Doenças
cardiovasculares
Bioquímica
Clínica
Factores de risco cardiovasculares
Vários factores estão associados ou causam um
aumento do risco cardiovascular:
• Aqueles que não podem ser influenciados:
Historia familiar de doença vascular precoce; Idade
Pré-existência da doença vascular.
• Aqueles que podem ser influenciados:
Tabagismos;
Hipertensão arterial; Diabetes;
Colesterol - origem endógena e
exógena
REGULAÇÃO DA BIOSSÍNTESE DE
COLESTEROL
(INIBIÇÃO POR FEED-BACK, RITMO CIRCADIANO, REGULAÇÃO HORMONAL)
Lipoproteínas
“Divisão de tarefas”
A principal tarefa dos quilomicrons é
transportar triglicéridos exógenos.
As LDL são as principais transportadoras de
colesterol e ésteres de colesterol.
As HDL transportam o colesterol oriundoda
renovação celular.
As quantidades relativas de HDL e LDL afectam
a formação de placas artereocleróticas.
Uma razão
colesterol/HDL
maior que
4.5
é um
Classificação das
dislipidémias
(níveis anormais de lípidos/lipoproteínas no sangue)Tipo Lipoprot. Acumulada C Total TG I Quilomicrons Iia LDL - N Iib LDL e VLDL - - III Remanescentes IV VLDL N - - V Quilomicrons e VLDL -
Avaliação de parâmetro bioquímicos lipídicos é considerada na avaliação de
factores de risco para para doenças cardiovasculares.
Algo a ter conta: Algumas formas de dislipidemias podem igualmente
Tipos de Hiperlipidemias:
• Tipo I)
Hiperquilomicronemia
• Tipo IIa)
Hipercolesterolemia
• Tipo IIb)
Hiperlipidemia
• Tipo III)
Dislipoproteinemia
• Tipo IV)
Hipertrigliceridemia
• Tipo V)
Hipertrigliceridemia mista (ou
Classificação
PRIMÁRIA:
características genéticas.
SECUNDÁRIA:
há um condicionamento da
dislipidemia a outras situações como por
exemplo:o uso de medicamentos ou a
diversas
patologias
(ex.
diabetes,
hipotiroidismo, síndrome nefrótico, icterícia
obstrutiva, alcoolismo, …).
HIPERTRIGLICERIDEMIA
Aumento da viscosidade do sangue. Em situações
graves pode afectar seriamente a saúde do pâncreas.
alteração da boa irrigação do pâncreas
inflamação
activação das enzimas pancreáticas (autocanibalismo)
PANCREATITE AGUDA
potencialmente letal em períodos curtos como24 horas se não tratada
Tipo I)
Hiperquilomicronemia
familiar
• Acumulação quilomirons
triglicerídeos plasmáticos
• Causa +comum: Deficiência na
liloproteína lipase
• Tratamento: dieta pobre em gordura, não
há terapêutica farmacológica efectiva.
Tipo IIa)
Hipercolesterolemia
familiar
• Acumulação de LDL colesterol
• Causa + comum: alteração genética no
receptor de LDL
• Tratamento: redução do colesterol
plasmático (controlo por dieta e
Tipo IIb)
Hiperlipidemia familiar
• Acumulação de LDL + VLDL
colesterol e triglicerídeos plasmáticos
• Causa + comum: superprodução de
lipoproteínas pelo fígado
• Tratamento: restrição dietética de
colesterol, gorduras saturadas e álcool /
Uso de fármacos
Tipo III)
Dislipoproteinemia
familiar:
• Acumulação de IDL colesterol e
triglicerídeos
• Causa + comum: metabolismo anormal
de VLDL
• Tratamento: restrição dietética de
colesterol e álcool / Fármacos
Tipo IV)
Hipertrigliceridemia
familiar
• Acumulação de VLDL
triglicerídeos
• Causa + comum: aumento da síntese
hepática de VLDL e/ou um défice na
depuração de VLDL por parte de outros
tecidos
• Tratamento: restrição dietética /
fármacos
Tipo V)
Hipertrigliceridemia
familiar mista/combinada
(severa)
• Acumulação de VLDL +
quilomicrons colesterol e
triglicerídeos
• Causa + comum: aumento da produção
ou diminuição da depuração de VLDL e
QM
• Tratamento: restrição dietética /
fármacos
Arco corneal Xantoma
Xantelasmas
Avaliação
bioquímica
para
determinação
do
risco
cardiovascular
Perfil lipídico
(diferenciar os diversos tipos de
dislipidémias)
Avaliar situações que podem acompanhar ou
causar dislipidémias secundárias:
Glicémia
Testes de Função hepática
Testes de Função pancrática
Exame de Urina
Valores típicos para HDL e LDL
Colesterol: Mulheres- 157-167, Homens- 150-174
HDL: Mulheres- 52-55, Homens - 45
LDL: Mulheres- 100-106, Homens 97-116
Com a idade, o colesterol total aumenta e HDL pode
diminuir, pelo que a dieta e o exercício tornam-se
factores chave na prevenção de doenças
cardiovasculares
Exercício regular
aumenta HDLs e uma
dieta pobre
em gorduras
e que evite carne reduz os níveis de
colesterol
Deficiência na secreção de sais biliares e fosfolipídos na bílis
SITUAÇÕES COMO:
•Malabsorção de sais biliares do intestino • Obstrução do trato biliar
• Disfunção hepática severa, etc.
Precipitação do colesterol na vesícula formando cálculos de colesterol = colelitíase.
Colelitíase
Conteúdo de colesterol na bílis torna-se superior ao que pode ser solubilizado pelos sais biliares e fosfolipídios presentes.
Função Exócrina do Pâncreas:
alguns factos a saber:
Está associada fundamentalmente ao processo de digestão de hidratos de carbono, lípidos e proteínas.
A sua secreção não se limita aos períodos pós-prandiais precoces, mas também ocorre nos períodos interdigestivos.
O suco pancreático possui cloro e bicarbonato como principais aniões; e sódio e potássio como principais catiões.
A secretina (estimula a secreção hidroelectrolítica rica em bicarbonato de sódio) e a colecistoquinina (CCK- estimula a secreção de enzimas digestivas como tripsina, quimiotripsina, elastase, carboxipeptidase, amilase, lipase, colipase e fosfolipase A2) são os principais
secretagogos pancreáticos
As enzimas secretadas são muito potentes. Na forma activa potencialmente conduzem a autólise das células pancreáticas.
A maioria das enzimas digestivas são secretadas na forma de zimogénios.
O pâncreas produz o inibidor enzimático, sendo posteriormente:
Função Endócrina do Pâncreas:
alguns factos a saber:
As ilhotas de Langerhans constituem 1-2% da massa pancreática, mas recebem 20% do fluxo sanguíneo no pâncreas.
Existem quatro tipos de células conhecidas: alfa (20%), beta (75%), delta e delta-1.
As células alfa secretam glucagon, as beta insulina e as delta gastrina e somatostatina.
As células delta-1, que ocorrem raramente, podem produzir peptídeo intestinal vasoativo (VIP) ou polipéptido pancreático humano (HPP).
Estímulos para a secreção de insulina: hiperglicémia, aminoácidos, ácidos gordos. A hipoglicémia inibe a sua secreção
Estímulos para a libertação de glucagon: hipoglicemia, catecolaminas. A hiperglicémia e a insulina inibem a sua
PANCREATITE
Processo inflamatório da glândula pancreática, normalmente acompanhado de dor abdominal Episódio único ou recorrente
Lesões locais ou difusas – dependendo da intensidade /gravidade do processo inflamatório
Normalmente leva a alteração das funções exócrinas e endócrinas
Diagnóstico – Exames Laboratoriais
Amilase
Amilasemia - teste diagnóstico mais usado e o mais prático (mas existem falso-positivos e falso-negativos)
Amilase sérica elevada nas primeiras 2 a 12 horas do início dos sintomas (episódio ùnico) e retorna ao normal em 3 a 4 dias
Hiperamilasemia prolongada (> de 1 semana) implica
continuidade do processo inflamatório ou desenvolvimento de complicações . (Notar que pode ser observada em outras
Diagnóstico – Exames Laboratoriais
Lipase
Lipasemia maior sensibilidade e especificidade que a amilasemia
Eleva-se tão precocemente quanto a amilase e permanece elevada por mais tempo
Mas como doseamento bioquímica é mais complicado que a da amilase, uso limitado
Hemograma
Variações em ambos os sentidos possíveis:
Elevação do hematócrito por hemoconcentração (perda de plasma para o espaço
retroperitoneal e para a cavidade peritoneal)
Diminuição do hematócrito (mais frequente) - queda >10% nas primeiras 48 horas
pancreatite hemorrágica grave
Hiperglicémia
Explicada pelo desequilíbrio Insulina/Glucagon na evolução da doença
•concentração de glucose no sangue, durante o jejum e durante o período pós-prandial, permanece normalmente elevada por várias semanas após um episódio..
Situação aguda de oclusão coronária
:
Situação clínica provocada pela oclusão grave de uma artéria coronária, conduzindo à grave
ou mesmo total total falta de irrigação e oxigenação de uma determinada área do
musculo cardíaco
Sintomas:
Pressão desconfortável no peito; Dor intensa e prolongada no peito;
Desconforto no tórax e sensação de enfraquecimento;
Respiração lenta mesmo em estado de repouso;
Tonturas;
Por vezes a sintomatologia sugere e leva à suspeita da ocorrência de uma oclusão e anoxia coronária mas não se detectam as expectáveis alterações no electrocardiograma (situação possível, se danos graves ausentes e houver recuperação antes da realização do exame) .
o
Nesse caso o
doseamento
(bioquímica) de enzimas
no plasma contribui
para o esclarecimento
da situação.
Testes Bioquímicos:
Após uma situação que conduza a dano do miocárdio pode ocorrer a libertação, a partir das células lesadas, de proteínas e enzimas intracelulares:
45
Troponina I e troponina T;
Enzimas, como CK, CK-MB, AST e LD; Mioglobina;
Albumina modificada por isquemia.
Actividade da enzima
Tempo de colheita das amostras
Tabela 1: Tempo de elevação dos marcadores bioquímicos no plasma após um enfarte do miocárdio. Notar que
Enzimas Actividade anormal detectável (h)
Valor do pico (h) Duração da anormalidade (dias) Troponina T ou I 4-6 12-24 3-10 Isoenzima CK-MB 3-10 12-24 1.5-3 CK total 5-12 18-30 2-5 LD especifica do coração 8-16 30-48 5-14
1ºamostra– após a suspeita do dano.
No entanto, ter atenção: valores não elevados não exclui o
diagnostico: o tempo pode ser insuficiente para o aumento significativo doseável.
Marcadores bioquímicos
• Níveis alterados de albumina
Alguns pacientes com isquemia cardíaca:
Não se detecta libertação grande de enzimas porque não se deu necrose grave ou temporalmente ainda não se consegue detectar a elevação
Podem ter um ECG normal
Torna-se útil um marcador precoce e sensível de isquemia
cardíaca
O N-terminal da albumina liga-se a metais de transição como o cobre, o cobalto ou o níquel
Em pacientes com isquemia do miocárdio o N-terminal é alterado (provavelmente por acção de espécies reactivas de oxigénio)e não há ligação dos metais.