• Nenhum resultado encontrado

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Direito Penal Prof. Joerberth Nunes"

Copied!
23
0
0

Texto

(1)

Inspetor de Polícia

Direito Penal

Prof. Joerberth Nunes

(2)
(3)

www.acasadoconcurseiro.com.br

Direito Penal

Professor Joerberth Nunes

(4)
(5)

www.acasadoconcurseiro.com.br

Edital

DIREITO PENAL: Princípios Constitucionais do Direito Penal; Norma Penal: Interpretação e In- tegração; Lei Penal no tempo; Lei Penal no espaço; Lei Penal em relação às pessoas; Conflito aparente de normas; A conduta punível: ação e omissão, sujeitos ativo e passivo, relação de causalidade, imputação objetiva; Tipo e Tipicidade; Ilicitude; Culpabilidade; Teoria do Erro de tipo e de proibição; Concurso de pessoas; Concurso de crimes; Crime consumado e crime ten- tado: tentativa, desistência voluntária, arrependimento eficaz e posterior, crime impossível";

Ação Penal; Extinção da punibilidade.

BANCA: FDRH

CARGO: Inspetor de Polícia

(6)
(7)

www.acasadoconcurseiro.com.br 7

Direito Penal

CÓDIGO PENAL

PARTE GERAL TÍTULO I

Da Aplicação da Lei Penal

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o de- fina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Lei penal no tempo

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessan- do em virtude dela a execução e os efeitos pe- nais da sentença condenatória.

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica- -se aos fatos anteriores, ainda que decidi- dos por sentença condenatória transitada em julgado.

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no mo- mento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Territorialidade

Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito inter- nacional, ao crime cometido no território nacio- nal.

§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de na- tureza pública ou a serviço do governo bra- sileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações bra- sileiras, mercantes ou de propriedade priva- da, que se achem, respectivamente, no es- paço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Lugar do crime

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deve- ria produzir-se o resultado.

Extraterritorialidade

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora co- metidos no estrangeiro:

I – os crimes:

(8)

www.acasadoconcurseiro.com.br 8

a) contra a vida ou a liberdade do Presiden- te da República;

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi- ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

d) de genocídio, quando o agente for brasi- leiro ou domiciliado no Brasil;

II – os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;

b) praticados por brasileiro;

c) praticados em aeronaves ou embarca- ções brasileiras, mercantes ou de proprie- dade privada, quando em território estran- geiro e aí não sejam julgados.

§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguin- tes condições:

a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no es- trangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no es- trangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra bra-

sileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi- ções previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Eficácia de sentença estrangeira

Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplica- ção da lei brasileira produz na espécie as mes- mas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:

I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II – sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único. A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja au- toridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Minis- tro da Justiça.

Contagem de prazo

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Frações não computáveis da pena

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cru- zeiro.

(9)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 9

Legislação especial

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam- -se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.

TÍTULO II Do Crime

Relação de causalidade

Art. 13. O resultado, de que depende a existên- cia do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omis- são sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º A superveniência de causa relativa- mente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, pro- teção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabili- dade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Art. 14. Diz-se o crime:

Crime consumado

I – consumado, quando nele se reúnem to- dos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa

Parágrafo único. Salvo disposição em con- trário, pune-se a tentativa com a pena cor- respondente ao crime consumado, diminu- ída de um a dois terços.

Desistência voluntária e arrependimen- to eficaz

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desis- te de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Arrependimento posterior

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou res- tituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta im- propriedade do objeto, é impossível consumar- -se o crime.

Art. 18. Diz-se o crime:

Crime doloso

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

(10)

www.acasadoconcurseiro.com.br 10

Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o prati- ca dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmen- te a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

§ 1º É isento de pena quem, por erro ple- namente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

§ 2º Responde pelo crime o terceiro que de- termina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o cri- me.

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusá- vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitá- vel, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí- -la de um sexto a um terço.

Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atin- gir essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierár- quica

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irre- sistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Exclusão de ilicitude

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Excesso punível

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo ex- cesso doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razo- ável exigir-se.

§ 1º Não pode alegar estado de necessida- de quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifí- cio do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.

(11)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 11

Legítima defesa

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessá- rios, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

TÍTULO III

Da Imputabilidade Penal

Inimputáveis

Art. 26. É isento de pena o agente que, por do- ença mental ou desenvolvimento mental in- completo ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de enten- der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Redução de pena

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em vir- tude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendi- mento.

Menores de dezoito anos

Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:

I – a emoção ou a paixão;

Embriaguez

II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análo- gos.

§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendi- mento.

§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, prove- niente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilí- cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

TÍTULO IV

Do Concurso de Pessoas

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º Se a participação for de menor impor- tância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º Se algum dos concorrentes quis partici- par de crime menos grave, ser-lhe-á aplica- da a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsí- vel o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrá- rio, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

(12)

www.acasadoconcurseiro.com.br 12

TÍTULO V Das penas

CAPÍTULO III DA APLICAÇÃO DA PENA

Concurso material

Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais cri- mes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativa- mente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.

§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos cri- mes, para os demais será incabível a subs- tituição de que trata o art. 44 deste Código.

§ 2º Quando forem aplicadas penas restri- tivas de direitos, o condenado cumprirá si- multaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

Concurso formal

Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma de- las, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entre- tanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único. Não poderá a pena exce- der a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

Crime continuado

Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais cri- mes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras se- melhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qual- quer caso, de um sexto a dois terços.

Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antece- dentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as cir- cunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se di- versas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

Multas no concurso de crimes

Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.

Erro na execução

Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse pra- ticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Resultado diverso do pretendido

Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior, quan- do, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previs- to como crime culposo; se ocorre também o re-

(13)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 13

sultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.

§ 1º Quando o agente for condenado a pe- nas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser

unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.

§ 2º Sobrevindo condenação por fato poste- rior ao início do cumprimento da pena, far- -se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

Concurso de infrações

Art. 76. No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis- tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direi- tos e obrigações, nos termos desta Consti- tuição;

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, pro- porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercí- cio dos cultos religiosos e garantida, na for- ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada, nos termos da lei, a pres- tação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelec- tual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X – são invioláveis a intimidade, a vida pri- vada, a honra e a imagem das pessoas, as-

(14)

www.acasadoconcurseiro.com.br 14

segurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua viola- ção;

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con- sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina- ção judicial;

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces- sual penal;

XIII – é livre o exercício de qualquer traba- lho, ofício ou profissão, atendidas as quali- ficações profissionais que a lei estabelecer;

XIV – é assegurado a todos o acesso à in- formação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV – é livre a locomoção no território na- cional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per- manecer ou dele sair com seus bens;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anterior- mente convocada para o mesmo local, sen- do apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter para- militar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de au- torização, sendo vedada a interferência es- tatal em seu funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser com- pulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati- vidades suspensas por decisão judicial,

exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a asso- ciar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando ex- pressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou ex- trajudicialmente;

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em di- nheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de pro- priedade particular, assegurada ao proprie- tário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII – aos autores pertence o direito ex- clusivo de utilização, publicação ou repro- dução de suas obras, transmissível aos her- deiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da ima- gem e voz humanas, inclusive nas ativida- des desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveita- mento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

(15)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 15

XXIX – a lei assegurará aos autores de in- ventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das mar- cas, aos nomes de empresas e a outros sig- nos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX – é garantido o direito de herança;

XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasi- leira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu inte- resse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à se- gurança da sociedade e do Estado;

XXXIV – são a todos assegurados, indepen- dentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclare- cimento de situações de interesse pessoal;

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI – a lei não prejudicará o direito ad- quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa jul- gada;

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de ex- ceção;

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegu- rados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos cri- mes dolosos contra a vida;

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades funda- mentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon- dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regu- lamento)

XLIV – constitui crime inafiançável e impres- critível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de repa- rar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

(16)

www.acasadoconcurseiro.com.br 16

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra decla- rada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em estabele- cimentos distintos, de acordo com a nature- za do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas con- dições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamen- tação;

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime co- mum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII – não será concedida extradição de es- trangeiro por crime político ou de opinião;

LIII – ninguém será processado nem senten- ciado senão pela autoridade competente;

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defe- sa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI – são inadmissíveis, no processo, as pro- vas obtidas por meios ilícitos;

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamen- to).

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da in- timidade ou o interesse social o exigirem;

LXI – ninguém será preso senão em flagran- te delito ou por ordem escrita e fundamen- tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados ime- diatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direi- tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- lia e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente re- laxada pela autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemen- to voluntário e inescusável de obrigação ali- mentícia e a do depositário infiel;

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sem- pre que alguém sofrer ou se achar amea- çado de sofrer violência ou coação em sua

(17)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 17

liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX – conceder-se-á mandado de seguran- ça para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamenta- dora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogati- vas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de infor- mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judi- cial ou administrativo;

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anu- lar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à mo- ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando

o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídi- ca integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecida- mente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e admi- nistrativo, são assegurados a razoável dura- ção do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação ime- diata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorren- tes do regime e dos princípios por ela ado- tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacio- nais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na- cional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equi- valentes às emendas constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tri- bunal Penal Internacional a cuja criação te- nha manifestado adesão.

(18)

www.acasadoconcurseiro.com.br 18

MATERIAL DE APOIO

DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS

• incisos mais importantes: II, XI, XII, XXXVIII, XXXIX, XL, XLII, XLIII, XLIV, XLV, XLVI, XLVII, LIII, LV, LVII, LXI, LXII,, LXIII, LXVIII.

DA TEORIA A NORMA PENAL

• diferença entre norma e lei.

• classificação das leis penais:

Incriminadoras e não incriminadoras:

Espécies de leis penais não incriminadoras: leis penais permissivas (art. 23, 128, CP); leis penais exculpantes (art. 26, 27, CP); leis penais explicativas, interpretativas ou complementares (art.

10, 327,CP); leis penais diretivas (art. 1º, CP); leis penais finais complementares ou de aplicação (art.2º, 5º, CP)

Leis penais de ampliação, extensão ou integrativas (art. 14, II, 29,CP)

Leis penais completas (art. 121, CP);

Leis penais incompletas (leis penais em branco: art. 237, CP; tipos penais abertos: art.233, CP)

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

1. art. 1º, CP: princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal

2. rt. 2º, CP: “abolitio criminis” e art. 107, III, CP

3. art. 3º, CP: lei excepcional e temporária: princípio da ultra-atividade 4. art. 4º, CP: teoria da ação ou da atividade

5. art. 6º, CP: teoria mista ou da ubiqüidade 6. art. 5º, CP: princípio da territorialidade

(19)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 19

7. art. 7º, I, e par. 1º, CP: princípio da extraterritorialidade incondicionada 8. art. 7º, II, e par. 2º, CP: princípio da extraterritorialidade condicionada 9. art. 7º, par. 3º, CP: princípio da extraterritrialidade condicionada 10. art. 10, CP: contagem de prazo

11. art. 8º, 9º, 11 e 12, CP: leitura

12. art. 7º: princípio da extraterritorialidade; art. 7º, I,CP: “a”,”b”,”c”: princípio real, da defesa ou da proteção; art. 7º, I, “d”, CP: princípio da justiça universal; art. 7º, II, ‘a”, CP: princípio da justiça universal, art. 7º, II, “b”, CP: princípio da nacionalidade ativa; art. 7º, II, “c”, CP:

princípio da representação; art. 7º, parágrafo 3º, CP: princípio real, da defesa ou da prote- ção ou personalidade passiva

13. do conflito aparente de normas: especialidade, consunção, subsidiariedade, sucessividade, alternatividade)

14. outros princípios: da dignidade da pessoa humana, da culpabilidade, da inervenção míni- ma, da fragmentariedade, da proporcionalidade, da individualização da pena, da alteridade ou da transcendentalidade, da confiança, ne bis in idem, da ofensividade, da lesividade.

TEORIA GERAL DO CRIME

1. Infração Penal: crimes (CP e leis especiais) e contravenções (DL 3688/41) 2. sujeitos ativo e passivo, objeto jurídico e objeto material do crime;

classificação dos crimes: comum ou próprios, instantâneos ou permanentes ou de efeitos per- manentes, unissubisistentes ou plurissubisistentes, unissubjetivos ou plurissubjetivos, mate- riais, formais ou de mera conduta, comissivos ou omissivos (próprios ou impróprios/comissivos por omissão), habituais.

3. Fato Típico:

3.1. conduta humana voluntária (dolosa ou culposa) Espécies de dolo: dolo direto ou eventual (dentre outras)

Espécies de culpa: consciente (com previsão): previsibilidade objetiva e subjetiva ou incons- ciente (sem previsão): previsibilidade objetiva

3.2. resultado: teoria naturalística; concepção normativa; classificação: materiais (art. 121, CP), formais (de consumação antecipada ou de consumação por antecipação: art. 316, CP), mera conduta (art. 150, CP)

• crimes materiais: o tipo penal prevê um resultado e somente se consuma com sua ocorrên- cia; Ex.: art. 121, CP

• crimes formais: o tipo penal prevê um resultado, mas se consuma independente de ocor- rência do resultado; Ex.: art. 316, CP

• crimes de mera conduta: o tipo penal não prevê nenhum resultado; Ex.: art. 151, CP

(20)

www.acasadoconcurseiro.com.br 20

3.3. nexo de causalidade: art. 13, CP: Teoria dos equivalentes causais; art. 13, par. 1º, CP: Teoria da Condicionalidade Adequada: superveniência causal; art. 13, par. 2º, CP; garantidores:

nexo normativo

3.4. tipicidade: art. 18, CP: tipo normal e anormal, aberto e fechado, básico ou derivado; crimes qualificados pelo resultado, entre os quais, o preterdoloso (dolo + culpa: ex.: art. 129,par.

2º, V, CP e art. 129, par. 3º, CP) Tipicidade conglobante: conceito

4. conduta omissiva (non facere): crimes omissivos próprios ou puros; impróprios (comissivos por omissão); omissivos por comissão

5. Princípio da insignificância: afasta a tipicidade; Princípio da adequação social: afasta a tipi- cidade

6. crimes dolosos: Teoria da vontade e do Assentimento: art. 18, I, CP

7. crimes culposos: conduta voluntária; resultado involuntário; nexo causal; tipicidade; pre- visibilidade objetiva (não a previsibilidade subjetiva – culpabilidade); ausência de previsão (exceto na culpa consciente); quebra do dever objetivo de cuidado (negligência, imprudên- cia, imperícia)

8. culpa inconsciente (sem previsão) e culpa consciente (com previsão); culpa imprópria ( por extensão ou equiparação – erro de tipo inescusável: art. 20, parágrafo 1º, CP)

9. compensação de culpas: não há em nosso direito penal 10. concorrência de culpas: pode haver

11. Tentativa: art. 14, II, CP: o crime não se consuma por motivos alheios à vontade do agente.

• imperfeita: o agente não pratica toda a execução do crime, não consumando por motivos alheios a sua vontade.

• perfeita ou crime falho: o agente pratica toda a execução, mas não consuma o crime por motivos alheios a sua vontade.

• branca ou incruenta: a vítima não é atingida

• cruenta: a vítima é atingida.

Não admitem tentativa: infrações culposas; preterdolosas; contravenções penais; crimes omis- sivos próprios; habituais; crimes em que a lei pune somente o resultado (art. 122, CP); crimes em que a lei equipara a tentativa a delito consumado (art. 352, CP). Em tese, cabe tentativa nos crimes unissubsistentes e crimes formais

12. desistência voluntária e arrependimento eficaz: espécies de tentativa abandonada ou qua- lificada: art. 15, CP: o agente desiste voluntariamente do crime ou impede a produção do resultado.

13. arrependimento posterior: art. 16, CP .É causa de diminuição de pena. (ver regra especial do art. 312, parágrafo 3ª, CP, a qual não é arrependimento posterior, mas espécie de repa- ração de dano)

(21)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 21

14. crime impossível: art. 17, CP: não se pune sequer a tentativa; Teoria objetiva temperada;

Súmula 145 do STF e Súmula 73 do STJ.

15. erro de tipo: art. 20, CP: “caput”: erro de tipo incriminador; parágrafo 1º: erro de tipo per- missivo

• erro de proibição: art. 21, CP

16. antijuridicidade (ilicitude): art. 23, CP: causas de exclusão e supralegais; consentimento do ofendido: -elementar objetivo do tipo penal: art. 126, CP; -excludente do tipo: art. 164, CP;

-excludente de ilicitude: art. 163, CP

17. culpabilidade: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa.

• Causas de exclusão: art. 27, 26, 28, par. 1º, 22, 21, primeira parte, CP.

20. art. 20, parágrafo 3º, CP: erro sobre a pessoa (diferenciar do erro na execução, previsto no art. 73, CP)

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

É a falsa percepção da realidade, seja quanto a elementos do tipo – erro de tipo-, seja quanto à ilicitude da ação – erro de proibição.

ERRO DE TIPO INCRIMINADOR: art. 20, “caput”, CP: o agente ERRA sobre elementos objetivos do tipo penal. Neste caso, resta excluído o DOLO (tipicidade do crime doloso), contudo, pode ser responsabilizado pelo crime na forma CULPOSA, uma vez previsto na lei (tipicidade). Assim, caso haja a previsão deste crime na forma culposa, deve-se verificar se o ERRO é ESCUSÁVEL (INEVITÁVEL) ou INESCUSÁVEL (EVITÁVEL). Se o ERRO for INEVITÁVEL, o agente não responderá pela forma culposa, ou seja, não haverá o crime. Já se o ERRO for EVITÁVEL, uma vez previsto na forma culposa, responderá o agente pelo crime CULPOSO.

Ex.: Uma pessoa age desreipeitosamente em relação a outro sem saber que se tratava de um funcionário público no exercício da suas funções. O agente ERROU sobre o elemento do tipo penal do art. 331, CP, qual seja, “funcionário público”. Aplica-se o art. 20, “caput”, CP, nos ter- mos do acima exposto.

ERRO DE TIPO PERMISSIVO: art. 20, par. 1º, CP. É sinônimo de DESCRMINANTE PUTATIVA ou DESCIMINANTE PUTATIVA POR ERRO DE TIPO. Parte da doutrina, o considera um ERRO DE PROIBIÇÃO. Possui um tratamento legal parecido com o ERRO DE TIPO INCRIMINADOR, mas possui conseqüência semelhante ao ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21, CP).

Neste caso, o agente ERRA sobre a existência dos pressupostos fáticos de uma causa de ex- clusão de ilicitude (antijuridicidade). Assim, resta a afastada a CULPABILIDADE DOLOSA, (não responderá pelo crime na forma dolosa), se o ERRO é EVITÁVEL. Mas responderá na forma cul- posa, se prevista esta modalidade na lei (tipicidade), a não ser que seja o ERRO seja inevitável, caso em que restará excluída, ainda, a CULPA (crime na forma culposa) e não responderá pelo crime.

(22)

www.acasadoconcurseiro.com.br 22

Ex.: O agente é abordado por um amigo seu, devidamente disfarçado, o qual simula tratar-se de um assalto. Assim, diante da situação, supondo estar em legítima defesa, saca de uma faca que possui na cintura e reage, vindo por matar o suposto assaltante. Aplica-se a regra do art.

20, par. 1º, CP. O agente achou que estavam presentes os pressupostos da legítima defesa. (le- gítima defesa putativa)

ERRO DE PROIBIÇÃO: art. 21, CP. O agente ERRA quanto ao conteúdo da norma, ou seja, quan- to à ilicitude do fato. O agente sabe exatamente o que está fazendo, não se enganando sobre a realidade fática. Neste caso, sendo o ERRO INEVITÁVEL, resta o agente isento de pena. (exclui culpabildade). Contudo, sendo o ERRO EVITÁVEL , somente haverá uma REDUÇÃO DA PENA.

A doutrina divide em ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO E INDIRETO. No ERRO DE PROBIÇÃO DIRETO, o agente ERRA sobre a norma proibitiva. O agente, por interpretar mal a norma, acha que está cometendo uma conduta permitida. Aplica-se o art. 21, CP. Mas, em contrapartida, se o agente ERRA sobre a EXISTÊNCIA de uma norma pemissiva de conduta ou sobre os limites desta, há o ERRO DE PROBIIÇÃO INDIRETO (diferente do ERRO DE TIPO PERMISSIVO). É chamado por parte da doutrina de ERRO DE PERMISSÃO. Recai o art. 21, CP nesta hipótese.

Ex.: supondo que estejamos em grande discussão no país sobre a legalização da eutanásia, sen- do por um meio de comunicação é divulgado erroneamente que tal foi aprovada. Um leitor, apressado, estando com um parente em situação de desengano, apressa sua morte. Aplica-se o art. 21, CP. Aí, é de verificar-se se o erro era inevitável ou evitável.

ERRO SOBRE A PESSOA: art. 20, par. 3º, CP. O agente quer cometer o crime contra uma pessoa e comete contra outra, achando tratar-se de quem queria de fato. Responderá como se tivesse acertado contra quem queria.

Ex.: O agente quer matar a esposa, porém mata a prima desta, achando que fosse sua esposa.

Responderá como se tivesse acertado a esposa, incidindo a circunstância agravante do art. 61, II, CP.

Concurso de pessoas:arts. 29 e 30, CPB

• concurso eventual ou concurso necessário

• teoria monista da ação e exceções principais: arts.124 e 126, CP; 318 e 334, CP; 316 e 317, CP.

• autor, co-autor, partícipe

• requisitos: pluralidade de pessoas e de condutas; relevância causal de cada conduta; víncu- lo subjetivo entre os agentes;unidade de fato

• teoria do domínio do fato: conceito de autor

• teoria da acessoriedade limitada: conceito de partícipe

• autoria incerta: ocorre no caso da autoria colateral não saber-se quem de fato foi o respon- sável pela morte da vítima. Assim, ambos os autores respondem por tentiva de homicídio.

• autoria colateral: ocorre no caso de os agentes, sem vínculo subjetivo entre si, contribuem para o mesmo resultado, desconhecendo cada um a conduta do outro. Ex.: “A” e “B” atiram

(23)

PC-RS (Inspetor de Polícia) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 23

em “C”, mediante emboscada, sem um saber do outro, sendo que “C” vem a falecer pelos projéteis da arma de “A”. Este responde por homicídio consumado; já “B” responde por tentativa de homicídio. Não há concurso e pessoas.

• incomunicabilidade das circunstâncias de caráter pessoal: art. 30, CP

CONCURSO DE CRIMES

Art. 69, CP: concurso material

Art. 70, CP: concurso formal: próprio ou impróprio Art. 71, CP: crime continuado

Art. 73, CP: erro na execução; aberractio ictus; não confundir com erro sobre a pessoa, art. 20, par. 3º, CP.

Art. 74, CP: resultado diverso do pretendido; aberractio criminis

Referências

Documentos relacionados

Em regiões frias de altitudes elevadas, a maturação dos frutos tende a ser mais precoce, por isso recomendam-se cultivares mais tardias para essas re- giões. Em regiões mais quentes,

LEIA CUIDADOSAMENTE O ENUNCIADO DE CADA QUESTÃO, FORMULE SUAS RESPOSTAS COM OBJETIVIDADE E CORREÇÃO DE LINGUAGEM E, EM SEGUIDA, TRANSCREVA COMPLETAMENTE CADA UMA NA

137 Mesmo as gerações seguintes, introduzidas na década de 1990, possuíam sérias limitações, como a insuficiente capacidade de conexão com a base instalada de computadores pessoais,

O objetivo principal do Museu da Vida Esco- lar é a pesquisa do passado educacional e escolar em todos os períodos da História local e, de ma- neira mais geral, da História Cretense,

Alternativamente à convocação para comparecer perante o órgão ou entidade para a assinatura da Ata de Registro de Preços, a Administração poderá encaminhá-la para

A forma mais comum de avaliação estrutural no Brasil é a medida das deflexões utilizando a viga Benkelman, a utlização de ensaios não-destrutivos, como no caso da

A portaria designando os membros da Comissão Geral de Seleção, juntamente com as declarações de inexistência de impedimento e suspeição de cada membro dessa Comissão em função

Algum morador de 18 anos ou mais de idade alguma vez sentiu fome mas não comeu porque não havia dinheiro para comprar comida.. Algum morador de 18 anos ou mais de idade perdeu peso