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Elaboração de manuais de orientação para o cuidado em saúde.

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Com unicações breves/ Relat o de casos

ELABORAÇÃO DE MANUAI S DE ORI ENTAÇÃO PARA O CUI DADO EM SAÚDE

I sabel Cr ist ina Echer1

Echer I C. Elaboração de m anuais de orient ação para o cuidado em saúde. Rev Lat ino- am Enferm agem 2005

set em bro- out ubro; 13( 5) : 754- 7.

Est e art igo relat a a experiência da aut ora na const rução de m anuais de orient ação para o cuidado em

saúde, no qual a descr ição da m et odologia ut ilizada é o foco pr incipal. Tais m anuais de or ient ação t êm com o

obj et ivo subsidiar a or ient ação ver bal dos pr ofissionais da saúde aos pacient es e fam iliar es, r efor çando assim ,

a educação em saúde.

DESCRI TORES: educação em saúde; em pat ia; m anuais; enfer m agem

THE DEVELOPMENT OF HANDBOOKS OF HEALTH CARE GUI DELI NES

Th is ar t icle is an ex per im en t r epor t on t h e au t h or ’s dev elopm en t of h ealt h car e gu idelin e m an u als,

focusing on a m et hodological descr ipt ion. These guiding m anuals aim t o suppor t healt h car e pr ofessionals t o

pr ov ide or al t eaching t o pat ient s and fam ily m em ber s, t hus enhancing healt h educat ion.

DESCRI PTORS: healt h educat ion; em pat hy ; m anuals; nur sing

ELABORACI ÓN DE MANUALES DE ORI ENTACI ÓN PARA EL CUI DADO EN SALUD

Es un relat o de experiencia que aborda la t rayect oria de la aut ora en la const rucción de m anuales de

or ient ación par a el cuidado en salud y t iene la descr ipción de la m et odología ut ilizada com o punt o pr incipal.

Dichos m anuales de or ient ación t ienen com o obj et iv o sost ener la or ient ación v er bal de los pr ofesionales de la

salud a los pacient es y sus fam iliar es, r efor zando así la educación en salud.

DESCRI PTORES: educación en salud; em pat ía; m anuales; enfer m er ía

1 Professor da Escola de Enferm agem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Dout oranda do Program a de Pós- Graduação em Medicina: Ciências

Médicas/ UFRGS, e- m ail: isabel.echer@t erra.com .br

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I NTRODUÇÃO

C

om o docent e e profissional de saúde com

f r eq ü ên ci a t en h o si d o so l i ci t ad a p ar a o r i en t ar a elabor ação de m an u ais par a o cu idado em saú de, fat o que m ot ivou a relat ar est a experiência. Assim , nest e art igo reúno inform ações sobre a m et odologia q u e v e n h o u t i l i za n d o a o l o n g o d e 1 4 a n o s d e experiência adquirida na const rução de 14 m anuais de orient ação para o cuidado. Nesse cont ext o, pude verificar a necessidade de const rução de proj et os de desenvolvim ento, de buscar o conhecim ento científico do tem a a ser trabalhado, de escolher um a linguagem a ce ssív e l e i n f o r m a çõ e s r e l e v a n t e s, d e t e r a part icipação dos profissionais envolvidos, assim com o dos pacientes e fam iliares e, por fim , da necessidade co n st a n t e d e a t u a l i za çã o d o s m esm o s, a l ém d a conv icção de que o r igor cient ífico é indispensáv el para garant ir a sua qualidade.

Dessa form a, o obj etivo deste artigo é reunir infor m ações im por t ant es par a facilit ar a elabor ação de m anuais de orient ação ao cuidado em saúde.

A CON STRUÇÃO D E M AN UAI S PARA O

CUI DADO EM SAÚDE

Em b o r a e x i st a m v á r i o s m a n u a i s se n d o ut ilizados com o subsídio à educação dos pacient es e fam iliares, pouco se encont ra escrit o com o elaborá-los. Na m aioria das vezes o que exist e na lit erat ura sã o a r t i g o s q u e r e l a t a m a m á q u a l i d a d e d a s infor m ações cont idas em m anuais( 1,2), bem com o a

falt a de rigor cient ífico na educação de pacient es( 1- 3),

sendo essas algum as das r azões que fizer am com que eu relat asse a m inha experiência, dest acando os cuidados com o rigor científico, além de acreditar que a const r ução de m anuais de or ient ação ao cuidado t raz cont r ibuições im por t ant es para o pesquisador, para os acadêm icos, para a equipe de profissionais e para os pacient es e seus fam iliares.

O pr im eir o passo par a a const r ução de um m anual é a elaboração do proj eto de desenvolvim ento e subm etê- lo a um Com itê de Ética e Pesquisa, o que cert am ent e cont ribui para a realização de t rabalhos de m elhor qualidade e nos possibilit a t am bém cont ar com r ecur sos financeir os.

Po st e r i o r m e n t e , é n e ce ssá r i o b u sca r n a

lit er at u r a esp ecializad a o con h ecim en t o cien t íf ico ex ist en t e sobr e o assu n t o - def in in do con ceit os e cu i d a d o s i m p o r t a n t e s q u e , se se g u i d o s, p o d e m cont ribuir para o m anej o e recuperação de pacient es su b m e t i d o s a d i f e r e n t e s t r a t a m e n t o s – o q u e proporciona segurança ao usuário e reconhecim ent o do valor da equipe de profissionais. Descrever com cl a r eza a f u n d a m en t a çã o d o s cu i d a d o s a ser em realizados é essencial, e ent endo ser esse m om ent o um ex er cício no sent ido de se fazer um a r eflex ão sobre ações que possam auxiliar no desem penho do aut ocuidado( 4).

A se g u i r é i m p o r t a n t e t r a n sf o r m a r a linguagem das inform ações encontradas na literatura, t o r n a n d o - a s a ce ssív e i s a t o d a s a s ca m a d a s d a sociedade, independent em ent e do grau de inst rução das pessoas. Essa é, tam bém , um a etapa de extrem a im portância para a equipe, porque, m uitas vezes, não n ot am os q u e est am os u t ilizan d o u m a lin g u ag em técnica, que só os profissionais da área com preendem , e o s m a n u a i s sã o co n st r u íd o s p a r a f o r t a l ecer a orientação aos fam iliares e pacientes, sendo, portanto, indispensáv el escr ev er num a linguagem que t odos ent endam .

Ne sse m o m e n t o é , a i n d a , n e ce ssá r i o se l e ci o n a r q u a i s i n f o r m a çõ e s r e a l m e n t e sã o im p or t an t es p ar a con st ar n o m an u al, p or q u e ele pr ecisa ser at r at iv o, obj et iv o, não pode ser m uit o ext enso, m as deve dar um a orient ação significat iva sobre o t em a a que se propõe; precisa ser de fácil com pr eensão e at ender às necessidades específicas de um a det erm inada sit uação de saúde para que as pessoas se sint am est im uladas a lê- lo. Dessa form a, é im por t ant e pr ocur ar ilust r ar as or ient ações par a descont rair, anim ar, t orná- lo m enos pesado e facilit ar o ent endim ent o, j á que, par a algum as pessoas, as ilust rações explicam m ais que m uit as palavras.

A et apa de qu alif icação do m an u al v isa a a v a l i a çã o d o m a t er i a l co n st r u íd o . Na l i t er a t u r a , encont ram os a recom endação de que esse processo deve ser realizado em três etapas de avaliação: a de profissionais de saúde especialist as em educação de pacientes e em áreas afins, a de pacientes individuais e a de gr u pos de pacien t es por t ador es do ev en t o abordado( 2- 3,5). Na m inha experiência, os m anuais têm

si d o q u a l i f i ca d o s p o r d i f e r e n t e s p r o f i ssi o n a i s, pacient es e fam iliares.

A e t a p a d e q u a l i f i ca çã o é t a m b é m u m

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aprendizado e exige que est ej am os abert os a crít icas para const ruir algo que realm ent e venha at ender as expectativas e as necessidades das pessoas, as quais, cer t am en t e, possu em con h ecim en t os e in t er esses d if er en t es d os n ossos. Faz p ar t e d essa et ap a d o pr oj et o de desenv olv im ent o a assinat ur a do t er m o de consent im ent o inform ado pelos part icipant es e a ent rega do m at erial elaborado para os part icipant es, cu j o n ú m er o é defin ido n o pr oj et o, par a qu e eles possam m anuseá- lo com tem po. Junto com o m aterial é ent r egue um quest ionár io que t em por finalidade avaliar o seu cont eúdo, a clareza das inst ruções e a su a im p or t ân cia com o u m t od o. No m om en t o d a ent r ega do m at er ial j á é agendada um a ent r ev ist a para que os participantes possam opinar sobre a sua percepção e realizar a avaliação crítica do docum ento. A av aliação por pr ofissionais de difer ent es ár eas ( saúde, educação, r elações públicas e let r as) é a ocasião em que realm ent e se pode dizer que o t rabalho est á sendo feit o em equipe, valorizando as opiniões e enfoques diversos sobre o m esm o t em a. O que per cebo é que, m uit as v ezes, num a m esm a e q u i p e , d i f e r e n t e s p r o f i ssi o n a i s e n v o l v i d o s n o t r at am en t o d e u m p acien t e ap r esen t am con d u t as diversas em relação a cuidados com a sua saúde. A const rução do m anual é t am bém , um a oport unidade para uniform izar e oficializar as condut as no cuidado ao pacient e, com a part icipação de t odos.

Qu a l i f i ca r o co n t e ú d o d o m a n u a l co m pacient es e fam iliares que j á vivenciaram de algum a form a o tem a nele abordado é um a atitude necessária e um ganho im port ant e para o pesquisador e equipe envolvida. É um m om ent o em que nos dam os cont a d o q u e r eal m en t e est á f al t an d o, d o q u e n ão f oi com preendido e da dist ância que exist e ent re o que escrevem os e o que é entendido e com o é entendido; d as f an t asias, d os t ab u s, d as d if icu ld ad es d e ser pacient e ou fam iliar e est ar doent e. O foco principal da educação em saúde dev e ser o pacient e e sua fam ília( 6).

Ainda com relação à qualificação do m anual é im port ant e considerar que, se um pacient e não o en t en d eu , ou t r os t an t os p od er ão t am b ém n ão o ent ender e isso significa que o t ex t o necessit a ser m odificado. Para t ant o, sugiro que a validação sej a r ealizad a em et ap as, ist o é, p r im eir o en t r eg ar o

m anual par a duas pessoas com o, por exem plo, um m édico e um enfer m eir o, os quais cer t am ent e v ão sugerir alt erações no t ext o; em seguida, fazer essas alterações e passá- lo, então, a m ais dois participantes p a r a f a ze r e m a s su a s o b se r v a çõ e s; co r r i g i r n o v a m e n t e o t e x t o e se g u i r e n t r e g a n d o - o j á m odificado para os dem ais part icipant es do est udo.

Seguindo as etapas j á m encionadas, terem os um m at er ial const r uído com a par t icipação de um gr upo que poder á ser vir de apoio na or ient ação de p a ci e n t e s e f a m i l i a r e s. Nã o p o d e m o s e sq u e ce r, entretanto, que o m anual som ente deve ser fornecido ao pacient e e fam iliar se eles assim o desej ar em , p o r q u e e x i st e m a q u e l e s, q u e n ã o q u e r e m se r orient ados, não querem saber o que vai acont ecer, e isso precisa ser respeit ado.

É im por t ant e lem br ar que o conhecim ent o cient ífico se r enov a const ant em ent e e assim , há a necessidade de at ualização perm anent e do m at erial inst rucional para que ele alcance seus obj et ivos.

Por últim o, saliento que este artigo não é um livro de receitas, m as um cam inho que, acredito, pode aj udar outros profissionais na construção de m anuais, visando reforçar as orient ações para um cuidado de qualidade aos pacient es e fam iliares.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

A criação dos m anuais vem ocorrendo para f acilit ar o t r ab alh o d a eq u ip e m u lt id iscip lin ar n a orient ação de pacient es e fam iliares no processo de t r at am ent o, r ecuper ação e aut ocuidado. Dispor de um m aterial educativo e instrutivo facilita e uniform iza as or ien t ações a ser em r ealizadas, com v ist as ao cuidado em saúde. Por out r o lado, é t am bém um a form a de aj udar os indivíduos no sent ido de m elhor ent ender o pr ocesso de saúde- doença e t r ilhar os cam inhos da r ecuper ação.

De form a algum a pret endo esgot ar o t em a, bem com o não tenho a intenção de divergir da opinião de out ros pesquisadores ou afirm ar que os m anuais dev am ser cr iados r espeit ando m inhas not as, m as, sim , fazer com que essas or ient ações, j unt am ent e com outros conhecim entos existentes se som em para que m elhores m anuais sej am const ruídos.

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Referências

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