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outubro de 2013 Fundação Perseu Abramo - Partido dos Trabalhadores Os intocáveis (I): A queda da pobreza no Brasil no último decênio

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Fundação Perseu Abramo - Partido dos Trabalhadores

outubr

o de 2013

06

Os intocáveis (I): A queda da pobreza no

Brasil no último decênio

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Esta é uma publicação da Fundação Perseu Abramo. Diretoria Executiva Presidente Marcio Pochmann Vice-Presidenta Iole Ilíada Diretoras

Fátima Cleide, Luciana Mandelli

Diretores

Artur Henrique, Joaquim Soriano

Conselho Curador

Hamilton Pereira (presidente), André Singer, Eliezer Pacheco, Elói Pietá, Emiliano José, Fernando Ferro, Flávio, Jorge Rodrigues, Gilney Viana, Gleber Naime, Helena Abramo, João Motta, José Celestino Lourenço, Maria Aparecida Perez, Maria Celeste de Souza da Silva, Nalu Faria, Nilmário Miranda, Paulo Vannuchi, Pedro Eugênio, Raimunda Monteiro, Regina Novaes, Ricardo de Azevedo, Selma Rocha, Severine Macedo, Valmir Assunção

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Partido dos Trabalhadores

Fundação Perseu Abramo

FPA Comunica 06

Os intocáveis (I):

A queda da pobreza no Brasil no último decênio

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FPA Comunica 2

1. Apresentação

Os pobres compreendem uma parcela significativa dos brasileiros que se manteve historicamente à margem do conjunto da sociedade. A ausência de um mínimo de rendimento satisfatório garantido, seja pela remuneração derivada da atividade com o emprego da mão de obra no mercado de trabalho, seja pelo benefício das políticas sociais, estabeleceu a privação socioeconômica resultante no empobrecimento humano.

Ao longo do tempo, essa condição de privação tornou os pobres vivendo praticamente como se fossem intocáveis tanto pela dinâmica do mercado de trabalho como pelas ações da maior parte das políticas públicas. Por conta disso que a sexta edição do FPA Comunica analisa a evolução da população pobre nos últimos dez anos no Brasil, quando a situação de intocabilidade de parcela dos brasileiros começou a ser revertida significativamente.

Com base na sistematização de um conjunto de informações oficiais geradas originalmente pelo IBGE, considerou-se fundamentalmente a dimensão quantitativa da condição de privação imposta pela escassez de rendimento. Também se tomou como referência algumas das características das pessoas submetidas à pobreza.

O presente FPA Comunica encontra-se composto por duas partes, sendo:

• a primeira voltada à evolução quantitativa dos pobres nos últimos dez anos no Brasil; e

• a segunda apresenta a composição da pobreza segundo as grandes regiões geográficas no último decênio.

Como medida de pobreza nacional utilizou-se a linha monetária de até 140 reais mensais para o rendimento domiciliar per capita em setembro de 2011, tendo a série de informações deflacionadas pelo INPC do IBGE no período de 2002 e 2012. Em conformidade com a dinâmica de trabalho na Fundação Perseu Abramo, resta ainda destacar que o FPA Comunica busca sinteticamente antecipar alguns dos resultados decorrentes das investigações realizadas por pesquisadores e estudiosos colaboradores.

2. Evolução da pobreza no Brasil

No decênio que compreendem os anos de 2002 e 2012, a pobreza decaiu 57,4% no Brasil. Em termos absolutos foram 22,5 milhões de pessoas que deixaram a condição de pobreza, uma vez que passou de 39,3 milhões de brasileiros vivendo com até 140 reais mensais per capita de rendimento domiciliar em 2002 para 16,7 milhões de brasileiros em 2012.

Do universo dos 22,5 milhões de brasileiros que abandonaram a pobreza no último decênio, 74% deles pertenciam ao meio urbano, enquanto

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FPA Comunica 3 26% eram rurais. Por conta disso, o número de pobres urbanos caiu 63,1% entre 2002 e 2012, enquanto a quantidade de pobres rurais diminuiu 45,8%.

No ano de 2012, o Brasil registrou 9,8 milhões de pobres urbanos, enquanto em 2002 eram 26,4 milhões de brasileiros vivendo com até 140 reais per capita de rendimento mensal domiciliar. No mesmo período de tempo, a pobreza rural decaiu de 12,8 milhões para 6,9 milhões de pessoas.

Gráfico 01

Brasil: evolução do número de pobres totais, urbanos e rurais entre 2002 e 2012

Fonte: IBGE/Pnad (Elaboração própria)

Resumidamente, percebe-se que a pobreza urbana caiu mais rapidamente no Brasil que no meio rural. Em 2002, a quantidade de pobres urbanos era 2,1 vezes maior que o conjunto dos pobres rurais, enquanto em 2012 passou a ser de 1,4 vez superior.

Do total de brasileiros vivendo com até 140 reais de rendimento mensal per capita domiciliar em 2012, 58,7% residiam nas cidades, enquanto em 2002 representavam 67,2% do conjunto de pobres do país. O comportamento diferenciado entre os pobres no Brasil se apresentou ainda mais intenso nas grandes regiões geográficas do país, conforme apresentado a seguir.

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FPA Comunica 4

3. Composição da pobreza nas grandes regiões geográficas

Do ponto de vista das grandes regiões geográficas do país, a pobreza total caiu mais acentuadamente no Sul (72%) e Centro Oeste (71,7%) entre 2002 e 2012. As regiões Norte (15,9%) e Nordeste (54,9%) foram as que menores taxas de redução da pobreza apresentaram no mesmo período de tempo.

Em termos absolutos, contudo, observa-se que as regiões Nordeste e Sudeste registraram as maiores contribuições para a queda da pobreza no Brasil. De cada 10 brasileiros que abandonaram a condição de pobreza entre 2002 e 2012, 5 pertenciam ao Nordeste e 3 localizavam-se na região Sudeste. Ou seja, cerca de 8 em cada grupo de 10 pessoas que saíram da pobreza eram provenientes do Nordeste e Sudeste no mesmo período de tempo.

Ao mesmo tempo observa-se a modificação na composição da pobreza segunda as grandes regiões geográficas. No ano de 2012, por exemplo, a região Nordeste respondia por 58,1% do total dos pobres, enquanto em 2002 era responsável por 54,7% dos brasileiros com rendimento mensal

per capita domiciliar de até 140 reais.

As regiões Sul e Centro Oeste que juntas respondiam por 13,5% dos pobres do país no ano de 2002, passaram a ser responsáveis por 9% do conjunto da pobreza nacional. Também a região Sudeste reduziu sua participação relativa no total dos pobres de 24,1%, em 2002, para 18%, em 2012.

Gráfico 02

Brasil: evolução do número de pobres segundo grandes regiões geográficas entre 2002 e 2012

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FPA Comunica 5 No caso da pobreza urbana, também as regiões Sul (68,6%) e Centro Oeste (70,4%) apresentaram as maiores reduções entre 2002 e 2012. As regiões Norte (53%) e Nordeste (60,9%) reduziram menos rapidamente a quantidade de pobres no Brasil no mesmo período de tempo.

Gráfico 03

Brasil: evolução do número de pobres urbano segundo grandes regiões geográficas entre 2002 e 2012

Fonte: IBGE/Pnad (Elaboração própria)

Da mesma forma as regiões Nordeste e Sudeste foram aquelas que apresentaram maiores contribuições para a redução pobreza urbana no Brasil. Entre 2002 e 2012, 45% dos brasileiros que saíram da situação de pobreza residiam no Nordeste e 30% pertenciam ao Sudeste. Ou seja, 4/5 das pessoas que abandonaram a condição de pobreza urbana eram provenientes do Nordeste e Sudeste.

No ano de 2012, por exemplo, 74,5% do total dos pobres urbanos brasileiros residiam nas regiões Nordeste e Sudeste. No ano de 2002, 75,8% pertenciam as mesmas regiões geográficas do país.

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FPA Comunica 6 Gráfico 04

Brasil: evolução do número de pobres rurais segundo grandes regiões geográficas entre 2002 e 2012

Fonte: IBGE/Pnad (Elaboração própria)

Por fim, como pobreza rural, ressalta-se novamente que as regiões Centro Oeste (76,3%) e Sul (78,1%) foram aquelas que apresentaram as maiores reduções relativas na quantidade de pobres. Nota-se, por exemplo, que 71% dos brasileiros que saíram da condição de pobreza no meio rural eram provenientes da região Nordeste entre os anos de 2002 e 2012.

No ano de 2012, 69,3% do total dos pobres pertencentes ao meio rural brasileiros residiam no Nordeste. Dez anos antes (em 2002), a mesma grande região geográfica respondia por 70,3% do conjunto dos brasileiros vivendo com até 140 reais mensais de rendimento per capita domiciliar no meio rural.

4. Considerações finais

Com base na sistematização e análise dos dados originais da Pnad disponibilizados pelo IBGE dos últimos dez anos, observou-se importante queda na quantidade de pobres no país. A redução da pobreza no Brasil continuou a se manifestar no tempo recente, não obstante os efeitos econômicos negativos decorrentes da crise internacional desde 2008.

Ao contrário de grande parte das regiões do mundo, o Brasil segue sendo uma referência internacional no combate à pobreza e a desigualdade de renda. Após muito tempo em que o conjunto dos pobres se mantinha na condição de intocável pela dinâmica do mercado de trabalho e ação das políticas sociais, o país demonstrou no último decênio caminho próprio de inclusão social.

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FPA Comunica 7 A redução da pobreza se mostrou mais intensa no meio urbano que rural, ao mesmo tempo em que as regiões Sul e Centro Oeste diminuíram mais rapidamente a quantidade de pobres. Somente a região Nordeste respondeu, em 2012, por 58,1% do total de pobres do país e ainda por 49,7% da pobreza urbana e 69,3% dos pobres do campo.

Por conta da maior dimensão populacional, as regiões Nordeste e Sudeste terminaram sendo aquelas com maior contribuição na redução absoluta do número de pobres no Brasil entre 2002 e 2012. Isso ocorreu na diminuição da condição da pobreza urbana e rural.

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Referências

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