OS MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS: MEDIAÇÃO – CONCILIAÇÃO – ARBITRAGEM: ANÁLISE TEÓRICO-PRÁTICA GTI: Direito, Cidadania e Concretização dos Direitos Humanos e Fundamentais
Zoraide Amaral de Souza1 Marlene Iusten Nowak2 Débora Heringer Ferreira3 Lailla Finotti de Assis Lima4
RESUMO: O tema da utilização dos meios alternativos para a composição dos conflitos de interesses tem atraído a atenção dos especialistas de todos os tempos, principalmente, nos dias atuais. A sociedade moderna enfrenta um paradoxo tendo em vista o vertiginoso aumento da riqueza e da não menos aguda escalada da litigiosidade individual e coletiva. O número crescente de ações individuais e coletivas anualmente aforadas perante o judiciário vem gerando uma carga de serviço aos juízes e tribunais insuportável. Por essa razão mostra-se de toda conveniência o emprego dos meios alternativos, aptos a aliviar a tarefa da justiça formal, sem que se cogite em suprimi-la. Assim, o emprego dos meios alternativos de composição de conflitos de interesses, tal como hoje previsto no novo Código de Processo Civil, é um caminho, que se espera mais célere ao acesso à justiça. Justiça tardia não é justiça. Palavras-chave: Acesso à Justiça; Meios Alternativos; Conflitos.
INTRODUÇÃO
O Século XXI aponta outros instrumentos e novas tendências para o acesso à justiça criando condições e mecanismos que possibilitem a universalização da justiça. Entre os novos mecanismos podem ser mencionados os juizados especiais cíveis que possibilitam o acesso à solução dos conflitos dos jurisdicionados de menor potencial econômico, não fossem eles, possivelmente os pleitos de menor extensão não chegariam a juízo.
No segundo momento, a análise dos meios alternativos individualizados dar-se-á com fundamento na lei n. 13.140/2015, e seu foco na mediação e na
1 Centro Universitário de Barra Mansa, RJ – Doutorado – Pesquisadora.
zoraideamaral@ig.com.br
2 Centro Universitário de Barra Mansa, RJ – Mestrado – Pesquisadora.
marlene.nowak@uol.com.br
3 Centro Universitário de Barra Mansa, RJ. Estudante do 6º período de direito.
heringerdebora@gmail.com
4 Centro Universitário de Barra Mansa, RJ. Estudante do 6º período de direito.
conciliação, partindo do princípio de que o Estado promoverá sempre que possível, a solução consensual dos conflitos, que deve ser estimulada, para conferir efetividade maior às decisões como instrumentos de garantia e acesso à justiça.
Frise-se que todos os meios alternativos terão lugar de destaque que o novo Código de Processo Civil lhe conferiu, na busca da pacificação social ao compartilhar com a sociedade a responsabilidade pela resolução dos conflitos.
A pesquisa visa a avaliação do emprego dos meios alternativos de solução de conflitos nos processos judiciais, junto a Comarca de Volta Redonda e Barra Mansa, em especial nos juizados cíveis, bem como acompanhar a efetividade do auxílio junto ao Poder Judiciário.
1 METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa empregada será a análise doutrinária, legislativa e jurisprudencial (qualitativa e dedutiva) dos meios alternativos de resolução de conflitos na vigência do novo Código de Processo Civil.
Paralelamente, o estudo será realizado in loco para comprovação da eficácia do acesso à justiça nas respectivas varas, por meio dos mecanismos extrajudiciais de solução de conflitos e a concretização do descongestionamento do judiciário.
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Posteriormente foi organizada a Comissão do Senado dirigente do projeto de um novo Código de Processo Civil. Neste fora proposta a regulamentação da mediação e da conciliação judiciais, fomentando a ideia dos auxiliares da justiça. O Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e o Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais (Cebepej), preconizaram as seguintes ideias:
a) inserir os mediadores e conciliadores judiciais entre os auxiliares da justiça, prevendo sua remuneração; b) estruturar
uma audiência ou sessão inicial, em que as partes teriam contato com mediadores e conciliadores judiciais, para serem encaminhados aos meios adequados de solução de conflitos; c) determinar que cada tribunal organizasse um cadastro de mediadores e conciliadores judiciais, que requereriam sua inscrição após aprovação em curso de capacitação aprovado pelo tribunal; d) estabelecer princípios gerais para o exercício da função de mediador e conciliador judiciais.5
Assim, o Novo Código de Processo Civil, teve a seguinte redação: - “CAPÍTULO III – DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA. Artigo 149 – São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias”.
TABELA 1: LINGUAGEM JURÍDICA, UM OBSTÁCULO PARA O ACESSO À JUSTIÇA?
Entre as disposições que mais esclarecem essa nova postura, estão os parágrafos 2º e 3º do artigo 3º do Novo Código de Processo Civil, segundo os quais o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. A mediação, a conciliação e diversas outras formas deverão ser estimuladas a todo o momento.
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http://www.lex.com.br/doutrina_24099670_CONCILIACAO_E_MEDIACAO_JUDICIAIS _NO_PROJETO_DE_NOVO_CODIGO_DE_PROCESSO_CIVIL.aspx em 21 de setembro de 2017, 18 h 35 min.
A figura da mediação tem um caráter extrajudicial de resolução de conflitos, visando facilitar a interação e o diálogo entre as partes por meio de um terceiro imparcial (mediador). Já a conciliação se dá em conflitos já ajuizados, onde as partes confiam a uma terceira pessoa imparcial (conciliador) a função de estruturar um acordo. Tendo ainda a arbitragem, disciplinada pela Lei 9.307/96, realizada por meio de juízo arbitral, a fim de dirimir litígios relativos aos direitos patrimoniais disponíveis.
TABELA 2: RESULTADOS DE AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BARRA MANSA – RJ
Não se pode perder de vista que seria a grande oportunidade do Poder Judiciário de se livrar de um enorme contingente de causas, o momento anterior à instauração do processo. A prevenção do conflito é a chave do negócio. Por esse motivo o Novo Código de Processo Civil, em perfeita consonância com outros movimentos a favor da ampliação dos meios alternativos, como a edição das novas leis de arbitragem e mediação, os trouxe para perto da justiça, na qualidade de seus agentes e auxiliares.
Os meios alternativos na realidade constituem uma fonte de grande valia e que muito contribui para desafogar o Judiciário no todo. Não se pode mais pensar no sistema tradicional de processo, em razão da morosidade.
Figura 1: As pessoas que cercam o mundo
A pesquisa encontra-se em fase inicial, sendo detectada até o presente momento, o hábito e costume de estar presente a figura do Juiz na resolução do conflito que afeta a efetivação da solução mais célere proposta pela Lei 13.105/2015, o Código de Processo Civil.
REFERÊNCIAS
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GRINOVER, Ada Pellegrini. Conciliação e Mediação Judiciais no Projeto de
Novo Código de Processo Civil. Disponível em:
<http://www.lex.com.br/doutrina_24099670_CONCILIACAO_E_MEDIACAO_JU
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MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 4 ed. rev. Atual. São Paulo :Saraiva, 2009.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. Salvador: Jus Podivn, 2017.
SANTANA, Samene Batista Pereira. A linguagem jurídica como obstáculo ao acesso à justiça. Uma análise sobre o que é o Direito engajado na dialética social e a consequente desrazão de utilizar a linguagem jurídica como barreira entre a sociedade e o Direito/Justiça. Disponível em:
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12316& revista_caderno=24>. Acesso em: 21 set. 2017.
SOUZA, Zoraide Amaral de. Arbitragem- conciliação – mediação nos conflitos trabalhistas. São Paulo, Ltr, 2004.