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COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO E AO PARLAMENTO EUROPEU

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COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, 6.8.2018 COM(2018) 575 final

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO E AO PARLAMENTO EUROPEU

Participação da União Europeia na Comunidade do Pacífio Sul (CPS) na qualidade de observador permanente

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1 Introdução

A região do Pacífico é composta por 15 países do Grupo dos Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP) e quatro países e territórios ultramarinos (PTU). A região tem uma superfície terrestre total de 580 000 km² e uma vasta zona económica exclusiva (ZEE) de aproximadamente 30 milhões de km² para uma população total de cerca de 12 milhões de pessoas, que inclui mais de 500 000 cidadãos da UE.

A UE tem interesses estratégicos no Pacífico. Em conjunto, a UE e os 15 Estados do Grupo de Estados ACP formam uma coligação forte para abordar as alterações climáticas e outras questões mundiais, incluindo a governação dos oceanos. O Pacífico também é portador de oportunidades económicas e comerciais para a UE, nomeadamente no que diz respeito à pesca1 e aos minerais. O estreitamento das relações com os países do Pacífico irá também reforçar a cooperação da UE com a Austrália e a Nova Zelândia na região.

A região do Pacífico representa uma oportunidade para utilizar, de forma coordenada e abrangente, uma série de diferentes componentes da ação externa da UE, nomeadamente a política externa e de segurança comum, a política de desenvolvimento da UE e a diplomacia económica. Dado o número muito reduzido de Estados-Membros da UE com representações nos países da região do Pacífico, o estabelecimento de laços mais estreitos com a Comunidade do Pacífico (a seguir designada «SPC»), anteriormente denominada Comissão do Pacífico Sul, também seria uma maneira de reforçar a cooperação da UE com os países do Pacífico.

A UE executa parte dos seus programas regionais e bilaterais por intermédio de organizações regionais no Pacífico. A CPS é a principal organização encarregada da execução dos programas da UE na região do Pacífico. Em 11 de fevereiro de 2016, a CPS convidou a UE, por carta ao Chefe de Delegação da UE para o Pacífico nas Fiji, a tornar-se observador permanente. Tal constitui uma oportunidade para reforçar a parceria UE-CPS e o diálogo político da UE com a CPS sobre questões regionais.

A Comunidade do Pacífico (CPS)

A CPS foi criada pelo Acordo de Camberra em 1947. Trata-se da principal organização de execução regional e desempenha um papel ativo no desenvolvimento regional inclusivo, na cooperação e na integração na região do Pacífico. Conta atualmente 26 membros: Samoa Americana, Austrália, Ilhas Cook, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Fiji, França, Polinésia Francesa, Guame, Quiribáti, Ilhas Marshall, Nauru, Nova Caledónia, Nova Zelândia, Niuê, Ilhas Marianas do Norte, Palau, Papua-Nova Guiné, Ilhas Pitcairn, Samoa, Ilhas Salomão, Tuvalu, Toquelau, Tonga, Estados Unidos da América, Vanuatu, e Wallis e Futuna.

A fim de encorajar uma participação mais substancial e mais estreita com as entidades que não desejam ter ou não preenchem as condições para obter o estatuto de membro da Comunidade do Pacífico, a CPS adotou, em novembro de 2015, durante a sua 9.ª Conferência, uma nova política relativa à adesão e ao estatuto de observador [documento SPC/CRGA 45 (15)], que cria a categoria de «observador permanente junto da Comunidade

1 A UE é membro de duas organizações regionais de gestão das pescas (ORGP) do Oceano Pacífico: a Comissão das Pescas do Pacífico Ocidental e Central (WCPFC) e a Organização Regional de Gestão das Pescas do Pacífico Sul (SPRFMO), onde contribui ativamente para a conservação e a gestão a longo prazo dos recursos haliêuticos.

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2 do Pacífico».

Reconhecendo a importância de coordenar as abordagens da política e da programação em matéria de desenvolvimento, a Comissão Europeia e a CPS reforçaram a sua colaboração mediante a assinatura, em 16 de junho de 2015, de um protocolo administrativo a fim de estabelecer uma parceria2. Neste contexto, a Comissão foi convidada informalmente para estar presente como observador nas reuniões de governação anuais da CPS. Na sequência da adoção da nova política relativa aos estatutos de membro e de observador da Comunidade do Pacífico, a CPS convidou a União Europeia, em 11 de fevereiro de 2016, a tornar-se o primeiro observador permanente junto da Comunidade do Pacífico.

O estatuto de observador permanente junto da Comunidade do Pacífico

O estatuto de observador permanente destina-se a assegurar a participação de entidades situadas dentro ou fora da região do Pacífico que têm vontade e capacidade de empenhamento considerável com a Comunidade do Pacífico mas que não querem obter o estatuto de membro ou não reúnem as condições para dele beneficiar.

Tal como indicado na política relativa aos estatutos de membro e de observador da Comunidade do Pacífico (a seguir a «política»), o regime aplicável aos observadores permanentes é o seguinte:

1. Os observadores permanentes podem assistir às sessões do Comité dos Representantes dos Governos e Administrações3 (CRGA) e da Conferência4, bem como noutras reuniões da CPS. Com a autorização do presidente, podem participar nas discussões e nos debates.

2. Os observadores permanentes podem apresentar propostas nas reuniões da CPS. Essas propostas só serão apresentadas para decisão aos membros da Comunidade do Pacífico a pedido de, pelo menos, um dos seus membros.

3. O presidente da reunião pode, se for caso disso, conceder tempo de uso da palavra suplementar a um observador permanente para que este possa responder a perguntas sobre as posições ou propostas que apresentou.

4. Por decisão dos membros da Comunidade do Pacífico e do Secretariado da CPS, os observadores permanentes podem ser convidados a participar em grupos de trabalho criados pelo órgão diretor ou o Secretariado, sob reserva dos procedimentos habituais que regem a composição desses grupos de trabalho.

5. O Secretariado da CPS tenciona notificar todos os observadores permanentes sobre os ateliês, seminários e outras reuniões ad hoc dos membros organizados pela Comunidade do Pacífico e seu Secretariado e convidá-los a assistir.

A concessão do estatuto de observador permanente está sujeita ao seguinte procedimento, que é descrito em pormenor na política:

2 Documento registado sob o n.o Ares (2015) 2773568.

3 O Comité dos Representantes dos Governos e Administrações (CRGA) é um comité da Conferência da Comunidade do Pacífico que se reúne uma vez por ano. Nos anos em que a Conferência não se reúne, o CRGA tem competência para tomar decisões em matéria de governação.

4 A Conferência da Comunidade do Pacífico é o órgão diretor da organização. Reúne-se de dois em dois anos.

Cada país e território membro tem direito a um voto na tomada de decisões.

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1. Apresentação de um pedido escrito à Conferência da Comunidade do Pacífico, dirigido ao Diretor-Geral do Secretariado, expondo de forma concisa como é que o candidato cumpre os critérios para a obtenção do estatuto de observador permanente.

2. Avaliação do pedido pelo Secretariado e recomendação ao presidente da Conferência e a todos os membros da CPS.

3. Avaliação do pedido pelo Comité dos Representantes dos Governos e Administrações (CRGA) e recomendação à Conferência.

4. Decisão tomada pela Conferência, por consenso.

5. Notificação da decisão ao candidato pelo diretor-geral do Secretariado.

Enquanto se espera que observadores permanentes financiem a sua própria participação nas reuniões da Comunidade do Pacífico, a obrigação de contribuição anual para o orçamento da Comunidade do Pacífico pode, por derrogação ao ponto 37 da política, ser dispensada por decisão da Conferência se o observador permanente der um apoio financeiro significativo aos programas da CPS por intermédio de outros mecanismos. Dada a contribuição financeira considerável da UE para a região (ver mais adiante), o pedido para a obtenção do estatuto de observador permanente será apresentado na condição de a Conferência dispensar a contribuição anual da UE para o orçamento da CPS.

O procedimento para adquirir o estatuto de observador permanente é um procedimento administrativo. Este estatuto, enquanto tal, não confere quaisquer direitos substantivos e não cria quaisquer obrigações. Em conformidade com o artigo 17.º, n.º 1, do Tratado da União Europeia, a Comissão deverá representar a União na CPS.

Objetivos

A Comissão e a CPS mantêm uma cooperação de longa data para apoiar o desenvolvimento nos países e territórios insulares do Pacífico. As atividades da UE apoiadas pela Comunidade do Pacífico permitiram, até ao momento, fazer face a diversos desafios, bem como promover oportunidades relevantes, designadamente nos domínios das alterações climáticas, da redução do risco de catástrofes, das pescas, do desenvolvimento do comércio, da energia sustentável, da cultura, dos direitos humanos e dos recursos minerais em águas profundas. Em 2017, a UE autorizou cerca de 160 milhões de EUR para programas de desenvolvimento destinados aos Estados do Pacífico.

O mandato regional da CPS corresponde estreitamente aos setores prioritários no Pacífico, bem como às prioridades da ajuda ao desenvolvimento da UE. A CPS é, de longe, o principal parceiro de execução da UE no Pacífico e uma organização regional essencial para promover os interesses mútuos. Anualmente, a UE disponibiliza, em média, 30 milhões de EUR para a CPS. Em 2016, este montante representava cerca de 40% das despesas anuais desta última. O apoio considerável prestado à CPS pela Comissão justifica também uma colaboração mais estreita entre as duas instituições.

De um modo geral, o estatuto de observador permanente constitui uma oportunidade para a UE de aumentar a coerência e eficiência, bem como de melhorar a qualidade, a visibilidade e o impacto das atividades da Comissão e da CPS. Esse estatuto contribuiria igualmente para reforçar o diálogo político da Comissão com a CPS sobre questões regionais. Além disso, o estatuto de observador permanente permitiria reforçar a cooperação

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da UE com a Comunidade do Pacífico, o que poderia ser de interesse mútuo, tendo em vista as próximas negociações sobre o Acordo de Parceria pós-Cotonu com os países ACP. Uma vez que um Estado-Membro da UE (a França) já é membro de pleno direito da CPS (como a Austrália, a Nova Zelândia e os Estados Unidos da América), a Comissão, ao tornar-se observador permanente, proporcionaria à UE oportunidades de alargar as suas parcerias na região.

Conclusão

Tendo em conta que a CPS é simultaneamente uma plataforma regional estratégica e um parceiro regional essencial com o qual é desejável uma colaboração reforçada em áreas de interesse mútuo, a Comissão tenciona responder favoravelmente ao convite da CPS para se tornar observador permanente em nome da UE. O pedido oficial que será enviado ao diretor- geral do Secretariado conterá a indicação expressa de que está condicionado à dispensa pela Conferência da obrigação de contribuir financeiramente para o orçamento da Comunidade do Pacífico.

Referências

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