PALESTRA NO BACEN
Tratamento do consumidor superendividado:
fundamentos e objetivos
ROBERTO AUGUSTO CASTELLANOS PFEIFFER
Professor Doutor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Brasilia–24 .05.2013
Crédito Responsável e Superendividamento
Thierry Bourgoignie: “democratização do crédito” tem benefícios, como acesso ao crédito para mais camadas da população, mas há riscos, como o superendividamento, em razão de que os consumidores não conseguem pagar suas dívidas.
Maria Manuel Marques Leitão: credito e superendividamento:
duas faces da mesma moeda
Modelos e objetivos
Advertência de Rodolfo Sacco quanto a estudos de direito comparado. Devem ser considerados:
Normas, instituições e sistemas
Funcionalidade das regras
Contexto histórico e social
Objetivo geralmente desejado: recuperação da capacidade econômica.
EUA: Fresh start. Se após pesquisa extensiva não tiver bens para fazer frente:
insolvência e os débitos são liquidados (dischange of debts). Requisitos mais rigorosos com o Bankruptcy Abuse Prevention and Consumer Protection Act.
Consumo e o seu credito são extremamente
importante para os EUA que o associam ao
crescimento da economia.
EUROPA
Diretiva de natureza minima de concessão ao credito (1986): livre circulação de bens e serviços (ameaçada por transações não transparentes) e promover os interesses dos consumidores.
Parecer do Comite Econômico e Social
sobre o sobre-endividamento familiar na
Europa (2002).
França: Recuperação econômica do consumidor,
pagamento dos débitos
preservação do mínimo existencial (reste a vivre).
Preocupados com o impacto do endividamento familiar e da incapacidade de seu pagamento.
Proteger o consumidor de boa fé.
Dividas renegociadas.
Alguma discricionariedade para a comissão
Noveau Departe.
BRASIL
Deve ser feita uma avaliação do marco regulatório para o crédito
Insuficiência da legislação atual,
sobretudo no campo do tratamento
ao superendividado.
Fundamentos para adotar
CF de 1988
CDC
Experiencias existentes
TJRS
Defensoria Publica – RJ
TJSP – PROCON-SP.
UNIDADE das medidas a serem tomadas
1. PREVENTIVAS: Educação (para o consumo consciente); Informação (pré e pós contratuais), Controle da publicidade enganosa e abusiva.
2- REPRESSIVA: proteção (contra práticas abusivas).
3- TRATAMENTO do
superendividamento.
OBJETIVOS
Recuperação da capacidade econômica.
Equilibrar a relação de consumo
Credito consciente: educação e aconselhamento.
Prevenir praticas abusivas contratuais e da publicidade.
Mínimo existencial: dignidade da pessoa
humana.
PLS 283 de 2012
CAPÍTULO V
DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO
Art. 104-A A requerimento do consumidor superendividado pessoa física, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, visando à realização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de todos os credores, em que o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento com prazo máximo de cinco anos, preservado o mínimo existencial.