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Reflexões sobre psicologia comunitária

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REFLEXÕES SOBRE PSICOLOGIA COM UNITÃRIA

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C E Z A R W A G N E R D E L IM A G Ó iS *

R E S U M O

yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

artigo procura delim itar um a linha histórica e conceitual da

Psicologia Com unitária a partir do confronto entre duas correntes da

Psicologia Social na Am érica Latina. Enfatiza os aspectos

sóclo-hls-tóricos e ideológicos com o essenciais e ponto de partida na construo

ção do psiquism o.

Apóia-se na Psicologia M arxista, especificam ente na Teoria da

Atividade de Leontiev, para elaborar a Psicologia Com unitária com o

ciência e com o aplicação, num a tentativa de especificar objeto, m

é-todo e finalidades. Procura dlstinqui-la de outras elaborações,

deno-m inando a essas de Psicologia na 'Com unidade, Clfnica Social ou

Tecnologia Social.

CONSIDERATIONS

ABOUT COM UNITARY

PSYCOLOGY

A B S T R A C T

This article intends to dellrnftate the historical and conceptual

field of com m unity psvcholoqv, confronting the two m ain

tenden-cies in Social Psychology in Latin Am erica. It em phasizes the im

por-tance of social, historical and ideological issues at the early stages of

the developm ent of the psychic.

Using the basic notions from the m arxist theory and focusing

m ainly on Leontiev's actívltv theorv. the author discusses

cornrnu-nltv psychology from its ,theoretical and pratica I approaches in

or-der to specify its subject, m ethods and goals. It tries to

differentia-te this area of study frorn what is called "Psychology in Cornm

uní-tv". "Social Clinic" or "Social Technology" .

• Professor do Departam ento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará.

(2)

1.HGFEDCBA

INTRODUÇÃO

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 9 9 0 . Onze anos de um a Psicologia Social •

rança e a continuidade colonial leito t d ic i que se propos rom per com a he-dos Psicólogos e da própria PSI· C'01 . ra o iAClona.1por onde prossegue boa parte

C

o q ra na rnérica L f E

onqresso da Sociedade Interam ericana de P . . a m a. m 1 9 7 9 , durante o (Peru). um grupo de Psicólogos Sociais ro õ / slcologla. (SIP.) !ealizado em Lim a seus elem entos básicos. De que ho Pf IP . um a séria re v rs a o da Psicologia em

P

. . m em a am os? De que . d d

sicoloqia Fazem os? (Lane, 1 9 8 7 ). . socie a e falam os? Que

O c~nfronto estabelecido pode ser considerad .

no-am ericana principalm ente em Psi I . S o um m arco na PSicologia

lati-.' SICOo q ra ocial Q d . .

cim ento pela atitude científica e polí t i d . uero eixar aqui o reconhe-. . I Ica esses com panh .

ço

Idealista e positivista da PsicoloqiaI na Am rica Latina.é. .

erros

contra o

arcabou-Nesses dez anos a Psicologia Com unitária a .

pou espaços que lhe restitu íram sua d dei

vançou,

progressivam ente,

ocu-• . . I ver a eira base - a p. I . S .

com o. possibilitou distingui-Ia ,cna-o ta-o Iaram ente da Clfni SICOoqia ocial bem

r

gla na Com unidade (prestação de icos) , ruca ocial e da Psicolo-gia Social e responde a um a necess~drvdlços . ~esenvolve-se no interior da

Psicolo-d

. SI a e social Por o t I d

UZIU um a diversidade de dados e . f _. u ro a o, esse avanço

pro-. pro-. in orm açoes além d I

parciars,

pouco contribuindo para s . :. e a gum as categorizações

t i . , . . ua m aior objetivação pe .

IVOS.a p ro p rra Im precisão do objeto d Psl I. -' nso que por dois m o-fluência que o m odelo m édico e da I SICO~gla (SEVE, 1 9 7 9 ) e a enorm e in-um a boa parte dos Psicólogos que o m o e o técnico-assistenclallsta exercem sobre

O P . procuram atuar na área

s ic ó lo q o ao se debruçar sobre seu obie .

to a realm ente poder descrevê-I o co .. d J to de e.s~u~o revela incerteza quan-m ultiplicidade de dados infor _m ruti ez.e especificidade. Lidam os com um a

, m açoes, conceitos etc el t i - .

com o nos aproxim am os ora da F· I f ,r a IVOSa PSicologia assim

d

. I oso Ia, ora da Edu - .'

o Serviço Social ora da Psiqui t . caçao, ora da Sociologia ora

r a ria, e m esm o da Política '

~ssa aparente confusão não é conse üên . . .

Im aginar a objetivação da Psicoloqia pela f era de e~o ou de "ideoloqização ... . . . a ragm entaçao d . di

íd

rias parciais que passam a e x p lic á I . o m IVI uo em catego-_ _ - o na totalidade ou pel d

çao

e negaçao de sua m u Itiplicidade . d a sua escontextualiza-ereto, histórico e social. ' pouco aju a na com preensão do sujeito

con-O nosso objeto é o psiquism o m as ..

o cérebro é o seu órgão e o rd com o e s p e c ific á -lo ? Com o delim itá-Io se m un o que lhe rod . '

1 9 ~ 9 !. A i~tersecção (ou interpenetração) d p. ela. a sua fonte? (Rubinstein,

sociais e biológicas é "um a exigência d bi a S~COIOglacom as outras disciplinas ração com esse objeto. o o jeto e estudo e da nossa própria

inte-_ Ao problem atizar a Psicologia com o u .•.

nao significa situá-Ia sem rum o m m ~ ciencra em busca de m aturidade , as apenas evidenciar ai

se arrastam ao longo da sua existência. gum as controvérsias que

~Ié~ do m ais, sabem os das controvérsias . .

munitária

e não tem os a intensa-o de I. I acerca do que seja PSicologia Co-reso ve- as

. Nossa preocupação com a especificidade d Psl .

objeto, m étodo e papel enquanto .•. . a _ sicoloqia Com unitária, seu , ciencra e aplicação, vem da prática que ao

lon-26

Revísta de Psicologia, Fortaleza. ,.V 6 (2)· 33-45 J l/D. , u. ez., 1988

1 0 dos anos exercitam os em conjunto com outras disciplinas no m eio popular,

1111ai e urbano.Trabalhando com sociólogos, educadores, econom istas, assistentes sociais,

lIulitantes polftico

s, psicólogos clínicos e sociais, deparam o-nos com a nossa pró-prl confusão e angústia por não ter clareza da distinção entre nós e os outros Jllofissionais. Não havia a preocupação de negar o trabalho interdisciplinar, m as

n cessidade de com preender-se na interdiscipiinaridade;.

Por outro lado, m esm o com a pouca cláreza de nossa disciplina, víam os no

\1 balho de outros profissionais sérias lim itações quando penetravam nas

ques-\0 s da subjetividade, da parte ideal do psiquism o, dos m odos de vida refletido

na m ente dos indivíduos com o im agem ativa das relações sociais e com unitárias. O entrelaçam ento subjetivo (processo do reflexb psíquico) da realidade objetiva da com unidade não era, na m aioria das vezes, com preendido ou considerado no

trabalho com unitário, a não ser de form a dualista e descontextualizada, que

poucoAoatendia.longo do tem po o problem a da subjetividade foi tom ando outro rum o,

num a base m aterialista dialética e histórica, e só assim tornou-se m ais com preen-(vel para nós com o sendo o espaço por onde a Psicologia Com unitária poderia er construída, distanciada do am bientalism o e do "m entalism o" em Psicologia.

2. O

QUE

t

PSICOLOGIA COM UNITARIA?

Com essa preocupação e dentro das controvérsias acerca da Psicologia Co-m unitária, um pouco de história nos levará a constatar que, até 3década de

60,

a Psicologia e a própria Psicologia Social deslocavam -se do estudo individual ao grupal, sem considerar a estrutura de classes e a sociedade com o um todo. O so-cial era visto com o relações interpessoais, grupos, m ultidão e outras categorias fragm entadas, descontextualizadas, sob influência de situações am bientais e so-ciais reduzidas ou m esm o com o extensão da m ente. O m odo de definir o proble-m a a investigar e o m étodo utilizado, fracionavam a realidade social, não a conce-bendo com o um sistem a com plexo de natureza histórica, do qual o indivíduo em erge refletindo um a realidade de classes e um m odo de vida social, que o faz e

que por ele é feito.

A sociedade era vista pela Psicologia (e continua ainda hoje em boa parte) com o um a abstração ou algo distinto e separado do indivíduo, m antendo com ele um a relação de interinfluência, cuja essência nada m ais é do que um novo tipo de dualism o. As categorias da Psicologia Social refletiam um hom em "so-cial" abstrato ou fragm entado, fora de um a sociedade de classes e de um a reali-dade histórica e cultural. As obras de Aroldo Rodrigues (1 9 7 2 , 1 9 7 9 ). Crut-chfield e Crech (1 9 7 3 ) são o retrato disso, por m ais que insistam no social. . A Psicologia Com unitária surge daí, através de um a Psicologia Social que tenta contrapor-se ~ essa situação. Surge da confirm ação de que o indivíduo é

um a realidade social, histórica, ou pelo m enos que se encontra fortem ente sub-m etido a um processo cultural. Está localizado em um m odo de vida social, num a estrutura social de classes e num determ inado espaço histórico, geográfico,

Revi ta de P icologia, Fortaleza, V. 6 (2): 15-24, Jul./Dez., 1988

(3)

. o I I, ultural, econôm ico, portanto, ideoló ic .

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

rn t rações sociais com plexas (além d o í g o. Vive m ergulhado num a rede de d term inada. o Interpessoal e do grupal) de um a sociedade

"Porém o hom em fala

m a a natu reza' o hom 'ePenésa, aiprende e ensi na, transfor-, m cu tura é h' tórí ( seu organism o é um a infra-estrutu;a IS na . .' .. ) O senvolvim ento de que perm ite o

de-um a super-estrutur é'

portanto, histórica. Esta desconsidera~ã~u~a

p :~ ~ ~ '

~ ,

em geral, do ser hum ano o s ra

é que a torna se não inóc com o pr~~ut? histórico-social, a ideologia d;m inante de

ua,

um a .clencla que reproduziu . um a SOCiedade ... "

(Lane, Psicologia SOcia.I,.p~g.

,l?l.

~esm o surgindo do confronto ainda o

m atenalista dialética e histórica

no

't" ca~reg~ em sua construção. As visões to na P ,slcologia em geral com o ,nOSIP'iv rs taI e Idealista' ,con t i

rnuam

presentes

tan-, a SICOogla Social C '.

controvérsias acerca do que é PSI' I ' C e na om unltána gerando

, _ co ogla om unitá' ,

se poslçoes assistencialistas tecn'lc'lstas 1(' na e para que serve, Chocam

-,

,c

rucas

e po/(f

constatam os nessas atuações é o

íter

d _

rcas,

m as em geral o que , I' carater e prestaçao d .

socra

rz a r a Psicologia E m a' I' . e serviços com o m odo de . . IS, Im itando-se a ser '

Intervenção da Psicologia no m e io I unicam ente um instrum ento de

P popu ar.

rocurando responder a essa situa ão

Com unitária, com o ciência e com o a I,Ç :.propom os um conceito de Psicologia , S . p

rcaçao

Com " ,

g.la o c ia l que estuda os

HGFEDCBA

processos (afetivos ~ . ,oc ie n c ra , u~a área da Psicolo-(Im agens, conceitos, vivências, intensões) ~ a;nltlv~s e conatlvos). asform ações

vos, hábitos, caráter, com unicação ,. propriedades (necessidades, m oti-quism o decorrentes da vida do lug' /lnguage~, pensam ento, consciência) do

psi-- ar com Unidade' e t d '

representaçoes identidade nível's d ,.,' SUa o sistem a de relações e '. , ' , e consclenCla atit di'

e pertlnencla dos indivíduos ao lugar/com id d u es e va ores, Identificação Com o aplicação visa ao desenvolv' uni a e e aos seus grupos.

, " Im ento da co '. ,

com o SUjeitos históricos e com un'tá . nsclenCla dos m oradores I nos, através de u f '

que perpassa a organização e o desen I' m es

orço

Interdisciplinar

, vo vrrnenro dos grup d '

O

objeto da Psicologia Com un'tá' é os e a com unidade.

, , I na o reflexo p ( , d .

na, a Im agem ativa das relações d I s q u ic o a Vida com unitá-o ugar ou da com u id d '.

seus m em bros e o aprofundam ento d " ru a e no pSlqulsm o dos m odo de vida do lugar/com unid d a conSCiênCia a partir das condições e do

O

a e.

, cam ~o de atuação é o lugar/com unidade '

rruco, PO/(tICO e sim bólico, significativo e bá ' ' espaç? geográfiCO, social,

econõ-ral com o urbano. SICOda Vida em sociedade, tanto

ru-O problem a central da Psicologia Com . , _

doença, prevenção e tratam ento m a fU,nltána nao é a relação entre saúde e id ' s o re exo no psiq' da ví

c o m u m ade e a transform aça-o do ' d i (d Ulsm o a Vida do lugar/

, rn IV uo em suieit á

senvolvlm ento da consciência d id id _ I o; est voltado para o de-Seu m étodo é a atividade a I ent~ a~e e da açao com unitária.

m unitário estuda e/ou intervém C~:~~lt~la, .pr~cesso pelo qual o Psicólogo Co-nidade. I a os IndlV(duos e do próprio lugar/com

u-28

Revista de Psicologia, Fortaleza, V. 6 (2): 25-31 JUl/D 19 ' . ez., 88

De acordo com Leontiev (1 9 7 9 , 1 9 8 1 ). a atividade é um sistem a de ações I ,••das ao objeto da realidade, um a interação com o objeto e não sim plesm ente

uma

ação sobre ele, nem tam pouco um a reação, ~ o processo pelo qual se

reali-/um

as transform ações entre indivíduo e objeto, É na atividade onde se dá a

pas-I!J m do objeto da realidade para sua form a subjetiva (im agem , idéias) e, ao 111 m o tem po, a passagem pela atividade para seus resultados reais. No processo di transform ação do real em ideal (e vice-versa) pela atividade hum ana, o hom em

ip rc p ria -s e da realidade e m odifica-se através dela para transform á-Ia e novam

en-11 apropriar-se e m odificar-se. Constrói-se e constrói seu m undo de m odo cada v / m ais consciente,

"A Psicologia hum ana se ocupa da atividade de in d iv

f-duos concretos que transcorre nas condições de um a co-letividade aberta: entre as pessoas que a form am , conjun-tam ente com elas e em interação com elas, ou diretam en-te com o m undo dos objetos em redor; ante o torno de um ferreiro ou detrás de um a escrivania. Sem dúvida, em quaisquer condições e form as que transcorra a atividade do hom em , qualquer estrutura que adote, não se deverá considerar com o abstraída das relações sociais da vida da sociedade com todas as suas peculiaridades; a atividade do hom em aparece com o um sistem a incluído no sistem a de relações da sociedade. A atividade hum ana não existe em absoluto fora dessas relações.

(Leontiev, La Actividad en Ia Psicologia, pág. 1 1 )

Partindo do conceito de atividade de Leontiev, consideram os a atividade com unitária com o o eixo em que se realiza e se desenvolve a Psicologia Com

uni-t ria. ~ o processo coletivo pelo qual o indivíduo apropria-se da realidade do lu-gar/com unidade, a transform a e aprofunda sua consciência do m undo. A ativida-d com unitária antecede a existência da com unidade, a produz e passa a ser seu principal vetor. Distinguim os lugar de com unidade para caracterizar a com unida-11 com o tendo vida com unitária, ou seja, onde já se m anifestam regularm ente a participação e ação com um em favor da coletividade .•. ~ um aglom erado hum a-no que possui um sentim ento claro de unidade e constitui um todo

à

parte"

(R(os, Educação dos Grupos, pág. 6 2 ).

A atividade com unitária é, ao m esm o tem po, para a Psicologia Com unitária om o a conceituam os, um m odo de vida coletiva num determ inado lugar/com u-nidade e m étodo da Psicologia Com unitária.

Com o m étodo de investigação, a atividade com unitária é um sistem a de

ções

instrum entais e com unicacionais voltado para o estudo da atividade

psfqui-decorrente da vida do lugar/com unidade (consciência, linguagem , pensam en-to, representação social, identidade, atitudes etc). Com o m étodo de intervenção

um sistem a de ações instrum entais e com unicacionais orientado para a

constru-ç o dos indivíduos enquanto sujeitos do seu m undo e da vida em com unidade.

sas ações não ocorrem em separado.

(4)

"A análise da atividade constitui o ponto decisivo e o

m étodo principal do conhecim ento

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

c ie n tífic o do reflexo psíquico, da consciência. No estudo das form as da

cons-ciência social está a análise da vida cotidiana da socieda-de, das form as de produção próprias desta e do sistem a de relações sociais; no estudo da

psiquê

individual está a análise da atividade dos indivíduos nas condições sociais dadas e nas circunstâncias concretas que Ihes têm toca-do".

(Leontiev, Actividad en Ia Psicologia, pago 1 7 )

Por fim , com o últim o elem ento de reflexão, quero referir-m e às condições objetivas lim itantes das com unidades (caracterizando a rural) e ~ alguns aspectos do indivíduo em construção num a com unidade.

O

desem prego geral, a falta de alim ento, assistencialism o, pregação m ágica da fé, ausência de inform ações, dispersão da população, agricultura de subsistên-cia precária e em regim e de m eia, analfabetism o, cabresto eleitoral, predom ínio do poder fam iliar, seca, ausência de m eios de com unicação e precariedade das es-tradas e transportes, locais de difícil acesso e im possível de se chegar em época de chuva etc) produzem um forte anestésico da atividade e da consciência: O in-divíduo é reforçado desde criança ao autom atism o social (pela fam ília, escola, igreja, chefes políticos). ficando sua consciência lim itada

à

rotina da sobrevivên-cia num quadro "im utável" de m iséria, sofrim ento, dependência dos "podero-sos" t!receio dos "com unistas".

A precariedade e a lim itação do trabalho (num a relação pré-capitalista, qua-se feudal) em pobrece a ação transform adora do sujeito, reduz o, fluxo à consciên-cia da realidade objetiva. Com pouca substância a consciência lim ita-se aos seus elem entos sim bólicos prim ários e à sem i-intransitividade.

Há urna aparente petrificação em alguns e um a real petrificação nos dem ais (autom atism o social). O trabalhador é um "condenado da terra" (Fannon, 1 9 7 3 ).

';deixando" viver por caridade e com um a única obrigação: "Não construir-se". Quando o indivíduo atua através da atividade com unitária, num contexto solidário e dialógico (Freire, 1 9 7 9 ), onde sua própria prática é plena de significa-do e reconhecim ento na construção do trabalho libertador, e o resgate histórico de sua vida e de sua com unidade é tom ado por base, a realidade em que vive passa a ser (por ele) decodiHcada dentro de um a nova interpretação, m ais apro-fundada.

No ato de encontrar o trabalho, descobri-lo, conquistá-Io, fazê-Io seu, em ação com os outros, o indivíduo rasga o véu 'do autom atism o social e c o n s tró i

um nível de consciência inquieto, indagador, fam into de reconhecer e m udar a si e o m undo com os dem ais. Rom pe-se a sem i-intransitividade da consciência (re-presentações m ágicas e deificadas).

~ lenta a passagem do nível sem i-intransitivo ao nível crítico, e nas' palavras de um trabalhador "é com o um a árvore, cresce e ninguém vê crescer; só quando está grande é que todo m undo vê!"

30

Revista de Psicologia, Fortaleza, V. 6 (2): 25-31, Jul./Dez., 1988

8CH-PERIODICO~;

/I. relação entre atividade com unitária e histó.ria .e realidade opressoras do

111 '" extrem am ente desigual, desfavorecendo a.

?nr:n

elra. é b . é boiada clara para nós a reação contrária

à

conSClenCla. O hom em ~I:. r

s a única coisa que não pode ter é um a consclencla_

apro-\:IIII\~tUde;.~~~eé f~r~i~:ncia m aior,a base de toda a dom inação e exploraçao - a

111 I'~~~~u~~~~r~~ ~~~!:~ão e de negação da individualid~de: ~do hom em que se

:':~ld

ui:~~~~o~e~:;~~~~~~~~t~!~~~:: ~:~:r:~~a;é~od:~~~~~nt~~~~~~: ~:~~~~~~~~~

1I

wés

do sujeito-objeto, do nãO-SUJeito.

,

. R E F E R E N C IA S B IB L lO G R A F IC A S

. . S . I Sã Paulo s ed 1973. V. 1 e 2.

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,rVE, t.ucien M arxism o e a Teorra da ersona I e, ,

v. 1.

b id em novem bro de 1990 a periodicidade está com atraso

Este artigo foi su m eti o '

(11 d lto r ) .

Referências

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