1º BIMESTRE - 2016
Disciplina: História Série: 3º Ano Professor: Otto Terra
TEXTO BÁSICO: CRISE DE 1929 ANTECEDENTES:
➢ Desestruturação da cadeia produtiva industrial europeia (alvos dos bombardeios durante a 1ª Guerra);
➢ Fim da 1ª Guerra Mundial - Nova ordem econômica mundial: O declínio da Europa frente a ascensão dos Estados Unidos;
➢ Os E.U.A. saindo da condição de devedor (US$ 3 bi) para a posição de credor (US$ 11 bi) já em 1927 – a partir da venda de sua produção industrial para a Europa;
➢ Formação do American Way of Life: “Anos Felizes” – Os Estados Unidos como principal agente do capitalismo e liberalismo Ocidental (aspectos políticos, econômicos e ideológicos);
➢ Surgimento de nova corrente política econômica na Europa – o Socialismo (Pós Revolução Russa) como um espectro que ameaça o capitalismo europeu;
CONJUNTURAS:
➢ Os Estados Unidos passam por uma euforia de mercado: 42% da produção industrial mundial saem dos E.U.A., equivalendo a US$ 10 bi.
➢ Ao mesmo tempo em que a Europa depende da produção industrial norte-americana para o seu abastecimento, os E.U.A. passam a depender do mercado consumidor Europeu para escoação de grande parte de sua produção industrial - política econômica arriscada – se considerar a disparidade
entre o MERCADO EXTERNO (Europeu) frente ao consumo do MERCADO INTERNO (E.U.A.) - que gerava somente cerca de US$ 600 milhões em salários;
➢ O mercado consumidor interno norte-americano é responsável por menos de 6% da absorção de sua produção industrial, revelando a problemática do subconsumo norte-americano frente a superprodução industrial;
➢ Subconsumo do mercado interno e superprodução industrial “maquiados” pela euforia de mercado americano – que percebia a Europa como um fértil e “inesgotável” destino de seus produtos – trazendo outra lógica econômica: que contrariava a formação das ofertas a partir da identificação das demandas que poderiam gerar o consumo e, enfim, o lucro;
Lógica Econômica Conservadora:
➔ Identificar DEMANDAS de mercado;
➔ OFERTAR produtos que supram tais demandas; ➔ Propiciar o CONSUMO;
➔ Gerar LUCROS para REINVESTIR na identificação e PRODUÇÃO de NOVAS DEMANDAS;
Nova Lógica Estadunidense ➔ OFERTAR produtos; ➔ Gerar DEMANDAS; ➔ Estimular o CONSUMO;
➔ Gerar LUCROS para NOVAS PRODUÇÕES;
➢ Grande concentração de renda nos E.U.A. - apenas 5% da população detinham 33% do poder de consumo real;
➢ Oferta demasiada de créditos por instituições bancárias para os norte-americanos que não detinham grande poder de consumo – medidas para fomentar o consumo, sem mecanismos de restrição;
➢ Política estadunidense que vigorava entre as décadas de 1920 e 1930 norteada por um LIBERALISMO RADICAL (Partido Republicano) – O Liberalismo econômico como principal bandeira: O Laissez-faire e a Mão Invisível do Mercado se autorregulando: Configuração de uma política negligente por parte do governo americano;
➢ A partir de 1925 a Europa passou por uma gradual revitalização de seu parque industrial – falta de controle dos americanos sobre os empréstimos realizados pelos bancos à Europa que foram direcionados para investimentos nas indústrias europeias;
➢ Começou a haver uma diminuição gradual do consumo europeu sobre os produtos industrializados americanos;
➢ Os mercados externo e interno passaram a deixar de absorver a produção industrial americana o que gerava o acumulo de produtos nos estoques e nos pátios fabris;
➢ Para suprir os custos de produção não absorvidos pela não venda dos produtos, as indústrias americanas passaram a acumular dívidas com os bancos – perdendo parte de seu capital;
➢ As atividades agrícolas – também contaminadas pela euforia de mercado – endividaram-se ao buscar investimentos em maquinários para aumento da produção de alimentos - hipotecas das terras como garantia de quitação das dívidas adquiridas;
➢ Como busca para a saída de endividamentos, as empresas americanas passaram a lançar ações na Bolsa de Valores fraudando os balancetes de suas empresas e apresentando para o investidor números que mostrassem alta rentabilidade de suas ações – (Falta de um organismo estatal que pudesse fiscalizar tais ações);
➢ Impulsionados pela euforia e pela especulação provocada com o grande desenvolvimento industrial, os americanos passaram a investir cada vez mais em ações da Bolsa de Valores esperando lucros fáceis;
➢ Os papéis adquiridos passaram a sofrer grande desvalorização após a estagnação das mercadorias nos pátios;
➢ Explode nos E.U.A. uma onde de demissões devido às perdas das indústrias – incapazes de escoar toda as suas produções;
➢ Percebendo que os papéis adquiridos sobre as ações das empresas americanas estavam perdendo o valor, os investidores buscaram, rapidamente, vender suas ações temendo a perda do investimento – ocorrendo uma corrida que culminaria na drástica perda de valor das ações devido a enorme oferta de ações;
➢ Os bancos – que também investiam parte de seus negócios nas ações de outras empresas – passaram a buscar receber seus empréstimos – a insolvência do mercado americana apresentava sua face;
➢ Milhares de pessoas eram demitidas diariamente devido a queda da produção e à falência de um grande número de empresas;
➢ Trabalhadores desempregados e que acumulavam dívidas enormes a partir dos créditos adquiridos para consumo de bens, e passaram a buscar nos bancos suas economias para se manterem com o mínimo necessário – fato esse que fazia com que os bancos não conseguissem atender seus clientes, pois, não conseguiam receber de seus fiadores;
➢ Os bancos não conseguiam liquidez de seus investimentos; 1 em cada 8 agricultores perderam seus bens para os bancos; instalava-se no E.U.A. uma dura fase de desemprego, quebra da produção e desespero – A Grande \depressão chegara;
➢ Milhares de empresas abriram falência, os preços das ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque despencaram – medidas para buscar encorajar investidores a comprar ações logo se mostraram ineficientes para consumidores incrédulos;
➢ Os bancos e demais investidores que detinham negócios com a Europa buscaram interromper os investimentos;
➢ A crise do capitalismo chegara: A política do liberalismo radical empregada pelos E.U.A. se mostrou um fracasso;
➢ A crise chega aos países capitalistas afundando suas economias; A URSS não fora atingida pela crise (socialista);
➢ Com a vitória de Franklin D. Roosevelt, o governo americano lança um pacote de medidas para combater a crise: O “New Deal” ou “Novo Acordo” - quebrando a lógica do Liberalismo Radical ao intervir na economia americana;
➢ As importações do mercado dos E.U.A. se fecham, assim como a de outros mercados de países capitalistas – a recessão atinge o Ocidente;
➢ As ideias do New Deal foram influenciadas pelo economista britânico John Maynard Keynes - o Keynesianismo;
➢ As principais ações do New Deal foram:
➔ Intervenção estatal na economia;
➔ Concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados pela crise;
➔ controle da produção visando a manutenção (equilíbrio) dos preços dos produtos;
➔ Fixação dos preços de produtos básicos (carvão, petróleo, cereais etc); ➔ Aumento dos salários dos operários;
➔ Redução da jornada de trabalho de 12 horas para 08 horas;
➔ Legalização dos sindicatos, que passaram a gozar de amplo poder de negociação com as representações patronais;
➔ Abolição do trabalho infantil;
➔ Desenvolvimento da previdência social; ➔ Criação do salário desemprego;
➔ Realização de obras públicas para gerar renda à população desempregada; -criação de um fundo que garantisse os saques dos depósitos populares nos bancos – mesmo em caso de falência;