantes nestes sitios que em todos os demais. A coleta em áreas ameaçadas é importante para resgate de materiais e neste caso tanto espécie importante como aquela potencialmente importante devem ser coletadas, nestes sítios deve dar preferência para as espécies endêmicas.

D) Estratégias de amostragem de espécies cultivadas

As etapas de caracterização dos locais e distribuição da variabilidade de uma determinada espécie foram discutidas nos itens anteriores. No presente tópico pretende-se discutir: A) Número de plantas necessárias por sitio de coleta; B) Número total de sítios de coleta e C) distribuição dos sítios de amostragem dentro de cada área. Neste sentido temos que trabalhar com medidas de variabilidade genética.

Para entendermos um pouco da variação genética de populações em condições naturais existem quatro tipos de alelos em relação a sua distribuição no campo:

1) Comum, amplamente distribuído; 2) Comum, localmente distribuído; 3) Raro, amplamente distribuído;

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Referências

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