DEPARTAMENTO DE FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇO EM FÍSICA
NÁDIA FERREIRA DE ANDRADE
PROPRIEDADES VIBRACIONAIS E
ESTRUTURAIS DE CADEIAS LINEARES
DE CARBONO
FORTALEZA
PROPRIEDADES VIBRACIONAIS E
ESTRUTURAIS DE CADEIAS LINEARES
DE CARBONO
TesedeDoutoradoapresentadaaoPrograma
dePós-GraduaçãoemFísiadaUniversidade
FederaldoCeará,omorequisitoparialpara
a obtenção do Título de Doutor em Físia.
Área de Conentração: Físia da Matéria
Condensada.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Gomes de
SouzaFilho
FORTALEZA
PROPRIEDADES VIBRACIONAIS E
ESTRUTURAIS DE CADEIAS LINEARES
DE CARBONO
TesedeDoutoradoapresentadaaoPrograma
dePós-GraduaçãoemFísiadaUniversidade
FederaldoCeará,omorequisitoparialpara
a obtenção do Título de Doutor em Físia.
Área de Conentração: Físia da Matéria
Condensada.
Aprovada em26/08/2014
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Antonio Gomes de SouzaFilho (Orientador)
Universidade Federaldo Ceará(UFC)
Prof. Dr. Eduardo BedêBarros
Universidade Federaldo Ceará(UFC)
Prof. Dr. Arisio Lins de Aguiar
Universidade Federaldo Piauí(UFPI)
Prof. Dr. BraulioSoares Aranjo
Instituto Naionalde Metrologia,Qualidade e
BiblioteaSetorialdeFísia
A565p Andrade,NádiaFerreirade.
Propriedades vibraionaiseestruturais deadeias linearesde
arbono/NádiaFerreiradeAndrade. 2015.
213p.;il.
TesedeDoutorado-UniversidadeFederaldoCeará,
Departa-mento deFísia, ProgramadePós-Graduaçãoem Físia, Centro
deCiênias,Fortaleza,2015.
ÁreadeConentração: FísiadaMatériaCondensada
Orientação: Prof. Dr. AntonioGomesdeSouzaFilho
1
. Espetrosopia Raman.2
. Cadeias de arbono.3
.CnMWCNT.
4
. Instrumentação para TERS.5
. Campo próximo.I.À Deus, por me proporionar ondições emoionais para lidar om as adversidades que
surgemaolongo do aminho;
Àmeu esposo, Vitor Yure, peloinentivo,ompreensãoeapoiosempre! Certamente, eu
nãohegariaaté aquisenão fosse peloseu inentivoe amizadede tantosanos. Obrigada
porestar sempre aomeu lado ao longo de todos esses doze anos de relaionamento;
Aos meus pais, Antnio Nonato e Maria Otaiana, pelos ensinamentos que zeram de
mimo que sou hoje e por terem sempre se doado ao máximo para a riação e eduação
de suas lhas. Obrigada pelos sábios ensinamentos;
Às minhas duas queridas irmãs, Mária e Tatiana, pelo arinho e amizade. Voês foram
esempre serão oexemplo do queeu almejoum diaalançar;
Ao Professor Antnio Gomes de Souza Filho, pelas diversas oportunidades ofereidas e
por ser sempre tão sábio e ompreensivo omigo. Obrigada por me aompanhar desde
a minha graduação e sempre me motivar om palavras de inentivo. Eu tenho muito
orgulho de ter sido orientada por voê durante todos estes anos e ertamente vou levar
omigoum modelo exemplar de prossionalismo;
Ao professor Paulo de Tarso C. Freire pelaolaboraçãonoestudo om altas pressões.
AoprofessorAdoJorio,porter meproporionado aoportunidadedepassar algunsmeses
em seu laboratório na UFMG aprendendo sobre instrumentação e near-eld
”
. Obri-gada pelaonança, atenção e todoo apoio prestado. Esta oportunidadefoi de extremaimportâniaparao meu desenvolvimentopessoal eprossional.
Aoprofessor LuisGustavo Cançadopelaatençãoquemefoidadaenquanto estiveemseu
laboratório na UFMG e por estar sempre disposto a me ajudar em tudo o que preisei
nolaboratório,prinipalmenteemtudo que envolveu diretamentea onstrução da
san-head
”
. Sem sua ajuda nada disso teria sido possível.A todos os olegas do laboratório TERS-UFMG, em espeial à Jenaína pela amizade e
ompanhia; ao Rodolfo, Abraham e Marela pelo apoio,pelas onversas desontraídas e
porsempre estaremdispostos a ajudar emtudo que preisei. Muito obrigadaportudo.
Obrigada ao ténio Júlio César do laboratório de eletrnia da UFMG e ao professor
Roberto Paniago portodo oauxílioprestado om aeletrnia da san-head
”
.AoprofessorEduardoBedêportodaaajudanamontagemdolaboratórioTERSnaUFC,
obrigada pela paiênia e pelo aprendizado. Obrigada também ao Pashoal por toda a
ajuda prestada.
Ao pessoal daoinada UFCque meajudou muito duranteeste proesso de montagem,
pelaatenção disposta quanto aos estudos dos DWNTs-HP.
Ao professor Carlos Ahete por me proporionar a estada no INMETRO-RJ para a
re-alização de alguns experimentos e aos funionários do INMETRO por toda a atenção
ministrada.
Ao Bráulio Arhanjo por todo o apoio e auxílio prestado no que foi preiso no período
em que estive no Labmi. Obrigada por ter se mostrado tão solíito e ter disponibilizado
tudoo que foi preisoenquantoestive no INMETRO.
A todos os olegas do laboratório de mirosopia do INMETRO que zeram do período
quealiestivetão agradável;CristoleRosália,Thiago,Senna,Jernimo,Barthira,Andrea
e Martín. À Gabi pelas medidas de análise térmia e ao Erlon e Clara pelas ajudas no
Raman.
Atodos osolegasdagraduação edapós,pelaonvivênia,peloapoioepelos momentos
de amizade que até hoje ultivamos. Em espeial aos meus queridos ompanheiros de
sala; Carlos,Robson, Rodrigoe Gustavo. Também aoRafael,Philipe, Silvia,Italo,Igor,
Roiler e a todos os olegas que direta ou indiretamente se mostraram pareiros nesta
empreitada.
Às seretárias do Departamento de Físia e da Pós-Graduação, Maria Creuza da Silva,
Rejane Coelho, Ana Cleide Ferreira e Mihele Ferreira, por toda assistênia no que foi
preiso;
Apresentamos um estudo de adeias lineares de arbono enapsuladas em nanotubos de
arbono de paredes múltiplas (C
n
MWCNT) utilizandomirosopia eletrnia eespe-trosopia Ramanem ondiçõesambientes e extremas. As adeias linearesforam
arate-rizadas por espetrosopia Raman ressonante, análise térmia, bombardeamento de íons
e om mirosopia eletrnia de transmissão. As imagensde alta resolução aqui obtidas
mostraram apresença das adeias dentrodo tubo mais interno doMWCNT eneste
tra-balhoobtivemosaprimeiraimagemde seçãotransversal
”
desritanaliteraturapara um sistemadestetipo. UmexperimentoRamanfoi onduzidoemondiçõesde altas pressões(0 - 9,54 GPa), utilizando um óleo de parana omo meio transmissor de pressão. A
frequênia da banda G dos nanotubos aumentou om o aumento da pressão enquanto o
modo de estiramento C-C das adeias de arbono lineares diminuiu. Resultados
teóri-osbaseadosemsimulaçõesatomístiaspermitiramumaompreensãodoomportamento
vibraionalda adeia. Além disso, realizamos trabalhos que envolveram instrumentação
amde instalarnoDepartamentode FísiadaUniversidadeFederaldoCearátodaa
ins-trumentaçãoneessária para o desenvolvimentode um equipamentoque permiterealizar
espetrosopia Raman e medidas de mirosopia de força atmia (AFM). Para isto, é
neessário integrar uma san -head
”
, um sistema ontrolador que ontrola a sonda da san -head”
e um sistema óptio que seomunia om uma APD (dispositivofotodiodo avalanhe) responsável pela aquisição das imagens, om um espetrmetro dediado àobtenção dos espetros Raman. O sistema ou funional no que diz respeito a
apai-dade de exeutar medidasonfoale está pronto para arealização de medidasde ampo
próximo.
Palavras-have: Espetrosopia Raman. Cadeias de arbono. CnMWCNT.
We present a study of linear arbon hains enapsulated in multi-wall arbon
nanotu-bes (C
n
MWCNT) using eletron mirosopy and Raman spetrosopy in ambient andextreme onditions. The linear hains were haraterized by resonane Raman, thermal
analysis,ion bombardmentand using high resolution and sanning transmissioneletron
mirosopy. The HRTEM images obtained here shown the hain within the innermost
MWCNT and in this work we obtain the rst image of ross-setion
”
desribed for this system Cn
MWCNT. A Raman experiment was arried out in high pressure onditions(from 0 to 9.54 GPa) using a paran oil as pressure transmitting medium.The G band
frequeny of nanotube inrease as pressure inrease while the C-C strething mode of
lineararbonhain dereases. Theoretialresults basedonatomistisimulationsallowed
anunderstandingofvibrationalbehaviorofthehains. Furthermore,weondutedworks
thatinvolved instrumentationinordertoset inthe Departmentof Physisofthe Federal
University of Ceara, the instrumentation needed for the development of a devie that
enables to perform Raman spetrosopy and AFM measurements. For this purpose is
neessary to integrate a san -head
”
, a ontroller system that ontrols the probe san -head”
and an optial system that ommuniates with an APD (avalanhe photodiode devie), responsible for arrying the images with a spetrometer dediated for obtainingRamanspetra. The systemis funtionalasregardsthe ability toperform onfoal
mea-surements and ready for setting the near eld measurements.
Keywords: RamanSpetrosopy. Carbonhain. CnMWCNT.TERSinstrumentation.
1 Imagem ilustrando os alótropos do arbono: (a) diamante, (b) grate,
() grafeno,(d) fulereno,(e) nanotubo[33℄. . . p.31
2 Imagem de mirosopiaeletrnia de transmissão dos nanotubosde
ar-bono mostrando aseção transversal de ada tuboobtido por Iijima. Da
esquerda para a direita são identiados nanotubos om ino, duas e
sete paredes, respetivamente[3℄. . . p.33
3 Representação de uma rede de grafeno om osvetores darede (
−
→
a
1
e−
→
a
2
) e o vetor quiral−
→
C
h
representando um possível enrolamento da ta degrafeno limitadapelas linhas verdes para formar um tubo. [33℄. . . p.34
4 Exemplos denanotubosde arbonodotipoarmhair
”
(a), zig-zag”
(b)quiral() [80℄ e de múltiplas paredes (d) [35℄. . . p.36
5 Modelo de um ristal em uma estrutura de adeia linear monoatmia.
(a)Átomos naposição de equilíbrioe(b) átomosdesloadospela
passa-gem de uma onda longitudinal. . . p.39
6 Relação de
ω
ontraK
para o aso de uma adeia linear monoatmia[39℄. . . p.40
7 Estrutura de um ristal diatmioom massas M
1
e M2
onetados por uma onstante de força C entre planos adjaentes. Os desloamentosdos átomos M
1
e M2
são mostrados e a distânia de repetição éa
na direção dovetor de onda K.Os átomos são mostrados emsuas posiçõesde equilíbrio. . . p.41
8 Ramos aústios e óptios darelação de dispersão para uma rede linear
diatmia om
M
1
> M
2
mostrando as frequênias nos pontos K = 0mesmo omprimento de onda [39℄. . . p.44
10 (a) Operações de simetria para o aso n=5 da adeia C
2
n
H2
[40℄. (b)Tabela de arateres orrespondente[41℄. . . p.46
11 Diagrama esquemátiodos modos normaisdamoléulalinearC
2
H2
: (a) dois modos de respiração de simetriaA
1
g
, (b) um modode estiramento anti-simétrio de simetriaA
2
u
e() e (d)dois modos dobramentodupla-mentedegenerados de simetria
E
1
g
eE
1
u
. [41℄ . . . p.4812 Ilustração em diagrama de níveis mostrando possíveis transições
envol-vidas nos proessos de espalhamentode luz. . . p.51
13 Representação de um espetro Ramantípio. . . p.53
14 (a) Alguns dos sinais observados om o uso do MEV. (b) O volume de
interação e as regiões das quais elétrons seundários, retroespalhados e
raios-X devem ser detetados [51℄. . . p.57
15 Ilustraçãomostrandoaproduçãoderaios-Xemumátomosendoexitado
om elétrons de altaenergia [53℄. . . p.61
16 Diagrama esquemátio enontrado emmuitos sistemasdo tipoFIF [54℄. p.62
17 DesenhoesquemátiodoaparatoutilizadoparaproduzirosC
n
MWCNTestudados neste trabalho. Adaptado de [60℄. . . p.69
18 Equipamento utilizadopara a aquisiçãodos espetros Raman. . . p.70
19 Célula utilizadanoexperimento de espetrosopiaRaman emfunção da
pressão (a) e ilustraçãodas partes que aompõe (b) [62℄. . . p.71
20 Ilustração do equipamento utilizado para a realização das medidas de
TGA [45℄. . . p.72
21 Forno Mua utilizadonos experimentos mostrando a parte de fora(a) e
de dentro (b) doforno. . . p.73
22 Forno adaptado utilizadonos experimentos de estabilidade térmia
24 Ilustração de umdos maismodernos equipamentosTEMqueutilizamos
para a obtenção das imagens de transmissão desritas nesta tese [59℄. . p.76
25 EspetroRamandaamostraC
n
MWCNTobtidoomaenergiadolaserde exitaçãode 1,96 eV. . . p.78
26 Espetros Raman da amostra C
n
MWCNT obtidos usando diferentesenergias de exitação: 2,54 eV, 2,33 eV, 1,58 eV e 1,96 eV. . . p.79
27 (a) Espetros Raman oletados usando diferentes energiasde laser para
exitação. (b) Janela de ressonânia dabanda daadeia, obtidaatravés
da intensidade relativa de pio da banda da adeia em relação à banda
G (I
cadeia
/IG
). . . p.8028 Relação entre as frequênias dos quatro modos da adeia om a energia
do laser. . . p.81
29 Espetro Raman adquirido om energia 1,96 eV inluindo a região de
alta frequênia (3000-4000 m
−
1
) e uma ampliação da região de baixa
frequênia mostrando os modos RBMs dos MWCNTs. . . p.82
30 EspetroRamanressonanteàtemperaturaambientedaamostraC
n
MWCNTomenergiadolaserde1,96eV.Oespetrofoiaumuladoemumaregião
om (preto)esem(vermelho)adeia. AinserçãomostraaregiãodoRBM. p.84
31 Espetros Raman ex situ
”
obtidosemdiferentes valores de temperatura. p.8532 Espetros Raman obtidosin situ
”
emdiferentes valores de temperatura. p.8633 Dependênia da frequênia om a temperatura de aqueimento para a
bandaG(a)eparaosmodosonstituintesdabandadaadeia(b)medida
om E
laser
= 1,96 eV. . . p.8734 Análise termogravimétriadas amostrasomeriaisSWCNT, Grateea
amostra emestudo C
n
MWCNT. . . p.8935 Derivada daurvade TGAobtida para aamostra C
n
MWCNT. . . . p.9036 EspetrosRamandaamostraC
n
MWCNTapósbombardeamento(íonsNo enarte, mostramos os resultados de I
D
/IG
para o grafenobombar-deado [86℄. . . p.92
38 Relação entre a intensidade I
1850
/ID
(a) e I1850
/IG
(b) om a dose debombardeamento. . . p.93
39 Imagemde mirosopiaeletrnia de varredura(a)ede ontraste
adqui-ridaomodetetorCBS(b). Seexistissemdiferenteselementospresentes
na amostrahaveria um ontraste de brilho naimagem adquiridaem (b). p.95
40 Espetro de EDS obtidoda amostrade C
n
MWCNT. . . p.9641 Imagensde mirosopiaeletrnia devarredura de umadas regiõesonde
o espetro de EDS foi obtido. Diferentes ampliações são mostradas:
250X(a), 5000X(b),80000X() e300000X(d). . . p.96
42 Imagens mostrandoasetapasde preparaçãode umaamostrapara
medi-das de STEM, desde adepositaçãode platina(a), destruiçãodoentorno
da região seleionada om osíons de Gálio(b), manipulaçãoom o
ma-nipulador (), (d), (e) até o alamento da amostrano intuito de atingir
a espessura neessária (f). . . p.97
43 Imagens das amostras C
n
MWCNT obtidasusando FIF [54℄ . . . p.9944 (a) Imagem de TEM onvenional de um MWCNT apresentando um
padrão emseu interior. . . p.100
45 (a)ImagemTEM de um MWCNT apresentando umpadrãonoseu
inte-rior, om destaque emvermelhopara a regiãoanalisada naavaliação do
perl de linha. (b) Perl de linha obtido ao longo da região delimitada
em(a). () Ampliaçãodaregiãode interesseque pareeapresentaruma
adeia noseu núleo. . . p.101
46 Imagem de mirosopia eletrnia da amostra preparada por FIB para
as medidas de STEM em diferentes esalas: (a) 2
µ
m, (b) 200 nm, ()100 nm e(d) 50nm. . . p.102
47 Imagem de STEM daamostrade C
n
MWCNT emuma esala de 5nm(a), 2 nm (b) eilustrando o diâmetrodos nanotubos mais internos (). p.103
e de uma amostra de grate emfunção da pressão. . . p.108
50 Dependênia da frequênia dos pios das adeias om respeito à
pres-são apliada. Os símbolos sólidos e vazados signiam dados tomados
durante a ompressão edesompressão, respetivamente. . . p.109
51 Espetros normalizados da banda da adeia om a pressão apliada no
experimento.. . . p.110
52 Pontosavaliadosem 9GPa, 6 GPa,3 GPa, 0GPae fora daélula após
a desompressão e antes da ompressão. . . p.111
53 (a)Nanotubodearbonodeextremidadefehadaimersoemumambiente
omágua. Umaadeia(nãovisívelnaimagem)ompostade9átomosde
arbono éoloadadentrodotubo. (b) Uma visãodoross-setion
”
daaixadesimulação. Umaadeialinearde
40
átomosdearbono(indiadaemamarelo) éoloada dentrode um CNT imerso emágua. . . p.112
54 (a)Valoresevolutivosde pressãotemporalduranteaompressão
hidros-tátia parao asode um nanotubo de arbono nito. Opontovermelho
realçado india o exato instante em que a adeia é ovalentemente
li-gada ao CNT. (b) Ilustração mostrando a parte mais deformada (parte
entral), onde a adeia está loalizada e onde uma resistênia ontra a
deformação é riada. As regiões do tubo que não estão em ontato
di-reto om os átomos da adeia (indiado pela seta vermelha) são mais
exíveis/deformáveis. . . p.113
55 Valores da evolução da energia potenial durante os proessos de
om-pressão edesompressão. A linha vermelha(
t
= 1492
ps,P
= 109
GPa)indiaoinstanteondealigaçãoovalenteentreaadeiaeotuboéformada.p.114
56 (a)ImagemdasimulaçãodeDM daadeia(emamarelo)ovalentemente
ligadaaoCNT(eminza)duranteaompressãohidrostátia. (b)Valores
doomprimentodeligaçãoomoumafunçãodotempodasimulaçãopara
parede do tubo. O átomo em vermelho india o sítio da adeia que se
ligará ao tubo. As setas vermelha e azul indiam as diferentes regiões
deformadas. . . p.116
58 FrequêniavibraionalparaosistemaompostoporumSWCNTfehado
om uma adeia de 9 átomos em seu interior mostrando espetros
dife-rentes antes (em vermelho)e depois(em azul) daompressão. (a)Sinal
original e(b) Sinal suavizado. . . p.117
59 Evoluçãodaenergia potenialdaadeia durantea ompressão
hidrostá-tia. As urvas vermelha, verde e azul mostram a energia potenial da
adeia durante o proesso de oalesênia para adeias ompostas por
19-20, 19-19 e20-20 átomos. A urva amarela representa a evolução da
pressão dosistema. . . p.118
60 Representação das adeias (em amarelo) onnadas no interior dos
na-notubosde arbono. (a)A seta vermelha indiaqueas duas adeiassão
separadas antes doaumentoda pressãoexterna. (b) Uma nova adeia é
formada pela junção das duas adeias induzidas poruma pressão externa.p.119
61 Distânia entre dois átomos de arbono que partiipam diretamente do
proesso de oalesênia. Cadeias om 19-19átomos. . . p.120
62 Espetro vibraionalpara adeias ompostas por9 e por40 átomos. . . p.120
63 (a) Cadeias de arbono isoladas C
n
H2
. A onformação poliina é obser-vada para adeias om um número par de átomos de arbono enquantoque adeias om um número ímpar de átomos de arbono não são
ob-servadas om alternânias de ligações triplas e simples. (b) Cadeia de
arbono isolada C
n
. Formaçãodo tipo umuleno de adeias de arbonoonde todos osomprimentos de ligação são iguais. . . p.122
64 Gap HOMO-LUMO omofunção do omprimento daadeia de arbono. p.122
(a), C
8
H2
(b),C10
H2
()àmedidaqueaompressãoradialéaumentada. Regiões oloridasem azul e vermelho indiam os valores de deformaçãoondeasadeiasde arbono entãoemonformaçõesligadasdotipolinear
e zigzag
”
,respetivamente. . . p.12467 (a) Fotograas da seção transversal das adeias de arbono dentro dos
nanotubos de arbono onde é mostrado que existe uma transição para
onformação zigzagnovalorde 0,30dadeformaçãodaseçãotransversal.
(b) Cadeialigadaemzigzagomaparedeinteriordonanotuboquepode
ser visualizado para
ǫ
=0,36. () Valoralulado da forçaresidual sobrea faixa de átomos xados depois da relaxação do sistema. Existe uma
forte variação daforçaomo uma função doomprimentodo tubo.. . . p.125
68 (a) Comprimento médio das ligações simples e triplas das adeias de
arbonoC
n
H2
omn=6,8e10átomosemfunçãodadeformação radial da seção transversal do nanotubo. (b) Carga eletrnia adiional sobrea adeia de arbono. A transferênia de arga alulada é observada do
nanotubo para amoléula. . . p.126
69 Na representação do espetro angular os ampos devem ser alulados
emplanos perpendiulares ao eixoarbitrariamenteesolhido. . . p.140
70 Representação esquemátia ilustrando a propagação de ondas e a perda
de informaçãoespaial[131℄. . . p.144
71 Mesa óptia que suporta todaa onguração dosistema utilizadonesta
tese [140℄. . . p.149
72 (a) Mirosópio óptio invertido utilizado e (b) diagrama ilustrando a
plataformautilizada junto aomirosópio (Adaptado de [114℄). . . p.150
73 Conjunto representativo do estágio xy responsável pela varredura em x
e y do objeto em estudo,sendo (a) o ontrolador e (b) o estágio
propri-amentedito. . . p.152
74 Desrição doaminhoóptiomontado para osistemadesritoneste
tra-balho. . . p.153
78 (a) O onjunto ompleto de aço inoxidável que onstituio esqueleto da
abeça de AFM. (b) Ampliação da peça de aço inoxidável na forma de
tubo e() dabase de sustentação . . . p.159
79 Representação do (a)piomotor e(b) dos parafusos de altura ajustável. p.160
80 Ilustração mostrando o dither
”
olado à estrutura de aço inox (a) emostrando o dither isoladamente (b), deixando laro que este onsiste
apenas em um pequeno pedaço de erâmiade piezo quebrado. . . p.161
81 Representação do anel metálio (a), dos anéis de eleron maior (aima)
e menor (abaixo)(b) edo piezo x,y epiezo z (). . . p.163
82 Ilustração mostrando omo aestrutura dos piezosdeveser onstruída. . p.165
83 Desenho esquemátio do primeiroestágio de ampliação.. . . p.167
84 Representação da plaa de iruito impressa para o primeiro estágio de
ampliação (a)e aplaa om os omponentes SMD
”
soldados(b). . . p.16885 Ciruito operaionalquerepresenta osegundo estágiode ampliação.. p.169
86 Desenho esquemátio do segundo estágio de ampliação. . . p.170
87 Ilustração que mostra omo o iruito noth
”
deve ser onstruído. (a)Imagem daplaa de iruito impressa, (b) omponentes eletrnios
sol-dados sobre a plaae () desenho esquemátio doiruito noth
”
. . . . p.17288 Caminho perorrido pelosinal que vem doRHKaté atingira abeça de
AFM. . . p.172
89 Ilustração mostrando omo aaixa metáliaI deve ser onstruída. . . . p.173
90 Ilustração mostrando omo aaixa metáliaII deve ser onstruída. . . p.174
91 ImagemmostrandoomoonstruiroonetorqueligaaaixaIIàabeça
deAFM.(a)Modelodoaboutilizadoparaaonstruçãodoonetor,(b)
Oaboapóssuaonstruçãoe(),(d)Comoassoldasdevemserrealizadas
nos onetores. . . p.175
pinos utilizadas nas onexões. () Sequênia de números indexados no
onetor que são utilizados omoguia para realizar osontatos. . . p.177
94 Esquema de omo o iruito opamp deve ar após todas as onexões
realizadas. . . p.178
95 Esquema das onexões para oiruito noth lter
”
. . . p.17996 (a) Modelo do abo BNC utilizado para as onexões deste iruito. (b)
Ilustração mostrando oabo BNC já soldadonos respetivos pinos. . . p.180
97 Esquema representativo de omo os os de obre devem ser ligados aos
pinos dos iruitos. . . p.181
98 Ilustração destaandoomo osos de obre devemser soldadossobre os
piezos
x
,y
(a)e piezoz
(b). . . p.18299 Cabeça de AFMonstruída om toda aparte eletrnia montada. . . . p.183
100 As onexõesdos dispositivosexternos om a abeça de AFM montada. p.184
101 Bateriade
±
36Vutilizadana onguraçãodesrita neste trabalho. . . . p.185102 Bateriade
±
3V utilizadanaonguraçãodeste trabalho. . . p.186103 Tuning-fork omo veio de fábria em (a). Após a remoção da proteção
(b) esomente aapametália() quenão seráutilizadanaonguração
desrita neste trabalho. . . p.187
104 Imagem obtidaporum mirosópioóptio onvenional daponta de ouro.p.188
105 Imagem de Mirosopia eletrnia de varredura de uma ponta de ouro
obtida om esta metodologia. . . p.188
106 Aparato utilizadopara preparar as pontas de ouro. . . p.190
107 Imagemde mirosopiaeletrniade varreduradoresultadode dois
pro-essos de olagem, em (a) uma imagem nítida da ponta aderida ao
di-apasão e em(b) observa-se a existênia de ola em exesso ao longo do
diapasão [ImagensgentilmenteedidasporAbraham Cano℄. . . p.193
110 Resultadodamedidade topograarealizadaomaabeçadeAFM
ons-truída a partirdos passos desritos anteriormente. . . p.199
111 (a)Imagemde 20
µ
mx 20µ
mobtidadaAPD apartirde um aglomeradode nanotubos de arbono do tipo SWCNT, onde a região mais lara
ontém nanotubos e a região mais esura não ontém. Espetro Raman
de um ponto dentro (b) e fora () do aglomerado,indiado pela seta na
1 INTRODUÇO p.24
2 NANOTUBOS E CADEIAS LINEARES DE CARBONO p.29
2.1 As peuliaridades doelemento Carbono . . . p.29
2.2 Nanotubosde Carbono . . . p.33
2.2.1 Estrutura Atmia . . . p.33
2.2.2 Estrutura Eletrnia . . . p.36
2.2.3 Propriedades Vibraionais . . . p.37
2.3 Cadeias Lineares . . . p.38
2.3.1 Cadeias LinearesMonoatmias . . . p.38
2.3.2 Cadeias LinearesDiatmias . . . p.41
2.3.3 Cadeias Linearesde Carbono . . . p.45
3 FUNDAMENTAÇO TEÓRICA p.49
3.1 Espetrosopia Raman . . . p.49
3.1.1 Tratamentolássio doespalhamento Raman. . . p.52
3.2 Estudos de estabilidade térmia . . . p.55
3.2.1 Análise Termogravimétria . . . p.55
3.2.2 Experimentos Raman ex-situ
”
e in-situ”
em função dotrata-mento térmio. . . p.55
3.3 O sistemaDual Beam. . . p.56
3.4 Mirosopia eletrnia de transmissão onvenional (TEM) e de
varre-dura (STEM): Uso doTitan
”
. . . p.644 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS p.68
4.1 Síntese da amostraC
n
MWCNT . . . p.684.2 Experimentosde espetrosopiaRaman em ondiçõesambientee extrema p.69
4.3 Experimentos de estabilidadetérmia; TGA, ex-situ
”
ein-situ”
. . . . p.724.4 Utilização doDual Beampara a realização das medidasde MEV epara
o bombardeio omo FIF . . . p.74
4.5 Utilização doTitan para arealização de medidasde TEM . . . p.75
5 CARACTERIZAÇO DO SISTEMA C
N
MWCNT p.775.1 Análise porEspetrosopia Raman emondiçõesambientes . . . p.77
5.2 Estabilidade térmiado sistemaC
n
MWCNT . . . p.845.2.1 Medidas Raman ex-situ
”
ein-situ”
. . . p.855.2.2 Análise Termogravimétria . . . p.88
5.3 Bombardeamentoom íons de
Ga
+
. . . p.90
5.4 Estudos de Mirosopia Eletrnia . . . p.94
5.4.1 Utilização doDual-Beam(MEV-FIF) . . . p.94
5.4.2 Mirosopia eletrniade transmissão (TEM/STEM) . . . p.98
6 ESTUDO RAMAN DOS C
n
MWCNT SOB CONDIÇÕESEX-TREMAS DE PRESSÕES p.105
6.1 Estudo Raman sob ondições de altas pressões . . . p.105
6.2 Cálulos teórios . . . p.111
6.2.1 Dinâmia Moleular (DM) . . . p.111
Apêndie A -- Instrumentação para experimentos TERS p.130
Apêndie B -- Os ampos próximo e distante p.135
B.1 O oneito de ampodistantee ampopróximo . . . p.135
B.2 Equação de onda de Helmholtz . . . p.136
B.3 A representação doespetro angular . . . p.140
Apêndie C -- O efeito TERS p.146
Apêndie D -- Instrumentação para experimentos TERS p.148
D.1 A mesa óptia . . . p.148
D.2 O mirosópioóptio . . . p.149
D.3 O estágioxy . . . p.151
D.4 O aminhoóptio . . . p.152
D.5 A APD . . . p.154
D.6 A CCD e oespetrmetro . . . p.155
D.7 O RHK . . . p.156
D.8 A onguração san-head
”
. . . p.158D.8.1 Estrutura de aço inoxidável . . . p.158
D.8.2 Os Piezos; x,y-piezo e z-piezo . . . p.162
D.8.3 Primeiroesegundoestágiodeampliaçãoeoiruitonoth-lter
”
p.166D.8.4 A omuniação da abeça om osdispositivosexternos . . . p.172
D.8.5 Organizando todos os dispositivos desritos na estrutura de aço
inoxidável: A abeça de AFM montada . . . p.183
D.9 Os Sensores tuning-fork
”
e as pontas de ouro (sondas) . . . p.186D.10O isolamentodo sistemaontraruídos . . . p.194
Apêndie E -- Resultados preliminares da instrumentação p.196
E.1 Estrutura físia dolaboratórioTERS . . . p.196
E.2 Teste daabeça de AFMhome-made
”
. . . p.198E.3 Testes daparte óptia . . . p.199
Apêndie F -- Artigos publiados p.202
1 INTRODUÇO
Pesquisas envolvendo materiais formados por átomos de arbono têm reebido
grande enfoque e investimento há algumas déadas, de tal forma que onfunde-se om
o próprio desenvolvimento da iênia e tenologia em geral. Dentre as diversas
peuli-aridades do elemento químio arbono, aquela que mais se destaa é a habilidade deste
de formar diferentes ligações, o que propiia a existênia de materiais om propriedades
físiase químiasextremamentevariadas.
Não é de hoje que um sistema formado por adeias de arbono lineares om
hibridi-zação
sp
atrai atenção no meio ientío. Foi estudando a formação de longas adeiaslinearesdearbononoespaçointerestelarqueosfulerenosforamdesobertos[1℄;eapartir
deentão diversos estudosenvolvendonovasestruturas dearbono surgiram[2℄. Em1991,
Sumio Iijima sintetizou os nanotubos de arbono de paredes múltiplas (MWCNTs) [3℄ e
aformação de nanotubosde arbono de paredes simples (SWCNTs) foi desrita em dois
trabalhosindependentes, porIijimaeIhihashi[4℄, bemomoporBethune[5℄. Emambos
os asos, a desoberta foi aidental; no primeiro aso foi onsequênia de experimentos
om uma modiação na síntese de fulerenos e nos dois outros asos foramde tentativas
fraassadas emse produzirMWCNTs preenhidos om metaisde transição. Alguns anos
mais tarde, Smith [6℄ veriou que SWCNTs podiam ser sintetizados de forma a manter
fulerenosenapsuladosem seuinterior, obtendouma novaestrutura de arbono hamada
de peapods
”
. A apaidade de utilizar os SWCNTs omo enapsuladores de diferentessistemas [6℄ foi explorada omo modelo para o onnamento unidimensional de
diferen-tes nanoos e moléulas [7, 8℄. Neste enário, o espaço mais interno dos nanotubos de
arbono é ideal para enapsular e estabilizar sólidos unidimensionais, tais omo adeias
linearesde arbono [9℄, poliinas C
12
H2
[10℄ e C10
H2
[11℄, nanotas de WS2
[12℄, nanoos [13℄, moléulas[14℄, dentre outros.Asadeiaslinearesdearbonoonstituemnanomateriaisverdadeiramente
unidimensi-onais,possuindodiâmetrode apenasumátomodearbonoeporissosãobonsandidatos
emisso-res de ampo emesala atmia [16℄. Algumas metodologias para obter adeias lineares
de arbono são desritas na literatura [17℄ e uma possibilidade é reser essas adeias
nointerior de MWCNTs usando o método de desarga por aro, inluindodesarga por
arode hidrogênio [9℄, nitrogênio líquido[18℄ ehélio [19℄. Outrapossibilidade épormeio
dainserção de espéies de arbono moleularno interior de SWCNTs om extremidades
abertas[20℄. Alémdisso, pode-severiaraindaaexistêniadestasadeiasnointeriorde
nanotubosde arbonode paredes duplas(DWCNTs)devido àtratamentotérmioaaltas
temperaturas [21℄.
As adeias de arbono não são estáveis em atmosfera ambiente e sua instabilidade é
devido aos fenmenos de oxidação e de ross-linking
”
[15℄. O enapsulamento nointe-riordos nanotubos de arbono é uma maneira de riar um ambiente onde as adeias se
tornariamestáveis, pois as avidades dos nanotubos isolam as adeias do ambiente. As
adeias não podem existir fora dos CNTs em ondições ambientes e quando se tem um
sistema híbridoformado pelos MWCNTs, somente o nanotubo mais interno pode
prote-ger eforneer espaço suiente paraa adeia de arbono [17℄. Estudos de espetrosopia
Ramanmostraram queasadeias linearesde arbonoexibempiosintensosrelaionados
aosmodos dotipostrething
”
(C-C)naregiãoentre 1900-2200m−
1
,eapresentam uma
dependênia omo omprimentodaadeia eom a estrutura daligação,esta última
po-dendoser alternantesentre simplesetriplasligações(
· · ·
C
−
C
≡
C
· ··
)ouapenasduplasligações(
···
C
=
C
=
C
···
)[23℄. Muitosestudostêmmostradoapresençadepiosemmaisbaixafrequênia nointervalo 1820-1870 m
−
1
em diferentes sistemas híbridosnanotubos
eadeiaslineares(C
n
CNTs)[9,24℄. Este down-shift”
nafrequêniatem sidoexpliadoomosendodevidoaumenfraqueimentodaligaçãoC-Cdaadeiaquandoestaestá
on-nada no interior dos nanotubos [25℄. Além disso, resultados teórios mostramque esta
frequêniadepende do número de átomosde arbono presentes na adeia [22℄. Portanto,
este pio emtorno de 1850 m
−
1
é interpretado omo uma araterístiaespetrosópia
das adeiaslineares de arbono (
C
n
) enapsuladasno interior dos nanotubos.Omeanismo de formaçãodas adeias linearesde arbono nos nanotubos de arbono
aindanãoéompletamenteompreendido,sendoneessáriomodelosteóriosmais
omple-tosque desrevamom boaonordâniaa maneiraomo as adeiasdevem ser inseridas
ouformadas no interior dos nanotubos. De aordo om a referênia [9℄ é neessário que
osCNTs possuamum diâmetro internode 0,7nm, distâniamínimapara permitir queo
espaçamento entre as adeias de arbono e as paredes do tubo mais interno seja
aproxi-madamente iguala distâniaentre dois planosde grate(3,4 Å). Esta onguração deve
diferente. A presença de CNTsom um diâmetromaisinternode 0,7nm éuma ondição
neessária, mas não suiente para a estabilização da adeia de arbono. A observação
deste sistema somente se dá para onjuntos partiulares de parâmetros experimentais e
estudossugerem queaformaçãoe/ouoaprisionamentode adeiasde arbonolinearesem
CNTssãofavoreidossomentequandoalgumasondiçõesfísiasequímiassão utilizadas
nasíntese.
Existem alguns modelos na literaturaque auxiliam naompreensão da formaçãodos
nanotubosde arbono[27℄ e,onsequentemente, dasadeias. Para entenderessas
diferen-çaséneessáriofazeralgumasonsiderações,levandoemontaosmodelosjáexistentes. O
meanismode resimento de nanotubosde arbono por desarga elétriaé ainda objeto
deontrovérsia emaisde um meanismodeve aonteer duranteasua formação. No
mo-delopropostonareferênia[27℄,aformaçãodenanotubosdearbonopordesargaelétria
depende daonorrêniaentre duas distribuiçõesde veloidadesdas espéies de arbono:
átomos de arbono evaporados a partir da superfíie do átodo, om uma distribuição
de veloidade isotrópiae íons de arbono provenientes doânodoe aelerados no espaço
entreaarga espaialpositivaeoátodo, omdistribuiçãode veloidadeanisotrópia. O
primeirogrupo é responsável pela formação de todas as estruturas tridimensionais, para
o resimento dos nanotubos de arbono em diâmetro e o segundo grupo é responsável
pelo resimento dos nanotubos em omprimento. Portanto, se uma súbita interrupção
deorrenteelétriaoorre,aomponenteanisotrópiaimediatamentedesapareeoué
re-duzidaeadistribuiçãodeveloidadeisotrópiadominaoproesso de formação,fehando
asextremidades dos tubos eformando outrasnanopartíulas om simetriaradial [18℄.
De aordo om a referênia [27℄, uma vez que a formação dos nanotubos de arbono
oorre próxima à superfíie do atodo, a forma do atodo é um fator muito importante.
Noaso deumatodomuitono,omonaformadeagulha,aveloidadeanisotrópiados
íons tem uma altaomponente tangenial ao longo da superfíiedo atodo. Isto produz
umaturbulênianouxo de plasmapróximoàsuperfíiedoatodoe,onsequentemente,
uma misturahomogênea sem qualquer eixo de simetria. Nestas ondições, nanotubosde
arbono muito urtos e nanoesferas são formados. À medidaque a área da superfíiedo
atodoaumenta,aturbulênia reduze aontribuiçãode íons de arbono omveloidade
anisotrópiaprevalee,andoomo onsequênia,estruturasmais ordenadasemais
lon-gas. Aobservaçãodapresençadasadeias,apenasparaonjuntosespeiaisdeparâmetros
experimentais omo temperatura e pressão da âmara, sugerem que a formação e/ou a
retençãodasadeiaslinearesde arbonoemnanotubosde arbonosão favoreidosapenas
Umfatorquepodeinueniaraformaçãodasadeiasemnanotubospodeser omesmo
queoutilizadoparaexpliarasondiçõesparaaobtenção deestruturasalongadas ou
tri-dimensionais: aompetiçãoentreasdistribuiçõesdeveloidadeisotrópiaseanisotrópias
das espéies de arbono. Durante a desarga entre os dois eletrodos, íons de arbono se
movem para a amada de vapor formada pelos átomos emitidos por efeito térmio do
atodo emuma direção perpendiular à superfíiedo atodo. Elessão responsáveis pela
formaçãodasestruturasalongadasque,noiníio,podemser asadeiaslinearesque
poste-riormentepoderáviraformarestruturasmaisomplexas. Devidoàolisãoomaamada
de vapor,estruturas alongadas omeçam ase urvare asextremidades dos nanotubosde
arbonosãoobertas. Seadeiaslinearesdearbonoaindaestiverempresentesnestafase,
elas podem vir a ser aprisionadas no interior dos nanotubos [18℄. Fatores adiionais
po-demafetar aformação de nanotubosde arbono e das adeias linearesde arbono, omo
atemperaturadoplasma durante a desarga e atemperaturados eletrodos [28℄.
Outra possibilidade de interpretar ametodologiade formaçãodas adeias de arbono
no interior dos nanotubos de arbono é por meio do surgimento da adeia a partir dos
átomos de arbono não utilizados no proesso de formação dos nanotubos, de maneira
que omo não há diâmetro suiente para formar outro nanotubo de arbono, a
limita-ção de espaço (steri eets) favoree a formação das adeias lineares de arbono e por
onseguinte osistema C
n
MWCNT.Osnanotubosde arbono om maiorpotenialemapliaçõestenológiassão dotipo
MWCNTs. Estes podem ser utilizados para o armazenamento de energia, em
disposi-tivos eletrnios, elementos de reforço em nanoompósitos, retardante de hamas, entre
outros,devidoprinipalmenteàssuaspropriedadesmeânias,térmiaseelétrias. Neste
ontexto, osistemahíbridoC
n
MWCNT ganhaonsideráveldestaqueporser umanano-estrutura om propriedadesdifereniadas por que aadeia aumentao módulo de Young.
Espera-se ainda que esta nanoestrutura C
n
MWCNT tenha resistênia meânia maiordoque asbras de arbono, whiskers
”
de gratee MWCNTs [9℄, tornando este sistemahíbridoum objeto de estudomuitoatraentepara aomunidade ientía tantodoponto
de vistados nanotubosquanto das adeias atmias.
Esta tese foasobre um sistemaonstituído por adeiaslinearesde arbono
enapsu-ladaspor nanotubos de arbono de paredes múltiplas, denominadasomoC
n
MWCNT.O sistema formado por C
n
MWCNT é um sistema modelo para o estado sólido devidoà presença da adeia
C
n
e por este motivo o estudo deste sistema ganha um interessetodoespeial, prinipalmente, do ponto de vista aadêmio. O fato das adeias estarem
po-dempossibilitarseu uso emdiferentes apliações, prinipalmenteaquelas quedemandam
propriedades meânias dos nanotubos. Além disso, o estudo de um nanomaterial de
arbono 1D om hibridizaçãooexistente
sp
−
sp
2
abre possibilidadesde novaspesquisas
tanto para novos estudos teóriosquanto experimentais.
A tese está organizada em6 apítulos, além desta introdução. O apítulo 2 introduz
algunsoneitosteóriosdossistemasindividuaisonstituintes(nanotuboseadeias
linea-res)queformamoobjetode estudo(C
n
MWCNT).Oapítulo3relataafundamentaçãoteóriadasferramentasutilizadasnasaraterizaçõesdosistemaeoapítulo4desreveos
proedimentosexperimentaisutilizados. Noapítulo5,sãoexpostososresultadosobtidos
nosestudosdearaterizaçãodosistema,avaliando-searespostaespetrosópiaem
on-dições ambientes de T e P, a estabilidade térmia eresultados de mirosopia eletrnia
e bombardeamento om íons. No apítulo 6, são desritos os resultados de um estudo
experimental e teório de espetrosopia Raman sob ondições extremas de altas
pres-sõeseno apítulo7,são desritas asonsideraçõesnais advindasdos estudos realizados
sobre o sistema C
n
MWCNT. Além disso, nos apêndies são expostos alguns apítulosomoobjetivode desrever deformadetalhadauma instrumentaçãodesenvolvidaparao
2 NANOTUBOS E CADEIAS
LINEARES DE CARBONO
Neste apítulo,são apresentados alguns dos prinipais aspetos daestrutura
at-mia,eletrniae vibraionaldos nanotubosde arbonoe umabreveintroduçãosobreas
vibrações da rede assoiadas a uma adeia linear innita monoatmia, diatmia e
a-deiaspoliinasnitas. Estasdesriçõesteóriastem omonalidadeintroduzirossistemas
modelo(tubo eadeia) relativoàs partes onstituintes dosistema C
n
MWCNT.2.1 As peuliaridades do elemento Carbono
O elemento arbono é de fundamental importânia para a existênia de toda a
matériavivadanatureza. Éoonstituinteessenialde diversos ompostosesuapresença
é tão marante que existe um ramo da químia dediado exlusivamente ao estudo dos
ompostos de arbono,a químia orgânia. A presença doarbono nanatureza sedá em
grandesquantidades ombinadoom outroselementoseompostos,prinipalmenteomo
arvão, petróleo erohas alárias. Uma araterístiamarantedeste elemento químio
singularé o fato deste poder seombinar om outros elementos, podendoformar muitos
tipos distintos de ligações químias e diferentes estados de valênia. Este fato deorre
do fenmeno de hibridização dos orbitais atmios, estando assoiado om as possíveis
onguraçõesdos estadoseletrnios do átomode arbono.
Oarbonopossuiseis elétrons, ujaonguraçãoeletrnia,noestadofundamental,é
1s
2
2s
2
2p
2
. Aprimeiraamadapossui doiselétronsfortementeligados(1s
2
),osquaissão
omumenteidentiadosomo oselétrons doaroçoe a segunda amadaorresponde ao
últimonívelde energiaoupado,sendo,portanto,identiadaomoaamadadevalênia.
Existem quatro elétrons na amada de valênia que estão fraamente ligados oupando
os orbitais 2s
2
e 2p
2
. São exatamente os orbitais da amada de valênia (2s, 2p
x
, 2py
,om aenergia de ligação das ligaçõesquímias formadas poreste elemento,portanto,na
tentativa de reforçar a energiade ligação do átomo de arbono om os átomos vizinhos,
asfunçõesde onda eletrnias paraestes quatro elétronsse ombinam entre si,mudando
aoupação dos orbitais atmios2se 2p[80℄.
A hibridizaçãodoarbono pode oorrer nas formas sp, sp
2
e sp
3
. No aso da
hibridi-zaçãosp
3
,oorbital 2setrês orbitais2pseombinamdandoorigemaos orbitaishíbridos,
ujonúmeroéigualaonúmerodeorbitaisoriginais. Nesta hibridizaçãoosquatroorbitais
híbridos possuem a mesma energia, energia esta maior que a do orbital s e menor que
a do orbital p. Cada orbital sp
3
possui um elétron, o que possibilita ada um realizar
uma ligação ovalente. De forma suinta, é possível inferir que todo átomo de arbono
que seenontrar ligado a quatro outros átomos ou grupo de átomos apenas por meio de
ligações
σ
, terá hibridização sp3
. Para a hibridização do tipo sp
2
, tem-se a ombinação
lineardoorbital 2se dois orbitais2p(2p
x
e 2py
)ou (2px
e2pz
)ou (2py
e 2pz
) doátomode arbono. Os três orbitais híbridos sp
2
estão igualmente espaçados e um dos orbitais
2pque não partiipouda hibridização,permanee perpendiular ao planooupadopelos
orbitaishíbridos. Um átomodearbono formandoapenasumaligaçãoduplaapresentará
hibridizaçãosp
2
e o ângulo formado om quaisquer dois átomos ou grupos ligados a um
deles será de 120
◦
. Quando um orbital2s éombinado aum dos orbitais 2p(2p
x
ou 2py
ou2p
z
), tem-seaformaçãode umahibridização dotiposp. Oânguloentre estes orbitaiséde180
◦
eosoutrosdois orbitais2pquenãopartiiparamdahibridização,enontram-se
perpendiularesao plano dos orbitais sp. Um átomo de arbono se ligandoa outros
áto-mos por meio de duas ligações
σ
e duas ligaçõesπ
apresenta hibridização sp [31℄. Estaapaidade de se ligar a diferentes átomos oumesmo a outros átomos de arbono
propi-iaa formação de materiais om propriedades físias e químias extremamente variadas.
Na natureza este elementoquímio é enontrado emdiversas formas alotrópias, seja na
formaamorfa,das quaissedestaamonegrode fumo,arvãoomumeooque[32℄ouna
formade diamante, grate,grafeno, brasde arbono, fulerenosenanotubosde arbono.
Odiamanteeogratesãoasformasalotrópiasmaisimportanteseintrigantesdo
ar-bono. Comparando-osépossívelter um nítidoexemplo de omomateriaisformadospelo
mesmo onstituinte químio, podem ser tão distintosquanto às suas propriedades. Esta
diferença é uniamente resultante da forma em que se estabeleem as ligações entre os
átomos. Agrateéummaterialreativo,muito usadoomolubriantesólidooudisperso
emóleo,enquantoqueodiamanteéummaterialextremamenteinerteeduro,usadoomo
material de orte. No diamante, ada átomo de arbono está ligado tetraedriamente a
arbono quesão mantidasporinteraçõesde vanderWaals, quesão forçasfraas [32℄. Na
grate, apenas três dos elétrons de valênia de ada átomo de arbono estão envolvidos
na formação das ligações
σ
, utilizando orbitais híbridos sp2
, enquanto o quarto elétron
forma uma ligação
π
. Estes elétronsπ
estão deloalizados por toda a amada, dando àgrate a apaidade de poder onduzir eletriidade dentro de uma mesma amada. Na
Figura1,mostramos o diamante, a grate eoutras formas alotrópias doarbono.
Figura 1: Imagem ilustrando os alótropos do arbono: (a) diamante, (b) grate, ()
grafeno,(d) fulereno,(e) nanotubo [33℄.
O grafeno é onstituído por uma folha planar de átomos de arbono extremamente
na, uja espessura é de apenas um átomo de arbono. Cada amada onsiste de uma
estruturaristalinahexagonaldeátomosdearbonoorganizadosemumasuperfíieplana
om a forma similar à dos favos de mel de uma olméia. A partir das propriedades do
grafeno, pode-se obter as propriedades da grate, sendo a distânia entre as folhas de
grafenoonsideravelmente maiorque a menordistâniaentre dois átomosde arbono na
mesmafolha. No ano de 2004, um grupode pesquisa da Universidade de Manhester no
Reino Unido, liderado por Andre Geim e Kostya Novoselov, isolou e estudou o grafeno
pelaprimeiravez em detalhes [34℄.
As bras de arbono são os análogos mesosópios dos nanotubos de arbono. O
estímulo para a desoberta desta forma do arbono foi a busa por materiais om
séulo XX, a pesquisa sobre as bras de arbono seguiu a neessidade da indústria, na
busaporbrasmaisfortes, leveseompropriedadesmeâniassuperiores[80℄. Nas
últi-masdéadas, observou-se umaorrenteomerializaçãodasbras de arbono paravárias
apliações, onsequênia do grande volume de pesquisas sobre o ontrole do proesso de
síntesedas bras de arbono residas pelométodode deposiçãoquímiaa partirdafase
vapor(CVD).
As outras duas formas alotrópias ristalinasrestantes são mais reentes omparadas
àsbras de arbono. Osfulerenos foramdesobertos por Krotoe olaboradores em1985
[1℄. Osexperimentosquegeraramadesoberta dosfulerenosnãotinhamexatamenteesta
intenção;estes ientistas estavaminteressados ementender omeanismo peloqual
molé-ulas onstituídasde longas adeias de arbono eram formadasnoespaço interestelar. O
proedimento experimental queoasionouna produção e adeteção damoléulade C
60
, onsistiuemutilizarum laser pulsadosobreum disode grate,estando estesexpostos aumuxodealtadensidadedehélio. Este uxoeraoresponsávelporvaporizarasespéies
de arbono sobre a superfíie do sólido de grate. Os lusters
”
de arbono resultantesforamexpandidos emum feixemoleularsupersnio, fotoionizadosedetetadosom um
espetrmetro de massa. O C
60
reebeu o nome de bukminster fulereno”
pelos seus desobridores e foi identiado omo uma moléula omposta de 60 átomos de arbono,possuindouma morfologiaestrutural semelhante aode uma bolade futebol.
A síntese dos fulerenos estimulou grande interesse nas estruturas em que folhas de
arbono grafítias poderiam formar se estes fossem ortados ou deformados. Em 1990,
Mildred S. Dresselhaus onjeturou a possibilidade de se obter estruturas ilíndrias de
arbono. Alguns anos após a desoberta dos fulerenos, Sumio Iijima sintetizou (usando
um método similarao usadopara a síntese dos fulerenos) e eluidouaestrutura atmia
dos nanotubos de arbono. [3℄. As estruturas nanométrias obtidas foram residas
so-bre a extremidade negativa de um eletrodo de arbono utilizadono método de desarga
por aro. Os diâmetros obtidos variaram de 4 a 30 nm e o omprimento das estruturas
obtidaserammaiorque 1
µ
m. A Figura2mostrauma imagemdemirosopia eletrniade transmissão de altaresolução dos nanotubosde múltiplasamadas obtidosporIijima
em 1991. A nanoestrutura om menor diâmetro obtida onsistia de apenas duas folhas
de grafeno enroladas, om uma distânia de 0,34 nm da parede do tubo externo para a
parededo tubo interno e o menordiâmetro interno obtidofoi de 2,2nm. A formaçãode
nanotubos de arbono de paredes simples (SWCNTs) foi relatada na literaturapor dois
grupos independentes, um porIijima e Ihihashi [4℄ e outroporBethune e olaboradores
Figura 2: Imagem de mirosopia eletrnia de transmissão dos nanotubos de arbono
mostrandoaseçãotransversal deadatuboobtidoporIijima. Daesquerdaparaadireita
são identiadosnanotubosom ino, duas e sete paredes, respetivamente [3℄.
2.2 Nanotubos de Carbono
Osnanotubosdearbonodemúltiplasamadassãoumdospersonagens
onstituin-tes dosistemaem estudoneste trabalho, portanto,faz-se neessário uma brevedisussão
sobre algumasdas prinipaispropriedades de um sistema deste tipo.
2.2.1 Estrutura Atmia
As propriedades estruturais dos nanotubos de arbono de paredes simples são
determinadasporum vetor
−
→
C
h
que determina o ângulo quiral(θ
) e o diâmetro dotubo(
d
t
). O vetor quiral−
→
C
h
une dois pontos equivalentes darede ristalinae o ângulo quiraldá a orientação deste em relação à direção zig-zag
”
da folha de grafeno. Em primeiraaproximação, o diâmetro está relaionado om o omprimento do vetor quiral. Estes
Figura3.
Figura 3: Representação de uma rede de grafeno om os vetores da rede (
−
→
a
1
e−
→
a
2
) e o vetor quiral−
→
C
h
representando um possível enrolamentoda ta de grafeno limitadapelaslinhasverdes para formar um tubo. [33℄.
Ovetor quiral
−
→
C
h
éesrito omo uma ombinação lineardos vetores de base da rededografeno
−
→
C
h
=
n
−
→
a
1
+
m
−
→
a
2
,
(2.1)onde
n
em
são números inteiros que obedeem à relação0
≤
m
≤
n
devido à simetriada rede. Assoiado a ada par
(
n, m
)
existe uma possibilidade únia para a porção dografeno (limitada pelas linhas verdes na Figura 3) ser enrolada, originando nanotubos
om diferentes quiralidades. Os vetores de base
−
→
a
1
e−
→
a
2
possuem mesmo módulo, sendo dadopora
=
|−
→
a
1
|
=
|−
→
a
2
|
=
√
3
|
a
C
−
C
|
,
(2.2)onde
a
C
−
C
éadistâniadaligaçãoarbono-arbonoentreosprimeirosvizinhosnografeno,de modoque a =
√
3
(1,42 Å) =2,45 Å.Desprezando os efeitos de urvatura sobre os omprimentos das ligações, pode-se
irunferênia
|
−
→
C
h
|
de uma seção reta notubo, ouseja,|
−
C
→
h
|
= 2
πr
=
π
(2
r
) =
πd
t
(2.3)d
t
=
|
−
→
C
h
|
π
.
(2.4)Essa aproximação fornee bons resultados para tubos om diâmetros maiores que
1 nm. Nos asos onde os nanotubos possuem pequeno diâmetro não é possível utilizar
esta equação, poisos efeitos devido à urvatura do tubo são bem pronuniados e devem
serlevadosemonta. Omódulodovetorquiralpodeserfailmenteobtidousandoálgebra
vetorial elementare é dado por
|
−
C
→
h
|
=
a
(
√
n
2
+
m
2
+
mn
)
.
(2.5)
Substituindo
|
−
→
C
h
|
emd
t
é possível reesrever o diâmetroemtermos dos índiesm
en
:d
t
=
|
−
→
C
h
|
π
=
a
√
n
2
+
m
2
+
mn
π
.
(2.6)Quanto à quiralidade tem-se que, por denição, o ângulo quiral é o menor ângulo entre
o vetor quiral e os vetores de base da rede do grafeno. Para identiar o ângulo quiral
(
θ
), a denição de produto esalar é utilizada. Analisando a projeção do vetor−
→
C
h
sobreovetor unitário
−
→
a
1
−
→
C
h
· −
→
a
1
=
|
C
−
→
h
||−
→
a
1
|
cosθ
(2.7)cosθ
=
(2
n
+
m
)
2
√
n
2
+
m
2
+
mn
(2.8)De aordoom aexpressãoaima paraoânguloquiral
θ
,algumassituaçõesmereemdestaque: i) quando
n
em
são iguais e diferentes de zero, tem-seθ
= 30◦
, ii) quando
n
édiferente de zero e
m
assume o valor nulo, daíθ
= 0e iii) para asdemais ombinaçõesde
m
en
, tem-se 0< θ <
30◦
. Espeialmente para os asos (i) e (ii) os tubos são
lassiados omo armhair
”
e zig-zag”
, respetivamente. A seção transversal dessestubos são ilustradasna Figura 3,sendo a linha azul representando os tuboszigzag
”
e aDopontodevistadesimetria,osnanotubosdearbonosãolassiadosomoaquirais
(armhair
”
ezigzag”
)equirais. Cadaum destespossíveistiposdenanotubo,bemomoaquelesde múltiplasamadas, são ilustradosnaFigura4. Esta nomenlaturaporsi sójá
é suientemente eluidativa, pois um objeto quiral é aquele em que sua imagem difere
delepróprio,nãopodendoestasersuperpostaaoobjetooriginal,enquantoqueum objeto
élassiado omo aquiralquando a sua imagempode ser superposta aoobjetooriginal.
Figura4: Exemplosde nanotubosde arbonodotipoarmhair
”
(a), zig-zag”
(b) quiral () [80℄ e de múltiplas paredes (d) [35℄.2.2.2 Estrutura Eletrnia
Partindo da denição estrutural estabeleida para os nanotubos de arbono na
seção anterior, épossível obter a estrutura eletrnia dos nanotubosde arbono a partir
de um álulosimples usandoométodotight-binding
”
para oselétronsπ
dos átomosdearbono [80℄. A estrutura eletrnia destes materiaisé um aspeto importante que deve
serressaltado. Osálulossugeremque,dependendodamaneiraomoostubossão
forma-dos, as estruturas obtidas podem possuir um omportamento metálioou semiondutor.
Portanto, variações sutis naestrutura aarretam mudanças dramátias nas propriedades
eletrnias. Essas propriedades foramonrmadas pordiversas ténias experimentais e
são bemestabeleidasna literatura[30℄.
Com boa aproximação, as propriedadeseletrnias dos nanotubos podem ser obtidas
on-dos omprimentos de onda assoiados à função de onda dos elétrons, sendo permitido
apenas omprimentos de onda om uma relação de número inteiro om o omprimento
da irunferênia do tubo. A urvatura da folha de grafeno inuenia fortemente as
propriedades eletrnias, portanto, para tubos om diâmetro diminuto (menor que um
nanmetro)modiaçõesnaestruturaeletrnia podemoorrer emonseqüênia de uma
reibridizaçãodos estados
σ
eπ
provenientes de efeitos daaentuada urvatura [80℄.Os nanotubos são lassiados omo do tipo metálios, semiondutores ou
semion-dutores om band gap
”
pequeno, sendo esta lassiação oriunda das propriedades desimetria do grafeno. Dado o par
(
n, m
)
que determinam a quiralidade do nanotubo,tem-se que quando
n
−
m
for múltiplo de três o nanotubo será semiondutor de gap”
quase nulo, aso ontrário será semiondutor e quando oorrer o aso em que
n
=
m
onanotubo será metálio. Nos tubos metálios há sempre estados de energia que ruzam
o nível de Fermi, nos tubos semiondutores os estados eletrnios apresentam um gap
”
de energia diferente de zero, om valor inversamente proporional ao diâmetro do tubo.
Os nanotubos de arbono representam uma ligação únia entre o mundo moleular e o
estadosólido,poisomo onsequêniadaquantizaçãodos estadoseletrniosaolongoda
irunferêniadonanotubo,adensidadede estados apresentamáximos,fazendoom que
o sistema unidimensional possua araterístias quase moleulares, e ao mesmo tempo
possui um ontínuode estadosao longo doomprimento[36℄.
2.2.3 Propriedades Vibraionais
As propriedades ótias evibraionaissão determinadasapartir daestrutura
at-mia dos nanotubos de arbono. No âmbito destas propriedades espeías,a
espetros-opiaRamanressonantesurgeomoaténiamaisutilizadanoestudotantodasamostras
emfeixes de SWCNTs e MWCNTs omo isolados oudispersos.
O espetro Raman dos nanotubos de arbono de parede simples é obtido quando a
energiadolaserusadonaexitaçãodosespetrosémuitopróximaàenergiadastransições
eletrniasentre assingularidadesdevanHovenasbandasde valêniaede ondução[37℄.
Os modos vibraionais mais estudados e que mereem destaque no espetro Raman dos
nanotubos de arbono são o modo radial de respiração RBM, a banda
G
, a bandaD
ea banda
2
D
(hamada também deG
′
). O RBM oorre na faixa de baixa frequênia e
a partir do valorde frequênia deste modo é possível obter o diâmetro do nanotubo. A
banda
G
oorre nafaixa de 1400 a 1650cm
−
1
e operl dessa bandafornee informações
sobreoarátersemiondutoroumetáliodotubo. Assoiadoà quebrade simetria
análisedeste modopermite estudar a presença de defeitos, de possíveisligações dotubo
om moléulasoua estrutura atmiada borda.
Trêsfenmenossãoamplamenteexploradosquandoseanalisaoespetroresultanteda
interaçãodos nanotubosde arbono omdiferentes espéiesquímias: odesloamentoem
frequênia dabanda
G
, a intensidade dabandaD
e a mudança emfrequênia da banda2
D
. Os dois primeiros fenmenos dizem respeito às mudanças na estrutura eletrnia eo último diz respeito ao proesso de transferênia de arga entre os tubos e as espéies
químiasda vizinhança[36℄.
2.3 Cadeias Lineares
O fooprinipal desteestudo ésobre as adeiaslinearesde arbono enapsuladas
pelosnanotubosdearbonode múltiplasamadas,porestemotivo,faz-se neessáriauma
brevedisussão sobre alguns dos prinipaispontosestudados para um sólido
unidimensi-onal naformade adeiaslineares.
2.3.1 Cadeias Lineares Monoatmias
Considera-se primeiramente as vibrações elástias de uma adeia linear om um
átomo naélula primitiva, om o prinipal objetivo de determinar a frequênia da onda
elástia em termos do vetor de onda que desreve a onda e em termos das onstantes
elástias [39℄. Quando uma onda se propaga ao longo de determinadas direções, planos
inteirosde átomos movem-se emfaseom desloamentosouparalelosouperpendiulares
àdireção dovetor de onda. Podemos desrever omo uma únia oordenada
u
s
, odeslo-amentodos átomosde sua posição de equilíbrio.
Oproblema éentão unidimensionaleaFigura5ilustra ummodelo de umristal om
estruturade adeialinearmonoatmia. Devemosentão assumirquearespostaelástiaé
umafunção linear das forças e que aforçasobre o átomo
s
provoada pelodesloamentodoátomo em
s
+
p
éproporionalàdiferençau
s
+
p
−
u
s
entre seus desloamentos (aproxi-maçãoharmnia). Emprimeiraaproximação, onsideramossomenteinteraçõesentre osvizinhos mais próximos,tal que
p
=
±
1
, e a forçatotal sobres
devido aos vizinhos maispróximos édada por:
F
s
=
X
p
Esta equação possui a forma da lei de Hooke, sendo linear nos desloamentos
u
s
e omC
indiando a onstante de força entre átomos vizinhos mais próximos e diferindo paraondaslongitudinaisetransversais. ConsideramosaquiCdenido paraumátomo,talque
F
s
indiará aforça sobre um átomos
ea equação domovimentoserá dadaporM
d
2
u
s
dt
2
=
C
(
u
s
+1
+
u
s
−
1
−
2
u
s
)
,
(2.10)sendoM a massa de um átomo.
Figura 5: Modelo de um ristal em uma estrutura de adeia linear monoatmia. (a)
Átomos na posição de equilíbrio e (b) átomos desloados pela passagem de uma onda
longitudinal.
Estamosinteressados emsoluçõesujos desloamentosdependemdotempoda forma
u
s
=
e
−
iωt
. Neste aso, a derivada de segunda ordem om respeito ao tempo éd
2
u
s
dt
2
=
−
ω
2
e
−
iωt
=
−
ω
2
u
s
. Substituindoem2.10, temos−
Mω
2
u
s
=
C
(
u
s
+1
+
u
s
−
1
−
2
u
s
)
.
(2.11)Esta é uma equação da diferença dos desloamentos
u
e possui soluções omo ondasprogressivas
u
s
±
1
=
ue
isKa
e
±
iKa
, oma
representando o espaço entre os planos e K ovetor de onda. Substituindo
u
s
±
1
naequação2.11eanelandoue
isKa
de ambososlados,
obtemos
Utilizandoaidentidade trigonométria
2 cos
Ka
=
e
iKa
+
e
−
iKa
,podemosesrevera
rela-ção de dispersão que oneta
ω
eK
omoω
2
=
2
C
M
(1
−
cos
Ka
)
.
(2.13)Os limites daprimeira zona de Brillouinestão situados entre
K
=
±
π
a
e a inlinaçãode
ω
ontraK
é zero no limite da zona de Brillouin, poisdω
2
/dK
= (2
Ca/M
) sin(
Ka
)
e nos pontos onde
K
=
±
π
a
, temossin
Ka
= sin(
±
π
) = 0
. Utilizando a identidadetrigonométria
1
−
cos(
Ka
) = 2 sin
2
(
Ka
2
)
, a equação 2.13 pode ser reesrita omoω
=q
4
C
M
|
sin(
ka
2
)
|
. Na Figura 6é mostrado o gráodeω
ontraK
.Figura6: Relação de
ω
ontraK
para o aso de uma adeia linearmonoatmia [39℄.A faixa de vetor de onda K siamente signiativa para ondas elástias é aquela
ontida na primeira zona de Brillouin. A razão entre os desloamentos de dois átomos
suessivos é
u
s
+1
/u
s
=
e
ika
. A faixa de
−
π
aπ
para a faseKa
abrange todos os valoresindependente da exponenial. Estamos interessados tanto nos valores positivos quanto
negativos de K, pois as ondas podem se propagar tanto para a direita quanto para a
esquerda. AfaixadevaloresindependentesdeKé
−
π
a
≤
K
≤
π
a
. ValoresdeKqueestejamforada primeirazona de Brillouinreproduzem movimentosdarede desritos por valores
dentro dos limites
±
π
a
e devemos tratar um valor de K fora destes limites subtraindomúltiplosinteirosde
2
π
limites
K
mx
=
±
π
a
dazona de Brillouin,a soluçãou
s
=
ue
isKa
não representa uma onda
progressiva, mas uma onda estaionária. No limite dazona de Brillouin
sK
max
a
=
±
sπ
,de formaque
u
s
=
ue
±
isπ
=
u
(
−
1)
s
que representa uma onda estaionária ujos átomos
osilam alternando-se em fases opostas de aordo om o valor de
s
, que pode ser umnúmerointeiro par ouímpar.
2.3.2 Cadeias Lineares Diatmias
A relação de dispersão de fnons para o aso de estruturas om dois átomos na
élula primitiva apresenta erta peuliaridade, pois para ada modo de polarização em
umadadadireçãode propagaçãoarelação
ω
ontraK
desenvolve dois ramos,onheidosomo ramos aústios e óptios. Desta forma temos os modos longitudinal aústio e
transversal aústio e os modos longitudinal óptio e transversal óptio. Consideramos
aqui um ristal úbio ujos átomos de massa M
1
pertenem a um onjunto de planos e átomos de massa M2
pertenem a planos interalados do primeiro onjunto de planos omomostradonaFigura7. Paraesteaso, ouaonstantedeforçaouasmassasdeverãoser diferentes se osdois átomos dabase estiverem emsítios não equivalentes.
Figura 7: Estrutura de um ristal diatmio om massas M
1
e M2
onetados por uma onstantede forçaCentre planos adjaentes. Os desloamentosdos átomos M1
e M2
são mostrados e a distâniade repetição éa
na direção do vetor de onda K. Os átomos sãomostrados emsuas posições de equilíbrio.
Devemos esrever aqui as equações do movimento sob o pressuposto de que ada