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LILIANE DA SILVA SOUZA A PARTICIPAÇÃO DOS INDÍGENAS NA ECONOMIA INFORMAL: O CASO DO CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ EM BOA VISTA RR ( )

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO CIÊNCIAS HUMANAS COORDENAÇÃO DE HISTÓRIA

LILIANE DA SILVA SOUZA

A PARTICIPAÇÃO DOS INDÍGENAS NA ECONOMIA INFORMAL: O

CASO DO CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ EM BOA VISTA – RR

(2002-2017)

Boa Vista- RR. 2018

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LILIANE DA SILVA SOUZA

A PARTICIPAÇÃO DOS INDÍGENAS NO MERCADO DE TRABALHO INFORMAL: O CASO DO CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ EM BOA VISTA – RR (2002-2017)

Monografia apresentada à Universidade Federal de Roraima - UFRR, como requisito para obtenção de título de bacharel e licenciado em História.

Orientador: Professor Me. Orlando de Lira Carneiro.

Boa Vista- RR. 2018

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LILIANE DA SILVA SOUZA

A PARTICIPAÇÃO DOS INDÍGENAS NO MERCADO DE TRABALHO INFORMAL: O CASO DO CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ EM BOA VISTA – RR (2002-2017)

Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do curso Licenciatura e Bacharelado em História da Universidade Federal de Roraima, defendida em 02 de fevereiro de 2018 e avaliada pela seguinte banca examinadora:

________________________________________ Prof. Me. Orlando de Lira Carneiro

Orientador/História-UFRR

______________________________________ Profa. Dra. Shirlei Martins dos Santos

Membro Interno

____________________________________________ Prof. Me. Celino Alexandre Raposo

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DEDICATÓRIA

А minha mãe Maria de Fátima da Silva, pela capacidade de acreditar em mim e investir em mim. À minhas duas filhas que tanto amo Esther Leona da Silva Ribeiro e Maria Luiza da Silva Andrade.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Deus por ter me dado saúde e inteligência e permitiu que este momento fosse vivido por mim trazendo alegria à minha família, amigos e a todos que contribuíram para a realização deste trabalho.

À esta Instituição pelo excelente ambiente oferecido aos seus alunos e os profissionais qualificados que se disponibilizaram para nos ensinar. À Universidade Federal de Roraima (UFRR) e todo o seu corpo docente do Centro de Ciências Humanas -CCH, que realizam seu trabalho com tanto amor e dedicação para que nós alunos tenhamos a oportunidade de realizar a conclusão deste curso.

Agradeço ao meu orientador professor Mestre Orlando de Lira Carneiro por toda orientação, paciência, dedicação e ajuda que me foram dados.

Agradeço ao meu amigo e colega de curso Gilvânio Colares de Matos que não mediu esforços para me ajudar.

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“A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado.”

(Marc Bloch)

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RESUMO

O presente trabalho tem como temática “A PARTICIPAÇÃO DOS INDÍGENAS NO MERCADO DE TRABALHO INFORMAL: O CASO DO CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ EM BOA VISTA – RR (2002-2017) ” fez uma abordagem interdisciplinar entre História, Antropologia, Geografia e Ciências Sociais sobre o surgimento do Centro Comercial Caxambu, demonstrando a importância desse local para os trabalhadores informais de Boa Vista, mais especificamente para os indígenas que procuram o local para trabalhar informalmente. Para tais indígenas o Caxambu passou ser única alternativa de trabalho na cidade, visto que o mercado formal não permite acesso para esses grupos étnicos por diversas razões entre quais, a falta de qualificação profissional, grau de estudo compatível, adaptação ao local de trabalho e fatores como o preconceito existente contra índios na cidade. O Caxambú revela uma realidade não esperada pelos indígenas, visto que migram para a cidade em busca de melhoria nas condições de vida não encontradas nas comunidades, educação, saúde, trabalho entres outras, porém como nas áreas indígenas, a cidade carece de políticas públicas que atendam o índio que vem morar no espaço urbano.

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ABSTRACT

The present work has the theme "THE PARTICIPATION OF INDIGENOUS PEOPLE IN THE INFORMAL WORK MARKET: THE CASE OF THE CAXAMBÚ COMMERCIAL CENTER IN BOA VISTA - RR (2002-2017)" made an interdisciplinary approach between History, Anthropology, Geography and Social Sciences on the emergence of the Caxambu Shopping Center, demonstrating the importance of this place for the informal workers of Boa Vista, more specifically for the natives who seek the place to work informally. For these natives, Caxambu became the only alternative to work in the city, since the formal market does not allow access to these ethnic groups for several reasons among which, lack of professional qualification, compatible degree of study, adaptation to the workplace and factors like the existing prejudice against Indians in the city. The Caxambú reveals a reality not expected by the Indians, since they migrate to the city in search of improvement in living conditions not found in communities, education, health, work among others, but as in indigenous areas, the city lacks public policies that the Indian who comes to live in urban space.

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LISTA DE SIGLAS

CASAI – Casa de Saúde Indígena CF – Constituição Federal

CIR – Conselho Indígena de Roraima FUNAI – Fundação Nacional do Índio

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ODIC– Organização dos Indígenas da Cidade

SODIUR – Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima TI - Terra Indígena

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LISTA DE FIGURAS

IMAGEM 01: Frente do Centro Comercial Caxambú...26 IMAGEM 02: Parte interior do Centro Comercial Caxambú...27 IMAGEM 03: Mulher indígena com produtos artesanais circulando no entorno do Centro Comercial Caxambú...29 IMAGEM 04: Homem indígena vendendo artesanato no Centro Comercial

Caxambú...29 IMAGEM 05: Mulher indígena da etnia wapixana comercializando produtos

industrializados...30 IMAGEM 06: Artesanato indígena equatoriano sendo exibido na calçada do Centro Comercial Caxambú...32 IMAGEM 07: Homem indígena equatoriano fazendo apresentações musicais e vendendo CDS, na calçada do Centro Comercial Caxambú...33

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 11

1 OS INDÍGENAS NA ECONOMIA INFORMAL NA CIDADE DE BOA VISTA ... 13

1.1 O indígena na informalidade ... 15

2 O ÍNDIO NA CIDADE DE BOA VISTA: MUDANÇAS E DESAFIOS...19

2.1 A adaptação dos indígenas aos costumes urbanos...21

2. 2 Trabalhos formal e informal para os indígenas...23

3 CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ: OS ÍNDIOS E AS VENDAS INFORMAIS...25

3.1 Centro comercial Caxambú e o contexto histórico...25

3. 2 Os índios e a convivência diária no centro comercial Caxambú...27

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 35

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INTRODUÇÃO

O presente estudo traz discussões em torno do trabalho informal exercido por indígenas na cidade de Boa Vista, mais especificamente, no Centro Comercial Caxambú. Revela uma realidade vivenciada por tais indígenas que buscam na informalidade uma alternativa para sobreviver na cidade.

O objetivo em trazer essas discussões é apresentar uma reflexão sobre as situações de milhares de indígenas que deixam suas comunidades na esperança de encontrar na cidade o que lhes falta nas comunidades: saúde, educação, infraestrutura e direitos sociais não acessíveis no local onde originalmente vivem. Atualmente Boa Vista comporta em seu espaço uma diversidade de povos e culturas provenientes de várias regiões do Brasil.

A motivação para trabalhar sobre, a participação dos indígenas nas atividades por eles exercidas no trabalho informal: o caso do centro comercial caxambu em Boa Vista – RR (2002-2017) deu-se pelo fato de trabalhar alguns anos no Caxambú e conviver diariamente com os referidos indígenas e observando as dificuldades enfrentadas in loco.

Com essas vivências, deparamo-nos com inúmeras situações em que os foram vítimas de preconceitos e discriminação por parte de não-índios que frequentam o Centro Comercial Caxambú para fazer compras, gerando diversas situações constrangedoras.

A partir desse quadro, surgiu o interesse e a motivação para aprofundar a questão sobre o trabalho informal dos indígenas no Centro Comercial Caxambú, investigar por quais razões deixam a comunidade e vêm para cidade, as dificuldades em conseguir trabalho não informal e por fim como se apresenta é o trabalho no Centro Comercial Caxambú, tendo que dividir o mesmo espaço com os não índios e sofrer constantes perseguições por parte da sociedade local.

A metodologia utilizada para a construção deste trabalho foi a de levantamento bibliográfico e a de pesquisa de campo, na qual tivemos conversas informais com indígenas no local, pois, preferem não assumir a identidade por inúmeras que razões que serão no reveladas no trabalho.

O trabalho divide-se em três capítulos para a melhor compreensão da análise. No primeiro capítulo, enfocamos os indígenas na economia informal na

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cidade de Boa Vista, conceituando o trabalho no contexto social e mundial, posteriormente, o indígena na informalidade, apresentando os direitos dos povos indígenas na Constituição Federal de 1988.

No segundo capítulo discutimos sobre a população indígena no estado de Roraima, sendo umas das maiores do país segundo o censo do IBGE (2010) e processo migratório para cidade e consequentemente a adaptação na cidade.

No terceiro capítulo retratamos o Centro Comercial Caxambú no contexto histórico para comércio local e a convivência diária dos indígenas com demais vendedores e usuários deste logradouro público.

E por fim, nas considerações finais, revelaremos os resultados da presente pesquisa.

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1. OS INDÍGENAS NA ECONOMIA INFORMAL: NA CIDADE DE BOA VISTA - RR

Ao abordarmos o termo trabalho em seu contexto histórico mundial, observamos que ele apresenta diferentes fases, considerando-se desde o trabalho escravo (escravidão) , ao sistema de servidão, posteriormente às corporações de ofício e finalmente à Revolução Industrial, quando surge o Direito Laboral.

O trabalho está relacionado ao surgimento da espécie humana nos tempos antigos. Em todo o período da Pré-história, o homem foi levado, realizar atividades que envolvem esforços físicos, pela necessidade de satisfazer a fome e assegurar sua defesa pessoal. Ele caça, pesca e luta contra o meio físico, contra os animais e contra os seus semelhantes, tendo como instrumento as suas próprias mãos.

Na sociedade capitalista, o trabalho está relacionado com a atividade essencial para sobrevivência do indivíduo, pois exige que pessoa trabalhe em troca de um salário. Diferentes disso, os trabalhadores estão envolvidos na acumulação do capital, a fim de afiançar fundos, para seu sustento, com salários medíocres que proporcionam ampliação da riqueza do patrão. Essa é a grande contradição do sistema capitalista: produção social e apropriação privada.

Nota-se que existe uma separação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho isso provoca uma divergência no próprio homem, pois tudo que ele produz é vendido pelos donos do meio de produção, estes ficam o lucro obtido pelo os bens produzidos.

Para a análise do trabalho na atual forma de produção da existência humana utilizaremos um trecho do capitulo XXIV (A chamada acumulação primitiva do capital) de O Capital de Marx (1983) o que permite compreender o ponto de partida adequado para a investigação da formação social capitalista, isto é, a mercadoria. A análise de Marx mostra que tais relações permanecem subjacentes, onde:

A mercadoria é antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. A natureza dessas necessidades, se elas se originam do estômago ou da fantasia, não altera nada na coisa. Aqui também não se trata de como a coisa satisfaz a necessidade humana, se imediatamente, como de subsistência, isto é objeto de consumo, ou se indiretamente, como meio de produção. (MARX, 1983, v.1,TI, p.45 ).

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O capitalista tem obrigação de vender a mercadoria para obter lucro, onde este se cristaliza na abundância total do trabalho realizado pelo proletário posto na mercadoria produzida. Assim sendo, o capitalista “não vende apenas aquilo que lhe custou um equivalente, mas vende também o que não lhe custou nada, apesar de ter custado trabalho ao seu operário”. (MARX, 2002, p. 56)

ENGELS (1977, p. 73), ao abordar sobre trabalho enfatiza que este além de ser “fonte de toda riqueza” é “a condição básica e fundamental de toda a vida humana”, e isso, “em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem”. Propondo uma diferenciação entre o homem e o animal, Marx também trabalha nessa linha de raciocínio ao abordar sobre o trabalho. Uma demonstração do que estamos abordando está descrito no livro, O Capital, volume 1, Capítulo V :

Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. Põe em movimento as forças naturais de seu corpo, braços e pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza.

Esta obra traz uma análise sobre o trabalho. Vejamos que o autor discorre sobre o referido tema:

Todo trabalho é, de um lado, dispêndio de força humana de trabalho, no sentido fisiológico, e, nessa qualidade de trabalho humano igual ou abstrato, cria o valor das mercadorias. Todo trabalho, por outro lado, é dispêndio de força humana de trabalho, sob forma especial, para um determinado fim, e, nessa qualidade de trabalho útil e concreto, produz valores-de-uso.

Além de descrever os processos do trabalho, Marx classifica como sendo três, “1) a atividade adequada a um fim, isto é, o próprio trabalho; 2) a matéria a que se aplica o trabalho, o objeto de trabalho; 3) os meios de trabalho, o instrumental de trabalho”.

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Ao estudar O Capital, expõe-se questões relacionadas ao trabalho, e trazermos essa questão para a realidade da nossa pesquisa, verificamos que existe uma oposição no que vem a ser trabalho para a sociedade sobre os índios. O preconceito se faz presente, pois existe uma ideia de que o indígena pratica uma economia de subsistência, conforme a afirmação de CLASTRES (2003):

A ideia da economia de subsistência contém em si mesma a afirmação implícita de que, se as sociedades primitivas não produzem excedentes, é porque são incapazes de fazê-lo, inteiramente ocupadas que estariam em produzir o mínimo necessário à sobrevivência, à subsistência. (CLASTRES, 2003, p.1330).

Com relação ao modo econômico em que os índios vivem, a sociedade entende que economia de subsistência não se aplicar à cidade, onde se busca acumulação de bens materiais e de consumo.

O que justifica o preconceito em relação à visão de trabalho indígena é a forma como o mundo capitalista encara a realidade vivida por eles. Muitos são os problemas enfrentados por indígenas que buscam o mercado de trabalho na cidade. Dentre essas problemáticas estão à questão da falta de moradia, de trabalho, de educação, falta de documentação, enfim os próprios não possuem direcionamento básico para gerenciar sua vida na cidade.

1.1 O INDÍGENA NA INFORMALIDADE

A historiografia regional elaborada ao longo das últimas décadas tem contribuído significativamente para embasar as questões que envolve o trabalho indígena ao longo de séculos de colonização.

A Constituição de 1988 apresentou ferramentas jurídicas, culturais e políticas que puderam auxiliar na diminuição do conflito entre os índios e não índios com relação ao direito a terra.

O capítulo VIII da Constituição Federal (CF), intitulado Dos índios, em seus artigos 231 e 232 e respectivos parágrafos, delineou as bases política devem efetivar as relações entre os diferentes povos indígenas e o Estado brasileiro.

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Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

§ 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

§ 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

§ 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.

§ 6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.

§ 7º - Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, §§ 3º e 4º. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. (BRASIL, 1988).

Em Boa Vista, existem organizações que apoiam indígenas a partir do momento que chegam à cidade: Conselho Indígena de Roraima (CIR), Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (SODIUR), Organização dos Indígenas da Cidade (ODIC) entre outras. Porém tais indígenas enfrentam inúmeras dificuldades de convivência em seu novo ambiente de convivência a cidade de Boa Vista. Tudo representa novidade: OLIVEIRA (2010) afirma o que se segue.

A experiência do índio que chega no espaço social urbano é confusa por causa das diferenças de costumes e das regras da sociedade nacional. Algumas vezes, o índio da cidade incorpora e repete opiniões impostas pelos meios de comunicações sem questioná-las, sem mesmo buscar compreender qual é seu papel como índio no ambiente urbano (OLIVEIRA, 2010, p.54).

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A Organização dos Indígenas da Cidade (ODIC) desenvolve oficinas com intuito facilitar a convivência dos indígenas que chegam à cidade, como forma de manter identidade cultural dos índios urbanos. Conforme OLIVEIRA, (2010):

Os índios urbanos reconhecem que nós pertencemos a um grupo, a uma família indígena que tem sua história, costumes, valores, crenças, cultura, que foram transferidas oralmente ao longo de várias gerações e que passaram por muitas experiências e desafios até chegarem ao que somos hoje. Toda essa experiência traz um enorme reforço em manter a nossa identidade e faz com que cada índio sinta-se como ser único e original no meio de um mundo urbano complexo. (OLIVEIRA, 2010, p.54).

Segundo relatos apresentados no Projeto Kuawai Kîrî. 2010, dão conta de que muitos índios se deslocam para a cidade em busca de melhores condições de vida, uma vez que na comunidade não existe trabalho suficiente entre outros fatores, como afirmam os índios participantes das oficinas organizadas pela Organização dos Indígenas da Cidade (ODIC):

Notamos que a vinda dos indígenas para a cidade se deu por diversos motivos do tipo: desvalorização do trabalho no campo em sua comunidade; atração que a cidade exerce sobre os jovens; a busca de novas expectativas de sobrevivências; e a falta de infra-estrutura na saúde, educação e assistência social (OLIVEIRA, 2010, p.55).

Alguns empregadores utilizam o artificio de que não registram a atividade prestada pelos indígenas devido à falta de qualificação, de experiência e de oportunidades. Conforme afirmam, SOUZA e REPETTO, ( 2007):

Devido a falta de qualificação, de experiência e de oportunidades, ficamos sujeitos à exploração de nossa força de trabalho e ao aproveitamento de nossa mão-de-obra por parte de pessoas inescrupulosas e pouco solidárias. Como não temos alternativa, acabamos aceitando qualquer tipo de trabalho que possa suprir a necessidade familiar. Por isso, acabamos sujeitos a

realizar trabalhos pesados e perigosos e sem equipamentos de proteção pessoal em diferentes trabalhos: hortifrutigranjeiros, vaqueiro, caseiro, pedreiro, babá, doméstica, vigia e serviços gerais. (SOUZA; REPETTO, 2007, p. 44)

Pior do que ter direitos desrespeitados é aceitar as condições de trabalho que são impostas pelos patrões, devido aos mesmos se encontrarem “sem saída” e precisando sobreviver na capital, o fato é que os mesmos aceitam condições desumanas de trabalho. Desta Forma SANTILLI,1997, cita o período do contato os índios foram obrigados a seguir a regra estabelecida pela sociedade nacional.

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Os Macuxi vivenciaram forçosamente um aprendizado das relações sociais constituintes da sociedade nacional brasileira, do modo particularizado como se estabeleceram em Roraima. Foram compungidos a submeter-se à força às regras impiedosas da propriedade privada, e da acumulação de riquezas às expensas da expropriação de suas terras. Ainda assim, conseguiram preservar sua língua, seus costumes, sua organização social própria e, sobretudo, a liberdade e a autonomia pessoal como valores fundamentais de sua sociedade. (SANTILLI, 1997, p. 63)

Diante desse contexto busca-se compreender porque os indígenas que trabalham no Centro Comercial Caxambú estão exercendo o trabalho informal. Visto que não são aceitos na maioria das vezes no trabalho formal por questões étnicas e pelo preconceito que a sociedade tem contra os povos indígenas.

Talvez, por se tratar de um Estado que ostenta uma das maiores populações indígenas do Brasil, há em Roraima um forte preconceito e uma tradição de práticas de violência contra esses povos. Muitas são as forças sócias contrárias aos seus interesses e isto se reflete de forma clara na implantação histórica das políticas educacionais, como na ampliação da rede escolar. (REPETTO, 2008, p. 120).

Quanto ao trabalho informal podemos dizer que é aquele em que o indivíduo não se enquadra dentro dos parâmetros do trabalho formal, onde quem o pratica fica à margem dos direitos trabalhistas.

A informalidade acaba sendo uma das formas que umas parcelas significativas de indígenas encontram para se inserir no mercado de trabalho. É o mercado informal, que atualmente absorve uma grande quantidade de pessoas que não conseguem o trabalhar de maneira formal.

Em se tratando da realidade, significa: ingressar no mercado informal de trabalho, ou seja, virar camelô, vendedor ambulante ou microempresário. [...], esta forma de trabalho vem ganhando cada vez mais adeptos devido à falta de oportunidades no mercado formal. A presença dos trabalhadores na rua, vendendo agulha para desentupir fogão, CD’s, vale-transporte, envelopes, frutas e tapioca, enfim, tudo que se possa imaginar somando-se a isto observa-se ainda crescente, em todas as grandes cidades, na criação de camelódromos.( VERAS; BEZERRA, 2013, p. 197)

Podemos citar neste caso o centro comercial que possui inúmeros camelôs, comercializando os mais diversos produtos. Dentre esses trabalhadores, pode-se encontrar vários indígenas que buscam na cidade uma oportunidade de melhorar de

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vida, e como muitos deles possuem muitas dificuldades de se comunicarem acabam inseridos no mercado informal de trabalho.

2. O ÍNDIO NA CIDADE DE BOA VISTA: MUDANÇAS E DESAFIOS

Roraima possui umas das maiores populações indígenas do país segundo levantamento do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentado pelo Censo Demográfico 2010 do IBGE. Mostra-se que a capital de Roraima é o principal destino da maioria dos indígenas que deixam as aldeias para tentar a vida na cidade, conforme podemos observar neste trecho do jornal diário, FOLHA DE BOA VISTA:

Boa Vista é maior aldeia urbana de Roraima. A capital roraimense é o destino da maioria dos indígenas que deixa as malocas para tentar a vida na cidade, conforme dados do Censo Demográfico 2010, do IBGE. Em todo o Estado, existem 49.637 de uma população com pouco mais de 460 mil habitantes. A maior parte se concentra no interior, 41.426, enquanto 8.212 vivem na zona urbana dos municípios. A zona rural de Pacaraima é a localidade onde mais se concentra indígenas, com 8.430. (FOLHA DE BOA VISTA, 2014).

De acordo com IBGE, no total de 50 mil pessoas em Roraima se declaram como indígenas e aproximadamente 6,5 mil não se declararam, mas se consideram indígenas. Os cinco municípios onde a população indígena é maior são, respectivamente: Boa Vista, com 8.982 pessoas, Alto Alegre, com 8.579, Uiramutã, com 7.847, Normandia, com 6.783 e Pacaraima, com 6.247. (FOLHA DE BOA VISTA,2016).

O Censo do IBGE 2010, mostrou um crescimento expressivo no fluxo migratório de indígenas para Boa Vista, em relação às demais capitais e municípios do país. Censo vai mostrar que Boa Vista está na contramão dos demais centros urbanos do país, que apresentaram diminuição na população indígena residente nos municípios das capitais brasileiras.

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No último período intercensitário, 2000/2010, a população indígena residente nos Municípios das Capitais apresentou perda populacional em todas as Grandes Regiões, contudo, em alguns, o crescimento foi expressivo, como em Boa Vista (Roraima) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul). O conjunto de Municípios exclusive Capital revelou crescimento de 1,9% ao ano e, em algumas Unidades da Federação, o crescimento foi significativo: Acre, 7,2% ao ano, Roraima, 6,5% ao ano, Ceará, 6,2% ao ano, e Paraíba, 7,6% ao ano, dentre outras. Outros estados, contudo, apresentaram perdas consideráveis de indígenas no seu interior: Rio de Janeiro, -7,7% ao ano, São Paulo, -4,4% ao ano, e Goiás, -5,4% ao ano. (IBGE,2012, p.14).

Nessa problemática, observa-se a cada dia o aumento do número de indígenas que migram para as cidades. Eles decidem sair das comunidades para buscar melhores condições de vida principalmente no campo educacional (uma vez que na comunidade não oferece um ensino profissionalizante, e muitos indígenas não conseguem serem alfabetizados por falta de escolas nas comunidades). Além das melhorias trabalhistas e atendimento à saúde, o que geralmente é precário apesar de existir políticas públicas voltadas para os indígenas na maioria das comunidades o serviço de saúde oferecido é insuficiente. Esses indígenas precisam vir para Boa Vista quando precisam de atendimento especializado na área na saúde, são encaminhados para atendimentos na CASAI - Casa de Saúde Indígena, Hospital Geral de Roraima, Maternidade Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth e Hospital Infantil Santo Antônio todos localizados na capital. Já na área educacional, busca-se um ensino de qualidade que não é oferecido de forma adequada na aldeia pela falta de investimento governamental, um outro problema é acesso ao ensino superior que por sua vez se concentra na capital. PONTE (2009) faz referência à busca por este atendimento educacional:

[...] principal razão para a migração é a busca da educação, que explica não apenas o deslocamento das famílias para as cidades, como também a permanência nestas para que os filhos possam ter acesso à educação escolar de qualidade. Em alguns casos, ainda crianças, os índios são levados para áreas urbanas para serem encaminhados à escola. Outras razões são a busca de emprego; o casamento com membros da sociedade nacional; os problemas familiares na aldeia e outros (PONTE, 2009).

Os problemas existentes têm uma dimensão maior do que se imagina, pois se torna fácil compreendermos, se na cidade que teoricamente possuí estrutura em alguns setores, enfrentam inúmeros problemas, imagina nas comunidades, onde existem deficiências em termos de atendimento de qualidade para os indígenas, tais como, educação, saúde entre outros.

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Em várias comunidades não existem investimentos em infraestrutura nas escolas e postos de saúde já existentes. Um dos motivos para que isso ocorra é que muitas das terras indígenas ficam em áreas demarcadas que são administradas pela FUNAI – (Fundação Nacional do Índio) o que inviabiliza os investimentos nessas áreas por parte do poder público municipal e estadual. Os referidos órgão tentam se isentar dessa responsabilidade, pois alegam possuir poucos recursos e que essas comunidades são de reponsabilidade do governo federal.

Esta dificuldade encontrada na Terra Indígena (TI) faz com que os índios procurem outras formas de viver fora da comunidade, indo então para a cidade em busca de soluções para seus anseios. “Como uma das grandes preocupações e motivações para vir para a cidade está o acesso à educação escolar, já que a fala nativa aponta que na TI não existe muita chance para estudar” (BAPTISTA, 2012, p.35).

Da forma que está, quando estes índios que saem de seus locais de origem para tentar a vida nas cidades com o objetivo de encontrar oportunidades de uma vida melhor, acabam se deparando com outros problemas, considerando que a vida urbana é bem diferente da comunidade. Então OLIVEIRA (2010), nos afirma.

[..] os índios urbanos reconhecem que morar na cidade é vivenciar diferentes dificuldades da comunidade de origem. No início, o índio chega sem a família para visitar o parente. Depois vem a mulher e os filhos sem ter casa própria para abrigá-los, nem trabalho porque o índio não está qualificado para o mercado urbano. Essa situação leva alguns índios ao sofrimento por não conseguirem ter o mínimo necessário para sobreviver na cidade. Assim, eles aceitam qualquer serviço, por qualquer quantia em dinheiro, porque “viver na cidade é viver com dinheiro no bolso”. Muitos deles vivem como ajudante de pedreiro e limpeza de quintal, enquanto que as mulheres trabalham como domésticas. (OLIVEIRA, 2010, p.56).

E com a falta de qualificação muitos deles optam por trabalhar na informalidade, sendo umas das alternativas de trabalho o Centro Comercial Caxambú, localizado no centro de Boa Vista, local de grande movimentação de pessoas diariamente. Veremos adiante como se apresentam os problemas urbanos para os índios que trabalham no referido Centro Comercial.

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Ao chegar às cidades os indígenas encontram uma realidade totalmente diferente que a encontrada nas comunidades. Apesar de que Constituição Federal de 1988 garantir a oferta de serviços específicos para eles, com a intenção de manter sua cultura e principalmente a língua materna, infelizmente estas leis não são cumpridas, o que faz com que o índio tenha que se adaptar aos costumes dos não índios. Oliveira, (2003), cita a própria Constituição, no capítulo II (Titulo II), que garante direito ao trabalho aos indígenas bem como o cumprimento de seus direitos legais.

Da mesma forma, o Capítulo II (Título II), em seus artigos 6º e 7º, que versa sobre os “Direitos Sociais e do Trabalho” deixa implícito que medidas jurídicas apropriadas devem garantir aos índios, segundo suas culturas, o cumprimento de seus direitos perante a lei. O artigo 8º, do referido Capítulo e Título, que trata da organização do “Direito Coletivo do Trabalho” apresenta a organização sindical e os interesses coletivos dos trabalhadores associados. Há de se observar que tais dispositivos constitucionais devem ser aplicados também aos índios, ressalvando-se, no entanto, as suas particularidades sócio-culturais em relação aos demais brasileiros. (Oliveira, 2003, p.202).

Este processo de certa forma é um dos maiores problemas que os indígenas enfrentam ao chegar no contexto urbano. A cidade é um ambiente novo para os indígenas, pois os mesmos estão acostumados ao cotidiano da comunidade onde trabalham para sua subsistência.

O indígena encontra inúmeras dificuldades na cidade, como a violação de direitos constitucionais, são vítimas de preconceitos por parte da “maioria branca” que entende a cidade “não é lugar para o índio” com isso acaba inviabilizando o acesso ao trabalho, educação, saúde, cultura entre outros.

GOMES (2006) cita que:

Reconhecer o indígena hoje, como um cidadão, derrubar qualquer sistema de tutela e inserir esses grupos no organismo político social gerou certo mal estar, um desafio para a sociedade branca, brasileira, que não estava preparada para lidar com grupos que deveriam ser “excluídos”, esquecidos. E ao contrário do que se esperava, esse processo de inserção dos indígenas na cidade vem se dando de forma rápida, na medida em que existem sérios problemas nas aldeias que precisam ser solucionados, na medida em que vivemos em um outro mundo e que a cultura não é estática, evolui, e que os indígenas querem conhecer os “progressos” da cidade, se aprimorar intelectualmente, sobreviver enquanto um grupo que necessita ser respeitado em sua cultura e singularidade. (GOMES,2006, p.2)

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Portanto, os índios buscam o respeito à diversidade e o direito a ter as mesmas oportunidades que os não índios, mantendo suas tradições e costumes em suas gerações, não deixando que seus conhecimentos culturais sejam esquecidos

2.2 Trabalho formal e informal para os indígenas

O trabalho é outro aspecto que não é vantajoso para o índio, pois este geralmente demora a conseguir algum vínculo empregatício na cidade. Esta demora em encontrar um emprego se dá devido ao preconceito existente na sociedade, ou pela falta de instrução dos índios quanto aos trabalhos desenvolvidos dentro das cidades.

Por estas dificuldades o índio acaba não conseguindo trabalho formal e se direcionando para o trabalho informal na cidade. Porém vários não conseguem entrar no mercado informal por conta não terem recursos para compra o produto para vender, tendo como opção a venda dos produtos produzidos por eles nas comunidades como vassouras, artesanatos entre outros.

A falta de qualificação do indígena impossibilita de conseguir um trabalho, fazendo com que diversos índios aceitem trabalhar de maneira precária: prestando serviços que não exige experiência, além de perceberem valores inferiores ao de mercado, e ainda tem que conviver com o preconceito que também é um agravante da situação. Muitos acabam sem saber sendo vítimas de trabalho escravo, pois trabalham apenas em troca de comida e moradia na cidade, sem ter os direitos trabalhistas reconhecidos pelos patrões.

O trabalho informal é caracterizado pela ausência do vínculo empregatício, pois o trabalhador informal não possui direitos garantidos, assim como não tem direitos aos benefícios sociais como o seguro-desemprego, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), além da cobertura previdenciária:

No Brasil, a contribuição previdenciária é obrigatória para a empresa, o empregador doméstico e o trabalhador que presta serviço à empresa com ou sem vínculo de emprego, bem como o trabalhador que exerce atividade econômica por conta própria. Entretanto, apenas para os trabalhadores com contrato formal de trabalho decorrem os benefícios sociais como o seguro-desemprego, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), além da cobertura previdenciária. No caso do empregado doméstico, o recolhimento

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do FGTS é facultativo e o trabalhador por conta própria fica restrito à aposentadoria, ao seguro acidente e a doenças (BRASIL, 2008).

Estes trabalhos informais são uma problemática social, uma vez que em grande parte eles surgem pelo aumento do desemprego, que afeta tanto os índios como os nãos índios. Por outro lado há quem prefira viver assim como os ambulantes, por exemplo, que vêem no trabalho informal uma maneira de buscar a independência financeira. Outra razão pela procura pelo mercado informal é crescente desemprego que assola país. A revista Época, publicou uma matéria em seu site apresentando um crescimento dos empregos no setor informal no ano de 2017, conforme dados do IBGE.

A melhora no mercado de trabalho, com o recuo da taxa de desemprego para 13%, foi causada principalmente pelo aumento da informalidade, segundo o IBGE, que divulgou nesta sexta-feira dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua relativos ao segundo trimestre. O número de empregados sem carteira, estimado em 10,7 milhões, subiu 4,3% em relação aos três primeiros meses do ano e 5,4% em relação ao segundo trimestre de 2016.

Já o número de trabalhadores conta própria cresceu na comparação com o trimestre anterior em 1,8%, para 22,5 milhões. Em relação ao ano anterior, caiu 1,8%. Apesar da melhora no mercado de trabalho, o desemprego ainda é uma realidade para 13,5 milhões de pessoas. As previsões de analistas apontam que a taxa média de desemprego para 2017 fique na casa dos 13%. No ano passado, ficou em 11,5%.

"Essa melhora se deu pelo aumento de postos informais de trabalho. Cresce os sem carteira e conta própria. Isso é desfavorável para o mercado porque o emprego sem carteira não dá garantias e seguranças ao trabalhado", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. (REVISTA ÉPOCA,2017)

Os indígenas buscam formas ganhar dinheiro para seu sustento na cidade com a venda de seus artesanatos é comum vê-los nas ruas comercializando estes produtos, outros trazem produtos oriundos de países vizinhos, (como é o caso de Roraima que faz fronteira com dois países: Venezuela e Guyana) e que, portanto, existe uma certa facilidade em trazer produtos com um preço mais acessível e revendê-los, obtendo assim algum lucro.

Nas cidades os índios buscam por políticas públicas, que possa auxiliar em conseguir seu lugar na sociedade, lutar pelos direitos, combater a discriminação e sobretudo manter seus costumes, tradições e valores culturais fora das

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comunidades isso só conquistado por meio de organizações indígenas que trabalham na defesa dos diretos indígenas na cidade e no campo.

Geralmente o trabalho exercido por alguns indígenas é mal recompensado, principalmente para aqueles que não possuem nenhum tipo de instrução e acabam se tornando mão de obra barata.

Sobre a baixa renda recebida pelos trabalhadores indígenas Medeiros (2011) cita que:

Em relação à remuneração do trabalho, tanto fora quando dentro do Território Indígena, 69,4% dos indígenas recebiam remuneração pelo trabalho desempenhado. Entre os que recebiam remuneração (69,4%), a maioria (63,2%) recebia menos de um salário mínimo (...)

A remuneração baixa entre os indígenas sinaliza para a falta de cumprimento das leis , ficando a mercê da sociedade e lutando pelos direitos, e respeito à diversidade.

3. CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ: OS ÍNDIOS E AS VENDAS INFORMAIS

3.1 Centro Comercial Caxambú e o contexto histórico

O Centro Comercial Caxambu fica localizado na Avenida Sebastião Diniz, no centro da capital do estado de Roraima, Caxambú possui 142 quiosques, tonando-se um dos principais centros comercias da capital. Possui uma variedade de mercadorias e vendedores de todos os lugares, inclusive vendedores informais. De acordo com o Jornal Folha de Boa Vista edição do dia 28/02/2003.

A Prefeitura de Boa Vista inaugurou em 13-12-2002, no Centro da cidade de Boa Vista, o Centro Comercial Caxambu. A construção do Centro teve início em agosto e o prazo para a conclusão é de 90 dias. Os camelôs que se encontravam nas Av. Sebastião de Diniz, Jaime Brasil, Getúlio Vargas, além de 14 barracas localizadas no terminal de ônibus, foram cadastradas e transferidas para as ruas Inácio Magalhães e Bento Brasil. Foi realizada uma reunião para anunciar a mudança dos vendedores, alguns reclamaram pela falta de condições no local para onde foram transferidos, por estarem no meio da rua disputando o espaço com os veículos, e de estarem proibidos de armar as barracas nas calçadas. As negociações, foram feitas por uma comissão formada pelo Sindicato dos Ambulantes, e Técnicos da Prefeitura Municipal de Boa Vista. (FOLHA DE BOA VISTA, 2003)

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O referido centro comercial é um complexo de quiosques comerciais. Atualmente regularizado pela Prefeitura de Boa Vista, o Centro foi reformado em 2009, quando recebeu cobertura, melhoria na iluminação, rede de drenagem, ventilação, calçada e pintura.

É de nosso conhecimento, que antes dessa reforma, ou mesmo antes de torna legalizado os ambulantes possuíam apenas o espaço e ficavam distribuídos entre as Avenidas Sebastião Diniz e Jaime Brasil, principais pontos comerciais do centro da cidade. A imagem a seguir apresenta as informações do logradouro pós reforma (IMAGEM 01).

FONTE: Google Earth, 2012.

O Centro Comercial possui 142 quiosques, sendo 8 deles destinados a Praça de Alimentação. Os vendedores pagam aluguel, alvará e diversos deles contribuem para a previdência pelo sistema do programa microempreendedor individual, categoria jurídica que permite a pequenos trabalhadores autônomos contribuir com a Previdência e pagar outros tributos de forma simplificada. Dividido em duas alas, o comercial oferece uma série de produtos eletro e eletrônicos, roupas, bolsas, cosméticos, brinquedos, celulares, artesanatos e acessórios em

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geral. Além disso, é possível encontrar no Caxambu serviços para pequenos reparos, como conserto de relógios.

Conforme conversa informal com alguns vendedores, os produtos disponíveis no Centro Comercial são comprados em Manaus e também nos países vizinhos: Guiana e Venezuela. A maior procura no Caxambú é por equipamentos eletrônicos.

3.2 OS ÍNDIOS E A CONVIVÊNCIA DIÁRIA NO CENTRO COMERCIAL CAXAMBÚ

Nesse contexto os indígenas têm que dividir o espaço com os demais “camelôs”, sendo que umas partes significativas no total de 12 indígenas não possuem quiosques expondo os seus produtos nas calçadas das lojas em frente ao centro comercial ou de forma itinerante circulando no entorno. Visto que nas calçadas não é permitido por conta da fiscalização da prefeitura que impede e retira os vendedores. A seguir temos a tabela com dados colhidos durante a entrevista.

FONTE: Emmily Melo/ Portal Amazônia, 2002.

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*Indígenas estrangeiros que não declaram a etnia.

12 entrevistados que trabalham no Caxambú no espaço cedido pela PMBV

Sexo Grupos Étnicos Nacionalidade

Homens Mulheres Total Macuxi Wapixana Não

Informado*

PERU EQUADOR BRASIL

8 4 12 1 2 9 5 4 3

FONTE: Pesquisa de campo.

O grupo apresentado na tabela, são os que detém autorização para trabalhar no Caxambú. Existem 27 indígenas que trabalham no local de maneira itinerante, vendendo seus produtos no entorno do Caxambú.

Os indígenas estrangeiros os equatorianos chegaram em 2015 na época em torno cinco, vendendo cd’s, artesanatos e cantando suas músicas em troca de dinheiro. Tem- se atualmente observado um grande número de índios da etnia Warao vindo da Venezuela país que faz fronteira com Roraima, são aproximadamente 15 indígenas que vendem artesanatos como redes, chapéus, bolsas, bonecas, flechas e até plantas como orquídeas são vendidas nas calçadas outros trabalham como engraxates.

Em uma conversa informal com um não indígena por nome de Solange Souza que possui um quiosque e trabalha no local há 18 anos no espaço administrado pela prefeitura de Boa Vista, relata que quando iniciou suas atividades, o local só possuía uma rua larga e de piçarra vermelha tendo as barracas improvisadas com lonas e sombreiros para fugir do sol e da chuva.

Em relação a presença de índios antes de 2002, ela respondeu que os únicos índios eram os de origem peruana e que sofriam muitas perseguições por conta da falta de documentação.

Em outra conversa, com um vendedor que preferiu não se identificar, disse que no local já houve presença de índios macuxis que trabalhavam no local.

Foi percebido nas entrevistas que determinados índios não queriam ser identificados por receio de represálias.

Um certo dia foi observado que uma mulher, (vou usa o nome fictício de “Ana”), brigava com as indígenas que usava a torneira que e utilizada por todos que trabalham no local, e que foram advertidas que não poderiam lavar e nem banhar suas crianças que segundo ela exalava mal cheiro. Em outra oportunidade foi observado que outras crianças não indígenas eram lavadas e banhadas no equipamento público, porém a referida entrevistada não as importunou.

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A seguir veremos sequências de fotos de indígenas feitas por celular porque eles não permitem foto que e exercem suas atividades no Caxambú.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017. FONTE: Arquivo pessoal, 2016

IMAGEM 03: Trabalhadora indígena circulando o Centro Comercial Caxambú com produtos artesanais.

Fonte: Arquivo pessoal, 2015.

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Como se observa nas imagens os indígenas que trabalham na informalidade vendem os materiais produzidos por eles mesmo, a exemplo disso o arco e flecha, instrumento comum nas comunidades, usada para caça e pesca. Esse material é vendido ao um irrisório preço de R$: 10,00. Algumas indígenas que trabalham no local e que possuem quiosque dentro do comercial Caxambu vendem produtos como brinquedos e outros produtos industrializados, nos relatam que dali retiram o sustento para sua família. Quando questionadas sobre o local no Caxambu, preferiam não opinar, pois tem receio sofrer represálias pelo fato serem indígenas e estarem sem a devida autorização exigida pelo o poder público municipal.

Uma parte significativa de indígenas que trabalham no local não possui quiosque e utilizam as calçadas e estacionamentos das lojas que ficam em frente ao Centro Comercial. Recentemente tiveram que ser retirados com os demais ambulantes:

“Uma ação da Prefeitura de Boa Vista realizada na manhã desta quarta-feira (18) retirou diversos vendedores ambulantes não cadastrados que comercializam produtos no estacionamento do Centro Comercial Caxambu. O trabalho iniciou às 6h da manhã e teve o objetivo de reorganizar o espaço e identificar os vendedores cadastrados para a criação de um 'shopping IMAGEM 05: Indígena da etnia Wapixana comercializando produtos

produtos IMAGEM 04: Homem indígena vendendo artesanatos.

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popular' no local, conforme informou a coordenadora do programa Braços Abertos, Elizabete Oliveira”. (G1.2015)

Outro fator levado em conta pelos os indígenas que trabalham no Centro Comercial Caxambú é o preconceito existente contra eles, pela sociedade local que apesar do estado possuir uma grande população indígena a maioria não indígena prefere desconsiderar esses povos os trata-los com indiferença. MONTEIRO (2008) assinala que:

Roraima tem uma população indígena expressiva, vivendo nas comunidades e nas cidades. Existem várias etnias, e a história do contato com os não-índios é muito antiga e intensa, remontando ao século XVII. No entanto, é possível observar uma tendência homogeneizada quando nos referimos aos índios de Roraima, o qual ignora as diferenças étnicas e culturais, o que facilita também a difusão dos estereótipos e preconceito (MONTEIRO, 2008, p. 77-83).

Em relação ao Caxambú local de trabalho. A pesquisa verificou-se que existem em torno de 39 indígenas trabalhando informalmente no Caxambu. São índios de diversas regiões do estado de Roraima, eles são das etnias Macuxi, Wapichana e outras. Existem também indígenas oriundos de outros países da América Latina, Peru, Equador, Bolívia e recentemente houve crescente aumento de índios vindo do país fronteiriço a Venezuela, fugindo da crise econômica, política e humanitária que passa aquele país. Esses índios são da etnia Warao que procuram o local para o trabalho informal e em alguns casos para pedirem esmolas nas calçadas, vendendo seus artesanatos. Agência Brasil, publicou uma pesquisa que mostra em três anos sequer existia registro dessa etnia no Brasil.

Há três anos, sequer havia registro da presença desse povo no Brasil. Diante de tal cenário, o diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional do Índio (Funai), Rodrigo Faleiro, disse que a presença dos warao traz à tona outra realidade à política indigenista brasileira, pois não se trata de reconhecimento de sua existência ou de demarcação de um território, mas da necessidade de desenvolvimento de políticas de assistência. “A condição indígena é singular até pela própria situação documental deles já na Venezuela”, pois muitos não possuíam documentos, o que dificulta o processo de formalização da sua presença no Brasil, exemplificou. (AGÊNCIA BRASIL,2017).

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Para os indígenas estrangeiros, assim como para os brasileiros o trabalho informal e uma alternativa de sobrevivência, pois dificilmente conseguem trabalho legal, vários deles não têm visto de permanência no país, e vivem de forma clandestina em Roraima. Para esse grupo de índios, existe também a dificuldade de comunicação com os brasileiros em razão do idioma por eles falada.

Os índios estrangeiros vendem seus artesanatos e cantam suas músicas, utilizando um pequeno espaço da calçada na parte interna do centro comercial. O material produzido por eles tem as características culturais do país de origem, algo que chama atenção dos brasileiros que adquirem seus artesanatos e assistem suas apresentações musicais e ao final contribuem com dinheiro.

IMAGEM 06: Artesanato indígena equatoriano sendo exibido na calçada de Centro Comercial Caxambú.

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Verificou-se na pesquisa que para vários indígenas o trabalho informal é única alternativa de sobrevivência na cidade, por não possuírem escolaridade suficiente para entrar no mercado formal. Enfrentam o preconceito quando buscam conseguir emprego no mercado formal. Existe uma resistência por parte dos empresários locais em razão dos conflitos de terras entre índios e não – índios que cominou a demarcação da terra indígena Raposa/Serra do Sol.

Para os empresários e a sociedade local, “lugar de índio não é na cidade” unicamente pelo fato de eles terem suas terras demarcadas e homologadas tornando difícil o relacionamento entre índios e não índios no meio urbano. Para Oliveira Filho, (1995), as populações tanto rurais como urbanas que convivem com índios são dominadas por uma política ideológica em que envolve interesses econômicos. Sendo assim, Oliveira Filho (1995).

Isto parece bastante logico: as populações rurais que convivem com os índios frequentemente estão dominadas política e ideologicamente por uma elite municipal, a qual tem fortes interesses econômicos que colidem com os índios, pretendendo apossar-se de suas terras e recursos ambientais (madeira,

IMAGEM 07:Homem indígena equatoriano fazendo apresentações musicais e vendendo cds na calçada do Centro Comercial Caxambú.

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Minério, peixes, caca, etc.), alimentando assim uma postura racista. Estereótipos como o de "preguiçosos", "ladrões" e "traiçoeiros", correspondem a acusações não comprovadas, mas que, de tanto repetidas, parecem juízos naturais. E, pior ainda, são usados como evidencias que permitem justificar as medidas contra os índios e ate mesmo ações genocidas. Já a população urbana pensa o índio a partir de um conjunto de ideias acima referido sobre a origem multirracial da nação brasileira. E nesse caudal de imagens e crenças, completamente absorvidas pelo senso comum, que navegam os comentários do jovem acima citado. Em especial no que concerne aos índios, contam-se nos dedos os pensadores que preconizam soluções explicitamente racistas para o país. Mas não é preciso elaborar uma doutrina discriminatória ou segregacionista para colocar em pratica juízos ou atitudes que na realidade implicam em deixar ao índio (e mais ainda ao negro) apenas a alternativa de ocupar um lugar altamente secundário na construção da nação brasileira. (OLIVEIRA FILHO,1995, p.61)

Portanto para os indígenas que vêm para a cidade à procura de estudos, trabalho, serviço de saúde entre outros, encontram-se inúmeras dificuldades no universo urbano.

Em relação ao Centro Comercial Caxambu, o local, atualmente não possui estrutura mínima para atender a todos que trabalham e o frequentam.

Cabe aos indígenas que trabalham informalmente no centro comercial se sujeitar as condições do local.

Acreditamos que o Centro Comercial Caxambu exerce um papel fundamental para esses indígenas que vivem da informalidade. Sugere-se que sejam feitas melhorias no espaço para atender não somente os indígenas como também os demais ambulantes que ali trabalham. Possivelmente isso só deve acontece com a inauguração do novo “camelódromo” na Avenida Silvio Botelho. Esse novo espaço abrigará os vendedores que não têm quiosques incluído os indígenas cadastrados pela prefeitura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este trabalho torna-se possível perceber que as discussões em torno da inserção do indígena no mercado informal de trabalho na cidade Boa Vista, não possui um apoio necessário para que estes indígenas possam trabalhar no Centro Comercial Caxambu. Os indígenas são vítimas de perseguições pois a maioria não possuem quiosques para vender suas mercadorias tendo que expor seus produtos nas calçadas o que não é permitido pelo poder público municipal que faz fiscalização constante. Faz se necessário por parte do poder público a implantação de políticas voltadas para os indígenas que vivem na cidade de maneira a inseri-los nesse espaço comercial.

É importante ressaltar que o indígena vem para o espaço urbano não com objetivo de trabalhar como autônomo no Centro Comercial e sim em busca de melhorias das condições de vida, visto que nas comunidades existem uma escassez de investimento por parte do poder público em serviços sociais, principalmente no atendimento na área de saúde e educação. Nessas condições o indígena vem para cidade embora haja outras alternativas de sobrevivência na comunidade.

O debate das questões aqui expostas, orbitou em torna da História, da Antropologia Política, da Geografia e das Ciências Sociais, numa abordagem interdisciplinar em virtude de o objeto de estudo exigir uma compreensão conjunta desses saberes tão importantes para academia e para a sociedade como um todo.

Esperamos que essa pesquisa sirva de canal para outras no mesmo sentido se constituindo numa contribuição para estudos sobre indígenas e sua inserção no meio urbano.

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REFERÊNCIAS

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