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Estudo do comportamento termodinâmico das áreas centrais de negócios de Brasília e de Taguatinga, Distrito Federal

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(1)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

MESTRADO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

SALVADOR DOURADO FILHO

ESTUDO DO COMPORTAMENTO TERMODINÂMICO

DAS ÁREAS CENTRAIS DE NEGÓCIOS DE BRASÍLIA

E DE TAGUATINGA, DISTRITO FEDERAL.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Macedo de Mello Baptista

(2)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

MESTRADO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

SALVADOR DOURADO FILHO

ESTUDO DO COMPORTAMENTO TERMODINÂMICO

DAS ÁREAS CENTRAIS DE NEGÓCIOS DE BRASÍLIA

E DE TAGUATINGA, DISTRITO FEDERAL.

Orientador: Prof. DSc. Gustavo Macedo de Mello Baptista

Dissertação apresentada

como requisito parcial à

obtenção do título de

Mestre em Planejamento

e Gestão Ambiental.

(3)

Ficha elaborada pela Divisão de Processamento do Acervo SIBI – UCB.

D739e Dourado Filho, Salvador.

Estudo do comportamento termodinâmico das áreas centrais de negócios de Brasília e de Taguatinga, Distrito Federal / Salvador Dourado Filho.

xix, 173 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2004. Orientação: Profº Dr. Gustavo Macedo de Mello Baptista

1. Gestão Ambiental. 2. Urbanização. 3. Climatologia. 4. Qualidade de vida. I. Baptista, Gustavo Macedo de Mello, orient. II. Título.

(4)

Dissertação mestrado do curso de Planejamento e Gestão Ambiental,defendida e aprovada em 06 de outubro de 2004, pela banca examinadora constituída pelos

professores:

_______________________________________________

Prof.ª Dr. MAGDA ADELAIDE LOMBARDO Examinadora Externa

_______________________________________________

Prof. Dr. GUSTAVO MACEDO DE MELLO BAPTISTA

Orientador

_______________________________________________

Prof. Dr. EDÍLSON DE SOUZA BIAS

(5)

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não

há ninguém que a explique, e ninguém que não entenda

.

(6)

I

– AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado mais uma oportunidade de ampliar meus

conhecimentos e que os mesmos possam contribuir de forma positiva para sanar

os enormes problemas sociais desse Brasil de excluídos.

Ao professor, orientador e agora amigo Dr. Gustavo Macedo de Mello

Batista, pelo estímulo, pela paciência, pelo incentivo e, principalmente, por sua

contribuição imprescindível à minha aquisição de conhecimentos, sem os quais

esse trabalho não poderia ter sido realizado.

Ao MSc. Rômulo Ribeiro, pela paciência e compreensão das minhas

limitações e pela enorme e competente contribuição.

Ao Renato Barreto, que foi um braço direito desde o início desta

caminhada, cujas idéias contribuíram de forma significativa para o

desenvolvimento deste trabalho. Agradeço também a sua família pelo carinho e as

gentilezas com que sempre me acolheram.

Ao Isaías Malva, também pelo auxílio e contribuição.

A todos os professores do curso de Planejamento e gestão Ambiental, em

especial ao MSc. Alexandre Coelho e ao Dr. Paulo Carneiro.

A meus amigos, que me acompanharam e torceram muito por mim nessa

difícil jornada.

Aos funcionários da biblioteca da Secretaria de Estado Desenvolvimento

(7)

À minha família, em especial à minha irmã Denise, ao meu primo Léo e a

minha tia Zuleika, pela torcida, ajuda e incentivo para o meu crescimento pessoal.

À Secretaria de Estado e Educação do DF pela concessão da licença para

estudos e à Universidade Católica de Brasília mantenedora do curso.

A CAPES pela concessão da bolsa de estudos.

Agradeço também àqueles anônimos que contribuíram de forma direta ou

(8)

SUMÁRIO

I AGRADECIMENTOS...iv

II LISTA DE FIGURAS ...ix

III LISTA DE QUADROS ...xi

IV LISTA DE TABELAS...xi

V LISTA DE GRÁFICOS... xii

VI LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS...xiii

VII RESUMO... xvi

VIII ABSTRACT...xviii

1 INTRODUÇÃO... 1

1.1 Objetivos... 4

1.1.1 Objetivo Geral... 4

1.1.2 Objetivos Específicos... 4

1.2 Importância e Justificativa... 4

2 ÁREA DE ESTUDOS... 6

2.1 localização... 6

2.1.1. Histórico de Surgimento da Nova Capital e Taguatinga 9 2.1..2 Particularidades Socioeconômicas e Demográficas entre o Plano Piloto e Taguatinga... 16

2.1.1.3 Clima... 18

(9)

2.1.5 Geologia... 22

2.1.6 Geomorfologia... 25

2.1.7 Vegetação... 27

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 29

3.1 Clima Urbano... 29

3.1.1 Estudos Climáticos Urbanos... 34

3.1.2 Sistema Clima Urbano... 37

3.1.2.1 Subsistema Termodinâmico... 46

3.2 Urbanização e Planejamento Urbano... 51

3.2.1 Conforto Térmico... 55

3.2.2 Ilhas Urbanas de Calor... 58

3.3 Sensoriamento Remoto... 63

3.3.1 Sensoriamento Remoto Termal... 71

3.3.1.1 Sensor ASTER... 74

3.3.1.2 Produto AST_08... 75

3.3.2 Sensoriamento Remoto Hiperespacial... 77

3.3.2.1 Sensor IKONOS... 77

4 METODOLOGIA... 79

4.1 Tr Trabalho de Campo... 79

4.1.1 Determinação dos Parâmetros Climáticos Urbanos... 81

4.1.2 Processamento de Imagem... 82

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES... 85

5.1 Trabalho de Campo... 85

(10)

5.1.2 Taguatinga... 102

5.1.3 Mapeamento dos Parâmetros Climáticos Urbanos... 118

5.1.3.1 Plano Piloto... 118

5.1.3.2 Taguatinga... 134

5.1.4 Análise Comparativa entre o CBD-PP e CBD Taguatinga... 153

5.1.4.1 Mapeamento de Ilhas de Calor... 157

6 CONCLUSÕES.E RECOMENDAÇÕES... 161

(11)

II - LISTA DE FIGURAS

2.1 Área de estudos – Taguatinga e Plano Piloto de Brasília/DF... 8

2.2 Mapa Lito-tectônico da faixa de dobramento Brasília... 24

3.1 Esquema do Sistema Clima Urbano... 41

3.2 Fluxograma do SCU... 45

3.3 Esquema do fluxo de radiação e energia em ambientes urbano e rural... 50

3.4 Domo urbano... 60

3.5 Movimento circulatório do ar... 60

3.6 Albedo dos materiais urbanos... 61

3.7 Representação da radiação solar no espectro eletromagnético... 66

3.8 Espectro eletromagnético... 67

3.9 Plataforma Terra e os sensores a bordo... 74

3.10 Sensor ASTER... 75

3.11 Sensor IKONOS... 77

5.1 Transector do CBD da cidade de Brasília/DF – IKONOS... 86

5.2 Ponto 1, SQS 404 – IKONOS... 87

5.3 Ponto 1 – SQS 404... 87

5.4 Ponto 2, SQS 204 – IKONOS... 88

5.5 Ponto 2 – SQS 204... 88

5.6 Ponto 3, SQS 104 – IKONOS... 89

5.7 Ponto 3 – SQS 104... 89

5.8 Ponto 4, SQS 304 – IKONOS... 90

5.9 Ponto 4 – SQS 304... 90

5.10 Ponto 5, Pátio Brasil Shopping – IKONOS... 91

5.11 Ponto 5 – Pátio Brasil Shopping... 91

5.12 Ponto 6, SCS – IKONOS... 92

5.13 Ponto 6 – SCS... 92

5.14 Ponto 7, SAS – IKONOS... 93

(12)

5.16 Ponto 8, Rodoviária – IKONOS... 94

5.17 Ponto 8 – Rodoviária... 94

5.18 Ponto 9, Brasília Shopping – IKONOS... 95

5.19 Ponto 9 – Brasília Shopping... 95

5.20 Ponto 10, SCN – IKONOS... 96

5.21 Ponto 10 – SCN... 96

5.22 Ponto 11, SAN – IKONOS... 97

5.23 Ponto 11 – SAN... 97

5.24 Ponto 12, SQN 404 – IKONOS... 98

5.25 Ponto 12 – SQN 404... 98

5.26 Ponto 13, SQN 204 – IKONOS... 99

5.27 Ponto 13 – SQN 204... 99

5.28 Ponto 14, SQN 104 – IKONOS... 100

5.29 Ponto 14 – SQN 104... 100

5.30 Ponto 15, SQN 304 – IKONOS... 101

5.31 Ponto 15 – SQN 304... 101

5.32 Imagem do transector de Taguatinga... 103

5.33 Ponto 1 – Pistão Norte... 104

5.34 Ponto 2 – Avenida Comercial Norte... 104

5.35 Ponto 3 – SANDU Norte... 105

5.36 Ponto 4 – Viaduto SANDU Norte/Sul IKONOS... 106

5.37 Ponto 4 - Viaduto SANDU Norte/Sul... 107

5.38 Ponto 5 – Av. Central com Com. Norte/Sul IKONOS... 107

5.39 Ponto 5 - Av. Central com Com. Norte/Sul... 109

5.40 Ponto 6 – Av. Central IKONOS... 110

5.41 Ponto 6 - Av. Central... 111

5.42 Ponto 7 – Pistão Sul IKONOS... 112

5.42 Ponto 7 - Pistão Sul... 113

5.44 Ponto 8 – Av. Comercial Sul IKONOS... 114

5.45 Ponto 8 - Av. Comercial Sul... 115

(13)

5.48 Comportamento termodinâmico no Distrito Federal AST_08 ... 158

5.49 Centro geométrico Plano Piloto de Taguatinga IKONOS... 160

III - LISTA DE QUADROS

2.1 Distribuição de renda familiar da RA-I e RA-III... 17

3.1 Principais características do SCU... 44

3.2 Trocas térmicas entre o homem e o ambiente por atividade... 57

3.3 Produtos ASTER de alto nível e suas características básicas... 76

IV - LISTA DE TABELAS

2.1 Totais mensais de precipitação na estação Brasília... 21

5.1 Temperatura de superfície, 25/04/2004... 119

5.2 Temperatura do ar, 25/04/2004... 121

5.3 Umidade relativa do ar, 25/04/2004... 122

5.4 Temperatura de superfície, 05/05/2004... 125

5.5 Temperatura do ar, 05/05/2004... 127

5.6 Umidade relativa do ar, 05/05/2004... 128

5.7 Temperatura de superfície, 09/05/2004... 135

5.8 Temperatura do ar, 09/05/2004... 136

5.9 Umidade relativa do ar, 09/05/2004... 138

5.10 Temperatura de superfície, 20/05/2004... 141

5.11 Temperatura do ar, 20/05/2004... 143

5.12 Umidade relativa do ar, 20/05/2004... 145

5.13 Dados comparativos ASTER 08 e temp. de superfície coletados... 149

(14)

V - LISTA DE GRÁFICOS

2.1 Distribuição anual dos totais mensais da estação Brasília... 22

5.1 Temperatura de superfície, 25/04/2004... 119

5.2 Temperatura do ar, 25/04/2004... 121

5.3 Umidade relativa do ar, 25/04/2004... 123

5.4 Temperatura, 25/04/2004 – 9h... 123

5.5 Temperatura, 25/04/2004 – 15h... 124

5.6 Temperatura, 25/04/2004 – 21h... 124

5.7 Temperatura de superfície, 05/05/2004... 126

5.8 Temperatura do ar, 05/05/2004... 127

5.9 Umidade relativa do ar, 05/05/2004... 128

5.10 Temperatura, 05/05/2004 – 9h... 129

5.11 Temperatura, 05/05/2004 – 15h... 129

5.12 Temperatura, 05/05/2004 – 21h... 130

5.13 Temperatura de superfície – Brasília/DF... 130

5.14 Temperatura do ar – Brasília/DF... 131

5.15 Umidade relativa do ar – Brasília/DF... 131

5.16 Temperatura de superfície do dia 25/4/2004... 132

5.17 Temperatura de superfície do dia 5/05/2004... 132

5.18 Temperatura do ar do dia 25/04/2004... 132

5.19 Temperatura do ar do dia 05/05/2004... 133

5.20 Temperatura de superfície, 9/5/2004... 135

5.21 Temperatura do ar, 09/05/2004... 137

5.22 Umidade Relativa do ar, 09/05/2004... 138

5.23 Temperatura do ar e de superfície, 9/5/2004 – 9h... 139

5.24 Temperatura do ar e de superfície, 9/5/2004 – 15h... 139

5.25 Temperatura do ar e de superfície, 9/5/2004 – 21h... 140

5.26 Temperatura de superfície, 20/05/2004... 141

(15)

5.29 Temperatura, 20/05/2004 – 9h... 147

5.30 Temperatura, 20/05/2004 – 15 h... 147

5.31 Temperatura, 20/05/2004 – 21h... 148

5.32 Temperatura de superfície – Taguatinga-DF... 149

5.33 Temperatura de superfície, dia 9/5/2004... 150

5.34 Temperatura do ar dia, 9/5/2004... 151

5.35 Umidade relativa do ar, dia 9/5/2004... 151

5.36 Temp. de superfície, dia 20/5/2004... 152

5.37 Temperatura do ar, dia 20/5/2004... 152

5.38 Umidade relativa do ar, dia 20/5/2004... 153

5.39 Temp. de superfície, 24/06/2003 – AST_08 CBD PP x CBD Taguatinga... 157

VI - LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEB Agência Espacial Brasileira

ASTER Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

AST_08 ASTER Level-2 Surface Kinetic Temperature Product

CBD Central Business District

CPTEC Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos

NOVACAP Companhia Urbanizadora da Nova Capital

CODEPLAN Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central

DEM Digital Elevation Model.

DF Distrito Federal

EPA Environmental Protection Agency

(16)

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

JPL Jet Propulsion Laboratory

LACAMBI Laboratório de Caracterização Ambiental da Universidade Católica de

Brasília

LST Land Surface Temperature

NASA National Aeronautics and Space Administration

ONU Organização das Nações Unidas

PDL Plano Diretor Local

RA Região Administrativa

REM Radiação Eletromagnética

SAN Setor de Autarquias Norte

SAS Setor de Autarquias Sul

SCN Setor Comercial Norte

SCS Setor Comercial Sul

SCU Sistema Clima Urbano

SEDUH Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação

SIG Sistema de Informações Geográficas

SWIR Shortwave Infrared

SQN Superquadra Norte

SQS Superquadra Sul

TIR Thermal Infrared

(17)

UCB Universidade Católica de Brasília

UTM Universal Transversa de Mercator

(18)

VII – RESUMO

Por constituir-se numa das dimensões do ambiente urbano, o estudo do

clima tem oferecido importantes contribuições ao equacionamento da questão

ambiental das cidades. Entender o clima urbano como um importante componente

na composição da qualidade do ambiente deverá ser considerado um fato de

grande importância para o mundo moderno. A presente dissertação tem como

referencial metodológico o subsistema termodinâmico do Sistema Clima Urbano –

SCU, proposto por Monteiro (1976) - como forma de percepção humana do

conforto térmico. Teve-se como objetivo analisar o comportamento termodinâmico

das áreas centrais de negócio – CBD – do Plano Piloto de Brasília e Taguatinga,

Distrito Federal. A primeira, cidade planejada de acordo com as principais

determinações Carta da Atenas – documento elaborado durante congresso

Internacional de Arquitetura Moderna em 1933 em Atenas, em que é defendida a

tese fundamental do urbanismo; a segunda, não planejada, cujo objetivo maior foi

uma segregação socioespacial da população de menor poder aquisitivo. Os dois

aglomerados urbanos vêm sofrendo um intenso processo de urbanização nas

últimas décadas, o que vem acarretando alterações climáticas locais devido à

intensa circulação de veículos automotores, retirada da cobertura vegetal,

revestimento dos solos, pavimentação de vias, modificações na topografia, e uma

série de alterações que interferem em seu balanço energético. Foram utilizadas,

para tal estudo, trabalho de campo com amostragem em 15 pontos para o Plano

Piloto e 9 para Taguatinga, em um dia de semana e em um final de semana.

Realizaram-se medições da temperatura de superfície, temperatura do ar,

umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento e, ainda, da posição

geográfica do ponto de coleta. Os resultados obtidos mostraram uma grande

variação térmica no CBD, com índices de 0,5° a 1,5°C de diferença no Plano

(19)

Piloto apresentando temperaturas mais amenas. O comportamento térmico

observado é conseqüência da formação da ilhas urbanas de calor que interferem

no desenvolvimento das atividades cotidianas da população e em sua saúde física

e psicológica. A tecnologia do sensoriamento remoto também foi utilizada nesta

dissertação e foi de fundamental importância para compreender o comportamento

das componentes termodinâmicas do Sistema Clima Urbano. Ainda demonstrou a

importância da integração dos dados de sensores termais com os hiperespaciais

para a compreensão das dinâmicas térmicas urbanas. O tratamento do clima

urbano, como um dos componentes da qualidade do ambiente, não poderá mais

ser desconsiderado ou negligenciado pela sociedade urbana moderna. Dessa

forma, a incorporação do clima urbano no planejamento passa a ser um

instrumento indispensável ao poder público, aos administradores, à comunidade

científica e a sociedade como um todo para a tomada de decisões que visem

(20)

VIII – ABSTRACT

The study of the climate is part of the urban environmental dimension and

has been contributed towards the matters of the environment of the cities. The

understanding of the urban climate as an important component in the constitution

of the environment is one of the greatest issues of the modern world. This essay

gets methodological reference from the thermodynamic subsystem of the Urban

Climate System – UCB, proposed by Monteiro (1976) as a human perception form

of the thermic confort. Its aim is to analyze the thermodynamic behavior in the

central areas of the regions of study – CBD –, which are Plano Piloto and

Taguatinga – DF. The first one is a city planned according to the main

determination of the Atenas Letter – document elaborated during the International

Congress of Modern Architecture in 1933 in Atenas, in which the fundamental

thesis of urbanism is defended, and the second one was not planned and the

purpose of its existence was to segregate the poor population. These two areas

have been intensively suffering an urbanization process in the last decade and

because of this, changes in the climate have been accured due to the presence of

a great number of automobiles, deforastatation, overlaid soils, pavement and

changes in the topography of the areas. These changes process have interfered in

the energetic balance. The study was done in 15 different points in Plano Piloto

and in 9 different ones in Taguatinga during the week and at weekends. Remote

sensors were used and fieldwork was done to detect the surface and air

temperature, humidity, wind speed, direction end the geographic position of the

points chosen. The results prescuted a thermic variation of 0,5° to 1.5°C higher in

Plano Piloto during the week and Taguatinga having a minimum variation in

temperature of 3,1°C higher than Plano Piloto. This thermic behavior is a

consequence of the heat urban islands that are formed. These heat islands effect

not only the everyday activities of the population but its health as well, causing

physical and mental problems. The use of remote sensors was of vital importance

(21)

System. It also remarked how important it is to integrate the datas of both thermo

and hiperspacious sensors to understand the dynamic urban temperature. The

treatment of the urban climate can no longer be reconsidered by the urban modern

society it should be part of any urban projects and should be an essential

instrument for any government, administration, scientific community and society in

(22)

1. Introdução

Uma vez constatada a condição inexorável de urbanização por parte da

humanidade, consubstancia-se também a necessidade do aprofundamento da

reflexão sobre a vida na cidade, e, portanto planejar e ordenar a forma de

ocupação ou o desenvolvimento dos espaços urbanos. Para tanto, e

observando-se a emergência da questão ambiental contemporânea, particularmente no que

concerne às condições e qualidade de vida nas cidades, todos os elementos

componentes do meio biótico, abiótico e social devem ser levados em

consideração.

Estudar a cidade, o fato urbano, não é atributo de nenhuma ciência em

particular, isto porque a cidade se constitui numa verdadeira encruzilhada, na qual

se encontram diferentes realidades, dinâmicas, interesses e saberes (Mendonça,

2001).

Os estudos relativos à qualidade de vida nos centros urbanos são

contemporâneos à Revolução Industrial, porém nota-se que, somente no século

XX, em especial após a Segunda Guerra Mundial que esses estudos e seu

desenvolvimento passaram a ter uma participação marcante na necessidade de

construção de um ambiente urbano mais saudável. Essa temática ganha

relevância no meio político, científico, administrativo e da sociedade em geral

devido as consideráveis modificações introduzidas pelo processo de urbanização

no ambiente precedente e a criação, na maioria das vezes, de condições

ambientais prejudiciais à vida (Mendonça, 2003).

Se há uma preocupação explícita com o desenvolvimento de um ambiente

mais saudável e que, por conseguinte venha nos proporcionar melhor qualidade

(23)

sobre os problemas relacionados ao clima urbano como um dos componentes da

qualidade do ambiente.

Segundo Mendonça (2003) o clima constitui-se numa das dimensões do

ambiente urbano, e seu estudo tem oferecido importantes contribuições ao

equacionamento da questão ambiental.

Para o desenvolvimento do presente estudo adotou-se, como referencial

metodológico o trabalho conceitual proposto por Monteiro (1976), Teoria e Clima

Urbano por abordar o clima das cidades como um sistema, denominado Sistema

Clima Urbano – SCU, o qual é subdividido em três subsistemas: termodinâmico,

físico-químico e hidrometeórico.

Os núcleos urbanos com intenso uso do solo e verticalização da área

construída, principalmente em regiões de clima tropical produzem um acúmulo de

calor e causam desconforto térmico de tal magnitude que podem ultrapassar os

limites de tolerância da população que trabalha ou simplesmente circula por esses

lugares.

As componentes termodinâmicas do clima (subsistema termodinâmico) não

só conduzem ao referencial básico para a ação do conforto térmico urbano como

são, antes de tudo, a constituição do nível fundamental da resolução climática

para onde convergem e se associam todas as outras componentes (Monteiro,

1976).

Adotou-se o subsistema termodinâmico do SCU, tendo em vista que os

problemas relativos aos subsistemas físico-químico e hidrometeórico são menos

expressivos nas áreas de estudo.

Como toda organização complexa, o clima urbano admite uma visão

(24)

resolução. Embora esse sistema possa ser decomposto em diversos elementos,

as íntimas associações entre tais níveis permitem vincular os elementos em

conjuntos de maior afinidade e interação, conquanto nunca se possa, em verdade,

desincompatibilizá-los completamente (Monteiro 1976).

É impossível dissociá-los completamente, tanto na essência atmosférica

quanto na percepção do citadino. Assim como, por exemplo, não há meio de

desvincular a produção meteórica do comportamento e da composição

atmosférica, não se poderá considerar que a qualidade e as inundações do

espaço urbano estejam desvinculadas do conforto. Trata-se, antes de tudo, de um

artifício para a comodidade da análise que, como toda e qualquer análise, não

pode ser executada diretamente ao todo (Monteiro, 1976).

A abordagem do tema proposto nessa dissertação envolve várias áreas do

conhecimento: Geografia, como forma de percepção da organização espacial;

Planejamento Urbano, como necessidade de reordenamento espacial; Geologia e

Geomorfologia como caráter de entendimento do sítio primitivo da cidade;

Climatologia, como estudo do meio em que o homem interage; Sensoriamento

Remoto, como forma de ampliação da percepção espacial e o Planejamento

Ambiental, como ferramenta imprescindível na busca da sustentabilidade urbana.

Conforme estrutura dessa dissertação, inicia-se fazendo uma

caracterização da área de estudo, sua posição e extensão, histórico do surgimento

das áreas de análise, clima, geologia e geomorfologia e vegetação, no (item 2). Na

revisão bibliográfica, (item 3), fez-se uma abordagem do clima urbano, do sistema

clima urbano, do subsistema termodinâmico, da urbanização e do planejamento

urbano, da ilha de calor urbana e do sensoriamento remoto. Na metodologia,

adotou-se a sua subdivisão em três etapas: trabalho de campo, determinação dos

parâmetros climáticos urbanos e processamento de imagem. No (item 5),

resultados e discussões, fez-se uma análise separada para o Plano Piloto e para

(25)

comparativa entre as duas áreas e, por fim, o mapeamento das incidências de

ilhas de calor. No (item 6), encontram-se as conclusões e no (item 7), as

referências bibliográficas.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

A presente dissertação tem o objetivo de compreender e mapear o

comportamento termodinâmico das áreas centrais de negócio (CBD) do Plano

Piloto de Brasília e Taguatinga como instrumento de planejamento ambiental.

1.1.2 Objetivos Específicos

Avaliar as variações dos elementos termodinâmicos, tais como temperatura

de superfície, do ar, a umidade relativa do ar e a velocidade do vento nas áreas

centrais do Plano Piloto e de Taguatinga, por meio de perfis térmicos e por

sensoriamento remoto.

Comparar os dados climáticos obtidos em coleta de campo para as duas

áreas de análise com os dados do sensor ASTER.

Caracterizar o clima urbano como importante componente do planejamento

ambiental.

1.2 Importância e justificativa

A problemática ambiental está no centro das preocupações da sociedade

contemporânea. A complexidade que os problemas ambientais assumiram na

(26)

que seus contornos e limites escapem a objetivações mais apressadas. A crise

ambiental que o mundo vive é decorrente da redução do modelo de

desenvolvimento segregador, adotado pela sociedade contemporânea, baseado

em um alto dinamismo econômico, acompanhado de uma elevada desigualdade

social.

Só muito recentemente é que o clima urbano tem se configurado como

elemento essencial do planejamento, principalmente a partir do momento em que

a poluição gerada em tais ambientes, e sua estreita ligação com a dinâmica

atmosférica passaram a ser alvo de atenção dos planejadores. O entendimento do

clima urbano, particularmente dos seus componentes termodinâmicos, serve como

base para um melhor planejamento das cidades no que diz respeito ao conforto

térmico e a qualidade de vida da população.

As áreas centrais de negócio (CBD – Central Business District) do Plano

Piloto e de Taguatinga inserem-se no processo de degradação ambiental dos

centros urbanos brasileiros, e um estudo climático relacionado ao comportamento

termodinâmico dessas áreas, a partir de coleta de dados in loco e da utilização de

técnicas de sensoriamento remoto termal e hiperespacial, poderá contribuir de

forma significativa para a compreensão da variação local do clima urbano, alertar

os planejadores sobre a necessidade da inclusão de estudos climáticos no

planejamento, gerar subsídios para as ações do poder público e ampliar o canal

(27)

2. ÁREA DE ESTUDOS

2.1 Localização

O Distrito Federal está localizado entre os paralelos de 15º30' e 16º03' de

latitude sul e os meridianos de 47º25' e 48º12' de longitude W, na Região

Centro-Oeste, ocupando o centro do Brasil e o centro-leste do Estado de Goiás. Sua área

é de 5.8146 km², equivalendo a 0,06% da superfície do país, apresentando como

limites naturais o rio Descoberto o oeste, e a leste o rio Preto. Ao norte e ao sul, o

Distrito Federal é limitado por linhas retas. Limita-se ao norte com os municípios

de Planaltina, Padre Bernardo e Formosa, ao sul com Santo Antônio do

Descoberto, Novo Gama, Valparaíso de Goiás e Cristalina todos do Estado de

Goiás, a leste com o município de Cabeceira Grande, pertencente ao Estado de

Minas Gerais e Formosa pertencente ao Estado de Goiás, e a oeste com os

municípios de Santo Antônio do Descoberto e Padre Bernardo, também

pertencentes ao Estado de Goiás (SEDUH, 2002).

A região central do Plano Piloto de Brasília (Região Administrativa I) com

área total de 472,12 km², sendo 26,31km² de área urbana e 445,81km² de área

rural. Limita-se ao norte pela DF 001, ao sul pela margem esquerda do Lago

Paranoá, Riacho Fundo, EPAR (DF-047) e DF – 051, a leste pela Barragem do

Paranoá, DF-005, margem esquerda do córrego Bananal e DF-003, a oeste pela

DF-003, EPIG, Poligonal do Setor Sudoeste, Eixo Monumental, DF-003, DF-095,

Poligonal do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento, DF-097 e DF-001

(SEDUH, 2002).

Região central de Taguatinga (RA III) com área total de 121,55 km², sendo

30,18 km² de área urbana e 91,37 km² de área rural. Limita-se ao norte pela

DF-097, DF-001 e o Ribeirão das Pedras, ao sul, pela DF-075 e DF-001, ao leste, pelo

(28)

do Setor Park Way, e, a oeste, pela Poligonal da QSE, córrego Taguatinga, linha

do metrô, avenida leste, via que separa o SML da QI 416 e QI 616, DF-255,

QNM-33, QNM-31, QNM-29, QNM-27, QNM-28, QNM-30, QNM-32, Via M-3, Via MN-3,

linha que une a barra do córrego Currais com a interseção da BR-070 e Via MN-3

(SEDUH, 2002).

O foco maior de interesse dessa dissertação encontra-se nas Áreas

Centrais de Negócios ou CBD do Plano Piloto de Brasília e de Taguatinga,

(29)
(30)

2.1.1 Histórico do surgimento da Nova Capital e de Taguatinga

.

Foram muitas as idéias e intenções que sinalizaram positivamente sobre a

possibilidade de implantação da capital brasileira na região central do Brasil, mais

especificamente no Planalto Central. Essa idéia normalmente vem interligada a

outras, num conjunto no qual aparecem os seguintes temas e propostas de ação:

a integração mais efetiva do espaço nacional; a ocupação do interior do país

mediante uma marcha para o oeste; o estabelecimento de uma divisão territorial

administrativa de caráter mais nacional do país; a construção de uma rede de

transportes densa e eficaz, cujo caráter seria de facilitador da interiorização da

economia e da população; a preocupação com as fronteiras do país; e o tema

central que praticamente incorpora e norteia os demais: o de se estabelecer

metodicamente um conceito de segurança nacional (Vesentine, 1987).

Relata-se que no ano de 1750 iniciativas do cartógrafo genovês Francisco

Tossi Colombino, que elaborou a carta de Goiás e províncias próximas e sugere a

mudança da capital para essa região (Fonseca et al, 2001).

O jornalista e proprietário do jornal “Correio Braziliense”, Hipólito José da

Costa, iniciou no século XIX uma campanha, cuja intenção maior foi defender a

idéia de transferência da capital tendo como marco central e ponto de referência a

área de abrangência das cabeceiras dos rios Araguaia, Tocantins, São Francisco

e Paraná, ou seja, uma região sobre o Planalto Central brasileiro, situado mais

precisamente a cerca de 15° de latitude sul (Fonseca et al. 2001).

Os argumentos mais plausíveis que sustentavam as iniciativas de

transferência da capital se apoiavam sempre nas excelentes qualidades e

condições ambientais da região central do Brasil, juntamente com suas riquezas

naturais, que seriam capazes de sustentar com boa qualidade de vida o

contingente populacional que para aí se dirigisse. Somando-se aos argumentos já

(31)

político-estratégica, de segurança e de desenvolvimento para a região, até então um

grande vazio demográfico (CODEPLAN, 1992).

A proclamação da República em 1889 transforma o ideal de transferência

em preceito constitucional e estabelece em seu artigo 3.° que “Fica pertencendo à

União, no Planalto Central da República, uma zona de 14000 Km², que será

oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal”

(Vasconcelos, 1978, citado por Vesentine, 1987).

A primeira iniciativa oficial do Governo brasileiro em concretizar a idéia de

mudança da capital toma corpo e fôlego por meio da Comissão Exploradora do

Planalto Central do Brasil, que foi chefiada pelo astrônomo Luiz Crulz, na época,

diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. A comissão era composta

por profissionais das áreas de Geografia, Medicina, Botânica, Geologia,

Engenharia, entre outras. A missão Cruls como ficou conhecida, trabalhou na

região durante dois anos – de 1892 a 1894. Nessa época, realizou-se a

identificação da área previamente determinada pela Constituição, demarcando-a.

O quadrilátero Cruls como ficou conhecido, aparece pela primeira vez em um

mapa do Planalto Central e é reconhecido oficialmente como “Distrito Federal”

(Fonseca, et al 2001).

A missão Cruls relata dados referentes à topografia, fauna, flora, cursos

d’água e ainda o clima, que passa a ser um aspecto bastante considerado.

Um dos resultados que a comissão

colheu, e sobre o qual ousamos chamar

atenção, é concernente ao clima da região

explorada... Em resumo, a zona demarcada

goza, em sua maior extensão, de um clima

extremamente salubre, em que o imigrante

europeu não precisa de acclimação, pois

(32)

offerecem as regiões mais salubres da zona

temperada européa (CODEPLAN, 1992 pág

109).

Devido aos resultados positivos que foram obtidos pela primeira comissão

exploradora do Planalto Central, em julho de 1894, Cruls já era designado para

presidir a segunda comissão de estudos da nova capital da União. Essa comissão

faz estudos mais detalhados e especifica a área do quadrilátero já demarcado.

Todavia ao se fazer uma leitura de ambos os relatórios dessa comissão,

percebe-se que não percebe-se colocou em nenhum momento o significado da cidade-capital na

sociedade ou mesmo a questão de sua posição ou situação geográfica. Sua

preocupação maior foi apenas de delimitar e descrever alguns aspectos tais como

os tipos de rocha, topografia, facilidade de obtenção de materiais de construção,

etc. de uma área já escolhida a priori (Vesentine, 1987).

Em 1922, em decorrência das comemorações do Centenário da

Independência do Brasil, houve o lançamento da pedra fundamental da futura

capital. A área escolhida foi a do morro do centenário, Serra da Independência em

Planaltina, na época, cidade pertencente a Estado de Goiás. Somente em 1952 o

congresso nacional aprova uma lei de estudos para escolha de um sítio que

posteriormente abrigaria a Capital Federal (Fonseca et al, 2001).

Em 1955 são concluídos os estudos do Relatório técnico sobre a nova

capital da República. O Relatório Belcher aponta uma série de fatores que

concorreram para se chegar à identificação de um sítio que melhor pudesse

acomodar uma cidade. A configuração do terreno, o tipo de solo, a profundidade

da rocha firme, o potencial hidráulico, a latitude, a possibilidade de abastecimento

adequado de água, o microclima, a conexão com rodovias-tronco e ferrovias, os

aspectos do terreno, acidentes naturais especiais que possam ser aproveitados

para fins recreativos, etc (Belcher & Assoc, 1955).

(33)

implantar a nova capital. O relatório foi minucioso em determinar a grande

vantagem climática do sitio castanho em relação aos demais.

O Sítio Castanho é um sítio convexo. É

aberto a todas as influências dos ventos

predominantes e, durante os períodos de

calmaria, êle tem uma forma topográfica ideal

para promover a drenagem do ar através do

sítio da cidade. O ar se movimenta no planalto

alto e seco através da área da cidade e se

drena dentro do vale florestado do rio São

Bartolomeu. Este vale florestado é de tamanho

suficiente e fica a uma distância suficiente para

não constituir uma desvantagem para o Sítio

Castanho. A área do sitio é bem drenada

condição essa que reduzirá a umidade a um

mínimo. Ela é coberta com uma floresta de

árvores baixas de melhor qualidade que a de

quaisquer outras áreas altas. Esta influenciará

provavelmente o microclima e dessa forma

reduzirá a temperatura do solo e a influência da

radiação noturna. Relatório Técnico sobre a

Nova Capital da República, citado por Paviani &

Gouveia, et al, (2003).

Segundo Bustos Romero (2003), Lúcio Costa fez uma acertada leitura do

sítio acomodando seu projeto à sua forma. Estabeleceu um vínculo com o espaço

ao escolher, para localização da capital, o triangulo contido entre os braços do

lago. Este triângulo ergue-se ligeiramente sobre os terrenos laterais mais baixos

que chegam a este corpo d'água. Na linha do espigão, estabeleceu o Eixo

Monumental, e acompanhando a curvas de nível que descem até o lago,

(34)

Nasceu de um gesto primário de quem

assinala um lugar ou dele toma posse; dois

eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o

próprio sinal da cruz. Procurou-se depois a

adaptação á topografia local, ao escoamento

natural águas, á melhor orientação,

arqueando-se um dos eixos a fim de contê-lo no triângulo

que define a área urbanizada.

O presidente da República Café Filho aprova em 1955 a área da nova

capital que abrangeria os municípios de Planaltina, Formosa e Luziânia

pertencentes ao Estado de Goiás (Fonseca et al, 2001).

No governo de Juscelino Kubitscheck, em setembro de 1956 foi sancionada

a Lei n° 2874 que dispunha sobre a mudança da capital federal e criava a

Companhia Urbanizadora da Nova Capital (NOVACAP). A decisão governamental

de construir a Nova Capital do Brasil no Planalto Central atraiu um enorme

contingente de imigrantes para a região. Esse quantitativo populacional excedente

acabava se instalando nas proximidades do Plano Piloto, porém, em péssimas

condições de habitação (IPDF, 1987).

Na tentativa de frear esse fluxo populacional em grande escala, o Governo

adotou uma série de iniciativas, entre elas a interceptação de veículos nas

estradas, obrigando-os a retornarem as suas cidades de origem. Porém, essas

medidas não foram suficientes para reverter à problemática em evidência e, diante

da impossibilidade de frear o fluxo migratório, o Governo Federal decide, em 1958,

antes da inauguração da nova capital, pela criação das cidades-satélites (IPDF,

1987).

Marcadas pela conquista do território, as decisões, em vez de planejadas,

eram pragmáticas, autoritárias e voluntaristas, prevalecendo o imediatismo, com

(35)

objetivo era tornar a implantação da nova capital no Planalto Central um fato

irreversível. No ano de 1960, já existia um embrião do aglomerado urbano atual,

formado pelo Plano Piloto e por nove pequenas cidades, a maioria delas criadas

pelo estado, seja por iniciativa própria ou por pressões de reivindicações dos

trabalhadores migrantes (Paviani et al, 1999).

Segundo o Plano Diretor Local (PDL) de Taguatinga (1987), no dia 05 de

junho de 1958 uma grande massa popular reuniu-se à frente de uma churrascaria

chamada JK, na Cidade Livre, atual Núcleo Bandeirante, onde estava marcado um

jantar com o então presidente da República Juscelino Kubitscheck. Os

manifestantes reivindicavam o assentamento de suas famílias no local onde já

estavam instaladas em barracos de lona e em precárias condições. Esse local era

denominado de Vila Sara Kubitscheck, localizada em frente à Cidade Livre, à

margem da rodovia que ligava Brasília a Anápolis, BR-060. O jantar foi cancelado

e o diretor da NOVACAP, Dr. Ernesto Silva, dirigiu-se aos manifestantes,

informando-os sobre a determinação governamental de criação da

“cidade-satélite” para onde seriam removidos.

Como é comum em quase todos os casos de assentamento de população

de baixo poder aquisitivo, esse processo se concretizou em um curto intervalo de

tempo entre a determinação governamental e sua efetivação. Em apenas dez

dias, cerca de quatro mil pessoas foram instaladas em lotes demarcados às

pressas. No local, foram instaladas provisoriamente rede de água, fossas, e os

caminhões da Novacap faziam o transporte diário dos trabalhadores para os

canteiros de obra do Plano Piloto. Primeiramente a área foi denominada Vila Sara

Kubitscheck, em referência ao lugar de origem da população assentada.

Posteriormente, a cidade passou a ser denominada de Santa Cruz de Taguatinga

e finalmente Taguatinga, palavra de origem Tupi-Guarani, que significa ave branca

(36)

A aquisição dos lotes na “nova cidade” se dava da seguinte forma: o

departamento imobiliário da NOVACAP fazia a regularização após a autorização

da aquisição do terreno pelo subprefeito. O comprador pagava uma mensalidade

pelo imóvel adquirido, que seria posteriormente deduzida no valor do mesmo, na

hora de sua aquisição definitiva, que só poderia ocorrer depois de cinco anos.

Com a inauguração da Nova Capital, as coisas fugiram do controle, praças

públicas foram loteadas e terrenos foram distribuídos segundo outros critérios, tais

como apadrinhamento político. Como a planta do parcelamento não havia sido

inicialmente registrada em cartório, isso acarretou na prática de compra e venda

de lotes por protocolo (IPDF, 1987 pg. 10).

Desde sua fundação a cidade de Taguatinga tem sofrido um enorme

impacto na sua estrutura urbana. Apenas dois anos após a sua criação, a cidade

já contava com um contingente de 26 mil habitantes e esse contingente continuou

a crescer e a se multiplicar no tempo e no espaço (SEDUH, 2002).

Hoje torna-se inconcebível um estudo do processo ocupacional, sem que

haja uma correlação com a implantação de cidades circunvizinhas que impactam a

sua estrutura e causam uma sobrecarga no sistema viário, com um número

excessivo de veículos circulando em sua área central. Também pode-se constatar

uma sobrecarga na infra-estrutura urbana, com a modificação em 1980, do

gabarito das edificações dos setores centrais, CSA, CSB e CNB. Essas alterações

causam problemas na forma de circulação do ar, na dispersão de poluentes, um

aumento na geração de calor antrópico, pela concentração de pessoas e

atividades, problemas relativos ao fornecimento de água, dificuldade na

circulação, enfim alterações significativas na qualidade do ambiente causando

prejuízos à qualidade de vida da população que vive, trabalha ou simplesmente

(37)

2.1.2

Particularidades Socioeconômicas e Demográficas entre

o Plano Piloto e Taguatinga.

O surgimento de Brasília se dá num momento em que o Brasil entrava em

uma nova fase de desenvolvimento econômico, é um período transitório em que o

país deixava de ser essencialmente agrícola para ingressar num processo de

urbanização intensa. O crescimento populacional de Brasília superou em pouco

tempo as expectativas de seus idealizadores. Em apenas dez anos de

consolidação, o Distrito Federal já havia atingido os 500.000 habitantes previstos

como contingente máximo de sua carga populacional.

A população do Distrito Federal salta de um total de 140.164 mil habitantes

em 1960, sendo 88.334 urbana e 51.830 rural para 2.043.169 milhões em 2000,

sendo 1.954.442 urbana e 88.727 rural, ou seja, 95,66% da população do DF em

2000 era urbana, média bem superior a nacional que era de 81,2%. A RA I tem

uma população de 198.422 habitantes representando 9,67% do total da população

do DF. A população de Taguatinga é de 243.545 habitantes representando

11,88% do total da população do DF segundo a CODEPLAN (SEDUH, 2002).

Brasília é tida como a RA que concentra a maioria das famílias de alta

renda do DF. Se considerar aquelas que tem rendimento acima de 25 salários

mínimos, 84,28% destas últimas são moradores do Plano. Taguatinga possui um

percentual de 25,93% da população do DF com alta renda (Paviani & Gouveia,

2003).

O espaço urbano é uma verdadeira expressão simbólica, uma linguagem

que explica o espaço social. Pode-se considerar o Plano Piloto e os Lagos Sul e

Norte mais homogêneos do ponto de vista de renda média de seus habitantes, e

também na oferta de um meio ambiente urbano adequado e de alto padrão,

(38)

se classifica no rol de cidade mais heterogênea em termos de renda média, o que

se reflete também numa qualidade ambiental de vida urbana diversificada,

variando entre áreas com padrões satisfatórios de qualidade a ambiental e áreas

completamente carentes (Paviani & Gouveia, 2003).

As áreas melhor localizadas e, portanto com maior valor, são ocupadas

pela população de maior renda, restando à parcela de menor poder aquisitivo a

ocupação das áreas de menor valor, com restrita acessibilidade a bens e serviços

urbanos. Tal processo se expressa na segregação social do espaço (Pereira,

2001).

Segundo Pereira (2001) os diferentes valores traduzidos em preços

assumidos pelas áreas urbanas implicam em uma distribuição espacial da

população de acordo com a capacidade desta em arcar com os custos de

localizações específicas. Essa é a razão da existência na cidade de áreas onde

predominam grupos sociais heterogêneos sob o ponto de vista de renda.

Taguatinga é o aglomerado com maior característica de cidade no sentido

em que aparece aí uma heterogeneidade absoluta de renda entre os seus

moradores, demonstrando uma diversidade de padrões de vida digna de um

centro urbano; o Plano Piloto e os Lagos aparecem mais como bairros de

população de alto poder aquisitivo (Paviani & Gouveia, 2003).

Quadro 2.1:Distribuição das classes de renda familiar da RA I e RA III (DF, 1997). RAs (%) Até 2 SM 2 a 10 SM 10 a 25 SM 25 a 40 SM + de 40 SM

I - Brasília 6,65 6,42 21,24 37,23 47,05

III-Taguatinga 7,33 7,76 5,99 3,97 0,67

Fonte: TEMAS Codeplan - 1 – Perfil socioeconômico das famílias do Distrito

(39)

2.1.3 Clima

Segundo Monteiro (1976) “o clima é a série dos estados atmosféricos acima

de um lugar, em sua sucessão habitual”. Contrapondo–se às definições clássicas

que enfatizam a caracterização das condições médias da atmosfera, a definição

de Sorre (1954) evidencia o caráter dinâmico do clima, introduzindo a idéia de

variação e ritmo (Monteiro, 1976).

De acordo com a classificação de Köppen, o clima do Distrito Federal é tropical com a concentração da precipitação pluviométrica no período de verão. Os

meses mais chuvosos são novembro, dezembro e janeiro, e a época seca ocorre

nos meses de inverno, ou seja, de junho a agosto. Dentro da área, não há

variações significativas da precipitação pluviométrica; entretanto, as diferenças

altimétricas são responsáveis por variações na temperatura, fato que permite a

observação dos seguintes tipos climáticos, conforme a classificação de Köppen

(Baptista, 1999):

- Tropical (Aw) - Clima de savana, cuja temperatura do mês mais frio é

superior a 18°C. Este tipo climático situa-se aproximadamente nos locais com

cotas altimétricas abaixo de 1.000 metros: por exemplo, as bacias hidrográficas do

São Bartolomeu, do Preto, do Descoberto e do Maranhão.

- Tropical de Altitude (Cwa) - O mês mais frio possui temperatura inferior a

18°C com uma média superior a 22°C no mês mais quente. Este tipo corresponde

à unidade geomorfológica conhecida como Pediplano de Brasília, que abrange

aproximadamente as altitudes entre 1.000 e 1.200 metros.

- Tropical de Altitude (Cwb) - Caracterizado por uma temperatura inferior a

18°C no mês mais frio com média inferior a 22°C no mês mais quente. Abrange as

áreas com cotas altimétricas acima de 1.200 metros, que correspondem à unidade

(40)

Percebem-se algumas diferenças no clima do sítio da capital após 40 anos

aproximados de controvérsias ambientais e de urbanização acelerada. As

temperaturas não sofreram grandes modificações; as precipitações e a umidade

diminuíram; janeiro já não é considerado o mês mais úmido, e sim dezembro, nem

setembro é o mais seco, sendo agora agosto. A velocidade dos ventos aumentou,

porém suas direções mantiveram-se as mesmas. Embora a insolação tenha

diminuído, de um modo tem-se percebido seu aumento na estação do verão

(Bustos Romero, 2003).

2.1.4 Climatologia da região Centro-Oeste.

Por sua porção oriental, durante todo o ano, sopram ventos oriundos do

Nordeste e Leste do anticiclone subtropical semifixo do Atlântico Sul, responsáveis

pela estabilidade do tempo, em virtude de sua subsidência superior e conseqüente

inversão de temperatura, ou ainda ventos variáveis também estáveis das

pequenas dorsais ou altas móveis, destacadas do citado anticiclone subtropical.

Os ventos de Nordeste têm maior constância, e os de Leste são mais comuns no

verão.

Existem sujeições a mudanças bruscas na estabilidade do tempo, que são

provenientes de diferentes sistemas de circulação ou correntes perturbadas,

podendo-se destacar três com maiores intensidades:

a) Sistema de correntes perturbadas de oeste – de linhas de instabilidade

tropical (IT);

b) Sistemas de correntes perturbadas de norte da convergência intertropical

(CIT);

c) Sistemas de correntes perturbadas de sul – do anticiclone polar e frente

(41)

Uma série de fatores geográficos como a posição continental à extensão

latitudinal entre 5° e 22° de latitude sul e dinâmicas (sistema de circulação

atmosférico) fazem com que o comportamento termodinâmico da região

Centro-Oeste seja bastante variado (Nimer, 1989).

A configuração do relevo por intermédio da altitude determina que as áreas

mais altas das chapadas e das superfícies cristalinas do centro-sul da região

possuam temperaturas médias anuais entre 22°C e 20°C e que essas

temperaturas médias desçam abaixo de 20°C em áreas com altitudes superiores a

1200m, na chapada da contagem nas proximidades do Plano Piloto de Brasília

(Nimer, 1989).

A primavera e o verão apresentam-se como estações mais quentes,

principalmente na primavera, ocasião em que há deslocamento do Sol em direção

aos paralelos da região, e a estação chuvosa ainda não se faz presente. A

determinação das maiores temperaturas vai variar de acordo com a diferenciação

entre as superfícies mais e menos elevadas (Nimer, 1989).

No inverno, as baixas temperaturas são determinadas pela ação do

anticiclone polar que sucede a passagem de frentes frias que, ao transporem a

Cordilheira dos Andes, produzem, na zona frontal, uma advecção de ar tropical. O

interior da região, que se encontrava sob ação de calmarias, passa a apresentar

ventos de NE e NO que resultam em elevação das temperaturas máximas com

queda da umidade (Nimer, 1989).

Na região, predominam temperaturas elevadas; porém, seu inverno se

caracteriza por temperaturas mais amenas e frias, principalmente no centro-sul em

decorrência da latitude, altitude e maior efeito da massa polar (Nimer, 1989).

O território regional do Centro-Oeste brasileiro é normalmente bem regado

(42)

circulação perturbada oeste, que decresce em importância de norte a sul e de

leste a oeste (Nimer, 1989).

O regime de distribuição das precipitações na região é caracteristicamente

tropical, alcançando máximas no verão e mínimas no inverno. Na região central,

usualmente o trimestre mais chuvoso é o de dezembro, janeiro e fevereiro (Nimer,

1989).

As precipitações estão sujeitas a totais bem diferenciados, podendo a

média do desvio pluviométrico anual positivo ou negativo, em relação a normal na

maior parte do território da região ser de aproximadamente 15%. O inverno é

excessivamente seco, pois durante esta estação o efeito de correntes perturbadas

de oeste cessa ou são raríssimos e a região fica dependente de chuvas frontais

que são trazidas pelo anticiclone polar (Nimer, 1989). A tabela 2.1 mostra a variação do total mensal para a estação Brasília e o gráfico 2.1 apresenta a distribuição anual da precipitação pluviométrica da estação Brasília.

Tabela 2.1: Totais mensais de precipitação pluviométrica da estação Brasília (15°47’ lat.S e 47°56’ long. W).

Mês jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Total

(mm)

241.4 214.7 188.9 123.8 39.3 8.8 11.8 12.8 51.9 172.1 238.0 248.6

(43)

Gráfico 2.1: Distribuição anual dos totais mensais da estação Brasília.

Precipitação Pluviométrica Brasília (1963 a 1990)

0 50 100 150 200 250 300

jan. fev. mar. Abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Meses

(mm)

(Baptista, 1999).

2.1.5

Geologia

A região do DF está localizada no setor oriental da Província Estrutural do

Tocantins, mais especificamente situada na porção centro-sul da Faixa de

Dobramentos Brasília figura-2.2. A geologia da região é composta por rochas metassedimentares do Grupo Canastra, Paranoá, Araxá e Bambuí (Freitas-Silva &

Campos, 1999).

O Grupo Paranoá é considerado de idade Meso/Neoproterozóica, sendo

composto por rochas metapsamo-pelíticas e carbonatadas, estudadas por Faria

(1989, 1995) na região de São João da Aliança/Alto Paraíso de Goiás. No DF são

separadas em seis unidades, correlacionáveis da base para o topo com as

(44)

O Grupo Canastra é datado como de idade Meso/Neoproterozóico, sendo

subdividido nas formações Serra do Landin, Paracatu e Serra dos Pilões. No DF é

constituído principalmente por clorita e sericita filitos e subordinadamente

calcifilitos, filitos carbonosos, quartzitos e mármores finos, correlacionáveis com as

formações Serra do Landin e Paracatu (Freitas-Silva & Campos, 1999).

O Grupo Araxá foi datado como Neoproterozóico, sendo no DF,

representado por moscovita xistos, clorita-quartzo xistos, muscovita-granada

xistos e raras lentes de quartzitos micáceos (Freitas-Silva & Campos, 1999).

O Grupo Bambuí foi exaustivamente estudado por Dardenne (1978), sendo

considerado de idade Neoproterozóica e constituído por uma seqüência

pelito-carbonatada-arcoseana, dividida da base para o topo nas formações Jequitaí,

Sete Lagoas, Serra da Saudade, lagoa do Jacaré e Três Marias. No DF é

representado por metassiltitos, metassiltitos argilosos, metargilitos e raras

intercalações de arcóseos, correlacionáveis ao topo da Formação Serra da

(45)
(46)

2.1.6 Geomorfologia

Segundo Novaes Pinto (1986), citado por Martins & Baptista (1999), a

paisagem natural do DF apresenta-se integrada por 13 unidades geomorfológicas,

que constituem geossistemas inter-relacionados e hierarquizados. Por suas

similaridades morfológicas e genéticas, as unidades geomorfológicas agrupam-se

em três tipos de paisagem (macrounidades) característicos da região de cerrados:

1) Região de Chapada - A Macrounidade Região de Chapada ocupa cerca

de 34% da área do DF e é caracterizada por topografia plana a plano-ondulada,

acima da cota 1.000m, destacando-se a Chapada da Contagem, que praticamente

contorna a cidade de Brasília. Desenvolve-se sobre quartzitos (Chapadas da

Contagem, Brasília e Pipiripau), ardósias, filitos e micaxistos (Chapada Divisora

São Bartolomeu - Preto e a Divisora Descoberto - Alagado). As coberturas são

formadas principalmente por couraças vesiculares/ pisolíticas e latossolos.

2) Área de Dissecação Intermediária - Este tipo de paisagem ocupa cerca

de 31 % do DF e corresponde às áreas fracamente dissecadas, drenadas por

pequenos córregos, modeladas sobre ardósias, filitos e quartzitos (depressão do

Paranoá e vale do rio Preto). Nos interflúvios ocorrem couraças, latossolos e

fragmentos de quartzo.

3) Região Dissecada de Vale - Ocupa aproximadamente 35% do DF e

corresponde às depressões de litologias de resistências variadas, ocupadas pelos

principais rios da região.

Tanto as chapadas como os pediplanos e pedimentos são residuais de

(47)

processos de etchiplanação durante o Terciário, e os demais (pediplanos e

pedimentos), por processos de pediplanação e pedimentação iniciados no

Plioceno e alternados durante o Quaternário, por fases de dissecação ao longo

dos vales (Novaes Pinto, 1987, citado por Martins & Baptista, 1999).

A evolução é considerada a partir de um extenso aplainamento cretácico

por pediplanação, sob condições ambientais caracterizadas por aridez. A

reativação tectônica iniciada no Cretáceo Médio propiciou continuado

soerguimento e inclinação da área para E/SE, em direção à calha do rio São

Francisco. O ambiente cretácico foi alterado no início da era cenozóica, durante o

Paleógeno, quando surgiram condições de clima tropical úmido, com duas

estações bem marcadas e de longa duração. O clima, associado com a

continuidade da epirogênese, foi responsável por um estágio temporal de

equilíbrio dinâmico do sistema natural, que gerou um aplainamento por

etchiplanação em rochas quartzíticas. Esta nova superfície é denominada de

etchiplano Paleogênico. No final do Eoceno, em virtude da diminuição do ritmo da

epirogênese, os níveis de base de erosão foram alterados e interrompeu-se o

equilíbrio dinâmico do sistema primitivo. Durante o Neógeno, a redução da

atividade epirogenética associou-se às alterações do clima tropical semi-úmido,

que passou a apresentar períodos mais curtos de chuvas e secas (Novaes Pinto,

1994, citado por Martins & Baptista, 1999).

Estas novas condições ambientais evoluíram para o equilíbrio dinâmico dos

sistemas naturais. Novo processo de etchiplanação é fixado na região, porém,

com o rebaixamento do nível de base de erosão, forma-se uma depressão

interplanáltica sobre as rochas tenras, que vem representar o etchiplano

Neogênico. Essa evolução se manteve até o final do Plioceno, quando ocorreu

alteração climática para condições semi-áridas, associada à mudança dos níveis

(48)

à redução do intemperismo diferencial químico e à retração da cobertura vegetal

(Martins & Baptista, 1999).

Sob as novas condições ambientais, o intemperismo físico atuou nos

interflúvios, que passaram a fornecer detritos transportados em curtos trajetos e

depositados no sopé das vertentes, que evoluíram paralelamente a si mesmas e

aplainadas por erosão lateral. Durante o Pleistoceno inicia-se um período com

grandes alternâncias climáticas que permitiram nova sequência de

desdobramentos dos sistemas naturais (Martins & Baptista, 1999).

A mudança final para as condições de clima semi-úmido, atual na região

Centro-Oeste, deu-se no final do período Altitermal, no Holoceno. Verifica-se,

assim, a ocorrência do intemperismo químico diferencial, que é conseqüência da

ação solvente da água em subsuperfície, por meio da lixiviação, provocando

rebaixamento topográfico e a formação de rególito (Martins & Baptista, 1999).

2.1.7 Vegetação

O Distrito Federal tem 100% de seu território na área nuclear da região dos

cerrados, o segundo maior bioma pertencente ao domínio morfoclimático do Brasil

e da América do Sul. Nas últimas décadas, poucas regiões no mundo tiveram

crescimento econômico como o ocorrido no Centro-Oeste brasileiro, apesar das

restrições edáficas e hídricas. O impressionante aumento da produção agrícola,

do rebanho bovino, da infra-estrutura, da atividade industrial, da exploração do

subsolo, além do considerável aumento do contingente demográfico, fizeram com

que a região mudasse radicalmente seu perfil nos últimos trinta anos (Fonseca et

(49)

O modelo como vem sendo conduzido esse crescimento tem deixado muito

a desejar no que diz respeito à conservação desse bioma. Percebe-se a

instalação de um permanente processo de degradação ambiental e social,

chegando a colocar em risco parte significativa das riquezas da região, o

patrimônio cultural, os recursos naturais e até mesmo a continuidade da atividade

econômica desencadeada (Fonseca et al, 2001).

A agropecuária, base da economia, juntamente com o acelerado processo

de urbanização e ainda os garimpos, são os maiores responsáveis pelos impactos

negativos produzidos sobre o meio ambiente no bioma cerrado. Utiliza-se o solo

agricultável sem as devidas técnicas de manejo; explora-se a fauna e a flora

indiscriminadamente; faz-se uso abusivo de agrotóxicos na lavoura e de mercúrio

na extração aurífera. Essas formas inadequadas de uso e ocupação do solo tem

contribuído para a contaminação do mesmo e da água; as matas ciliares são

destruídas desencadeando processos contínuos de erosão do solo, assoreamento

dos rios, diminuindo as vazões e a biota local. Entre outras, essas são as

ameaças que exigem alternativas ecologicamente sustentáveis para conservação

e preservação da vegetação do Planalto Central do Brasil.

O cerrado possui uma grande diversidade climática, de solos e composição

biológica. Percebe-se a coexistência de 11 biotas (flora + fauna) que convivem

harmoniosamente sem se misturar ou permeando-se em faixas de transição de

fitofisionomias. Sua biodiversidade é tão vasta que se pode comparar com a

biodiversidade da região amazônica, uma das regiões mais biodiversas do planeta

(Fonseca et al, 2001).

Nota-se uma grande variação de vegetação de Interflúvio tais como: mata

mesolítica ou mata seca; Cerradão; cerrado típico; cerrado ralo ou campo cerrado;

(50)

associada à presença de água como o campo úmido; campo de murunduns;

vereda;brejo; mata de galeria e por fim mata ciliar.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Clima

urbano

Por constituir uma das dimensões do ambiente urbano, o estudo do clima

tem oferecido contribuições importantes para um maior equacionamento da

questão ambiental dos centros urbanos, onde as condições naturais do sítio

geo-ecológico são substituídas por um ambiente artificialmente construído, que passa

a ser o local de impacto máximo da ação antrópica sobre a superfície terrestre.

As interações entre as atividades humanas e o ambiente se dão em um alto

nível de complexidade e tendem a crescer com a expansão dos ambientes

urbanos. As transformações ocorridas na natureza e a atuação dos mecanismos

que lhes são peculiares são capazes de em circuitos contínuos de “feedbacks”

positivo e negativo, gerar novas situações e processos cada vez mais complexos,

forçando a novas adaptações ou ajustamentos da sociedade e com elas

posteriores repercussões ambientais (Gonçalves 1992).

Com a substituição das superfícies e formas naturais pelas unidades

artificiais urbanas, o ser humano tem modificado as propriedades físicas e

químicas e os processos aerodinâmicos, térmicos, hidrológicos e de intercâmbio

de massa que ocorrem na camada limite da atmosfera. Em conseqüência, as

propriedades meteorológicas do ar dentro e imediatamente acima das áreas

urbanas ficam profundamente modificadas, criando um distinto tipo climático local,

(51)

Segundo Carmona (1988), Oke (1988) e Givone (1988) apud Bustos

Romero (2000), algumas das influências básicas que diferenciam o clima de uma

cidade do clima de sua área circundante são:

a) A transformação artificial da superfície terrestre: os materiais da superfície

urbana diferem dos da paisagem natural. Os materiais urbanos possuem

capacidade térmica mais alta que a dos materiais dos ambientes naturais e

ao mesmo tempo resultam em melhores condutores. A forma da superfície

urbana é também muito diferente da do meio natural: é mais rugosa,

resultando numa maior fricção entre a superfície e os ventos locais. As

superfícies externas das edificações atuam como refletoras e radiadoras,

aumentando os efeitos da radiação incidente. O efeito diferenciador entre

as duas paisagens fica acentuado quando a altura solar é mínima. A

paisagem natural apresenta poucas superfícies verticais onde possam

incidir os raios solares.

b) A infra-estrutura urbana de drenagem elimina rapidamente a água da

chuva, impedindo a incorporação ao chão e o aumento da umidade. A

evaporação nas áreas urbanas é menor que a das áreas rurais.

c) Aumento da contaminação do ar pelas atividades urbanas geram fumaças,

gases e poeira, que se incorporam à atmosfera. As substâncias em

suspensão no ar reduzem a insolação e prejudicam a re-irradiação para o

espaço.

d) Geração local de energia térmica. As cidades produzem calor tecnógeno,

por causa das indústrias, dos veículos de transporte e de algumas

(52)

O processo de urbanização faz com que o clima das cidades adquira

fatores que o distingam das principais características do clima prevalecente

“localmente”. Esta inconformidade com as características climáticas locais gera

uma forma particularizada de clima, e, devido a sua área de abrangência, é

eventualmente denominado microclima urbano (Matsuda, 2003).

Não seria ilegítimo ou exorbitante, contudo, ver a cidade como fato

geográfico penetrando em seu interior, observando e confrontando o ar

comprometido com o organismo urbano, em meio à sorte de efeitos anômalos que

vão produzir o “clima urbano”, uma das componentes básicas ao quadro geral da

qualidade ambiental da cidade (Ribeiro, 2000).

Segundo Brandão (1996), é na cidade ou ambiente urbano que a ação do

homem se faz com intensidade máxima. A magnitude de produção e

armazenagem de calor nos centros urbanos são profundamente alterados e

diferenciados daqueles do ambiente circundante. Aliados à própria dinâmica da

população aí concentrada, circulando e desempenhando variadas atividades e

serviços, fazem com que as cidades sejam – por excelência – os lugares onde as

resultantes ambientais configuram-se como obra conjunta de uma natureza

retrabalhada e afeiçoada aos propósitos do viver humano (Monteiro, 1976).

A cidade, por sua vez, gera um clima próprio (clima urbano), resultante da

interferência de todos os fatores que se processam sobre a atmosfera urbana e

que agem no sentido de alterar o clima em escala local. Seus efeitos mais diretos

são percebidos pela população mediante manifestações capazes de desorganizar

a vida da cidade e deteriorar a qualidade de vida de seus habitantes (Monteiro

1976).

A urbanização resulta em grandes modificações no ambiente existente, os

elementos que compõem o clima urbano sofrem modificações em função das

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