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POLÍTICAS DE INOVAÇÃO E DESEMPENHO EMPRESARIAL:

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Academic year: 2021

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POLÍTICAS DE INOVAÇÃO E DESEMPENHO EMPRESARIAL:

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA POLÍTICA DE INOVAÇÃO NO DESEMPENHO DAS FIRMAS.

Bruno Roberto de Araújo Ferreira

Resumo: No mundo contemporâneo, a ampla discussão sobre os efeitos de política de inovação no desempenho das firmas tem gerado diversos estudos sobre as áreas de pesquisa, inovação e desenvolvimento com o intuito de auxiliar os formuladores dessas políticas, e de se consolidar os verdadeiros impactos que estas podem ocasionar para a economia e o desenvolvimento de um país. O devido artigo tem o objetivo de avaliar os impactos gerados no desempenho das firmas considerando os maiores investidores em inovação do mundo, de modo a analisar trabalhos já realizados que englobam empresas públicas e privadas e os tipos de políticas de inovação constantemente utilizados, usando uma metodologia qualitativa de forma a comparar as pesquisas e fazer uma análise crítica sobre os resultados. Foi observado com a análise dos estudos que os impactos gerados tendem a ser positivos e a má implementação pode acarretar enormes custos para os investidores, aumentando os ricos do investimento em P&D e que a localização geográfica das firmas em relação aos centros de pesquisa podem ser fundamentais na consolidação da relação universidade-firma e o transbordamento do resultado de pesquisa devido a esta relação pode gerar desenvolvimento para a região.

Palavras-chave: Economia. Ciência. Tecnologia. Spillovers. Investimento.

1. INTRODUÇÃO

Não é de hoje que o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) se torna pauta em muitas economias do mundo. A busca por eficiência, metodologias e técnicas organizacionais tem gerado um crescente interesse dos setores público e privado em investir na área da ciência e tecnologia (C&T).

A relevância da inovação é consenso em meio ao mundo contemporâneo, mas ainda demostra diversas vertentes onde pode ser uma transformação de uma indústria, de um processo, serviço ou método. Em geral, o que pode definir a importância da inovação para uma empresa é sua relevância ao mercado, e para o Estado, sua capacidade de transformar uma sociedade.

Além de influenciar no crescimento tecnológico de uma sociedade, a P&D tende a desenvolver firmas e gerar mais insumos a setores que nesta investem. A relação público-privado pode garantir um desenvolvimento em inovação, gerando avanços em áreas de interesse privado que beneficie o setor público, trazendo consigo o crescimento da economia do Estado e contribuindo para o crescimento da sociedade acadêmica.

Os efeitos do investimento governamental em P&D no setor privado ainda é bastante debatido no meio acadêmico, originando diversos estudos sobre essa relação público-privado e como esta pode ser impactada e como pode influenciar na aplicação de capital em ciência, tecnologia e inovação.

O Estado busca o progresso da sociedade, das tecnologias, dos setores e firmas. A aplicação pública em C&T pode não ser tão eficaz quando há ausência do setor privado. Novas tecnologias tendem aguçar as empresas em aderir às inovações, porém, o não “spillovers” da pesquisa para o setor privado pode impedir maiores desenvolvimentos, impedido o crescimento das firmas e da própria sociedade/Estado.

O investimento em P&D gera externalidades ou “spillovers” de pesquisa, que atraem o setor privado, potencializando os estudos sobre determinados trabalhos. Esses investimentos vão além do seu investimento principal e tendem a promover novas tecnologias para as áreas trabalhadas. Para alguns autores a própria geografia das firmas em relação as universidades tendem a influenciar a participação das empresas no investimento em P&D, e estas tendem a ficar mais atualizadas com as inovações.

Jacobs (1969) fala que o custo marginal da transmissão de informações é independente da distância geográfica.

Entretanto, o custo marginal da transmissão do conhecimento tácito deve decair de acordo com a frequência da interação, da observação e da comunicação.

Os gastos globais com P&D das empresas aumentaram em ritmo mais acelerado em 2016 (4,2%) do que em 2015. As 1.000 maiores empresas de P&D aumentaram seus gastos com P&D entre 2015 e o primeiro semestre de 2017 (WIPO - WORLD INTELLLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION, 2018), essa crescente mostra a importância do tema entre as firmas no mundo e o interesse no protagonismo das novas tecnologias em diversas áreas.

Entre as dimensões impactadas pela inovação, encontra-se a competitividade das empresas. Assim, conhecer UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA

CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA Trabalho de Conclusão de Curso (2019).

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empresariais e setoriais quanto para orientar o desenvolvimento de projetos, processos e programas voltados para inovação. (ALVIM, 2012).

Com isso, o interesse em manter o equilíbrio orçamentário, o protagonismo tecnológico em processos, métodos, setores e serviços, tem tornado o investimento em inovação, pesquisa e desenvolvimento um assunto bastante atual em países desenvolvidos, mas principalmente no Brasil e em países subdesenvolvidos onde a classe cientifica sofre com inúmeras quedas e cortes no investimento em ciência e tecnologia. O entendimento do real impacto nas firmas e no Estado devido a P&D poderá ditar o caminho das inovações e o avanço da tecnologia na sociedade, podendo assim, direcionar corretamente em quais setores há um verdadeiro avanço com o investimento público e privado em P&D.

Diante destes questionamentos a pesquisa busca avaliar o impacto dos investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia e inovação no desempenho das firmas, examinando artigos e trabalhos que fazem o estudo sobre inovação no mundo.

2. OBJETIVOS 2.1. GERAL

Avaliar o impacto dos investimentos em P&D e analisar os impactos gerados no desempenho das firmas, considerando os maiores investidores em inovação do mundo.

2.2. ESPECÍFICOS

• Analisar os impactos ao longo do tempo dos investimentos públicos e privados em inovação nas firmas.

• Avaliar o desempenho das firmas devido aos investimentos públicos conforme diferentes países.

3. DESENVOLVIMENTO 3.1 Metodologia

A pesquisa procedera de maneira a discutir e analisar os impactos da política de inovação nas firmas, se utilizando de trabalhos anteriores realizados no mundo, com o intuito de reunir os principais resultados de diferentes países e observar as semelhanças entre estes, ao modo de obter um conclusão sobre como as empresas podem ser afetadas com o investimento em P&D.

Será observado os trabalhos de (KWON e KWON, 2019; MAIETTA, 2015; EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013) e a partir dos seus dados, serão analisados os seus resultados e posteriormente debatido, reunindo-os e a sim promover uma nova visão sobre os mesmos.

O artigo tratara de uma pesquisa qualitativa, se utilizando de estudos e conclusões já obtidas, sendo realizadas comparações entre os artigos trabalhados que possam gerar uma visão mais ampla sobre o tema e mais tangível, o que ajudara na obtenção dos resultados e a conclusão dos mesmos. O estudo estará voltado para o universo econômico, colocando em foco a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento e como o investimento nos mesmos afeta as companhias.

Toda a amostragem e a coleta de dados foram feitas pelos artigos estudados e que serão analisados, tendo em posse somente os resultados e os dados obtidos pelos mesmos em tabelas e gráficos. A análise será feita de modo a considerar a conclusão obtida pelo próprio artigo estudado e também serão realizadas novas ponderações com base nas outras pesquisas, gerando assim um novo ponto de vistas sobre as mesmas.

Os materiais estudados serão obtidos de universidades nacionais e internacionais, se utilizando das plataformas disponíveis, com o intuido de embasar toda a análise e pesquisa do artigo, para a obtenção de resultados que possam condizer com a realidade e que tenham suporte teórico necessário para a conclusão do artigo.

3.2. Citação de Referências

De acordo com Edler, et al. Definimos política de inovação como todas as intervenções públicas que buscam apoiar a geração e difusão de inovação. Deliberadamente, esta é uma definição muito geral, que não leva em consideração diferentes razões para políticas e diferentes grupos-alvo (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013).

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2005).

Uma política de Inovação sólida implicará mudanças estruturais e isso requer um tempo para produzir resultado relevante. Mas as ações das instituições são essenciais para alcance do sucesso. Diante disso é importante o fortalecimento do Núcleo de Inovação Tecnológica, e a criação de estratégias a que venha consolidar a política institucional (MOURA, SUZART, et al., 2013).

Uma política de inovação gerada pelo Estado tem como objetivo expandir a ciência e a tecnologia gerando um crescimento em sua economia e assim, desenvolvendo suas firmas, aumentando sua produtividade e gerando uma maior vantagem na competividade da empresa nacional. Essa expansão pode ser feita com a ampliação de P&D resultando em uma relação Universidade-Firma, tendendo a influenciar no crescimento de ambas e de seus colaboradores, elevando os métodos de processos e pesquisa, ocasionando uma mão de obra, advento das universidades, mais capacitada e produtos e serviços de melhor qualidade.

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A política de Inovação tem como objetivo a formalização das diretrizes gerais que norteiam a atuação da instituição nas ações ligadas à inovação, à proteção da propriedade intelectual e à transferência de tecnologia, ampliar a relevância social da Universidade através da transferência de tecnologia, da propriedade intelectual e do know-how (domínio especializado sobre um mercado, produto ou serviço) para o setor produtivo e para a sociedade (MOURA, SUZART, et al., 2013).

Várias políticas de apoio à inovação seriam beneficiadas pela identificação das principais forças que orientam a atividade de inovação nas empresas. Essas forças podem estar relacionadas com mercados, voltadas para a crescente qualidade e eficiência, ou podem envolver a adaptação da organização das empresas para melhor ajuste a suas necessidades. Informações sobre os objetivos da inovação são prontamente obtidas por meio de pesquisas sobre inovação (OCDE, 2005).

Uma vez que a implantação de um sistema nacional de inovações não pode ser deixada ao sabor do mercado, dada a natureza peculiar dos fluxos tecnológicos, especialmente num país de industrialização tardia e economia aberta, é óbvio e múltiplo o papel que o Estado deve desempenhar, ainda mais que muitos dos componentes do sistema são naturalmente instituições públicas (GUIMARÃES, 2000).

Nos últimos 30 anos, a matriz de Ciência e Tecnologia (C&T) mundial se tornou mais densa e complexa. Há uma interconexão entre áreas de C&T, mudança de escala e intensificação da produção científica em todos os domínios tecnológicos. (NEGRI e LEMOS, 2009). O governo é a segunda principal fonte de financiamento de P&D em muitos países. A principal justificativa econômica para o financiamento governamental de P&D é baseada em efeitos de inovação ou a repercussão da inovação (KWON e KWON, 2019).

A produção de conhecimento universitário é importante para a inovação industrial. O conhecimento pode ser transferido para as empresas através de fluxos não intencionais que geram repercussões de pesquisas universitárias ou por meio de interações mediadas pelo mercado, como contratos de pesquisa colaborativa (MAIETTA, 2015).

Com intuito de acelerar o desenvolvimento das atividades inovativas, pode-se fazer uso de diversos instrumentos de política tecnológica como o incentivo fiscal às atividades inovativas e o incentivo financeiro, que, por sua vez, possuem diversos formatos, sejam subsídios a projetos de pesquisa, financiamento via fundos financeiros, compras do setor público ou política de atração de Investimento Externo Direto em atividades intensivas em P&D (AVELLAR, 2008). A inovação pode ocorrer em qualquer setor da economia, incluindo serviços governamentais como saúde e educação (OCDE, 2005). Quando o Estado negligência ou para o investimento em C&T, de certa forma pode prejudicar o desenvolvimento das firmas e da força de trabalho (“mão de obra”) podendo prejudicar a própria economia, isto é, a ausência de investimento do estado também pode acarretar na escassez de investimento do setor privado em P&D.

O investimento em P&D privado em muito é baseado, em como investimento público é aplicado, o que faz com que a responsabilidade do Estado aumente, isso por que as empresas tendem a considerar tais investimentos como risco e o dever do Governo é buscar estas empresas e incentivá-las a participar e investir em projetos que possam beneficiar a sociedade.

Os principais fundamentos econômicos dos fundos de P&D do governo são baseados em efeitos positivos ou externos da inovação. Ou seja, o desempenho da inovação de uma determinada entidade afeta outros atores e outras áreas da tecnologia de forma não intencional (KWON e KWON, 2019).

O interesse do Estado em inovação deve ser intenso devido ao impacto que a P&D causam no país. A evolução e a competição tecnológica de métodos, processos e serviços entre países, influência a determinadas nações o acréscimo de investimento. Essa inovação possibilita ao governo, uma indústria nacional mais competitiva, novas patentes, meio acadêmico mais evoluído e participativo, o que gera o bem-estar a sociedade principalmente nos dias atuais em que a busca pelo pioneirismo das tecnologias se tornou algo tão importante.

As empresas podem engajar-se nas atividades de inovação por inúmeras razões. Seus objetivos podem relacionar-se a produtos, mercados, eficiência, qualidade ou à capacidade de aprendizado e de implementação de mudanças. A identificação dos motivos das empresas para inovar e sua importância auxilia no exame das forças que conduzem a atividade de inovação, como a competição e as oportunidades de entrada em novos mercados (OCDE, 2005).

O setor privado pode ser uma peça fundamental quando age de forma conjunta com o estado no investimento de P&D. A relação dos dois setores pode gerar benéfico a ambos e nas universidades, gerando novas patentes e desenvolvendo novas tecnologias que atendam o mercado de bens e serviços.

Uma empresa pode realizar vários tipos de mudanças em seus métodos de trabalho, seu uso de fatores de produção e os tipos de resultados que aumentam sua produtividade e/ou seu desempenho comercial (OCDE, 2005).

As atividades de inovação de uma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos e financeiros. Cada interação conecta a firma inovadora com outros atores do sistema de inovação: laboratórios governamentais, universidades, departamentos de políticas, reguladores, competidores, fornecedores e consumidores. As pesquisas sobre inovação podem obter informação sobre a prevalência e a importância de diferentes tipos de interação e sobre os fatores que influenciam o uso de interações específicas. (OCDE, 2005).

Diversas medidas podem ser utilizadas para aumentar o investimento privado em P&D e inovação. Estes incluem instrumentos fiscais (como incentivos fiscais) e subsídios (também conhecidas como medidas de apoio direto). As medidas fiscais geralmente são direcionadas, por exemplo, aumento do investimento em P&D em uma

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variedade de empresas e setores elegíveis, enquanto subsídios podem ter como alvo setores, tecnologias ou tipos específicos de firmas (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013).

O investimento em P&D de empresas privadas é inferior ao nível socialmente desejável. Esse baixo investimento em P&D surge quando as empresas não podem se apropriar totalmente dos benefícios de seus investimentos em P&D: conhecimento criado se espalhará para outros atores e não é do interesse da empresa financiar a criação de conhecimento que beneficia as outras. Além disso, a P&D é arriscada e as empresas frequentemente limitam seu investimento em P&D para gerenciar seus riscos. Portanto, é necessário apoio do governo para incentivar a P&D privada a um nível socialmente desejável, com a esperança de que o aumento da P&D leve a novos produtos, novas vendas e mais empregos (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013).

O interesse das firmas em P&D advém do possível lucro e da sua situação competitiva que a empresa pode ter em relação as suas concorrentes em determinado mercado. Este fato faz com que muitas áreas do conhecimento não recebam apoios financeiros de empresas privadas devido a sua capacidade de retorno, isto é, em campos onde a empresa não tenha um retorno financeiro ou que não gerem pontos positivos a esta, acabam não sendo escolhidas por essa firmas para receberem investimento, logo o governo tende a ter que incentivar a participação de companhias nessas áreas.

Os fatores de demanda podem forçar as empresas a melhorar seus processos de produção e abastecimento com o objetivo de reduzir custos e preços. Em muitos casos, eles são também o principal condutor da inovação. As empresas muitas vezes despendem recursos substanciais para pesquisar a demanda e podem adotar medidas de marketing para influenciar ou criar a demanda para seus produtos. Fatores de mercado determinam o sucesso comercial de tecnologias e produtos específicos e afetam a trajetória de mudança tecnológica (OCDE, 2005).

As pequenas e médias empresas podem identificar a deficiência de financiamento disponível como uma barreira importante aos investimentos em inovação. As empresas podem estar preocupadas com a ausência de demanda por novos produtos aos preços considerados necessários para que suas inovações sejam compensadoras.

As empresas podem não possuir pessoal suficientemente qualificado para empreender atividades de inovação, ou suas atividades de inovação podem ser refreadas em virtude de sua incapacidade de encontrar o pessoal necessário no mercado de trabalho. A ausência de infraestrutura pode ser uma barreira importante à inovação, em particular fora das grandes cidades. Outras razões podem incluir a falta de conhecimentos sobre as tecnologias ou os mercados que seriam necessários para desenvolver uma inovação, ou a incapacidade da empresa para encontrar os parceiros apropriados para projetos conjuntos de inovação (OCDE, 2005).

A empresa é, portanto, o elemento chave no processo de transformação das tecnologias dominadas rumo à constituição de um sistema nacional de inovações. Entretanto é necessário que a empresa seja parte desse sistema e tenha, portanto, características nacionais, não sendo suficiente apenas que ela produza no espaço nacional ou para o mercado nacional (GUIMARÃES, 2000).

Diversos países adotaram, especialmente a partir dos anos 1990, políticas públicas de incentivo à inovação. O desenho destas políticas e os instrumentos utilizados para levá-las a cabo variam entre países, mas há, em geral, a combinação de instrumentos de incentivo fiscal e de incentivo financeiro (empréstimos subsidiados, subvenção econômica, entre outros). O objetivo é estimular os gastos privados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e em outras atividades inovativas, promovendo a redução dos custos envolvidos, tanto de maneira direta, através de empréstimos subsidiados e recursos diretamente aplicados, ou indiretamente, através de medidas de cunho fiscal (AVELLAR e BOTELHO, 2016).

No mundo atual um fator importante é a geográfica em que a companhia está situada, pois em países que há incentivo e o investimento em P&D é maior, acaba gerando uma a relação universidade-firma bem mais evoluída.

Pode se observar que os países com maiores PIBs, em média, são os maiores investidores em P&D.

Daí a relação direta hoje existente entre capacidade de produção de riqueza e liderança em C&T. Países considerados líderes em C&T são também potências econômicas e países com forte crescimento econômico apresentam matrizes cada vez mais complexas (NEGRI e LEMOS, 2009).

Nos EUA, a crença de que a pesquisa do setor público é importante para a inovação do setor privado alimentou investimentos federais consideráveis em P&D nos últimos setenta anos - apesar do fato de que economistas e formuladores de políticas reconheceram que pouco se sabe sobre os retornos desses investimentos. (JAFFE, 2002;

MARBURGER, 2005; AZOULAY , ZIVIN , et al., 2018).

De acordo com (DESJARDINS, 2018) no site World Economic Forum os países que mais investem em P&D são: Estados unidos com 476.5 bilhões de dólares, China com 370.6 bilhões de dólares e Japão com 170.5 bilhões de dólares como mostrado na figura 1. Vale salientar que atualmente os dois primeiros países brigam pela hegemonia política e econômica em diversos setores, e o crescente investimento em P&D tende a deixar, mesmo que direta ou indiretamente, os dois países em condições a brigar pelo topo. EUA, China e Japão são conhecidos principalmente pela sua capacidade tecnologia em diversa áreas e suas empresas tendem a comandar os mercados em que atuam.

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(Fonte: World Economic Forum)

De acordo com o site Jornal da USP, tanto nos Estados Unidos como na Europa, os recursos para pesquisa nas universidades advêm principalmente do Governo Federal e só uma pequena parcela destes recursos são gerados pela iniciativa privada, o site ainda trata que na China o dinheiro público representa de 40% a 45% do financiamento das universidades. Este fato não exclui a importância do investimento privado em P&D devido a sua importância econômica. As empresas privadas tendem a realizar parcerias com universidades em casos particulares e em projetos que possam gerar novos conhecimentos em determinadas áreas e que produzam vantagens tecnológicas e benefícios de longo prazo, essa parceria tende a alavancar pesquisas que tenham importância econômica e social, o que beneficia a universidade e a empresa.

O governo é a segunda principal fonte de financiamento de P&D em muitos países. Por exemplo, as despesas governamentais de P&D representam 34,6% do total de gastos em P&D na França, 25,5% nos EUA e 21,3% na China. Na Coréia, as despesas brutas públicas e privadas em pesquisa e desenvolvimento aumentam constantemente ao longo do tempo e que a parcela das despesas governamentais em pesquisa e desenvolvimento ficou em torno de 25% (KWON e KWON, 2019).

De acordo com o jornal da USP, em 2015 na União Europeia, 77% (setenta e sete por cento) da origem dos recursos para pesquisa nas universidades advém do Governo e somente 6% (seis por cento) vem das empresas, o mesmo ocorre nos Estados Unidos, que em 2016, 60% se originava do Governo e 6% (seis por cento) de empresas, isso mostra a discrepância em investimento do Estado para o setor privado quando se trata das universidades, que são uma das principais fontes de surgimento de tecnologias e inovação no mundo.

(Fonte: Jornal da USP) (Fonte: Jornal da USP)

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O impacto das inovações no desempenho da empresa varia dos efeitos sobre o faturamento e a parcela de mercado detida às mudanças na produtividade e na eficiência. Entre os impactos significativos nas esferas industrial e nacional estão as mudanças na competitividade internacional e na produtividade total dos fatores, os transbordamentos de conhecimento das inovações realizadas nas empresas, e um aumento no montante de conhecimentos que circulam nas redes (OCDE, 2005).

As evidências dos esquemas de garantia de crédito indicam que elas ajudam as empresas a crescer (como seria de esperar). Várias avaliações mostram um efeito causal direto na produção (vendas) e no emprego. No entanto, as evidências também indicam que alguns esquemas não tiveram impacto na produtividade da empresa, P&D ou intensidade de investimento. Em tais circunstâncias, os esquemas podem, na verdade, apoiar empresas que estão enfrentando dificuldades ou com desempenho insatisfatório e, finalmente, podem sufocar forças inovadoras (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013).

O financiamento à P&D nas empresas brasileiras tem impacto positivo sobre a produtividade e crescimento das firmas. No período 1996 a 2005 os financiamentos à P&D nas empresas realizados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) por meio dos programas de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Empresa Nacional (Adten) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT-Cooperativo) tiveram um impacto positivo sobre o desempenho das empresas (NEGRI e LEMOS, 2009).

Os incentivos fiscais induzem investimentos em P&D das empresas brasileiras. Programas de incentivos fiscais à P&D no Brasil induzem aumento dos gastos de P&D das empresas participantes em 90% dos casos. Os incentivos fiscais são amplamente utilizados pelos países desenvolvidos para impulsionar os gastos em P&D.

Isoladamente, este instrumento tem se mostrado pouco eficaz. No Canadá tem incentivos fiscais para P&D desde 1944; Estados Unidos desde 1954, e Austrália desde 1986 (NEGRI e LEMOS, 2009).

As medidas fiscais são amplamente não discriminatórias no que diz respeito ao conteúdo da pesquisa, tipo de empresa ou setor industrial apoiado. No entanto, o escopo dos efeitos dos insumos varia consideravelmente, dependendo do país, do período considerado e do método econométrico aplicado. Não existe uma relação clara entre as características e os efeitos do projeto; portanto, as evidências existentes não permitem concluir se algum projeto específico de incentivo fiscal é em geral superior (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013).

As empresas podem ou não ser bem-sucedidas na realização de seus objetivos com a implementação de inovações, ou as inovações podem ter outros efeitos adicionais além dos que motivaram inicialmente a sua implementação (OCDE, 2005).

O apoio público, em geral, leva a um apoio privado adicional e gratuito, mesmo que algumas avaliações encontrem alguma exclusão do investimento privado por meio de intervenção pública. Além disso, os efeitos na adicionalidade de insumos são geralmente mais fortes em empresas menores (embora existam estudos e argumentos contraditórios), em setores de baixa tecnologia e em regiões menos avançadas. Efeitos de prestígio ou de halo, em que o recebimento de financiamento em um esquema aumenta as chances de obter financiamento adicional de outras fontes públicas e privadas, devido ao prestígio obtido com o primeiro prêmio (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013).

Dentre os resultados encontrados, os mais positivos referem-se a variáveis de esforço inovativo: aumento de gastos em P&D e em treinamento de trabalhadores, introdução de novos processos produtivos e práticas de controle de qualidade, formação de redes de empresas e acesso a novas fontes de informação. Resultados mais ambíguos, e mais concentrados nos países em desenvolvimento, foram encontrados em variáveis de desempenho, como crescimento de produção, vendas e exportação, investimento, emprego, probabilidade de sobrevivência e produtividade (AVELLAR e BOTELHO, 2016) A empresa deve ser vista como o principal agente de inovação e, portanto, não pode o Estado ter uma postura neutra em relação a ela. A intervenção do governo nessa matéria tem que ir além do que preconizou até agora nossa tradição liberal. (GUIMARÃES, 2000).

2.2. Resultados e Discussões

Em pesquisa realizada por (KWON e KWON, 2019) busca investigar se o investimento agregado em P&D em uma tecnologia tem efeitos positivos na produtividade de empresas públicas (ou financiadas pelo governo). Este artigo utiliza os dados exclusivos em nível de projeto na Coréia, chamados National Sciencee, banco de dados do Serviço de Informações Tecnológicas (NTIS). Os dados contêm informações em nível de projeto de quase todos os projetos de P&D financiados pelo governo desde 2002. Foram analisados mais de 95.000 projetos públicos de P&D de 2004 a 2015.

De acordo com a pesquisa as despesas brutas públicas e privadas na Coreia em P&D estão aumentando constantemente ao longo do tempo e parcela das despesas governamentais em P&D permaneceu em torno de 25%.

Este financiamento governamental causa efeitos externos positivos ou efeitos colaterais da inovação, isto é, o desempenho da inovação pode afetar outras áreas de forma não intencional.

Eles observaram que os gastos de P&D tem efeito significativo e positivo nos resultados da pesquisa e quando aumentado em um milhão de dólares nos gastos em P&D do projeto, os resultados da pesquisa aumentam em 94%.

Também verificaram que as despesas agregadas em P&D não mostraram efeito estatisticamente significativo, mas a interação entre despesas agregadas de P&D e despesas de P&D do projeto tem efeitos significativos.

Para (KWON e KWON, 2019), os resultados sugerem que o investimento agregado em P&D, aumenta a produtividade marginal de projetos públicos individuais de P&D no mesmo campo tecnológico. As despesas

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públicas em P&D no mesmo campo tecnológico tem mais potencial do que os investimentos privados, devido aos resultados do último, serem em alguns casos, mantidos em segredo. Tanto a o investimento público como o privado tiveram efeitos significativos no mesmo campo tecnológico, mas os efeitos gerados pelo investimento público são bem maiores. Quanto maior o investimento em P&D no mesmo campo tecnológico, maior os efeitos multiplicadores de repercussão.

O trabalho observou que o aumento de 0,8 milhão de dólares em um projeto de pesquisa, aumenta em 9,4% os resultados destas, também verificou que um aumento de 850 milhões de dólares no investimento público em P&D aumentam em média 17,1% a produção de pesquisa de cada projeto público em P&D.

Também foi feita a comparação de quando não há investimento público em P&D, 10 bilhões de dólares aumentaram os resultados da pesquisa em 66,2%. Logo, quando existem um trilhão de ganhos em investimento públicos agregados em P&D no mesmo campo tecnológico, os mesmos 10 bilhões de dólares resultaram em um aumento de resultado de pesquisa em cerca de 89%. Além disso, verificaram que existem significativos efeitos multiplicadores de repercussão entre os projetos públicos de P&D, o que sugere que um governo talvez precise concentrar seus gastos.

O artigo sugere que o governo fortaleça os efeitos do investimento público em P&D compartilhando os resultados das pesquisas por meios de boletins e que as repercussões do investimento em P&D podem surgir devido à proximidade da região, a metodologia e até a utilização das redes sociais.

Já a pesquisa de (EDLER, CUNNINGHAM, et al., 2013) avaliou os instrumentos de política de inovação e a sua eficácia, sendo discutido em seminários em Londres e Manchester. O artigo é direcionado para formuladores de políticas de inovação, tanto os que querem formular novas políticas, como os que querem implementar. A pesquisa se torna útil para se obter uma visão geral sobre as políticas e as situações especificas que estas podem ser aplicadas e seu desempenho.

O estudo define política de inovação como todas as intervenções públicas que buscam apoiar a geração e difusão de inovação. O artigo revisou relatórios de avaliação, de analise acadêmica e outros documentos relevantes, em um total de 1.400 itens revisados.

A pesquisa verificou que os efeitos das políticas de inovação mostram variações em áreas especificas, isto é, as políticas de inovação variavam bastante em termos de objetivos e modo de aplicação em diversas áreas, tendo um mesmo padrão superficialmente. O motivo dessa variação pode estar ligado a oferta e a demanda que os projetos ofereciam e exigiam.

Foi observado que medidas fiscais indiretas e diretas são bem-sucedidas no aumento do investimento em P&D, contudo, seus efeitos podem se diferenciar devido ao modo de aplicação, de modelos e as características do país, como sua tecnologia e sua carga tributária. Observou-se que os incentivos fiscais geram efeitos positivos para a inovação de processos e a inovação incremental (mudanças mais suaves em produtos, serviços, métodos e etc...), mas nada mensurável para a inovação radical (mudança mais a brusca em produtos, serviços, métodos e etc...) ou na produtividade do trabalho. Além disso, as medidas fiscais são mal utilizadas pelas empresas e precisam de um maior controle para seu êxito. Foi encontrado poucos trabalhos que analisavam a criação de empregos devido aos incentivos fiscais, porém não há discussão significativa sobre potenciais efeitos prejudiciais a longo prazo devido essas meditas.

Há evidencias do desenvolvimento de habilidades devido ao impacto do desempenho da inovação, este desenvolvimento causa benefício individual e social, porém, o investimento privado pode não internalizar totalmente o desenvolvimento de habilidades e o influxo de trabalhadores altamente qualificados pode ser prejudicial para a economia de um país.

As políticas de inovação que buscam aconselhar as empresas ou conceder acesso a conhecimentos específicos, tem resultados variados, obtendo diversos estudos com diferentes tipos e escalas de efeito, sem uma verdadeira evidencia de que as mudanças no comportamento das empresas tenham vínculo com as políticas, tendo efeito consideráveis apenas em capacitações e benefícios econômicos.

As políticas que buscam aumentar a demanda por inovação têm efeitos variados, principalmente na inovação incremental que possuem mecanismos baseados por preços, influenciando o preço de mercado por meio de subsídios ou créditos tributários, e nas inovações radicais, nos mecanismos de comando e controle. Ainda não há muitas evidencias de efeitos dessas políticas de inovação, pois ainda são precárias, porém os mecanismos implementados mostram sinais que estão indo na direção certa.

Os verdadeiros efeitos das políticas de inovação ainda não são totalmente conhecidos, mas já se pode observar a influência dessas em firmas, influenciando em seus métodos, seus processos e comportamento empresarial, também pode se observar a influência na qualificação de mão de obra e como isto afeta a economia de um país. O artigo sugere o aprendizado e a transferência dos conhecimentos dos formuladores de políticas de inovação para obter o que realmente funciona ou não e desenvolverem novas políticas mais eficazes. Também visa analise de longo prazo dos efeitos dessas políticas, já que em sua maioria, são realizadas pesquisas de curto e médio prazo.

Critica o foco na criação, em sua maioria, de políticas que tenta realizar resultados em pequeno e médios prazos, sugerindo políticas que possam alcançar resultados de longo prazo que possam trazer crescimentos econômicos maiores no futuro.

O principal objetivo do artigo é identificar como a colaboração universidade-empresa em P&D afeta as inovações de produtos e processos da empresa e como o "contexto de conhecimento" em que a empresa opera (em

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termos de atividades relacionadas à pesquisa, educação e transferência de tecnologia nas universidades locais) afetam esse relacionamento. (MAIETTA, 2015). O artigo se utilizou em muitos casos da estrutura NSI ("Sistemas Nacionais de Inovação"), que sugere que a empresa com capacidades inovadoras dependem de sua capacidade de se comunicar e interagir com fontes de conhecimento externas, como outras empresas, clientes e instituições científicas que podem atuar como fornecedores de conhecimento (Maietta, 2015; Freeman, 1988; Lundvall, 1988;

Nelson, 1993),

Maietta verificou que as repercussões do conhecimento das universidades locais têm importância em relação as empresas que estão próximas, devido a probabilidade de inovação de produtos das empresas mais próximas serem maior do que as empresas que se encontram mais distantes das universidades. Programas de graduação que são úteis às empresas locais criam uma relação entre a universidade e a firma, que colaboram em projetos de pesquisa, desenvolvendo os laboratórios públicos de pesquisa, as universidades e as empresas privadas.

A autora observou que o conhecimento gerado pelo sistema público e que são requeridos pelas empresas locais, tendem a conectar toda a economia local com as comunidades industriais e de pesquisa por meio do canal educacional.

Notou-se que uma estrutura NSI quando territorialmente dispersas, produzem repercussões de conhecimento local para uma infinidade de empresas que utilizam tecnologias que são baseadas no conhecimento tácito (conhecimento adquirido ao longo da vida, por experiencia).

Ainda segundo a autora, a escolha de disciplinas cientificas e campos de graduação influenciam no desenvolvimento local, devido a algumas atividades econômicas poderem se beneficiar com o conhecimento produzido e outras não, e uma estrutura NSI dispersa e policêntrica, pode causar conflitos entre universidades, laboratórios de pesquisa nacionais e regionais, principalmente no momento da escolha de empresas parceiras no investimento de P&D.

Maietta explica que ausência de recursos adequados para as universidades geram conflitos na pesquisa e prejudicam os avanços das carreiras dos acadêmicos. Ela fala que no caso das grandes faculdades, um ensino de alta qualidade, monitorando o desempenho do ensino e dos acadêmicos, podem ser um potencial para futuros financiamentos privados, aumentando a colaboração universidade-firma.

Já as empresas que são muito pequenas e isoladas tendem a ter dificuldade para encontrar parceiros públicos de P&D, e a redução na assimetria de informação deve ser realizadas por terceiros, como agencias de desenvolvimento regional.

Pode-se observar com os artigos a importância da conciliação entre investimento público e privado em pesquisa e desenvolvimento e que a falta de um dos dois pode acarretar na diminuição de resultados de pesquisa, observou- se também que um investimento público tem grande importância nos resultados de pesquisas e esses investimentos influenciam bastante na alteração da economia nacional ou regional, também vale salientar que existem vários tipos de políticas de inovação e que estas podem se enquadrar em diversos casos mantendo superficialmente um padrão mas se adaptando as particularidades de cada local.

Uma política de inovação só pode atrair vantagens quando ela é bem aplicada e quando esta consegue fortalecer a cooperação universidade-firma de forma a gerar ganhos para os dois lados, isto é, uma política de inovação deve se adaptar as casualidades encontradas e entender as instituições públicas e privadas que nelas estão envolvidas.

O investimento em P&D faz com que as empresas tenham desenvolvimento, inovando em métodos, processos serviços e produtos, e podem trazer para a sociedade um maior bem-estar gerando mão de obra qualificada e tecnologias que possam melhorar a comunidades e colocar as firmas em patamares elevados no mercado.

A má implementação de investimentos em P&D pode acarretar no desperdício do orçamento público/privado gerando pouco ou nenhum efeito as instituições envolvidas. Notou-se que as empresas têm crescimento considerável quando as políticas são bem aplicadas e quando elas estão bem direcionadas, isto é, quando uma política de inovação tenta abranger vários grupos ou setores, elas tendem a ser menos eficazes já que alguns setores tendem a necessitar de maiores investimento públicos ou privados do que outros, então uma política de inovação onde não tem critérios para a escolha das aplicações, tendem a reduzir os efeitos que poderiam ser proporcionados.

A fase de implementação de uma política de inovação tem uma grande importância devido principalmente ao impacto que ela pode gerar, em locais onde as instituições de pesquisa promovem conhecimento que não tem em muito o que acrescentar para a região, elas tendem a fazer um trabalho “perdido” pois ira necessitar bem mais de investimento público, devido à falta de interesse das firmas que se encontram nas redondezas geográficas das universidades, dos laboratórios ou qualquer outro centro de pesquisa. Se faz necessário saber que a implementação de um centro acadêmico de pesquisa pode influenciar nos resultados e no desenvolvimento das firmas da região, pois como se já verificou a firma é impactada de diversas formas, porém, estas devem ter um “vinculo de conhecimento”.

O investimento privado nos estudos realizados mostra grande poder, mas quando estes investimentos não tem o auxílio público, os resultados que podiam gerar um desenvolvimento não só para a sociedade, mas para outras firmas, acabam sendo inutilizados, então se faz necessário o investimento público para gerar grandes impactos nos resultados de pesquisa e assim, desenvolver como um todo, as firmas que tem participação nos investimentos em P&D e por transbordamento, firmas que por troca de funcionários ou informações com as empresas investidoras acabam recebendo o conhecimento adquirido pelas pesquisas.

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3. CONCLUSÕES

Concluindo as empresas são diretamente impactados pelas políticas de inovação principalmente quando estas estão próximas aos centros de pesquisa, visto que os centros estimulam a pesquisa e o desenvolvimento de uma região. Uma política de inovação para ser aplicada deverá ser totalmente estudado pelos seus formuladores, dado que uma política mal aplicada acarreta em altos custos para o governo e instituições públicas e privadas. O investimento privado geralmente estará sendo aplicado para o benefício da própria empresa, isto tem se observado principalmente porque a firma tende a querer o retorno do investimento e quando são os únicos investimentos, sem a participação do setor público, os impactos gerados não são tão elevados.

As políticas de inovação promovidas pelo Estado devem buscar gerar o desenvolvimento de uma região, desenvolvendo assim, setores econômicos e setores que gerem benefícios a sociedade. As empresas buscam sempre adquirir o pioneirismo ou o monopólio sobre as tecnologias, ela busca ganhos com investimento feito em P&D, porém, nem todas as áreas tem real efeito econômico, mas ainda assim, podem ter uma grande importância social, se faz necessário que as políticas de inovação se adaptem as casualidades entendendo que alguns setores, para conseguir maiores investimentos privados, irão necessitar de melhores políticas públicas de inovação.

Os reais impactos devido aos investimentos em P&D nas empresas ainda não são totalmente definidos, o que se pode afirmar é que o desenvolvimento da mão de obra, dos processos, dos serviços gerados, os produtos, acarreta um benefício econômico considerável aos investidores e até mesmo das firmas vizinhas que por meio de transbordamento que acabam sendo beneficiadas. A evolução tanto nas empresas públicas como privadas devido a P&D pode ser claramente observado, estas promovem o desenvolvimento da região em que estão inseridas de forma “espontânea”, isso mostra o quanto os impactos gerados até o momento, principalmente de médio e curto prazo, são positivos.

Não foi possível se observar impactos negativos nas firmas devido à política de inovação, os únicos momentos em que pode haver negatividade é na má aplicação ou desenvolvimento da política de inovação que podem gerar altos custo aos envolvidos, deve-se salientar que essas políticas nem sempre podem ter resultados positivos, isso por que a má conduta e a falta de estudos relacionado ainda são os grandes elevadores de riscos de investimentos como esse, o que torna totalmente necessário estudos e pesquisa para conciliar setores, firmas e os centros acadêmicos, deve-se entender que o risco do investimento em P&D pode ser reduzido quando a sua aplicação tiver resultados mais concretos, pois ainda sim, os impacto gerados as empresas, principalmente financeiramente, são bastantes consideráveis, tanto positivamente como negativamente. A inovação tecnológica pode alterar o rumo de qualquer firma principalmente no mundo contemporâneo, mas a incerteza dos resultados e da eficácia das políticas de inovações implementadas pode distanciar as empresas do investimento.

É preciso que os formuladores das políticas de inovação tenham o conhecimento dos impactos gerados nas firmas de cada região e setor, para que os futuros desenvolvimentos dessas, possam ainda mais beneficiar as firmas, e não só ela, mas a sociedade que as engloba, se faz necessário estudos de longo prazo que visem entender como as políticas de inovação impactam as firmas com o passar do tempo, como os setores também podem ser impactados, e quais necessitam de maiores apoios públicos. Os formuladores devem entender que as políticas de inovação podem desenvolver regiões de forma significativa, mas quando mal aplicada, os custos gerados podem ser imensos.

Por mais que os impactos ainda sejam um pouco abstratos em alguns casos, a notoriedade do avanço proporcionado pelas políticas nas firmas tem colocado o tema em bastante ênfase, principalmente pela escassez de estudos relacionados à área, quando comparado aos possíveis ganhos que esta pode proporcionar, logo, com o apoio de Governos, instituições de pesquisa e entre outras, estudos nesta área devem buscar cada vez mais a ampliação do tema, analisando o curto, o médio e o longo prazo não só de pequenas regiões, mas países, blocos econômicos, pois o desenvolvimento do tema não só se tornou algo atual devido as novas tecnologias que surgem cada vez mais rápido, mas também devido a mudança do estilo de vida mundial, aos embates realizados em país subdesenvolvidos onde constantemente a classe acadêmica é posta de forma desvalorizada.

Uma análise feita focando a importância das universidades, dos laboratório de pesquisas nacionais e regionais devem também ser realizadas no futuro, principalmente com o intuído de mostrar que não só o investimento aplicado, mas os setores de pesquisa são consideravelmente muito importantes para o sucesso de uma política de inovação e resultando assim, impactos positivos nas firmas, sejam elas públicas ou privadas, estudos que possam mostrar o verdadeiro impacto que a qualificação da mão de obra, do corpo acadêmico pode influenciar nas inovações tecnológicas e que os governos que fazem da ciência “inimigo” estão não só prejudicando ao estado, mas as firmas nacionais e a própria economia.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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