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Arq Bras Endocrinol Metab vol.49 número5

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Academic year: 2018

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611 Arq Bras Endocrinol Metab vol 49 nº 5 Outubro 2005

U

MA SIGNIFICATIVA PARCELA DE ATUAÇÃO DA ENDOCRINOLOGIA, tanto

na pesquisa básica assim como na pesquisa clínica e assistência aos pacientes, envolve o diagnóstico e manejo de doenças neoplásicas. As neoplasias endócrinas foram inicialmente descritas a partir da observação arguta das manifestações clínicas e da possível associação com os distúrbios de hiper ou hipossecreção endócrina. Atualmente, ocorreram avanços im-portantes na medida dos hormônios séricos, permitindo o diagnóstico de alterações muito pequenas da sua produção, assim como foi possível iden-tificar, em muitos casos, os mecanismos genéticos e moleculares responsá-veis pelo aparecimento das neoplasias endócrinas.

No Brasil, um grande de número de serviços e pesquisadores vem contribuindo para um melhor entendimento de diversos aspectos da “Oncologia Endócrina”, através da produção contínua de conhecimento, qualificando sobremaneira o atendimento dos pacientes portadores destes distúrbios.

Apesar destes envolvimentos históricos, assistenciais e de pesquisa, nosso sistema de saúde não valoriza ainda o papel do médico endocrino-logista no manejo do câncer com repercussão endócrina. O Ministério da Saúde brasileiro, já há algum tempo, de uma forma bastante avançada e qualificada, organizou a assistência aos pacientes com câncer, estabelecen-do rotinas para a realização de procedimentos e terapêuticas. Assim, foram criadas rotinas e autorizações (por exemplo, Autorização para Procedi-mentos de Alto Custo – APAC) que só podem ser realizadas a partir de um cadastro nacional que é de exclusividade de determinadas especialidades médicas como a Oncologia, a Radioterapia e a Medicina Nuclear. Neste ambiente, um médico endocrinologista treinado e muitas vezes com larga experiência no diagnóstico e manejo do câncer endócrino, com publi-cações internacionais a respeito, não pode solicitar, executar e prescrever medicamentos e/ou procedimentos no Sistema Único de Saúde brasileiro. Situação semelhante ocorre nos convênios e em algumas instituições, que também limitam a atuação do especialista em endocrinologia.

No momento em que nossa Sociedade vem desenvolvendo o projeto de Diretrizes Terapêuticas nacionais, sendo uma das áreas do conhecimento médico com maior atuação embasada em evidências, somos da opinião de que devemos também resgatar formal e oficialmente nossas atividades, direitos e deveres junto aos diversos sistemas assistenciais. Esta edição dos Arquivos pretende contribuir para esta discussão, demons-trando a qualificação relacionada ao tema encontrada entre os endocrino-logistas brasileiros.

Há mais de um ano, diante da riqueza de informações que surgem em cada congresso e da extensa experiência de diversos Serviços brasileiros na área de oncologia, levamos ao nosso Editor-Chefe, Dr. Claudio Kater, a possibilidade de contribuirmos com a edição de um volume especial. Essa “Edição Especial” reuniria diversos temas relacionados ao câncer envol-vendo as glândulas endócrinas e as principais repercussões hormonais

asso-editorial

Oncologia Endócrina: da Pesquisa à Clínica

Um Novo/Antigo Cenário de Atuação do

Endocrinologista

Mauro A. Czepielewski

Jorge L. Gross

Professor Adjunto, Departamento de Medicina Interna e Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia; Diretor, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Chefe da Unidade de Neuroendocrinolo-gia, Serviço de EndocrinoloNeuroendocrinolo-gia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, UFRGS.

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Oncologia Endócrina

Czepielewski & Gross

612 Arq Bras Endocrinol Metab vol 49 nº 5 Outubro 2005

ciadas às neoplasias. A idéia ganhou apoio imediato dos Editores dos Arquivos e foi por nós assumida como um grande desafio. Diferentemente das Edições Especiais anteriores, que congregavam uma área de conhecimento consolidada na endocrinologia, necessi-távamos organizá-la. Assim, após alguma reflexão, optamos por abordá-la a partir das neoplasias mais prevalentes e dos principais distúrbios endócrinos de-correntes do câncer e/ou de seu tratamento, incluindo neoplasias benignas mais freqüentes. Procuramos buscar colaboradores com produção científica e expe-riência nos temas, obtendo-se ao final um resultado que consideramos muito expressivo, uma vez que o volume está sendo editado com 26 artigos, envolven-do um grupo significativo de autores nacionais e inter-nacionais. Além destes, certamente muitos outros colegas poderiam também ter sido convidados. Outros temas poderiam ser incluídos. Enfim, temos a noção de que estamos trabalhando com uma visão nova de nossa especialidade e, por certo, podemos ter omitido temas e pessoas importantes.

Esta Edição Especial contempla artigos abor-dando diversos aspectos dos tumores das glândulas endócrinas, desde os mecanismos patogênicos e moleculares até as manifestações clínicas e abordagens terapêuticas. De uma maneira geral, todas as glândulas foram abordadas, assim como se discutiu o papel dos hormônios no desenvolvimento das neoplasias,

algu-mas manifestações endócrinas das neoplasias, como também as repercussões da radioterapia no sistema endócrino. Com este amplo conjunto de artigos e abordagens esperamos oferecer aos leitores dos ABE&M uma atualização que contribua para o dia-a-dia do endocrinologista clínico e desperte ainda mais a curiosidade científica de nossos pesquisadores.

Finalizando, gostaríamos de agradecer a impor-tante colaboração dos autores que aceitaram nosso desafio e produziram os artigos que aqui apresenta-mos, e ao nosso dedicado e competente Editor-Chefe, Dr. Claudio Kater, que apoiou nossa iniciativa e muito contribuiu para torná-la realidade. Estamos certos de que esta Edição Especial será de muita utilidade para a comunidade dos endocrinologistas brasileiros, consoli-dando seu papel no entendimento e na assistência dos pacientes com tumores endocrinológicos.

Endereço para correspondência:

Mauro Antonio Czepielewski

Serviço de Endocrinologia / Departamento de Medicina Interna

Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA

Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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