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Kardec e os Estudos sobre Gênero e Sexualidade

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Academic year: 2022

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Kardec e os Estudos sobre Gênero e Sexualidade

Alessandra dos Santos Pereira <pereiraalessandra@yahoo.com.br>

Iolete Ribeiro da Silva <iolete.silva@gmail.com>

Fundação Allan Kardec - FAK

Resumo – Trata-se de um artigo teórico que tem por finalidade reunir textos escritos por Allan Kardec e fazer uma análise, sobre estudos de gênero e sexualidade, estabelecendo relações com os conhecimentos científicos atuais. Utilizou-se como fonte de pesquisa apenas as obras básicas (O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese), além de textos da Revista Espírita 1858 a 1869. Os descritores utilizados para as buscas foram: sexo*, mulher*, feminino e masculino. Os resultados informam que não existiam tais constructos teóricos organizados a época de Kardec. Os registros sobre o assunto aparecem com maior frequência na revista espírita, principalmente, do ano de 1866. Conclui-se que estas temáticas devem ser abordadas sempre em seus devidos contextos históricos, numa visão para além do binarismo material entre homem e mulher e, considerando o caráter polissêmico dos textos religiosos.

Palavras-chave – Sexo. Mulher. Feminino. Masculino.

1. INTRODUÇÃO

Nunca se discutiu tanto sobre gênero, sexualidade e diversidade sexual como nos tempos atuais. Esses temas têm sido pauta de debates políticos, sociais, acadêmicos e religiosos, inclusive no movimento espírita. Neste trabalho propomo-nos buscar referências em Kardec que ajudem a ampliar o entendimento desse assunto à luz da Doutrina dos Espíritos.

Para iniciar esse assunto é necessário recordar o desafio que envolve falar de gênero e sexualidade1 no âmbito da religião, uma vez que, as religiões constituem forças expressivas na constituição dos indivíduos (crenças e valores) que, por sua vez, respondem pelo arranjo social em várias sociedades contemporâneas. No Espiritismo, Kardec, no cap. XIX, item 7 de O Evangelho Segundo o Espiritismo [1], explica que a

“fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade” convidando profitentes da Doutrina Espírita a lidar com vários assuntos contemporâneos, a luz da própria fé. Aliada a essa condição, outro aspecto essencial é o caráter polissêmico das narrativas do Evangelho. A ideia renovadora de Jesus exige, daqueles que professam sua fé, um olhar mais compassivo e amoroso, retratado a partir de uma postura de abertura e capacidade de ouvir vozes dissonantes.

Nestes termos, os estudos científicos sobre gênero e sexualidade evoluíram muito ao longo das últimas décadas, a terminologia e os conceitos utilizados também se modificaram dentro do próprio contexto científico. Kardec alerta na introdução do Livro dos Espíritos para a importância da definição dos termos utilizados em um debate e que

“assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras” [2]. Para que este texto possa fazer sentido no contexto

1 O Brasil é o país que mais mata Pessoas Travestis e Transexuais. (BENEVIDES, B.G; NOGUEIRA, S.N.B. Dossiê Assassinatos e Violência contra Travestis e Transexuais no Brasil em 2018 – ANTRA/IBTE, 2019)

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atual e servir de instrumento de diálogo, no Movimento Espírita e fora dele, utilizaremos os termos propostos por estudiosos dos estudos de gênero.

É válido destacar ainda que, os assuntos gênero e sexualidade enquanto constructos teóricos, não existiam à época de Kardec, tal como os compreendemos nos dias atuais. Porém, temáticas sobre o feminismo já circulavam na Europa pouco antes da codificação e abordagens sobre sexo, mulheres, feminino e masculino, já eram discutidas no âmbito social e, foram tratadas pelo codificador da Doutrina Espírita em diversos escritos.

Neste contexto, a proposta deste artigo é analisar os escritos de Allan Kardec sobre gênero e sexualidade e suas relações com os conhecimentos científicos atuais. Para realizar tal empreitada, aborda-se primeiramente, uma definição científica sobre o conceito de gênero e sexualidade para, em seguida, discutir-se as narrativas do codificador e organizá-las de modo a facilitar a construção de entendimentos doutrinários sobre essas temáticas.

2. GÊNERO E SEXUALIDADE À LUZ DA CIÊNCIA

Para entender o conceito de gênero e sexualidade é válido destacar algumas diferenças entre essas categorias de análise que servem como base para explicar as ideias do artigo. A concepção de gênero diz respeito a construção social do sexo biológico.

‘Gênero’ faz uma distinção entre a dimensão biológica associada a natureza (sexo) da dimensão social associada a cultura. Os ‘estudos de gênero’ são estudos da organização social das relações entre os sexos, ou seja, a maneira como, homens e mulheres, se entendem, se relacionam e explicam as diferenças existentes entre eles. A sexualidade, geralmente é concebida como algo dado, pronto, como algo que todos nós (mulheres e homens) possuímos ‘naturalmente’, algo inerente ao ser humano. Essa ideia pressupõe que as vivencias corporais também são universais, semelhantes. Contudo, a sexualidade envolve rituais, linguagens, fantasias, representações, símbolos, convenções num processo muito mais cultural e plural que físico [3]. Então há de se separar sexualidade de sexo e de gênero. Sexualidade é um termo amplo, e ao mesmo tempo individual, que envolve inúmeros fatores complexos, que dificilmente se encaixa numa definição única e absoluta. De maneira simplificada podemos dizer que sexualidade é a vivência sexual, e vivência sexual não se reduz a expressão de corpos ou expressão e satisfação dos desejos sexuais. O contexto interfere na sexualidade, portanto, é uma concepção muito mais cultural que biológica.

Robert Stoller, em 1968, é quem definiu pela primeira vez as diferenças categóricas entre sexo e gênero, explicando que os aspectos anatômicos, morfológicos e fisiológicos (cromossomos sexuais, genitália e hormônios) da espécie humana dizem respeito ao sexo. Ou seja, quando se fala em sexo feminino, sexo masculino, macho ou fêmea, estamos nos referindo aos aspectos biológicos da pessoa. Já o conceito de gênero, diz respeito aos significados sociais, culturais e históricos associados aos sexos [4].

Este psicólogo americano, ao estudar crianças intersexo, também conhecidas historicamente como hermafroditas, ou com genitais “escondidos”, observou que elas foram criadas de acordo com o gênero que lhes foi designado no nascimento, e que mesmo após terem conhecimento de que suas genitálias eram ambíguas, parciais, duplicadas, ausentes ou sofreram alguma intervenção cirúrgica compulsória, mantinham o padrão de comportamento de acordo com o modo como foram educadas, o que levou o

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psicólogo a conclusão que seria mais fácil mudar a genitália do que o gênero de uma pessoa [5].

Além disso, para aprofundar ainda mais a compreensão sobre gênero e sexo é necessário falar de identidade de gênero. Este termo, além de não estar associado ao sexo do nascimento, como ocorre em casos de pessoas interssexuais, acontece também em pessoas que apresentam sexo definido, ou seja, uma pessoa pode nascer com o sexo feminino e sentir-se como um homem e vice-versa. A vivência discordante de um gênero pode ser resultado de uma cultura e que apenas a dimensão biológica não define o comportamento masculino ou feminino de uma pessoa [6].

Outro ponto que é necessário destacar são as diferenças existentes entre orientação sexual, que diz respeito ao desejo sexual ou atração afetivo-sexual de uma pessoa (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade), e expressão de gênero, que fala sobre o conjunto de vestimentas, acessórios, modificações corporais (piercings, tatuagens), maquiagens, estilo de cabelo, depilação ou não, comportamentos (modos de agir e falar) pelos quais uma pessoa exterioriza sua identidade de gênero.

A identidade é concebida como resultado de um processo de socialização, que ocorre nas relações sociais cotidianas de um indivíduo e os aspectos biográficos, que dizem respeito a história, habilidade e projetos de vida uma pessoa [7]. Para este autor o conceito de identidade de si não se separa da identidade para o outro, uma vez que a primeira é correlata para o outro, ou seja, reconhece-se pelo olhar do outro. A identidade é dinâmica, ela se constrói na e pela atividade [8]. Ambos autores compartilham que melhor que usar o termo identidade seria mais interessante utilizar a noção de formações identitárias visto que são várias as identidade que assumimos, sempre num jogo de tensão entre atos de atribuição (o que os outros dizem) e de pertença (aquilo que o sujeito se identifica).

A compreensão do constructo gênero diz respeito ao conjunto de relações estabelecidas a partir da percepção social das diferenças biológicas entre os sexos [9].

Essa percepção fundamenta esquemas classificatórios e hierárquicos e, tem no polo masculino a primazia do que é valorizado ou positivado, como é possível verificar nas construções sociais de masculino (forte, ativo, positivo, dominante) e feminino (fraco, passivo, negativo, dominado) [10]. Compreender as relações de gênero e sua presença em toda a ordem social, permite perceber, além da posição do feminino no jogo social, a relação entre sexualidade e poder, uma vez que as condutas, aparecem como elementos fundadores da identidade e constituem um domínio a ser explorado.

Os papéis de gênero geralmente são reconhecidos como o conjunto de comportamentos associados ao masculino e feminino adotados por uma determinada sociedade. Apesar da variação social entre composição e funcionamento em cada tempo, todas as sociedades possuem um sistema de sexo/gênero que circula entre seus membros, seja de maneira reconhecidamente evidente ou não. O processo de produção desses padrões de comportamento social não ocorre de maneira individual, mas depende de situações sociais concretas e das posições que os indivíduos assumem em determinada coletividade [4]. Assim, papeis de gênero dizem respeito a um conjunto de padrões e expectativas aprendidos em uma sociedade e que, além de representar socialmente o que é ser macho ou fêmea, também conforma as identidades das pessoas que pertencem a estes grupos.

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3. KARDEC E AS QUESTÕES DE GÊNERO E SEXO

Conforme já citado na introdução deste artigo, o conceito de gênero e sexo, tal como conhecemos atualmente, não existiam à época de Allan Kardec, mas nem por isso o codificador escusou-se a debater sobre as questões que tanto inquietavam a sociedade parisiense. Neste sentido, na proposta do artigo serão apresentadas as compreensões de Kardec feitas nas obras: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Gênese e os textos da Revista Espírita de 1858 a 1869.

3.1. SOBRE GÊNERO

O contexto histórico no qual Kardec publicou alguns de seus escritos sobre gênero, surge em meio a um cenário político ditatorial, após o fim da era napoleônica, conhecido como segundo império francês (1852-1870). A partir de 1848, o continente europeu foi tomado por uma série de movimentos revolucionários que se propagaram rapidamente pelos grandes centros urbanos, entre eles o marxismo e o feminismo, sendo que este último já havia dados seus passos iniciais no final do século anterior.

Em 1791, a feminista francesa Olympe de Gouges como forma de protestar contra a “Declaração dos Direitos dos Homens e Cidadãos” resultado da Revolução Francesa, ela publicou “Declaração dos Direitos das Mulheres e Cidadãs” denunciando socialmente a autoridade masculina, a importância social e igualdade de direitos das mulheres. Foi executada em 1793, tornando-se um marco do movimento feminista e suas ideias foram divulgadas em outros países. Pois bem, em meio a este cenário e durante a escrita das obras espíritas, Kardec fala com certa frequência sobre a emancipação feminina e o papel das mulheres na sociedade.

Em O Livro dos Espíritos, no Cap. IX, da Lei de Igualdade, no item igualdade dos direitos do homem e da mulher, questões 817 a 822, Kardec [11], ao perguntar dos espíritos sobre a igualdade entre homens e mulheres recebe como resposta que Deus outorgou a ambos a inteligência necessária para que ambos (homens e mulheres) pudessem progredir. O homem assumiu um predomínio injusto e cruel sobre as mulheres como resultado do abuso e de instituições sociais feita por homens moralmente pouco adiantados.

Os espíritos explicam ainda para Allan Kardec que o fato de a compleição física da mulher ser mais “fraca” que a do homem, ocorre em função de atribuições especiais relacionadas a trabalhos leves, e que, a este último restam os trabalhos rudes e a função de proteger o “mais fraco” e não para o escravizar. Kardec segue fazendo apontamentos de que apesar de a mulher ter menor força física, Deus deu-lhe maior sensibilidade e a delicadeza das funções maternais para que pudesse ser utilizada com os seres que lhes forem confiados, e que tais características são extremamente importantes para o homem nos primeiros momentos da vida.

Os espíritos ainda explicam a Kardec que o princípio de justiça deve vigorar nas leis humanas, para igualar homens e mulheres, promovendo uma legislação justa. Porém, os espíritos fazem diferença entre direito e função, deixando claro que homens e mulheres têm direitos iguais, mas funções distintas. Cabe ao homem cuidar das coisas de fora e da mulher das questões internas e que todo o privilégio concedido a um ou a outro é contrário a lei de justiça. Ressalta também que a emancipação da mulher acompanha o progresso da humanidade e que a escravizar, seria caminhar ao lado da barbárie.

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Em A Gênese, Cap. XII, na parte que fala sobre a Gênese Mosaica, item 11, dos Seis Dias, Kardec [12] corrobora com o que os espíritos já haviam dito a ele na publicação de O Livro dos Espíritos, sendo que dessa vez, utilizam linguagem simbólica de Adão e Eva para explicar a igualdade entre homens e mulheres.

A mulher formada de uma costela de Adão é uma alegoria, aparentemente pueril, se admitida ao pé da letra, mas profunda, quanto ao sentido. Tem por fim mostrar que a mulher é da mesma natureza que o homem, que é, por conseguinte igual a este perante Deus e não uma criatura à parte, feita para ser escravizada e tratada qual hilota. Tendo-a como saída da própria carne do homem, a imagem da igualdade é bem mais expressiva, do que se ela fora tida como formada, separadamente, do mesmo limo. Equivale a dizer ao homem que ela é sua igual e não sua escrava, que ele a deve amar como parte de si mesmo [12].

Na Revista Espírita, Kardec [13] revela com mais detalhamento suas ideias sobre o preconceito e a sujeição das mulheres, o voto feminino e a emancipação das mulheres nos EUA, além de explanar sobre a posição social que ela deveria ocupar na sociedade.

Explica que com a reencarnação desaparecem os preconceitos de raças e castas, uma vez que o espírito pode nascer homem ou mulher, rico ou pobre, livre ou escravo, argumentando que a lógica reencarnacionista fundamenta a lei de igualdade dos direitos sociais e da liberdade. “Aplicando este princípio à posição social da mulher, diremos que de todas as doutrinas filosóficas e religiosas, o Espiritismo é a única que estabelece seus direitos sobre a própria Natureza, provando a identidade do ser espiritual nos dois sexos”

[13].

Kardec prossegue explicando que os direitos das mulheres encontram no Espiritismo uma consagração e que sua consequente propagação apressaria a emancipação da mulher e manteria estável a posição social a qual elas deveriam pertencer.

Afirma que se todas compreendessem esses posicionamentos todas seriam espíritas e poderiam invocar os argumentos da Doutrina Espírita como aliado em sua luta. Contudo, ao mesmo tempo que argumenta em favor dos direitos das mulheres, Kardec [14] assevera que as atribuições das mulheres seriam distintas das dos homens. Explica que Deus ao dotar cada organismo com as características próprias ao papel que devem desempenhar em a natureza, traçou para a mulher caracteres que implicam deveres especiais.

Há, pois, atribuições bem caracterizadas, conferidas a cada sexo pela própria Natureza, e essas atribuições implicam deveres especiais que os sexos não poderiam cumprir eficazmente saindo de seu papel. Há uns em cada sexo, como de um sexo a outro; a constituição física determina aptidões especiais; seja qual for sua constituição, todos os homens certamente têm os mesmos direitos, mas é evidente, por exemplo, que aquele que não está organizado para o canto não poderia tornar-se um cantor. Ninguém lhe pode tirar o direito de cantar, mas esse direito é incapaz de lhe dar as qualidades que lhe faltam. Se, pois, a Natureza deu à mulher músculos mais fracos do que ao homem, é que ela não foi chamada aos mesmos exercícios; se sua voz tem outro timbre, é que não está destinada a produzir as mesmas impressões [14].

Na edição da Revista Espírita em abril de 1868, Kardec [15] retoma a questão da emancipação da mulher dizendo que esse movimento seria resultado da difusão do Espiritismo, uma vez que este conhecimento teria seus fundamentos assentados na ideia de identidade do Espírito, provando que não existem espíritos homens ou espíritos mulheres, mas que todos têm a mesma essência, mesma origem, mesmo destino e que

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portanto, todos têm os mesmo direitos. Assim, argumenta que, o fato de os espíritos poderem nascer ora como homens, ora como mulheres, resultaria que o homem que escraviza a mulher poderá ser escravizado por ela e que ao trabalharem em favor da emancipação feminina, estariam trabalhando em favor próprio e finaliza dizendo:As mulheres têm, pois, um interesse direto na propagação do Espiritismo, porque ele fornece em apoio de sua causa os mais poderosos argumentos que jamais foram invocados” [15].

Um de seus textos mais importante que explica várias questões sobre gênero e sexo, foi escrito na Revista Espírita em janeiro de 1866 [16], intitulado “As mulheres têm alma?”, aos quais Kardec defende, além de outras coisas, o direito das mulheres fazerem um curso superior.

[...] Ultimamente lia-se nos jornais que uma jovem senhorita de vinte anos acabava de defender o bacharelado com pleno sucesso perante a faculdade de Montpellier. Dizia-se que era o quarto diploma concedido a uma mulher. Ainda não faz muito tempo foi agitada a questão de saber se o grau de bacharel podia ser conferido a uma mulher. Embora a alguns isto parecesse uma monstruosa anomalia, reconheceu-se que os regulamentos sobre a matéria não faziam menção às mulheres e, assim, elas não se achavam excluídas legalmente. Depois de terem reconhecido que elas tinham alma, lhes reconheceram o direito à conquista dos graus da Ciência, o que já é alguma coisa [16].

Kardec [16] elucida que em sociedades mais civilizadas a questão da emancipação das mulheres já era algo resolvido e que aspectos relacionados ao preconceito e inferioridade legal estavam mais interligados à perpetuação de definições pouco cristãs.

No entanto, afirma que o período iluminista resgatou a mulher dando espaço de existência e, embora ela ainda não fosse emancipada legalmente, ela o seria moralmente.

[...] Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; já não é uma concessão da força à fraqueza, mas um direito fundado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer essas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade [16].

No que diz respeito aos aspectos de feminilidade e masculinidade, embora estes termos ainda não estivessem totalmente amadurecidos para compor o cenário dos estudos de gênero, Kardec [16] abordou os aspectos ligados a questões de masculino e feminino, como forma de compreender processos relacionados à reencarnação no corpo de homem e no corpo de mulher e suas possíveis influencias na vida terrena tais como:

desigualdades, servidão, inferioridade, entre outras.

Teria Deus criado almas masculinas e femininas, fazendo estas inferiores àquelas? Eis toda a questão. Se assim fosse, a inferioridade da mulher estaria nos decretos divinos e nenhuma lei humana poderá transgredi-los. Tê-las-ia, ao contrário, criado iguais e semelhantes?

Nesse caso as desigualdades, baseadas na ignorância e na força bruta, desaparecerão com o progresso e o reinado da justiça. Entregue a si mesmo, o homem não podia estabelecer a respeito senão hipóteses mais ou menos racionais, mas sempre questionáveis. Nada no mundo poderia dar-lhe a prova material do erro ou da verdade de suas opiniões [16].

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3.2. SOBRE SEXO

A questão do sexo e da sexualidade foi pouco abordada por Kardec [11] e, os poucos textos nos quais o termo aparece, está mais relacionado às relações do constructo sexo com a vida do espírito desencarnado. Em O Livro dos Espíritos, Cap. IV, da pluralidade das existências, no item, Sexos nos Espíritos, aborda a questão somente com três perguntas a saber: Têm sexos os Espíritos? Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa? Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?

A resposta dos espíritos aos questionamentos de Kardec é simples, porém complexa e cheia de interpretações. Sobre a primeira questão dizem os espíritos que o Espírito não tem sexo, melhor dizendo não como conseguimos entender, uma vez que os sexos dependem do organismo material. Porém existem entre os Espíritos amor e simpatia com resultado da concordância dos sentimentos. Sobre a segunda pergunta os espíritos afirmam que sim, são os mesmos espíritos que animam homens e mulheres. E ao terceiro questionamento eles explicam que pouco importa. O que guia o Espírito ao reencarnar são as provas pelas quais há de passar. E Kardec complementa dizendo que, aos Espíritos cumpre progredir em tudo, em cada sexo, assim como, cada posição social lhe dá as oportunidades e os deveres necessários para adquirirem experiências e finaliza dizendo que aquele que só encarnasse como homem só saberia o que sabem os homens.

Kardec [11] comenta também em outro trecho de O Livro dos Espíritos que o sexo só existe na organização física, que nenhuma diferença há entre eles, uma vez que podem reencarnar tanto como homem quanto como mulher e por isso devem gozar dos mesmos direitos. “Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os sexos seriam inúteis no mundo espiritual [16].

Explicando mais pormenorizadamente essa relação entre o sexo e os Espíritos, Kardec [16] enfatiza que além destes últimos não terem sexo, as afeições que os unem são mais duráveis porque são fundadas na simpatia real e não forjadas nas vicissitudes da matéria. Segue dizendo que as almas encarnam, ou seja, revestem-se temporariamente de um envoltório carnal e que este invólucro material é quem as coloca em contato com o mundo material ensejando o progresso do mundo que habitam. As atividades as quais irão desenvolver, seja para a conservação da vida seja para o bem-estar, colaboram para o avanço intelecto-moral.

Esclarece ainda que, uma vez que os Espíritos necessitam progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, estes são chamados a concorrer a diversos gêneros de provas. Por isso, os Espíritos encarnam nos diferentes sexos e que depois de haver percorrido uma série de existências no mesmo sexo, faz com que conserve, no estado de Espírito, o caráter de homem ou mulher, deixando uma espécie de marca impressa.

Somente quando houver chegado a um certo grau de adiantamento moral e de menor influência da matéria é que o caráter do sexo se apaga completamente. Prossegue explicando que mudando de sexo, mas ainda sob a antiga impressão, poderá em sua nova encarnação, conservar gostos, inclinações e o caráter inerente a certas “anomalias” (grifo nosso) aparentes. “Não existe, pois, diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se aniquila com a morte do corpo; mas quanto ao Espírito, à alma, ao ser essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas”

[16].

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Uma vez o Espírito encarnado sofrendo a influência do organismo, seu caráter se modifica em função das circunstâncias levando-o a aderir as exigências que lhe impõe o organismo [16]. Essa influência não se apaga com a destruição do envoltório material, assim como não perde também os gostos e hábitos terrenos.

4. APRENDIZADOS

Ao proceder a análise dos textos de Allan Kardec é necessário considerar o contexto. Estamos falando da França do século XIX, pós Primeira República (1792-1804) e Primeiro Império (1804-1814), queda de Napoleão, seguido das tentativas de restabelecimento do império, com a família Bourbon e as revoluções de 1830 e 1848, passando pela Segunda Republica (1848-1852), Segundo Império (1852-1870), e finalizando o século com a Terceira República (1870-1940). Havia luta de interesses, burguesia e aristocracia buscavam formas de se manter no poder. A burguesia, que dominava a economia mesmo antes das revoluções, encontra no século XIX, as condições de que necessita para se fortalecer. Com o fortalecimento, a burguesia passa a ser reconhecida e recebida nos meios aristocratas. Os aristocratas, mesmo não sendo mais uma classe dominante, exercem uma relativa fascinação sobre a burguesia emergindo, nestes últimos, a busca dos valores e tradições aristocráticas. Há um enobrecimento das maneiras e costumes da sociedade do antigo regime, ao mesmo tempo em que as ideias da nobreza vão se enfraquecendo.

É nesse cotidiano de relações sociais que a mulher francesa, aristocrata ou burguesa é percebida. As mudanças políticas e econômicas ocorridas na França, além de democratizar o espaço e diminuir as distancias entre as camadas sociais, também acelerou a diminuição da distância entre os sexos e deu um passo significativo para a consolidação da autonomia feminina. Logo, não é de se pasmar que as observações feitas pelos espíritos a Allan Kardec, estejam associadas ao contexto histórico e político da França.

As explicações sobre a igualdade de direitos entre homens e mulheres é bastante coerente com o cenário da época. No entanto, as ideias sobre ‘a compleição física da mulher ser mais “fraca” que a do homem, remete a um conservadorismo típico das sociedades eclesiais. As mulheres francesas, já haviam iniciado sua desvinculação das ideias tradicionais, assumindo espaços econômicos e políticos na economia burguesa.

Nota-se que há uma tentativa, no texto do Espiritismo, em manter uma vinculação com os ideais iluministas sobre a condição feminina ser ‘inferior’ à do homem. No tocante de

“homens e mulheres têm direitos iguais, mas funções distintas, cabe ao homem cuidar das coisas de fora e da mulher das questões internas” também está associada a vinculação da mulher como mãe e cuidadora típicas de uma moral cristã, herdeira de séculos de silenciamentos e subordinações femininas. Da aristocracia até as camadas mais baixas da sociedade, as mulheres já estavam questionando seu papel de submissão ao homem, assim como, os limites de sua autonomia financeira e reivindicavam gerir seus ganhos após irem para as fábricas ou conquistarem fama artística.

A concepção mítica da mulher formada de uma costela de Adão, descreve alegoricamente, a posição social da mulher. A proposta da teologia cristã com suas raízes judaicas, tem sua cota de responsabilidade no reforço e justificação da autoridade do homem sobre a mulher, seja ela, paterna ou marital. Embora os espíritos ao manifestar seus posicionamentos assumam uma visão emancipadora sobre a mulher, repetem características de dois textos bíblicos carregados de consequências históricas para as mulheres. São eles: a Gênese e a Carta de São Paulo aos Efésios. A primeira, por atribuir à mulher a vaidade e a fragilidade das tentações da carne, tornando-se culpada pela

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infelicidade que o homem experimentará, sendo considerada fraca e frívola. A segunda por expor o pensamento de Jesus (igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres) mas, modificando sutilmente a proposta. Trata-se de igualdade entre pessoas que não são idênticas, o que não exclui uma hierarquia. Assim, o homem passa a ser o chefe da casa, por ter sido criado em primeiro lugar e ter dado origem a mulher. Embora São Paulo, reconheça que as ordens do marido deverão ser temperadas de amor e respeito, é ao marido que compete a decisão final do casal. Desse modo, são referendas as prescrições morais eclesiásticas que mantiveram as mulheres subordinadas aos maridos até o século XVII, quando começaram a ser questionadas.

Nestes termos, apesar da proposta ser de igualdade de direitos, os deveres são diferentes. Há um reforçamento para a permanência da mulher na posição materna com a justificativa de esta apresentar características mais compatíveis com sua ‘natureza’. Já as ideias sobre escolarização de mulheres, segue as logicas das conquistas femininas típicas do contexto francês. Amélie Boudet que vinha de uma família de artistas e desde muito cedo teve acesso a música, pintura, artesanato, escultura, teatro, dança, literatura francesa, poesia, prosa, conto, crônica, romance, além de ter tido a oportunidade de ler sobre outras culturas, descreve bem o perfil da mulher da aristocracia francesa à época de Kardec.

As questões sobre gênero ainda eram embrionárias e, ao que sugere, seguia a historicidade das relações sociais mantendo, ao mesmo tempo, um certo conservadorismo típico de tradições cristãs. Já os textos que falam sobre sexo, resumem-se a descrever que sexo só existe no organismo, na materialidade dos corpos e que a posição do Espiritismo é tratar das questões do espírito imortal, sobrevivente a todas as composições materiais inerentes ao seu processo evolutivo. Contudo, talvez por ausência de reflexão suficiente a época, as questões às quais o espírito se sobrepõe ao corpo, demonstrando inclinações, caraterísticas, gostos e até mesmo caráter, recebem tratamento de ‘anomalia’, denunciando um posicionamento biologizantes e pautado nos aspectos materiais do Ser.

É ainda oportuno dizer, ao organizar os assuntos Gênero e Sexualidade e suas ideias tanto na ciência quanto no Espiritismo, é fundamental resgatar a nota explicativa n. 29, feita pela FEB [16], em acordo com o Ministério Público Federal, sobre preconceitos e discriminação nas obras de Allan Kardec. Explicam os editores que a investigação racional e científica de fatos resultou na estruturação da Doutrina Espírita, feita por Kardec com auxílio dos espíritos, e que o estudo meticuloso das obras, permite concluir algumas assertivas básicas:

a) Que todos os seres humanos são Espíritos imortais criados por Deus. Todos estão em igualdade de condições e sujeitos as mesmas leis naturais que leva todos a perfeição, gradativamente, pelas leis do progresso.

b) A perfectibilidade ocorre através de experiências sucessivas, em inúmeras reencarnações, vivenciando todos os seguimentos sociais, sendo esta, a única forma de acumular o aprendizado necessário ao seu desenvolvimento.

c) Entre as reencarnações o Espírito permanece no mundo espiritual e pode comunicar-se com os homens.

d) O progresso segue às Leis Morais ensinada e vividas por Jesus, modelo e guia da humanidade, referência para todos os homens que desejam ser melhores de modo consciente e voluntária.

Essa nota explicativa, serve para deixar claro que Kardec foi um homem de seu tempo, que estudou, além da frenologia e fisiognomia, conteúdos relativos à teoria da evolução das espécies (mais tarde lançada por Darwin) bem como, outros temas oriundos

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de debates acadêmicos e inquietações cotidianas que ostensivamente, invadiam as conversas da sociedade parisiense. Kardec, como um bom investigador, mesmo não concordando com diversos aspectos apresentados pelas ciências de sua época, avaliou as conclusões dos estudos, em diversas áreas do conhecimento e, estabeleceu relações com os ensinos dos Espíritos, trazendo à tona a contribuição do elemento espiritual como aspecto fundamental na compreensão das desigualdades e diversidades humanas.

De igual modo, deve proceder todo aquele que se vê interrogado por questionamentos pessoais sobre temáticas contemporâneas e deseja equacioná-las a luz da Doutrina Espírita. Deve, como sugere o codificador ao falar do método, para estudar um determinado assunto, ler tudo que se ache escrito sobre a matéria, ou pelo menos, o principal, não se limitando a um único autor, ler os prós e os contras, tanto críticas como apologias, reconhecer as diferentes visões epistemológicas do assunto para assim poder julgar por comparação, analisar e equacionar por si mesmo quais a narrativas mais coerentes com a perspectiva cristã [2].

Seguindo este posicionamento é possível compreender o Espiritismo numa visão mais destituída de interpretações proselitistas e, mais alinhado a maneira como Kardec o entendia. O codificador percebia a doutrina como um pensamento aberto, dinâmico, ou seja, em construção permanente e universalista, uma vez que considera que a verdade está em toda parte. Essa verdade não é fruto de algo ou alguém que lhe revelou, mais sim, resultado da pesquisa séria, da razão e da capacidade subjetiva de cada um. Eis porque não é possível compreender Doutrina Espírita com pensamentos prontos, posicionamentos a priori, ideias pré-concebidas, ou mesmo narrativas moralistas ou de conotação preconceituosa.

Espiritismo é verdade que toca no íntimo de cada criatura, é palavra de Deus, no interior da consciência iluminada pela racionalidade, é construção pessoal, intransferível e necessária ao adiantamento intelectual e moral de cada pessoa. É possível acreditar que, ao exercitarmos esse Espiritismo proposto por Kardec, nos aproximemos mais do homem de bem, uma vez que, a vivência, mais do que a compreensão da Doutrina Espírita leva ao verdadeiro exercício do Cristianismo Redivivo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscando organizar uma compreensão que ajude nas análises aqui descritas e facilite ao leitor entender a proposta do artigo, bem como, sua contribuição para estudar assuntos que envolvem gênero e sexualidade à luz do Espiritismo, segue algumas considerações oportunas:

a) A contextualização dos assuntos: os conceitos sobre gênero e sexualidade na Europa do século XIX eram bastante distintos do contexto atual. Um exemplo significativo são as questões referentes ao feminismo, que também foi claramente discutido por Kardec, e que remetia apenas ao questionamento da imposição dos papeis sociais e a participação da mulher na vida pública, política e direito ao voto. Hoje, as discussões ganham contornos que envolvem redes sociais e interseccionalidade (o estudo da sobreposição ou intersecção de identidades sociais - raça, etnia - e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação).

b) Para além do binarismo homem/mulher: as análises feitas por Kardec, dizem respeito a compreensão do espírito imortal e sua relação com a matéria, uma vez que o Espírito não tem sexo e que pouco importa se o Espírito nasce

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homem ou mulher, mas sim o que é importante é a natureza das provas as quais irá vivenciar para progredir intelecto-moralmente. Nesta condição, o Espírito encarnado sofre a influência do organismo, e seu caráter se modifica em função das circunstâncias, levando-o a aderir ou não as exigências que lhe impõe o organismo.

c) Caráter polissêmico da religião: A proposta da Doutrina Espírita é desenvolver a fé raciocinada, e, para fazer isso, o estudioso espírita deverá valer-se da interpretação. Sua capacidade de lidar com fenômenos dissonantes no âmbito religioso, depende sempre da sua capacidade de superar a distância entre o fenômeno e interpretação. Interpretações preconceituosas excluem os diferentes. Na busca dessa superação, o amor, em suas diferentes formas (tolerância, indulgencia, entre outros) deve amalgamar as convicções de acesso ao sagrado, fazendo nascer uma religiosidade saudável, lúcida e afetiva.

O Espiritismo não institui nenhuma nova moral, apenas convida aos homens refletir sobre si mesmos, seus costumes, crenças, valores, “verdades” e, por a prova do Espírito imortal tais pressupostos. Sabedores que o são, de que a fé inabalável e esclarecida é aquela que encara a razão em todas as épocas, ao refletir sobre Gênero e Sexualidade e suas relações com os textos de Kardec, possamos encarar nossas

“verdades” à luz do espírito imortal, e talvez daí concluir que Doutrina Espírita respeita a diversidade humana, no seu sentido mais amplo que é a caridade, na sua roupagem de benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições, e perdão das ofensas, tal como nosso modelo e guia maior agia, sem preconceitos de nenhuma espécie:

cor, raça, etnia, sexo, crença ou condição econômica, social ou moral. Reflitamos. Ave Cristo em nós!!

6. REFERÊNCIAS

[1] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª edição histórica. Rio de Janeiro, RJ:FEB, 2013.

[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. trad. Guillon Ribeiro, Rio de Janeiro, RJ:

FEB, 2004.

[3] WEEKS, Jeffrey. O Corpo e a Sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes. O Corpo Educado: Pedagogias da Sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000

[4] GROSSI, Miriam. Identidade de Gênero e Sexualidade. Disponível em:

http://miriamgrossi.paginas.ufsc.br. Acesso em 30 de agosto de 2019.

[5] LIMA, Rita de Lurdes. Diversidade, Identidade de Gênero e Religião: Algumas Reflexões. Revista em Pauta. Rio de Janeiro, v.9, n.28, p. 165-182, dezembro, 2011.

[6] JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre População Transgênero:

Conceitos e Termos. Brasília, Autor, 2012.

[7] DUBAR, Claude. Para uma Teoria Sociológica da Identidade. Em A socialização.

Porto: Porto Editora. 1997

[8] CIAMPA, Antônio da Costa. A Estória do Severino e a História da Severina. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

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[9] SCOTT, Joan. Gênero: uma Categoria útil de Análise Histórica. In: Educação e Realidade. Vol. 20, no.2, Porto Alegre: UFRGS, 1995.

[10] BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1999

[11] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto. 1ª edição, Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2006.

[12] KARDEC, Allan. A Gênese. Trad. Evandro Noleto. 1ª edição, Rio de Janeiro, RJ:

FEB, 2005.

[13] KARDEC, Allan. A Revista Espírita de 1861. Trad. Evandro Noleto. 1ª edição, Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2006.

[14] KARDEC, Allan. A Revista Espírita de 1867. Trad. Evandro Noleto. 1ª edição, Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2006.

[15] KARDEC, Allan. A Revista Espírita de 1868. Trad. Evandro Noleto. 1ª edição, Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2006.

[16] KARDEC, Allan. A Revista Espírita de 1866. Trad. Evandro Noleto. 1ª edição, Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2006.

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