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Para uma análise semântica de para locativo em construções estativas 1

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Academic year: 2022

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Para uma análise semântica de para locativo em construções estativas

1

Fátima Oliveira moliv@letras.up.pt

Faculdade de Letras da Universidade do Porto Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

Luís Filipe Cunha luisfilipeleitecunha@gmail.com Faculdade de Letras da Universidade do Porto Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

António Leal jleal@letras.up.pt

Faculdade de Letras da Universidade do Porto Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

Purificação Silvano msilvano@letras.up.pt

Faculdade de Letras da Universidade do Porto Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

Fátima Silva mhenri@letras.up.pt

Faculdade de Letras da Universidade do Porto Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

Idalina Ferreira idalinaferreira9@gmail.com

Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

1 Este trabalho é financiado pelo Centro de Linguística da Universidade do Porto, ao abrigo do Programa de Financiamento FCT - UIDB/00022/2020 (Fundação para a Ciência e a Tecnologia).

(2)

Para a Professora Ana Maria Brito, com muita estima e consideração.

ABSTRACT.

In this paper, we put forward a semantic analysis of constructions of prepositional phrases introduced by the preposition para with a locative meaning combined with the verbs ser, estar and ficar. In this proposal, we characterise these constructions regarding the properties individual-level/ stage-level, modal reading, and vagueness of the location, as well as restrictions imposed on the subject related to some lexical semantic features, in particular [movable] and [animated] features. Additionally, we contrast these constructions to the ones introduced by the preposition em (typically locative), revealing to what extent they differ from each other.

KEYWORDS.

preposition para; predicative verbs; location; semantics RESUMO.

Neste trabalho, propõe-se uma análise semântica das construções que envolvem sintagmas preposicionais introduzidos pela preposição para com valor locativo combinados com os verbos ser, estar e ficar. Na proposta, estas construções são caracterizadas tendo em consideração as propriedades individual-level/ stage-level, leitura modal, vaguidade da localização, assim como restrições impostas ao sujeito das predicações no que concerne a algumas propriedades semânticas lexicais, em particular os traços [movível] e [animado].

Estabelece-se ainda um contraste com as construções em que os referidos verbos ocorrem com a preposição em (tipicamente locativa), mostrando em que medida estas construções com em e com para se distinguem.

PALAVRAS-CHAVE.

preposição para; verbos predicativos; localização; semântica

1. Introdução

Nas línguas naturais, as preposições com significado espacial são normalmente divididas em dois grupos: as preposições locativas e as preposições direcionais. As preposições locativas localizam uma entidade (designada muitas vezes por Figure) relativamente a outra entidade (tipicamente designada como objeto de referência ou Ground (cf. e.g.

Talmy 1985), que corresponde ao local onde algo está. Por seu lado, as preposições direcionais ocorrem normalmente associadas a um verbo ou um nome que expressa movimento ou direção (cf. e.g. Zwarts & Winter 2000) e correspondem a percursos (para onde algo está a ir). Assim, em

(3)

(1), em contribui para a localização da entidade denotada por “o rapaz”

(Figure) numa localização denotada por “o jardim” (Ground). Já em (2), “até a” expressa a direção em que segue a entidade denotada por “o rapaz”

referindo a localização dessa entidade no final do evento denotado pelo predicado projetado pelo verbo ir.

(1) O rapaz está no jardim.

(2) O rapaz foi até ao jardim.

A distinção entre preposições com valor locativo e preposições com valor direcional baseia-se sobretudo no significado das próprias preposições2, mas há também testes que permitem fundamentar esta divisão. Uma forma comummente usada para distinguir os dois tipos de preposições é a possibilidade de ocorrência dos respetivos SPs em construções predicativas:

as preposições locativas podem ocorrer em predicados com verbos copulativos, mas as direcionais, não. Deste modo, (3) mostra que apenas em pode coocorrer com o verbo estar, pelo que é classificada como preposição locativa; por seu lado, a não pode ocorrer no mesmo contexto verbal, mas apenas com verbos como ir, que expressa eventos, pelo que a se inclui no grupo das preposições direcionais.

(3) O rapaz está {em / *a} casa. (cf. O rapaz foi a casa.)

Embora haja uma correlação entre preposições locativas e predicações estativas e entre preposições direcionais e predicações eventivas, esta correlação nem sempre se verifica. Uma das exceções surge com a utilização, em certos contextos, de preposições locativas na descrição de situações eventivas. Por exemplo, em Inglês3, as preposições locativas in e on podem ser usadas em combinação com verbos de movimento denotando eventos, como em (4), expressando, não a localização do evento na sua globalidade, mas antes um percurso curto que termina, no caso de (4), no quarto4.

2 Como refere Helmantel (1998: 361), “an often found distinction is the one between locative prepositions (like in and above) and directional prepositions (like through and to). This dichotomy is often made on a merely intuitive basis”.

3 O mesmo padrão ocorre em outras línguas, como, por exemplo, o Neerlandês (cf. Gerkhe 2007) ou o Francês (cf. Kopecka, 2009).

4 “In the room” tem também a leitura de localização do evento (todo o evento denotado por “walk” e que

(4)

(4) John walked in the room. (Beavers, Levin & Tham 2010:363)

O mesmo se passa em algumas variedades do Português (e.g. Português de Angola ou de Moçambique e Português do Brasil). Efetivamente, a preposição em pode combinar-se com verbos de movimento e denotar o destino final de um percurso. (5) ilustra um destes casos, em Português do Brasil, com um SP encabeçado por em a introduzir o Destino numa predicação com o verbo eventivo chegar.

(5) O diretor chegou na repartição no horário combinado. (Vieira 2009: 427) Já a ocorrência de preposições direcionais em contextos estativos é, aparentemente, menos frequente. Por exemplo, em frases como (6), a preposição “across”, que tipicamente denota destinos em predicações de movimento, é interpretada como a localização da entidade denotada por

“the car” em (7).

(6) John walked across the street.

(7) The car is across the street (from here). (Zwarts 2005: 741)

O exemplo (7) mostra também que usar-se a coocorrência das preposições com verbos predicativos como diagnóstico para a distinção entre preposições locativas e direcionais é problemático, na medida em que across é classificada como preposição direcional, mas (7) é um contexto em que só poderiam, em princípio, ocorrer preposições locativas5.

Este mesmo padrão também se verifica em Português Europeu, com a preposição para. Esta preposição é classificada na literatura como direcional (tal como a e até), especificando um destino, ou seja, o ponto final de um percurso num evento de movimento cf. e.g. Bechara 1999; Costa 2014;

Cunha & Cintra 1984; Leal & Oliveira 2008; Leal, Oliveira & Silvano 2018a;

Leal, Oliveira & Silvano 2018b; Raposo & Xavier 2013; Ferreira & Basso 2019). Assim, em (8), a localização introduzida por para é interpretada

envolve a entidade denotada por “John” se localiza “in the room”), leitura esta que, na presente discussão, não é relevante.

5 Casos como o de across em (7) são tratados na literatura como envolvendo uma operação semântica em que se toma um percurso e se foca apenas a sua parte final (cf. Cresswell 1978; Zwarts 2005).

(5)

como o ponto final do movimento da entidade denotada por “o rapaz”, de forma semelhante ao que acontece com a locução até a.

(8) a. O rapaz caminhou {para a escola / até à escola}.

b. O rapaz foi {para a escola / até à escola}.

Contudo, em (9), quando combinados com verbos que expressam estados, os SP introduzidos por para apresentam, não uma interpretação direcional, mas uma interpretação locativa, estática. Nestes casos, a preposição para pode ser alternada com a preposição em, mantendo essa interpretação geral locativa, embora com alterações de significado mais específicas, que serão mais à frente ilustradas.

(9) a. O rapaz está {para a escola / na escola}.

b. O rapaz mora {para a Boavista / na Boavista}.

Este valor locativo de para tem sido pouco tratado na literatura, quer em trabalhos de natureza gramatical ou descritiva (Bechara, 1999; Raposo

& Xavier, 2013), quer em trabalhos de natureza teórica (cf. e.g., Costa, 2014). Pelo contrário, apenas se encontram referências vagas a construções que envolvem para locativo. Em termos gerais, refere-se que para, nestas construções de localização, denota um lugar onde (Bechara 1999: 317), associado a uma falta de certeza sobre a localização exata de Figure (Raposo

& Xavier 2013, 1543) ou de distanciamento relativamente à validação do estado de coisas associado à relação predicativa (Costa 2014: 149). De assinalar ainda que esta leitura é normalmente associada à coocorrência do advérbio lá e da expressão para os lados de (Raposo & Xavier 2013: 1543).

Contudo, estas referências não dão conta da complexidade subjacente às construções de para locativo. Vejamos alguns exemplos disso mesmo.

Em primeiro lugar, a localização expressa por para apresenta diferenças quando comparada com a que ocorre com a preposição (mais comum) em, pelo que é redutor dizer-se apenas que para locativo denota um lugar onde. Por exemplo, embora ambas as frases em (10) localizem a entidade denotada pelo sujeito da frase, apenas em (10a) as condições de verdade da frase impõem que a entidade denotada pelo sujeito se encontre no interior

(6)

do espaço denotado por “a Boavista”; já em (10b), a localização da entidade denotada por “o João” poderá ser no interior dessa mesma região6 ou numa região próxima.

(10) a. O João está na Boavista.

b. O João está para a Boavista.

Por outro lado, nem sempre para locativo corresponde a alguma falta de certeza ou a algum distanciamento relativamente à localização de Figure;

veja-se, por exemplo, (11), em que não existe tal interpretação na resposta do falante B.

(11) A: Onde estás?

B: Estou para a Boavista.

Finalmente, dizer-se que a ocorrência de para locativo está normalmente associada à coocorrência de expressões locativas como lá ou os lados de não esclarece sobre, por exemplo, as condições que obrigam, ou não, a esta coocorrência. Por exemplo, em (12a), o surgimento de para locativo está dependente da coocorrência de alguma dessas expressões locativas, mas em (12b), não.

(12) a. Isto passa-se {lá para / para os lados de/ * para} os Emirados Árabes.

(CETEMPúblico, par=ext24977-nd-95b-1, exemplo adaptado)

b. Os homens estão {lá para / para os lados de/ para} o Canadá.

(CETEMPúblico, par=ext1528147-soc-92a-2, exemplo adaptado)

O presente trabalho pretende assim ser um contributo para uma melhor caracterização das construções de para locativo em Português Europeu.

Neste sentido, propomo-nos descrever as possibilidades de combinação de para locativo com diferentes verbos predicativos – ser, estar e ficar sem expressões locativas, como lá ou os lados de, assim como analisar as leituras que são licenciadas e apontar as restrições que se verificam relativamente

6 Estamos a usar o termo região como conjunto de pontos contíguos, tal como definido em Rothstein (2020:

619-620).

(7)

ao tipo de sujeito da predicação7. Nas próximas secções, analisaremos as combinações de para com estar, depois, com ficar e, finalmente, com ser.

Terminaremos com algumas considerações gerais.

2. Estar + para locativo como predicativo do sujeito

As construções estar + para com valor locativo, tal como as restantes construções estudadas neste trabalho, funcionam como localizadores para as entidades que ocorrem na posição de sujeito (cf. (13)-(14)).

(13) Da família de Elvira, só o marido, pescador, escapou com vida, porque

«estava para o mar». (CETEMPúblico, par=ext717789-nd-97b-2).

(14) A maioria do pessoal emigrou, está para França, e outros foram para Lisboa.

(CETEMPúblico, par=ext1178033-pol-98b-2)

Em termos aspetuais, esta construção manifesta as propriedades características dos estativos (cf. Vendler, 1967; Dowty, 1979; Moens, 1987;

Cunha, 2004, 2013). Assim, e a título de exemplo, observamos que estar + para locativo, quando combinado com o Presente do Indicativo, recebe preferencialmente uma interpretação de presente real, i.e., uma leitura puramente temporal e não de habitualidade, que é a leitura mais comum com eventos (cf. (15)). Além disso, quando surge no contexto de subordinadas temporais introduzidas por quando, mesmo no Pretérito Perfeito, privilegia uma relação de sobreposição ou de inclusão com as eventualidades que ocorrem na frase principal e não de sucessividade, como acontece com a generalidade dos eventos (cf. (16)):

(15) João aprendeu a encadernador e ainda está para Lisboa (neste momento / # habitualmente). (CETEMPúblico, par=ext1337634-nd-98b-2, exemplo adaptado)

7 Para uma revisão dos valores veiculados por estes verbos quando combinados com sintagmas preposicionais de valor locativo introduzidos por “em”, veja-se Morgado & Brito (2020), onde também são descritas as construções equivalentes em Língua Gestual Portuguesa.

(8)

(16) Quando {esteve / estava} para França, o João estudou na Sorbonne. (leitura de inclusão)

Verificamos, igualmente, que esta estrutura dá conta de estados de natureza stage-level, uma vez que remete para a expressão de porções espaciotemporalmente bem delimitadas dos indivíduos a que se aplica (cf.

e.g. Kratzer, 1995). Nessa medida, é perfeitamente compatível com orações ou com adverbiais que, de uma forma ou de outra, apontam para algum tipo de demarcação temporal (cf. (17)-(18)):

(17) A Maria está para o escritório, mas deve voltar daqui a meia hora.

(18) Ontem, os pescadores estiveram para o mar, mas já regressaram.

Tendencialmente, a estrutura estar + para locativo surge com sujeitos que manifestam o traço [+animado] (cf. (19)-(20)). No entanto, não se trata de uma condição obrigatória, já que é perfeitamente possível encontrar exemplos em que ocorrem sujeitos [-animados] (cf. (21)-(22)).

(19) Mas Machado de Castro está para Mafra, a esculpir para enriquecer de peças a grande obra do convento. (CETEMPúblico, par=ext676328-nd-92b-2) (20) O meu cão está para o jardim.

(21) Um elemento ligado à presidência do serviço adiantou, no entanto, que «os resultados ainda estão para o ministério» e que deverão ser conhecidos até ao próximo dia 15 deste mês. (CETEMPúblico, par=ext743546-soc-92a-2) (22) A sonda está para Plutão.

Isto não significa, porém, que estar + para locativo não apresente restrições combinatórias no que diz respeito ao tipo de sujeitos com que coocorre. Na verdade, não parece poder surgir com sujeitos que manifestam o traço [-movível], como ilustram os seguintes contrastes (23)/(24) e (25)/

(26):

(23) O meu cão está para o jardim.

(24) * A minha tília está para o jardim.

(25) O táxi do João está para a baixa.

(9)

(26) * A casa do João está para a baixa.

Com o objetivo de dar conta desta restrição, colocamos a hipótese de que estar + para locativo tem associada uma inferência de movimento prévio, sendo a localização veiculada pelo SP introduzido por para o ponto de chegada desse movimento. Ou seja, ao asserirmos uma proposição como

“O João está para a escola”, estamos, de alguma forma, a inferir um evento anterior de “O João ir para a escola”. Ora, para que um evento que suponha movimento possa ocorrer, é forçoso que o sujeito que nele participa possa percorrer uma dada trajetória, i.e., que exiba o traço [+movível]. Assim, e dada a inferência do movimento prévio, poderíamos explicar a anomalia associada a exemplos como (24) ou (26), em que, devido às características dos sujeitos envolvidos, um evento anterior denotando movimento não seria de todo possível.

De algum modo relacionada com esta caracterização, encontramos uma outra propriedade que parece acompanhar este género de construções.

Referimo-nos ao facto de a localização por elas descrita ser, tipicamente, encarada como temporária ou transitória (cf. Raposo, 2013). Comparem-se os exemplos (27)-(28), em que (27) claramente explicita uma localização temporária, enquanto (28) parece pouco aceitável, dado que a própria predicação remete para uma localização duradoura.

(27) O meu carro está para a oficina (enquanto está a ser arranjado).

(28) ?? O meu carro está para a sucata. (cf. está na sucata)

Encontrando-se associada a um dado movimento prévio que, por norma, supõe algum tipo de dinamismo, parece existir a tendência de encarar a localização expressa por estar + para como uma propriedade temporária ou transitória, o que, aliás, se coaduna perfeitamente com o facto de estarmos perante estados de natureza stage-level que, como referimos, dão conta de porções espaciotemporalmente delimitadas de indivíduos.

Estas construções parecem funcionar melhor quando a localização feita pelo SP com para é, de alguma forma, uma localização que não corresponde àquela que, prototípica ou frequentemente, atribuímos à entidade em questão, como se pode ver em (29-32).

(10)

(29) * O carro está para a garagem de minha casa.

(30) O carro está para a oficina do Sr. João.

(31) * Os livros estão para a estante.

(32) Os livros estão para o hall de entrada.

A preferência por frases como as de (30) e (32), face a uma certa rejeição em relação a frases como as de (29) e (31), parece dever-se ao facto de que, no primeiro par de exemplos, estamos perante localizações não típicas das entidades referidas, logo encaradas como estando associadas a uma duração mais transitória quando comparadas com as localizações típicas (concebidas como decorrendo em intervalos de duração mais prolongada) do segundo par de exemplos. Por outras palavras, um carro costuma estar na garagem da casa do dono, mas não na oficina; um livro costuma estar na estante, mas não no hall de entrada.

É importante referir ainda que, em certos contextos – e mesmo quando algumas das propriedades acima enunciadas não se verificam –, a estrutura estar + para locativo pode envolver algum tipo de imprecisão ou de vaguidade. A imprecisão associada a estar + para pode manifestar-se de duas formas distintas. Em primeiro lugar, podemos encontrar estruturas em que se observa uma certa imprecisão no que respeita à própria localização do sujeito. Uma frase como (33) pode ser interpretada como significando que o João está na região da escola. Em casos como este, é a localização que nos é apresentada de uma forma vaga ou imprecisa.8

(33) O João está para a escola.

No entanto, a imprecisão associada a estar + para locativo pode ser de natureza modal, remetendo para um certo grau de incerteza no que se refere ao conhecimento por parte do locutor. Em determinadas condições, estar + para parece funcionar como um operador de modalidade epistémica (de alguma forma sugerido em Costa, 2014). Se um dado locutor declara que

8 Esta interpretação não é surpreendente, na medida em que, de uma certa forma, parece poder acomodar-se perfeitamente às observações de Leal & Oliveira (2015) ou de Leal, Oliveira & Silvano (2018) sobre a preposição para no contexto de verbos de movimento, nomeadamente quando sublinham que para determina a relação de ordenação na escala projetada pelo verbo e não necessariamente um ponto Alvo terminal, podendo, nesse sentido, estabelecer a direcionalidade, mas não obrigatoriamente a fronteira final dessa escala.

(11)

“O João está para o quintal”, ele pode simplesmente estar a afirmar que é bastante provável que o João esteja no quintal, sugerindo que há um certo grau de incerteza quanto à verdade do que está a dizer; por outras palavras, não assume integralmente a veracidade da afirmação produzida.

Apesar de descrever igualmente estados de tipo stage-level, a construção equivalente com a preposição em revela-se muito menos restritiva; em particular, estar + em locativo (i) pode ocorrer com sujeitos ostentando o traço [-movível] (cf. (35), por oposição a (34)); (ii) não está sujeita à restrição relativa à localização temporária das entidades (muito embora, tratando-se de um estado de natureza stage-level, a eventualidade em si continue a ser encarada como espaciotemporalmente delimitada (cf. (37), por oposição a (36)); e (iii) pode exprimir uma localização típica (cf. (39), por oposição a (38)):

(34) * Os semáforos estão para o cruzamento da avenida.

(35) Os semáforos estão no cruzamento da avenida.

(36) O meu carro está para a oficina.

(37) O meu carro está na oficina.

(38) ??? O meu carro está para a sucata.

(39) O meu carro está na sucata.

Finalmente, e ao contrário do que observámos para as suas equivalentes com para, as construções com estar + em locativo não manifestam qualquer tipo de imprecisão ou de vaguidade: se alguém afirma (40), parece ser obrigatório concluir-se que o João está no espaço ocupado pelo complexo escolar, não sendo, por conseguinte, admitidas leituras em que apenas se encontra numa região próxima da região escola.

(40) O João está na escola.

Também a interpretação modal epistémica em que o locutor exprime incerteza ou não se compromete totalmente com a veracidade da proposição asserida parece estar excluída nestes casos: quando alguém afirma (41), a proposição é tipicamente tomada como verdadeira, não se encontrando sujeita a efeitos modais.

(12)

(41) O João está no quintal.

3. Ficar + para locativo como predicativo do sujeito

A construção ficar + para9 corresponde, tal como a de estar + para, à expressão de estados (cf. e.g. a leitura de presente real do presente do indicativo no exemplo (42)), funcionando também como forma de localização das entidades denotadas pelo sujeito da frase.

(42) A Casa da Música fica para a Boavista.

Contudo, ficar + para apresenta uma série de características que parecem ser o reverso das da construção estar + para. Assim, e ao contrário do que se passa com estar + para, as construções de ficar + para não têm associada a informação de que a localização é temporária (cf. (43)).

(43) * O Tomás fica para o quarto (a estudar). (cf. O Tomás está para o quarto.) Pelo contrário, a localização expressa por ficar + para é tida como uma propriedade duradoura, o que aponta para uma classificação destas construções como estados de natureza individual-level, o que explica o motivo de, por exemplo, não poderem ocorrer no escopo de expressões de quantificação, como sempre que ou todas as vezes que (cf. (44)), nem de surgirem no contexto de leituras de habitualidade (cf. (45)).

(44) * Sempre que a Casa da Música fica para a Boavista, tem mais espetadores a assistir aos concertos.

(45) * A Casa da Música fica habitualmente para a Boavista.

9 Sublinhe-se que, tal como referido, e.g., por Cunha (2004) ou por Rebouças (2019), em contexto predicativo, ficar tanto pode surgir em configurações puramente estativas (cf. (i)), quanto em estruturas eventivas que tenham claramente um estado resultativo (no caso, culminações; cf. (ii)). Quando ocorre com para locativo, contudo, apenas uma interpretação estativa parece ser licenciada (veja-se o contraste entre (iii) e (iv)).

(i) Durante vários séculos, o vulcão ficou inativo.

(ii) Ontem às cinco da tarde / Quando lhe assaltaram a casa, o João ficou furioso.

(iii) Durante muitos anos, e até se mudar para o novo edifício, a Faculdade de Engenharia ficava para Cedofeita.

(iv) *Ontem às cinco da tarde / quando abriu as portas, a Faculdade de Engenharia ficou para Cedofeita.

(13)

Um outro aspeto que distingue estar + para de ficar + para prende-se com o facto de, no segundo caso, a restrição sobre a entidade denotada pelo sujeito corresponder ao traço [- movível]. Assim, (46) e (47) são combinações possíveis, dado que, em ambos os casos, o sujeito denota lugares, entidades que, por natureza, não são movíveis. Pelo contrário, em (48) e (49), o sujeito denota entidades movíveis (“cão”, “dossiê”), pelo que a sua localização não pode ser feita com ficar + para, mas apenas com estar + para.

(46) Essa fábrica fica para os arredores da cidade.

(47) Caminha fica para o Norte.

(48) * O meu cão fica para o jardim. (cf. O meu cão está para o jardim.) (49) * Os dossiês ficam para os arrumos. (cf. Os dossiês estão para os arrumos.) Esta restrição sobre o tipo de sujeito nas estruturas com ficar + para está associada à não existência, nestas construções, de uma inferência de movimento prévio semelhante à que se verifica com estar + para.

Efetivamente, ao dizer-se uma frase como (42), aqui repetida como (50), não se infere qualquer evento anterior de “a Casa da Música ir para a Boavista”, tal como acontece em (51), em que se infere o evento anterior de “o Tomás ir para o quarto”.

(50) A Casa da Música fica para a Boavista.

(51) O Tomás está para o quarto.

Por último, as construções com ficar + para também estão associadas a algum tipo de imprecisão ou vaguidade, de forma semelhante, embora não completamente idêntica, à que encontramos nas construções com estar + para. Efetivamente, numa frase como (50), afirma-se que a localização da entidade denotada por “a Casa da Música” se situa na região que corresponde a “Boavista”, mas também numa região próxima desta, pelo que, neste aspeto, é equivalente à construção com estar + para. Por isso, uma frase como (52) é possível, embora as ruínas de Conimbriga se situem a alguns quilómetros de Coimbra.

(52) As ruínas de Conimbriga ficam para Coimbra.

(14)

Contudo, contrariamente ao que se verifica em estar + para, a combinação ficar + para não tem associado qualquer tipo de imprecisão de natureza modal. Deste modo, ao afirmar-se (50), não existe incerteza quanto à verdade do que se está a asserir, ou seja, o locutor assume a veracidade da afirmação produzida.

Por fim, importa salientar que, tal como se verificou em relação a estar + para, também a estrutura ficar + para apresenta bastantes mais restrições do que a correspondente construção locativa com a preposição em. Assim, ficar + em admite não só sujeitos [-movíveis] (cf. (53)), mas também [+movíveis]

(cf. (54)). Para além disso, as construções com ficar + em não apresentam as leituras de imprecisão ou vaguidade que associamos a ficar + para, pelo que, por exemplo, a proposição expressa em (53), que é verdadeira, não equivale à de (55), que é falsa, mas antes à de (56).

(53) A Casa da Música fica na Boavista.

(54) Os carros elétricos ficam no edifício da recolha de Massarelos. (cf. * Os carros elétricos ficam para o edifício da recolha de Massarelos.)

(55) As ruínas de Conimbriga ficam em Coimbra.

(56) As ruínas de Conimbriga ficam perto de Coimbra.

Por fim, importa observar que, ao contrário do que sucede com ficar + para, ficar + em pode, em contextos adequados, integrar interpretações de cariz eventivo com estado resultante associado, i.e., manifestar o comportamento típico das culminações, como o contraste entre (57) e (58) deixa bem claro, em que o adverbial “às nove da manhã” em (58) marca a transição para o estado resultante:

(57) * {Ontem às nove da manhã / quando cheguei à rotunda}, a Casa da Música ficou para a Boavista.

(58) {Ontem às nove da manhã / quando o deixei na escola}, o João ficou no recreio.

4. Ser + para locativo como predicativo do sujeito

(15)

A construção ser + para exprime estados e uma forma de localização das entidades denotadas pelo sujeito, tal como as construções já analisadas estar + para e ficar + para. Veja-se o exemplo (59).

(59) A Casa da Música é para a Boavista.

Apesar destas duas propriedades comuns, a construção ser + para tem características que a aproximam mais de ficar + para do que de estar + para, dado que também se comporta como um predicado de individual- level em que a localização da entidade em posição de sujeito tem de ser estável, isto é, não temporária, e a entidade deve ser não movível. Esta caracterização é essencial para permitir que se possa associar tanto a ser + para como a ficar + para uma interpretação próxima de um predicado individual-level, dado que, sem essas características, estaríamos perante um predicado stage-level. O exemplo (60) ilustra estas observações.

(60) Eu sou de Viana e para mim Lisboa é para o sul. (https://www.reddit.com) Dado que a entidade relevante não é movível ou não pode ter uma localização facilmente alterada, também não pode ter o traço [+animado], tal como se verifica em (61)-(62).

(61) * O Tomás é para o quarto.

(62) * O meu cão é para o jardim.

Ser + para assemelha-se também a ficar + para e diverge de estar + para no sentido de não haver uma inferência de movimento prévio, como se pode verificar em (63).

(63) O clube nocturno mais próximo é o Whitehorse, que é para o sul... (https://

www.publico.pt/1999/11/29/jornal/dinheiro-perigoso-127177)

No que se refere à localização imprecisa ou vaga, ser + para comporta- se como ficar + para e estar + para. No entanto, o efeito modal de natureza epistémica associado a estar + para não se verifica nas outras duas estruturas,

(16)

o que é compreensível, porque estar + para é a única construção que se comporta como um predicado stage-level, permitindo que a sua localização possa não ser conhecida por ser temporária.

Dado que ser + para e ficar + para são semelhantes quanto aos traços e características apresentados, coloca-se a questão de saber se estas duas estruturas são equivalentes na sua interpretação locativa ou se há alguma diferença entre elas. Para a interpretação locativa, como já se disse, o traço [-movível] é essencial. No entanto, a construção com o verbo ser admite, excecionalmente, sujeitos animados em que a construção adquire uma leitura próxima de finalidade (cf. (64)) e admite também sujeitos menos animados, mas movíveis, embora alterando a sua interpretação para percurso posterior, assemelhando-se a vai para + locativo, o que não é possível com ficar + para (cf. (67)-(68)) em contraste com (65)-(66). Esta diferença pode indiciar que ficar é fundamentalmente locativo, tal como estar10; ser, nestas construções, parece ser neutro relativamente à localização, permitindo assim que o valor da preposição se sobreponha.

(64) O jogador A é para o ataque.

(65) # O livro é para a estante. (leitura locativa) (66) # O comboio é para Faro. (leitura locativa) (67) * O livro fica para a estante.

(68) * O comboio fica para Faro.

O comportamento de ser com para locativo com função predicativa parece ser praticamente idêntico ao das estruturas equivalentes em que intervém em. Com efeito, para além de manter características de predicado de individual-level, só pode ocorrer com nomes não animados e não movíveis (cf. (69)-(72)). Além disso, tal como com os outros verbos, a localização não é vaga com a preposição em e também não apresenta qualquer efeito modal (cf. (71) e (72)). No entanto, verifica-se que ser + em, em virtude da preposição de localização estrita, não admite qualquer percurso. No caso de (76), por se assumir que se trata de um lugar típico, parece que a localização constitui ou é apresentada como uma propriedade

10 Esta propriedade poderá ter a ver com o facto de este verbo, tal como ficar, ter uma natureza locativa (cf.

Raposo, 2013: 1330)

(17)

do livro, ao contrário do que se passa em (75) relativamente ao comboio e à sua localização em Faro.

(69) Caminha é para o Norte.

(70) Caminha é no Norte.

(71) O pátio é para as traseiras da casa.

(72) O pátio é nas traseiras da casa.

(73) * O meu cão é para a casota.

(74) * O meu cão é na casota.

(75) *O comboio é em Faro.

(76) O livro é na estante.

Quando ser se pode combinar com para ou com em, parece que a preposição é determinante para o tipo de localização que é feita, divergindo quanto a uma localização precisa em contraste com uma localização imprecisa. Tal faz supor que se trata de localizações de natureza diferente.

Enquanto com a preposição em a localização é constituída pelo espaço ocupado pelo Ground, com para locativo a região a considerar pode incluir a localização do Ground, mas é mais vasta, tal como se verifica com os verbos estar e ficar.

Em síntese, apresenta-se, nas tabelas 1 e 2, os resultados fundamentais da análise das construções dos verbos estar, ficar e ser com as preposições para e em com leitura locativa.

TABELA 1 - Para locativo

estar + para ficar + para ser + para SU-restrições

animado +/- - -

movível + - -

Propriedades

stage level + - -

localização vaga + + +

efeito modal de incerteza + - -

(18)

TABELA 2 - Em locativo

estar + em ficar + em ser + em SU-restrições

animado +/- +/- -

movível +/- +/- -

Propriedades

stage level + - -

localização vaga - - -

efeito modal de incerteza - - -

5. Considerações finais

No presente trabalho discutimos as propriedades semânticas fundamentais de construções estativas com função locativa em que ocorrem sintagmas preposicionais encabeçados pela preposição para, especificamente as introduzidas pelos verbos estar, ficar e ser, que, ao contrário daquelas em que para assume um valor direcional, não têm recebido grande atenção na literatura.

Embora em todos os casos estejamos face a construções estativas, observamos que estar + para contrasta com as restantes estruturas na medida em que, por um lado, dá conta de estados de tipo stage-level, contrariamente a ficar e a ser, que remetem para estados de natureza individual-level, e, por outro, apenas aceita sujeitos com o traço [+movível], enquanto ficar e ser ocorrem tipicamente com sujeitos que manifestam o traço [-movível]. De notar, no entanto, que, no caso de ser + para, se podem observar estruturas com sujeitos [+movíveis], cuja interpretação permite leituras próximas das de finalidade ou em que para parece preservar o seu significado básico de direcionalidade.

Uma outra propriedade que distingue as construções com estar + para prende-se com a associação a uma inferência de movimento prévio, o que justificaria o seu carácter temporário ou transitório, face à natureza duradoura das estruturas correspondentes com ficar e com ser.

Existe, no entanto, uma característica comum a todas estas construções:

(19)

a expressão de uma certa vaguidade ou imprecisão no que respeita à localização das entidades envolvidas. No caso de estar + para, e por se tratar de um predicado stage-level, essa imprecisão pode estender-se ao grau de certeza atribuído à proposição, dando origem a efeitos modais de natureza epistémica.

Finalmente, ficar e estar diferem de ser na medida em que se revelam estruturas eminentemente locativas, ao passo que ser dá origem a interpretações mais neutras, no sentido em que, em circunstâncias adequadas, pode também atribuir propriedades às entidades com que coocorre.

A comparação destas estruturas com para com as equivalentes com em revela que as primeiras são, no geral, mais restritivas, impondo condições de licenciamento por vezes bastante limitativas, seja ao nível dos traços que caracterizam as entidades que ocupam a posição de sujeito, seja em termos do tipo de localização realizada.

A complexidade destas construções envolve outros aspetos não tratados neste estudo preliminar, como seja a sua combinação com adverbiais de localização espacial, precisa ou não, e também a sua interação com adverbiais de localização temporal, que serão objeto de investigação futura.

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