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A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil Análise dos trabalhos apresentados no IV Enancib, 2000 :: Brapci ::

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(1)

~ ~

A p e s q u i s a e m C i ê n c i a d a I n f o r m a ç ã o n o B r a s i l - A n á l i s e d o s

t r a b a l h o s a p r e s e n t a d o s n o I V E n a n c i b , B r a s í l i a , 2 0 0 0

IHGFEDCBA

- - - ,

B18L10TEC,L\1

Biblioteca de Ciências

Humanas e

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

EdUC8:J;80

cl.:J l J F F r .

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-Suzana P.M. Mueller Antonio Miranda Emir J. Suaiden

In t r o d u ç ã o

A Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação - ANCIB é reconhecida como a sociedade científica de âmbito nacional mais importante nessa área. A maior parte de seus associados são professores e pesquisadores ligados aos cursos formais de pós-graduação em Ciência da Informa-ção do país. A Ancib já promoveu três encontros nacionais, chamados de EnAncib: em 1994, em 1995 e em 1997 e agora, em 2000, promove o quarto. Os encontros têm como finalidade a apresentação de trabalhos de pesquisa em andamento ou recente-mente concluídos. Na medida em que a ANCIB congrega a comunidade brasileira de pesquisadores da área de Ciência da Informação, o conjunto de trabalhos apresenta-dos em seus encontros pode ser considerado representativo do estado da arte da pesquisa em Ciência da Informação, no Brasil, naquele momento.

O objetivo deste estudo é relatar o resultado de um levantamento sobre os 250 trabalhos apresentados nas oito sessões temáticas deste IV EnAncib, na tentativa de obter o retrato atual da área. Os dados foram coletados nos resumos dos trabalhos e nas fichas de inscrição preenchidas pelos autores. Os anais dos EnAncibs anteriores forneceram dados para comparações. Apesar das restrições inerentes às fontes utili-zadas, houve informação suficiente para realizar o levantamento a partir de quatro perspectivas: a) temas; b) tipos; c) estágio de andamento; d) características da auto-ria. Tentou-se levantar dados relacionados aos métodos de pesquisa empregados, mas poucos resumos continham essa informação, tornando a análise ínviável.

(2)

A p e s q u is a e m C iê n c ia d a In f o r m a ç ã o n o B r a s il - A n á lis e d o s t r a b a lh o s ...

R e s u lt a d o s

1 T e m a s

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.1 Grupos temáticos

As primeiras reuniões da Ancib datam do final da década de 70 e início de 80. Eram reuniões de trabalho dos coordenadores e professores dos cursos de Pós-Graduação então existentes, na sua maioria recém iniciados, nas quais a preocupação

predominan-te era a administração dos cursos e não a apresentação de trabalhos de pesquisa. Ainda assim, os participantes aproveitavam a ocasião para trocar idéias com colegas de outros centros que tinham interesses de pesquisa semelhantes aos seus. Essas conversas deram origem a grupos de pesquisa por interesse temático

QPONMLKJIHGFEDCBA

-G T s - que seriam posterior-mente usados como parâmetro para a organização dos EnAncibs em seções temáticas, nas quais são apresentadas pesquisas com interesses comuns.

Segundo osA n a is do I EnAncib, que ocorreu em 1994 na cidade de Belo Horizonte, os trabalhos apresentados nesse encontro foram organizados em sete sessões temáticas:

seis dedicadas a trabalhos de pesquisa e a sétima a trabalhos relacionados

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à administra-ção dos cursos. A inclusão desse último grupo de trabalhos entre assessões temáticas

é provavelmente resquício da finalidade administrativa que caracterizou as primeiras reuniões dos coordenadores dos cursos. Nos encontros subsequentes, em 1995 (Valinhos, SP) e em 1997 (Rio de Janeiro), as discussões de caráter administrativo foram separadas da apresentação de pesquisas, e não sendo mais publicadas nos Anais.

Embora os temas que caracterizam os GTs tenham permanecido basicamente os mesmos nos quatro Encontros, houve algumas mudanças nos grupos temáticos inicialmente estabelecidos, como mostra o Quadro 1. A expressão In fo rm a ç ã o te c n o ló g ic a , presente no título do GT-3 em 1994 migra para o GT-1 nos encontros seguintes, sendo substituída, no GT-3, pela expressão N o v a s te c n o lo g ia s . Na verda-de, houve uma adequação do título e não propriamente de conteúdos. Registra-se também, neste GT-3, o acréscimo de outros assuntos, inclusive E d u c a ç ã o à d is tâ n -c ia . No encontro de 2000 deu-se a incorporação de dois novos grupos temáticos: GT-7 P la n e ja m e n to e in te lig ê n c ia c o m p e titiv a e GT-8 E p is te m o lo g ia d a C iê n c ia d a In fo rm a ç ã o . O primeiro, GT -7, resultou de subdivisão do GT-1, aprovada nas reuniões preparatórias ao Encontro, face ao número significativo de trabalhos enviados sobre o assunto In te lig ê n c ia C o m p e titiv a . A consolidação do GT-7 vai depender da permanência de interesse no tópico, pois a diferença entre os trabalhos classificados no GT-1 e GT-7 não é absolutamente clara em todos os casos. O GT-8,E p is te m o lo g ia d a C iê n c ia daIn fo rm a ç ã o , vem ocupar lacuna sentida por pesquisadores em encontros anteriores, mas sua consolidação como GT também dependerá do volume de traba-lhos de pesquisa que serão desenvolvidos até o próximo encontro.

294

R. Bibliotecon. Brasília, v. 23/24, n. 3, p. 293-308, especial 1999/2000

S u z a n a P .M . M u e lle r , A n t o n io M ir a n d a , E m ir J . S u a id e n

Quadro 1 - Evolução dos grupos temáticos - I ao IV EnAncib, 1994-2000

1994 1995 1997 2000

GT I ENANCIB li ENANCIB 111ENANCIB IV ENANCIB

1 Administração/Gestão / Informação tecno- Informação tecnológica Informação Avaliação e lógica e administração e administração de tecnológica estudos de usuário de serviços serviços

2 Representação do Representação do Representação do Representação do conhecimento/ conhecimento/ conhecimento/ conhecimento/

Indexação/ Indexação/ Indexação/ Indexação/

Teoria da Teoria da Teoria da Teoria da

classificação classificação classificação classificação 3 Informação tecnológica Novas tecnologias / Novas tecnologias / Novas tecnologias /

Bases de dados/ Bases de dados/ Bases de dados/ Fontes de informação fontes de informação fontes de informação (e a Educação) e a Educação à e a Educação à

distância distância 4 Informação e Informação e Informação e Informação e

sociedade/ sociedade/ sociedade/ sociedade/

Ação cultural Ação Cultural Ação cultural Ação cultural 5 Produção científica / Produção científica / Produção científica / Comunicação

Literatura cinza Literatura cinzenta Literatura cinzenta científica

6 Formação Formação Formação Formação

profissional/ profissional/ profissional/ profissional/ Mercado de trabalho Mercado de trabalho Mercado de trabalho Mercado de trabalho

7 Políticas de pesquisa Planejamento de

e dos sistemas/

Cursos de PG Inteligência

competitiva

8 Epistemologia

da Ciência da Informação Fonte: programação do IV EnAncib e Anais do I, li e111EnAncibs

1.2 Número de trabalhos por grupo temático

Considerando-se o volume de trabalhos apresentado em cada grupo temático

nos quatro EnAncibs, notam-se alguns pontos interessantes , representados na

Figura 1: embora em termos reais todos os grupos tenha crescido, em termos

percentuais, enquanto alguns se mantiveram mais ou menos estáveis, outros

apre-sentaram variações significativas.

(3)

A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise dos trabalhos ...

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

E volução dos grl4lostem ãticos por E ncontro

5 0

G T 3

45 1 , G T4

4 0

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QPONMLKJIHGFEDCBA

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- IHGFEDCBA

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--t-C T I In fo rm a ç ã o~ c n o ló g jc a

'''· '· .'· '· '· G T 2 o rg an iz.çáo d o

conhecimento

• it GT 3 novas ecnologias

--- GT 4 in for mação e soe edad e

· · · ·-.· I· ::· G T 5produçâocienlifi:a

- 'G T6 p .o r.,b na 1

---CT 7 ineligênciacomçel~i'ic1

-G T 8 ep ;,lem o b g ia

1 9 9 5 1 9 9 7

Q t ;, % Q t

J

% 1Q t %

G T I

lnforrnaçào tecnológica

3117% IIJ20% ~ 30 22%

G T 2

Organização do conhecimento

4 121% 12,20% 32 24.%

G T 3

Novas tecnologias

3 ; 17% 6 .11% 8 .6%

... ! " , .•

G T 4

Informação e sociedade

2' 6% 11' 20% • 36 27%

G T 5

Produção científica

4 ;'22%

.

10 1,18% '19 14%

~

..

G T 6

Formação profis sion ai

.

3 ,17% 6 /11 % '1 9 7%

• • 0'0 ~

G T

7 Inteligência competitiva

G T 8

Epistemologia da CI

\

F o n te: A n ais E n A n cib ck 1994.1995 e 1997 . fich as d ;~ scrição e re,.,;',;o , E n A n cib 2 0 0 0

1994 1995 1997

A no do E ncontro

2000

2000

Q t %

23

!

9%

40 16%

46118%

451

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8%

30 12%

" 19 ,8%

j34 14%

...., "!i

13 5%

,,,

G rupo de trabalho e tem a 1 9 9 4

Figura 1 - Evolução dos grupos temáticos nos quatro EnAncib.

296

Suzana P.M. Mueller, Antonio Miranda, Emir J .Suaiden

Tomando-se o IV EnAncib como referência, O GT-3 apresenta o maior

cresci-mento em número de trabalhos, e o GT-1, a maior queda. Mas se considerarmos que

o GT-1 sofreu uma divisão dando origem ao GT-7, como comentado, houve na

verda-de um aumento significativo nessa área geral verda-de interesse e, se reunidos os GT-1 e

GT -7, o grupo resultante seria o mais produtivo. O GT-5 e GT-6 também

apresenta-ram curva de crescimento acentuada, enquanto as curvas de crescimento do GT-2 e

GT-4 são mais suaves, tendendo à estabilização, talvez porque o número de trabalhos

nesses temas apresentados nos Encontros anteriores já era alto. Considerando-se

apenas o IV Enancib, a distribuição de trabalhos por grupos temáticos mostra a

predo-minância do GT-3 e do GT- 4 (Figura 2).

Número de trabalhos por grupo temático (n=250)

4 6 4 5 5 0

--li) I ~ 4 0

+ :

~ I

~ 3 0 !

0

2 3

e

2 0 '

~ 1 0 '

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o

Grupos temáticos

Fonte: Resumos e fichas de inscrição, IV Enancib

Figura 2 - Distribuição de trabalhos por GT - IVEnAncib, 2000

Os dados sobre os grupos temáticos e o volume de trabalhos apresentados neste

IV Enancib retrataram a Ciência da Informação no Brasil como área dinâmica, com

interesses crescentes em tecnologia e em questões sociais. Mostraram também a

emergência, embora tímida, de interesses em questões teóricas, ligadas à

Epistemologia da área, assunto sem grupo específico nos encontros anteriores. A

comparação entre os encontros mostrou ainda tendência para distribuição mais

homogênea de trabalhos entre os grupos, com a desaceleração do crescimento dos

(4)

A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise dos trabalhos ...

2 TIPO DE TRABALHO

Por

QPONMLKJIHGFEDCBA

tip o de trabalho entenda-se categorias ligadas

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à motivação que o originou, tais como trabalhos derivados de teses, dissertações e monografias escolares, ou

resultado da atividade profissional de pesquisadores já formados, isolados ou em

grupos. Os anais dos encontros anteriores não dão informações sobre esse aspecto, não tendo sido possível fazer comparações com o conjunto de trabalhos

apresenta-dos em 2000. A dlstributção apresenta-dos trabalhos apresentaapresenta-dos no IV EnAncib está exposta no Quadro 2.

Quadro 2- Número de trabalhos segundo tipo de pesquisa -IV EnAncib

[Tipo de trabalho quantidade %

Dissertação de mestrado 71 28

Pesquisa individual 61 24

Pesquisa em grupo 50 20

Tese de doutorado 44 18

Monografia de curso de especialização 10 4 Monografia de curso de graduação e PIBIC 10 4 Trabalhos em disciplinas de cursos de pós graduação 4 2

TOTAL 250 100

A soma dos trabalhos ligados a atividades de formação profissional aceitos para

apresentação no IV EnAncib, i. e, textos derivados de dissertações, teses, monografias

e outros trabalhos realizados em disciplinas de cursos de pós-graduação,

especializa-ção e graduaespecializa-ção, corresponde a 56% do universo. Os restantes 44% foram

classifi-cados como pesquisa individual e pesquisa em grupo e são provavelmente de autoria

de professores e pesquisadores já formados (Quadro 2). Esses resultados sugerem

que, no Brasil, mais da metade da comunidade de pesquisadores da área de Ciência

da Informação está em processo de formação. Sugerem também crescimento da

área em futuro próximo (em número de pesquisadores), mas, como para qualquer

outra área do conhecimento, não se pode afirmar que a totalidade dos atuais

autores-estudantes continuará a pesquisar depois de concluída a formação.

298

R. Bibliotecon. Brasília, v. 23/24, n. 3, p. 293-308, especial 1999/2000

,

Suzana P.M. Mueller, Antonio Miranda, Emir J .Suaiden

3 ESTÁGIO DE ANDAMENTO DOS TRABALHOS DE PESQUISA

As fichas de inscrição foram a principal fonte de informação para este item, pois

nelas havia um espaço específico para informar a data de conclusão - ocorrida ou

prevista - da pesquisa. No entanto, 39% dos autores não informaram data, tendo

então sido considerados "em andamento". Também não foi possível fazer

compara-ções com dados dos EnAncibs anteriores, por falta de dados.

O Quadro 3 mostra o o volume e a percentagem de trabalhos concluídos e em

andamento e o Quadro 4, mostra a mesma informação por tipo de trabalho. Do total

de 250 trabalhos apresentados, 40% estavam concluídos ou por concluir até o final de

2000, e 21,6% com data prevista de conclusão até 2004. Os restantes 38,4%, ou 150

trabalhos, foram considerados "em andamento", não concluídos e sem data de

con-clusão declarada. No Figura 6, a distribuição por tipo de trabalho mostra que o grupo de autores que apresentou trabalhos em andamento é formado maioritariamente por

pesquisadores formados trabalhando individualmente ou em grupo (58.6% dos

traba-lhos na categoria em andamento), e em menor proporção por estudantes (41,3% dos

trabalhos em andamento). As informações expostas nos Quadros 3 e 4 são indicativas

de uma área ativa, onde a atividade de pesquisa é intensa.

Quadro 3 - Volume e percentagem de trabalhos concluídos

e em andamentos

Ano de N°de % % acumulada

conclusão trabalhos

1997 1 0,4 0,4

1998 12 4,8 5,2

1999 22 8,8 14

2000 65 26 40

2001 32 12,8 52,8

2002 16 6,4 59,2

2003 5 2 61,2

2004 1 0,4 61,6

em andamento" 96 38,4 100

Total 250 100 100

'Informação deduzida: autores não especificaram data para conclusão. Fonte: fichas de inscrição, IV Enancib -2000

(5)

A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise dos trabalhos ...

Quadro 4 - Tipo de trabalho por ano de conclusão (ocorrida ou prevista)

97 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 Sem ITOTAL

Tipo de trabalho data

Tese de doutorado 1 4 8 7 8 3 5 1 7 44

Diss. Mestrado 6 10 25 9 4 17 71

Monogr. especialização 1 4 5 10

Monografia graduação/ 1 6 3 10

Monografia disco de PG 4 4

Pesquisa individual 11 8 7 35 61

Pesquisa em grupo 4 8 7 2 29 50

TOTAL 1 12 22 65 32 16 5 1 96 250

Fonte: resumos e fichas de inscrição

4 CARACTERíSTICAS DA AUTORIA

Os dados relacionados

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

àautoria considerados de interesse para este estudo são:

a) origem geográfica dos autores, b) origem institucional dos trabalhos e c) número de

autores por artigo. A intenção foi identificar a expansão da área, focos de atividade de

pesquisa mais intensa e incidência de colaboração entre autores. Os anais dos encon-tros anteriores não forneceram informações para comparação.

Foram registrados 412 autores para os 250 trabalhos inscritos no IV EnAncib.

4.1 Origem geográfica dos autores

Entre os autores dos trabalhos aceitos para apresentação nas sessões temáticas,

foram identificados oito pesquisadores ligados a instituições estrangeiras' , localizadas

nos seguintes países: Argentina (1); México (1); Portugal (1); Estados Unidos (1);

Espanha (4). Os demais autores estão vinculados a instituições nacionais.

Embora o IV EnAncib tenha recebido trabalhos oriundos de todas as regiões geográficas do país, há diferenças na proporção: predomina a Região SE seguida da

Região CO, representada principalmente pelo Distrito Federal, local do Encontro. A

Região Sul surpreende pela baixa representação, considerando-se sua tradição de

ICompareceram 9 autores estrangeiros ao IV Enancib, mas um deles, do Mexico,

apresentou palestra em um dos painéis, e não foi incluído no total dos trabalhos apresentados nas sessões temáticas.

300 R. Bibliotecon. Brasília, 23/24, n. 3, p. 293-308, especial 1999/2000

Suzana P.M. Mueller, Antonio Miranda, Emir J .Suaiden

pesquisa. A Região Norte está representada apenas pelo Estado do Pará e a Região

Nordeste por seis Estados, estando ausentes os Estados de Alagoas e Sergipe. Há também duas pesquisas realizadas em parceria por autores ligados a instituições

situadas em Estados diferentes. A proporção de autores cuja origem não foi identificada

é relativamente alta, 7,44%. (Figura 3).

Autor por região geográfica (n=404)

7%

Pb+MG

0,4%

Pe

0,4%

SC

2%

SP 12%

Pb

QPONMLKJIHGFEDCBA

= = = = ;;;~ ~ ~ ~ /L

L

SP+PR

5-=-~~:? - 0,4%

MG 14%

C E

0,4%

Go

0,4

%

RJ 22%

Ba

6%

Fonte: Fichas de inscrição e resumos dos trabalhos, IV EnAncib

Figura 3 - Origem geográfica dos autores nacionais

4.2 Origem Institucional dos autores

O Quadro 5 mostra a distribuição de autores por instituição. As Universidades

que mantém cursos de pós-graduação em Ciência da Informação estão no topo da

lista, com maior número de trabalhos. A presença da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) entre as mais produtivas merece menção, pois essa Universidade

não tem curso de pós-graduação na área, e enviou mais trabalhos à IV EnAncib que a

Universidade de São Paulo (USP) onde existem cursos de mestrado e doutorado com larga tradição em pesquisa. A presença da Université de Marseille (França) se deve a convênio que manteve com o IBICT nos anos que antecederam o Encontro, ensejando realização de monografias sob orientação conjunta brasileira e francesa; a Université de Grenoble (França) e LoughborOugh University (Inglaterra) são universidades onde

os autores dos trabalhos ora apresentados cursaram seus doutorados e de cujas

te-ses este-ses trabalhos se originam.

(6)

A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise dos trabalhos ...

Quadro 5 - Origem institucional dos trabalhos apresentados no IV EnAncib

Instituição N°de

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

% do total trabalhos de trabalhos

1 UnB 53 22,18

2 UFRJ/lBICT 43 17,99

3 UFMG 29 12,13

4 PUCCAMP 14 5,86

5 UFPb 13 5,44

6 UNESP 12 5,02

7IBICT/DF 9 3,77

8 UFBa 9 3,77

9 UFF 6 2,51

10 UniRio 6 2,51

11 USP/ECA 6 2,51

12 UFSC 5 2,09

13 Université de Marseille 4 1,67

14 UFPa 4 1,67

15 UFRGS 4 1,67

16 ECT- Correios 2 0,84

17 IBGE 2 0,84

18 PUC/MG 2 0,84

19 EMBRAPA(todo país) 2 0,84

20 Univ Adventista SP 2 0,42

21 Fa. D. Domenico - Santos 1 0,42

22 FINEP Rio 1 0,42

23 UnoGrnoble (França) 1 0,42 24 Loughborough Uno(GB) 1 0,42

25 NIT - São Carlos 1 0,42

26 SeCT/MG 1 0,42

27 UERJ/USP/UNESP/UCP/PUC 1 0,42

28 UFMA 1 0,42

29 UFSC/Fund.Certi 1 0,42

30 UFSCAR 1 0,42

31 UNIBAN/UFPr 1 0,42

32 UNICAMP 1 0,42

33 Univ. Católica Petrópolis 1 0,42

TOTAL 239 100

Fonte: Fichas de inscrição e resumos de trabalhos, IV EnAncib

302 R. Bibliotecon. Brasília, V . 23/24, n. 3, p. 293-308, especial 1999/2000

Suzana P.M. Mueller, Antonio Miranda, Emir J .Suaiden

4.3 Influência geográfica dos Cursos de Pós-Graduação

Considerando o elevado número de trabalhos oriundos de atividades de

forma-ção profissional, ou mais especificamente, cuja origem está ligada a algum curso de

pós graduação, foi feita a tentativa de identificar o alcance desses cursos em termos

geográficOS, ou seja, verificar sua capacidade em atrair estudantes de outros Esta-dos. As fichas de inscrição foram as fontes para a identificação de vínculo

profissio-nal diferente da instituição onde o trabalho foi produzido. Foram levantados apenas 24

trabalhos com aquelas características, e por isso esses dados devem ser vistos com

cautela face ao universo.

As duas universidades brasileiras que mais atraíram estudantes com vínculo

empregatício em outros Estados, na amostra considerada, foram a Universidade de

Brasília, (UnB) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Forma identifica-dos sete trabalhos realizaidentifica-dos na UnB por alunos vinculaidentifica-dos a instituições localizadas

nos Estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais e Pará, todos relativamente próximos à

Brasília. A influência do curso mantido pelo convênio UFRJ/lBICT, no entanto, vai

além da região geográfica mais próxima, tendo sido registrados autores vinculados a

instituições situadas nos Estados da Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e Pará. Na

lista reproduzida no Quadro 6 aparecem três universidades estrangeiras, duas

france-sas e uma inglesa, cuja presença já foi comentada acima.

Quadro 6 _ Instituição de origem da pesquisa e Estado do pesquisador

Estado CE BA DF GO MA MG PA RS RJ RN TOTAL

Instituição

UnB 2 3 1 1

7

UFRJ/lBICT 1 1 2 1

5

Univ. de Marseille (France) 1 1 2 4

PUCCAMP 1 1

2

Univ. Grenoble (France) 1 1

IBICT/DF 1 1

Loughborough Unv.(UK) 1 1

UFF 1

1

UFPb 1 1

USP/ECA 1

1

TOTAL 1 5 3 4 O 4 2 1 3 1 24

Fonte: resumos e fichas de inscrição, IV EnAncib - 2000

(7)

A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise dos trabalhos '"

4.4 Parcerias na autoria: incidência da autoria única e em colaboração

Estudos sobre o fenômeno da colaboração entre autores mostram que existe

QPONMLKJIHGFEDCBA

re la ç ã o entre a incidência de parcerias e área de conhecimento: nas ciências naturais,

exatas e da saúde, artigos assinados porv á rio s autores são mais freqüentes que nas

ciências sociais e humanidades, onde predomina o autor único. A cOlaboração na

autoria

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

é em g e ra l interpretada como indicação de estágio mais adiantado de

conso-lidação das áreas científicas (Lawani 1986), embora isso ta lv e z se aplique melhor às

áreas das ciências exatas,naturais e da saúde. Alguns autoresv e m tentando perceber

ligações entre o aumento de incidência de autorias múltiplas nas ciências sociais e os

fenômenos da globalização e da inserção das tecnologias de comunicação, mas ain-da não háe v id ê n c ia s que sustentem essa hipótese.

Nos trabalhos apresentados nos três primeiros EnAncib h o u v e predominância do

trabalho assinado por um único autor. O exame dos resumos e n v ia d o s ao IV EnAncib

mostra o mesmo padrão (Figura 4). Entre as parcerias, dois autores é a forma mais

freqüente de colaboração.

Autorias únicas e múltiplas nos quatro EnAncibs

120,00

T

100,00

t

I:..

~~~I

I:.~'~J

1 .2 " :,~ 5 1 ,2 4 ,8 0

I

80,00

60,00

40,00

20,00

0,00 +/- - - r - - - '

QJ "tl

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til

QJ o 0 lJ :

IU-•.•IU

c:;.Q

QJIU

u"

...

QJ

c..

ElAutores múltiplos

11IIAutores únicos

1994 1995 1997

Datas dos Encontros

2000

Fonte: Fichas de inscrição e resumos de trabalhos IV EnAncib eA n a is dos I, li, e 111EnAncib

Figura 4 - Autorias únicas e múltiplas

Nou n iv e rs o estudado há apenas um caso de autoria e n v o lv e n d o autores braslls],

ros e estrangeiros, mas hád iv e rs o s casos de colaboração entre autores oriundos de

instituições diferentes e em dois casos, entre Estados diferentes.

304

R. Bibliotecon. Brasília, v . 23/24, n. 3, p. 293-308, especial 1999/2000

Suzana P.M. Mueller, Antonio Miranda, EmirJ . Suaiden

Sob a ótica dos grupos temáticos, a incidência de autorias múltiplas se mostra

semelhante para todos os grupos: predominam as parcerias de dois autores com a

única exceção do GT-3, em que a categoria trê s a u to re s predomina pela diferença de

um caso. A distribuição entre autores únicos e múltiplos, no entanto, apresenta v a ria

-ções segundo o GT: em alguns casos, como por exemplo nos GT-1 e GT-2 o número

e trabalhos em parceria chega quase a metade do total desses grupos. O Quadro 7

mostra como as parcerias se apresentam por grupo temático.

A distribuição de autoria única e múltipla por tipo de trabalho segue padrão

espe-rado: todos os trabalhos oriundos de teses de doutorado apresentam autor único; o

mesmo acontece com a maioria de trabalhos oriundos de dissertações de mestrado,

dos quais cerca de 10% são trabalhos assinadas por dois autores; os 24 resumos

ligados a trabalhos finais em disciplinas de cursos de pós-graduação, especialização e graduação, seguem o mesmo padrão: 18 (75%) de autoria única e 6 (25%) são

assi-nados por mais de um autor.

Quadro 7 - Parcerias na autoria, por grupo temático

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11

W12 ~;13

Grupo 1 13 7 1 O 1 1

Grupo 2 27 8 3 1 1

Grupo 3 36 3 4 1 1 1

Grupo 4 35 6 3 1 1

Grupo 5 24 2 1 1 1

Grupo 6 14 1 2 1 1

Grupo 7 28 2 1 1 1 1

Grupo 8 10 2 1

Total 187 31 13 5 5 1 2 1 1 1 2 1

Fonte: Fichas de inscrição e resumos - IV EnAncib

A presença de colaboração entre alunos e professores e entre colegas

estudan-tes nos trabalhos oriundos de dissertações e disciplinas escolares sugere que tais

associações podem sere v e n tu a is , isto é, os autores não são propriamente parceiros

de pesquisa de longo termo. Entre os trabalhos de pesquisa não ligados a disciplinas

ou cursos, há 61 trabalhos de autor individual e 50 assinados por mais de um autor,

.ta lv e z indicadores de parceiros de pesquisa (Quadro 8).

(8)

111

11I

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

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II

1,11

1.1

1

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A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil - Análise dos trabalhos ...

Quadro 8 - Número de autores por tipo de trabalho

Tipo de trabalho

N°de Tese Dissert. Monog. PIBIC Disciplinas Pesquisa Pesquisa 1T0tal autores Dout. Mestr. Espec. Grad. cursos P-G individual em grupo

1 44 64 9 6 3 61 O 187

2 6 1 3 1 21 32

3 1 1 10 12

4 5 5

5 5 5

6 2 2

7 1 1

8 2 2

9 1 1

10 1 1

11 1 1

12 O O

13 1 1

TOTAL 44 71 10 10 4 61 50 250

Fonte: fichas de inscrição e resumo de trabalhos, IV EnAncib.

Considerações finais

Os dados levantados descrevem a pesquisa em Ciência da Informação em

vários aspectos, permitindo fazer as seguintes afirmações, se não para toda a área,

pelo menos para o conjunto de trabalhos apresentados no IV EnAncib:

a) é uma área em estágio de formação de seus pesquisadores - 56% dos

traba-lhos estão relacionados com a formação profissional de seus autores;

b) houve o acréscimo de dois GT, evidenciando expansão de interesses

pesquisados (quando comparados com os Encontros anterioresj-destacando-se a

pre-ocupação com as novas tecnologias e com aspectos sociais da Informação.

c) Os autores da área trabalham principalmente de forma individual; a

distribui-ção do número de trabalhos de autoria única e em colaboradistribui-ção varia entre os grupos

306 R. Bibliotecon. Brasília, v. 23/24, n. 3, p. 293-308, especial 1999/2000

Suzana P.M. Mueller, Antonio Miranda, Emir J .Suaiden

temáticos sem aparente ligação com o tema (os GT-1 e GT-7 são semelhantes no

tema, mas apresentam diferenças na distribuição de autorias) e entre tipo de trabalho,

nesse caso variando conforme o tipo;

d) As instituições mais ativas em pesquisa são as universidades onde há cursos

de pós-graduação, e entre essas, duas se sobressaem: UnB e UFRJ/IBICT; no

entan-to, isso poderia ser atribuído ao envolvimento dessas duas instituições na organização

do IV EnAncib; há forte concentração de trabalhos oriundos das regiões Sudoeste e

Centro Oeste, mas percebe-se também sinais de crescimento em regiões

geográfi-cas com menor tradição de pesquisa na área.

Se o conjunto de trabalhos apresentados no IV EnAncib em novembro de 2000

pode mesmo ser considerado representativo da área naquele momento, o retrato

re-sultante é animador, pois mostra uma evolução em relação aos Encontros anteriores.

Mas além dos dados quantitativos, apresentados no corpo desse trabalho, a leitura

dos resumos também sugeriu um processo de amadurecimento, posteriormente

cor-roborado nas exposições e principalmente nas discussões ocorridas nas sessões

temáticas e nos painéis, embora não tenha sido possível neste trabalho trazer dados

concretos para apoiar essa afirmação. Os pesquisadores emergem do encontro como

um grupo dinâmico, nem sempre unânime nas questões debatidas ou homogêneo no

domínio das técnicas de pesquisa, mas alerta para o contexto nacional em que se

insere os problemas tratados.

Correndo o risco de fazer afirmações sem a devida comprovação, a leitura dos

resumos e a observação das apresentações sugeriu haver ainda certa deficiência no

uso de métodos e técnicas de pesquisa, mas notou-se a emergência (ou intenção de

uso) de metodologias qualitativas.

Apesar das limitações inerentes às fontes utilizadas, isto é, resumos dos

traba-lhos e fichas de inscrição dos pesquisadores, acreditamos que resultado deste

levan-tamento revela o estado da arte da pesquisa em Ciência da Informação no país.

(9)

A p e s q u is a e m C iê n c ia d a In f o r m a ç ã o n o B r a s il - A n á lis e d o s t r a b a lh o s

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

0 0 0

R e f e r ê n c ia s B ib lio g r á f ic a s

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 1. Belo Horizonte, 8 a 10 de abril de 1994.

QPONMLKJIHGFEDCBA

A n a is ... ,1994.

Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 2. Valinhos, 22 a 24 de no-vembro de 1995.A n a is ... 1 9 9 5

Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 3. Rio de Janeiro, 10 a 12 de setembro de 1997.A n a is ... 1 9 9 7

LAWANI, S. M. Correlates of quality in research. S c ie n to m e tric s , v. 9, p.;13-25, 1986.

Suzana P.M. Mueller mueller@unb.br

Antonio L. C. Miranda cmiranda@unb.br Emir J. Suaiden

emir@unb.br

Professores do Departamento de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB).

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Referências

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