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Primeiro mês turbulento de gestão no Eusébio POLÍTICA, PÁGINA 6; ÉRICO FIRMO, PÁGINA 8

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Cearense Amandinha

é eleita a melhor

jogadora de futsal do

Mundo pela 7ª vez

consecutiva

PÁGINA 19

ESPORTES

Sem acordo,

negociação de

compra de vacinas

por setor privado

não avança

PÁGINA 9

ECONOMIA

Artistas trans

debatem sobre

visibilidade e

outras demandas

urgentes

PÁGINAS 1 E 3

VIDA&ARTE

Começa hoje

vacinação

domiciliar contra

Covid-19 de idosos

acima de 75 anos

PÁGINA 12

CIDADES

Prefeitura de Fortaleza inicia

semestre de forma remota

Número de matrículas na rede pública municipal teve alta de 1,7% ante 2020. Ao todo, 235 mil alunos

iniciarão as atividades em regime virtual, recebendo material escolar, chips e tablets

CIDADES, PÁGINA 13

OXIGÊNIO HOSPITALAR

As 6 UPAs com gestão municipal em Fortaleza contam com usina e produzem o próprio oxigênio PÁGINA 13 AURELIO ALVES

Primeiro mês

turbulento

de gestão no Eusébio

POLÍTICA, PÁGINA 6; ÉRICO FIRMO, PÁGINA 8

EDIÇÃO DE HOJE Edição fechada a 0h30 30 páginas

QUARTA-FEIRA

􀣔􀠌/􀛨/􀣔􀛨 WWW.OPOVO.COM.BR

ANO XCIII - EDIÇÃO Nº 31.254 FORTALEZA - CE / R$ 3,00

VOLTA ÀS AULAS AMANHÃ

CARL

US CAMPOS

93 ANOS

QUARTA-FEIRA

􀣔􀠌 􀣔􀛨 WWW.OPOVO.COM.BR

ANO XCIII - EDIÇÃO Nº 31.254

FORTALEZA - CE / R$ 3,00

93 ANOS

􀛨􀎳􀩚 ANOS DO

LEVANTE DOS

JANGADEIROS

A história quase

esquecida do dragão

antes do Dragão do Mar

(2)

2

WWW.OPOVO.COM.BR

QUARTA-FEIRA

FORTALEZA - CEARÁ - 27 DE JANEIRO DE 2021

FAROL

Temperatura Máxima

32

⁰C

Temperatura Mínima

25

⁰C

Nublado MARIANA PARENTE

SEMIÁRIDO POSSÍVEL

O Programa São José IV abriu editais de seleção de projetos produtivos para o Semiárido cearense. São R$ 325 milhões do Banco Mundial destinados para agricultura familiar. Camilo Santana prevê beneficiar 440 mil pessoas.

Crescente

atual Cheia28/1 Minguante4/2 Nova11/2

CHARGE \ Clayton

CHARGE@OPOVO.COM.BR

TÁBUA DAS MARÉS

HOJE

 MARÉ ALTA 4h58min / 2, metros  MARÉ BAIXA 10h45min / 0,7 metro  MARÉ ALTA 17h09min / 2,7 metros  MARÉ BAIXA 23h14min / 0,4 metro

AMANHÃ

 MARÉ ALTA 5h40min / 2,6 metros  MARÉ BAIXA 11h28min / 0,5 metro  MARÉ ALTA 17h52min / 2,8 metros  MARÉ BAIXA 23h56min / 0,3 metro

LUA

TEMPO EM FORTALEZA

FONTES: OBSERVATÓRIO NACIONAL E FUNCEME

|PETROBRAS|

A Petrobras confi rmou o aumen-to da gasolina em suas refi narias a partir da quarta-feira, 27, in-formando que o preço médio de venda de gasolina para as dis-tribuidoras passará a ser de R$ 2,08 por litro, refl etindo aumen-to médio de R$ 0,10 por litro no preço de venda.

O valor médio de diesel, por sua vez, passará a ser de R$ 2,12 por litro, refl etindo uma aumento médio de R$ 0,09 por litro. “Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para bai-xo”, disse a companhia.

Há sete dias, dia 19, a estatal já havia anunciado aumento de 7,6% no preço da gasolina apli-cado nas refi narias. Ainda sem contabilizar o novo reajuste, que deve ser repassado nos próxi-mos dias para o consumidor, o valor médio do litro da ga-solina no Ceará, é de R$ 4,75, a maior média mensal desde ou-tubro de 2018. Nos últimos cin-co anos, no entanto, o aumento ao consumidor fi nal já chegou a 22,7%, acima da infl ação para o período, de 18,65%. Os valo-res são verifi cados a partir de

acompanhamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natu-ral e Biocombustíveis (ANP). De acordo com os dados da ANP, em janeiro de 2016, o preço mé-dio da gasolina no Estado era de R$ 3,87. São R$ 0,88 centavos a mais do que o atual patamar. Em relação a janeiro de 2020, a alta é de 1,28%.

A estatal ressalta que aos pre-ços da gasolina e do diesel vendidos na bomba dos postos revendedores são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistu-ra obrigatória de biocombustí-veis pelas distribuidoras, além das margens brutas das com-panhias distribuidoras e dos próprios postos revendedores de combustíveis.

“Segundo dados do Global Pe-trol Prices (www.globalpePe-trol- (www.globalpetrol-prices.com), em 18 de janeiro de 2021, o preço médio ao con-sumidor de gasolina no Brasil era o 56º mais barato dentre 166 pesquisados, estando 17,8% abaixo da média de US$ 1,05 por litro. Já o preço médio de diesel ao consumidor no Brasil era o 42º mais barato dentre 165 pesquisados, estando 26,7% abaixo da média de US$ 0,95 por litro”, informou a Petro-bras. (Com AE)

Gasolina e diesel

têm novo aumento

de preços

A Delegacia de Defesa da Mulher precisa de reaparelhamento e de mais servidoras públicas.

E nas demais delegacias do Ceará, pelo menos uma escrivã e uma policial. A avaliação consta em um documento enviado, ontem, por Erinaldo Dantas, presidente da OAB-CE, ao secretário da Segurança do Ceará, Sandro Caron.// A 3ª Promotoria de Justiça de Barbalha,

de Catarina e de Madalena, recomendou que as prefeituras dos municípios divulguem a lista das pessoas vacinadas com data da aplicação do imunizante. Querem conferir se são do grupo prioritário. // Só lembrando: E aí, quanto aquele internauta já arrecadou na

vaquinha virtual para pagar ao Centrão pelo impeachment de Bolsonaro?

NOVA POLÍTICA e nova economia do governo Bolsonaro que comprou R$ 2,5 milhões em vinhos para o Ministério da Defesa, R$ 15 milhões em leite condensado e R$ 2,2 milhões em gomas de mascar. TIME DO CEARÁ, que depois de três anos no “cai não cai”

da Série A para a B do Brasileirão, agora,

nada de braçadas. O Fortaleza, ao contrário das outras edições, vive o drama.

ESTA COLUNA É PUBLICADA DE SEGUNDA A SÁBADO

FALE COM O COLUNISTA:

DEMITRI TÚLIO

DEMITRITULIO@OPOVO.COM.BR

O jornalista Demitri Túlio escreve a coluna durante as férias do titular, Eliomar de Lima

60 MIL CÃES E GATOS ABANDONADOS EM FORTALEZA

P

elo menos 60 mil cães e gatos vivem abandonados nas ruas de Fortaleza. Além disso, sete mil jumentos perambulam pelas estradas do Ceará. O dado da As-sociação Deixa Viver está numa sentença do proces-so 0161049-44.2019.06.001, que condenou o Governo do Ceará a construir um espaço de acolhimento para bichos domésticos descartados. A condenação foi há oito meses

e, até agora, a ordem do juiz Eduardo Torquato, da 10ª Vara da Fazenda Pública, não foi cumprida. O Estado recorreu alegando que o Poder Judiciário não poderia se meter na questão. Aliás, o governo e a Prefeitura de Fortaleza não cumprem outra obrigação legal. Ter um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), já que o Ibama fechou o seu há dois anos. O que vem favorecendo o tráfi co de bichos nativos do Brasil.

VISITA 􀛨

A chegada da vacina em Fortale-za tem gerado situações suspei-tas. Em um hospital municipal, situado na periferia, um diretor e um ex-diretor da unidade leva-ram a família - esposa e filhos - para visitar a sala onde estavam armazenados os imunizantes.

VISITA 􀣔

O curioso é que o passeio para ver as vacinas aconteceu no último domingo 24/1, quando o hospital recebeu um lote extra. A primei-ra leva acabou rápido e profissio-nais da saúde reclamaram.

VISITA 􀢝

Um texto, gerou mais suspeita. Pelos zaps lia-se: “Hoje, o hospi-tal recebeu mais doses da vacina. Serão vacinados, nesse momen-to, todos os profissionais que lidam diretamente com Covid. Em sequência, os outros profis-sionais que não estão na linha de frente também serão vacinados”.

DISCUSSÃO

Quem furou a fila da vacina não deveria tomar a segunda dose? Penso que deveria para não desperdiçar o imuni-zante. Porém, o “esperto (a)” perde o cargo, o emprego e responde por corrupção.

CINTURA FINA

A vida instigante de uma travesti cearense, o Cintu-ra Fina, é o enredo do livro “Enverga, mas não quebra”, do escritor mineiro Luiz Mo-rando, pela editora O Sexo da Palavra.

BOEMIA

VIOLENTA

Cintura Fina ou José de Arimatéia Carvalho da Sil-va marcou época em Belo Horizonte nas décadas de 1950/60 por se envolver em brigas violentas, inclusive com a polícia, em defesa de travestis e prostitutas.

TORTURA 􀛨

Um promotor de justiça, um re-presentante da OAB-CE, um de-fensor público e o juiz Paulo de Andrade, da 2ª Vara criminal de Sobral, fizeram ontem uma nova inspeção na Penitenciária Indus-trial Regional de Sobral (Pirc) para apurar denúncias de tortura con-tra 40 presos. O caso teria aconte-cido entre 20/1 e 21/1.

TORTURA 􀣔

Os presos teriam sido espanca-dos com golpes de cassetetes nas mãos, no abdômen, jatos de spray de pimenta nos olhos e confina-mento coletivo, como forma de punição. O juiz Paulo de Andrade aguarda os laudos periciais.

DIVERSIDADE

Até agora, nem sinal da indicação do novo coordenador da Diversi-dade Sexual da Prefeitura de For-taleza. Na gestão de Roberto Cláu-dio (PDT), a pasta foi liderada por Dediane Souza.

SOBE

DESCE

(3)

www.opovo.com.br

Quarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

Farol

3

ÍNDIA

Milhares de agricultores ao volante de seus tratores entraram em

confronto ontem, 26, com a polícia indiana em nova delhi, a poucos

quilômetros do desfile militar do Dia da República. O grupo protestou

contra as reformas no setor agrícola propostas pelo governo do

premiê Narendra Modi. Durante o protesto, em um gesto carregado de

simbolismo, os fazendeiros invadiram o complexo histórico do Forte

Vermelho e hastearam bandeiras de sindicatos agrícolas. A reforma,

alvo da crítica do grupo, afrouxa regras de venda, fixação de preços e

armazenamento de produtos agrícolas.

FAZENDEIroS proTESTAm

coNTrA rEFormA AGrÍcoLA

Sajjad HUSSain/ aFP

Ceará

CoronavaC

No primeiro bimestre deste ano, o Governo do Cea-rá tem como meta arrecadar R$ 4,9 bilhões. Deste montante, R$ 2,5 bilhões virá da arrecadação pró-pria dos impostos. Os dados fazem parte do pro-grama de metas bimestrais, do Comitê de Gestão por resultados e de gestão fiscal (Cogerf), publicado no Diário Oficial do Estado. No ano, a previsão é de que a arrecadação chegue a R$ 30,6 bilhões. Dos R$ 26,3 bilhões previstos para serem desembolsados neste ano pelo poder Executivo, R$ 10,8 bilhões são para gastos com pessoal e encargos sociais. Os in-vestimentos devem somar R$ 2,8 bilhões. No do-cumento, também está definido o cronograma de desembolso mensal para os Poderes e Órgãos ao longo do ano, em conformidade com as despesas do orçamento fiscal e da seguridade social da Lei Orçamentária Anual 2021.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que no próximo dia 3 de fevereiro de-vem chegar ao País 5,4 mil litros de insumos, im-portados da China, necessários para a produção da Coronavac, vacina contra a covid-19, desenvol-vida pelo instituto em parceria com o laboratório Sinovac. Segundo afirmou, o Butantan aguarda a liberação e exportação pelas autoridades chine-sas de adicionais 5,6 mil litros, já em “processo adiantado de liberação”. “Tivemos sinalização de que a liberação será feita de maneira muito rá-pida”, completou o diretor do instituto. Até o mo-mento, a expectativa do Butantan é de receber, ao todo, 11 mil litros de insumos para a produção das doses da vacina. (AE)

Meta do Governo é

arrecadar R$ 4,9 bilhões

no primeiro bimestre

Butantan espera de

insumos para vacina no

dia 3 de fevereiro

Prévia da inflação em

Fortaleza é a 3ª maior do País

tHaiS MeSqUita

ALImENToS e bebidas foi o grupo com a terceira maior alta

Em Fortaleza, o Índice Na-cional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considera-do a prévia da inflação, cresceu 0,97% em janeiro, em relação ao mês anterior. Foi a terceira maior alta no País, atrás apenas de Recife (1,45%) e Porto Alegre (1,11%). Acima da média brasi-leira (0,78%) no período.

O indicador foi divulgado on-tem, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA-15, em For-taleza, acumula alta de 5,91%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, todos apresentaram alta em janei-ro. O maior impacto foi obser-vado nos preços de vestuário (1,91%). Na sequência, vem os

gastos com habitação ( 1,90%), alimentos e bebidas (1,04%), artigos de residência (1,03%) e transportes (0,74%).

No período, o que menos su-biu foram os preços do grupo educação (0,09%). Os gastos com comunicação registraram alta de 0,17%. Já despesas pes-soais e o grupo saúde e cuida-dos pessoais tiveram variação, respectiva, de 0,48% e 0,70%.

No Brasil, o resultado do IPCA-15 foi o maior para o mês de janeiro desde 2016, quan-do o índice foi de 0,92%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,30%, acima dos 4,23% regis-trados nos 12 meses imediata-mente anteriores. Em janeiro de 2020, a taxa foi de 0,71%.

O indicador refere-se às fa-mílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Be-lém, Fortaleza, Salvador e Curi-tiba, além de Brasília e do muni-cípio de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a inflação oficial, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no pe-ríodo de 12 de dezembro de 2020 a 14 de janeiro de 2021 (referên-cia) e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 11 de dezembro de 2020 (base).

(Irna Cavalcante)

| IPCa-15 |

Variação de 0,97% em janeiro, segundo o IBGE

ediÇÃo: DomITILA ANDrADE | DOMitilAANDRADe@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

A cartunista laerte Coutinho, que havia anunciado o diagnóstico de Covid-19 na sexta-feira, 22, foi internada na Uti do instituto do Coração (inCor), em São Paulo. O quadrinista Rafael Coutinho, filho da artista de 69 anos, afirmou que o estado da cartunista “ainda não é grave”, mas que “requer cuidados mais rigorosos” e que ela deve permanecer pelo menos uma semana na Uti. (Ae)

LAErTE é INTErNADA Em UTI

Com Covid-19

reProdUÇÃo/inStagraM

O filme brasileiro Bacurau conseguiu mais um destaque internacional ontem, 26. ele vai concorrer ao troféu de melhor filme estrangeiro no evento independent Spirit Awards, que será realizado em 22 de abril, três dias antes do Oscar. (Ae)

bAcUrAU rEcEbE INDIcAção

SpIrIt AwArDS

divUlgaÇÃo

Variante da Covid-19

é mais mortal?

Governo britânico anunciou que que a variante inglesa do coronavírus poderia ser 30% a 40% mais mortal, além de mais transmissível. Resultados científicos sugeriram que variante era 50% a 70% mais contagiosa

1. o que mudou?

dois estudos da escola de Higiene e Medicina tropical de londres (lSHtM) e do imperial College london concluíram que as chances de morrer pela variante eram 30% maiores. Outros estudos da Universidade de exeter e da Public Health england, a agência de saúde pública inglesa, sugeriram um risco ainda mais elevado.

z

2. por que mais mortal?

A primeira hipótese sugere que a maior mortalidade seria causada

pelas mesmas mutações que tornam o vírus mais contagioso. em particular, seria uma mutação na espícula do vírus, que permite que ele penetre nas células humanas.

3. os tratamentos são afetados?

Não há “nenhuma evidência” de que os tratamentos sejam menos eficazes contra a variante inglesa. Quanto às vacinas, resultados preliminares de

pesquisadores de universidades britânicas e holandesas, os anticorpos de pacientes curados naturalmente da Covid-19 são capazes de neutralizar a variante inglesa, o que indica que as vacinas também são. Os fabricantes Pfizer/ BioNtech e Moderna, também com base em estudos preliminares, garantiram que suas vacinas funcionam contra esta cepa.



4. mais fraco?

os cientistas alertam contra a ideia de que, se o vírus se tornar mais contagioso, isso implicará em seu

(4)

4

www. op ovo.c om. brQuarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

RepoRtagem

Napoleão, o outro

| HistóRia |

José

Luis Napoleão, um

personagem quase

“apagado” da “Greve

do Jangadeiros”

teria liderado na

praia a revolta, que

há 140 anos, acabou

com o comércio de

escravizados no Porto

de Fortaleza

Conta a história que o negro liberto Francisco José do Nasci-mento (1839-1914), o Dragão do Mar, foi o líder do fechamento do Porto de Fortaleza. Uma gre-ve de jangadeiros — nos dias 27, 29 e 30 de janeiro de 1881, há 140 anos —, que desencadeou o fim da escravidão no Brasil no Ceará e no Brasil.

Dragão do Mar, identida-de heroica que o transportou desde o tempo do Império pela memória e a história até aqui, participou daquele movimento radical de abolicionistas. O fim do comércio pelo mar de escra-vizados na capital do Ceará. A primeira a se rebelar no País.

Dragão, também conhecido por Chico da Matilde, não foi o único e, talvez, não tenha sido

Demitri túlio

demitri@opovo.com.br

Cidades

ediÇÃo: Érico Firmo | eriCoFirMo@oPoVo.CoM.Br | 85 3255 6101

dragão da

liberdade

educador do Museu de Arte da Uni-versidade Federal do Ceará (UFC) avisa que o objeto de estudo não foi Napoleão e Tia Simôa.

Porém, isso não o impede de afirmar que “até o momento, uma das lacunas da historiografia so-bre a abolição no Ceará diz res-peito à atuação de Napoleão e de sua esposa nas agitações políticas promovidas pelos jangadeiros” em janeiro de 1881.

Saulo Moreno, mestre em Histó-ria Social pela UFC, não desconside-ra o papel desempenhado por Ddesconside-ra- Dra-gão do Mar. E observa que “explicar apagamentos, silenciamentos e ocultações na História não é tarefa simples, ainda mais quando esta-mos falando de sujeitos excluídos das balizas da cidadania, como ela foi sendo construída no Brasil, es-pecialmente no pós-independência e, principalmente, no pós-abolição”.

Segundo o pesquisador, “José Luís Napoleão e Maria Simôa da Conceição viveram, como indicam as fontes históricas disponíveis, a experiência da escravidão, dife-rentemente de Francisco José do Nascimento, o famoso Dragão do Mar, que era homem livre”, observa Saulo. Em agosto, após nova tenta-tiva de embarque de escravizados, o Chico da Matilde liderou o novo e mais famoso movimento.

Para se compreender como um entra para as escritas da história e outros não, afirma o museólogo, “é preciso acei-tar também que tais escritas e exercícios de memória não são neutros ou isentos de ideolo-gias, mas são permeados por marcadores sociais de exclu-são e produção de desigualda-des, pelas experiências e luga-res simbólicos e concretos que ocupam aqueles que lembram e consagram certos agentes”.

As interrogações sobre a Greve do Jangadeiros é uma das motiva-ções para a criação do Instituto de Formação sobre a história e a cul-tura negra no Ceará. E que levará o nome de José Napoleão. José Hilário Sobrinho, sociólogo e também mes-tre em História pela UFC, escreve sobre o assunto na página ao lado. o protagonista da ação mais

ousada que se tem notícia no Ceará contra o sistema escravo-crata. José Luiz Napoleão, chefe da capatazia da importadora/ exportadora Boris-Frères, teria liderado na praia os jangadeiros que trancaram o porto.

Em 28 de janeiro de 1881, poucos dias após o início da re-volta dos jangadeiros, o jornal Gazeta do Norte, de Fortaleza, destacava a liderança de Na-poleão - ex-escravizado nasci-do em Icó.

“A frente da greve dos lan-cheiros contra o embarque de escravos achava-se o liberto José Napoleão, que, há pou-cos annos, tendo conquistado sua liberdade, consagrou-se com incansavel dedicação ao sublime dever de libertar suas quatro irmãs, o que conseguiu a custas de esforçadas lides (grafia da época)”, informava o periódico.

O registro da matéria está na dissertação de mestrado de Saulo Moreno Rocha, “Esboço de uma biografia de musea-lização — o caso da jangada libertadora”. O museólogo e

O POVO inicia

hoje uma série de

matérias, até agosto

deste ano, sobre os

140 anos da “Greve

dos Jangadeiros”.

Amanhã, confira no O

POVO Mais um cordel

sobre o assunto.

carlus campos

carlus@opovo.com.br ilustraÇões

(5)

w ww. op o v o. c om.b r

Quarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

5

RepoRtagem

Em 27, 29 e 30 de janeiro de 1881, há 140 anos atrás, aconteceu na capital do Estado do Ceará um movimento de importância capital: um gru-po de jangadeiros negros recusaram a embar-car os cativos que estavam sendo negociados no tráfico interprovincial em suas jangadas. Temos aqui um grupo de negros e negras libertos que encontraram o momento certo para enfrentar os grandes negociantes e negreiros da Provín-cia do Ceará ao recusarem o embarque de seus irmãos e irmãs.

Essa é uma nova abordagem sobre esse epi-sódio. E não se encontra presente nos livros ofi-ciais que tratam desse assunto. Por quê? Por-que durante décadas a produção histórica sobre esse evento procurou abordar esse tema a par-tir de uma perspectiva que ignorasse a parti-cipação do povo negro escravizado. Portanto, a lógica narrativa era a da abolição sendo resul-tado da luta de um grupo de jovens brancos, co-merciantes de classe média. Nessa abordagem, os negros, os mais interessados pela liberdade, aparecem como coadjuvantes. Ao compreen-dermos isso, entenderemos a razão de perso-nagens negros e negras, que tiveram partici-pação importantíssima nesse movimento, como o liberto José Napoleão e sua esposa Preta Tia Simóa e tantos outros, terem suas histórias apagadas da história do Ceará.

Foi intensa a luta dos escravizados pela liber-dade, e mesmo havendo uma ação intencional de apagar suas histórias, ela conseguiu romper essa barreira e aparece materializada num per-sonagem como o Dragão do mar, indicado pelo liberto José Napoleão quando este recusou as-sumir o movimento abolicionista logo após o episódio da praia.

José Napoleão é quem foi o líder do movi-mento. Ele era jangadeiro. Penso que nestes 140 anos desse evento é mais que urgente resgatar a história desse líder negro. Ele lutou e se recusou a compactuar com a venda de seus irmãos e ir-mãs que eram negociados no tráfico entre pro-víncias. Falar da vida do velho José Napoleão é romper uma abordagem histórica preconcei-tuosa. É falar de luta, solidariedade e resistên-cia dos negros e negras contra uma ordem que os oprimiam.

Nessa perspectiva é que está nascendo o Ins-tituto de Formação José Napoleão. Um insIns-tituto que nasce com o compromisso de retirar da invi-sibilidade a história, a cultura, os saberes e faze-res e as vivências dos negros e negras cearenses.

140 anos do movimento

dos jangadeiros

PONTO DE VISTA

José Hilário Ferreira sobrinHo

Sociólogo e mestre em História Social pela UFC,

autor do livro “Catarina, minha nêga, tão querendo te vendê” aUrelio alveS

a Greve doS janGadeiroS é contada no traço de Carlus Campos. não são

conhecidos retratos de napoleão e tia Simôa, então Carlus se inspirou em corpos negros, sol, mar e jangada como rabiscos na areia da praia e com a economia de cores

(6)

6

w w w. o p o v o . c o m . b rQuarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

política

O Ministério Público do Cea-rá (MPCE) deflagrou ontem 4ª fase da Operação Banquete, que apura supostas fraudes em licitações na Prefeitura de Eu-sébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. Com três pessoas presas, a ação simboliza início de ano conturbado na gestão do prefeito Acilon Gonçalves (PL), um dos maiores vencedores das eleições de 2020 no Ceará.

Ao todo, foram cumpridos ontem quatro mandados de busca e apreensão, dois de pri-são temporária contra os enge-nheiros Abelardo Barbosa Neto e Pablo Oliveira Rolim e outro de prisão preventiva contra o empresário Francisco Renato Araújo. Além disso, foi afastada das funções Tânia Cavalcante da Silva, integrante da comis-são de licitação da Prefeitura.

Segundo o MPCE, a 4ª fase da operação investiga suposta associação criminosa entre pessoas da Prefeitura de Eu-sébio e empresários do ramo de construção para “fraudar pesquisas de preços” para “obras de conservação de estradas, rodovias e áreas”. Segundo a investigação, há indícios de favorecimento para a empresa vencedora do processo.

“O grupo criminoso teria se valido de pessoas de baixa ren-da para figurarem como sócias meramente formais das em-presas, garantindo e ocultando o desvio de recursos públicos para os verdadeiros donos. Os investigados teriam contado ainda com auxílio criminoso de servidores e dirigente de órgão público”, diz nota do MP-CE, apontando ainda que o grupo

já teria faturado mais de R$ 7,6 milhões em ações do tipo, inclu-sive criando empresas laranjas. Responsável pela defesa dos dois engenheiros presos ontem, o advogado Leandro Vasques classificou as prisões como “des-proporcionais” aos fatos alega-dos. “Eles não receberam um só real do erário público, não emi-tiram uma nota fiscal sequer”, afirma, destacando ainda que ambos não possuem anteceden-tes criminais e não são acusados de crime hediondo.

Na manhã desta quarta-feira, os presos deverão prestar depoi-mento ao MPCE. “Certamente os dois (Abelardo e Pablo) não irão se furtar a responder nenhuma indagação, até porque nada te-mem. A empresa deles, apesar de ter participado de um proces-so licitatório, não chegou nem a atuar formalmente, a prestar nenhum tipo de serviço ou rece-ber qualquer recurso público”.

A 4ª fase da Operação Ban-quete é novo episódio de início de ano conturbado para o se-gundo governo de Acilon Gon-çalves em Eusébio. Na terça-feira passada, a gestão já havia sido alvo de outra etapa da operação, que também cumpriu três mandados de prisão.

Um dia depois, na quar-ta-feira, a então vice-prefeita do Município, Lucinha Feito-sa (DEM), renunciou ao cargo alegando conflito de interesses entre o cargo e negócios seus ou de sua família.

A saída súbita da vice de Aci-lon provocou grande repercus-são no município, gerando es-peculações se a renúncia teria relação com os casos apurados pelo MPCE.

Paralelamente, o prefeito também foi incluído, junto com o filho Bruno Gonçalves (PL), prefeito de Aquiraz, na lista de prefeitos provocados pelo MPCE a apresentarem esclare-cimentos por supostamente te-rem furado a fila de prioridades

| MpcE |

Com três pessoas presas, 4ª fase da Operação Banquete marca início de ano conturbado

para Acilon Gonçalves (PL), um dos maiores vencedores das eleições de 2020 no Ceará

Nova operação marca

início de ano turbulento

para Acilon Gonçalves em Eusébio

d

a

vi F

arias / espeCial p

ara o povo

vITorIoSo nas eleições 2020, acilon

Gonçalves começou 2º mandato com muitas atribulações

carloS mazza

carlosmazza@opovo.com.br

ediÇÃo: João marcelo Sena | joaomarCelosena@opovo.Com.Br |

Operação Banquete já prendeu 13

pessoas em seis meses

Eusébio

Em quatro fases deflagra-das entre 19 de agosto de 2020 e a manhã de ontem, a Opera-ção Banquete, que apura su-postas fraudes em licitações da Prefeitura de Eusébio, já cumpriu 13 mandados de pri-são no município, incluindo empresários e agentes públi-cos, além de 24 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Estado.

A primeira etapa da opera-ção ocorreu em 19 de agosto do ano passado, apurava desvios em contratos de alimentação e serviços gráficos e contou com sete mandados de prisão, 17 mandados de busca e apreen-são e dois de afastamento de função pública.

Segundo O POVO apurou, entre o material apreendi-do nesta primeira etapa da operação, estava o celular de

um empresário que se vendia como “influente” na Prefeitura de Eusébio e capaz de “orga-nizar” esquemas para burlar licitações do município.

Com base em conver-sas interceptadas no celular apreendido, o MPCE conse-guiu levantar diversas ou-tras suspeitas de fraude, que deram origem a outras fases da operação. Segundo a fonte ouvida pelo O POVO, outras investigações ainda podem surgir a partir do material.

A segunda etapa da ope-ração veio quase dez dias depois, em 28 de agosto de 2020, com o afastamento de outros dois agentes públicos. A terceira etapa ocorreu em 19 de janeiro e cumpriu três mandados de prisão, duas temporárias e uma preven-tiva. A última etapa, desta

mandados de busca e apreensão, prisão temporária e prisão preventiva foram cumpridos ontem

7

terça-feira, cumpriu outros três mandados de prisão.

“Desde as primeiras fases da Operação Banquete, ini-ciada ainda em 19 de agosto de 2020, já foram cumpridos 17 mandados de prisão, 24 de busca e apreensão e seis afas-tamentos de agentes públicos, tendo sido denunciados 19 réus”, diz nota do MP.

“O objetivo é desarticular um grupo criminoso que frau-dava licitações e dispensas na Prefeitura de Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. As investigações haviam co-meçado ainda no ano de 2019 e apontaram que empresários do ramo de alimentação e ser-viços gráficos teriam se asso-ciado para fraudar licitações e dispensas, em vários órgãos daquela Prefeitura”, continua.

(Carlos Mazza)

Na cena política nacional, o leite condensado ganhou destaque recente como pro-tagonista do peculiar café da manhã do presidente Jair Bol-sonaro (sem partido). Desde a campanha de 2018, Bolsonaro difunde o gosto matinal pela combinação do pão francês com a mistura cremosa for-mada por leite e açúcar.

Nesta terça-feira, 26, o pro-duto se tornou um dos temas mais comentados do Twitter após o site Metrópoles mostrar que a administração federal - o que inclui de ministérios a au-tarquias - gastou mais de R$ 15 milhões em recursos públicos para comprar o doce em 2020.

O valor é, por exemplo, cin-co vezes superior a tudo que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) recebeu para fazer o monitoramento por satélite de toda a Amazônia, Pantanal e demais regiões do País - R$ 3,2 milhões no mesmo período, segundo dados levan-tados pela consultoria Rubrica. Nos últimos dois anos, o Inpe - principal órgão federal responsável pelas pesquisas espaciais e monitoramento -, o Ibama e o Instituto Chico Men-des de Biodiversidade (ICMBio) tiveram seus orçamentos re-duzidos, o que comprometeu a capacidade de o governo rea-lizar ações estruturais de pro-teção, fiscalização e combate do desmatamento nas flores-tas nacionais.

Os gastos alimentícios do governo federal, que soma-ram mais de R$ 1,8 bilhão em 2020, entraram na mira da oposição. Parlamentares

formalizaram uma represen-tação no Tribunal de Con-tas da União (TCU) pedindo a abertura de investigação so-bre as compras do Executivo.

Segundo o site Metrópoles, o gasto global do Executivo fe-deral com alimentos e bebidas registrou um aumento de 20% em relação a 2019. Neste total estão ainda despesas de cerca de R$ 2,2 milhões com chicle-tes e R$ 32,7 milhões com piz-za e refrigerante.

Em documento protocola-do no TCU, o senaprotocola-dor Alessan-dro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Ri-goni (PSB-ES) argumentam que o aumento das despesas fere o princípio da moralidade administrativa.

“Em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o au-mento de gastos é absoluta-mente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de mui-tos dos gêneros alimentícios mencionados”, diz um trecho da representação.

Representantes do Psol, o deputado David Miranda (RJ) e as deputadas Fernanda Mel-chionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Vivi Reis (PA) protocola-ram uma ação para que o pro-curador-geral da República, Augusto Aras, abra investiga-ção sobre os gastos.

Procurado nesta terça-fei-ra pela reportagem e ques-tionado sobre os gastos com alimentos, o governo federal não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

(Agência Estado)

Governo Federal

amarga gasto com leite

condensado

| oposição aciona tcU |

de vacinação contra a Covid-19 nos municípios.

Em 19 de janeiro, Acilon e o filho publicaram imagens nas redes sociais do momento em que eram vacinados. Provocado por um seguidor, Bruno Gon-çalves justificou ter recebido a vacina, destacando que queria “incentivar” a prática, que é médico e que segue realizando partos no Hospital de Aquiraz. Acilon Gonçalves também é médico e segue desempenhan-do a função.

As polêmicas na Justiça ocorrem poucos meses após o prefeito de Eusébio deixar as urnas como um dos maio-res vencedomaio-res das eleições de 2020 no Ceará. Além de ser reeleito e eleger o filho, até então deputado estadual, para o comando de Aquiraz, Acilon também teve partici-pação direta em pelo menos quatro outros municípios – Beberibe, Cascavel, Itaitinga e Pindoretama.

O POVO tentou entrar em

contato com a Prefeitura de Eu-sébio por meio de diversos tele-fones, incluindo assessorias de imprensa e até o celular pessoal do prefeito, mas não teve res-posta. Operação de ontem foi tocada pelo MPCE por intermé-dio do Grupo Especial de Com-bate à Corrupção (Gecoc), com apoio do Departamento Técnico Operacional da Polícia Civil.

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w w w. o p o v o . c o m . b r

Quarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

política

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A Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) elegeu nesta terça-feira, 26, Júnior Castro (PDT) como novo presidente da entidade. Prefeito do município de Chorozinho, ele comandará a instituição no biênio 2021-2022. Logo após ser aclamado, Cas-tro afirmou que são os gestores municipais os que “sentem na pele a dor” dos conterrâneos.

“(A esfera municipal) É onde a gente não costuma ter aque-la atenção que a gente espera dos nossos entes federados (Estado e União) e acaba que sempre a gente carrega a cul-pa, exatamente por não existir ainda o nosso Pacto Federati-vo”, ele afirmou sobre uma das principais pautas do movi-mento municipalista.

O gestor afirmou aguardar o dia em que a máxima “mais

Brasil, menos Brasília”, dita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) logo quando foi eleito, possa se concretizar no dia a dia dos municípios. Na se-quência, Júnior Castro se diri-giu ao prefeito de Cedro, Nilson Diniz (PDT), de quem recebe o cargo, para dizer que espera que continue presente na roti-na da instituição.

“Que os colegas (demais prefeitos) também utilizem a Aprece, procurem se inteirar do que a Aprece tem a oferecer, a gente tem a missão de repre-sentar e vamos estar fazendo visitas aos municípios, mas é muito importante também que os prefeitos possam se inteirar do que a Aprece tem a oferecer”, adicionou o novo dirigente da Associação.

A Aprece é uma entidade cujo objetivo central é o de fomentar o desenvolvimento dos municí-pios do Estado, além de repre-sentá-los institucionalmente.

Dentre os serviços exe-cutados, o novo mandatário

| aprece |

Filiado ao PDT e ligado politicamente ao futuro

presidente da AL-CE, Evandro Leitão (PDT), Júnior Castro comandará a entidade no biênio 2021-2022

Associação dos Municípios

do Ceará elege novo

presidente

(Foto: divulg

a

ção)

Novo presidente da aprece, júnior Castro (à esq.) foi candidato único e sucede nilson diniz

carlos HolaNda

carlosholanda@opovo.com.br

destacou o Diário Oficial dos Municípios, ferramenta para as publicações legais das prefei-turas. São oferecidos gratuita-mente para as cidades filiadas à Associação, o que, segundo ele, significa relevante economia nos cofres das gestões.

O próximo presidente da As-sembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Evandro Leitão (PDT),

acompanhou a posse de Castro, ao lado do deputado federal Ro-bério Monteiro (PDT) e do esta-dual Jeová Mota (PDT).

Castro é aliado de Leitão. Na eleição que passou, o sal-do político para o deputasal-do estadual foi positivo. Elegeu dez prefeitos ligados a ele em municípios do Interior, com Chorozinho incluso, além de dois vereadores em Fortaleza: Eudes Bringel (PSB) e Kátia Rodrigues (Cidadania).

Já como presidente da Aprece, Castro foi ao Palácio da Abolição, sede do Governo do Ceará, visitar o governador Camilo Santana (PT).

“A Aprece tem sido grande parceira do Estado nas ações para melhorar a qualidade de vida dos cearenses. Agradeço ao ex-presidente da Aprece, Nilson Diniz, pela parceria ao longo dos últimos anos, e dese-jo boa sorte e bom trabalho ao presidente Júnior Castro nessa nova missão”, escreveu o petista nas redes sociais.

“A Aprece tem sido

grande parceira do

Estado nas ações

para melhorar a

qualidade de vida

dos cearenses”

camilo santana (pT),

agradecendo ao ex-presidente nilson diniz e desejando boa sorte a júnior Castro

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WWW.OPOVO. COM.B R

QUARTA-FEIRA

FORTALEZA - CEARÁ - 27 DE JANEIRO DE 2021

POLÍTICA

EUSÉBIO ficou pequeno para as

articulações de Acilon Gonçalves

ALGO DE ESTRANHO

OCORRE NO EUSÉBIO

O

Município de Eusébio vive um turbilhão político neste começo de 2021. O município emancipado de Aquiraz há 32 anos tem a maior renda per capita do Ceará, local de condomínios luxuosos, refúgio de parte da elite de Fortaleza que busca moradia tranquila, longe do bur-burinho da Capital. Na última eleição, o comandante político do Município esteve entre os líderes que mais se fortaleceram no Estado. Acilon Gonçalves, à frente do Partido Liberal (PL), reelegeu-se com vantagem acachapante. Além disso, consoli-dou significativa hegemonia a leste de Fortaleza. Elegeu o fi-lho, o ex-deputado estadual Bruno Gonçalves (PL), prefeito de Aquiraz. E ainda emplacou os aliados Paulo César Feitosa (PL) como prefeito em Itaitinga, Michele Queiroz (PL) em Beberi-be, Tiago Ribeiro (Cidadania) em Cascavel e Dedé Soldado (PL) em Pindoretama. Teve como revés o fato de a esposa, Marta Gonçalves (PL), não ter conseguido se reeleger vereadora em Fortaleza. O partido elegeu dois parlamentares e ela ficou em terceiro lugar. Mas, não há de ser nada, visto que ela não foi uma presença propriamente frequente na Câmara ao longo do mandato. Não deverá sentir muita falta. É capaz de ganhar algum em algum governo mais uma vez, como ocorreu na ges-tão Roberto Cláudio (PDT), na qual foi coordenadora de Políti-cas sobre Drogas da Prefeitura.

Ocorre que, no intervalo de uma semana, a Prefeitura de Eusébio foi alvo duas vezes de operação do Ministério Público. Só ontem prenderam dois engenheiros e um empresário. Um funcionário da Prefeitura foi afastado da função. A denúncia é de fraude em licitações com uso de laranjas e manipulação de concorrência. Desta vez teria sido no aluguel de maquinário pesado para obras, mas a a mesma operação também investiga suspeita de fraudes em licitações ou dispensa de licitações para serviços gráficos e alimentação — daí o batismo Operação Banquete.

As investigações começaram em 2019. Desde que a operação foi tornada pública, em 19 de agosto de 2020, foram presas 17 pessoas e houve seis afastamentos de agentes públicos. Seis pessoas que tinham cargo. É muita gente.

Neste meio tempo, entre uma fase da operação e outra, Acilon ficou sem vice. Na quarta-feira, Lucinha Feitosa (DEM) abriu mão da função de vice-prefeita. Citou impedimentos para que ela e familiares fizessem negócios com várias empresas. Não explicou muita coisa. Pode ter sido gesto até de desprendimento, para não confundir as coisas. Mas, ficou estranho. Ela não sabia disso antes de ser candidata? Descobriu depois de meio mês no cargo? Como ela não deu esclarecimentos mais aprofundados, ficou a dúvida no ar. Ainda mais em meio a tanta turbulência e complicações da administração com o Ministério Público.

A confusão vinha de pouco antes. Em julho do ano passado, vazou áudio do filho de Acilon, o agora prefeito de Aquiraz Bruno Gonçalves, oferecendo dinheiro a um pré-candidato a vereador em troca de apoio. O assunto foi objeto de denúncias formalizadas, até hoje sem desdobramentos concretos.

ÉRICO

FIRMO

ESTA COLUNA

É PUBLICADA DE TERÇA A SÁBADO ERICOFIRMO@OPOVO.COM.BR ESTA COLUNA É PUBLICADA

ALEX GOMES/ ESPECIAL PARA O POVO

O PAPEL DE ACILON

O desempenho eleitoral de Acilon e seus aliados em 2020, a voracidade com a qual o PL entrou nas últimas eleições e o resultado obtido são sinalização de quem pensa além da Prefeitura do Eusébio. Acilon está no quarto mandato. De longe o líder político mais poderoso desde a emancipação do Município, em 1987. Em 1997, ele foi vereador de Fortaleza pelo PMDB, ele abriu dissidência na base do então prefeito Juraci Magalhães e derrotou José Maria Couto, do próprio PMDB, na disputa pela presidência da Câmara Municipal, contrariando o à época poderoso prefeito da Capital. Em 1998, elegeu-se deputado estadual. Curiosamente, em 2002 não foi candidato. Voltou do recesso como prefeito de Eusébio. Ao montar rede de prefeitos agora, movimenta-se como quem quer ir além.

O que se especula é que Acilon miraria uma vaga talvez de senador. Quem sabe vice-governador. No mínimo deputado federal.

O que pode atrapalhar são essas incursões policiais na gestão.

afi rmou que a pasta nunca orientou o ‘tratamento precoce' e sim o ‘atendimento precoce' dos pacientes.

“Nunca indiquei medica-mentos a ninguém. Nunca au-torizei o Ministério da Saúde a fazer protocolos indicando medicamentos”, disse no últi-mo dia 18. Segundo observou Zymler, a posição é ‘contraditó-ria' em relação a orientações e documentos emitidos pelo pró-prio ministério.

O ministro do TCU tam-bém pediu explicações sobre o aplicativo TrateCOV, lança-do pelo governo federal para agilizar o diagnóstico da Co-vid-19. O tribunal quer a in-dicação dos responsáveis pela plataforma, a descrição do funcionamento, a ‘base mé-dico-científi ca' para uso e se está prevista sua reativação.

O aplicativo, que reco-mendava antibióticos, cloro-quina e ivermectina até para bebês, foi tirado do ar na

quinta-feira, 21. Um dia de-pois, o Ministério Público Fe-deral (MPF) abriu uma frente de apuração sobre o sistema.

O general voltou no último sá-bado, 23, a Manaus, na sema-na seguinte a uma passagem pela cidade que fi cou marca-da pela pressão pelo uso de medicamentos sem efi cácia contra a Covid-19, como a cloroquina. O Ministério afi r-ma que Pazuello não tem data para deixar a cidade.

O ministro do Supremo Tri-bunal Federal (STF) Ricardo Le-wandowski determinou na últi-ma segunda-feira, 25, abertura de um inquérito para apurar a atuação de Pazuello, no colapso da rede pública de hospitais em Manaus. O objetivo é investigar se houve omissão no enfrenta-mento da crise provocada pela falta de oxigênio para pacien-tes com Covid-19 na capital do Amazonas. (Agência Estado) O Ministério da Saúde tem

cinco dias para prestar infor-mações ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) na distribuição de cloroquina e hidroxicloro-quina para tratar pacientes diagnosticados com o novo coronavírus.

A ordem partiu do minis-tro Benjamin Zymler na última sexta-feira, 22, depois que uma auditoria feita pela área técnica do tribunal apontou ilegalidade no custeio dos remédios sem efi cácia comprovada para uso contra a Covid-19.

Apesar da ausência de va-lidação científica, o presiden-te Jair Bolsonaro (sem par-tido) e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apostaram nos medicamentos como es-tratégia de tratamento pre-coce contra o vírus.

No despacho, o ministro do TCU afi rma que os remédios só poderiam ter sido fornecidos pelo SUS para tratar a doen-ça se houvesse autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou de autori-dades sanitárias estrangeiras.

A prescrição destes fármacos contra a Covid-19 é rejeitada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Socieda-de Brasileira Socieda-de Infectologia (SBI). “Verifi ca-se não haver amparo legal para a utiliza-ção de recursos do SUS para o fornecimento desses medi-camentos com essa fi nalida-de”, diz um trecho do ofício.

Na avaliação do ministro, os esclarecimentos devem ser prestados na esteira da mu-dança do discurso de Pazuello. Após meses de defesa e entrega em massa dos medicamentos pelo governo federal, o general

TCU vê ilegalidade em

distribuição de cloroquina e

cobra explicações de Pazuello

| SAÚDE |

Órgão deu cinco dias para que o ministro esclareça

fornecimento dos medicamentos com verba do SUS

CAIO DE BIASI/MINIS

TÉRIO D

A S

A

ÚDE

APÓS a PGR abrir inquérito contra

ele, Pazuello viajou a Manaus por tempo indeterminado

Ministro diz

que crise

no AM foi

‘situação

desconhecida'

Manaus

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ontem que o au-mento de infecções e internações pela Covid-19 em Manaus foi “uma situação completamente desconhecida para todo mundo”.

Investigado no STF pela atua-ção no colapso de saúde na capi-tal do Amazonas, Pazuello voltou a afi rmar que agiu para ameni-zar a crise e que o papel do mi-nistério é somente de “apoio”.

“Tivemos salto da contami-nação, triplicando o número de contaminados. Foi uma situação completamente desconhecida para todo mundo. Foi muito rá-pido”, disse o ministro, em even-to para inauguração de reaber-tura do hospital Nilton Lins, em Manaus, que teve a capacidade de atendimento ampliada.

Pazuello apontou a variante da Covid-19 encontrada em Ma-naus como uma possível causa para o aumento das infecções. Ele disse que a nova cepa está sendo estudada no Brasil e pela Universidade de Oxford, no Rei-no Unido. (Agência Estado)

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Quarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

ECONOMIA

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Apesar de haver a intenção, a importação de vacinas por empresas privadas segue indefinida no Brasil. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro informou que o Governo Fe-deral enviou na semana pas-sada uma carta de intenções favorável à compra pelo setor privado de 33 milhões de do-ses da Oxford/AstraZeneca, do Reino Unido para o Bra-sil. Mas a farmacêutica, por outro lado, afirma que, por ora, não há doses disponíveis para venda para o mercado privado. Em meio a esse ce-nário, também não há con-senso entre os empresários sobre a forma de distribuição das vacinas.

Enquanto uma parte das empresas defende que metade do lote seja usado para garan-tir a imunização dos próprios funcionários e o restante seja doado ao Sistema Público de Saúde (SUS), outra ala entende que não se deve “furar a fila” dos grupos de risco determi-nados pelo Ministério da Saú-de: profissionais de saúde, in-dígenas, quilombolas e idosos e que, por isso, o material de-veria ser integralmente doado ao sistema público.

Esta teria sido, inclusive, uma das razões que emperrou uma nova tentativa de um gru-po de empresários para compra de vacinas com dinheiro priva-do, iniciada no fim da semana passada, conforme reportagem publicada pela Agência Estado.

Dentre os defensores da doa-ção integral das vacinas para o SUS estão três das maiores em-presas do País, como o banco Itaú, a Vale e a Petrobras, in-formou uma fonte próxima às conversas. E sem a participa-ção delas, a compra do lote de milhões de vacinas ficou mais difícil - especialmente diante da exigência de uma cota míni-ma tão alta. Segundo umíni-ma car-ta que circulou entre líderes de associações de diferentes seto-res existe um lote de 33 milhões de vacinas da Oxford/AstraZe-neca disponíveis para compra, da Inglaterra, com a obrigação de aquisição de pelo menos 11 milhões de doses de uma só vez.

O custo estimado das va-cinas, na carta que circulou entre os empresários, seria de US$ 23,79 por dose - pre-ço muito superior aos US$ 5,25 que teriam sido pagos na compra da mesma vacina pelo Governo Federal pelo lote que chegou ao País na sexta-feira passada, 22. O preço pago pelo governo brasileiro já era alto em relação ao valor de venda para a União Europeia.

Ontem, em uma live do ban-co Credit Suisse, o presidente Jair Bolsonaro disse que a carta de intenções foi assinada para atender uma demanda de re-presentantes do setor empre-sarial. Também ressaltou que é favorável à aquisição do lote pelo setor privado, desde que metade seja doada ao sistema público de saúde.

“Metade dessas doses, 16,5

milhões, entrariam aqui para o SUS e estariam então no pro-grama nacional de imunização, seguindo aqueles critérios, e outros 16,5 milhões ficariam com esses empresários para que fossem vacinados, então, os seus empregados, para que a economia não parasse.”

Em comunicado feito à imprensa, no entanto, a As-traZeneca informou que, no momento, não tem doses disponíveis de vacina contra a Covid-19 para o mercado privado. “No momento, to-das as doses da vacina estão disponíveis por meio de acor-dos firmaacor-dos com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado.”

A farmacêutica disse ainda que, como parte do acordo com a Fiocruz, mais de 100 milhões de doses da vacina de Oxford/ AstraZeneca estarão disponí-veis no Brasil, em parceria com o Governo Federal. Além dessas doses, a Fiocruz espera produ-zir mais 110 milhões de unida-des do produto no segundo se-mestre. (com Agência Estado)

| PANdEMIA |

Empresas que

participam da negociação divergem sobre forma de distribuição de vacinas. AstraZeneca

informou também que não há lotes disponíveis para venda ao setor privado

Falta de acordo

trava compra de vacina

pelo setor privado

FCo Fontenele

Itaú, vale e Petrobras estariam entre

empresas que defendem a doação integral de vacinas para o SUS

anvisa publica edital para coletar

informações de clínicas no futuro

Unidades particulares.

Cadastro

A Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta terça-feira, 26, que foi publicado edital de chamamento para clíni-cas de vacinação privadas relacionados a coleta de in-formações para o VigiMed. Segundo a agência, o obje-tivo é coletar informações das clínicas para o cadastro no sistema de notificação de eventos adversos a medica-mentos e vacinas da Anvisa.

A Anvisa esclarece que

houve mudança no sistema eletrônico de notificação, que anteriormente era o Notivisa. Com a substituição de siste-ma, o cadastro é fundamental para que o acesso ao VigiMed seja concedido pela Anvisa.

As clínicas privadas de va-cinação já são obrigadas a no-tificar eventos adversos de qualquer vacina, desde a ins-tituição de uma resolução em 2013. Com a pandemia, a An-visa lançou a nota técnica (NT) 49/2020 com orientações sobre

o monitoramento de eventos adversos pós-vacinação.

Na NT 49/2020, a Anvisa esclarece que caso alguma clínica privada de vacinação não possua o sistema, que en-tre em contato com a agência através do e-mail vigimed@ anvisa.gov.br e solicite o seu cadastro. Para mais informa-ções e materiais de treina-mento, basta entrar no Portal da Anvisa (http://antigo.anvi-sa.gov.br/vigimed). (Samuel

Pimentel)

Irna cavalcante

irnacavalcante@opovo.com.br

ediÇÃo: adaIlma mendes | adailma.mendeS@oPoVodigital.Com

Empresários aguardam definição de cenário

ceará.

Em compasso de espera

No Ceará, sindicatos e em-presas aguardam definição das negociações nacionais para importação da vacina. Mas, caso haja compra pelo setor privado, há o interesse de garantir a imunização aos funcionários.

É o que informou, por exemplo, o presidente do Sin-dicato da Construção do Ceará (Sinduscon), Patriolino Dias. “Estamos acompanhando esse movimento nacional, o que será definido pela Câmara Bra-sileira da Indústria da Cons-trução (CBIC), mas tão logo as vacinas sejam ofertadas pelo setor privado, temos interesse em adquirir para imunizar os funcionários do setor.”

O vice-presidente da Aço Cearense, Ian Corrêa, tam-bém diz que a empresa não está participando de nego-ciações para aquisições im-portação de vacinas, porém, não se furtaria em contri-buir caso o Instituto Aço Bra-sil decida nesse sentido. “Se houver alguma coisa a mais, estaremos juntos para fazer o que for possível para trazer a vacina aos nossos funcio-nários e contribuir para va-cinação da população em ge-ral, para que todos possamos passar por essa pandemia o mais rápido possível.”

A M. Dias Branco informou que, neste momento, acompa-nha o avanço do plano nacio-nal de vacinação do governo. Mas, já realiza anualmen-te, como parte da estratégia de saúde preventiva para os

colaboradores, campanhas anuais de vacinação. “Um exemplo é a campanha de va-cinação contra a Influenza, uma vez que a maior parte dos nossos colaboradores não está incluída nos grupos para os quais a vacina ofertada pelo SUS é direcionada. Com isso, acreditamos cumprir com nosso papel social de ze-lar pela saúde de todos e, ao mesmo tempo, reduzir a so-brecarga do sistema público de saúde”, informou.

Já a Companhia Siderúr-gica do Pecém (CSP) afirmou que, embora mantenha um

Comitê de Crise Covid-19 que acompanha e avalia ações re-ferentes à pandemia desde o início de 2020, não está em debate a compra de vacina pela empresa. “A CSP seguirá as orientações das autorida-des sanitárias e científicas, bem como continuará com o rigor dos seus mais de 40 protocolos e ações internas e externas de controle da Pan-demia”, informou em nota.

Procurada, a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) não se manifestou até o fe-chamento desta edição. (Irna

Cavalcante)

..tão logo as vacinas

sejam ofertadas pelo

setor privado, temos

interesse em adquirir

para imunizar os

funcionários do

setor”

patriolino dias, presidente do Sinduscon

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Quarta-feira

Fortaleza - CearÁ - 27 de janeiro de 2021

ECONOMIA

| GAstOs |

Ministro

quer aproveitar momento de pressão para aprovar PEC com

medidas de ajustes que não avançaram em 2020

Economia já aceita volta

de

auxílio EmErgEncial

atrelada a cortes

MarCelo CaMargo/agênCia Brasil

Guedes deve abrir diálogo para medidas após posse de líderes na Câmara e senado Apesar das resistências,

o Ministério da Economia já discute uma nova rodada do auxílio emergencial, mas com uma condição: a realização de um acordo com o Congres-so para aprovação rápida de medidas de corte de gastos. A decisão somente deve ser to-mada depois das eleições para o comando da Câmara e do Senado - marcadas para 1º de fevereiro -, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende abrir diálogo para a aprovação das medidas.

Até lá, a estratégia é “segurar a respiração e esperar a eleição”, como definiu um integrante da equipe econômica. A posição dos quatro principais candidatos à Presidência de Câmara e do Se-nado, favoráveis à nova rodada do auxílio em meio ao avanço da Covid-19, está forçando o gover-no a rever os plagover-nos, ao mesmo tempo que cresce a pressão para o governo acelerar as negocia-ções para adquirir vacinas para imunizar a população e destra-var a economia.

O ministro quer aproveitar o momento de pressão dos par-lamentares, governadores e prefeitos para tentar “fazer do limão uma limonada” e aprovar uma Proposta de Emenda Cons-titucional (PEC) com medidas de ajuste que não avançaram em 2020, incluindo cortes em gastos com os servidores.

Na segunda-feira, 25, o pre-sidente Jair Bolsonaro deu a se-nha e evidenciou a preocupação do governo com o endividamen-to. “A palavra é ‘emergencial'. O que que é ‘emergencial'? O que

não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento muita gente passando necessi-dade, mas a nossa capacidade de endividamento está no limi-te”, disse a apoiadores.

Guedes quebrou o silêncio que mantinha desde que voltou das férias de fim de ano. Em seu primeiro pronunciamento público em 2021, defendeu na segunda-feira, 25, a vacinação, numa estratégia do Palácio do Planalto para reverter as críti-cas pela demora na implemen-tação do plano de imunização do governo.

O discurso da área econômica é buscar espaço no Orçamento e no teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à

inflação. Mas, como a necessida-de do auxílio é urgente, o tempo é curto para aprovar uma PEC e o Orçamento de 2021 ainda não foi aprovado, não se descarta a possibilidade de abrir um cré-dito extraordinário, liberando recursos fora do teto.

Diante da constatação do agravamento da segunda onda da Covid-19, o que se considera é que o pedido do crédito, se bem fundamentado, poderá ser acei-to pela Secretaria de Orçamenacei-to Federal (SOF). A posição da SOF é relevante porque sempre hou-ve resistência dos técnicos em assinar um crédito extraordi-nário, que exige que os recursos sejam direcionados para gastos imprevisíveis. (Agência Estado)

saída

Para rodrigo Maia (deM-rj), se o endividamento do País tiver fechado num patamar menor, é possível debater uma prorrogação do auxílio por até seis meses, em valor de r$ 200 ou r$ 300.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem, 26, que o Governo Federal saberá agir com os estímulos necessários caso uma segun-da onsegun-da de contaminações pelo novo coronavírus, com registros de óbitos diários superiores a 1,3 mil, atinja o Brasil. De acordo com ele, o governo apresentou na PEC do pacto federativo um “pro-tocolo de crise” a ser aciona-do em caso de necessidade.

“Se a pandemia faz a se-gunda onda, com mais de 1,5 mil, 1,6 mil, 1,3 mil mortes, saberemos agir com o mes-mo tom decisivo, mas temes-mos que observar se é o caso ou não”, disse Guedes, após lembrar do auxílio emergen-cial concedido pelo governo na crise sanitária, durante congresso virtual promovido pelo Credit Suisse.

“Se a doença volta, temos

um protocolo de crise, que foi aperfeiçoado”, acrescen-tou o comandante da equipe econômica, explicando que o protocolo estaria previsto numa cláusula de calamida-de pública na PEC do pacto federativo, travando todas as despesas e dedicando recur-sos a um auxílio emergencial. Ele ponderou que haverá um preço se “apertar esse botão”.

O ministro manifestou, contudo, uma visão positiva sobre a vacinação - citando a capacidade do Brasil de produzir 300 milhões de do-ses de imunizantes por ano - e seu potencial de trazer a economia de volta à nor-malidade para o País prio-rizar a agenda de reformas que, conforme observou, são “fundamentais” para recu-perar a dinâmica de cresci-mento perdida nas últimas décadas. (Agência Estado)

ministro garante

protocolo para caso de

segunda onda no País

| EM sItuAçãO dE CrIsE |

Se a pandemia faz

a segunda onda,

com mais de 1,5

mil, 1,6 mil, 1,3 mil

mortes, saberemos

agir com o mesmo

tom decisivo, mas

temos que observar

se é o caso ou não”

paulo Guedes,

(11)

W W W. O POV O.C OM.B R

QUARTA-FEIRA

FORTALEZA - CEARÁ - 27 DE JANEIRO DE 2021

11

PARA FALAR COM A COLUNISTA: NEILAFONTENELE@OPOVO.COM.BR

NEILA FONTENELE

ESTA COLUNA É PUBLICADA DE SEGUNDA A QUINTA E SÁBADO

ECONOMIA

JUROS E INFLAÇÃO: CORRIDA PARA MANTER O PODER DE COMPRA

A

ata do Comitê de Política Monetária (Copom) di-vulgada ontem sinaliza as dificuldades do Banco Central diante do aumento do número de casos de Covid-19 e da ausência do auxílio emergencial. Até o ministro Paulo Guedes foi forçado a admitir que a recuperação da economia poderia ser viabiliza-da apenas com uma vacinação em massa viabiliza-da população.

O Banco Central resolveu protelar uma possível elevação dos

juros básicos da economia e manter a Selic em 2%, analisando mais atentamente as possibilidades de recuperação do cenário e a necessidade de novos estímulos à economia.

Com uma Selic a 2%, haverá maior incentivo ao consumo;

as perdas estariam na possibilidade de maior captação de

recursos através da venda de títulos do governo. Aplicações como a poupança poderão ter a menor remuneração da renda fixa (rentabilidade bruta de 1,40%), mas elas já andavam com atrativos muito baixos.

O buscador de investimentos Yubb fez um levantamento sobre o

impacto dessa mínima histórica dos juros básicos: pelo estudo, as debêntures tendem a assumir a liderança em resultados na renda fixa (média de 5,02%).

Ou seja: quem tem dinheiro terá de fazer escolhas mais atentas

para conseguir uma rentabilidade superior à inflação, projetada em 3,5% para 2021. Na avaliação de alguns analistas, voltamos a uma situação já vivida no passado, quando a lógica do investidor não era ganhar, mas simplesmente não perder para a inflação.

SELIC

A redução da Selic tem

impulsiona-do o mercaimpulsiona-do de construção civil de duas formas: 1) tornando os finan-ciamentos menos caros; e 2) incen-tivando o retorno de investidores, que ficaram desestimulados com as perdas da renda fixa. O assessor de investimentos Yuri Cavalcante, sócio da Aplix, acredita que as pressões inflacionária e fiscal forçarão uma política diferente, com tendência de retomada gradual dos juros em uma média de 0,25 ponto percentual a partir de março. O BC sinalizava esse movimento, mas agora a institui-ção vem se tornando mais reticente diante das dificuldades econômicas.

A possibilidade de aumento dos

ju-ros futuju-ros teria o objetivo de barrar um pouco a inflação e adequar o pa-tamar da taxa Selic ao risco dos títu-los nacionais.

PRESSÃO FISCAL

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O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5), a partir das 14 horas, de segunda a sexta.

TV

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SORVETES

FATURAMENTO

POR APLICATIVO

A marca de sorvete Pardal registrou

um número significativo nas vendas do seu aplicativo próprio. O disposi-tivo, lançado em maio de 2020, conse-guiu até dezembro o registro de 15.873 pedidos, resultando em um valor de vendas de R$ 834.666,07.

PARCERIA UFC E ECO

MONITORAMENTO

SOLAR

A Universidade Federal do Ceará e a

empresa Eco Soluções em Energia fe-charam parceria para desenvolver sistema de monitoramento de energia solar. O investimento total é de R$ 637 mil e deve contribuir para a formação de estudantes da área. A instituição também está recebendo doação de uma usina solar, que será instalada no Instituto UFC Virtual.

CSP

AÇO PARA PETRÓLEO E GÁS

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)

rece-beu certificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que qualifi-ca a usina para o fornecimento de plaqualifi-cas de aço para as indústrias de petróleo e de gás natural no Brasil. Este é um mercado que tem grande poten-cial de consumo de aços de alta tecnologia (HTS). Detalhe: somente em 2020, a CSP desenvolveu mais 29 aços HTS.

CAJUÍNA

ALÉM DO MERCADO DA

SAUDADE

O diretor da Negócios da Natvita Itaueira Sucos,

Roberto Castelo Branco, anda entusiasmado com a possibilidade de ampliar as vendas de cajuína no Brasil e na Europa. Ele explica que o produto pode ter novas demandas, atendendo não apenas o “mercado da saudade” (brasileiros que estão fora do País), mas também o público interessado nas propriedades da bebida, como a vitamina C.

Referências

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