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BIOÉTICA: O MEIO AMBIENTE E O MEIO

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Academic year: 2021

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BIOÉTICA: O MEIO AMBIENTE E O “MEIO”

VIANA, Luciene da Silva

1

FASSARELLA, Crislaine

2

LOURENCINE, Fernanda

3

PURCINO, João Marcos

4

PEÇANHA, Thaís

5

RESUMO

O presente artigo aborda a relação entre bioética e o meio ambiente. Especificamente propõe-se demonstrar a origem da bioética e sua importância diante às discussões morais, onde a relação homem-natureza é algo que precisa ser renovada a cada amanhecer, para que os recursos não se esgotem. A revisão de literatura aborda as propostas de Arne Naess e as suas diferenças frente à visão de mundo predominante e tem como objetivo despertar, ampliar e focar para uma reflexão sobre a importância dos temas relativos à interseção entre a Bioética e às Ciências Ambientais e assim adquirir uma consciência ambiental. Concluindo que esta conscientização da população para a importância da sustentabilidade é questão que permeia a agenda de todas as nações desenvolvidas e em desenvolvimento.

Palavras-chave: Bioética; Meio Ambiente; Consciência ambiental.

1

Professor orientador: Especialista em Docência do Ensino superior-CUSC-ES; Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica-CUSC-ES, luciene.s.viana@gmail.com.

2

Graduanda do Curso de Fisioterapia, crislainefassarella@hotmail.com;

3

Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, fernanda.iriri@hotmail.com ;

4

Graduando do Curso de Ciências Biológicas, jmporquideas@hotmail.com

5

Graduanda do Curso de Ciências Biológicas, thaispecanh@hotmail.com.

Psicopedagogia Institucional e Clínica-CUSC-ES, luciene.s.viana@gmail.com.

Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo

Cachoeiro de Itapemirim – ES, julho de 2015.

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1. INTRODUÇÃO

A cada dia percebemos a importância de uma aprendizagem humana, reflexiva e integral com objetivo de desenvolver a autonomia, a criticidade e a argumentação do educando. O estímulo ao envolvimento do aluno nas discussões éticas e o seu posicionamento perante as situações de conflito, pode configurar qualquer momento da sua formação.

A relação do homem nas sociedades modernas com a natureza ocorre a partir da concepção da natureza como dádiva, onde esta é provedora e encontra-se disponível para o usufruto da humanidade (MUGGLER; SOBRINHOto; MACHADO, 2006). Essa visão juntamente com as imposições do capitalismo deflagrou a crise ambiental, onde os recursos naturais são utilizados de modo predatório (CASSOL; QUINTANA, 2012).

O tema provocado neste trabalho tem por objetivo expor aspectos da bioética, sua relação com o meio ambiente e com o “meio”, que é o espaço onde o homem sofre e faz intervenções. A origem da bioética e dos debates morais nas áreas da saúde e educação vem discutir e contextualizar os problemas emergentes, contemplando a educação ambiental.

Em geral, as pessoas não percebem que o meio ambiente é resultado do funcionamento interligado de seus vários componentes e, portanto, a intervenção sobre qualquer um deles estará afetando o todo (MUGGLER; etal, 2006). Esta pesquisa justifica-se pela importância da compreensão bioética como fator colaborador para a discussão da crise ambiental que compromete a qualidade de vida de todos os seres vivos do planeta.

A preocupação com os recursos naturais teve a atenção quando surgiram os sinais de escassez. A partir desse momento começa a surgir uma nova visão, uma percepção de que o homem não é dono do planeta, mas que apenas faz parte dele como todos os seres vivos, animais e vegetais (CASSOL; QUINTANA, 2012).

O desenvolvimento sustentável encontra-se fortemente interligado a bioética. As

catástrofes ambientais ocorridos ao longo dos anos demandam do homem uma atuação

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responsável e ética, onde seus comportamentos devem estar ligados em sentimentos coletivos e solidários. Neste contexto se verifica a importância do estudo da bioética ambiental uma vez que esta conduta se apresenta como um forte mecanismo de promoção de um meio ambiente saudável, garantindo vida e sobrevivência às gerações futuras (MATOS, 2010).

Assim, a solução está na mentalidade e ações onde temos que pensar em um tratamento mais justo para com o ambiente e o “meio”, sendo de grande importância a relação da bioética no debate atual.

2. METODOLOGIA

A pesquisa realizada para o referente trabalho foi feita com base nos bancos de dados do site da revista multidisciplinar do nordeste mineiro onde obteve-se o artigo

“Bioética Ambiental”, revista "monografias ambientais - remoa/ufsm com o artigo “A contribuição da bioética na preservação ambiental e na saúde”, revista brasileira de educação ambiental “Bioética e meio ambiente: implicações para uma ética da libertação”, revista o mundo da saúde- “Reflexões sobre Bioética Ambiental”, no site do Centro Universitário Franciscano (unifra) do rio grande do sul onde obteve-se o artigo “Bioética, meio ambiente e educação ambiental: interfaces teóricas” e na revista Brasileira de Ciência do Solo com o “Educação em solos: princípios, teoria e métodos”. Para a realização deste resumo expandido todos os artigos foram pesquisados no mês de novembro de 2014.

3. A BIOÉTICA E O “MEIO”

O termo bioética surgiu no início da década de 70 nos Estados Unidos onde

tornou-se internacionalmente reconhecido a partir de uma publicação feita pelo

oncologista norte-americano Van Rensselaer Potter (MATOS, 2010). O livro Bioética:

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uma ponte para o futuro de Potter, publicada em 1971, é considerado o berço para a discussão da bioética. Potter pelo fato de ser profissional da área da saúde teve suas atividades voltadas para esta área, mas sua principal preocupação era com a sobrevivência do planeta (KOPPE; BOER, 2012). Para ele a bioética era uma nova ciência que estabeleceria uma “ponte” entre ciência e humanidades, ou seja, uma “ponte”

entre a ciência biológica e a ética, portanto, bio – ética. Uma preocupação com o fato de que a ética deve estar presente nos limites das observações biológicas, empíricas e experimentais, e com a necessidade de se elaborar um sistema de ética capaz de prover diretrizes para uma atuação responsável do ser humano em relação ao futuro (MATOS, 2010).

O termo bioética profunda adotada por Potter em 1998 foi utilizado pela primeira vez pelo Prof. Whitehouse, aplicando à Bioética o conceito de Ecologia Profunda, do filósofo norueguês Arne Naess (Quadro 1) (CARVALHO; PESSINI; CAMPOS JUNIOR, 2006 ).

A Ecologia Profunda, na visão de Naess, sugere em realizar perguntas às questões que nos envolvem. Estabelecendo a relação com a bioética, supõe realização de legítima “revolução espiritual” pela afirmação da dignidade intrínseca de todos os seres vivos, por meio do acionamento de percepção interconexa dos fenômenos planetários e, especialmente, na concretização de mudanças conceituais e comportamentais (COSTA, 2013).

No quadro abaixo, Arne Naess e as suas diferenças, frente à visão de mundo predominante.

Visão de Mundo Ecologia Profunda

Domínio da Natureza Harmonia com a Natureza.

Ambiente natural como recurso para os seres humanos.

Toda a Natureza tem valor intrínseco.

Seres humanos são superiores aos demais seres vivos.

Igualdade entre as diferentes espécies.

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Crescimento econômico e material como base para o crescimento humano.

Objetivos materiais a serviço de objetivos maiores de auto-realização.

Crença em amplas reservas de recursos. Planeta tem recursos limitados.

Progresso e soluções baseados em alta tecnologia.

Tecnologia apropriada e ciência não dominante.

Consumismo. Fazendo com o necessário e reciclando.

Comunidade nacional centralizada. Biorregiões e reconhecimento de tradições das minorias.

Quadro 1: As propostas de Arne Naess e o mundo predominante.

Fonte: UFRJ. Disponível em: http://www.bioetica.ufrgs.br/ecoprof.htm. Acesso em: 24 nov. 2014.

Os debates da bioética, ainda são pouco utilizados em relação às questões ambientais. A bioética pode ser um enorme instrumento para análise do atual modelo de desenvolvimento de modo que possa atender as necessidades da atual geração, e permitir a sustentabilidade para as futuras gerações (CASSOL; QUINTANA, 2012).

A segurança da manutenção das condições ambientais é alicerce para a própria vida. O meio ambiente é que proporciona ao homem a oportunidade de desenvolver-se moral, psíquica, fisicamente e lhe confere seu sustento material (DINIZ, 2008).

Atualmente se discutem questões como transplantes, implantes bem como o genoma, no sentido de prolongar a vida, questões da AIDS e da violência urbana que se tornaram epidemias. A bioética discute essa ampla variedade de problemas por meio dos princípios da justiça, equidade e solidariedade. Apontando a importância de diminuir as desigualdades sociais assim como facilitar o acesso a melhores condições de saúde e educação (CASSOL; QUINTANA, 2012).

“[...] Preocupar-se, não apenas com a beleza das cidades, das praças, mas priorizar o saneamento básico, uma boa rede de escolas, de serviços públicos, de assistência social mais digna ao ser humano são tarefas urgentes [...]”. (COSTA, 2013, p.

43). Por tanto, os atos do ser humano na era da globalização da ciência e tecnologia

abrangem um limiar de poderes nunca antes conhecidos. Esses novos poderes implicam

uma nova responsabilidade, que por sua vez para ser exercida requer conhecimento,

responsabilidades e ética (MATOS, 2010).

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[...] o maior desafio para Bioética neste final de milênio, além de uma forma adequada de justa distribuição dos recursos na área da saúde numa sociedade contaminada pela globalização e pela competitividade selvagem, sem dúvida, será a defesa de um meio ambiente saudável. A visão cartesiana da saúde a concebe como serviços médico-hospitalares sofisticados e não percebe que os determinantes maiores de saúde ou doença são de natureza ambiental. A questão central, portanto não é simplesmente hospitais equipados com tecnologia de ponta, mas sim controlar a degradação do meio ambiente[...]. (SIQUEIRA, 2006 apud CARVALHO; PESSINI; CAMPOS JUNIOR, 2006 p.617)

A questão ambiental deve ser considerada na íntima relação entre ambiente e saúde, pois os efeitos da deterioração ambiental aparecem na saúde e sobrevivência humana, pois, o ambiente determina as condições para a reprodução da vida, essa relação precisa ser cada vez mais compreendida.

4. CONDIDERAÇÕES FINAIS

O ser humano esta cada vez mais pensando somente em si mesmo e deixando o meio que o cerca de lado, onde, suas ações acabam prejudicando principalmente os ambientes naturais. Se estas ações não forem detidas, controladas ou orientadas, muitas destas atividades colocarão em risco o futuro do planeta, alterando-o de tal maneira que a continuidade da vida dos seres vivos da maneira como a conhecemos será, de todo, impossível.

A bioética pode contribuir no processo de preservação ambiental, por estimular

reflexões e discussões acerca das consequências destas transformações que estão

ocorrendo no meio ambiente, e que se refletem também na saúde humana. E a

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conscientização da população para a importância da sustentabilidade é questão que permeia a agenda de todas as nações desenvolvidas e em desenvolvimento, pois, cuidar do “meio” que você faz parte é o primeiro passo para uma consciência sustentável e transformadora.

5. BIBLIOGRÁFIAS

CARVALHO, Fernanda Maria Ferreira; PESSINI, Léo; CAMPOS JUNIOR, Oswaldo Reflexões sobre bioética ambiental. O mundo da saúde, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 614- 618, out./dez. 2006. Disponível em: <http://www.saocamilo- sp.br/pdf/mundo_saude/41/12_reflexoes.pdf.> Acesso em: 23 nov. 2014.

CASSOL, Paulo Barrozo; QUINTANA, Alberto Manuel. A contribuição da bioética na preservação ambiental e na saúde. Monografias Ambientais - remoa/ufsm. v. 10, n. 10, p. 2235- 2240, out./dez. 2012. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/revistas/

ojs2.2.2/index.php/remoa/article/view/6969>. Acesso em: 23 nov. 2014.

COSTA, César Augusto. Bioética e meio ambiente: implicações para uma ética da libertação. Brasileira de Educação Ambiental, Rio Grande, v. 8, n. 2, p. 31-46, 2013.

Disponível em: <http://www.sbecotur.org.br/revbea/index.php/revbea/searc h/titles?searchpage=3#results>. Acesso em: 23 nov. 2014.

DINIZ, Luciano dos Santos. Meio ambiente e bioética. Conselho nacional de pesquisa e pós-graduação em direito, Minas Gerais, p. 458-475. 2008. Disponível em:

<http://www.conpedi.org.br/anais_salvador.html>. Acesso em: 23 nov. 2014.

KOPPE, Hivi Souto; BOER, Noemi. Bioética, meio ambiente e educação ambiental:

interfaces teóricas, v. 2, p. 01-10. 2012. Disponível em:

<http://www.unifra.br/eventos/maiseventos/anaiss.aspx?id=4anwlxmkbce=>. Acesso em:

23 nov. 2014.

MATOS, Alexandre Durann. Bioética Ambiental. Rev Multidisciplinar do Nordeste mineiro, Minas Gerais, v. 1, p. 01-07, mai./dez. 2010. Disponível em:

<http://www.unipacto.com.br/pesquisa_extensao/formularios/ac/ac_ct_1.pdf>. Acesso em:

23 nov. 2014.

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MUGGLER, Cristine Carole; SOBRINHO, Fábio de A. Pinto; MACHADO, Vinícius Azevedo. Educação em solos: princípios, teoria e métodos. Rev. Brasileiro de Ciência do Solo, Viçosa, v. 30, n. 4, p. 733-740, jul./ Ago. 2006. Disponível em

< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832006000400014

&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 nov. 2014.

UNIÃO SOCIAL CAMILIANA. Manual de orientações para trabalhos acadêmicos. 3.

ed. rev. amp. São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2012.

Referências

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