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AS VIDEOCONFERÊNCIAS NA EAD: um estudo a partir da experiência do NEAD-UFMA

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AS VIDEOCONFERÊNCIAS NA EAD: um estudo a partir

da experiência do NEAD-UFMA

Kellen Regina Moraes Coimbra1, Reinaldo Portal Domingo2

1

Mestranda em Educação – UFMA. Técnica em Assuntos Educacionais – Núcleo de Educação a Distância – NEAD/UFMA. São Luís – MA – Brasil.

2

Professor Dr. Coordenador Pedagógico – NEAD/UFMA. Coordenador Adjunto – UAB /UFMA. São Luís – MA – Brasil.

[kellen@ufma.br, reinaldo@ufma.br]

ABSTRACT

This article presents experiences with the use of videoconferences held at the

Center for Distance Learning ,

Universidade Federal do Maranhão - NEAD / UFMA. It builds on the work of monitoring and intervention team teaching this core together with the

teachers, for the planning and

implementation of videoconference. This work enabled the formulation of an

understanding about what is

videoconference and how it should be planned before, during and after its completion, to ensure the highest quality of teaching-learning process.

RESUMO.

Este artigo apresenta experiências com o uso de videoconferências realizadas no Núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal do Maranhão – NEAD/UFMA. Baseia-se no trabalho de acompanhamento e intervenção da equipe pedagógica desse Núcleo junto com os professores-especialistas, para o

planejamento e realização das

videoconferências. Este trabalho

possibilitou a formulação de um

entendimento sobre o que é a

videoconferência e como deve se planejar o antes, durante e depois de sua realização, a fim de garantir a maior

qualidade do processo

ensino-aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

As experiências em Educação a Distância - EaD desenvolvidas pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA são diferenciadas ao longo de momentos específicos da história da instituição e vem acompanhando o desenvolvimento observado em todo o país. Sendo que o credenciamento da instituição para a oferta de cursos superiores a distância em 2006 e o lançamento do projeto de reestruturação do Núcleo de Educação a Distância – NEAD em 2008 deram novo impulso à EaD na UFMA.

Atualmente o NEAD/UFMA

disponibiliza assessoria técnica, pedagógica e administrativa aos cursos de graduação e pós-graduação, bem como

aos cursos de capacitação e

aperfeiçoamento e demais atividades de formação, ensino, pesquisa e extensão

realizadas na UFMA. As ações

desenvolvidas no NEAD/UFMA visam

fomentar o desenvolvimento da

modalidade a distância, promovendo a utilização dos recursos tecnológicos para

a melhor qualidade das ações

supracitadas, garantindo inclusive a efetivação dos 20% a distância previstos em lei como possibilidade paa os cursos ESUD2010-VII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a

Distância. Novembro, 3-5, 2010, Cuiabá-MT, Brasil. Copyright 2010 UNIREDE

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presenciais integralizarem suas

cargas-horárias, pois entendemos o

desenvolvimento da EaD não de forma dicotomizada em relação à educação presencial, mas como possibilidade de qualidade na educação como um todo. A linha de trabalho adotada pela equipe pedagógica do NEAD/UFMA se propõe a favorecer uma constante avaliação dos métodos utilizados, visando à reflexão crítica pelos professores-especialistas e equipe pedagógica, com vista à melhoria permanente das ações, tendo como beneficiários principais os alunos e alunas participantes. Dessas ações merece destaque o monitoramento das videoconferências realizadas nos cursos de graduação na modalidade a distância, dada sua importância para a compreensão de como entendemos a EaD. Assim, as videoconferências dentro da metodologia de trabalho na UFMA será o foco deste artigo, produção decorrente de um trabalho de observações e intervenções junto aos docentes.

2 AS VIDEOCONFERÊNCIAS NA

METODOLOGIA

DE

TRABALHO EM EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA NA UFMA

Estudiosos como Carneiro (2009) e

Tavares (2006) apontam que a

videoconferência é uma ferramenta da tecnologia de comunicação digital, que, apropriada pelos meios educacionais, possibilita a comunicação face a face, recriando o sentido de presencialidade. Assim como é apontado por Cruz e Barcia (2000), “a videoconferência [...]

se aproxima de uma situação

convencional da sala de aula, já que [...] possibilita a conversa em duas vias,

permitindo que o processo de

ensino/aprendizagem ocorra em tempo real (online) e possa ser interativo”. A realização de videoconferências em EaD favorece uma dinamicidade no uso

de recursos áudio-visuais, pois muitos softwares utilizados atualmente para sua realização (tal como o adobe connect

utilizado na UFMA) permitem a

utilização de ferramentas de

compartilhamento de documentos; acesso a internet para realização de pesquisas ou demonstrações e utilização de lousas interativas para uma apresentação mais lúdica, dinâmica, interessante e mais centrada no conteúdo, com múltiplas possibilidades de interatividade, dentre outros [Cruz e Barcia, 2000].

Cruz (2009) defende que as

videoconferências podem ser um meio

facilitador do processo

ensino-aprendizagem, por meio de ações bem planejadas e criativas, capazes de promover a participação, gerenciar e avaliar a aprendizagem dos alunos. Com o intuito de auxiliar na conquista dessa condição, o planejamento e transmissão de videoconferências na UFMA são acompanhados por especialistas da Coordenação Pedagógica. Esse processo de monitoramento permanente iniciou-se em setembro de 2009, sendo que até o mês de junho de 2010 foram observadas 40 videoconferências. Os resultados desse trabalho permitem ao professor-especialista realizar uma avaliação contínua do seu trabalho e aos especialistas da Coordenação Pedagógica planejar a formação continuada desses professores.

Desde as primeiras observações, um dos elementos que mais chamou a atenção nas videoconferências foi uma quase

inexistência de interação entre

professores e alunos. Os professores-especialistas apenas apresentavam seus slides durante uma hora ou mais, ao final perguntavam se havia dúvidas e, não

obtendo resposta, encerravam a

apresentação. Isso tornava a aula cansativa e pouco significativa, não

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permitindo uma avaliação da apreensão dos alunos pelos Professores.

Analisamos essa dificuldade de

promoção da interatividade como uma marca das práticas que persistem na educação presencial, na qual grande parte dos professores que atualmente compõem a equipe do NEAD forjou seus saberes docentes, e em que o docente se mantém como centro do processo de ensinar-aprender, embora os referenciais que defendem uma maior interatividade para a construção do conhecimento já venham se consolidando. Nesse sentido é pertinente a observação de Tavares (2009) segundo a qual “a utilização de

um modelo de educação via

videoconferência pode ser considerada uma proposta inovadora de Educação a Distância ou uma reprodução do modelo tradicional de ensino, onde o professor exerce papel preponderante”.

Também houve uma utilização constante de slides inadequados para a utilização a distância, e aqui não tratamos somente do aspecto visual, mas da disposição lógica e dialógica do conteúdo. Os professores-especialistas demonstraram dificuldades em organizarem uma estrutura didática para a transmissão, a qual se revelou desde a fragilidade de elaboração do planejamento. Embora o planejamento seja fundamental para alcançar os objetivos propostos na relação ensino aprendizado, Vasconcelos (1999) destaca que o planejamento no ensino superior é muitas vezes negligenciado. Para esse autor, o professor deve planejar suas ações antes, durante e depois, tendo em vista não somente as características de sua disciplina, mas também os objetivos mais amplos desse nível de ensino – de formação do cidadão, do profissional, do sujeito enquanto pessoa, enfim de uma formação que o habilite ao trabalho e à vida.

2.1 Monitoramento das

videoconferências: ações desenvolvidas pela Coordenação Pedagógica no NEAD-UFMA

Diante desses resultados, alguns critérios

foram elaborados pela equipe

pedagógica, envolvendo ações a serem realizadas antes, no decorrer da transmissão e posteriormente a ela: Antes das videoconferências é realizado todo o planejamento da disciplina, incluindo a previsão de atividades, datas e processo avaliativo. O professor-especialista também elabora, com assessoria da Coordenação Pedagógica, os slides a serem utilizados e outros recursos didáticos que se façam necessários e planeja com o tutor as leituras e atividades a serem realizadas pelos

alunos antes e durante a

videoconferência, disponibilizando com antecedência no AVA, principalmente referências complementares e atividades de pesquisa.

Os professores são orientados a utilizarem metodologias que estimulem a interação dos alunos para com eles, e entre si. São sugeridas técnicas de questionamento, com a finalidade de verificar quanto e como o aluno absorveu determinado conteúdo e qual o seu

entendimento atual da questão,

provocando-os a expressarem seus entendimentos e dúvidas sobre os temas da videoconferência.

Durante a realização da

videoconferência, que deve ser de uma hora até uma hora e meia, o professor faz uma breve explanação, entre 20 e 30 minutos, sobre o tema em discussão, utilizando os slides elaborados. Em seguida, propõe atividades ou questões para serem desenvolvidas pelos alunos. Este momento deve ser reservado para atividades interativas, indicadas antecipadamente através do AVA ou propostas nesse momento, criando, dessa

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forma, condições efetivas para a

interação. O NEAD também

disponibiliza um jaleco com a logomarca

NEAD/UFMA para os professores

utilizarem garantindo a uniformização da imagem, evitando distorções visuais causadas por possíveis efeitos de cores ou estampas em suas roupas.

Uma pedagoga acompanha a transmissão, observando e analisando aspectos como: interação, postura do professor e participação dos alunos, qualidade dos recursos utilizados, qualidade da transmissão e recepção de imagem e áudio, dentre outros. O objetivo desse monitoramento é não somente avaliar ações isoladas do professor, mas o desenvolvimento do processo como um todo, inclusive a utilização e necessidade de melhoria dos recursos tecnológicos. Após a transmissão, os assuntos discutidos são retomados pelo professor-especialista e tutor em forúns ou chats; através da solicitação de elaboração de textos individuais e coletivos pelos alunos; de propostas de pesquisa na internet; ou outras atividades propostas durante a videoconferência. Já a coordenação Pedagógica é responsável por analisar os dados e suas próprias ações, de forma a garantir contínua melhoria dos processos.

As videoconferências são também um dos temas abordados em um curso de capacitação docente elaborado pela Coordenação Pedagógica, o qual tem como público alvo professores da UFMA, prioritariamente aqueles que estão atuando nos cursos a distância ou que pretendem se inserir. Duas ofertas do curso já foram organizadas, uma no mês de março e outra em maio, com previsão de mais duas ofertas ainda para este ano, concretizando a regularidade prevista quando de sua idealização de duas ofertas

por semestre. No curso também

apresentamos um roteiro básico para

orientar o planejamento das

videoconferências e os critérios observados durante o monitoramento, condição facilitadora do trabalho cotidiano de orientação aos Professores, os quais começam, no decorrer do curso, a se familiarizar com os procedimentos que irão operacionalizar durante o andamento dos seus trabalhos na EaD, e também com a equipe do Núcleo. Além disso, os participantes recebem um guia impresso intitulado “Material de EaD para professores” [Domingo 2010] elaborado pela Coordenação Pedagógica

como um material de apoio ao

aprofundamento dos temas discutidos no curso.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os primeiros resultados das iniciativas desenvolvidas no NEAD, particularmente pela Coordenação Pedagógica, já se fazem notórios, através das melhorias

observadas no planejamento e

desenvolvimento das videoconferências,

materializando-se nos materiais

produzidos (slides, por exemplo) e na própria postura dos professores em relação ao seu trabalho.

Através da realização dos cursos e da

orientação individualizada aos

professores estamos encaminhando

soluções para aqueles pontos críticos apontados, sendo que as estratégias

necessárias para a garantia da

interatividade tem merecido maior atenção em nossas ações. Pois é uma competência para a qual os professores demonstram dificuldade e, ao mesmo tempo, uma condição para a promoção da educação tal como a compreendemos – uma ação de troca e construção crítica e inovadora de saberes.

As videoconferências nos permitem confrontar velhos métodos e modos de ensinar e as possibilidades apresentadas pelas novas tecnologias, refletindo sobre

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nossas ações e criando soluções originais, favorecendo até mesmo a ampliação da garantia da educação como direito. Ao mesmo tempo contribuir com o progresso dos modos de ensino também na modalidade presencial, refletindo mudanças no sistema de ensino, nas práticas docentes e, sobretudo, na aprendizagem dos alunos.

As ações da Coordenação Pedagógica do NEAD se inserem como medidas a serem constantemente avaliadas, em um esforço de reflexão na ação. Mais que localizar e corrigir problemas visa construir junto aos professores-especialistas estratégias de atuação, condições para a elaboração de iniciativas mais contundentes ao nível de estudos e discussões na busca da garantia de qualidade dos processos formativos, com o intuito de colocar a EaD em um lugar de destaque, com altos índices de qualidade como a educação do país exige nos momentos atuais.

Referências

1.Aposkitis, C. (Et. al). (2009) “Livro de

receitas de Videoconferência”.

http://penta3.ufrgs.br/videoconferencia /manual/colaboradores.html.

Dezembro de 2009.

2.Carneiro, M. L. F (2009).

“Videoconferência: Ambiente para

educação a distância”.

http://penta.ufrgs.br/pgie/workshop/ma ra.html.

3.Cruz, D. M. (2009). “Aprendizagem por videoconferência” . In: Litto, F. M.; FORMIGA, M. M. M. (orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. Pearson Education do Brasil. São Paulo.

4.Cruz, D. M., Barcia, R. M. (2000) “Educação a distância por vídeo

conferência”. In:

Tecnologia Educacional, ano XXVIII, n. 150/151, julho/dezembro.

5.Domingo, R. P. (et. al.) (2010). “Material de EaD para professores”. UFMA/NEAD. São Luís.

6.Tavares, V. R. de C. (2006). “Videoconferência: Uma Experiência

de Sucesso”.

http://www.abed.org.br/seminario2006 /pdf/tc044.pdf. Setembro de 2009.

7.Vasconcelos, C. (1999).

“Planejamento, Projeto Ensino

Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico”. Libertad. São Paulo.

Referências

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