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TÍTULO: PRODUÇÃO DE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO PROVENIENTE DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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Academic year: 2021

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TÍTULO: PRODUÇÃO DE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO PROVENIENTE DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA ÁREA:

SUBÁREA: ENGENHARIAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): FRED TEODORO FERREIRA, FAGNER MARQUES REZENDE, THEÓFILO DE ANGELIS WIESEL

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ANDERSON MANZOLI ORIENTADOR(ES):

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1

Modelo para a formatação dos artigos para publicação nos anais no XIII EMEPRO (2017)

1. RESUMO

O objetivo deste trabalho é o levantamento bibliográfico de trabalhos que

obtiveram uma argamassa de revestimento, proveniente de resíduos da construção, verificando as vantagens do reuso dos resíduos sólidos com relação aos aspectos técnicos. Este trabalho analisou o potencial técnico, os métodos viáveis para que ocorra esse procedimento, avaliando as alternativas para o gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil, e não o simples descarte em aterros, tendo como meta não só trazer benefícios ecológicos, mas também benefícios para o âmbito municipal. O trabalho foi fundamentado em pesquisas bibliográficas e análises de artigos que relatam sobre o tema proposto, sendo que foram priorizadas as pesquisas que tratassem sobre o teor do resíduo reciclado presente no traço da argamassa e os resultados obtidos para cada uma delas. Os resultados sugerem que o uso de agregado reciclado retem mais água e com isto há maior hidratação do cimento, apresentando uma resistência em geral aos 28 dias, ou seja, bem próximo da resistência da argamassa com agregado natural.

Palavras-chave: Argamassa; Gerenciamento; Resistência

2. INTRODUÇÃO

O setor da construção civil, assim como a maioria dos outros setores de outras áreas, causa impactos muito negativos para o meio ambiente, sendo que os resíduos gerados pela construção civil são responsáveis por boa parte desses impactos. A reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade, seja atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos. O processo de novos materiais reciclados precisa ser feito de forma cautelosa e criteriosa para garantir o sucesso destes produtos no mercado.

Os resíduos de obras de construções novas ou de demolições são definidos

em vários estudos como RCC – resíduos da construção civil e RCD – resíduos de

construção e demolição. Portanto, ambas as siglas serão muito utilizadas no desenvolvimento deste trabalho.

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2 Segundo a Agenda 21 , os RCC são considerados como os principais causadores de degradação ambiental. Este fato é justificado tanto pelo volume gerado quanto pelo tratamento e disposição final irregulares. No Brasil, estima-se que o entulho representa de 41 a 70% da massa de resíduos sólidos urbanos em áreas da cidade. Portanto, as atividades referentes à construção civil podem ser consideradas como as maiores geradoras de resíduos (Costa, 2003).

Para atingir um modelo de desenvolvimento sustentável é necessária a aplicação de critérios de gestão de resíduos nos canteiros de obras, nas quais sejam aplicadas técnicas para a redução da geração, reutilização e reciclagem dos resíduos (WALKER e DOHMANN, 1996; THORMARK, 2001; SOUZA., 2004).

Um dos principais problemas nos RCDs é a inconstância de composição e como consequência, de outras propriedades desses agregados reciclados Angulo, (2000); Zordan (1997); Pinto (1999); Harder; Freeman (1997); Dorsthorst e Hendriks (2000).

Este trabalho trata uma das inumeras opções de utilizacão de resíduo, sendo ela a produção de argamassa de revestimento, fazendo uso de resíduos sólidos, provenientes da contrução civil, em razão da abundância desse tipo de subproduto. Com a intensa industrialização, provindas de novas tecnologias, crescimento da população e aumento de pessoas em centros urbanos e diversificação do consumo de bens e serviços, os resíduos passaram a ser graves problemas urbanos, com um gerenciamento oneroso e complexo considerando-se volume e massa acumulados.

Os problemas se caracterizam pela falta de área de deposição de resíduos causadas pela ocupação e valorização de área urbanas, altos custos sociais no gerenciamento de resíduos, sendo assim, o reaproveitamento dos resíduos se torna fundamental, e a substituição de agregados naturais como brita e areia por agregados reciclados pode ser uma boa alternativa.

3. OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi verificar a disponibilidade de trabalhos que avaliaram a viabilidade da produção de uma argamassa de revestimento à partir de agregados reciclados ao invés de agregado natural, analisando o potencial técnico

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3 disponível na bibliografia.

4. METODOLOGIA

O trabalho foi fundamentado em pesquisas bibliográficas, comparando trabalhos sobre o tema em especial, que tratam da produção de argamassa de revestimento, que venha a se estabelecer como uma alternativa de mercado ambientalmente segura, analisando e comparando as resistências adquiridas de argamassa produzidas com agregado reciclado, de acordo com o teor dos resíduos adicionados para a mistura, com relação a produção a partir de agregados naturais. E tem como objetivo orientar atividades de pesquisa e desenvolvimento de reciclagem de resíduos como materiais de construção deve reunir e articular os conceitos e ferramentas relevantes ao desenvolvimento das diferentes atividades.

5. DESENVOLVIMENTO

A substituição crescente do agregado natural pelo reciclado fez aumentar a demanda de água para se obter à consistência desejada em todos os experimentos analisados. Todavia, para a maioria das argamassas com agregado reciclado foi obtido resistências à tração, superiores às da argamassa com agregado natural. Esse comportamento também foi verificado para a resistência à compressão, em ambos os casos estudados. Esses acréscimos das resistências provavelmente se deram devido à maior absorção de água dos agregados reciclados, fazendo com que as argamassas produzidas com estes retenham mais água, propiciando uma melhor hidratação dos grãos de cimento. As resistências de aderência, à tração e de compressão da argamassa no traço, com agregado reciclado foi superior à da argamassa com agregado natural. Quando não foram superiores, satisfizeram ao limite indicado na Norma Brasileira. No pior das hipóteses, a resistência à compressão das argamassas não diminui quando se substitui parcialmente o agregado natural pelo reciclado, até a percentagem volumétrico de 100%, no estudo de BASTOS E CERRI (2004). Porém, de acordo com o estudo desenvolvido por Lima (2005), houve um decréscimo em todos os casos de adição de agregado

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4 reciclado em relação ao uso de 100% de agregado natural, sendo que ocorreu uma ligeira oscilação de acordo com o percentual de volume adicionado.

6. RESULTADOS

6.1 RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA A TRAÇÃO DA ARGAMASSA

LIMA (2005) observou que a argamassa com agregado reciclado apresentou resistência e aderência à tração superior àquela com agregado natural. O motivo pode ser a capacidade maior de retenção de água do agregado reciclado. Pelo fato da argamassa com agregado reciclado reter muito mais água, ela permite uma maior hidratação do cimento, e dessa forma fortifica a ligação reboco-chapisco, sendo que a Tabela 1 indica a resistência de aderência à tração das argamassas aos 28 dias, aplicadas como revestimento sobre alvenaria com chapisco.

Tabela 1 - Resistência de Aderência à Tração da Argamassa aos 28 dias (Traço: 1:2:8). ITE M REV E S TIMENTO NO CH API S CO (A GRE GADO NA TU RA L )

CORPOS DE PROVAS ÁREA RESITÊNCIA MÁXIMA

(CM²) (MPA) 1 100 0,13 2 100 0,26 3 100 0,12 4 100 0,19 5 100 0,18 6 100 0,1 ITE M REV E S TIMENTO NO CH API S CO (A GRE GADO RECICLA DO

CORPOS DE PROVAS ÁREA RESITÊNCIA MÁXIMA

(CM²) (MPA) 1 100 0,46 2 100 0,19 3 100 0,45 4 100 0,35 5 100 0,19 6 100 0,43 Fonte: Lima (2005).

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5 De acordo com Oliveira e Cabral (2011) quando foi aumentando o teor de substituição dos agregados naturais pelos agregados reciclados, a resistência de aderência média das argamassas aumentou, com exceção dos teores de 30% e 50%, correspondentes aos traços 4 e 6, dados na Figura 1. Este comportamento é bastante similar ao apresentado pela resistência à compressão das argamassas com 28 dias de idade.

Figura 1 – Resultado da resistência de aderência à tração função dos teores de

agregado miúdo reciclado.

Fonte: Oliveira e Cabral (2011)

Segundo Lima (2005); Corinaldesi e Moriconi, (2009); Moriconi (2009), o incremento na resistência de aderência possivelmente ocorre quando há maior absorção de água dos agregados reciclados, dessa maneira as argamassas produzidas com estes retenham mais água, propiciando uma melhor hidratação dos grãos de cimento e a formação de uma quantidade superior de cristais hidratados que penetram no substrato, aumentando assim a aderência

Portanto, Oliveira e Cabral (2011), conclui que a incorporação do agregado reciclado proporcionou um acréscimo na resistência de aderência e que, de forma semelhante à resistência à compressão das argamassas, esse incremento na

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6 resistência de aderência não ocorreu de forma linear, sugerindo, portanto, que existe um teor ótimo de agregados reciclados na composição.

6.2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

A Tabela 2 de Bastos e Cerri (2004) mostra os resultados dos ensaios de resitência mecânica.

Tabela 2 – Resultados dos Ensaios de Resistência Mecânica.

COMPOSIÇÃO

COMPRESSÃO AXIAL COMPRESSÃO DIÂMETRAL

(MPA) (MPA)

3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS 3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS

C0 1,04 2,1 2,59 0,29 0,29 0,33

C25 1,17 2,94 5,4 0,14 0,33 0,46

C50 1,21 3,38 4,99 0,21 0,39 0,71

C75 1,19 2,59 3,58 0,22 0,34 0,55

C100 1,41 3,4 4,62 0,22 0,51 0,77

Fonte: Bastos e Cerri (2004)

Tanto com relação a compressão axial quanto a diametral, as composições com agregado reciclado apresenta valores superiores relativamente a argamassa com agregado natural.

Conforme a Tabela 3, Lima (2005), observa que quando se misturam os dois agregados, a dispersão dos resultados aumenta. Por exemplo, aos 28 dias com 50% de agregado natural e 50% de agregado reciclado, a diferença entre o valor mínimo e máximo das médias das séries testadas foi de 1,22 MPa, ao passo que no caso do agregado natural ela ficou em 0,20 MPa e no caso de 100% do agregado reciclado,

0,29 MPa. Dessa maneira, os resultados mostrados sugerem que a utilização de

100% de agregado reciclado nas argamassas por reter mais água e portanto haver maior hidratação do cimento, tendo então uma resistência aos 28 dias bem próxima da resistência da argamassa com 100% de agregado natural.

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7 TABELA 3 - Resistência à Compressão Simples da Argamassa.

COMPOSIÇÃO RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO AOS 7 DIAS RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO AOS 28 DIAS (MPA) (MPA) SÉRIE 1 SÉRIE 2 SÉRIE 3 SÉRIE 4 SÉRIE 1 SÉRIE 2 SÉRIE 3 SÉRIE 4 AGREGADO NATURAL 3 2,9 2,8 2,9 4,1 3,9 4 4,1 10% RECICLADO 2,6 2,5 2,4 2,2 3,6 3,4 3,4 2,8 25% RECICLADO 2,2 2,3 2,2 1,6 2,3 3,3 3 2 50% RECICLADO 1,5 2,2 2,1 1,6 1,9 3,1 3 2,2 75% RECICLADO 1,7 2,1 2,2 1,6 2,7 3,2 3,2 2,3 100% RECICLADO 1,8 2,2 2,3 1,8 3,3 3,4 3,5 3,2 Fonte: Lima (2005)

Oliveira e Cabral (2011), salienta que a substituição do agregado natural pelo reciclado propiciou um incremento na resistência à compressão das argamassas, para ambas as idades estudadas. Todavia, esse incremento de resistência não é linear ao acréscimo de agregado reciclado nas argamassas, em nenhuma das idades estudadas, de acordo com a Figura 2.

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8 Figura 2 – Resistência à compressão média das argamassas aos 14 e 28 dias.

Fonte: Oliveira e Cabral (2011).

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em razão da constante busca de melhoria de tratamento dos resíduos provenientes da construção civil, pode se levar em consideração as pesquisas feitas tendo a necessidade de analisar a viabilidade econômica, sendo que a viabilidade técnica da argamassa produzida com agregados natural e reciclado se equivalem.

Os resultados nos experimentos realizados mostram que de uma maneira geral o uso de 100% de agregado reciclado por reterem mais água e com isto haver maior hidratação do cimento, terão uma resistência aos 28 dias (tanto de aderência á tração como á compressão) bem próximo da resistência da argamassa com 100% de agregado natural, contribuindo também para o meio ambiente, evitando o descarte desses resíduos em locais impróprios.

8. FONTES CONSULTADAS

Angulo, S.C. Variabilidade de agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados. São Paulo, 2000. 155p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo

(10)

9 CORINALDESI, V., Mechanical behavior of masonry assemblages manufactured with recycled-aggregate mortars. Cement and Concrete Composites, (31), p. 505-510 (2009).

CORINALDESI V.Moriconi, G., Behaviour of cementitious mortars containing different kinds of recycled aggregate. Construction and Building Materials, (23), p. 289–294 (2009).

COSTA, N. A. A. da. A reciclagem do resíduo de construção e demolição: uma aplicação da Análise Multivariada. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, 2003.

Dorsthorst, B.J.H; Hendriks, Ch. F. Re-use of construction and demolition waste in the EU. In: CIB Symposium: Construction and Environment – theory into practice., São Paulo, 2000. Proceedings. São Paulo, EPUSP, 2000.

G.D.A BASTOS (1) E J.A. CERRI (2). AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DEARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO PRODUZIDAS COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO GERADOS EM CANTEIRO DE OBRAS.

Harder, M.K.; Freeman, L.A. Analysis of the volume and composition of construction waste arriving at landfill. In: SECOND INTERNATIONAL CONFERENCE BUILDINGS AND THE ENVIRONMENT. Paris, 1997. Proceedings. Paris, 1997. p.595-602.

LIMA, F.S.N.S. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO NA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSAS. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2005.

OLIVEIRA, M.E.D.; CABRAL, A.E.B. Argamassas de revestimento produzidas com agregados reciclados de Fortaleza/CE, 2011.

(11)

10 Pinto T.P. Metodologia para Gestão Diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. 1999. Tese (Doutorado) – Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

SOUZA, U. E. L; PALIARI, J. C; AGOPYAN, V; ANDRADE, A. C. Diagnóstico e combate à geração de resíduos na produção de obras de construção de edifícios: uma abordagem progressiva. Revista Ambiente Construído, v.4, n.4, p33-46, out/dez, 2004.

THORMARK, C. Conservation of energy and natural resources by recycling building waste. Journal of Resources, Conservation and Recycling, v.33, p113-130, april, 2001.

Dissertação (Mestrado). Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas, Campinas (1997).WALKER E DOHMANN, 1996.

Zordan, S. E., Utilização do entulho como agregado, na confecção do concreto. 140 f. 68 Dissertação (Mestrado). Faculdade de Engenharia Civil da Universidade

Referências

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