• Nenhum resultado encontrado

Competência C2 Saber Policiar numa EIR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Competência C2 Saber Policiar numa EIR"

Copied!
37
0
0

Texto

(1)

11º Curso Formação de Agentes

Polícia de Segurança Pública

Competência C2

Saber Policiar numa EIR

Conteúdos

Técnicas de Intervenção Policial

Deontologia Policial

Comunicação e Atendimento

Psicossociologia

Realizado por: Tiago Ferreira, Nº2 Sofia Figueiredo, Nº 18 Daniel Silva, Nº 40 Marcelo Lopes, Nº 68 Fábio Branco, Nº 80 Adriana Borda D’Água, Nº 95

(2)

Índice

Deontologia Policial ... 4 TRAÇOS ÉTICO-DEONTOLÓGICOS que deverão caracterizar uma EIR de excelência: ... 4 PRINCÍPIOS DEONTOLÓGICOS a observar obrigatoriamente em qualquer intervenção policial (EIR): ... 5 1) A AUTORIDADE LEGÍTIMA ... 5 2) A CORRECÇÃO NA ACTUAÇÃO ... 6 3) A LEGALIDADE, NECESSIDADE E PROPORCIONALIDADE NO USO DA FORÇA (Art.º 8.º DO CDSP). ... 7 4) ASSISTÊNCIA MÉDICA A VÍTIMAS (DETIDOS OU NÃO) ... 8 5) INFORMAÇÃO AOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS ... 8 EXPEDIENTE, SIGILO, ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, SUGESTÕES E CRÍTICAS ... 8 ENTIDADES NACIONAIS E EUROPEIAS ... 8 1. O TEDH (TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM) ... 9 2. CPT (COMITÉ EUROPEU PARA A PREVENÇÃO DA TORTURA) ... 9 3. AS AUTORIDADES JUDICIÁRIAS (CRIMES) ... 10 4. PROVEDORIA DE JUSTIÇA ... 10 5. A IGAI (INSPEÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA) ... 11 6. A IPSP (INSPEÇÃO DA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA) ... 11 7. OS SUPERIORES HIERÁRQUICOS (CADEIA DE COMANDO) ... 12 1. A AI (AMNISTIA INTERNACIONAL) ... 12 2. ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ... 13 3. OUTROS: APAV, CIDADÃOS, REDES SOCIAIS, ETC. ... 13 Conclusão: ... 13 BOAS PRÁTICAS NO TRABALHO POLICIAL DIÁRIO ... 13 1. EFICIÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ... 13 2. EFICÁCIA DA AÇÃO POLICIAL ... 14 3. SERVIÇO POLICIAL DE EXCELÊNCIA ... 15 Psicossociologia ... 15 O QUE FAZER PARA TER SER BEM-SUCEDIDO NA MINHA EQUIPA? ... 15 CONCEITO DE GRUPO (algumas características) ... 16 Características, que os constituintes das equipas EIR acharam de mais relevantes por forma a elevar o seu desempenho: ... 17 A INTERVENÇÃO (POLICIAL) COM AS MULTIDÕES ... 17 EMOÇÕES ... 17 CONTROLO de MULTIDÕES ... 18 FATORES PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS ... 18 NORMAS DE CONDUTA INDIVIDUAL DURANTE A AÇÃO ... 19 Comunicação e Atendimento ... 20 GRUPO ... 20 CARACTERIZAR AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO GRUPO E O ESPÍRITO QUE NELE SE DESENVOLVE ... 20 COMPORTAMENTO DE TAREFA ... 21 COMPORTAMENTO DE MANUTENÇÃO ... 21 AVALIAR O NÚMERO IDEAL DE MEMBROS DE UM GRUPO DE TRABALHO ... 21 AVALIAR A IMPORTÂNCIA DA COESÃO DO GRUPO ... 22 Fatores que conduzem à coesão do grupo: ... 23 Prós e contras dos grupos coesos ... 23 ENUMERAR AS VANTAGENS DO GRUPO ... 23 1. Tomada de decisão de maior risco ... 23 2. Maior rapidez e eficácia na concretização dos objetivos ... 24 3. Enriquecimento das decisões ... 24

(3)

4. Divisão de tarefas ... 24 5. Criação de laços de amizade ... 24 6. Segurança ... 24 7. Poder e influência face ao exterior ... 25 ENUMERAR AS DESVANTAGENS DO GRUPO ... 25 1. Tomadas de decisão empobrecidas ... 25 2. Pensamento de grupo ... 25 3. Transformação do eu em nós ... 25 IDENTIFICAR OS COMPORTAMENTOS DE UM BOM PARTICIPANTE NO GRUPO ... 25 1. Cooperar ... 25 2. Respeitar os outros ... 26 3. Integrar-se totalmente no grupo ... 26 4. Servir o grupo, sem perder a sua individualmente ... 26 5. Não ser conformista ... 26 IDENTIFICAR E CARACTERIZAR OS VÁRIOS COMPORTAMENTOS NEGATIVOS DO INDIVIDUO, QUANDO INSERIDO NO GRUPO ... 26 1. Comportamento NEGATIVO ... 27 2. Comportamento de FANTASIA ... 27 3. Comportamento AGRESSIVO ... 27 4. Comportamento de IDENTIFICAÇÃO ... 27 5. Comportamento de PROJEÇÃO ... 27 6. Comportamento REGRESSIVO ... 27 7. Comportamento de DESLOCAÇÃO ... 27 8. Comportamento de RACIONALIZAÇÃO ... 28 9. Comportamento OBSESSIVO ... 28 ENUMERAR AS CONSEQUÊNCIAS DA IDENTIFICAÇÃO DO OBJECTIVO DO GRUPO COM AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS ... 28 EXPLICAR A IMPORTÂNCIA DA IDEOLOGIA DO GRUPO ... 29 A justificação serviu para reduzir o estado de dissonância, porque não aconteceu aquilo que previam.Técnicas de Intervenção Policial ... 30 TEORIA DA ORDEM PÚBLICA ... 31 Ordem Pública – é o ponto de equilíbrio entre a desordem suportável e a ordem indispensável ... 31 Classificação dos Serviços de Ordem ... 31 Serviços de Ordem Neutros ... 31 Serviços de Ordem Neutro/Defensivos ... 31 Serviços de Ordem Defensivos ... 32 Serviços de Ordem Ofensivos ... 32 Emprego dos meios considerados violentos ... 33 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA EQUIPA DE INTERVENÇÃO RÁPIDA ... 33Coluna por dois ... 33Linha simples ... 33Linha dupla ... 33Diamante ... 33Cunha ... 33Cunha Invertida ... 34 Sinalética ... 34 DIPOSITIVOS FIXOS ... 34 Alas ... 34 Barragens ... 34 Cordões Estáticos ... 34 DISPOSITIVOS MÓVEIS ... 34 Cordões de marcha ... 34 Escoltas ... 34 Corte ... 34

(4)

Vagas de dispersão (carga) ... 34 INCIDENTES TÁTICO-POLICIAIS ... 35 NEP AUOOS/DO/02/15 – LAGARTAS ... 35 O uso de lagartas deve obedecer, cumulativamente as seguintes condições: ... 35 Uso de lagartas em operações STOP: ... 35 Procedimentos de perseguição ... 35 QUESTÕES ... 36

(5)

Deontologia Policial

“Os profissionais da PSP e de todas as organizações de excelência, devem ser dotados de competências que lhes permitam saber trabalhar em equipa". Qual a importância do trabalho em equipa? Resulta da necessidade que o homem tem tido ao longo dos séculos de reunir esforços para assim poder alcançar objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou que o seriam de forma mais trabalhosa, demorada ou inadequada. Será que um aglomerado de pessoas e uma EQUIPA terão o mesmo significado? Em contexto laboral serão a mesma realidade? A resposta é NÃO! Por exemplo: • “Um aglomerado são todas as pessoas que vão ao cinema para assistir ao mesmo filme. Elas não se conhecem, não interagem entre si, mas o objetivo é o mesmo: assistir ao filme”. • “Já a EQUIPA pode ser o elenco do filme: Têm um líder/realizador, definiram uma estratégia, uma tática e partilharam uma união de esforços para atingir uma meta específica (produzir um bom trabalho – um bom filme) ”.

Uma EIR deve ser orientada por cinco princípios básicos: Liderança, união, disciplina, trabalho e profissionalismo, de modo a alcançar o sucesso - Serviço de excelência. TRAÇOS ÉTICO-DEONTOLÓGICOS que deverão caracterizar uma EIR de excelência: • Existência de um bom líder (Chefe da EIR); • Respeito pelos valores ético-deontológicos do serviço policial; • Respeito pela dignidade da Pessoa Humana; • Gosto pelo trabalho em equipa; • Ênfase no “nós” (passagem do “eu” para o “nós”); • Contrariar a existência de “subgrupos” desestabilizadores no interior da EIR; • Conjugação de esforços para criar um ambiente de trabalho saudável; • Capacidade para em conjunto saber lidar e ultrapassar conflitos internos; • A EIR deverá cultivar uma boa imagem, interna e externa, baseada na sua competência e qualidade de trabalho; • Deverá saber maximizar as competências de cada um dos polícias e colocá-las ao serviço da EIR (dos cidadãos que serve); • A EIR deve ser capaz de conviver e potenciar as diferenças de personalidade; • Deverá saber estimular a criatividade; • Todos devem saber muito claramente qual o seu papel ou função a desempenhar na equipa em cada momento; • Capacidade de autocrítica construtiva; • O efetivo deve ser capaz de saber fazer a sua autoformação e integrar de forma empenhada a formação/treino em equipa; • Os sucessos o os fracassos devem ser sempre de toda a equipa;

• Todos devem ser capazes de saber identificar e lidar com as suas emoções e as dos colegas e potencia-las sempre em benefício da equipa (medo, alegria, tristeza, saudade, ira, problemas familiares, etc.);

(6)

• A equipa deve ter capacidade de saber estabelecer uma boa comunicação entre si, com os seus pares, superiores hierárquicos e público;

• A equipa deve ser capaz de “saber rir” e “saber chorar” em conjunto;

• A equipa deve cultivar a verdade, a lealdade, a justiça e a interajuda visando a resolução eficiente e eficaz das tarefas.

• A equipa deve cumprir sempre escrupulosamente as leis, as determinações e as ordens dos superiores hierárquicos em matéria de serviço;

• Saber cultivar a responsabilidade individual, e coletiva;

• No serviço todos se deverão empenhar, modo empregando o máximo das suas potencialidades pessoais e profissionais;

• Todos devem ser capazes de sacrificar o seu interesse pessoal sempre que o mesmo for incompatível com o interesse da equipa; • Numa EIR todos devem ter sempre presente o lema “existimos para servir”; • A EIR deve guiar-se na base da eficiência (combater os desperdícios) em relação à utilização dos recursos disponíveis (meios materiais e humanos); • A EIR deverá saber cultivar a camaradagem, a cooperação e a solidariedade entre os polícias e ser capaz de se auto motivar; • A EIR deverá ser disciplinada, acatando ordens e fazendo-as cumprir; • A EIR deverá ter sempre presente a importância de garantir a sua segurança porque só assim poderá cumprir com os objetivos previamente definidos; • No exercício das suas funções os membros de uma EIR JAMAIS deverão confundir os conceitos de violência com o de aplicação da força, tendo em conta os requisitos legais; • No exercício das suas funções uma EIR deverá ter sempre em linha de conta as suas funções de disciplinadora social (combater os desvios sociais), sobretudo os crimes; • As rivalidades com as outras EIR (s) só serão saudáveis se lhes estiver subjacente a realização de um SERVIÇO DE EXCELÊNCIA, baseado no profissionalismo, responsabilidade, lealdade, honestidade, justiça, solidariedade, verdade, humildade, aprumo, entre outros valores, e com a consciência de que presta um bom serviço à PSP e a PORTUGAL tornando-se um espaço de realização profissional. PRINCÍPIOS DEONTOLÓGICOS a observar obrigatoriamente em qualquer intervenção policial (EIR): 1) A Autoridade legítima; 2) A Correção na atuação; 3) A Adequação, necessidade e proporcionalidade no uso da força; 4) A Assistência médica a vítimas (detidos ou não); 5) A Informação aos superiores hierárquicos. 1) A AUTORIDADE LEGÍTIMA Os polícias (Agentes da Autoridade e OPC), no cumprimento das atribuições e competências previstas na LOPSP, estão investidos de AUTORIDADE. Então o que é a AUTORIDADE? A autoridade de um polícia no exercício de funções, decorre do poder que lhe foi confiado pelo Estado/Lei e confere-lhe o dever de dar ordens (legais e em matéria de serviço) e a obrigação de fazê-las cumprir, em representação do Estado, isto é, ao serviço da segurança pública. É muito fácil ser-se Polícia num regime não democrático, onde a violência é sinónimo de força, valendo todo o tipo de atrocidades, praticadas pelas Forças de Segurança, contra o povo, desde que tais violações dos

(7)

Direitos Liberdades e Garantias sejam adequadas a manter o poder político instituído (ditadura), “status quo”. Nos regimes democráticos os poderes dos Órgãos de Soberania, a Lei e a autoridade policial é legítima, decorrente da Soberania Popular. O profissionalismo exigido ao polícia (EIR) impõe-lhe a obrigatoriedade de conseguir encontrar o ponto de equilíbrio entre o exercício da autoridade, tendo por vezes de recorrer ao uso da força e simultaneamente, garantir a os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos. Em suma: Todas as intervenções policiais da (EIR) têm de cumprir escrupulosamente a LEI (legítimas). A Autoridade Legítima dos polícias da qual decorre as suas ordens, no âmbito das competências da PSP, impõe o dever de cumprimento/obediência dos cidadãos. Daqui resulta um compromisso “Polícia/Estado por um lado e Cidadãos/Sociedade” baseado no Estado de Direito Democrático. A arbitrariedade, e todas as práticas ilegais, cometidas pelas Forças de Segurança (abuso do poder) contra pessoas, acarretam para os polícias, três tipos de responsabilidade: criminal, civil e disciplinar.

A violação dos deveres de boa conduta social, por parte dos cidadãos, tutelados nas atribuições e competências da PSP, impõem aos polícias que cumpram os seus deveres profissionais/legais, exigindo a esses pessoas RESPONSABILIDADE criminal, civil, contraordenacional e disciplinar, em certos casos. 2) A CORRECÇÃO NA ACTUAÇÃO Os polícias em serviço numa EIR, DEVEM agir sempre com: → Determinação - capacidade para ultrapassar as dificuldades, não desistir, perder uma batalha não é sinónimo de perder a guerra, propósito de cumprir a missão, alcançar os objetivos a que nos propomos, se necessário, com suor e lágrimas);

→ Prudência - moderação, cautela na tomada de decisões, evitar riscos desnecessários, salvaguardar a sua individual e da equipa. “A prudência é a mãe da segurança”;

→ Tolerância - capacidade de conviver com as diferentes culturas, usos, religiões, formas de pensar e tradições (portuguesas e estrangeiras), desde que não colidem com a liberdade de terceiros nem com a lei. Ser tolerante promove a integração social, o respeito mútuo e diversidade cultural. O polícia não pode ser etnocêntrico. → Serenidade - tranquilidade, resistência à provocação, calma, sangue-frio e a imperturbabilidade que se exige aos polícias de uma EIR em intervenções de grande tensão/stress e risco); → Bom senso - equilíbrio na tomada de decisões ou julgamentos, de acordo com a singularidade das diferentes situações que se nos apresentam (EIR). → Funda-se no senso comum, isto é, no conjunto de opiniões ou ideias que são geralmente aceites pela maioria das pessoas, num determinado tempo e espaço. → Auto domínio - capacidade de dar ordens a si mesmo e obedecer-se, de acordo com o que “deve ser”. Domínio das nossas emoções (ansiedade, medo, alegria, ira, tristeza etc.);

→ Preservar a confiança, a consideração e o prestígio inerente à função policial - lembrar o lema “existimos para o servir” e o “serviço de excelência”. A confiança solidifica as boas relações polícia-cidadão. O prestígio da PSP também decorre das boas relações públicas/boa imagem, que cada um dos polícias cultiva diariamente no policiamento de proximidade. → Tratar com cortesia e correção todos os cidadãos (independentemente da nacionalidade, etnia, cor de pele, credo religioso ou outras diferenças culturais. Agir sem preconceitos racistas, xenófobos ou anti semitas. Proteger os mais vulneráveis (idosos, crianças e doentes). É uma boa prática tratar todas

(8)

as pessoas por “senhor ou senhora”. Evitar o tratamento por “você” e por “tu”. O cumprimento deverá ser feito através da respetiva continência, por razões de higiene mas sobretudo, para salvaguardar a nossa própria segurança).

A atuação da (EIR) deverá pautar-se por critérios de justiça, objetividade, transparência e rigor.

Ao ser justa basear-se em critérios da legalidade, igualdade e equidade. A objetividade centrar-se na realidade e não em interpretações parciais, Imprecisas ou subjetivas. A transparência proporciona aos outros um livre escrutínio do trabalho policial, garantindo não ter deixado dúvidas quanto à sua legalidade, adequação dos meios empregues, eliminando “zonas nebulosas” ou inexplicáveis à luz da lei e das boas práticas. O rigor prende-se com os detalhes a observar, com o estudo minucioso e prévio das intervenções policiais, com as metodologias adequadas (técnicas e táticas). É o oposto ao que vulgarmente se designa de “fazer em cima do joelho”. 3) A LEGALIDADE, NECESSIDADE E PROPORCIONALIDADE NO USO DA FORÇA (Art.º 8.º DO CDSP).

São critérios de cumprimento obrigatório em todas as intervenções policiais (EIR), sempre que seja necessário recorrer ao uso da força, isto é, aos meios coercivos. Em matéria de armas de fogo importa ainda refletir sobre: 1) Acidentes com pistolas individuais, resultantes da violação das regras de segurança, fora do horário de serviço. 2) Utilização inadequada da arma de fogo (violando as regras de segurança) em instrução e formação de tiro; 3) Consequências. PONTO 1 As armas de fogo devem considerar-se sempre carregadas. O mero manuseamento das armas de fogo (operações de segurança, limpeza, introdução e extração do carregador, etc.) exige concentração do polícia e só pode ser feito em locais adequados para o efeito. O manuseamento das armas de fogo será um assunto do foro individual de cada polícia? Ou também dirá respeito a todos os restantes polícias que se encontram nas imediações bem como de familiares e outras pessoas que também podem ser vítimas de disparos furtuitos? Considerando o elevado número de acidentes que se têm verificado, com mortes, feridos e danos materiais, no próprio e em terceiros, trata-se claramente de um problema que respeitante a todos porque também somos potenciais vítimas. Juntar armas de fogo com o consumo de álcool, substâncias psicotrópicas, certos tipos de medicação e situações de descontrolo emocional, é uma “mistura explosiva” e mortífera. Sempre que seja detetado o manuseamento da arma de fogo fora das regras de segurança, tem existir uma intervenção imediata de qualquer colega que estejam por perto, de modo a evitar acidentes.

PONTO 2

Em instrução de tiro nunca poderá haver lugar a qualquer tipo de brincadeiras. Têm de ser escrupulosamente cumpridas todas as instruções do formador. Exige-se a máxima concentração de todos os formandos.

(9)

Sempre que um polícia considere que não se encontra em condições (físicas, emocionais, de saúde, cansaço extremo, sob o efeito de medicação que perturbe os seus reflexos ou discernimento, entre outas) de efetuar a formação de tiro em condições de segurança, deverá informar superiormente, de modo a salvaguardar a sua própria segurança, a dos restantes colegas e formadores. PONTO 3 Os acidentes resultantes de um manuseamento das armas de fogo fora das condições de segurança, (muitas vezes deixadas ao alcance de crianças), matam e ferem pessoas, afetam psicologicamente toda a comunidade policial e o próprio autor do acidente, destroem famílias, publicitam negativamente a imagem da PSP nos órgãos de comunicação social e exigem dos culpados responsabilidade criminal, civil e disciplinar.

4) ASSISTÊNCIA MÉDICA A VÍTIMAS (DETIDOS OU NÃO)

Sempre que os polícias em serviço numa EIR tenham de utilizar os meios coercivos, deverão, logo que imediatamente possível, providenciar a assistência médica às pessoas feridas, transportando-as diretamente ao hospital ou chamar os meios de socorro para o local do incidente policial. 5) INFORMAÇÃO AOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS Deverá obedecer aos seguintes requisitos: → Verdade - circunstâncias dos acontecimentos, êxitos, fracassos e responsabilidades a assumir; → Oportuna - em tempo útil (atual), de modo a que os superiores hierárquicos se mantenham

informados para poderem decidir bem;

→ Clara e rigorosa - objetiva, redigida em bom português, pormenorizada e bem fundamentada juridicamente, se necessário;

EXPEDIENTE, SIGILO, ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, SUGESTÕES E CRÍTICAS

A informação formal prestada aos superiores hierárquicos materializar-se no respetivo expediente. Se a informação tiver caráter de urgência, poderá ser transmitida por qualquer meio, incluindo a transmissão verbal, pessoalmente. A segurança da comunicação deverá ser idónea a garantir o sigilo profissional. Os polícias duma (EIR) não podem aos prestar informações ou esclarecimentos em matéria de serviço, aos órgãos de comunicação social, EXCEPTO se estiverem superiormente autorizados para esse efeito. No briefing das intervenções policiais deverão ser apresentadas sugestões e críticas para melhoramento do desempenho da equipa. ENTIDADES NACIONAIS E EUROPEIAS TODO O SERVIÇO POLICIAL tem de obedecer ao princípio da transparência PORQUÊ?

Porque é esse o nosso dever e ainda porque está permanentemente sujeito a um rigoroso escrutínio (fiscalização) de várias entidades nacionais e europeias! A que entidades nos referimos? Formais: 1. O TEDH (Tribunal Europeu dos Direitos do Homem); 2. CPT (Comité Europeu para a Prevenção da Tortura);

(10)

3. As Autoridades Judiciárias (crimes); 4. Provedoria de Justiça; 5. A IGAI (Inspeção Geral da Administração Interna). 6. A IPSP (Inspeção da Polícia de Segurança Pública; 7. Os superiores hierárquicos (Cadeia de Comando). 1. O TEDH (TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM) Estrasburgo – França É o mais importante do mundo em matéria de Direitos do Homem com uma produção de decisões de aproximadamente 800 acórdãos por ano. O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem é a mais alta instância jurisdicional europeia, com jurisdição sobre 800 milhões de europeus em 47 países da Europa, de Portugal à Rússia, da Islândia à Turquia. É composto por 47 juízes, tantos quantos os membros do Conselho da Europa. O TEDH foi criado pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem, aprovada depois da 2.ª GGM, no seio do Conselho da Europa. É o ÓRGÃO FISCALIZADOR do cumprimento das obrigações decorrentes da Convenção Europeia dos Direitos do Homem nos países membros do Conselho da Europa. Os assuntos submetidos à sua jurisdição dizem respeito a violações: • Direito à vida, • Direito à integridade física, • Direito à segurança, • Direito ao processo justo, • Princípio da legalidade, • Direito ao respeito pela vida privada e familiar, • Liberdade religiosa, • Liberdade de expressão, • Liberdade de imprensa, • Liberdade de associação, • Liberdade de ensino, • Direito à propriedade, entre outros. Tramitação do processo Qualquer cidadão ou pessoa coletiva sob a jurisdição de um Estado-Membro poderá apresentar uma queixa no TEDH por ações ou omissões dos deveres desse Estado em matéria de violação dos DH protegidos pela Convenção, depois de esgotados, no seu país, todos os meios de recurso, vias judiciais ou administrativas que a lei lhe faculta para tentar remediar tal violação. Caso se prove a culpa do Estado-Membro (este está obrigados a facultar todos os dados necessários à boa apreciação do caso pelo TEDH), o EM está obrigado à reparação dos prejuízos causados à vítima e ao pagamento de uma multa. Em matéria de violação de DLG - Ex: Ações policiais não averiguadas ou mal averiguadas, processos prescritos injustificadamente, falhas graves na apreciação da prova, etc. 2. CPT (COMITÉ EUROPEU PARA A PREVENÇÃO DA TORTURA) O nome completo do CPT é “Comité Europeu para a Prevenção da Tortura e das Penas ou Tratamentos Desumanos ou Degradantes”.

(11)

Esta designação realça dois aspetos fundamentais: em primeiro lugar, a sua cobertura europeia e, em segundo lugar, o seu âmbito não só contra os atos de “tortura” como também contra toda uma série de situações que podem constituir “penas ou tratamentos desumanos ou degradantes”. Prevenção de maus-tratos a pessoas privadas de liberdade na Europa O CPT organiza visitas a locais de detenção a fim de avaliar a forma como são tratadas as pessoas privadas de liberdade. Nestes locais incluem-se as prisões, centros tutelares educativos e de acolhimento de menores, esquadras de polícia, centros de retenção para imigrantes estrangeiros, hospitais psiquiátricos, lares sociais, etc.

As delegações do CPT gozam de acesso ilimitado aos locais de detenção e têm o direito de neles se movimentar sem restrições. Conversam, em privado, com as pessoas privadas de liberdade e podem entrar em contacto livremente com qualquer indivíduo ou entidade que lhes possa fornecer informações. Após cada visita, o CPT envia um relatório pormenorizado ao Estado em questão. Este relatório reúne as conclusões do CPT, assim como as suas recomendações, comentários e pedidos de informação. O CPT solicita também uma resposta detalhada sobre as questões levantadas no seu relatório. Aqueles relatórios e estas respostas fazem parte do diálogo contínuo com os respetivos Estados. Caso um Estado não coopere ou se recuse a melhorar a situação à luz das recomendações do CPT, o Comité pode decidir fazer uma “declaração pública”. Além disso, o CPT elabora e publica anualmente um “Relatório Geral” sobre as suas atividades. 3. AS AUTORIDADES JUDICIÁRIAS (CRIMES) Juiz de julgamento / Juiz de Instrução / Ministério Público No exercício das funções policiais, o pessoal da PSP está obrigado a responder criminalmente pelas suas ações ou omissões de natureza criminal. Daqui decorre responsabilidade criminal. Poderá existir, além da responsabilidade criminal, responsabilidade civil decorrente da prática de um crime. 4. PROVEDORIA DE JUSTIÇA CRP - Artigo 23.º (Provedor de Justiça) 1. Os cidadãos podem apresentar queixas por ações ou omissões dos poderes públicos ao Provedor de Justiça, que as apreciará sem poder decisório, dirigindo aos órgãos competentes as recomendações necessárias para prevenir e reparar injustiças. Os órgãos e agentes da Administração Pública cooperam com o Provedor de Justiça na realização da sua missão. Compete ao Provedor de Justiça receber queixas de violações dos direitos e liberdades fundamentais, apurar a sua proveniência e verdade e tomar providências capazes de fazer cessar os abusos dos particulares ou das autoridades por eles responsáveis. Compete ainda ao Provedor de Justiça promover entendimentos com o Governo e os organismos públicos, relativamente à ação das autoridades e seus agentes que se revelem incapazes de assegurar a proteção da pessoa humana, cooperar com os mesmos na reforma dos respetivos serviços e na melhor preparação profissional e cívica dos elementos que os compõem.

(12)

É ainda da sua competência recomendar ao Governo a organização de processos disciplinares, para, apuradas as respetivas responsabilidades, levar a cabo a punição dos funcionários, de qualquer categoria ou serviço, que tenham praticado atos violadores dos direitos da pessoa humana. 5. A IGAI (INSPEÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA) Externa às FS, está diretamente dependente do MAI, compete-lhe averiguar todas as notícias de violação grave dos direitos fundamentais de cidadãos por parte dos serviços ou seus agentes, que cheguem ao seu conhecimento (IGAI), e apreciar as demais queixas, reclamações e denúncias apresentadas por eventuais violações da legalidade e, em geral, as suspeitas de irregularidade ou deficiência no funcionamento dos serviços. A IGAI realiza inspeções regulares, mas realiza também ações de fiscalização sem aviso prévio em serviços e esquadras policiais, onde verifica as condições de funcionamento geral, o cumprimento das normas legais e os procedimentos aplicáveis e particularmente, as condições de detenção temporária e de tratamento de detidos, pretendendo prevenir a prática de maus tratos e outros abusos. Nos casos de maior gravidade, de maus-tratos policiais, de tortura, ofensas corporais ou morte de cidadãos, a IGAI procede diretamente aos inquéritos e processos disciplinares e propõe ao MAI a aplicação das sanções individuais. Compete-lhe ainda participar aos órgãos competentes para a investigação criminal os factos com relevância jurídico-criminal e colaborar com as AJ sempre que tal lhe for solicitado. 6. A IPSP (INSPEÇÃO DA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA) Em todas as ações inspetivas é elaborado um relatório final, a apresentar num prazo máximo de 30 dias à entidade que determinou a ação. Artigo 25.º - Inspeção - LOPSP Consoante a natureza, o âmbito e o objetivo, podem ser: gerais ou sectoriais genéricas ou temáticas TIPOS DE AÇÕES INSPETIVAS Extraordinárias As ações determinadas por despacho do DN e que podem ocorrer a qualquer momento, com ou sem aviso prévio Ordinárias As ações qie constam do plano anual de inspeções aprovados pelo DN

(13)

1 - A Inspeção é o serviço, diretamente dependente do diretor nacional, que exerce o controlo interno nos domínios operacional, administrativo, financeiro e técnico, competindo-lhe verificar, acompanhar, avaliar e informar sobre a atuação de todos os serviços da PSP, tendo em vista promover: a) A legalidade, a regularidade, a eficácia e a eficiência da atividade operacional, da gestão orçamental e patrimonial e da gestão de pessoal; b) A qualidade do serviço prestado à população; c) O cumprimento dos planos de atividades e das decisões e instruções internas. 2 - A Inspeção é dirigida pelo inspetor nacional.

→ O cargo de Inspetor da PSP é desempenhado por um oficial superior com o posto de Superintendente-Chefe.

→ Os Inspetores são em regra Subintendentes. Nas suas ações de fiscalização elaboram relatórios de inspeção.

→ No âmbito das suas funções a IGPSP efetua, em todos os departamentos e serviços da PSP, inspeções regulares mas também, fiscalizações sem aviso prévio.

→ O carácter destas inspeções é essencialmente pedagógico. Todavia, caso sejam detetadas responsabilidades de natureza criminal ou disciplinar, estas serão mencionadas nos relatórios de inspeção e comunicadas superiormente com vista ao apuramento de responsabilidades. 7. OS SUPERIORES HIERÁRQUICOS (CADEIA DE COMANDO) Artigo 3. Responsabilidade disciplinar (RDPSP) “ Os funcionários e agentes da PSP respondem perante os respetivos superiores hierárquicos pelas infrações disciplinares que cometam”.

Compete à PSP através da sua cadeia de comando a aplicação de sanções disciplinares e recompensas, decorrentes da responsabilidade disciplinar dos seus agentes policiais. Sempre que em processo disciplinar seja apurada ou haja suspeita de responsabilidade criminal a PSP está obrigada a dar conhecimento dos factos ao Ministério Público. Informais 1. A AI (Amnistia Internacional); 2. Órgãos de Comunicação Social; 3. Outros: APAV, Cidadãos, Redes Sociais, etc. 1. A AI (AMNISTIA INTERNACIONAL) A Amnistia Internacional é uma organização (internacional, não governamental), defensora dos DH, fundada em 1961, pelo advogado inglês Peter Benson. A AI só intercede a favor dos casos em que não tenha havido recurso a armas ou qualquer tipo de violência por parte das pessoas que se propõe defender. As secções locais (países) da AI não recebem casos relacionados com o seu país de origem de modo a garantir a sua imparcialidade na tomada de decisões. A AI atua enviando para o país violador dos DH, cartas, e-mails, faxes, recorre à comunicação social, contrata advogados para a defesa das suas causas e questiona o poder político e as suas organizações no sentido de obter respostas às questões por si colocadas. Todos os anos a AI elabora um relatório mundial, por países, onde relata as “cifras negras” em matéria de descriminação racial, linguística, xenófoba, de prisões políticas, torturas e execuções, entre outras.

(14)

O relatório anual de 2011 da Amnistia Internacional revela que, em Portugal, "não foram garantidas investigações rápidas, exaustivas e imparciais aos relatos de maus tratos por parte das forças de segurança". Os relatos de violência doméstica diminuíram ligeiramente quando comparados com 2009, mas as mortes aumentaram.

Portugal comprometeu-se a aumentar os esforços para garantir "investigações céleres, rigorosas e imparciais às suspeitas e/ou denúncias de maus tratos ou uso excessivo da força pelos corpos policiais". Contudo, de acordo com o relatório, pelo menos em dois casos, "houve muito pouco ou nenhum progresso no processo judicial sobre tais suspeitas e denúncias, vários anos depois da sua ocorrência". Em 1974, Sean MacBride, presidente da organização recebeu o Prémio Nobel da Paz. Três anos mais tarde a própria organização foi galardoada com o mesmo prémio. A AI e a PSP devem ser vistas como parceiros nesta causa comum e para o efeito, deve haver uma estrita colaboração entre os seus membros cujo farol é a luta em comum para a salvaguarda e garantia do exercício dos DLG. 2. ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A televisão, a rádio, os jornais, revistas (nacionais e internacionais) e a própria internet, são meios muito poderosos de transmissão de notícias, nas quais se incluem as que dizem respeito à atuação das forças policiais (muito especialmente as más). Muitas destas notícias constituem trabalhos de investigação jornalística.

A imagem (boa ou má) que a PSP tem perante os cidadãos passa também pelas notícias que são veiculadas pela CS. Os media, exercem uma poderosa ação de escrutínio (informal) de todo o trabalho policial.

Devemos estar sensibilizados para este poder, adotando sempre uma postura e intervenções policiais irrepreensíveis. Teremos de potenciar estes meios para levar ao cidadão aquilo que representa o nosso serviço de excelência e não o seu contrário. 3. OUTROS: APAV, CIDADÃOS, REDES SOCIAIS, ETC. A APAV através do apoio prestados às vítimas, sobretudo se se tratarem de vítimas de alegada violência policial. Os cidadãos através do seu sentido crítico. Daí decorrerá necessariamente uma maior ou menor confiança em relação ao trabalho das forças policiais. As redes sociais são um veículo de informação (por vezes viral) de difusão das intervenções policiais com tudo o que tal tem de positivo e negativo. Conclusão:

A melhor forma de lidarmos com toda esta pressão é fazermos um trabalho bem feito. Deverá ser transparente, isto é, um serviço de excelência, assente numa boa formação teórica, técnico-prática, numa boa condição física e ainda numa conduta ético-deontológica baseada em valores. É isso que se exige de todos NÓS POLÍCIAS. BOAS PRÁTICAS NO TRABALHO POLICIAL DIÁRIO 1. EFICIÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS

(15)

→ Em todas as organizações existem recursos.

→ Os recursos são escassos, isto é, não existem recursos ilimitados (utopia).

→ As fontes de financiamento dos recursos policiais, (materiais e humanos) são provenientes de impostos, e de empréstimos externos, os quais, são cada vez mais limitados e onerosos. → A boa ou má utilização/gestão/eficiência dos recursos da PSP é uma responsabilidade que incumbe a todos nós, desde o Exmo. Sr. DN/PSP, até ao agente mais moderno. Tipos de recursos • Humanos (pessoas, com o seu conhecimento e motivação).

• Materiais (financeiros, instalações, mobiliário, viaturas, armamento, equipamento, material informático e consumíveis, combustíveis, água, gás, eletricidade, papel, etc.). De que modo poderá o polícia, em qualquer tipo de serviço, fazer uma correta e adequada gestão/eficiência de recursos? (Importa-nos acima de tudo os recursos materiais já que a gestão dos recursos humanos não são da sua competência). RESPOSTA: EVITANDO E COMBATENDO OS DESPERDÍCIOS Bastam simples gestos como desligar uma luz, fechar uma torneira, aproveitar o verso de uma folha de papel já escrita, utilizar os meios informáticos, poupando papel (vertente ecológica), fazer uma condução auto adequada, cuidar devidamente do armamento e equipamento, das viaturas policiais, rádios, computadores, instalações, mobiliário, etc. (Meios financeiramente dispendiosos e com manutenções/reparações caras). É bom recordar que existem cerca de 23000 mulheres e homens na PSP e que estes pequenos gestos, quando praticados por todos, representam uma grande poupança financeira que poderá ser canalizada para a melhoria de salários, outras necessidades do serviço e condições de trabalho. Poupar/não desperdiçar, não dói nada! Carta Deontológica do Serviço Público Parcimónia – Os funcionários devem fazer uma utilização criteriosa dos bens que lhe são facultados e evitar o desperdício (…). A EFICIÊNCIA = PROFISSIONALISMO 2. EFICÁCIA DA AÇÃO POLICIAL A EFICÁCIA policial significa atingir os objetivos prévia e superiormente definidos, (estratégicos, táticos e operacionais) num determinado período de tempo.

Na vertente operacional, os objetivos são definidos ao nível de divisão/esquadra, significando o cumprimento das tarefas operacionais, a realizar nas respetivas áreas de intervenção, durante um determinado período de tempo. Em suma: 1. Ser eficaz significa alcançar os objetivos. 2. O que é importante é conseguirmos ser eficazes e simultaneamente, eficientes. “Fazer muito” com muitos meios e desperdício é fácil.

3. “Fazer muito” com os meios estritamente necessários (e sem desperdícios), exige muito profissionalismo, constituindo um DEVER de todos os profissionais da PSP.

(16)

3. SERVIÇO POLICIAL DE EXCELÊNCIA

Todas as organizações e a PSP não é exceção, procuram ser eficientes e eficazes mas isso não significa necessariamente que o seu produto final seja de EXCELÊNCIA. Padrões de excelência na PSP: • Objetivos estratégicos, táticos e operacionais bem definidos e exequíveis. • Alta qualidade da preparação teórica, técnica, prática, cultural, física e deontológica do pessoal da PSP. • Motivação e satisfação dos profissionais da PSP. • Comunicação eficaz (público interno e externo) incluindo as parcerias. • Rapidez na resolução das ocorrências policiais. • Atendimento personalizado e de qualidade. • Inovação e diversificação nos serviços prestados. • Crítica interna construtiva. • Capacidade de autoavaliação da nossa atividade, sabendo fazer as correções adequadas. • Dotação de meios materiais modernos e adequados ao cumprimento da missão. • Capacidade de eficiência e eficácia na utilização dos recursos (humanos e materiais).

A EXCELÊNCIA do SERVIÇO POLICIAL = ALTO GRAU de SATISFAÇÃO e CONFIANÇA que os PÚBLICOS EXTERNOS e as PARCERIAS depositam na PSP.

Psicossociologia

O QUE FAZER PARA TER SER BEM-SUCEDIDO NA MINHA EQUIPA? Os êxitos alcançados por uma equipa, são muitas vezes o espelho dos resultados obtidos. O dia-a-dia por si só dos profissionais de polícia não é fácil. O bem-estar no seio dos elementos constituintes de uma equipa é fundamental.

(17)

O sucesso numa equipa está na atitude, nos valores, nos relacionamentos interpessoais que os seus elementos demonstram no dia-a-dia. • Falar de colegas ausentes “boatos” • Rejeitar o trabalho em equipa • Ser antipático(a) • Deixar conflitos pendentes • Mau humor • Deixar de cultivar relacionamentos • Não ouvir os colegas • Não respeitar a diversidade • Apontar o erro do outro • Ficar nervoso(a) dentro da equipa No trabalho em grupo ou em equipa é comum fazer-se referência a certos aspetos característicos: • No trabalho em grupo o culpado é sempre fácil de apontar. Em equipa não existem culpados, mas a equipa como um todo falhou. • No trabalho em grupo o foco é na tarefa. Em equipa o foco é no resultado final • No trabalho em grupo a comunicação não é estimulada e é desconexa. Em equipa a comunicação é transparente e coletiva CONCEITO DE GRUPO (algumas características) Voltado para um mesmo objetivo, com papéis e funções definidos. Cada um trabalha por si, ninguém ajuda ninguém e a tendência é haver uma “competição” entre os membros (não tende a haver comunicação). As divergências em relação aos problemas de trabalho ou as diferenças dos valores pessoais de cada um, acabam por se manifestar no ambiente de trabalho. Quando as pessoas dirigem-se umas às outras é para fazer críticas ou dar opiniões ofensivas (não existe feedback).

Na equipa os membros estão voltados para os mesmos objetivos com papéis e funções bem definidas existindo, criatividade, sinergia, habilidades, troca de experiências, há transparência. Todos trabalham unidos, não para o mérito individual.

Os líderes encontram-se presentes a todo o momento, atuam próximos da equipa. As pessoas têm consciência de que todos os seus membros são igualmente importantes.

(18)

A diferença entre um grupo e uma equipe é importante, pois todas as equipas são grupos, porém, nem todos os grupos são equipas. Num grupo os membros dos mesmos podem desempenhar tarefas sozinhos; já numa equipe os integrantes dependem uns dos outros para executarem as tarefas. Características, que os constituintes das equipas EIR acharam de mais relevantes por forma a elevar o seu desempenho:

• Ao nível individual: são a segurança no exercício das tarefas, interação no grupo/bom relacionamento interpessoal, humildade e tolerância para com os outros e satisfação intrínseca e motivação expressa.

• Ao nível função grupo: coesão forte e espírito de equipa, sentimento de camaradagem, consciência da sua condição coletiva, partilha de informações e forte interação interna.

• Ao nível da organização: atribuição de recompensas justas, valorização de ações de formação ministradas, aplicação de método de avaliação coerente e equilibrado, presença de clima organizacional favorável e valorização do grupo na organização;

• Ao nível da liderança: capacidade de estimular/motivar o grupo, forte na criação de espírito de grupo, estímulo à partilha e interação no grupo; • Ao nível dos fatores externos: motivação extrínseca.

A INTERVENÇÃO (POLICIAL) COM AS MULTIDÕES

EMOÇÕES • Tem um princípio e um fim, variam de intensidade, o que nos permite distinguir, por exemplo, o receio do medo ou do terror. • Refletem-se em alterações corporais • Não são determinadas pelos factos, mas pela interpretação dos factos. Surgem a propósito de uma acontecimento, pessoa, situação, recordação ou ideia. O polícia não é destituído de emoções. O autocontrolo ganha-se através de uma aprendizagem assente na prática da vida e no confronto de experiências, A falta de controlo emocional pode atrapalhar e muito um profissional, é necessário pessoas equilibradas que saibam administrar o que acontece seja na esfera privada ou na profissional. Quando alguém exagera nas suas emoções, por exemplo em momentos de stress, é comum empregar palavras menos apropriadas ao contexto vivenciado. As emoções diferem de situação para situação, as reações variam de pessoa a pessoa, no entanto, quando vividas por um grupo de pessoas tem um efeito de bola de neve. O comportamento do indivíduo poderá ser alterado quando está em grupo.

Quando alguém exagera nas suas emoções, por exemplo em momentos de estresse, o que tende a acontecer? O nosso equilíbrio emocional está dependente do conhecimento que temos dos nossos estados internos e da influência que estes têm sobre o nosso pensamento, comportamento e atitudes, (visão, audição, tato, paladar e olfato). Para conseguir esse auto controlo, é necessário focalizarmos a nossa atenção e concentrarmo-nos naquilo que é realmente importante ao momento.

(19)

O estudo sobre o comportamento coletivo dedica-se ao comportamento das multidões a fenómenos de massa, a públicos concretos ou a movimentos sociais, focalizando as questões da desorganização e da emoção.

Uma das grandes preocupações da PSP e da ordem pública, com vista a manutenção da mesma, foi compreender como é que emergem as multidões. Segundo Gustave Le Bom a alma da multidão era detentora de um conjunto de características: • Fim da personalidade consciente; • Predomínio da personalidade inconsciente; • Orientação por sugestão e contágio de sentimentos e ideias que apontam em uma só direção; • Tendência para converter em atos as ideias sugeridas; • Indivíduo deixa de constituir um “eu”, passa a agir como autômato sem vontade própria. CONTROLO de MULTIDÕES Contacto com os organizadores e líderes do protesto ou greve. Educação versus subserviência Designar uma área específica para que o evento aconteça Os profissionais de polícia devem estar conscientes de alguns fatos tais como: → As pessoas em multidões não conseguem mexer-se rapidamente, de forma que a mensagem para a mudança de direção do percurso ou local necessita de algum tempo para que seja entendida por todos os indivíduos; → As pessoas em multidões são indivíduos responsáveis, que esperam e merecem ser tratados como tal. Os indivíduos não devem ser tratados como um grupo. → A força policial encarregue de controlar a rebelião deve manter-se em formação cuidadosa e agir com precisão. → A polícia não tenta prender cada um dos desordeiros, a multidão nunca é retida. → Os primeiros alvos são os que lideram a rebelião, pois, geralmente, a multidão dispersa-se sem a presença dos seus líderes para induzi-los e encorajá-los. Uma atuação inoportuna, imprópria ou mal executada, originará um agravamento da situação. As forças de segurança devem evitar impor um grau de controlo para além das suas capacidades reais. FATORES PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS Número - A consciência que os integrantes de um agrupamento humano têm do valor numérico da massa que a constitui influi-lhes uma sensação de poder e segurança. Sugestão - Os elementos constituintes de um agrupamento são sugestionados Contágio - as ideias difundem-se e a influência transmite-se de indivíduo para indivíduo. Anonimato - sentir-se irresponsável pelos seus atos, quaisquer que estes sejam. Expansão das emoções reprimidas - Preconceitos e desejos insatisfeitos, normalmente contidos, expandem-se logo nos agrupamentos humanos.

(20)

Imitação - O desejo irresistível de imitar o que os outros estão a fazer poderá levar o indivíduo a tornar-se parte integrante de uma multidão em desordem. Quando integrados num dispositivo de ordem pública, nunca devem discutir ou dialogar com a multidão e muito menos manifestar simpatia ou partidarismo por qualquer grupo em conflito. Os elementos interpelados pela comunicação social não devem mostrar rispidez, antes pelo contrário. No entanto, não prestarão declarações e indicarão o responsável que está autorizado a fazê-lo (elemento das relações públicas ou o comandante da força).

O Agente policial integrado numa equipe de controlo da ordem pública deve estar bem equilibrado emocionalmente por forma a:

→ Decidir ante as situações adversas vivenciadas

→ A constante mobilização e desmobilização em prontidões, nem todos os agentes policiais conseguem viver a ansiedade de estar em constante iminência de atuar e não atuar.

O Agente policial integrado numa equipa de controlo da ordem pública deve estar bem equilibrado emocionalmente pelo que deve: → Ser possuidor de coragem, ser detentor de uma energia moral ante o perigo, a fim de combater a ousadia do oponente. O agente policial deve apresentar boa perseverança e paciência, a fim de aumentar a possibilidade de lograr êxito num possível confronto NORMAS DE CONDUTA INDIVIDUAL DURANTE A AÇÃO Torna-se necessário que a atuação de cada um dos elementos da força seja regulada por: → Bom Senso → Calma e Sangue Frio → Isenção → Firmeza de Atitudes → Disciplina Forte e Conhecimento da Missão Geral Situações que podem conduzir à alteração da ordem pública: → Sociais e psicológicas → Económicas → Políticas → Desastres ou calamidades → Falta ou quebra de autoridade

(21)

Comunicação e Atendimento

GRUPO Conjunto limitado de pessoas, unidas por objetivos e características comuns que desenvolvem múltiplas interações entre si. O grupo humano tem: • Uma estrutura; • Durabilidade no tempo; • Uma certa coesão; • Um conjunto de normas. Na presença de um conjunto de pessoas, nem sempre se pode chamar um grupo. • Um grupo de pessoas que esperam um autocarro não formam propriamente UM GRUPO, porque apesar de terem um objetivo comum (apanhar o autocarro), não estabelecem relações entre si. • As pessoas que se encontram numa festa podem comunicar entre si e estabelecer relações, mas não formam UM GRUPO, porque a sua relação é momentânea e não tem um carácter de permanência. O GRUPO é muito mais do que a soma de todos os indivíduos que o compõem. No seio do grupo, as pessoas desenvolvem a sua estrutura pessoal através da troca de ideias e do diálogo.

O GRUPO pensa e age de modo diferente de qualquer um dos seus elementos considerados individualmente. Cria-se uma consciência coletiva que não é igual à soma das consciências individuais. O facto do GRUPO se constituir com determinados objetivos gera, entre os que o compõem, um fenómeno de interação que faz com que se influenciem reciprocamente. A homogeneidade do grupo, não deverá anular a heterogeneidade daqueles que o compõem. CARACTERIZAR AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO GRUPO E O ESPÍRITO QUE NELE SE DESENVOLVE Os membros do grupo, quando se propõem realizar uma tarefa comum, apresentam uma certa coesão que os força a agir na consecução dos objetivos mantendo-os unidos, isto é, coesos.

Uma das condições básicas para que os membros do grupo cooperem é a CONFIANÇA que se deverá desenvolver entre eles. Várias experiências (Loomis, 1967) mostraram que, quando os parceiros de um jogo não se vêm nem se conhecem, tendem a aumentar a sua rivalidade. O paradigma que serviu de estudo a este problema da cooperação, competição e rivalidade foi uma velha história grega conhecida pelo «DILEMA DO PRISIONEIRO». A história conta que, dois prisioneiros, estavam presos em duas alas diferentes de um castelo, e ambos recebem a informação de que nessa noite podem fugir. Cada um recebe a chave de uma cavalariça, encontrando-se em cada uma delas, um cavalo velho. Porém, foram informados que se os dois se dirigissem para uma outra cavalariça, com as duas chaves, poderiam abrir a porta onde se encontrariam dois cavalos novos e fogosos. O problema consiste em saber se cada um deles, tem a confiança suficiente no outro, para se dirigir a essa cavalariça. Trata-se de um DILEMA porque, ou os dois confiam um no outro e poderão fugir sem problemas, ou cada um pensa em si e corre o risco de ir buscar o cavalo velho, mesmo sabendo que não os poderá levar para longe. Se confiarem um no outro, poderão fugir os dois com os cavalos novos e fogosos. Estes prisioneiros dificilmente confiariam um no outro porque não se conhecendo, não desenvolveram qualquer experiência interativa.

(22)

Nos grupos, onde a COOPERAÇÃO é elevada, as pessoas sentem-se motivadas pelo trabalho produzido e mantêm um alto nível de frequência de comportamentos que as levam à solução de problemas. Quando um COMPORTAMENTO INDIVIDUAL é importante para o sucesso do grupo o indivíduo sente-se apoiado e aprovado pelos restantes membros do grupo. Tal facto tende a aumentar o seu desempenho. O bom contributo de um membro do grupo conduz os restantes, a reforçarem ainda mais o seu desempenho. A COMPETIÇÃO não anula a COOPERAÇÃO no seio do grupo. Pelo contrário esta, quando não é exagerada, mas sim moderada, satisfaz os participantes do grupo e aumenta o seu desempenho. De um modo geral, a competição aumenta a interação e o dinamismo do próprio grupo.

No grupo, podemos distinguir os comportamentos relacionados com a TAREFA e os comportamentos relacionados com a MANUTENÇÃO. O grupo existe em função da necessidade de se executar uma tarefa comum e da necessidade de se manter coeso em unidade de trabalho. Cada membro do grupo tem uma função, ou seja, desenvolve determinado papel relativamente à tarefa a realizar. COMPORTAMENTO DE TAREFA

• É algo que se pretende realizar - planificar uma reunião, resolver um problema, construir uma empresa, etc. O grupo procura realizar essa tarefa e, enquanto isso não acontece, os seus membros estão tensos e ansiosos. COMPORTAMENTO DE MANUTENÇÃO • Resulta da necessidade de se desenvolver e manter relações de trabalho satisfatórias, que facilitem a realização da tarefa. A manutenção refere-se ao modo como as pessoas se relacionam entre si enquanto trabalham. AVALIAR O NÚMERO IDEAL DE MEMBROS DE UM GRUPO DE TRABALHO O elevado número de elementos, no grupo, aumenta os problemas interpessoais, diminui a unidade de ação e a realização da tarefa. A partir de um certo número, a produtividade do grupo é inversa ao número dos seus participantes. • Um grupo de dois elementos é eficaz quando, entre eles, existe uma certa intimidade, isto é, cada um conhece o outro de forma aprofundada. O seu trabalho é eficaz na procura de ideias ou soluções quando entre os dois existe uma grande amizade e confiança recíproca. • Um grupo de três elementos é útil e produtivo quando é necessário resolver problemas precisos, e de certo modo, definidos (Anzieu, 1964). Quando se trata de tomar decisões, o grupo de três é menos produtivo do que um grupo de 5 ou 6 elementos. • O grupo de 5 ou 6 elementos, parece ser, segundo as experiências, o mais produtivo e o mais rico em interações. Neste caso, é possível a divisão de trabalho e todos poderão intervir e expressar-se o mais possível, sem que se perca a visão de conjunto e o objetivo do grupo.

• Os grupos com mais de 6 elementos perdem a sua unidade no plano da amizade, no plano das relações interpessoais, na cooperação e no plano da ação.

Os elementos do grupo não têm necessariamente de ter estruturas pessoais semelhantes, para serem funcionais. Porém, a cooperação é dificultada, se pertencerem a culturas ou grupos sociais muito diferentes.

(23)

O fundamental para o grupo é a confiança interpessoal e a motivação para a realização de uma tarefa comum. AVALIAR A IMPORTÂNCIA DA COESÃO DO GRUPO Festinger (1950) define o conceito de coesão de grupo como «o resultante de todas as forças que atuam sobre os membros para que permaneçam no grupo». O conceito de coesão não poderá ser analisado sem o de atração interpessoal. As pessoas que constituem o grupo, devem sentir alguma atração entre si, mantendo uma boa relação. Deste modo, as pessoas partilham algo de comum, partilham uma determinada IDENTIDADE.

É pelo facto das pessoas cooperarem, e apresentarem atitudes semelhantes, que se tornam coesas, existindo entre elas, atração interpessoal.

Os elementos do grupo são coesos porque:

• Existe uma interdependência entre si, trabalham em conjunto para um objetivo comum e este é conseguido com o trabalho de todos;

• Existe alguma semelhança entre os membros do grupo, o que faz com que eles executem as atividades do grupo; • Existe oportunidade de todos participarem nas decisões. O grupo apresenta mais sucesso quanto mais coeso for. A coesão do grupo permite: • Que os membros do grupo permaneçam juntos; • Que os membros do grupo confiem e sejam leais; • Que os seus membros se sintam seguros; • Que os seus membros se deixem influenciar pelo grupo;

• Que aumente significativamente a satisfação dos seus membros, à medida que o trabalho se desenvolve; • Que a interação entre os seus membros se intensifique. Um grupo coeso é fundamental para as decisões da rotina. Porém, quando é necessário criar novas ideias para resolver situações ou novos problemas, o grupo coeso pode apresentar algumas dificuldades. Neste caso, as pessoas manifestam atitudes semelhantes, desenvolvendo o que se chama o pensamento de grupo. Elas pensam que são impenetráveis e invulneráveis e, qualquer ideia que se introduza, contra esse pensamento, não é bem aceite. Os grupos coesos apresentam menos discordância entre os seus membros. Tal facto pode trazer vantagens e desvantagens para o desenvolvimento do grupo. O grupo coeso, não aceita facilmente as críticas aos seus membros, quer elas venham do interior, quer do exterior do grupo. As visões alternativas nem sempre são bem aceites. À medida que aumenta a coesão do grupo, reforça-se o pensamento do grupo e cada vez mais são repelidas as opiniões e pensamentos divergentes.

A coesão do grupo pode ser mensurável, avaliando até que ponto cada um dos membros do grupo se identifica com os restantes.

(24)

O grau de envolvimentos do indivíduo com as atividades do grupo e os seus membros, pode constituir a medida de coesão. Nos grupos coesos, a avaliação que cada membro faz dos outros elementos é mais positiva e favorável do que a avaliação feita em grupos pouco coesos. O grupo é tanto mais coeso quanto maiores forem as recompensas e as satisfações que o grupo oferece aos seus membros.

«A coesão do grupo é determinada pela força dos laços que ligam os elementos individuais num todo unificado». Fatores que conduzem à coesão do grupo: • PROXIMIDADE FÍSICA – As pessoas que trabalham juntas ou que passam muito tempo juntas, têm mais tendência para a coesão. • TRABALHO IGUAL ou semelhante – As pessoas que fazem trabalhos semelhantes defrontam-se com os mesmos problemas e podem entreajudar-se, o que é uma forma de tornar o grupo coeso. • HOMOGENEIDADE – A coesão do grupo é tanto maior quanto mais forem as características comuns dos seus membros, tais como a raça, a idade, o “status” social, as atitudes ou os valores. A coesão é tanto maior quanto maior for a COMUNICAÇÃO entre os membros do grupo. «A COESÃO – a atração magnética dos membros para com o centro invisível do grupo – aumenta se o facto de fazerem parte dele for, de alguma forma, proveitoso para os indivíduos. Estudos realizados confirmam que há maior probabilidade de que os membros se sintam atraídos para o grupo, se este tiver um bom registo de êxitos no passado no que respeita à competição com os outros. (…)» Prós e contras dos grupos coesos VANTAGENS: • Maior cooperação. • Comunicação mais ampla e mais fácil. • Aumento da resistência da força de trabalho. • Menor absentismo. • Baixa tolerância para com os preguiçosos. • Aumento da resistência à frustração. DESVANTAGENS: • Vida mais fácil para quem entra de novo. • Restringe a abertura a novas ideias. • Resiste a mudanças no que respeita às práticas existentes.

• Os outros grupos vêem-no como sendo de trato difícil, reduzindo assim a possibilidade de cooperação intergrupal. ENUMERAR AS VANTAGENS DO GRUPO 1. Tomada de decisão de maior risco Os grupos tomam decisões que envolvem maior risco do que as pessoas tomam individualmente. Como se explica este fenómeno? Uma das explicações reside no fenómeno da DIFUSÃO DA RESPONSABILIDADE. Quando a decisão do grupo é muito arriscada, em caso de falhar, nenhum dos indivíduos do grupo se considera, individualmente, responsável pelo acontecimento.

(25)

Caso a decisão tomada pelo grupo, tenha sucesso, o mérito é, quase sempre, assumido por todos em conjunto e, por cada um em particular. Ou seja, o benefício que o sucesso da tomada de decisão traz para os indivíduos é muito superior àquilo que os poderá afetar, individualmente, em caso do fracasso da tomada de decisão. Como afirma Brown (1965), em muitas sociedades, o risco é valorizado porque se apresenta como sinal de audácia e de coragem, o que, em caso de sucesso, traz muitos benefícios, pessoais para os componentes do grupo. 2. Maior rapidez e eficácia na concretização dos objetivos Os indivíduos que constituem um grupo têm determinados objetivos a atingir que podem ser designados como os objetivos do grupo. Estes objetivos, devem coincidir com os de cada elemento que integra o grupo, considerados na sua individualidade. Através do grupo, cada indivíduo atinge muito mais rapidamente o seu objetivo porque os esforços de muitos e a diferenciação de papéis facilita o desempenho e aumenta a produtividade, reduzindo, o tempo da sua realização.

3. Enriquecimento das decisões

As decisões tomadas em grupo tendem a ser muitos mais ricas e ajustadas aos objetivos do que as decisões tomadas individualmente. Aquelas, pressupõem o empenhamento e a intervenção de vários sujeitos que se enriquecem pela sua diferença. A variedade de ideias e sugestões que os membros do grupo apresentam são cada vez mais enriquecidas, o que permite a progressão, a variedade e a validade das decisões. 4. Divisão de tarefas Uma das vantagens do grupo é o facto de vários sujeitos poderem intervir numa tarefa comum, cada um contribuindo com as suas habilidades, capacidades e aptidões. Cada um pode maximizar o seu potencial não é só pelo proveito próprio, mas também dos outros. Simultaneamente, pode aproveitar e beneficiar das tarefas realizadas pelos restantes elementos do grupo. A divisão de tarefas exige a diferenciação de papéis dos diferentes membros do grupo, o que, cria expectativas mútuas e condiciona a comunicação no seu interior. 5. Criação de laços de amizade Apresenta a dimensão da produtividade e a dimensão do relacionamento interpessoal. O grupo é tanto mais coeso e produtivo, quanto maior for a amizade e a confiança entre os seus membros. Normalmente, os grupos produtivos estendem a sua atividade, a outras áreas, como seja o lazer e o divertimento. As pessoas que interagem no grupo aumentam a sua capacidade de comunicação e dão-se a conhecer aos outros, o que permite a criação de laços de amizade e de interajuda. Quando o indivíduo precisa de apoio, é ao grupo que, normalmente, recorre. No grupo, o sujeito conhece a imagem que os outros têm de si, assim como o que pensam em relação a si; no grupo, o indivíduo sente satisfeita a sua necessidade de simpatia e de consideração por parte dos outros. O sujeito sabe que, no grupo, entre pessoas que o conhecem, a sua individualidade é respeitada porque ele é um elemento importante e necessário para o todo que é o grupo. 6. Segurança O sujeito, quando integrado no grupo, conhece o pensamento do grupo e, quase sempre, assume esse pensamento como seu. As ideias, valores e atitudes expressas ou defendidas pelo grupo tendem a ser expressas por cada um dos seus elementos, sem que temam as reações do público. O facto de saberem que mais alguém comunga dessas ideias e desses valores, dá-lhes segurança e força para os manifestar. Defender algo que se assume individualmente é muito mais difícil e perigoso, em termos de integridade social e pessoal, do que defender algo que é defendido por um grupo. Reagir contra si, é o mesmo que

(26)

reagir contra o grupo. O indivíduo não tem que se defender sozinho, em qualquer circunstância em que expresse a opinião do grupo porque este, sendo coeso, o defende e apoia. 7. Poder e influência face ao exterior Todo o grupo sofre a influência social da comunidade onde se insere. Existe, pois, uma dinâmica externa ao grupo, ao qual este não pode ser alheio. O grupo pode interferir positivamente na realidade social, ou pelo contrário pode ser por ela condenado. A força do grupo é medida pela força da sua intervenção na sociedade. Por vezes, o grupo responde a uma série de problemas e questões a que a sociedade civil ou o poder (político) não conseguiu corresponder. Em algumas organizações, o grupo intervém como fator de combate à resistência e à mudança. Dada a sua força e influência, é possível alterar atitudes e valores no seio da empresa e criar uma dinâmica de inovação e empenhamento do pessoal. ENUMERAR AS DESVANTAGENS DO GRUPO As vantagens de funcionamento do grupo podem, transformar-se em desvantagens. 1. Tomadas de decisão empobrecidas Muitas vezes, as decisões são tomadas, tendo em vista os interesses da maioria dos elementos do grupo. Neste caso, interessa mais uma decisão de consenso do que uma decisão mais válida e correta, mas que não interessa à totalidade do grupo. 2. Pensamento de grupo Por vezes, os indivíduos assumem comportamentos que conduzem a tomadas de decisão ineficazes. Pensando que são os melhores no campo de tomadas de decisão ou na busca de soluções, menosprezam os grupos concorrentes, rejeitam toda a informação divergente, recusando-se a consultar informação técnica. Deste modo, o grupo poderá tornar-se ineficaz, na consecução dos seus objetivos. O pensamento do grupo não será fator de ineficácia e perigoso para o seu funcionamento, se os seus elementos estiverem em permanente comunicação consigo próprios e com o exterior, de modo a assimilar o máximo de informação, que permita o enriquecimento das suas tomadas de decisão. 3. Transformação do eu em nós O grupo poderá condicionar alguma perda de liberdade de ação dos sujeitos que o compõem. À medida que o grupo se desenvolve e estrutura, criam-se certas expectativas mútuas entre os seus membros que obrigam à representação de determinados papéis, em favor da coesão e do conformismo que, muitas vezes, se torna útil para o funcionamento do grupo. A coesão do grupo, apesar de possibilitar a transposição de uma resposta unitária para o exterior do grupo, pode ter como consequência o aniquilar das próprias pessoas e a sua submissão ao NÓS, que é o grupo. IDENTIFICAR OS COMPORTAMENTOS DE UM BOM PARTICIPANTE NO GRUPO

O indivíduo, uma vez inserido no grupo, deve participar em todas as decisões. Deve dar a sua opinião, contribuindo para o enriquecimento da tarefa e simultaneamente, para a coesão do grupo e o desenvolvimento das relações interpessoais.

No grupo, todo o indivíduo deve: 1. Cooperar

(27)

O que significa que deve colaborar na procura dos objetivos que o grupo fixou. O indivíduo deve reconhecer o seu valor e dispor do seu potencial de desempenho e das suas capacidades para que o grupo cresça e se desenvolva. Deve-se aproveitar a riqueza das ideias de todos os membros do grupo. Para isso, é necessária a colaboração plena de cada um. 2. Respeitar os outros Cada indivíduo no grupo é uma pessoa, uma unidade social que merece ser ouvida e compreendida. Cada um, deve esforçar-se para penetrar no sentido das intervenções dos outros, para com eles comunicar. Não dar atenção ou evitar o outro, é manifestar desrespeito, o que não facilita o trabalho de grupo. 3. Integrar-se totalmente no grupo Isto significa que cada elemento do grupo deve participar ativamente na definição dos objetivos do grupo, deve ajudar a encontrar as soluções mais adequadas e intervir no plano das decisões. Todos devem ter a possibilidade de intervir e nenhum deverá monopolizar as intervenções. 4. Servir o grupo, sem perder a sua individualmente O indivíduo deve colocar ao serviço do grupo toda a sua competência e capacidade de trabalho. Todos os elementos do grupo devem conhecer os seus colegas, os aspetos e as qualidades de cada um, que mais contribuem para o funcionamento do grupo, considerando que todos são importantes para atingir os objetivos e as finalidades do grupo.

5. Não ser conformista

O mundo está em permanente evolução e o grupo, porque responde às situações do meio e da rivalidade vivencial, também o está. O grupo só evolui e progride em função da maleabilidade dos seus membros para se adaptarem às novas situações. O comportamento conformista imobiliza atitudes e impossibilita a abertura de novos valores e novas ideias.

IDENTIFICAR E CARACTERIZAR OS VÁRIOS COMPORTAMENTOS NEGATIVOS DO INDIVIDUO, QUANDO INSERIDO NO GRUPO Quando o grupo está a ser constituído, ou mesmo quando, já funciona há algum tempo, é provável que o indivíduo sinta alguma dificuldade em se ajustar. A integração plena no grupo exige a identificação pessoal com os objetivos do grupo e a participação plena do indivíduo. Este deve colaborar e cooperar de acordo com as suas capacidades e o seu desempenho. A adaptação ao grupo implica a vontade de aceitar os outros e o desejo de ser aceite. O indivíduo que se insere no grupo tem já um determinado status, uma determinada forma de ser e de se relacionar com os outros. Ele conhece-se a si e apercebe-se da sua capacidade de aceitação pelos outros. Cria uma certa expectativa em relação ao modo como vai ser visto pelo grupo. O indivíduo cria uma perceção acerca do que os outros pensam de si. Estar no grupo permite a realização de novas experiências interpessoais. É, necessário que o indivíduo se abra ao grupo, se lhe apresente honestamente e apto a realizar as mudanças necessárias para o bom funcionamento do grupo.

Todo o indivíduo, uma vez inserido no grupo, não deseja anular-se mas, pelo contrário, pretende, a partir dele e no seu interior, manifestar a sua individualidade, fazer-se notado. Ele necessita de sentir que o grupo

Referências

Documentos relacionados

Therefore, in the present study we investigated the ex vivo effects of intracerebellar administration of Phyt on a large spectrum of important parameters of

0590 FIAT IDEA ELX, ANO MODELO: 2009, PRATA, ALC/GAS - EMPLACADO NO RIO DE JANEIRO E NO DOCUMENTO CONSTA RESTRIÇÃO ADMINISTRATIVA, REGULARIZAÇÃO POR CONTA DO

(1961), que prepara- ram as amostras de carne moida a partir de carne não moida, no caso do presente trabalho as quarenta amostras utilizadas foram obtidas do comér- cio

Evento que exigiu o fim da impunidade para os Crimes de Maio de 2006 reuniu vítimas da violência policial de vários Estados e deixou claro que os massacres de pobres e jovens

variáveis “potência de UV irradiada” e pH , quando a variável [CN - ]0 está em seu nível inferior e a variável “razão molar [H2O2]:[CN - ]” estão em seu nível superior

Entre as muitas e diversificadas questões sobre essa fase inicial de aprendizagem da linguagem escrita estão: desempenho ortográfico típico, consci- ência fonológica,

Nesse viés, os estudos sistematizados por Ponte (2014) explicitam alguns fatores que contribuem na formação inicial de professores de matemática, dentre eles o uso das

Objeto: