• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CURSO DE NUTRIÇÃO. Caleb Ribeiro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CURSO DE NUTRIÇÃO. Caleb Ribeiro"

Copied!
53
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CURSO DE NUTRIÇÃO

Caleb Ribeiro

Avaliação de estratégias e uso de educação alimentar e nutricional via mídia social pelo Ambulatório de Educação Nutricional Infantil durante pandemia de COVID-19

Florianópolis

2021

(2)

Caleb Ribeiro

Avaliação de estratégias e uso de educação alimentar e nutricional via mídia social pelo Ambulatório de Educação Nutricional Infantil durante pandemia de COVID-19

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Nutrição do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Profª. Drª. Daniela Barbieri Hauschild.

Florianópolis

2021

(3)
(4)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA DO ORIENTADOR

Eu, Daniela Barbieri Hauschild, professora do Curso de Nutrição, lotado no Departamento de Nutrição, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), declaro anuência com a versão final do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do (a) aluno(a) Caleb Ribeiro, submetido ao Repositório Institucional da UFSC.

Florianópolis, 21 de setembro de 2021.

_____________________________________

Profª. Drª. Daniela Barbieri Hauschild

Orientadora do TCC

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a meu pai e mãe, sem o apoio deles eu não seria capaz de seguir meus sonhos. A criação que recebi foi essencial para que eu encontrasse meu próprio caminho e nunca desistisse de fazer o que amo. Os exemplos deles foram os pilares para que eu construísse minha própria história. Devo a eles a minha vida.

Segundamente a meus melhores amigos Matheus e Thalía. Mesmo sem saber, a presença deles na minha vida foi essencial para que eu nunca desistisse de seguir minha futura carreira, mesmo quando eu mesmo tive medo de continuar e medo do futuro que tenho pela frente. E especialmente ao Matheus, por ter aberto minhas possibilidades para esse mundo para início de tudo. Eles são os modelos de resiliência, força de vontade e coragem que tenho para minha vida.

Também a meu namorado Victor, que teve a paciência de me ouvir, dia após dia, tagarelando sobre meu TCC e sobre projetos que fazia parte. Ele foi um dos meus maiores apoiadores, mesmos em dias difíceis, quando eu não tinha a mínima vontade de fazer o que tinha que ser feito, era quem me fazia criar coragem, mesmo que através de puxões de orelha.

Por fim, mas não menos importante, a minha orientadora Daniela. Sua gentileza ao me

orientar tornou esses meses que trabalhamos juntos muito prazerosos e eu não poderia ter

escolhido orientadora melhor.

(6)

RESUMO

Introdução: Com o aumento de obesidade infantil em escala global, nota-se a necessidade de intervenção que promova resultados satisfatórios para a redução dessa epidemia. A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é a ferramenta adjuvante para a prevenção e o tratamento de obesidade, uma vez que é uma doença complexa e que precisa de abordagens em múltiplas frentes.

Objetivos: Descrever a experiência do primeiro ano de criação da rede social do Ambulatório de Educação Nutricional Infantil (AMENUTI), assim como as métricas alcançadas por cada postagem durante o período.

Métodos: Estudo observacional descritivo com dados da rede social AMENUTI, que tem como público-alvo pais e responsáveis, crianças e adolescentes e público em geral interessado no assunto, com o objetivo de esclarecer conceitos e auxiliar na prevenção e tratamento de sobrepeso e obesidade. Foram coletadas as métricas de engajamento das postagens do primeiro ano de criação da página, englobando todas as postagens desde a sua criação e o perfil de seguidores da rede social, além de enquetes feitas através da rede social por meio dos stories.

Resultados: Foram no total 84 postagens, sendo 17 do tipo “Você sabia?”; 10 foram do tipo

“Vídeos”; 18 foram do tipo “Receitas AMENUTI”; 25 foram do tipo “Extras” e 14 foram do tipo “Dicas AMENUTI”. A postagem com maior alcance dentre todas as publicações pertence ao tipo “Receitas AMENUTI” e a que teve maior engajamento foi do tipo “Extras”. Entre as perguntas realizadas para identificação do perfil de seguidores, 86% relataram ser estudantes ou profissionais de áreas da saúde e 14% interessados no assunto. Dentre as 18 respostas da enquete a respeito das preferências entre os tipos de postagens, 72% relataram que tem preferência por postagens do tipo informativas, 22% receitas e 6% dicas. Por fim, as faixas etárias tiveram 1% dos seguidores com idades entre 13 e 17 anos, 29% entre 18 e 24 anos, 33%

entre 25 e 34 anos, 28% entre 35 e 44 anos, 7% entre 45 e 54 anos, 2% entre 55 e 64 anos e menos de 1% com mais de 65 anos.

Conclusão: Postagens de maior preferência foram associados a receitas e informações e dicas.

A rede social do Instagram, durante o primeiro ano de atuação, se mostrou promissora no repasse de informações em saúde. Entretanto, deve-se priorizar estratégias como postagens informativas e de receitas para aperfeiçoar o engajamento para que as publicações tenham alcance e fidelidade mais favoráveis.

Palavras-chave: Obesidade infantil; Educação Alimentar e Nutricional; Rede social Instagram;

Engajamento; Alcance.

(7)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Possíveis impactos gerados por intervenções de EAN sobre a obesidade infantil. 24

Figura 2 – Gráfico de alcance das postagens durante 1 ano de Instagram ... 31

Figura 3 – Gráfico de porcentagens dos respondentes da pergunta “Quem é você?”. ... 33

Figura 4 – Gráfico do perfil de seguidores da rede social por faixa etária. ... 34

Figura 5 – Gráfico de porcentagens dos respondentes da pergunta “Quais postagens você mais

gosta de ver por aqui?”. ... 35

Figura 6 – Gráfico de médias das métricas de engajamento por tipo de postagem. ... 36

(8)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação do Índice de Massa Corpórea (IMC). ... 12

Quadro 2 – Classificação corporal do estado nutricional de crianças a partir do Indicador Índice

de Massa Corporal por idade expresso em escore-z. ... 13

Quadro 3 – Resultados de intervenções por meio de redes sociais. ... 21

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Métricas de todas as postagens do tipo “Vídeos”. ... 45

Tabela 2 – Métricas de todas as postagens do tipo “Você sabia?”. ... 46

Tabela 3 – Métricas de todas as postagens do tipo “Receitas AMENUTI”. ... 47

Tabela 4 – Métricas de todas as postagens do tipo “Extras”. ... 48

Tabela 5 – Métricas de todas as postagens do tipo “Dicas AMENUTI”. ... 49

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMENUTI Ambulatório de Educação Nutricional Infantil IMC Índice de Massa Corpórea

OMS Organização Mundial de Saúde AUP Alimentos ultraprocessados EAN Educação Alimentar e Nutricional

DHAA Direito Humano à Alimentação Adequada GC Grupo Controle

GP Grupo Panfleto GF Grupo Facebook

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina PET Programa de Educação Tutorial

HU Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago DM Direct Message

OpuAS Obstáculos para uma Alimentação Saudável

(11)

SUMÁRIO

1 REFERENCIAL TEÓRICO ... 12

1.1 OBESIDADE INFANTIL ... 12

1.1.1 Definição e epidemiologia ... 12

1.1.2 Prevalência ... 13

1.1.3 Fatores etiológicos ... 14

1.1.4 Consequências ... 16

1.1.5 Tratamento e prevenção... 17

1.2 EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL ... 18

1.2.1 Definição ... 18

1.2.2 Educação Alimentar e Nutricional no tratamento da obesidade ... 19

1.3 USO DE REDES SOCIAIS COMO ESTRATÉGIA ADJUVANTE NO TRATAMENTO E NA PREVENÇÃO DE OBESIDADE INFANTIL ... 19

1.4 JUSTIFICATIVA ... 23

2 OBJETIVOS ... 25

2.1 OBJETIVO GERAL ... 25

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 25

3 MÉTODOS ... 26

3.1 DESENHO E CONTEXTUALIZAÇÃO ... 26

3.2 PÚBLICO-ALVO ... 26

3.3 POSTAGENS NA REDE SOCIAL... 26

3.3.1 Número de postagens e categorização... 27

3.4 MÉTRICAS DE ENGAJAMENTO ... 27

3.4.1 Alcance ... 27

3.4.2 Fidelidade ... 27

3.4.3 Perfil de seguidores da rede social e preferência de conteúdos ... 28

(12)

3.5 ANÁLISE DE DADOS ... 28

4 RESULTADOS ... 29

4.1 CONTEÚDO, NÚMERO E CARACTERÍSTICAS DAS POSTAGENS ... 29

4.1.1 Métricas de engajamento ... 29

4.2 FIDELIDADE... 32

4.3 PERFIL DE SEGUIDORES DA REDE SOCIAL ... 32

4.4 ESTRATÉGIAS ASSOCIADAS AO MAIOR ENGAJAMENTO ... 34

5 DISCUSSÃO ... 37

6 CONCLUSÃO ... 40

(13)

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 OBESIDADE INFANTIL

1.1.1 Definição e epidemiologia

A obesidade e o sobrepeso podem ser definidos como condição em que há acúmulo excessivo de gordura corporal que apresenta algum risco para a saúde do indivíduo. A classificação de obesidade em adultos é realizada por meio do Índice de Massa Corpórea (IMC), como mostrado no quadro abaixo (Quadro 1). O acúmulo demasiado acaba tendo impacto negativo, tanto físico, quanto psicossocialmente, afetando a vida em todos os âmbitos. No entanto, não somente o acúmulo de gordura é preocupante, como também a distribuição corporal e as suas consequências (OMS, 2021a).

Quadro 1 – Classificação do Índice de Massa Corpórea (IMC).

PONTO DE CORTE (Kg/m

2

) DIAGNÓSTICO

Abaixo de 18,5 Magreza

Entre 18,5 e 24,9 Eutrofia

Entre 25,0 e 29,9 Sobrepeso

Acima de 30,0 Obesidade

Fonte: Organização Mundial de Saúde (2021a).

O IMC é a medida mais utilizada por órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) para aferição de sobrepeso e obesidade a nível populacional, podendo ser utilizado para determinar a prevalência de obesidade em uma determinada população. No entanto, somente o IMC não é uma medida que pode ser utilizada para todos os casos e de maneira isolada, uma vez que só indica a relação entre o peso e a estatura dos indivíduos, sem determinar a composição corporal. Para aferir em crianças e adolescentes, a medida do IMC deve ser ajustada por faixa de idade, utilizando as curvas de crescimento. No entanto, apresenta a mesma limitação de adultos - as medidas do IMC para a idade são apenas um reflexo do crescimento, peso e altura dos indivíduos, sem indicar a distribuição de gordura no corpo. (SOUZA;

LOUREIRO; CARMO, 2008).

(14)

Entretanto, mesmo com limitações, o escore-z é a medida mais utilizada para classificar a obesidade e o sobrepeso em crianças e adolescentes. Utilizando da medida do IMC e da idade das crianças e adolescentes, resultam em valores que são plotados em um gráfico (Anexo 1) baseado em uma população controle para comparação em que existem faixas de escore-z, cujo resultados estão demonstrados no quadro abaixo (Quadro 2) (BRASIL, 2008).

Quadro 2 – Classificação corporal do estado nutricional de crianças a partir do Indicador Índice de Massa Corporal por idade expresso em escore-z.

PONTOS DE CORTE DIAGNÓSTICO

Escore-z abaixo de -3 Magreza acentuada

Escore-z entre -3 e -2 Magreza

Escore-z entre -2 e 1 Eutrofia

Escore-z entre 1 e 2 Risco de sobrepeso

Escore-z entre 2 e 3 Sobrepeso

Escore-z acima de 3 Obesidade

Fonte: Organização Mundial de Saúde (2021a).

1.1.2 Prevalência

Atualmente, o sobrepeso e a obesidade são classificados como pandemia. Estima-se que 1,9 bilhões de adultos e mais de 340 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos sejam acometidos por essa condição no mundo todo, segundo dados da OMS (2016). Já em relação às crianças abaixo dos 5 anos, estimativas para o ano de 2020 revelam que 5,6% estão acima do peso para a idade. Em relação à América do Sul, esse número é ainda maior, sendo 7,9% das crianças com essa condição (UNICEF, 2020).

Enquanto a prevalência de sobrepeso e obesidade em adultos praticamente triplicou entre 1975 e 2016, a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos, nesse mesmo período de tempo, teve aumento de 4,5 vezes, demonstrando a necessidade ainda mais urgente de intervenção em relação a essa condição já na infância e adolescência (OMS, 2021b).

No Brasil, dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) para 2019 reportam que 1 em cada 3 crianças com idades entre 5 e 9 anos está acima do peso ideal.

Entre crianças entre 5 e 10 anos, 16,33% estão com sobrepeso e 14,6% estão com obesidade.

(15)

Entre os adolescentes, 18% estão com sobrepeso e 13,5% estão com obesidade (GOIÁS, 2019).

Comparando os dados nacionais de sobrepeso em adolescentes com dados da cidade Florianópolis, a prevalência de sobrepeso em indivíduos entre 11 e 14 anos foi de 18,3%, valor muito semelhante ao encontrado nacionalmente (D’AVILA et al., 2015).

1.1.3 Fatores etiológicos

A obesidade é uma doença multifatorial, com fatores contribuintes ambientais e genéticos. Houve quase nenhuma mudança significativa do genoma humano há pelo menos 40 anos, embora nesse mesmo período, a prevalência de obesidade tenha triplicado em crianças nos Estados Unidos. Isso pode ser explicado por mudanças exógenas que alterem o balanço energético de crianças e adolescentes. Por outro lado, em outros casos, até 80% de variações no peso corporal podem ser explicadas por meio de heranças genéticas. Algumas variações genéticas excepcionalmente raras são responsáveis pelo surgimento da obesidade mesmo sem um ambiente propício para isso, embora, em sua maioria esmagadora, a doença só se desenvolva em ambientes permissivos para seu surgimento (YANOVSKI, 2015).

Com a atual transição epidemiológica e nutricional, pouco tempo sobra para o preparo de refeições em família, levando ao aumento do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP), que são desbalanceados nutricionalmente e contam com adição de diversos produtos químicos em sua composição. Esses alimentos são fabricados, em sua maioria, por grandes indústrias que adicionam quantidades excessivas de açúcar, gorduras, sal e outros aditivos, podendo ser derivados de carvão e petróleo, refinados ou extraídos de outros alimentos ou até produzidos em laboratório de maneira sintética. Além disso, muitos desses alimentos podem ser consumidos em detrimento de alimentos in natura ou minimamente processados, resultando em consumo excessivo de calorias e reduzido de nutrientes (BRASIL, 2014).

Os AUP são compostos, em média, de 2,5 vezes mais energia, 2 vezes mais açúcar

livre, 1,5 vezes mais gorduras em geral e até 8 vezes mais gorduras trans quando comparados

aos alimentos in natura e minimamente processados. Além disso, apresentam 3 vezes menos

fibras, 2 vezes menos proteínas e 2,5 vezes menos potássio e são consequentemente associados

ao aumento do IMC e da prevalência de sobrepeso e obesidade, mesmo que a longo prazo, uma

vez que essa doença pode surgir anos após o consumo cotidiano de AUP em detrimento de

alimentos in natura e minimamente processados (GIESTA et al., 2019).

(16)

A praticidade dos AUP é o que leva cada vez mais esses produtos à mesa dos brasileiros, aumentando também a frequência que são levados como lanches para as crianças e adolescentes que estão na escola. Além disso, muitos pais levam seus filhos a franquias de restaurantes fast-food como recompensa por bom comportamento, por fazer as atividades da escola e por quaisquer outros motivos que julgarem pertinentes, resultando em uma relação de recompensa com a comida (GOIÁS, 2019).

Outra possível causa é a ingestão de bebidas açucaradas (BA), e nessa categoria incluem-se refrigerantes, chás industrializados gelados, néctares, limonadas, bebidas energéticas e polpas de frutas (PITCHIKA et al., 2020). Crianças e adolescentes com consumo médio ou alto de BA apresentam maior IMC, circunferência da cintura e pressão arterial sistólica quando comparados a crianças não tiveram consumo semanal dessas bebidas (GUI et al., 2017).

Além disso, o aumento da epidemia global de obesidade pode ter como fator agravante o acesso a redes sociais e à internet por crianças maiores, pré-adolescentes e adolescentes que gastam, em média, por volta de 7 horas e meia em frente a telas (XU; XUE, 2016). O tempo de tela, quando acima de 2 horas diárias, é um preditivo para risco maior de sobrepeso e obesidade se comparado a tempo de tela abaixo de 2 horas diárias. O aumento do uso de aparelhos eletrônicos, especialmente computadores e videogames, pode ser um dos principais responsáveis por essa associação, uma vez que houve crescimento do uso desses aparelhos entre os anos 2001 e 2011, levando as crianças a ficarem mais em casa jogando do que praticando atividades físicas ao ar livre (FANG et al., 2019).

A maioria das crianças deixaram de brincar na rua com os amigos das mais diversas brincadeiras que estimulam a atividade física, seja por restrição dos pais ou por acesso aos computadores, celulares, tablets, televisores e outros eletrônicos, restringindo ainda mais a prática de exercícios, ficando essas restritas somente a escola ou poucas vezes por semana, resultando em um gasto energético menor, e contribuindo para o ganho de peso (GOIÁS, 2019).

A duração diária de sono em crianças e adolescentes é mais um dos fatores associados ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade. Indivíduos entre 0 e 16 anos de idade que tiveram um tempo de sono mais curto eram 76% mais propensos a desenvolver essa doença.

Em contrapartida, 1 hora diária de sono a mais está associada a 21% menos chances de progredir

para um quadro de sobrepeso ou obesidade. Além disso, a variação entre dias da semana e finais

de semana também se mostrou um fator de risco para o desenvolvimento dessa condição.

(17)

Crianças com obesidade são mais propensas a ter uma oscilação na quantidade de sono durante os finais de semana quando comparadas às crianças com sobrepeso ou peso dentro dos padrões preconizados pela OMS (HALAL; NUNES, 2019).

Outro fator importante que tem impacto no surgimento de sobrepeso e obesidade é o status socioeconômico, em que a prevalência em minorias de descendência hispânica e preta não-hispânica residentes no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, se aproxima de 25% dos adolescentes, valor próximo à 17% em indivíduos brancos não-hispânicos. Quando em relação à obesidade, para adolescentes hispânicos e pretos não-hispânicos, os valores são de 11,5%, enquanto os valores de brancos não-hispânicos estão por volta de 6,7%. As razões que podem influenciar esses dados podem ser o acesso à ambientes seguros e propícios para a prática de atividade física e a segurança pública, questões que são mais defasadas em comunidades cuja maioria dos residentes são de minorias menos favorecidas (RUIZ et al., 2019).

Por fim, o conhecimento dos pais/responsáveis acerca das definições de sobrepeso e obesidade é mais um fator que pode ser responsável pelo crescimento dessa epidemia global.

Cerca de um a cada 3 pais/responsáveis subestimaram o peso de suas crianças, podendo ser classificadas como abaixo do peso ideal quando as crianças se encontravam com peso adequado, classificadas com peso adequado quando as crianças se encontravam com sobrepeso e classificadas com sobrepeso quando as crianças já se encontravam com classificação equivalente à obesidade. A conceituação errada de pais/responsáveis sobre o sobrepeso e obesidade das crianças pode ser devido a vergonha de discutir o assunto e levar a relutância de procurar ajuda de profissionais da saúde, podendo agravar o estado de saúde das crianças nesse ou em outros períodos da vida (RODRIGUES; MACHADO‐RODRIGUES; PADEZ, 2020).

1.1.4 Consequências

A obesidade infantil é um grande preditor de obesidade na vida adulta, ou seja, a

maioria das crianças com obesidade crescem para se tornar adultos com a mesma condição, que

pode predispor esse indivíduo a outras doenças. Além disso, outras consequências da obesidade

em crianças são morte prematura, inaptidão, dificuldades respiratórias, risco aumentado de

fraturas, hipertensão, resistência insulínica, marcadores elevados de doenças cardiovasculares,

alguns tipos de câncer (renal, de colón, hepático, de próstata, de mamas, ovariano, de

(18)

endométrio) e efeitos psicológicos, assim como as complicações que acompanham todas essas doenças (OMS, 2021c).

1.1.5 Tratamento e prevenção

Considerando a complexidade do desenvolvimento da obesidade em crianças e adolescentes, é necessária abordagem multifatorial para seu tratamento e prevenção. O principal determinante de obesidade infanto-juvenil é o comportamento alimentar parental, uma vez que as crianças e adolescentes usualmente consomem o que é oferecido em casa. Outros fatores também possuem importância na prevenção da obesidade antes dos dois anos de vida, são eles:

o aleitamento materno exclusivo, especialmente até os seis meses de idade, em detrimento do uso de fórmulas infantis, limitação de até 15% do total de energia diária proveniente de proteínas durante a alimentação complementar e a educação parental sobre alimentação adequada e saudável. Após os dois anos de vida, diferentes abordagens podem trazer resultados para a prevenção e o tratamento de obesidade, sendo: redução da ingestão de alimentos e bebidas ultraprocessados, não pular refeições e fazê-las em companhia, redução da porção e densidade calórica e aumento do número de refeições, permitir que crianças a partir dos quatro anos de idade porcionem o próprio prato e aumento do gasto calórico diário (VERDUCI et al., 2021).

Por volta de 95% dos casos de sobrepeso e obesidade tem como etiologia causas comportamentais e tem como tratamento inicial abordagem não medicamentosa ou cirúrgica, reservado somente para os casos mais graves. A principal forma de reduzir o sobrepeso e a obesidade é ter um balanço energético negativo. No entanto, nenhum país hoje teve sucesso em reduzir o avanço dessa pandemia. Uma maneira de fazer isso é aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, grãos e oleaginosas e outros alimentos in natura, reduzir o consumo de alimentos processados e evitar o consumo de AUP devido a sua densidade calórica elevada e desbalanço nutricional. Outra forma é se dispor a prática de atividades físicas regulares, em torno de 60 minutos diários para as crianças e em torno de 150 minutos semanais para os adultos. Essas duas práticas, quando feitas de maneira conjunta e se tornam hábito, são a forma mais simples de prevenir e tratar a obesidade (OMS, 2021c).

Entretanto, o tratamento da obesidade infantil tem como princípio a manutenção do

peso, e não a perda, uma vez que, nessa fase da vida, pode levar a um déficit de crescimento.

(19)

Em casos em que há um acúmulo, especialmente abdominal, há preocupação maior, e dessa maneira podem ser prescritos remédios para o controle da adiposidade. A dificuldade em atingir as metas de redução ou manutenção do peso em crianças e adolescentes pode ser devido à imaturidade psicológica e fisiológica e também à facilidade de cederem a pressões das crianças quando comparadas com os adultos. Por fim, existe o tratamento cirúrgico para o tratamento da obesidade, que é restrito aos casos mais graves da condição. No entanto, diversos problemas podem surgir desse tratamento invasivo, como mortalidade perioperatória, abertura espontânea de pontos cirúrgicos, obstrução intestinal, sangramento gastrintestinal, colelitíase, infecções e deficiências nutricionais crônicas, e por isso só deve ser cogitado como última opção (XU;

XUE, 2016).

Nesse contexto, intervenções motivacionais fundamentadas no aconselhamento psicológico e nutricional sem controlar especificamente a ingestão diária, com promoção de atividade física, assim como a aplicação de atividades recreativas e de integração parecem trazer resultado satisfatório no controle do sobrepeso e obesidade em adolescentes. Um dos efeitos importantes dessa abordagem é a alta adesão ao tratamento. Aliado à grande adesão à intervenção em longo prazo, essas estratégias de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) multiprofissionais podem ser eficazes para gerar mudanças no estilo de vida e consequentemente na melhora do perfil antropométrico e da composição corporal (FILGUEIRAS; SAWAYA, 2018).

1.2 EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

1.2.1 Definição

A EAN é um campo de conhecimento que visa uma prática contínua e permanente,

que seja multiprofissional e transdisciplinar e que converse entre os setores da sociedade para

promoção da autonomia e formação de hábitos alimentares saudáveis, assegurando o Direito

Humano à Alimentação Adequada (DHAA). É uma estratégia fundamental para enfrentar

problemas como má nutrição e obesidade, permitindo refletir sobre todo o sistema alimentar,

desde a produção até a chegada do alimento à mesa do consumidor. Muitas áreas de

conhecimento estão unidas para que a EAN fosse criada, uma vez que esse campo abrange

diversos aspectos que vão além do nutricional e alimentar, entre eles destacam-se os aspectos

(20)

agrários, socioculturais, psicológicos, políticos, econômicos e outros. Assim, o comer saudável, não é somente decidir sobre o que é saudável para comer, mas também ter acesso a esses alimentos, seja fisicamente ou financeiramente, saber como armazená-los e prepará-los, e até consumi-los em ambientes próprios (BRASIL, 2018).

1.2.2 Educação Alimentar e Nutricional no tratamento da obesidade

Como o tratamento de sobrepeso e obesidade deve ser feito em longo prazo, a EAN é uma das estratégias que pode ter maior efeito, já que foca na promoção de uma alimentação adequada e saudável, e alia processos práticos e contínuos para formar a autonomia das crianças e melhorar as suas escolhas alimentares. Além disso, os pais/responsáveis têm papel decisório na alimentação infantil e devem ser aliados no tratamento e prevenção da obesidade (SILVA et al., 2020).

A autonomia da criança na decisão do que se deve comer é um dos objetivos mais fundamentais a se alcançar ao utilizar-se da intervenção em EAN com o intuito de tratar a obesidade. E para atingir esse objetivo, é necessário usar da escuta para compreender a realidade a que essa criança está inserida e formar relação de diálogo; usar de abordagens metodológicas ativas para construção de conhecimentos de maneira conjunta, seja por quaisquer meios; e da valorização do saber individual, uma vez que não existe uma hierarquia entre conhecimentos, apenas são diferentes (UFSC, 2019).

A promoção e o tratamento efetivo da obesidade deve ter, então, ações conjuntas e interdisciplinares, utilizando da escuta, valorização do saber individual e de metodologias ativas, visando mudanças nos hábitos de vida dos indivíduos, sem que haja culpabilização da criança ou de seus familiares/responsáveis, respeitando a realidade em que a família está inserida, assim como o processo de mudança e formação de novos conhecimentos a respeito da alimentação, do próprio corpo e da vida das crianças (CAISAN, 2014).

1.3 USO DE REDES SOCIAIS COMO ESTRATÉGIA ADJUVANTE NO TRATAMENTO E NA PREVENÇÃO DE OBESIDADE INFANTIL

Cada vez mais as mídias sociais estão sendo utilizadas como ferramentas de busca de

conhecimento acerca de temas relacionados à saúde dos indivíduos, e nisso se enquadra também

(21)

a obesidade. Entretanto, em ambientes virtuais, a disseminação de desinformação pode ser uma barreira que torna ainda mais importante o uso das redes sociais por profissionais qualificados, de maneira responsável e didática para, assim, tornar acessível os conhecimentos acerca da epidemia de obesidade que o mundo enfrenta hoje (SANTOS; CAMARGO; MENOSSI, 2020).

Avanços na cobertura global de internet criaram novos espaços para intervenções em saúde, especialmente quando mais de 3,2 bilhões de pessoas no mundo atualmente possuem acesso à essa ferramenta. Ainda, estima-se que pouco mais de 96% das pessoas possuem um smartphone com acesso à rede. E, embora tenha havido relutância por parte de profissionais de saúde em adotar abordagens remotas com seus pacientes, atualmente, essa alternativa de alto custo-benefício, com capacidade de estabelecer vínculos, interações e comunicação de maneira instantânea e ampla, podendo atingir públicos minoritários, anteriormente difíceis de alcançar através de mídias tradicionais. E essa abrangência dá-se especialmente por intermédio de redes sociais, uma vez que são, em sua maioria, gratuitas, de largo alcance, já existentes e amplamente utilizadas, com possibilidade de comunicação interativa e contínua, fatores relevantes para promoção em saúde e que tem mostrado bom resultado segundo alguns estudos como mostrados no Quadro 3 (JANE et al., 2018).

As antigas exposições de mídia, veiculadas por meio da televisão ou rádio e contando

com personalidades famosas da época, ainda se depararam com dificuldade de sensibilizar os

consumidores a adquirir o produto à venda, vez que a troca por esses meios de comunicação é

unilateral. No entanto, atualmente, mais de 80% das crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos

têm acesso às redes sociais de compartilhamento de vídeos e, assim, criaram uma nova categoria

de personalidades famosas, denominada influenciadores digitais. A confiança das crianças e

adolescentes nessas figuras públicas desperta o interesse de empresas de alimentos e as leva a

se associarem para influenciar o público-alvo a consumir seus produtos (COATES et al., 2019).

(22)

Quadro 3 – Resultados de intervenções por meio de redes sociais (continua).

Artigo População Desenho do estudo Intervenção Resultados

Silfee et al.

(2018) EUA

Mães recentes de baixa renda.

n = 67

Ensaio clínico, piloto, com seguimento de 16 semanas.

Postagens duas vezes ao dia via Facebook com possível postagem extra por coaches nas primeiras 8 semanas. Postagens somente uma vez ao dia nas 8 semanas seguintes.

• 52,2% das mulheres apresentaram redução do peso.

• 61,2% das mulheres engajaram no grupo semanalmente.

• 64,2% das mulheres reportaram estarem satisfeitas ou muito satisfeitas com a intervenção.

Parks et al.

(2017) EUA

Adolescentes entre 14 e 20 anos.

n = 13

Piloto com seguimento de 12 semanas.

Postagens de vídeos, enquetes, links e imagens, desafios, atualizações do progresso dos participantes e outras informações relevantes à intervenção 3 vezes por semana via Facebook.

• 100% dos participantes consideraram o grupo agradável, útil, motivador, útil para conselhos em nutrição, para reforçar os objetivos para participação do programa e recomendariam o grupo para outros adolescentes na mesma situação.

• 85% dos participantes consideraram o grupo útil como suporte entre pessoas e útil em informações a respeito de exercícios físicos.

Jane et al.

(2017) Austrália

Adultos com sobrepeso ou obesidade entre 21 e 65 anos.

n = 137

Ensaio clínico randomizado com seguimento de 24 semanas.

Três grupos, sendo o Grupo Controle (GC), o Grupo Panfleto (GP) e o Grupo Facebook (GF).

GC foi instruído a seguir o Guia Alimentar do Governo Australiano, assim como o Guia de Atividade Física para Adultos.

GP e GF foram instruídos a seguir a Dieta específica

• Comparado ao GC, GP e GF tiveram redução de peso de -2,7% e -2,5%, respectivamente, na semana 6, -4,5% e -4,9%, respectivamente, na semana 18 e -3,6% e -4,8% na semana 24.

• Comparado ao GC, GP teve redução de -1,0 kg/m² e -1,6 kg/m² nas semanas 6 e 18, respectivamente.

• Comparado ao GC, GF teve redução de -1,5 kg/m² em ambas as semanas 18 e 24.

• Comparado ao GC, GP e GF tiveram redução

de -4,8 cm e -4,6 cm, respectivamente, na

circunferência da cintura na semana 18. Apenas

GF manteve essa redução (-4,5 cm) na semana 24

(23)

Quadro 3 – Resultados de intervenções por meio de redes sociais (conclusão).

Artigo População Desenho do estudo Intervenção Resultados

Loh et al. (2018) EUA

Cuidadores maiores de idade que cuidam de crianças entre 10 e 14 anos

n = 150 + 133

Ensaio clínico randomizado entre junho de 2014 e fevereiro de 2015 e entre novembro de 2015 e julho de 2016

Duas ondas de intervenções via redes sociais (Instagram, Twitter e

Facebook) e mensagens de texto com 3 temas grandes abordados (smart drinks, smart snack e smart cooking).

• A conta do Instagram teve o maior número de seguidores

• Durante a onda 2, a conta do Facebook ganhou mensalmente uma média de 285,5 novos seguidores ou curtidas

• Durante a onda 2, a conta do Instagram ganhou mensalmente uma média de 403,7 novos seguidores ou curtidas

• Durante a onda 2, a conta do Twitter ganhou mensalmente uma média de 105 novos seguidores ou curtidas

• Reflexo de um alto alcance nas redes sociais Facebook e Twitter.

• Alcance médio na rede social Instagram.

• Em média, a conta no Facebook teve 19 compartilhamentos, 66,3 reações e 3,8 comentários por postagem semanalmente.

• Em média, a conta no Instagram teve 60,8 curtidas e 1,5 comentários por postagem.

Em média, a conta do Twitter teve 34,2 menções da página por mês e 67,9 curtidas por semana.

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

(24)

1.4 JUSTIFICATIVA

Diversos fatores contribuem para o surgimento da obesidade infantil, desde o comportamento dos pais, até a falta de informação de qualidade acerca de alimentação adequada e saudável transmitida para os pais e para as crianças por parte das escolas e do governo. Com o aumento dessa doença em escala global triplicou ou até quadriplicou nos últimos anos, dependendo da região, nota-se a necessidade de uma intervenção intensa e que promova resultados satisfatórios para a redução dessa epidemia que assola o mundo atualmente.

Assim sendo, intervenções são necessárias para a prevenção manejo dessa condição.

A EAN é preconizada como um campo de conhecimento que visa uma prática contínua e permanente, que seja multiprofissional e transdisciplinar e que converse entre os setores da sociedade para promoção da autonomia e formação de hábitos alimentares saudáveis. Dessa maneira, a EAN é a ferramenta perfeita para a prevenção e o tratamento da obesidade, uma vez que é uma doença complexa e que precisa de uma abordagem em múltiplas frentes para que a resolução seja alcançada. A Figura 1 mostra um pouco do efeito que abordagens através das ferramentas de EAN, quando bem planejadas e executadas, podem ter sobre a obesidade infantil e seus fatores de risco.

Atualmente, o acesso à internet é uma realidade. Além disso, observa-se aumento na busca por informações a respeito de saúde na rede antes de uma consulta com um profissional de saúde, que pode reduzir a procura desnecessária do sistema de saúde, mas ao mesmo tempo pode ser a causa de iatrogenia, uma vez que não são todos os espaços da internet que veiculam informações verídicas acerca da saúde baseada em evidências, e, dessa maneira, indivíduos com menor instrução podem acabar acreditando em informações falsas e crenças sem fundamentos.

Assim, aliando o tempo já gasto usando redes sociais com a transmissão de informações de

qualidade a respeito de uma das principais doenças que assola o mundo atualmente, é possível

difundir conhecimentos no que se refere a alimentação adequada e saudável e auxiliar no

tratamento e prevenção de obesidade já na infância e adolescência. Utilizar estratégias

apropriadas e de preferência, identificados por meio de análise de métricas de engajamento dos

conteúdos postados, pode otimizar a difusão de conhecimentos.

(25)

Figura 1 – Possíveis impactos gerados por intervenções de EAN sobre a obesidade infantil.

Legenda: Em quadros amarelos, alguns fatores de risco para a gênese da obesidade infantil, em quadro azul, intervenções em educação alimentar e nutricional (EAN), em quadro cinza, a obesidade infantil, em quadros vermelhos, consequências da obesidade infantil. A seta íntegra partindo do quadro azul indica o efeito que intervenções em EAN bem planejadas e executadas podem causar sobre os fatores de risco para a obesidade infantil (quadros amarelos). As setas pontilhadas saindo dos quadros amarelos indicam a redução drástica da força que os fatores de risco possuem de causar obesidade infantil após intervenções em EAN. A única seta íntegra saindo do quadro amarelo indica que independente do sucesso de intervenções em EAN, os fatores genéticos ainda podem ter efeito sobre a gênese da obesidade infantil. As setas tracejadas saindo do quadro cinza indicam a possibilidade reduzida da obesidade infantil ocorrer em virtude de intervenções em EAN, mas não excluem a possibilidade devido à fatores genéticos, hereditários e endócrinos da doença.

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

(26)

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Descrever a experiência do primeiro ano de criação da rede social do Ambulatório de Educação Nutricional Infantil (AMENUTI), assim como as métricas alcançadas por cada postagem durante o período.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Descrever o conteúdo e as características das postagens do primeiro ano do perfil do ambulatório na mídia social;

• Descrever número de postagens da rede social após o primeiro ano de atuação;

• Descrever o alcance das postagens da rede social;

• Descrever a fidelidade das postagens da rede social;

• Caracterizar o perfil de seguidores da rede social do ambulatório;

• Identificar estratégias associadas ao maior engajamento.

(27)

3 MÉTODOS

3.1 DESENHO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Foi um estudo observacional descritivo com dados da rede social Instagram do Ambulatório de Educação Nutricional Infantil (AMENUTI), projeto criado por bolsistas e ex- bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2019, com a finalidade de atender crianças e adolescentes com obesidade encaminhadas ao ambulatório dentro do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU).

Devido à pandemia de COVID-19 e a impossibilidade de atuação hospitalar do AMENUTI, o projeto foi remanejado para que as atividades não cessassem, e assim foi criada a rede social do ambulatório, onde são compartilhadas dicas, receitas e outras informações a respeito de obesidade e seus impactos na saúde das crianças com essa condição, assim como explicações dos impactos positivos do cuidado com a alimentação infantil no combate a essa pandemia.

3.2 PÚBLICO-ALVO

A rede social do AMENUTI tem como público-alvo, pais e responsáveis, crianças e adolescentes e público em geral interessado no assunto, com o objetivo de esclarecer conceitos e auxiliar na prevenção e tratamento de sobrepeso e obesidade.

3.3 POSTAGENS NA REDE SOCIAL

Foi criado um perfil de nome AMENUTI na Rede Social Instagram, sob o usuário

amenutiufsc, para divulgação do projeto e postagens educativas. Como estrutura de atuação do

AMENUTI, foram criadas 5 categorias de postagens, sendo elas: “Dicas AMENUTI”,

englobando dicas rápidas e práticas para serem incluídas no cotidiano; “Você Sabia?”, com

informações mais densas a respeito de temas importantes sobre obesidade; “Receitas

AMENUTI”, com receitas saudáveis para incentivar o consumo de alimentos in natura;

(28)

“Extras”, com todas as outras postagens que não se encaixaram em outras categorias; além de série de Vídeos (exemplos disponíveis nos Anexos A, B, C, D e E).

Todas as categorias tinham como princípios, a prática da ciência baseada em evidências, uso de protocolos como o Guia Alimentar para a População Brasileira e a abordagem de temas que se relacionem com a Educação Alimentar e Nutricional (EAN). As postagens na rede social apresentaram periodicidade entre uma e duas vezes por semana, em forma de vídeos ou postagens estáticas de maneira didática e com linguagem acessível para todos os públicos entre o período de 20 de julho de 2020 e 20 de julho de 2021.

3.3.1 Número de postagens e categorização

Foi utilizado o número de postagens presente na página do perfil da rede social ao final da etapa de coleta de dados.

3.4 MÉTRICAS DE ENGAJAMENTO

O período de coleta de dados referente às postagens da rede social foi referente ao primeiro ano de criação da página – de julho de 2020 a julho de 2021 - englobando todas as postagens desde a sua criação, uma vez que são permanentes e podem ter seus dados consultados desde a sua postagem.

3.4.1 Alcance

Foi calculado o dado de alcance por meio do valor apresentado na própria plataforma da rede social por meio da aba “Ver insights” de cada postagem, utilizando o valor atribuído ao tópico “Alcance” e foi feita a média aritmética simples de todos os valores por grupos de postagens no período.

3.4.2 Fidelidade

Foi calculado o dado de fidelidade por meio dos valores somados de curtidas,

compartilhamentos, comentários e postagens salvas apresentados na própria plataforma da rede

(29)

social por meio da aba “Ver insights” de cada postagem, utilizando os valores atribuídos a cada um dos tópicos referentes aos dados supracitados e foi feita a média aritmética simples do somatório de todos os valores agrupados por grupos de postagens no período.

3.4.3 Perfil de seguidores da rede social e preferência de conteúdos

Foi feita uma enquete no dia 23 de julho de 2021 por meio do story da rede social com a pergunta: ‘Quem é você?’ com as seguintes opções de resposta: ‘sou estudante/profissional da saúde’, ‘tenho interesse pelo assunto’ ou ‘outro (nos mande uma DM - direct message - nos contando quem você é)’.

Foi feita outra enquete no mesmo dia por meio do story da rede social com a pergunta:

‘Quais postagens você mais gosta de ver por aqui?’ com as seguintes opções de resposta:

‘postagens informativas’, ‘receitas’, ‘vídeos’ ou ‘dicas’.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

Todos os resultados de métricas das publicações, fidelidade e alcance foram tabulados

em uma planilha do Microsoft Excel Office 2019 para posterior comparação entre grupos de

postagens. Os resultados foram apresentados em gráficos e tabelas.

(30)

4 RESULTADOS

4.1 CONTEÚDO, NÚMERO E CARACTERÍSTICAS DAS POSTAGENS

Foi postado um total de 84 publicações, das quais: 17 foram do tipo “Você sabia?”; 10 foram do tipo “Vídeos”; 18 foram do tipo “Receitas AMENUTI”; 25 foram do tipo “Extras” e 14 foram do tipo “Dicas AMENUTI”. O somatório de todas as publicações teve um total de 2688 curtidas, 365 comentários, 473 compartilhamentos e 389 salvos. A média de curtidas foi de 32 curtidas, 4,35 comentários, 5,63 compartilhamentos e 4,63 salvos por postagem.

4.1.1 Métricas de engajamento

As médias para as postagens do tipo “Vídeos” foram 20 curtidas, 4,4 comentários, 3 compartilhamentos e 2 salvos por publicação. Todos os dados de cada postagem podem ser encontrados na Tabela Suplementar 1. As médias para as postagens do tipo “Você sabia?”

foram 37 curtidas, quase 5 comentários, 7 compartilhamentos e 4,5 salvos por publicação.

Todos os dados de cada postagem podem ser encontrados na Tabela Suplementar 2.

As médias para as postagens do tipo “Receitas AMENUTI” foram 31 curtidas, 4 comentários, 3,3 compartilhamentos e 6,7 salvos por publicação. Todos os dados de cada postagem podem ser encontrados na Tabela Suplementar 3. As médias para as postagens do tipo “Extras” foram 35 curtidas, 4,8 comentários, 8,5 compartilhamentos e 5 salvos por publicação. Todos os dados de cada postagem podem ser encontrados na Tabela Suplementar 4. As médias para as postagens do tipo “Dicas AMENUTI” foram 30 curtidas, 3,3 comentários, 3,4 compartilhamentos e 3 salvos por publicação. Todos os dados de cada postagem podem ser encontrados na Tabela Suplementar 5.

Já em relação ao alcance por tipo de postagem, as publicações do tipo “Receitas

AMENUTI” foram as que alcançaram mais perfis, com uma média de 238 contas alcançadas,

seguidas das publicações do tipo “Dicas AMENUTI” e por terceiro as postagens do tipo “Você

sabia?”. A publicação que mais atingiu contas foi a receita de molhos para saladas com um total

de 738 perfis atingidos, seguido pela receita do bolo de mandioca cremoso com 441 contas

alcançadas. Em terceiro lugar ficou uma publicação do tipo “Você sabia?”, que atingiu média

de 205,8 contas atingidas por publicação, sendo a postagem sobre o Guia Alimentar para a

(31)

População Brasileira a que ficou nessa colocação, com um total de 391 contas atingidas. A

comparação entre os valores de alcance de todas as postagens pode ser encontrada na Figura 2.

(32)

Figura 2 – Gráfico de alcance das postagens durante 1 ano de Instagram

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

(33)

4.2 FIDELIDADE

As publicações do tipo “Você sabia?”, seguidas pelas de tipo “Extras” e por fim do tipo “Receitas AMENUTI” foram as que mais tiveram interações por publicação. As duas publicações que mais tiveram interações foram “Ambulatório de educação nutricional para crianças e adolescentes com vagas abertas!” e “Apresentação AMENUTI”, ambas do tipo

“Extras”, com 99 e 98 interações, respectivamente. Em terceiro lugar ficou uma publicação do tipo “Você sabia?” cujo tema foram os aspectos multifatoriais da obesidade, com total de 95 interações.

4.3 PERFIL DE SEGUIDORES DA REDE SOCIAL

Dentre as 21 respostas obtidas pela enquete a respeito do perfil de seguidores da

página, foi observada prevalência de 86% de estudantes/profissionais da saúde e 14% apenas

interessados no assunto. Os resultados podem ser encontrados na Figura 3.

(34)

Figura 3 – Gráfico de porcentagens dos respondentes da pergunta “Quem é você?”.

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

Através da faixa etária, dos 428 seguidores do perfil, 3 deles possuem entre 13 e 17

anos (0,7%), 124 possuem entre 18 e 24 anos (29%), 143 possuem entre 25 e 34 anos (33,6%),

119 possuem entre 35 e 44 anos (27,9%), 29 possuem entre 45 e 54 anos (6,7%), 8 possuem

entre 55 e 64 anos e 2 possuem mais de 65 anos (0,4%). Os valores de seguidores de cada faixa

etária estão aproximados devido a fragilidades inerentes da rede social e os valores de

porcentagem podem ser encontrados em forma de gráfico na Figura 4.

(35)

Figura 4 – Gráfico do perfil de seguidores da rede social por faixa etária.

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

4.4 ESTRATÉGIAS ASSOCIADAS AO MAIOR ENGAJAMENTO

Dentre as 18 respostas da enquete a respeito das preferências entre os tipos de

postagens, 72% relataram que tem preferência por postagens do tipo informativas, 22% receitas

e 6% dicas. Os resultados podem ser encontrados na Figura 5.

(36)

Figura 5 – Gráfico de porcentagens dos respondentes da pergunta “Quais postagens você mais gosta de ver por aqui?”.

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

A Figura 6 mostra a comparação entre as médias de todas as métricas entre os tipos de

postagens. O tipo de postagem com mais publicações foram as publicações do tipo “Extras”,

totalizando 25 postagens. O tipo de postagem que mais rendeu curtidas foram as postagens do

tipo “Você sabia?”, totalizando 37,18 curtidas por publicação. O tipo de postagem que mais

teve comentários foi muito semelhante entre todos os tipos de postagens, sendo o tipo “Você

sabia?” o que teve mais comentários, totalizando 4,82 comentários por publicação. O tipo de

postagem com mais compartilhamentos foram as publicações do tipo “Extras”, com um total

de 8,56 compartilhamentos por publicação. O tipo de postagem com mais salvos foram as

postagens do tipo “Receitas AMENUTI”, com um total de 6,72 salvos por publicação. O tipo

de postagem que teve a maior fidelidade foram as postagens do tipo “Você sabia?”, totalizando

53,53 interações por publicação, muito próximos das 53,4 interações por publicação das

postagens do tipo “Extras”. Por fim, o tipo de postagens com maior alcance foram as postagens

do tipo “Receitas AMENUTI”, com um total de 238 contas alcançadas por publicação.

(37)

Figura 6 – Gráfico de médias das métricas de engajamento por tipo de postagem.

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

(38)

5 DISCUSSÃO

Houve grande variação no quesito preferências do público em relação as postagens que tiveram o maior valor em uma ou mais métricas, sendo as postagens informativas e de receitas as que mais interessam o público. A postagem com maior alcance dentre todas as publicações pertence ao tipo “Receitas AMENUTI” e a que teve maior engajamento foi do tipo

“Extras”. Esses dados são relevantes para compreender práticas que apresentem maior interesse e engajamento a fim de otimizar as estratégias de EAN complementares ao ambulatório.

Em comparação com o estudo de Loh et al. (2018), um dos poucos que utilizou a rede social do Instagram, a média de comentários e curtidas por publicação difere, sendo o presente estudo com quase 3 vezes mais comentários por publicação, mesmo com praticamente a metade das curtidas. Já em relação ao número de seguidores, o presente estudo teve por volta de 10 vezes menos seguidores ao fim da coleta de dados comparado ao mesmo estudo de Loh et al.

(2018). No entanto, os públicos-alvo são diferentes, sendo o do estudo supracitado mais específico, estando elegível para a pesquisa qualquer adulto acima de 18 anos com tutela sobre criança entre 10 e 14 anos, preferivelmente de descendência afro-americana e de baixa renda.

Dentre todas as postagens, a que teve o maior número de curtidas foi a primeira postagem da rede social “Apresentação AMENUTI”. Por ser a postagem inicial da rede social, esse pode ser o motivo de ter chegado a esse valor de curtidas. A segunda e a terceira postagem mais curtida foram duas publicações do tipo “Você sabia”, ambas diretamente relacionadas a obesidade infantil. O motivo do maior engajamento pode ter sido devido ao período de postagem, todas as três publicações mais curtidas do primeiro ano de rede social datam do primeiro mês de criação da página, também podendo indicar que o período inicial de criação do perfil na rede social. Como demonstrado em outros estudos que tiveram avaliações semelhantes ao presente trabalho (MERCHANT et al. 2014) (CAVALLO et al., 2020), a quantidade de interações com as publicações tende a reduzir com o tempo, resultando em um maior engajamento no período inicial de criação de uma rede social. Entretanto, pode haver diferenças devido ao uso de redes sociais diferentes.

Já a postagem que teve o maior número de comentários foi o vídeo sobre o passo 1 do

Guia Alimentar para a População Brasileira, e a primeira publicação da rede social. Comparado

ao estudo de Merchant et al. (2014), os vídeos são os tipos de postagens com menos interações,

podendo responder o fato de todos os outros vídeos postados na rede social tiveram valores

(39)

baixos de engajamento, exceto o primeiro. A terceira postagem com mais comentários foram três publicações, sendo essas de período que compreende o primeiro mês de criação da rede social, podendo explicar novamente a motivação para a maior quantidade de comentários, como demonstrado nos estudos de Merchant et al. (2014) e Cavallo et al. (2020).

Dentre todas as postagens, a que mais se destacou no quesito fidelidade foi a postagem do tipo “Extras” “Ambulatório de Educação Nutricional para crianças e adolescentes com vagas abertas!”. Isso se deve ao fato de ser uma das postagens mais compartilhadas da rede social devido possivelmente ao interesse em participar do ambulatório, ou por ter algum conhecido que pudesse se interessar pela vaga. A segunda com maior fidelidade foi a publicação de apresentação da rede social. A terceira com maior fidelidade foi a publicação do tipo “Você sabia?”, tratando sobre o aspecto multifatorial da obesidade e ambas seguiram o padrão encontrado nos estudos de Cavallo et al. (2020) e Merchant et al. (2014), onde as interações são maiores no início da criação da rede social ou do início do programa. Outro estudo (WINIK;

BONHAM, 2017) demonstra ainda a importância do atendimento ambulatorial para práticas de manutenção e perda de peso em indivíduos com sobrepeso e obesidade, especialmente a longo prazo, evidenciando a necessidade crescente de programas de controle de peso.

A que mais se destacou no quesito alcance foi a “Receita da semana – molhos para saladas. Nota-se também que foi essa mesma postagem que teve o maior número de salvos. A segunda publicação com maior alcance também foi uma receita, agora de um bolo cremoso de mandioca, entretanto, segundo Cavallo et al. (2020), as postagens do tipo receitas têm pouco engajamento, diferente do encontrado nesse trabalho. Porém, há vantagens no interesse em postagens de receitas, segundo Muzaffar, Metcalfe e Fiese (2018), o incentivo ao aperfeiçoamento de habilidades culinárias tem o potencial de facilitar o consumo de alimentos saudáveis, aumentar a frequência de refeições feitas em casa e melhorar o perfil antropométrico.

Já a terceira postagem com mais alcance foi a publicação do tipo “Você sabia?” sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira, que teve uma grande quantidade de curtidas e, por isso, ter sido mais entregue que outras publicações da rede social, quanto mais recente for a rede social, maior o engajamento das postagens (MERCHANT et al., 2014), (CAVALLO et al., 2020).

Alguns estudos (PARKS et al. 2018), (HE et al., 2017), (XU; CAVALLO, 2021),

(WILLIS et al., 2016) encontraram associação positiva entre a quantidade de interações com

publicações e o peso perdido, indicando a viabilidade de uma intervenção via rede social para

(40)

controle e perda de peso. Entretanto, poucos estudos avaliam o uso do Instagram como rede social para intervenção, preferindo o Facebook, podendo ser a causa de um fator de confusão.

Mais da metade dos seguidores da rede social possuem entre 18 a 24 e 25 a 34 anos, faixa de idade jovem. Por ter apenas 3 seguidores menores de idade, é possível que o perfil da rede social possa mudar para se adequar mais ao perfil principal de seguidores atuais da página, podendo trazer informações mais densas que as atuais.

A necessidade de uma continuidade no tratamento de obesidade para que haja sucesso demonstra a viabilidade da utilização de estratégias de EAN para esse fim. E como demonstrado no estudo de Jane et al. (2018), abordagens remotas são alternativas de alto custo-benefício, capazes de estabelecer vínculos, interações e comunicação de maneira instantânea e ampla, especialmente por meio de redes sociais, com possibilidade de comunicação interativa e contínua. Assim, uso de redes sociais para implementação de estratégias de EAN aponta ser promissor, embora mais estudos bem desenhados sobre o tema sejam necessários para avaliar a eficácia, especialmente do Instagram, no uso remoto de EAN para tratamento de obesidade.

O presente estudo possui limitações acerca do baixo número de respondentes em enquetes, podendo fazer com que os resultados encontrados não se aproximem da realidade.

Não foram avaliadas variáveis como o horário de postagem das publicações da rede social e os dias de postagem, próximas de feriados, o que pode levar a alterações nas métricas inerente ao conteúdo da postagem. Poucos estudos semelhantes avaliaram o uso do Instagram como via de atuação para auxílio na redução de peso, podendo levar a confusão de fatores devido a diferenças entre as redes sociais.

Dos pontos fortes, pode-se destacar que diante da pandemia de COVID-19, a atuação

por meio de redes sociais tornou-se uma via alternativa para práticas de EAN. Ainda, há a

possibilidade de melhorias na execução da rede social, abrangendo temas de interesse do

público que segue o Instagram para atingir mais pessoas, levando informações em saúde

baseadas em evidências.

(41)

6 CONCLUSÃO

O presente estudo observacional traz informações pertinentes acerca da forma de atuação do AMENUTI, os assuntos de interesse do público da rede social, quais os tipos de publicação com melhores resultados de engajamento e o que levou a esses achados comparados a outros estudos anteriores. A rede social do Instagram pode ser promissora no repasse de informações em saúde, entretanto, melhores estratégias, como postagens de receitas e informativas, por exemplo, para aperfeiçoar o engajamento devem ser usadas.

Além disso, o estudo pode servir de aprimoramento para a rede social do AMENUTI, auxiliando na implementação de novos métodos para conversar com os seguidores e atingir as expectativas de quem acompanha o perfil da rede social. Por fim, o uso de redes sociais para auxiliar na perda de peso, especialmente em relação ao Instagram, deve ser pesquisado mais profundamente a fim de avaliar a viabilidade de intervenções de maneira remota, especialmente em uma rede social que não permite criação de grupos, diferentemente do Facebook.

(42)

REFERÊNCIAS

ALPINO, Tais de Moura Ariza et al. COVID-19 e (in)segurança alimentar e nutricional: ações do governo federal brasileiro na pandemia frente aos desmontes orçamentários e institucionais.

Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 8, 02 set. 2020. Disponível em:

https://doi.org/10.1590/0102-311X00161320. Acesso em 07 maio 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira: promovendo a alimentação saudável. Normas e manuais técnicos: Brasília, 2014.

BRASIL. Princípios e Práticas para Educação Alimentar e Nutricional. Brasília. Ministério do Desenvolvimento Social, 2018.

BRASIL. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN na assistência à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

CÂMARA INTERMINISTERIAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.

Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade: recomendações para estados e municípios. Brasília, CAISAN, 2014.

CAVALLO, David N et al. Feasibility of a social media-based weight loss intervention designed for low-SES adults. Translational Behavioral Medicine, [S.L.], v. 11, n. 4, p. 981- 992, 27 jul. 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8075609/.

Acesso em: 19 ago. 2021.

COATES, Anna E. et al. Social Media Influencer Marketing and Children’s Food Intake: a randomized trial. Pediatrics: Official Journal of the American Academy of Pediatrics, Liverpool, v. 143, n. 4, 4 mar. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1542/peds.2018-2554.

Acesso em: 18 abr. 2021.

D’AVILA, Gisele Liliam et al. Associação entre estado nutricional da mãe e a frequência, local e companhia durante as refeições com o sobrepeso/obesidade de adolescentes da cidade de Florianópolis, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, [S.L.], v. 15, n. 3, p.

289-299, set. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1519-38292015000300004.

Acesso em: 11 jul. 2021.

FANG, Kehong et al. Screen time and childhood overweight/obesity: a systematic review and meta-analysis. Child: Care, Health and Development, Beijing, v. 45, n. 5, p. 744-753, 24 jul.

2019.

FILGUEIRAS, Andrea Rocha; SAWAYA, Ana Lydia. Intervenção multidisciplinar e motivacional para tratamento de adolescentes obesos brasileiros de baixa renda: estudo piloto.

Revista Paulista de Pediatria, [S.L.], v. 36, n. 2, p. 186-191, 23 abr. 2018. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2018;36;2;00014. Acesso em: 30 jun. 2021.

GIESTA, Juliana Mariante et al. Fatores associados à introdução precoce de alimentos

ultraprocessados na alimentação de crianças menores de dois anos. Ciência & Saúde Coletiva,

(43)

[S.L.], v. 24, n. 7, p. 2387-2397, jul. 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1413- 81232018247.24162017. Acesso em: 29 jun. 2021.

GOIÁS. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE. Obesidade infantil desafia pais e gestores.

2019. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/noticias/81-obesidade-infantil-desafia- pais-e-gestores. Acesso em: 10 abr. 2021.

GRUVER, Rachel s et al. A Social Media Peer Group Intervention for Mothers to Prevent Obesity and Promote Healthy Growth from Infancy: development and pilot trial. Jmir Research Protocols, Filadélfia, v. 5, n. 3, p. 159-182, 2 ago. 2016. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.2196/resprot.5276. Acesso em: 27 abr. 2021.

HALAL, Camila dos Santos El; NUNES, Magda Lahorgue. Sleep and weight-height development. Jornal de Pediatria, [S.L.], v. 95, p. 2-9, mar. 2019.

HE, Chao et al. Social Media–Promoted Weight Loss Among an Occupational Population:

cohort study using a wechat mobile phone app-based campaign. Journal Of Medical Internet Research, [S.L.], v. 19, n. 10, p. 357, 23 out

JANE, Monica et al. Effects of a weight management program delivered by social media on weight and metabolic syndrome risk factors in overweight and obese adults: a randomised controlled trial. Plos One, Perth, v. 12, n. 6, 2 jun. 2017. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0178326. Acesso em: 24 abr. 2021.

JANE, Monica et al. Social media for health promotion and weight management: a critical debate. Bmc Public Health, Perth, v. 18, n. 1, 28 jul. 2018. Disponível em:

https://doi.org/10.1186/s12889-018-5837-3. Acesso em: 18 abr. 2021.

LOH, Ivory H. et al. Implementation of Text-Messaging and Social Media Strategies in a Multilevel Childhood Obesity Prevention Intervention: process evaluation results. Inquiry: The Journal of Health Care Organization, Provision, and Financing, Baltimore, v. 55, p. 1-9, 1 jan. 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1177/0046958018779189. Acesso em: 27 abr.

2021.

MERCHANT, Gina et al. Click “Like” to Change Your Behavior: a mixed methods study of college students⠹ exposure to and engagement with facebook content designed for weight loss.

Journal Of Medical Internet Research, São Diego, v. 16, n. 6, p. 158-172, 24 jun. 2014.

Http://dx.doi.org/10.2196/jmir.3267. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4090380/. Acesso em: 19 ago. 2021.

MUZAFFAR, Henna; METCALFE, Jessica J; FIESE, Barbara. Narrative Review of Culinary Interventions with Children in Schools to Promote Healthy Eating: directions for future research and practice. Current Developments in Nutrition, [S.L.], v. 2, n. 6, 26 abr. 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6016610/. Acesso em: 22 ago. 2021.

OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. BMI-for-age (5-19 years). 2021. Disponível

em: https://www.who.int/toolkits/growth-reference-data-for-5to19-years/indicators/bmi-for-

age. Acesso em: 10 abr. 2021.

Referências

Documentos relacionados

Dessa forma, diante das questões apontadas no segundo capítulo, com os entraves enfrentados pela Gerência de Pós-compra da UFJF, como a falta de aplicação de

Outro ponto importante referente à inserção dos jovens no mercado de trabalho é a possibilidade de conciliar estudo e trabalho. Os dados demonstram as

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

O CES é constituído por 54 itens, destinados a avaliar: (a) cinco tipos de crenças, a saber: (a1) Estatuto de Emprego - avalia até que ponto são favoráveis, as

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das