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A Aliança da Graça

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Academic year: 2022

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A Aliança da Graça

Por Silvio Dutra

Set/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra A aliança da graça

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

60p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título.

CDD 252

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“Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração.” (Salmo 89.3,4)

Eis aí um assunto que gera grande oposição do inferno sempre que vamos apresentá-lo segundo é a verdade em Jesus Cristo, e um dos principais motivos para esta posição reside no fato de que uma vez sendo compreendido no Espírito, Satanás e os demônios nunca mais terão como assombrar a qualquer que tenha alcançado tal conhecimento.

Lutero disse que aquele que sabe adequadamente qual é a distinção entre a Lei e a Graça é um verdadeiro teólogo.

Quando vamos ao testemunho dos puritanos relativos à graça de Jesus, nós logo verificamos que eles eram teólogos excelentes, por toda a revelação que Deus lhes havia concedido dando um entendimento extraordinário do significado da Graça do Evangelho, de maneira que pudéssemos receber a instrução que necessitamos através deles.

Nenhuma verdade pode ser corretamente aprendida caso não comecemos a partir do seu

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ponto certo de origem, e aqui isto não configura uma exceção, ao contrário, é muito importante que no assunto relativo à Graça, que nós retornemos ao ponto de partida correto.

Este ponto é com certeza o amor eletivo de Deus.

É no Seu coração que tudo começa. Ele amou de forma eletiva a anjos e a homens, antes mesmo de trazê-los à existência, e os escolheu para Si em Seu coração, para estarem sempre com Ele, vivendo num relacionamento íntimo de amor.

Como a criatura, pelo livre arbítrio que lhe é concedido por ser um ser espiritual e moral, tem a tendência para se desviar da presença de Deus, por escolher caminhos que são reprovados por Ele, então interpõe fazendo uma aliança com os anjos e os homens eleitos, por lhes conceder uma medida de graça que seja necessária para que jamais se afastem dEle para sempre.

Isto é feito voluntariamente, unilateralmente, sem a concorrência de méritos ou obras dos eleitos, pois o motivo desta concessão é puramente amor, bondade, gratuidade.

A graça é necessária porque o espírito, assim como a carne e a alma, está sujeito a diversas impurezas que não existem na natureza divina.

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Por exemplo, o ódio, a rebelião, a murmuração, a ingratidão, a insensatez, a ociosidade, a maledicência etc.

Se não houver a interposição da graça, o espírito da criatura fica sujeito a incredulidade, dúvida, temor, desespero, descontrole e a tudo o que é contrário à fé, segurança, firmeza e integridade.

Como a criatura atenderá às perfeitas demandas da justiça divina se não for habilitada para isto pela graça?

O que impediu Adão e Eva de caírem imediatamente no pecado no jardim do Éden foi a concessão de graça na medida em que seriam mantidos unidos a Deus e sentindo aversão por tudo o que era contrário à Sua vontade.

Mas, quando provados, para recorrem a esta assistência de graça quando fossem tentados, eles falharam e seguiram o curso da natureza da criatura e caíram.

Aí teria início a longa jornada de aprendizado da completa necessidade que temos da graça, e que se ficamos firmes é tão somente porque a graça de Deus nos sustenta, de modo que até mesmo os anjos eleitos são instruídos quanto a esta

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verdade por tudo o que observam das operações de Deus com os pecadores.

Eles percebem, e nós juntamente com eles, que aqueles que confiam inteiramente na suficiência da graça para torna-los fortes em sua fraqueza, são os que triunfam e vencem o pecado e todas as vicissitudes da vida.

Em razão do pecado original, o nosso estado é de morte e não de vida. Deus é Deus de vivos e não de mortos. Ele não pode ter comunhão com mortos porque é o Deus vivo.

Toda a vida verdadeira em comunhão com Ele existe somente em decorrência de se estar ligada a Jesus que é a fonte de toda a vida.

Fora de Jesus o que há é morte.

Por isso Ele veio a este mundo caído dizendo que era com a missão recebida do Pai de nos conceder vida em abundância, a vida eterna, que só pode ser alcançada através da fé nEle.

Quando Ele diz no evangelho de João que porque Ele nós também viveremos. O apóstolo Paulo, ao discorrer sobre a nossa justificação pela graça e o nosso acesso à vida eterna, associa isto ao fato de Jesus ter morrido no nosso lugar, e que Ele já não morre mais. É muito importante esta

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afirmação que a muitos parece óbvia que Jesus não morre mais, porque para deixarmos de ter a vida que recebemos pela graça eletiva através da nossa união com Ele já não morre também, porque a aliança foi feita entre o Pai e o Filho, que todo aquele que estivesse ligado ao Filho não mais morreria eternamente, porque o mandamento que o Filho recebeu do Pai é a vida eterna. Como Jesus jamais morrerá de novo, o que se conclui é que jamais perderemos a vida eterna que recebemos por nossa união com Ele, que somente pela morte de Jesus poderia ser destruída.

A grande ousadia com que os apóstolos e os primeiros discípulos de Jesus deram testemunho do Evangelho, consistiu principalmente na plena certeza que eles tinham acerca da verdade sobre a vida eterna pela graça, conforme haviam sido ensinados por Jesus e pelo Espírito Santo.

Eles deixaram esse testemunho registrado para nós nas coisas que escreveram para que tivéssemos o mesmo conhecimento e ousadia.

Foi por pura graça que Deus escolheu os seus eleitos para estarem ligados ao seu amor para sempre, e jamais os deixará ou abandonará, conforme tem prometido em várias passagens

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das Escrituras, e conforme a prática o tem comprovado.

Não é por fazerem força que eles são feitos filhos de Deus, apesar de a vocação deles exigir que se esforcem para viverem de modo digno do reino de Deus.

Eles eram carnais e foram feitos espirituais, para atenderem à condição da nova cidadania do céu que receberam por meio da fé em Jesus.

Então haverá um trabalho de crucificação do velho homem e de um progressivo despojamento dele para que sejam revestidos do novo.

Mas todas estas operações são realizadas pela graça e por meio da fé.

Ao maior dos santos tanto quanto ao menor, ao que mais trabalhou para Deus, e o que não teve tempo sequer de trabalhar, como foi o caso ladrão que morreu na cruz ao lado de Jesus, será concedida a entrada no reino do céu, desde que tal pessoa seja de fato um eleito de Deus.

A certeza desta entra no reino é garantida pela promessa que Deus fez na Sua Palavra de que faria uma aliança com o Seu Filho Unigênito, dando-lhe por uma Segunda Cabeça para a

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humanidade e fazendo com Ele tal aliança, totalmente diferente de todas as que faria com o próprio homem, como foi o caso de Adão, em que ele seria designado como representante de toda a humanidade como alma vivente, com o poder de gerar uma descendência que estaria ligada a ele nos mesmos termos do pacto que havia sido celebrado de que viveria caso obedecesse, e morreria em caso contrário.

Esta é a razão por que quando Adão pecou toda a sua descendência foi encerrada no pecado por causa da sua obediência.

Deus não consultou nesta aliança firmada com Adão, todas as partes interessadas, porque todos os que estivessem ligados a Adão seriam considerados um com ele, tanto para a vida, caso obedecesse, quanto para a morte, em caso de desobediência.

Ora, todos sabemos qual foi o resultado desta aliança: morte e não vida.

Contudo, desde antes da fundação do mundo, Deus havia previsto uma Segunda cabeça para a humanidade, e entrou em aliança com Ele, para vivificar o que havia morrido em Adão, de modo que seria para o homem caído um espírito

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vivificante, e não apenas alma vivente como foi o primeiro Adão.

De modo que esta segunda aliança, que é chamada de nova aliança na Bíblia, não é nova por ordem de estabelecimento, pois sempre foi a primeira no coração de Deus, mas nova no sentido de que é diferente, pois se as alianças anteriores foram feitas através da mediação de homens, esta seria feita por Deus e com o próprio Deus na pessoa do Seu Filho Unigênito.

Além disso, percebemos que a nova aliança é absoluta para todos os aliançados, e de modo nenhum opcional. Os eleitos seriam alcançados sem a perda de um só deles, porque foram dados pelo Pai ao Filho, para serem redimidos, perdoados, justificados, regenerados, santificados, e incluídos em Seu próprio corpo místico, do qual Ele seria a Cabeça.

Jesus veio buscar o que se havia perdido. Veio recolher cada ovelha do rebanho divino que se encontrava perdida.

Isto é feito porque a aliança que foi feita é uma aliança de pura graça. Deus determinou ter filhos amados e os escolheu antes de seriam trazidos à existência, pois os conheceu em sua onisciência antes mesmo da fundação do

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mundo, e deu-lhes a Jesus Cristo por Cabeça, Senhor, Fiador e Salvador deles.

A segurança da salvação deles não se encontra neles, mas em Cristo, o Grande Fiador. Deveria ser assim, pois do contrário, a aliança seria desfeita caso viessem a pecar, caso fosse uma aliança de obras, como foi a primeira com Adão.

Mas, como não é uma aliança firmada na obediência perfeita deles de todos os mandamentos, mas na graça de Jesus, que morreu por eles, pagando o preço por todos os seus pecados, então não há o risco de a aliança ser desfeita em razão de transgressões cometidas contra a Lei de Deus.

Não há aqui qualquer incentivo para que se continue na prática do pecado, ao contrário, para que não se viva mais no pecado, pois em Cristo, morremos para ele, e somos chamados a viver na novidade desta vida que recebemos pela graça, mediante a fé.

A morte pelo pecado só pode ser vencida pela virtude da vida, e não por esforços moralistas. É por andar no Espírito que não se cumpre os desejos da carne, e que se obtém as virtudes de Cristo, porque a aliança feita de Deus com Seu Filho, inclui que os aliançados devem receber

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pelo Espírito, aquilo que o Espírito tem recebido de Jesus para ser concedido a eles, tanto no que se refere aos dons, quanto ao fruto.

Não há espaço para que se formule uma doutrina baseada no barateamento da graça ou mesmo do pecado, considerando-os coisas comuns e banais, pois, na verdade, não são. Cada um deles é por seu turno, os maiores poderes conhecidos neste mundo quanto ao trabalho que podem efetuar na vontade humana. Sendo a graça o único poder maior que o pecado.

E como poderíamos lidar com tais realidades de modo tão superficial, como por exemplo, com o argumento de que já que todos são pecadores, não importa como vivamos, se lutando contra o pecado ou deixando-se vencer por ele, porque, caso creiamos em Jesus, no final seremos bem- sucedidos e seremos achados no céu, porque, afinal, sabemos que somos salvos por pura graça e não por obras.

A isto respondemos que não há um único eleito sequer, que tenha sido realmente salvo pela graça de Jesus, que abrigue tal pensamento pecaminoso, pois, o Espírito Santo, habitando nele, convence-o do pecado, da justiça e do juízo, e ele passa automaticamente a ter o devido temor filial a Deus, sabendo que caso se deixe

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vencer pelo pecado, não somente entristecerá o Espírito Santo como também desonrará a Jesus, coisas que são as últimas que ele gostaria de fazer. Então, ainda que seja vencido por alguns pecados, os quais aprenderá a mortificar em sua jornada cristã, ele jamais aprovará um viver no pecado, porque a inclinação santa da nova criatura nele o dispõe a isto.

A aliança de vida que foi feita com o Pai baseada no sangue de Seu Filho jamais permitirá que haja no crente um sentimento em favor do pecado, cujo salário é a morte, pois a aliança que o move é uma aliança de vida, conforme é impelido para esta vida espiritual e celestial pelo Espírito Santo que nele habita.

São muitas as disposições contidas nesta aliança de vida eterna, e não poderia ser diferente, porque consiste na eternidade do próprio Deus e no transporte daqueles que se encontravam mortos em delitos e pecados, para a luz da vida de Jesus.

Quando vemos esta verdade bíblica podemos compreender melhor que o Cristianismo verdadeiro não é uma religião ao lado de muitas outras, como o próprio Cristianismo secular, que é também uma forma de religião que não se apoia na vida de Cristo e na manifestação desta

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vida nos eleitos, senão num conjunto de práticas, cerimônias e superstições que são podem produzir a vida celestial, espiritual, pura e santa nos seus praticantes.

Por isso Jesus ordenou à igreja que pregasse a Ele próprio, a Sua graça e a fé e o arrependimento, para que fôssemos salvos.

Desviar o olhar da obra de Jesus é algo muito perigoso que pode nos levar para fora daquele único caminho, verdade e vida, que nos foi revelado desde o céu.

O puritano Thomas Boston escreveu um tratado excelente sobre a aliança da graça, e gostaríamos de registrar algumas citações do referido tratado a seguir.

Como a ruína do homem era originalmente devida à quebra da aliança de obras, então sua recuperação, do primeiro ao último passo, deve- se puramente ao cumprimento da aliança da graça...

O conhecimento da aliança da graça é inteiramente devido à revelação.

Foi sobre essa aliança o salmista falou o seguinte:

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“As benignidades do SENHOR cantarei perpetuamente; com a minha boca manifestarei a tua fidelidade de geração em geração. Pois disse eu: A tua benignidade será edificada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo: Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração;” (Salmo 89.1-4).

Ele teve uma visão confortável de um edifício glorioso, infalivelmente subindo no meio de ruínas; até um edifício de misericórdia: " Pois disse eu: A tua benignidade será edificada para sempre;" a base de qual afirmação confiante é, em nosso texto, apontada como a aliança de Deus com seu escolhido. Do tipo de pacto da graça, a saber, o pacto da realeza feita a Davi, ele viu uma acumulação de misericórdia para a realeza da família de Judá, quando foram trazidos extremamente baixos. Da substância disso, ele viu um edifício de misericórdia para os pecadores da humanidade, que estavam arruinados pela quebra da primeira aliança.

Isso é novo, a saber, edificar graça gratuita a pé para nós; em que aqueles que acreditam são recebidos instantaneamente, e onde uma vez recebidos, elas habitarão para sempre; um

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edifício de misericórdia, no qual todas as pedras, do fundo ao topo, da pedra fundamental à pedra de esquina, é pura misericórdia, rica misericórdia livre para nós.

Desse edifício de misericórdia falarei algumas palavras.

1. O plano dele foi elaborado desde toda a eternidade, no conselho da Trindade: pois é de acordo com o propósito eterno proposto em Jesus Cristo, Ef. 3:11. Os objetos de misericórdia, o tempo e o lugar, o caminho e meios, de conferi-lo, foram projetados particularmente, antes que o homem estivesse infeliz.

2. O construtor é o próprio Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, 1 Coríntios. 3: 9: "Vós sois o edifício de Deus". Todas as mãos da gloriosa Trindade estão em ação neste edifício. O pai escolheu os objetos da misericórdia e os deu ao Filho para serem redimidos; o Filho comprou redenção para eles; e o Espírito Santo aplica a redenção para eles. Mas é especialmente atribuído ao Filho, por conta de sua agência singular na obra: Zacarias 6:12,13 "E dize-lhe:

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do SENHOR. Ele mesmo edificará o templo do SENHOR e será

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revestido de glória; assentar-se-á no seu trono, e dominará, e será sacerdote no seu trono; e reinará perfeita união entre ambos os ofícios."

3. O fundamento foi posto profundamente no conselho eterno; além do alcance dos olhos de homens ou anjos. Paulo considerando, clama:

"Ó, o profundidade!" Romanos 11:33." Porque quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi seu conselheiro?" verso 34.

4. Faz mais de cinco mil anos desde que este edifício se elevou acima do solo. E a primeira pedra dele que apareceu, foi uma promessa, uma promessa de um Salvador, feita no paraíso Gên 3:15, a saber, que a semente da mulher deve ferir a cabeça da serpente. Aqui estava a misericórdia. E a misericórdia foi depositada sobre a misericórdia.

Mediante promessa de misericórdia foi lançada misericórdia vivificadora, pela qual nossos primeiros pais perdidos foram capacitados a acreditar na promessa; e com a misericórdia vivificadora foi-lhes misericórdia perdoadora; e sobre isso novamente misericórdia santificadora e confirmadora; e finalmente misericórdia glorificadora.

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5. O cimento é sangue; o sangue de Jesus Cristo, o mediador, que é o sangue de Deus, Atos 20:28. Nenhuma misericórdia salvadora para os pecadores poderia consistir, nem poderia a misericórdia permanecer firme sobre outra pessoa no edifício, sem ser cimentada com aquele sangue precioso; mas por ele todo o edifício é constituído e permanece firme para sempre, Heb. 9:22, 23 e 7:24, 25. 6. Desde o momento em que apareceu acima do solo, isso vem acontecendo. E muitas mãos foram empregadas, para servir na execução do trabalho. Nas primeiras eras do mundo, patriarcas foram empregados nele, como Adão, Enoque e Noé; na idade média, profetas, sacerdotes e levitas; nestes últimos tempos, o apóstolos e outros oficiais extraordinários e ministros comuns do evangelho.

Grande tem sido a oposição feita ao edifício desde o início, por Satanás e seus agentes, tanto na forma de violência quanto engano; ainda assim o tempo todo continua acontecendo: e agora chegou longe acima da altura média; está chegando ao topo e o momento em que a última pedra será colocada sobre ele; pois é evidente, estamos muito avançados nos dias da voz do sétimo anjo, em que o mistério de Deus deve ser finalizado, Apo 10: 7. 7. A pedra de esquina será colocada no último dia: momento em que a

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promessa receberá sua plena realização, na salvação completa de todos os objetos da misericórdia, para depois avançar à medida da estatura da plenitude de Cristo, Ef 4:13. Naquele dia nosso Senhor Jesus Cristo, o grande construtor, "trará a pedra com gritos", até a última e imensa misericórdia, dizendo: "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." E então eles habitarão na construção da misericórdia aperfeiçoada e cantar de misericórdias para todo o sempre.

5) Por fim, o fundamento sobre o qual se baseia é firme. É necessário que assim seja: para uma edificação de misericórdia para com os pecadores, de um santo Deus justo, é uma construção de peso enorme, mais pesada que todo o tecido do céu e terra: e se cair, tudo será arruinado uma segunda vez, sem mais nenhuma esperança de alívio. Mas é um fundamento seguro, havendo a eternidade de Deus na aliança: "Fiz uma aliança com os meus escolhidos."

Em que palavras, juntamente com o segundo texto, há quatro coisas a serem consideradas.

1. O fundamento sobre o qual se baseia a construção da misericórdia.

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2. As partes contratantes nessa aliança.

3. A realização disso. E, 4, A natureza disso.

I. O fundamento sobre o qual se baseia a construção da misericórdia é uma aliança, uma aliança divina, certa. O primeiro edifício para a felicidade do homem foi uma construção de generosidade e bondade, mas não de misericórdia; pois o homem não estava em miséria quando foi criado. E foi fundada também em uma aliança; a saber, na aliança de obras, feita com o primeiro Adão: mas ele quebrou a aliança, e todo o edifício caiu em um instante.

Mas essa é outra aliança e de outra natureza. No tipo de fato, e sombra, é o pacto da realeza com Davi, 2 Samuel 7: 11-17; que foi um fundamento de misericórdia para sua família, garantindo a continuidade da mesma, e isso como uma família real. No entanto, no antítipo e na verdade, é o pacto da graça, o pacto da vida eterna e da salvação para pecadores, a semente espiritual de sua cabeça, a ser dada no caminho de graça e misericórdia, Salmo 89: 2, 4, 29, 36; e

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em que eles estão libertado da maldição, para que não possa alcançá-los, apesar de suas falhas; mas o Senhor lida com eles como seus filhos ainda, embora crianças ofensivas, ver. 30- 33; e tudo por meio de Jesus Cristo, o Salvador, o poderoso, ver. 19. Este é o fundamento de toda construção de misericórdia para com os pecadores em seu estado baixo, no qual eles haviam sido trazidos pela queda de Adãom. A revelação, promulgação e oferta feitas aos filhos dos homens, desta aliança que estava escondida nas profundezas do conselho eterno, é chamado de evangelho; as boas novas de uma nova aliança para vida e salvação para os pecadores.

II. As partes contratadas nesta aliança são Deus e seus escolhidos, no último Adão: pois é evidente pela natureza das coisas aqui mencionadas, ver. 3, 4 e de 2 Sam. 7: 8, que estas palavras: "Fiz uma aliança com os meus escolhidos ", são as próprias palavras do Senhor.

Tanto o céu como a terra eram interessado nesta aliança; pois era uma aliança de paz entre eles: e, consequentemente, os interesses de ambos são vistos pelas partes aliançadas.

1. Do lado do céu está o próprio Deus, o proponente do partido da aliança, "Fiz uma aliança com os meus escolhidos". Ele foi a parte ofendida, mas a moção por um pacto de paz vem

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dele; uma certa indicação da boa vontade de toda a gloriosa Trindade em relação à recuperação de pecadores perdidos. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, vendo um mundo perdido, sua misericórdia busca uma abertura, que pode ser mostrada aos miseráveis; mas a justiça está no caminho da saída e edificação da misericórdia, sem que haja um pacto pelo qual possa ser satisfeita. Então diz o Pai: "A primeira aliança não servirá ao propósito de misericórdia; deve haver uma nova barganha: mas as criaturas perdidas não têm mais nada para contratar; a menos que outro pegue o fardo sobre ele por eles, não há remédio no caso: eles não podem escolher isso por si mesmos; Eu vou fazer uma escolha por eles, e fazer a aliança com os meus escolhidos."

2. Do lado do homem, então, está Deus e o escolhido; pois o número é no singular. Este escolhido, no tipo, a aliança da realeza, é Davi; mas o antitipo, a aliança da graça, é o Filho de Deus, o último Adão, mesmo Cristo, o escolhido de Deus, Lucas 23:35. A verdade é que grandes coisas são ditas sobre a parte com quem foi feito esse pacto, de sua semente e da eficácia desta aliança, como pode concordar plenamente com ninguém, exceto Cristo e sua semente espiritual, vers. 4, 27, 29, 36, 37.

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A família real de Judá, a casa de Davi,

nunca recuperaram seu antigo esplendor, depois do cativeiro babilônico; tendo em vista a que tempo, esse salmo parece ter sido escrito. Seu reino está extinto há muitas eras; e a grandeza dessa família, de acordo com a carne, está bastante afundada. Mas a promessa feita a Davi na aliança da realeza ainda floresce e florescerá para sempre em Jesus Cristo, o ramo principal da família de Davi. Como então pode ser, senão que, na construção perpétua da misericórdia, mencionou ver. 2 e o estabelecimento da semente de Davi e edificação do seu trono para todas as gerações, ver. 4, o próprio Cristo é destinado principalmente? E de fato somente ele era Poderoso, apto para o vasto empreendimento nesta aliança, ver. 19: e o Pai aponta para nós, como eleitos, ou escolhidos, Isa. 42: 1.

III. Quanto à celebração deste pacto entre as partes contratantes: o Pai fez isso com seu próprio Filho, fiz uma aliança com meu escolhido, e isto antes do mundo começar, Tito 1: 2. Por sua mútuo acordo com isso, essa aliança foi completamente feita desde a eternidade; assim como a aliança de obras com o primeiro Adão era, antes de existirmos.

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IV. Quanto à natureza desta aliança; existem cinco coisas pertencentes a ela que aparecem nos textos;

1. O ser de uma representação nisto.

2. O desígnio para o qual foi erigida.

3. Que há nela uma condição; e 4. Uma promessa; e

5. Em cujas mãos a administração disso é colocada.

1. Há uma representação ocorrendo nesta aliança. Como foi no primeiro pacto, assim como no segundo; o contratante e o agente mediador do lado do homem, era um representante, representando e sustentando as pessoas dos outros. Isso aparece, em que o escolhido com quem a aliança foi feita, é chamado o último Adão; porque é claro, ele é chamado em relação ao primeiro Adão, que era a figura (ou tipo) dele, Romanos 5:14. ou seja, nesse tipo como o primeiro Adão representando sua semente na aliança de obras, trouxe pecado e morte sobre eles; então ele representando os seus, traz justiça e vida a eles; como o apóstolo ensina em geral nesse capítulo.

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2. O desígnio desse pacto era a vida, o interesse mais valioso da humanidade. "O último Adão foi feito um espírito vivificante", isto é, para dar vida à sua semente. Portanto, é uma aliança de vida, como a aliança de Levi, um tipo é expressamente chamado Mal. 2: 5.

A primeira aliança era uma aliança de vida também; mas há essa diferença, a saber, que a primeira foi para a vida em perfeição ao homem reto, tendo a vida antes; a segunda, pela vida em perfeição ao homem pecador, legal e moralmente morto. As partes contratadas pois nesta segunda aliança, eram consideradas sob as correntes da morte, absolutamente vazias de vida; e, portanto, totalmente incapazes de agir para ajudar a si mesmos. Eles jaziam como ossos secos espalhados pela boca do túmulo, perante as partes contratantes; proibindo a justiça de lhes dar vida, mas sob termos consistentes e se tornando sua honra.

3. A condição da aliança, os termos dessa vida, acordados pelo representante, está implícito que ele foi o último Adão, ou seja, iria com o que o primeiro Adão havia aderido. Adão, na aliança de obras, tropeçou no curso de sua obediência e caiu; e por sua queda estava bastante incapacitado para começar de novo: assim ele

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foi penalizado por essa aliança também, mas era totalmente incapaz de cumpri-la. Então o último

Adão entra no lugar do primeiro, não como o primeiro Adão estava em sua integridade; pois nesse caso não havia lugar para um segundo Adão; mas como um homem quebrado sob a primeira barganha. E entrando em seu lugar neste caso, seu negócio era satisfazer as demandas do primeiro pacto, em nome de sua semente. Essas demandas estavam agora em alta, muito além do que elas eram para Adão em inocência: a penalidade foi paga, assim como a soma principal. Portanto, a primeira aliança sendo gravada na segunda é declarada quebrado; e sendo o principal e a penalidade resumidos juntos, a limpeza do todo é feita sobre o último ou segundo Adão, como condição da segunda aliança.

4. A promessa da aliança de ser, sob essa condição, cumprida pelo contratante do partido do lado do céu, está implícito nessas palavras:

"Eu tenho feito uma aliança com" (no original, para) "meu escolhido", isto é," eu tenho feito uma aliança, obrigando-me por promessa solene a meu escolhido, para tais e tais benefícios, sob a condição nela declarada e aceita. "Compare a seguinte cláusula: "Jurei a

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Davi meu servo." A natureza desta promessa será investigada adiante.

5. Por fim, a administração deste pacto é colocada nas mãos do contratante do lado do homem: "O último Adão foi feito alma vivente."

Cada uma das partes contratantes sendo divina, não era possível que qualquer das partes devesse falhar ou que o último Adão deve quebrar, como o primeiro havia feito. Portanto, o tempo em que Cristo cumpriu a condição prefixada do Pai, Deus tomou o vínculo único de Cristo para segurança suficiente e, portanto, constituiu-o administrador do pacto. Aqueles a quem ele representava eram considerados sob a

morte, que na linguagem da aliança é um termo muito extenso: o espírito e a vida deveriam ser comprados por ele e pertenciam à promessa da aliança. Então, com o crédito de ter cumprido a condição da aliança no devido tempo, a plenitude do Espírito e a vida eterna, foram alojados nele, para serem comunicados por ele:

Ap o3: 1, "Estas coisas diz aquele que tem os sete espíritos de Deus." 1 João 5:11, "Deus deu para nós a vida eterna: e esta vida está em seu Filho." João 17: 2:"Como tu tens lhe dado poder sobre toda a carne, para que ele desse a vida eterna." Assim foi ele feito um espírito vivificante.

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Agora, a DOUTRINA desses textos, comparada e explicada, é:

Que a aliança da graça pela vida e salvação para os pecadores perdidos da humanidade foi feita com Jesus Cristo, o último Adão; e ele foi constituído administrador dela.

Ao lidar com esse assunto pesado, considero que não é necessário insistir em provar que existe uma aliança de graça; a existência da qual é óbvia a partir dos textos de muitas outras escrituras, como Isaías 42: 6; 49: 8; e 54:10;

Heb. 8: 6; e 13:20. Mas a seguinte descrição deve ser feita sob estas seis cabeças: a saber,

1. As partes no pacto da graça.

2. A realização dessa aliança.

3. As partes dela.

4. A administração da mesma.

5. O julgamento de um ser pessoal salvador nela.

6. A maneira de instigar os pecadores pessoalmente e salvificamente nela.

I. AS PARTES NA ALIANÇA DA GRAÇA

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Em todos os pactos, de qualquer natureza, sejam pactos de promessa absoluta, ou condicional, deve haver necessariamente partes distintas:

pelo que se possa decretar, resolver ou propor consigo mesmo, sem outra parte; no entanto, a aliança ou barganha, promessa ou promissor, fala de uma obrigação daí decorrente para outra parte distinta.

Consequentemente, na aliança da graça, existem três partes a serem considerado;

1. O contratante da parte do lado do céu;

2. A parte empreiteira do lado do homem; e 3. A parte contratada e empreendida.

Dos quais em ordem. E,

I. DA PARTE CONTRATANTE DO LADO DO CÉU Como era o pacto das obras neste ponto, o mesmo ocorre na aliança da graça; a parte de um lado é o próprio Deus, e ele somente. Não havia necessidade de ninguém para cuidar dos interesses do céu nesta aliança; e não havia outro quando foi feita, sendo feita desde a eternidade, antes do mundo começar, Tito 1:

2. Isso é claro pelo palavras da aliança: "Eu serei o Deus deles", Jer. 31:33...

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Na primeira aliança, Deus contratou o próprio homem como amigo, sem a interposição de um mediador: mas na segunda aliança não é assim, e não poderia ser assim; pois nele o homem era considerado uma criatura caída, transgressora da lei e inimiga de Deus; e é uma aliança de reconciliação, aliança de paz, para aqueles que estiveram em guerra com o céu.

2. Mas, também, Deus deve ser considerado aqui como um propósito e propósito de Deus, decretado desde a eternidade para manifestar a glória de Sua graça, amor e misericórdia, na salvação de parte da humanidade perdida. Por conseguinte, somos ditos sermos salvos no tempo, "de acordo com seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes que o mundo começasse,", 2 Tim. 1: 9. Sem esse propósito da graça em Deus, nunca poderia ter havido tal pacto de graça.

Mas o soberano Senhor das criaturas que negligencia os anjos caídos quanto a qualquer propósito de misericórdia, tem pensamentos de amor e paz para a humanidade caída, propondo em si mesmo fazer alguns deles eternos monumentos de sua graça e misericórdia, participantes da vida e salvação; e assim pôs em pé a aliança da graça.

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3. Por fim, contudo, devemos considerá-lo também neste assunto como um Deus justo, que não pode deixar de fazer o que é certo, dar ao pecado uma justa recompensa e magnificar sua santa lei, e torná-lo honroso, Gn 18:25; Heb. 2:

2; Is. 42:21. Sobre a moção para estender a misericórdia aos pecadores da humanidade, a justiça de Deus interpõe, alegando que a misericórdia não pode ser mostrada a eles, senão sob termos que agradem à lei e à justiça. E, de fato, não era agradável para a natureza de Deus, nem à sua verdade em sua palavra, erigir num trono de graça as ruínas de sua justiça exata, nem mostrar misericórdia em prejuízo dela. Agora, a justiça de Deus exigia que a lei que foi violada fosse cumprida plenamente satisfeita e sua honra reparada pelo sofrimento e obediência: os primeiros que possam satisfazer a sanção penal da lei, e o último, a parte dominante. O que está muito além do alcance dos próprios pecadores, e eles deveriam morrer sem piedade, a menos que outro, que possa ser aceito como garantia suficiente, deva empreender por eles, como um segundo Adão, entrando no lugar deles, como eles foram arruinados pela quebra da aliança de obras.

Assim estavam os impedimentos no caminho da misericórdia para o homem caído, bastante

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insuperáveis para ele, ou para qualquer um de seus semelhantes; e a aliança de graça foi feita para remover esses impedimentos do caminho, e que possa ser o canal em que toda a rica inundação de piedade pode fluir livremente, para vivificar, purgar, santificar e aperfeiçoar os pecadores perdidos da humanidade, que estavam sob as correntes da morte e da maldição, através da violação da primeira aliança pelo primeiro Adão.

Do que é dito neste ponto, podemos tirar essa inferência, a saber, que a redenção da alma é preciosa. A salvação dos pecadores perdidos foi um trabalho maior do que a construção do mundo.

II DA PARTE CONTRATANTE DO LADO DO HOMEM

Vimos que, por um lado, na aliança da graça, está Deus o Pai. Agora, do outro lado está Jesus Cristo, o Filho de Deus, com sua semente espiritual, Heb. 2:13: "Eis-me aqui os filhos que Deus me deu." O primeiro, como contratante e empreiteiro; o segundo, como a parte contratada e comprometida por: uma boa razão para seu nome "Emanuel, que é interpretado, Deus conosco", Mateus 1:23.

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(Que a eleição da graça foi feita através de uma aliança de Deus Pai com Deus Filho, sendo Ele o eleito para reunir todos os filhos de Deus em um corpo unido estando sob Ele como cabeça, não padece qualquer dúvida, como pode ser visto de várias passagens das Escrituras, como a seguinte:

“4 Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,

5 também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.

6 Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado.

7 Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular.” (I Pedro 2.4-7).

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O contratante do partido então com Deus, na aliança da graça, é nosso Senhor Jesus Cristo. Somente ele administrou os interesses dos homens nesta eterna pechincha: pois, no momento da criação, nenhum deles existia; nem, se eles se tivessem, teriam sido capazes de fornecer qualquer ajuda.

Agora, Jesus Cristo, o contratante do partido, do lado do homem, na aliança da graça, é, de acordo com nossos textos, considerado nessa matéria como o último ou segundo Adão, chefe e representante de uma semente de pecadores perdidos da humanidade, a parte contratada. E assim ele se sustentou Mediador entre um justo Deus ofendido e homens ofensivos culpados diante dele.

Nesse ponto, havia uma diferença principal entre o primeiro Adão e o último Adão: pois existe um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo; que se deu em resgate", 1 Tim. 2: 5, 6. E assim a aliança da graça, que não podia ser feita imediatamente com os pecadores, foi feita com Cristo, o último Adão, sua cabeça e representante, mediando entre Deus e eles; portanto, Jesus é chamado o mediador da nova aliança, a quem viemos crendo, Heb. 12:22, 24.

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2. Nosso Senhor Jesus Cristo sendo, na fraseologia do Espírito Santo, o último Adão, a razão aqui não pode ser tirada da natureza comum ao primeiro Adão e ele; pois toda a humanidade participa disso; mas de seu ofício comum de chefia e representação federal, nos respectivos pactos que tocam a felicidade eterna do homem; o que é peculiar a Adão e o homem Cristo. Consequentemente, Adão é chamado o primeiro homem, e Cristo, o segundo homem, 1 Coríntios. 15:47; mas Cristo não é o segundo homem, do que como ele é o segundo chefe federal, ou o representante na segunda aliança; como Adão foi o primeiro chefe federal, ou o representante no primeiro pacto. Concordante com o qual, o apóstolo representa Adão como cabeça dos homens terrenos e Cristo como cabeça dos os homens celestiais, I Cor 15.48; sendo o primeiro aqueles que carregam a imagem de Adão, a saber, todas as suas sementes naturais; o último, aqueles que participam da imagem de Cristo, a saber, sua semente espiritual, ver. 49. Tudo isso está confirmado de Adão ser uma figura ou tipo de Cristo, que o apóstolo expressamente afirma em Romanos 5:14; e do paralelo ele descreve entre eles dois, a saber, que, pela quebra da aliança de Adão, o pecado e a morte vieram a todos que eram dele, então pela observância da aliança de Cristo, justiça e vida vêm a todos os que são dele,

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versos 17, 18, 19. Portanto, como o primeiro pacto foi feito com Adão, como chefe e representante de sua semente natural; então a segunda aliança foi feita com Cristo, como a cabeça e representante de sua semente espiritual.

3. Como o primeiro homem foi chamado Adão, isto é, homem; ele sendo o representante principal da humanidade, a pessoa em quem Deus tratou com todos os homens, sua semente natural na primeira aliança; e, por outro lado, todos os homens ali representados por ele, estão, na linguagem do Espírito Santo, sob o nome de Adão, Salmo 29: 5, 11. "Certamente todo homem" no original é, todo Adão "é vaidade", então Cristo leva o nome de sua semente espiritual, e eles, por outro lado, levam seu nome; uma evidência clara de serem um aos olhos da lei e de Deus tratando com ele como seu representante no segundo pacto. Israel é o nome da semente espiritual, Romanos 9: 6; e nosso Senhor Jesus Cristo é chamado pelo mesmo nome, Isa. 49: 3. Tu és meu servo, ó Israel, em quem serei glorificado", como vários comentaristas instruídos e criteriosos entendem isto; e é evidente em todo o contexto, vers. 1, 2, 4-9. A verdade é, Cristo é aqui chamado com uma solenidade peculiar; para o texto original permanece precisamente assim: "Tu és

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meu servo; Israel, em quem me glorificarei", isto é, tu és representante de Israel, em quem eu me glorificarei, e faço todos os meus atributos ilustres; como fui desonrado, e eles obscureceram, por Israel, o corpo coletivo da semente espiritual.” E isso nos leva a uma interpretação natural e irrestrita dessa passagem, Salmo 24: 6. “Tal é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó.”; isto é, em outras palavras, que anseia pelo aparecimento (Pv. 7:15; Gênesis 32:30.) Do Messias, o Senhor a quem a igreja do Antigo Testamento procurou; uma promessa de cuja vinda ao seu templo. (Mal. 3: 1.) foi a entrada da arca no tabernáculo que Davi havia erguido por isso, na ocasião em que o Salmo foi escrito. Por conseguinte, segue imediatamente, verso 7:

"Levantai a cabeça, ó portões, e levantai-vos, ó portas eternas, e o rei da glória entrará." E em outro salmo escreveu na mesma ocasião e expressamente disse ter sido entregue naquele mesmo dia nas mãos de Asafe, 1 Crôn 16: 1, 7, isto é a expressão encontrada, verso 11, "procure seu rosto continuamente;" justamente para ser interpretado, de acordo com as circunstâncias da coisa principal que Davi, através do Espírito, tinha em vista naquele dia, a saber, a vinda do Messias. Assim, Cristo leva o nome de sua semente espiritual; e eles, por outro lado,

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também usam seu nome: 1 Cor. 12:12, "Porque, como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros desse corpo, sendo muitos são um corpo; assim também é Cristo.”

4. As promessas foram feitas a Cristo como o segundo Adão, a cabeça e representante de sua semente: Gal. 3:16, "Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo." Eu possuo isso aqui, assim como no texto imediatamente antes de citado, entende-se Cristo místico, a cabeça e membros. É para eles que as promessas aqui são feitas; mas primariamente à cabeça, secundariamente aos membros nele; assim como a promessa de vida na primeira aliança, foi feita principalmente a Adão como o cabeça, e secundariamente a todas as suas sementes naturais nele. Assim, na típica aliança com Abraão, as promessas da herança terrena foram feitas principalmente ao próprio Abraão e, secundariamente, à sua semente de acordo com a carne. E mesmo assim a promessa da herança eterna claramente é feito para Cristo, Tito 1: 2,

"Na esperança da vida eterna, que Deus que não pode mentir, prometeu antes do mundo começar; " quando não havia senão Cristo a

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quem essa promessa poderia ser feita pessoalmente. Adequadamente diz-se que o pacto é feito com a casa de Israel, a saber, o Israel espiritual; contudo, as promessas dele são dirigidas, não a eles, mas a outra pessoa, Heb. 8:10, "Eu serei para eles Deus, e eles serão para mim um povo " A razão da qual aparece claramente, nas promessas feitas a Cristo como sua cabeça e representante. Agora, desde que estas promessas pertencem à aliança da graça, que é, portanto, chamada de pacto da promessa, Ef. 2:12, é manifesto que se elas fossem feitos para Cristo como cabeça e representante de uma semente, a aliança da graça foi feito com ele como tal; e aquele a quem elas foram feitas principalmente, foi certamente o contratante do partido.

5. Por fim, esta liderança federal de Cristo e sua representação de semente espiritual na aliança da graça, aparece em sua fiança naquele pacto, o melhor testamento, do qual Jesus foi garantido, Heb. 7:22. Agora, ele se tornou garantia para eles em termos de satisfação por suas dívidas de punição e obediência; e que assumiu toda a carga sobre si mesmo, como para pessoas totalmente incapazes de responder por si mesmas.

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Portanto, não é apenas dito que Cristo foi feito pecado por nós, 2 Coríntios. 5:21, por termos posto a iniquidade de todos nós sobre ele, Isa. 53:

6, e ter morrido por nós, Romanos 5: 8; mas também nos é dito termos sido crucificados com Cristo, Gal. 2:20, para ser feita a justiça de Deus nele, 2 Coríntios. 5:21 sim, para serem levantados juntos e glorificados, sendo sentados juntos em lugares celestiais em Cristo Jesus, Ef. 2: 6, e para ser vivificados em Cristo, quando morremos em Adão, 1 Coríntios. 15:22. Tudo o que necessariamente exige essa sua liderança e representação na aliança.

E assim parece que a segunda aliança foi feita com Cristo como o último ou o segundo Adão, chefe e representante de sua semente espiritual.

Em segundo lugar, devemos indagar, por que a segunda aliança, a aliança

de graça, foi feito assim? E isso deve ser explicado nos seguintes detalhes.

1. O pacto da graça foi feito com Cristo como o último Adão, cabeça e representante de sua semente espiritual, para que o amor infinito possa ser derramado, mesmo desde a eternidade. O amor especial de Deus pela

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semente espiritual o levou à aliança da graça. E esse amor e essa aliança são da mesma data eterna: como o amor era eterno, Jer. 31: 3, o mesmo aconteceu à aliança, Heb. 13:20; Tito 1:

2. Mas como as sementes são apenas de ontem, o pacto da graça deve ser semelhante ao pacto das obras, uma aliança de ontem, uma aliança do tempo, se não foi feita com Cristo como seu representante; caso contrário, não poderia ter sido um eterno pacto. A promessa da vida eterna, que é sem dúvida uma promessa da aliança da graça, não poderia ter sido de uma data tão antiga, como antes do mundo começar, como o apóstolo diz que é, Tito 1: 2. Como poderia a aliança eterna ser feita originalmente com criaturas do tempo, senão em sua cabeça eterna e representante? Ou como poderia ser uma aliança eterna pessoalmente, com eles, por meio de aplicação pessoal a eles, não foi desde a eternidade feito com outro como sua cabeça e representante? Mas neste método de infinita sabedoria, o amor livre tomou uma ventilação precoce; não esperando o movimento lento de seus objetos rastejando para fora do útero do tempo, em que muitos deles se encontram, até hoje. Mas como os príncipes às vezes se casam, por procuração, com jovens princesas, antes de serem casados ou capazes de dar seu consentimento; então Deus, no seu infinito

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amor, casou consigo mesmo toda a semente espiritual, em e por Jesus Cristo como seu representante, não apenas antes de serem capazes de consentir, mas antes que eles existissem. O que eles fazem depois, em sua eficácia chamando, aprovando pela fé e dando seu consentimento pessoalmente a Ele; e então eles desfrutam de Deus como seu Deus, e Deus os tem como seu povo: João 20:17, "Eu ascendo a meu Pai e seu Pai, e a meu Deus e seu Deus."

2. Caso contrário, não poderia ter sido feito um pacto condicional respondendo ao desígnio dele. Essa aliança ocorrendo somente após a violação da primeira aliança, o grande desígnio dela era que pecadores mortos podem ter vida, como foi observado anteriormente. Agora, para isso, um santo justo Deus permaneceu em condições, sem as quais essa vida não poderia ser dada: e eram condições elevadas, Salmo 40:

6, "Sacrifício e ofertas que não desejaste." 1 Tes.

5: 9, 10, "Jesus Cristo, que morreu para que nós devamos viver." Mas como poderia uma condicional e eficaz aliança para a vida ser feita com pecadores mortos, senão em um representante? Almas mortas não podem realizar nenhuma condição para a vida no que possa ser agradável a Deus. Eles precisam ter vida antes que possam fazer qualquer coisa

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