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EMPÓRIO RURAL: APOIO ÀS AGROINDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CAMPO MOURÃO/PR POR MEIO DE TREINAMENTOS DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

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Academic year: 2022

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EMPÓRIO RURAL: APOIO ÀS AGROINDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CAMPO MOURÃO/PR POR MEIO DE TREINAMENTOS DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

R. C. Simoni

1

, A. F. Gomes

2

, M. G. Marim

3

, M. A. A. Rodríguez

2

1- Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos - PPGEAL – Universidade Federal do Paraná – CEP: 81531-980 – Curitiba - PR – Brasil, Telefone: 55 (44) 3361-3232 – e-mail: (rayssa.simoni@gmail.com) 2- Departamento Acadêmico de Alimentos - DALIM – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – CEP:

87301-899 - Campo Mourão – PR – Brasil, Telefone: 55 (44) 3518-1400 - e-mail:

(alini.fernanda.gomes@gmail.com, migrod1995@gmail.com)

3 – Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas/UNESP – Campus de São José do Rio Preto – CEP 15054-000 – São José do Rio Preto- SP- Brasil, Telefone 55 (17) 32212200 – email: (mariliagato1@gmail.com)

RESUMO – De acordo com a RDC 216/2004, Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem os procedimentos adotados por serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação sanitária. Esta ferramenta deve ser implantada em todos os setores de produção alimentícia. Assim, o objetivo deste trabalho foi formar um núcleo de consultoria técnica e qualificação compartilhando os conhecimentos necessários para implantação e manutenção desta medida preventiva de segurança alimentar aos pequenos produtores que possuem como fonte de renda as agroindústrias em suas propriedades. Foram elaboradas apostilas didáticas para auxiliar o treinamento em BPF dos colaboradores das agroindústrias de seis municípios da região de Campo Mourão/PR. As ações foram tomadas em parceria das prefeituras com o Projeto de Extensão da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Campo Mourão, obtendo feedbacks positivos em relação ao curso ministrado por todos os participantes dos municípios abordados.

ABSTRACT –

According to the RDC 216/2004, Good Manufacturing Practices (GMP) comprise procedures adopted by food services to ensure the sanitary quality and compliance of food safety legislation. This tool should be implemented in all food production sectors.

The objective of this project was to implement a technical advisory center aimed to support the small producers to implement and maintain measures of food security in their agricultural business properties. Educational workbooks were developed to train the coworkers about GMP in six cities in the region of Campo Mourão/PR. The activities were made in partnership between the prefectures of the cities and Extension Project of the Federal Technological University of Paraná, campus Campo Mourão, resulting in positive feedback regarding the course taught in all attendants of the cities chosen.

PALAVRAS-CHAVE: boas práticas de fabricação, apostilas didáticas, empreendimentos rurais, segurança alimentar, projeto de extensão.

KEYWORDS: good manufacturing practices, educational workbooks, agricultural business, food safety, extension project.

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1. INTRODUÇÃO

A agroindústria familiar rural é formada por pequenos e médios agricultores que mantém a prática tradicional das famílias para atender não apenas as necessidades destas, mas por se responsabilizarem pela manutenção de distintas propriedades rurais, fornecimento de matérias-primas para terceiros e dinamização dos espaços em sua própria residência para desenvolvimento de produtos com processamento simples e baixo conteúdo tecnológico, porém, com potencial de agregação de valor significativo (Ruiz et al., 2002; Sgarbi et al., 2007). O incentivo por meio das políticas públicas por parte dos governos municipais, estaduais e federal, visa o desenvolvimento regional (Lanes;

Siedenberg, 2016).

As técnicas utilizadas para transformação dos alimentos muitas vezes são passadas de pais para filhos sem poder assegurar a implementação das práticas que garantem a qualidade e segurança durante toda a produção (Neto, 2006), sendo que a segurança alimentar é um requisito básico e de extrema importância no âmbito alimentício que vem sendo cobrado cada vez mais pelos consumidores por apresentar um significado de excelência do produto. Estes se mostram mais rigorosos e exigentes de modo a tornar a oferta de produtos de qualidade uma condição de manutenção no mercado e não apenas uma estratégia de competição (Silva, 2011).

De acordo com a RDC 216/2004 é considerado “a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando a proteção à saúde da população”, de modo que a elaboração dos requisitos higiênico-sanitários sejam efetivos e de acordo com a legislação sanitária em todo território nacional (Brasil, 2004). Assim, deve ser de amplo conhecimento dos produtores, já que apresentam requisitos com relação a toda produção, incluindo matéria-prima utilizada, edificações e instalações, equipamentos, saúde e higienização dos manipuladores e controle dos alimentos (Carazza; Noleto; Filizola, 2012).

Neste contexto, o estudo teve como objetivo estruturar um núcleo de qualificação para contribuir no processo de agregação de valor da produção agroindustrial dos municípios da região de Campo Mourão/PR, evidenciando que este ramo de produção representa em torno de 70% dos alimentos consumidos no Brasil, de modo a fornecer auxílio as famílias e informações relacionadas as Boas Práticas de Fabricação, exigidas pela legislação vigente, de modo a garantir um produto de qualidade para possibilitar a comercialização deste e fornecimento para merenda escolar. Além disto, materializar ações de extensão que permitam a Universidade cumprir com seu papel social junto à comunidade regional.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O Projeto Empório Rural refere-se a uma parceria estabelecida entre a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Campo Mourão, e as prefeituras das cidades da região do Paraná Centro com início em julho de 2013 e término em 2015, para a realização de treinamentos referentes as Boas Práticas de Fabricação e à elaboração de produtos como polpas de fruta, minimamente processados, conservas/compotas e pães, para pequenos produtores que contribuem para alguns comércios e fornecimento de merendas escolares por meio das instalações agroindustriais nas propriedades.

Para a seleção das agroindústrias foram avaliados o perfil socioeconômico e produtivo, as necessidades de qualificação, potencial comercial existente e elaboração do plano de qualificação e apoio tecnológico.

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Foram elaboradas apostilas para serem disponibilizadas durante os treinamentos, com carga horária de 8 horas. Os cursos foram ministrados nas agroindústrias e em locais cedidos pela prefeitura das cidades abordadas, sendo Cândido de Abreu, Manuel Ribas, Pitanga, Iretama, Nova Tebas e Santa Maria do Oeste, de modo a capacitar os colaboradores referente às Boas Práticas de Fabricação exigidas. Foram transmitidos conhecimentos específicos, fornecidas sugestões de melhorias para cada ramo de atividade agroindustrial e obtido feedbacks com enfoque na obtenção de informações referentes à qualidade do curso e ao conteúdo absorvido pelos participantes.

A apostila abordou os seguintes temas

: d

oenças transmitidas por alimentos; contaminação dos alimentos; micróbios; manipulador de alimentos; higiene do local; como deve ser o local de trabalho;

instalações sanitárias para funcionários; cuidados com a água; cuidados com o lixo; itens importantes nas instalações; preparo do produto; rotulagem dos produtos embalados; como deve ser o transporte de alimentos preparados; o que significa o Manual de Boas Práticas e o POP.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A princípio, as visitas realizadas as propriedades para o entendimento e listagem das principais dificuldades encontradas pelos agricultores bem como a priorização das necessidades de qualificação e consultorias, verificaram a real necessidade de treinamentos na ferramenta de BPF. Para tal, foram elaboradas apostilas (Figura 1) de modo prático e ilustrativo a fim de facilitar a compreensão dos colaboradores beneficiados, buscando garantir a importância e a aplicação dos temas abordados.

Figura 1 – Capa da apostila de Boas Práticas de Fabricação (BPF) desenvolvida no projeto.

Com auxílio do material elaborado houve o compartilhamento de experiências e ferramentas auxiliares capazes de garantir a seguridade alimentar através da aplicação contínua de Boas Práticas de Fabricação. A equipe ofereceu suporte técnico e de qualificação para os pequenos produtores levando em consideração os problemas e dificuldades encontrados por estas famílias. Foram executadas atividades como demonstração da lavagem correta das mãos, vídeos exemplificativos e a visualização de placas de Petri com o resultado do swab de mãos, ar, boca e cabelo, que instigaram o interesse e a aprendizagem dos colaboradores. As famílias foram orientadas também em como deveria ser feita a rotulagem dos produtos por elas desenvolvidos, como armazenar corretamente os alimentos, data de

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validade, como organizar os custos de entrada e saída dos produtos vendidos, bem como instruções sobre as legislações vigentes que auxiliaram na elaboração de produtos adequados para o consumo.

Assim como o realizado por Cruz (2007), que buscou avaliar as visões dos agricultores referentes a qualidade dos alimentos e boas práticas aplicadas na produção, também houve resultados favoráveis em que pode-se perceber que, para alguns produtores, houve satisfação não apenas na obtenção de renda e implantação de melhorias, mas a possibilidade de processar produtos diferenciados.

Durante o programa de treinamentos foram aplicados formulários de diagnóstico as famílias, e após a compilação dos resultados indetificou-se que a atividade foi efetiva, uma vez que, de acordo com os feedbacks o curso foi apresentado claramente e forneceu informações relevantes para a construção do alimento com seguridade. Sendo assim, obteve-se neste período um eficiente aproveitamento. O gráfico representado pela Figura 2 refere-se a avaliação realizada pelos participantes do curso sobre os alunos palestrantes, levando em consideração o conhecimento do conteúdo, assunto abordado, carga horária, material didático, dinâmicas e vídeos apresentados e sugestões.

Figura 2 - Resultados da avaliação realizada pelos participantes em relação ao curso de Boas Práticas de Fabricação.

As sugestões referentes a qualidade do material e apresentação dos temas abordados foram positivas por meio da opinião dos colaboradores que alegaram a necessidade da aplicação do curso em outras localidades, com ambiente mais apropriado, participação dos funcionários de suas respectivas agroindústrias e aprendizado mais profundo no tema.

4. CONCLUSÕES

Através da compilação dos resultados e do mapeamento das necessidades evidenciou-se que o objetivo foi alcançado, já que o conhecimento técnico obtido na universidade foi transmitido de forma clara a comunidade de maneira a contribuir positivamente para o crescimento sócio-econômico da agroindústria familiar, possibilitando o desenvolvimento desta através da produção de alimentos seguros e higienicamente confiáveis para o consumo. Assim, foi possível alcançar a valorização deste setor de produção possibilitando a tendência de alavancamento da renda familiar.

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5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Ministério da Educação e Cultura, as prefeituras das cidades, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – campus Campo Mourão e a Fundação Araucária pelo apoio financeiro.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2004). Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação (Resolução-RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004).

Diário Oficial da União.

Carazza, L. R., Noleto, R. A., Filizola, B. de C. (2012). Cadernos de Normas Fiscais, Sanitárias e Ambientais para regularização de agroindústrias comunitárias de produtos de uso sustentável da biodiversidade (2. ed.). Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

Cruz, F. T. (2007). Qualidade e Boas Práticas de Fabricação em um Contexto de Agroindústrias Rurais de Pequeno Porte (Dissertação de mestrado em Ciências Agrárias) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Lanes, R. O. S., Siedenberg, D. R. (2016). Pequenas agroindústrias familiares em Júlio de Castilhos- RS: entraves e avanços na implantação das boas práticas de fabricação. In Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (IX EGEPE), Passo Fundo, Brasil.

Neto, F. do N. (2006). Recomendações básicas para a aplicação das boas práticas agropecuárias e de fabricação na agricultura familiar. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica.

Ruiz, M. S., Venturini, V., Camberlin, W., Lyra, J. R. M., Uchoa Jr, P. P. de M. (2002).

Agroindústria familiar de Londrina (PR).Ciências Jurídicas e Empresariais, 3(2), 7-13.

Sgarbi, J., Cruz, F. T. da, Prezotto, L. L., Krolow, A. C. (2007) Agroindústria familiar rural:

contribuições para o desenvolvimento agroecológico. Pelotas: Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, 32.

Silva, E. M. da. (2011). Implantação das boas práticas de fabricação em uma agroindústria de produtos cárneos embutidos no município de São Jerônimo – RS (Trabalho de Conclusão) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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