• Nenhum resultado encontrado

COMPREENDENDO O FENÔMENO CAPACIDADES DINÂMICAS A PARTIR DA PERSPECTIVA TEÓRICA DA VISÃO BASEADA EM RECURSOS: UM ENSAIO TEÓRICO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "COMPREENDENDO O FENÔMENO CAPACIDADES DINÂMICAS A PARTIR DA PERSPECTIVA TEÓRICA DA VISÃO BASEADA EM RECURSOS: UM ENSAIO TEÓRICO"

Copied!
24
0
0

Texto

(1)

Recebido em 01/07/2018. Aceito em 30/07/2018. Publicado em 31/07/2018. RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan/Jun. 2018.

RECURSOS: UM ENSAIO TEÓRICO

Alexandre Viegas da Silva 1 Giovanni Bohm Machado 2 Oly Azevedo Neto 3 Diogo Siqueira Luiz4 RESUMO

Esta pesquisa - que se caracteriza como um ensaio teórico - tem como objetivo investigar e explorar a forma pela qual a visão baseada em recursos (VBR), que tem sua origem associada a partir do estudo desenvolvido pela autora seminal Penrose (1959), contribuiu teoricamente para o surgimento das capacidades dinâmicas em 1997, pelas lentes teóricas dos autores seminais Teece, Pisano e Shuen. Para isso, foi adotada a técnica da bola de neve como método de pesquisa de obras nas bases de dados EBSCO Host e SPELL. Como contribuição teórica, este estudo busca propor uma agenda de pesquisa aplicada sobre os construtos VBR e capacidades dinâmicas no campo da estratégia, tais como investigar como os recursos e competências contribuem para o desenvolvimento da vantagem competitiva organizacional pelo prisma das capacidades dinâmicas, analisar como as competências essenciais embasam as decisões estratégicas dos gestores ao considerarem os fatores que estão ocorrendo no ambiente interno e externo da organização pelo espectro das capacidades dinâmicas, analisar como ocorre o desenvolvimento da relação do posicionamento competitivo em ambientes dinâmicos e globalizados entre as competências essenciais em prol das ações estratégicas da organização e analisar como as capacidades dinâmicas podem contribuir para a formação de redes e alianças estratégicas entre organizações.

1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos

2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Contato: giobohm@terra.com.br 3 Faculdade Brasileira de Tributação

(2)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

Palavras-Chave: Visão Baseada em Recursos, Capacidades

Dinâmicas, Vantagem Competitiva, Estratégia.

ABSTRACT

This research, which is characterized as a theoretical essay, aims to investigate and explore the way in which the resource-based view (VBR), which has its associated origin from the study developed by the seminal author Penrose (1959), contributed theoretically for the emergence of dynamic capabilities in 1997, by the theoretical lenses of the seminal authors Teece, Pisano and Shuen. For this, the snowball technique was adopted as research method. A search for papers was conducted in EBSCO Host and SPELL databases. As a theoretical contribution, this study aims to propose an applied research agenda on VBR constructs and dynamic capabilities in the field of strategy, such as investigating how resources and competences contribute to the development of organizational competitive advantage through the prism of dynamic capacities, analyzing how core competencies underpin the strategic decisions of managers when considering the factors that are occurring in the internal and external environment of the organization by the spectrum of dynamic capacities, analyze how the development of the relationship of competitive positioning occurs in dynamic and globalized environments between the essential competences in favor of strategic actions of the organization and analyze how dynamic capabilities can contribute to the formation of networks and strategic alliances between organizations.

Keywords: Resource-based View, Dynamic Capabilities, Competitive

Advantage, Strategy.

1. INTRODUÇÃO

A evolução permanente dos produtos e processos é reconhecida na contemporaneidade como essencial para o desenvolvimento da vantagem competitiva das empresas em quase todas as indústrias (Tondolo e Bitencourt, 2014). Desse modo, pelas lentes teóricas de Wernerfelt (1984) e Peteraf (1993) a principal premissa da VBR é que a fonte da vantagem competitiva se encontra, em primeira instância nos recursos, capacidades e competências que são desenvolvidos e controlados pela própria organização e, apenas, num segundo momento, na estrutura das indústrias nas quais se posicionam.

(3)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

Nas palavras de Tondolo e Bitencourt (2014) essa nova abordagem no campo das estratégias competitivas buscou resgatar a análise interna no ambiente da organização em prol do desempenho superior ou vantagem competitiva (Tondolo e Bitencourt, 2014), diferentemente das teorias econômicas tradicionais que costumam analisar elementos externos das organizações (Penrose, 1959). Penrose (1959) que complementa Tondolo e Bitencourt (2014) orienta a análise para que todas as ações internas sejam buscadas dentro da organização para utilizar os recursos e capacidades que irão direcionar esforços estratégicos (Penrose, 1959) com o intuito de obter melhores resultados no mercado em relação aos concorrentes (Barney, 1991).

Com base nessa premissa da VBR, pode-se observar que os estudos organizacionais destinados a esse construto no campo das estratégias competitivas atuam no princípio para aprofundar o conhecimento e entendimento de como os recursos, capacidades ou o conjunto de competências estão sendo utilizados e combinados para trazer vantagem competitiva sustentável (Tondolo e Bitencourt, 2014; Wernerfelt, 1984; Peteraf, 1993; Phahalad e Hamel, 1990). Pela concepção teórica de Barney (1991) estes conjuntos de recursos, capacidades e competências são compreendidos como fatores raros de imitação, de difícil substituição e valiosos no composto estrutural organizacional que levam a vantagem competitiva.

Desse modo, a partir da perspectiva teórica da VBR (Penrose, 1959; Wernerfelt, 1984; Grant, 1991; Barney, 1991; Peteraf, 1993; Collis e Montgomery, 1995) emergiu a abordagem das capacidades dinâmicas no campo da estratégia organizacional, em 1997, no artigo seminal “Dynamic Capabilities and Strategic Management”, pela concepção teórica dos autores Teece, Pisano e Shuen.

Esse fenômeno tem como propósito apresentar um novo paradigma conceitual em relação ao construto VBR ao buscar compreender os aspectos internos e externos que estão relacionados à organização em ambientes complexos e dinâmicos em prol do desenvolvimento e manutenção da vantagem competitiva (Teece et al., 1997, Eisenhard e Martin, 2000), não limitando-se apenas as características internas da organização, conforme é explorado pela VBR (Barney, 1991; Peteraf, 1993; Wernerfelt, 1984).

Para Teece (2007, 2009) a abordagem das capacidades dinâmicas passou a ter uma maior evidência especialmente nos mercados globalizados e dinâmicos, em que as mudanças tecnológicas ocorrem de forma rápida e sistemática, fazendo com que a organização tenha que se adaptar rapidamente frente a essas mudanças que estão acontecendo nos ambientes de negócios.

Dessa forma, este estudo, tem como referência duas correntes teóricas que se complementam e convergem. São elas: a) visão baseada em recursos e b) capacidades dinâmicas. Sendo assim, visando responder ao objetivo proposto, esta pesquisa que se caracteriza como um ensaio teórico, busca investigar e explorar a forma pela qual a VBR pode contribuir teoricamente para o

(4)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. desenvolvimento do construto capacidades dinâmicas no cenário das

estratégias organizacionais.

Desse modo, para elaboração deste ensaio teórico, foi utilizada como método de pesquisa a técnica da bola de neve (Biernacki e Waldorfd, 1981) que permite identificar referências bibliográficas seminais e pesquisas acadêmicas relacionadas aos construtos VBR e capacidades dinâmicas. Essa técnica, em sua essência, é uma forma de amostra não probabilísticautilizada em pesquisas sociais onde os participantes iniciais de um estudo indicam novos participantes, que por sua vez, indicam novos participantes e assim sucessivamente, até que seja alcançado o objetivo proposto, chamado de ponto de saturação. O ponto de saturação é atingido quando os novos entrevistados passam a repetir os conteúdos já obtidos em entrevistas anteriores, sem acrescentar novas informações relevantes à pesquisa (WHA, 1994). No caso deste ensaio, foi aplicada esta técnica no referencial teórico trazido nos artigos consultados em bases de dados, como forma de se alcançar os autores seminais e pesquisas relacionadas até o ponto de saturação.

Foram utilizadas duas bases de dados para a coleta dos artigos desta pesquisa: a primeira corresponde à base de dados EBSCO Host, que está associada às publicações internacionais, e a segunda corresponde à base de dados brasileira SPELL, responsável pelas publicações dos artigos no país.

Como resultados e contribuições teóricas para a área da estratégia, busca-se propor uma agenda de pesquisa acerca da abordagem capacidades dinâmicas com interface ao construto VBR tendo como base o referencial teórico utilizado na presente pesquisa, visando produzir novos conhecimentos e fomentar o interesse dos pesquisadores em produzir pesquisas teórico-empíricas com o intuito de gerar novas perspectivas e contribuir para o fortalecimento desse construto.

Após esta introdução, em sua estruturação, o artigo apresenta inicialmente o referencial teórico que serviu de base para o desenvolvimento da pesquisa. Na sequência, são tecidos os resultados e contribuições para o campo da estratégia por meio de uma agenda de pesquisa e, por fim, são apresentadas as considerações finais e as referências bibliográficas.

2. MARCO TEÓRICO

2.1 Visão Baseada em Recursos: Origens, Definições e Perspectivas Teóricas

O que hoje conhecemos como VBR, foi um resultado de um grande número de ensaios teóricos a começar pela obra seminal de Ronald Coase, em 1937, “The Nature of The Firm”, publicado na revista

(5)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

“Economica” (Bertero, 2011). A principal vertente de origem da VBR está associada à pesquisa de Edith Penrose, em 1959, que exerceu importante influência no desenvolvimento da VBR nas pesquisas organizacionais que se desenvolveram ao longo da década de 80 e início da década de 90 ao afirmar que as empresas se reorganizam de acordo com as suas capacidades e recursos internos para obter melhores resultados na busca da vantagem competitiva.

Em 1984, no artigo seminal “A resource-based view of the firm”, publicado no Strategic Management Journal, na qual o autor Wernerfelt traz para o campo da estratégia organizacional a concepção teórica acerca desse novo fenômeno, ao dizer que a vantagem competitiva que emerge a partir da perspectiva da VBR encontra-se, em primeira instância, nos recursos e competências desenvolvidos e controlados pelas próprias organizações e, apenas, numa segunda instância, na estrutura das indústrias nas quais elas se posicionam mercadologicamente. Desse modo, é importante ressaltar que os estudos de Stingler (1961) e Williamson (1975) também contribuíram como antecedentes de trajetória para embasar a pesquisa de Wernerfelt (1984) sobre a VBR, ao buscarem analisar o desempenho das empresas como base nas implicações e importâncias da utilização de seus recursos no impacto dos resultados organizacionais.

Sendo assim, a partir da influência do estudo seminal desenvolvido pela Penrose em 1959, sobre VBR, autores como Wernerfelt (1984), Barney (1991), Peteraf (1993), Collis e Montgomery (1995) entre outros emergiram com pesquisas científicas focadas no construto VBR. Na primeira metade da década de 90, Barney (1991) e Peteraf (1993) ampliam a concepção teórica sobre a VBR abordada pela Penrose (1959) ao sugerirem que a vantagem competitiva emerge a partir da utilização de um conjunto de recursos internos que coloca a organização em posição favorável em relação a seus concorrentes na busca da sustentabilidade organizacional no mercado.

Em 1991, Barney consolidou o construto VBR no cenário acadêmico científico, ao descrever como a VBR pode ser compreendida pelas organizações ao dizer que esse construto está associado a um conjunto de recursos que podem ser entendidos como todos os ativos, capacidades, processos organizacionais, recursos financeiros, físicos, humanos, conhecimentos, etc. que são controlados pela própria organização na busca para o desenvolvimento e implementação de estratégias organizacionais sustentáveis. A combinação adequada da utilização dos recursos e capacidades visa possibilitar a geração de uma vantagem competitiva sustentável que deverá gerar incremento nos resultados financeiros da organização (Wernerfelt, 1984).

Barney (1991) e Wernerfelt (1984) definem que na VBR o desempenho superior que determinadas organizações sustentam no longo prazo é explicado por seus recursos, capacidades e competências internas desenvolvidas e controladas por ela mesma. Barney e Hesterly (2007) definem recursos no modelo VBR, como sendo ativos tangíveis

(6)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. e intangíveis que a empresa possa controlar e que a permitem criar ou

implementar uma estratégia competitiva. Os autores Barney e Hesterly (2007) definem capacidades como a habilidade da firma em articular outros recursos a fim de obter melhores resultados.

Os recursos e capacidades são classificados em quatro categorias propostas por Barney e Hesterly (2007). São elas: a) recursos financeiros, b) recursos físicos, c) recursos individuais e d) recursos organizacionais, conforme é demonstrado no Quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Quatro Categorias que compõem os Recursos e Capacidades

Recursos e

capacidades Exemplos

Recursos financeiros

Todo o dinheiro de qualquer fonte e lucros retidos ou reinvestidos no próprio negócio.

Recursos físicos

Tecnologias físicas como plantas, equipamentos da empresa e localização geográfica para melhor acesso a matérias prima. Recursos

individuais

Treinamentos, experiências, julgamento, inteligência, relacionamentos e a visão individual de gerentes e funcionários. Recursos

organizacionais

recursos para report, sistemas formais e informais de planejamento, controle e coordenação, cultura e reputação. Fonte: Adaptado a partir de Barney e Hesterly (2007)

Com base no Quadro 1, pode-se aplicar o princípio da heterogeneidade, ao entenderem que as organizações podem possuir um conjunto distinto de recursos e capacidades, que aliados a seus valores organizacionais geram um conjunto único, atingindo melhores resultados do que outras organizações no mesmo setor mercadológico (Andrews, 2006). Da mesma forma, o princípio da imobilidade também encontra espaço para ser aplicado nas organizações ao dizer que alguns recursos e capacidades poderão ser caros financeiramente para serem adquiridos ou desenvolvidos pela organização (Barney e Hesterly, 2007). Com base nesses dois princípios atuando conjuntamente pode-se explicar o desempenho desigual entre as organizações que estão competindo no mesmo setor de mercado (Barney e Hesterly, 2007).

Para determinar se os recursos e capacidades internas possuem melhor potencial de gerar uma vantagem competitiva utiliza-se o modelo VRIO, que busca fornecer uma análise, avaliando os recursos e capacidade quanto a valor, raridade, imitabilidade e organização da firma (Barney, 1991). O Quando 2 demonstra os aspectos que compõem o modelo VRIO.

(7)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

Quadro 2 – Modelo VRIO

MODELO VRIO

Valor

Os recursos serão valiosos se ajudarem a empresa a aumentar o valor oferecido a seus clientes, realizado através do aumento da diferenciação e/ou redução de custos de produção. Aqueles recursos que não respondem a esta questão levam a uma desvantagem competitiva.

Raridade

São recursos que somente podem ser adquiridos por uma ou poucas empresas são considerados raros. Quando mais empresas possuem a disponibilidades deste recurso ou capacidade, tem-se uma paridade competitiva.

Imitabilidade

Empresas que possuem recursos valiosos e raros poderão alcançar uma vantagem competitiva temporária. Quando o recurso atender as duas primeiras questões ele, também, deverá ser custoso para imitar ou substituir, para que a empresa obtenha uma vantagem competitiva sustentada.

Organização

A empresa precisará estar organizada para capturar o valor destes recursos e capacidades. Para alcançar uma vantagem competitiva sustentada a empresa deverá saber explorar seus recursos com valor, raridade e não imitaveis.

Fonte: Adaptado a partir de Barney (1991) e Barney e Hesterly (2007)

Em referência ao Quadro 2, o recurso ou capacidade só irá gerar uma vantagem competitiva se atender aos quatro quesitos desenvolvidos por Barney e Herlerty (2007).

Desde que o construto VRB emergiu popularmente pela lente teórica de Wernerfelt em 1984, no artigo seminal “A resource-based view of the firm”, publicado no Strategic Management Journal, já se passaram quase 30 anos. Recentemente, em 2012, Rothaermel descreveu passos para a análise interna dos recursos e capacidades a partir do modelo VRIO, buscando identificar se os recursos organizacionais são raros, valiosos, difíceis de imitar e se a firma está pronta para capturar o valor para obter a vantagem competitiva sustentada. Caso contrário, se as respostas forem negativas, Rothaermel (2012) aborda que a empresa possui uma desvantagem competitiva, paridade competitiva ou uma vantagem competitiva temporária.

Diante do contexto apresentado, vale destacar que na concepção teórica da VBR são avaliadas as questões internas inerentes a organização por meio da utilização de seus recursos e capacidades como ponto de partida para o desenvolvimento de estratégias eficazes em prol da vantagem competitiva sustentável (Penrose, 1959; Barney,

(8)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. 1991; Wernerfelt, 1984; Peterf, 1993) enquanto que autores como

Schumpeter (1950), Ansoff (1965) e Porter (1980) inicialmente buscam a análise do ambiente externo para projetar as ações estratégicas das organizações.

Neste sentido, Prahalad e Hamel (1990), Collis e Montgomery (1995), Teece et al. (1997), defendem que para sustentar uma vantagem competitiva única, distinta e difícil de imitar a organização precisa explorar os seus recursos e capacidades internas e externas, desenvolvendo novos recursos únicos combinados com suas habilidades (competências/capacidades).

2.2 Capacidades Dinâmicas: Origens, Conceitos e Perspectivas Teóricas

Augier e Teece (2008) destacam que a origem histórica das capacidades dinâmicas está associada a um conjunto de elementos conceituais derivados da visão baseada em recursos (Penrose, 1959; Wernerfelt, 1984; Grant, 1991; Barney, 1986,; Barney, 1991; Peteraf, 1993; Collis e Montgomery, 1995, Rumelt, 1984), alinhadas à corrente de pensamento do autor Shumpeter (1942), que traz um novo paradigma sobre as ideias de inovação no contexto organizacional e também sobre as rotinas e competências relacionadas à teoria comportamental da firma (Cyert e March, 1963). De modo geral, nota-se, na literatura científica organizacional, especialmente no campo da estratégia, uma contribuição valorosa que os construtos visão baseada em recursos e capacidades dinâmicas forneceram acerca da busca para a compreensão e o entendimento das fontes que geram vantagem competitiva nas organizações.

Teece et al. (1997) ressaltam que o surgimento do construto capacidades dinâmicas que busca elementos não somente no campo da estratégia mas também em outras áreas do conhecimento tais como inovação e aprendizagem organizacional etc tem como referência os estudos desenvolvidos principalmente pelos seguintes autores: Schumpeter (1942), Penrose (1959), Penrose, (2006), Nelson e Winter (1982), Prahalad e Hamel (1990), Teece (1976), Teece, (1986), Teece(1988), Hayes et al. (1988), Leonard-Barton (1992) Teece et al. (1994).

Após esse breve resgate histórico sobre as origens das capacidades dinâmicas no cenário organizacional, em 1997, os autores Teece, Pisano e Shuen trouxeram à luz do conhecimento o conceito sobre capacidades dinâmicas, que está associado à habilidade de integrar, construir e reconfigurar competências internas e externas em resposta às rápidas mudanças que estão ocorrendo nos ambientes internos e externos nos quais as organizações empresariais estão inseridas, em seus respectivos contextos. Witcher et al. (2008) consideram esse estudo desenvolvido por Teece, Pisano e Shuen, em 1997, como a pesquisa seminal que mais influenciou os estudos

(9)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

posteriores sobre capacidades dinâmicas no campo das estratégias organizacionais.

Para Teece et al. (1997), as capacidades podem ser entendidas como habilidades dinâmicas que refletem uma aprendizagem contínua no desenvolvimento e acumulação de competências desenvolvidas pela organização ao longo de sua história, com o propósito de buscar diferenciação no mercado em que estão atuando em relação aos concorrentes.

Helfat e Peteraf (2003) transcendem a visão teórica desenvolvida por Teece et al. (1997) ao destacarem que capacidade dinâmica refere-se à capacidade da organização para construir, integrar ou reconfigurar capacidades operacionais, que não necessariamente causem impacto no aumento da rentabilidade financeira, mas que se mostrem, significativamente, afetando o desempenho das capacidades operacionais da organização (Helfat e Peteraf, 2003) em prol da busca pela vantagem competitiva mercadológica por meio das estratégias desenvolvidas.

A necessidade de as organizações desenvolverem as capacidades dinâmicas na sua estrutura empresarial está relacionada ao processo de adaptação frente as mudanças e transformações que estão ocorrendo nos ambientes de negócios dinâmicos e principalmente globalizados, visando estimular constantemente a adaptação das suas competências organizacionais para gerar vantagem competitiva (Teece et al., 1997).

Helfat e Peteraf (2003), Marcus e Anderson (2006) e Harreld et al. (2007) destacam que o fator principal que envolve a essência das capacidades dinâmicas nos ambientes de negócios dinâmicos e turbulentos está relacionada à habilidade da organização em desenvolver capacidades sustentáveis de nível elevado ao longo de sua trajetória existencial, que estimulem a alavancagem de um desempenho superior em relação aos seus concorrentes em prol das vantagens competitivas, no lugar de apenas disponibilizar recursos estratégicos que são considerados diferenciados. Em outras palavras, não basta a organização possuir recursos estratégicos diferenciados se não levar em consideração suas capacidades, desenvolvidas ao longo de sua trajetória no cenário organizacional, para a manutenção e o desenvolvimento de novas estratégias organizacionais sustentáveis.

Por essa perspectiva teórica, Ghemawat (2000) ratifica Helfat e Peteraf (2003), Marcus e Anderson (2006) e Harreld et al. (2007), ao afirmarem que as capacidades dinâmicas têm sua origem em um processo de desencadeamento de decisões tomadas pelos gestores ao longo do tempo na trajetória da organização, o qual contribui para gerar um compromisso estratégico baseado em decisões anteriores, as quais fornecem subsídios para novas decisões estratégicas que serão implementadas na organização e que deverão estimular o desenvolvimento e o aprimoramento das competências organizacionais.

(10)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. Pelas lentes teóricas de Teece et al., (1997), as competências

podem ser compreendidas como um conjunto de rotinas e processos organizacionais inerentes especificamente a uma determinada organização, na qual o desempenho é proporcionado pelo gerenciamento dos recursos e ou capacidades difíceis ou impossíveis de serem imitadas em contextos dinâmicos, onde ocorrem mudanças rápidas que impactam na organização.

A partir do conceito desenvolvido por Teece et al. (1997), tem emergido uma gama considerável e crescente de pesquisas acadêmicas focadas nesse construto, especialmente nos últimos anos, nos estudos organizacionais em diversas áreas do conhecimento, como empreendedorismo, marketing, recursos humanos, gerenciamento estratégico e até no segmento da tecnologia da informação etc. (Helfa e Peteraf, 2009; Barreto, 2010; Stefano et al. 2010; Vogel e Gutel, 2013).

No artigo “Compreendendo as Capacidades Dinâmicas a Partir de Seus Antecedentes, Processos e Resultados”, publicado no Journal Brazilian Business Review, os autores Tondolo e Bitencourt (2014) fizeram uma revisão sistêmica da literatura científica internacional acerca do conceito sobre capacidades dinâmicas, na qual elencaram 15 definições teóricas sobre esse construto, tendo como ponto de partida os autores seminais Teece et al., (1997), que foram responsáveis por popularizar a abordagem capacidades dinâmicas nos estudos científicos relacionados ao campo da estratégia. No Quadro 3, a seguir, é apresentada a revisão da literatura sobre capacidades dinâmicas desenvolvida por Tondolo e Bitencourt (2014).

Quadro 3- Definições e Ênfase das Capacidades Dinâmicas Autores Definições de Capacidades

Dinâmicas Elementos Centrais Teece, Pisano e Shuen, (1997)

Nós definimos capacidades dinâmicas como a habilidade da empresa para integrar, construir e reconfigurar competências internas e externas para atender ambientes que mudam rapidamente. Capacidades dinâmicas, portanto, refletem a capacidade da organização para alcançar formas novas e inovadoras de vantagem competitiva, dependendo da trajetória e do posicionamento no mercado (p. 516). Habilidade organizacional Eisenhardt e Martin (2000)

Capacidades dinâmicas, portanto, são as rotinas organizacionais e estratégicas, em que as organizações alcançam novas configurações de recursos assim que mercados emergem, colidem, dividem, evoluem e morrem (p.1107).

Rotinas organizacionais

(11)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. Luo (2000)

Capacidade dinâmica pode ser definida como a habilidade da organização multinacional em criar, utilizar e atualizar recursos organizacionalmente imbricados e gerar retornos baseados nos recursos na busca de vantagens competitivas sustentáveis no mercado global. Capacidades dinâmicas requerem a capacidade de extrair benefícios econômicos a partir de recursos atuais e desenvolver novas capacidades (p. 355). Habilidades e capacidades organizacionais Zollo e Winter (2002)

A capacidade dinâmica é um padrão aprendido e estável da atividade coletiva a partir do qual a organização sistematicamente gera e modifica suas rotinas operacionais em busca de maior eficácia (p.340).

Padrões e processos de aprendizado Bowman e Ambrosini (2003)

A abordagem capacidade dinâmica focaliza a atenção sobre a habilidade da organização para renovar seus recursos de acordo com as mudanças em seu ambiente. [...] O ponto de vista das capacidades dinâmicas (DCV) centra-se na capacidade de uma organização enfrentando um ambiente de rápida mudança tem de criar novos recursos, para renovar ou alterar seu mix de recursos. (p. 292).

Habilidade organizacional Helfat e Peteraf (2003) As capacidades dinâmicas constroem, integram ou reconfiguram capacidades operacionais. As capacidades dinâmicas não afetam diretamente o desempenho organizacional, mas indiretamente contribuem para o desempenho organizacional por meio do seu efeito sobre as capacidades operacionais (p. 997). Processos organizacionais Marcus & Anderson (2006)

Uma capacidade dinâmica geral é a habilidade de renovar, ampliar e adaptar "competências ao longo do tempo (Teece, Pisano, & Shuen, 1992, p. 18; Tripsas, 1997; Winter, 2003) (p. 19). Habilidade organizacional Zahra, Sapienza e Davidson (2006)

[…] capacidades dinâmicas, que definimos como a habilidade em reconfigurar os recursos e rotinas da organização, de maneira prevista e considerada adequada pelo seu principal decisor(es) (p. 918).

Habilidade organizacional

(12)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. Helfat et al.

(2007)

A capacidade dinâmica é a capacidade de uma organização intencionalmente criar, ampliar ou modificar sua base de recursos (p. 4).

Capacidade organizacional

Wang e Ahmed (2007)

Nós definimos capacidades dinâmicas como orientação comportamental de uma organização constantemente para integrar, reconfigurar, renovar e recriar seus recursos e capacidades e, mais importante, atualizar e reconstruir as suas capacidades nucleares em resposta a mudanças no ambiente para alcançar e sustentar uma vantagem competitiva. Por essa definição, primeiro argumentam que as capacidades dinâmicas não são simplesmente processos, mas estão incorporados em processos. (p. 35).

Conjunto de processos organizacionais

Teece (2007)

Capacidades dinâmicas, por outro lado, dizem respeito a atividades de alto nível que apontam para capacidade da administração de perceber e, em seguida, aproveitar as oportunidades, controlar ameaças, e combinar e reconfigurar ativos especializados e co-especializados para atender às necessidades dos clientes e para sustentar e ampliar aptidão evolutiva, assim, desenvolvendo valor, em longo prazo para os investidores (p. 1344). Habilidade da gestão organizacional Cavusgil, Seggie e Talay (2007)

Processos organizacionais específicos pelos quais os administradores alteram sua base de recursos (p.162). Processos organizacionais Doving e Gooderham (2008)

Nossa visão é de que as capacidades dinâmicas são melhor concebidas como rotinas duradouras, sistemas e processos que são visíveis, conhecidos, e que, gerencialmente, destina-se, como um meio para atingir novas configurações de recursos (p. 845). Rotinas, processos e sistemas organizacionais Ambrosini e Bowman (2009)

A capacidade dinâmica não é uma capacidade no sentido da VBR, uma capacidade dinâmica não é um recurso. A capacidade dinâmica é um processo que tem impacto sobre os recursos. (p. 34)

Processos organizacionais

(13)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

Fonte: Tondolo e Bitencourt (2014, p.146-147)

Com base na pluralidade entre as definições apresentadas pelos autores no quadro 1, nota-se, em geral, que o construto capacidades dinâmicas evoluiu desde a sua concepção teórica original proposta por Teece, Pisano e Shuen em 1997, devido aos esforços teóricos no sentido de desenvolver e propagar o conceito no cenário acadêmico. Nessa revisão da literatura, proposta por Tondolo e Bitencourt (2014), verifica-se que a abordagem capacidades dinâmicas possui inúmeros significados, porém identificam-se, na maioria das definições, elementos convergentes, semelhantes e até algumas controvérsias sobre os elementos e componentes que constituem as capacidades dinâmicas.

A abordagem das capacidades dinâmicas não deve estar associada unicamente às especificidades das capacidades da organização como condicionantes para o fomento da vantagem competitiva, pois seu objetivo está relacionado ao processo por meio do qual a organização se desenvolve, cresce e atualiza e renova suas competências (Teece et al., 1997).

Sendo assim, as capacidades alinhadas aos processos organizacionais e competências podem assumir várias diretrizes e configurações, podendo ser relativamente formais no âmbito organizacional, tais como os sistemas organizacionais para o desenvolvimento e lançamento de novos produtos e ou serviços no mercado ou procedimentos padronizados para investimentos de recursos financeiros na estrutura organizacional, como também podem se manifestar no gerenciamento das mudanças e transformações estratégicas como, por exemplo, as que advêm de novas aquisições ou de alianças estratégicas que permitem o desenvolvimento de novas habilidades e competências para a organização (Teece et al., 1997).

Para Teece et al. (1997), a inovação é uma capacidade fundamental para a competição da organização no mercado pelo prisma das capacidades dinâmicas, pois a essência da estratégia está no aprimoramento e desenvolvimento de negócios que geram vantagem competitiva por meio da harmonização dos ativos difíceis de imitar pela concorrência transformando-os em objeto de competição frente a um mercado onde a concorrência é forte e dinâmica. Lawson e Samson (2001) compartilham da mesma linha de pensamento de Teece et al. (1997), ao afirmarem que a inovação é o ponto-chave para o desenvolvimento das capacidades dinâmicas na estrutura organizacional, mesmo que ela se manifeste de forma indireta ou implícita nas ações organizacionais.

Teece et al. (1997) apresentam um tripé de categorias que explicam os fatores que determinam a forma como ocorrem os desdobramentos das capacidades dinâmicas nas organizações. São eles: (a) processos: referem-se aos processos gerenciais e organizacionais, que têm a função de coordenação, integração, aprendizagem e reconfiguração, (b) posicionamento: compreende os

(14)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. ativos tangíveis e intangíveis que contribuem para determinar a

posição estratégica da organização no mercado, e (c) dependência de trajetória: diz respeito ao conjunto de rotinas e investimentos realizados pelas organizações ao longo do seu desenvolvimento organizacional, os quais podem proporcionar a limitação de futuras opções. Esse tripé de categorias determina a “essência da capacidade dinâmica da firma e a sua vantagem competitiva, ou seja, determina a sua competência” (Teece et al., 1997, p. 518).

Os autores Eisenhardt e Martin (2009, p.1107) ampliam a concepção teórica em relação aos conceitos trazidos por Teece et al. (1997) sobre capacidades dinâmicas ao afirmarem que esse construto “são rotinas organizacionais e estratégias por parte das empresas, que visam alcançar novas configurações de recursos com os mercados que emergem, colidem, dividem, evoluem e morrem”.

Dentro dessa linha teórica de pensamento proposta por Eisenhardt e Martin (2000), as capacidades dinâmicas têm como propósito reforçar e estimular a criação por meio do desenvolvimento de novas capacidades gerenciais que visem à sinergia entre as áreas organizacionais, funcionais e tecnológicas, que serão difíceis de serem imitadas pela concorrência e que, dessa forma, estimularão a vantagem competitiva organizacional.

As capacidades dinâmicas oportunizam o desenvolvimento de capacidades de gestão e de aprimoramento das qualificações organizacionais, funcionais e tecnológicas difíceis de imitar (Eisenhardt e Martin, 2000). Nesse sentido, as capacidades dinâmicas privilegiam especialmente áreas organizacionais como pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos, inovação e transferência tecnológica, assim como manufatura, recursos humanos e aprendizagem organizacional (Eisenhardt e Martin, 2000).

Após 10 anos, desde que o conceito capacidades dinâmicas emergiu, em 1997, o autor Teece (2007, p. 1319) traz um aprimoramento em relação ao construto capacidades dinâmicas ao explicar que essa abordagem teórica está fortemente relacionada à “capacidade de identificar e moldar oportunidades e ameaças, aproveitar as oportunidades e manter competitividade por meio do reforço, combinação, proteção, e, quando necessário, reconfiguração dos ativos tangíveis e intangíveis da organização”.

Por esse prisma teórico, Teece et al. (1997) ressaltam que a vantagem competitiva somente irá ocorrer nas organizações se estas aproveitarem as capacidades já existentes na sua estrutura organizacional (exploitation) e desenvolverem novas capacidades (exploration) simultaneamente, propondo um ambiente de sinergia entre as capacidades exploration e exploitation.

Pelo espectro teórico de Teece et al. (1997), mostra-se relevante ressaltar que as capacidades dinâmicas permitem que os tomadores de decisões nas organizações consigam desenvolver uma visão mais sistêmica do ambiente interno e externo, utilizando seus recursos e capacidades, tendo a habilidade de integrar, construir e reconfigurar

(15)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

competências internas e externas, em prol do desenvolvimento das estratégias que deverão ser fonte de vantagem competitiva para a organização (Teece et al., 1997).

Contribuindo com a linha de pensamento de Teece et al. (1997), os autores Augier e Teece (2008) salientam que o dinamismo das capacidades dinâmicas se manifesta nas estratégias específicas e processos organizacionais desenvolvidos e que a manifestação da competitividade é um fator emergente da sistematização resultante desse processo decisório estratégico que atua nas estratégias e processos organizacionais. É fundamental para o sucesso das capacidades dinâmicas a recombinação e harmonização dos recursos estratégicos a fim de melhor e mais rapidamente proporcionar oportunidades de adaptação da organização (Augier e Teece, 2008).

Ratificando Augier e Teece (2008), os autores Ambrosini et al. (2009) explicam que o fenômeno capacidades dinâmicas tem como ponto de partida inicial o fato de que as organizações são formadas por um conjunto de recursos disponíveis para a organização, que estão alinhados por meio de ações e decisões estratégicas baseadas em ambientes em que ocorrem rápidas mudanças mercadológicas.

As mudanças que ocorrem na organização e nos ambientes dinâmicos atuam para formar um conjunto de recursos da firma, que podem se manifestar por meio da alavancagem dos recursos existentes ou pela criação, liberação ou acesso a novos recursos (Danneels, 2010, o que implica o desenvolvimento de estratégias organizacionais alinhadas aos ambientes dinâmicos para conquistar a vantagem competitiva.

Desse modo, os autores Zahra et al. (2006) e Helfat e Peteraf (2009) destacam que o construto capacidades dinâmicas no campo científico requer mais estudos empíricos para a sua validação científica, pois ainda não há um paradigma consensual absoluto que rege as capacidades dinâmicas no cenário da estratégia entre os pesquisadores.

Corroborando com Zahra et al. (2006) e Helfat e Peteraf (2009), os autores Williamson (1999), Priem e Butler (2001), Kraatz e Zajac (2001) e Newbert (2007), Zollo e Winter (2002), Delbridge et al. (2006), Ambrosini et al. (2009), Wang e Ahmed (2007), SchreyÖgg e Kliesch-Eberl (2007) destacam que o fenômeno capacidades dinâmicas ainda é um construto tautologicamente vago, que não possui um arcabouço teórico consolidado e consistente no cenário científico organizacional, devido às lacunas teóricas empíricas que ainda não foram pesquisadas, preenchidas e contempladas no campo da literatura e, principalmente, em decorrência do baixo número de testes empíricos utilizando a abordagem capacidades dinâmicas no ambiente organizacional.

No cenário das pesquisas organizacionais brasileiras, Picoli, Souza e Takahashi (2013) desenvolveram um estudo bibliométrico sobre capacidades dinâmicas no período de 1997 a 2012, por meio do qual identificaram 19 artigos publicados nos periódicos mais relevantes

(16)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. da área da Administração no Brasil entre os níveis A1 e B2 no sistema

WebQualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), sete dos quais classificam-se como ensaios teóricos, o que representa uma preocupação com a consolidação do conhecimento na área; já os trabalhos teórico-empíricos, por sua vez, necessitam de maior rigidez e rigor metodológico quanto à explicação da análise dos dados utilizados quanto aos critérios de validade e confiabilidade.

Com base nos resultados sobre o construto capacidades dinâmicas apresentados nesse estudo bibliométrico em 2013, Picoli, Souza e Takahashi (2013, p. 13) sinalizam que “a baixa quantidade de artigos identificados confirma que o tema ainda está na sua infância e que pesquisadores brasileiros têm direcionado esforços para compreendê-lo teoricamente e empiricamente”.

Para Zahra et al. (2006) e Helfat e Petaraf (2009), as capacidades dinâmicas dizem respeito a uma abordagem que ainda está se concretizando nos estudos organizacionais, pois não há consenso entre os pesquisadores e, além disso, existem inconsistências teóricas, especialmente empíricas, que requerem mais estudos para dar robusteza à abordagem capacidades dinâmicas a fim de que esta se consolide nos estudos organizacionais como uma futura e possível teoria.

Diante do contexto apresentado neste referencial teórico, nota-se, em geral, que o construto capacidades dinâmicas vem sofrendo um processo evolutivo de amadurecimento do conceito (Eisenhardt e Martin, 2000; Teece, 2007), principalmente pelas replicações das pesquisas organizacionais, que vão consolidando o construto, e pelos testes, que lhe dão a validade científica e estimulam a ampliação de novos elementos na configuração das capacidades dinâmicas.

3. PROPOSTA PARA UMA AGENDA DE PESQUISA COMO CONTRIBUIÇÃO DESTE ESTUDO

Diferentemente do construto capacidades dinâmicas que é um fenômeno recente nos estudos organizacionais e encontra-se em pleno desenvolvimento e vigor no cenário das pesquisas científicas para a sua consolidação em prol de um arcabouço teórico que contemple lacunas que esta abordagem ainda não respondeu referente às estratégias competitivas, a VBR que é considerada a origem para o surgimento das capacidades dinâmicas (Teece et al., 1997), já não é um fenômeno tão novo no mundo da Administração. Se considerarmos o estudo pioneiro desenvolvido pela Penrose em 1959, sobre a VBR e que serviu de base para Wernerfelt em 1984, cunhar o conceito sobre esse construto, já se passaram quase 56 anos.

Autores como Wernerfelt (1984) Grant (1991), Barney (1991), Peteraf (1993), Collis e Montgomery (1995) direcionaram seus

(17)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

esforços para validar e fomentar o desenvolvimento de pesquisas acerca da VBR ao longo das décadas. Na literatura organizacional pode-se encontrar uma gama de artigos acadêmicos associados a espode-ses autores. Portanto, pode-se, dizer que a VBR é um construto que já foi amplamente estudado, mas ainda assim não respondeu muitas questões organizacionais relacionadas à vantagem competitiva, fazendo com que seja possível o desenvolvimento de novas pesquisas teóricas a partir das premissas e lacunas desse paradigma como, por exemplo, competências essenciais e especialmente estudos que busquem envolver a VBR e sua ligação com outras perspectivas teóricas que é o caso da abordagem capacidades dinâmicas.

Dessa forma, como resultados e contribuições desse ensaio teórico relacionado ao campo das estratégias competitivas, busca-se propor uma agenda de pesquisa para fomentar o desenvolvimento de estudos teórico-empíricos sobre o fenômeno capacidades dinâmicas a partir das premissas teóricas da VBR. Desse modo, propõe-se a seguinte agenda de pesquisa:

1. Investigar como os recursos e competências contribuem para o desenvolvimento da vantagem competitiva organizacional pelo prisma das capacidades dinâmicas.

2. Analisar como as competências essenciais embasam as decisões estratégicas dos gestores ao considerarem os fatores que estão ocorrendo no ambiente interno e externo da organização pelo espectro das capacidades dinâmicas.

3. Analisar como ocorre o desenvolvimento da relação do posicionamento competitivo em ambientes dinâmicos e globalizados entre as competências essenciais em prol das ações estratégicas da organização.

4. Analisar como as capacidades dinâmicas podem contribuir para a formação de redes e alianças estratégicas entre organizações.

Esta agenda de pesquisa elencou quatro temas relacionados ao campo da Administração que podem servir como fonte de pesquisas para o desenvolvimento de estudos teórico-empíricos destinados a abordagem capacidades dinâmicas e VBR.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos organizacionais relacionados às estratégias se desenvolveram ao longo das décadas para explicar e encontrar uma

(18)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. forma de gestão que possa direcionar as organizações na busca pela

vantagem competitiva sustentável (Kay, 1993). Nos últimos 50 anos, os pesquisadores organizacionais da literatura científica internacional têm direcionados seus esforços para compreender como as estratégias competitivas podem ser fontes de sucesso das organizações, buscando analisar e explicar as diferenças de desempenho entre organizações que atuam no mesmo segmento ou em outras áreas (Kay, 1993, Joyce et al., 2003). As contribuições teóricas sobre as estratégias competitivas advêm de diversas fontes e correntes de pensamento, dentre as quais destacam-se especialmente a VBR (Ramos-Rodriguez e Ruiz-Navarro, 2004) e mais recentemente o fenômeno capacidades dinâmicas (Teece et al., 1997).

Sendo assim, com base nos autores Ferdinand et al. (2005), Wang e Ahmed (2007), Menon (2008), Ambrosini e Bowman (2009), Doving e Gooderham (2008), Eisenhardt e Martin (2000), Teece (2007) e Teece et al. (1997) pode-se dizer que a abordagem das capacidades dinâmicas amplia a perspectiva teórica da VBR ao introduzir elementos evolutivos em relação a esse construto, ao abordar como os recursos, capacidades e competências podem ser desenvolvidos, gerenciados e renovados em ambientes de rápidas mudanças, fazendo com que seja focado na capacidade adaptativa da organização em reconfigurar suas rotinas organizacionais frente as essas mudanças que estão ocorrendo nesses ambientes dinâmicos externos que impactam dentro da organização na elaboração do desenvolvimento das estratégias competitivas.

Desse modo, desde que o construto capacidades dinâmicas emergiu em 1997, com sua origem associada principalmente a partir da perspectiva teórica da VBR (Penrose, 1959; Wernerfelt, 1984; Grant, 1991; Barney, 1986; Barney, 1991; Peteraf, 1993; Collis e Montgomery, 1995; Rumelt, 1984), pelas mãos dos autores seminais Teece, Pisano e Shuen, no artigo “Dynamic Capabilities and Strategic Management” no cenário organizacional das pesquisas científicas destinadas ao campo das estratégias, já se passaram quase 21 anos até o presente ano de 2018.

Ainda há um longo caminho teórico a ser percorrido para a consolidação do construto capacidades dinâmicas no campo das estratégias como uma possível teoria, pois na literatura científica nos estudos organizacionais ainda não se estabeleceu um consenso entre os pesquisadores sobre as capacidades dinâmicas e encontra-se inconsistências teóricas, especialmente empíricas acerca desse fenômeno. (Zahra et al., 2006; Helfat e Peteraf, 2009).

REFERÊNCIAS

ALSOS, G. et al. (2007). The dynamic capability concept and its operationalization. Proceedings of The Babson College

(19)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

Entrepreneurship Research Conference at IE Business School, held on 7 – 9 June in Madrid, Spain.

AMBROSINI, V., BOWMAN, C., & COLLIERC, N. (2009). Dynamic capabilities: an exploration of how firms renew their resource base. British Journal of Management, 20(S1), S9-S24. doi: 10.1111/j.1467- 8551.2008.00610.

ANDREWS, K. R.(2006). The concept of Corporate Strategy. In: MINTZBERG, H. et al. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 4. ed. Tradução de Luciana de Oliveira Rocha. Porto Alegre: Bookman.

ARGOTE, L.; REN, Y. (2012). Transactive memory systems: a microfoundation of dynamic capabilities. Journal of Management Studies, v. 49, n.8, p. 1376-1382.

AUGIER, MIE; TEECE, D. J.(2008). Strategy as evolution with design: the foundations of dynamic capabilities and the role of managers in the economic system. Organization studies. vol. 29 (8&9), p.1187-1208. BARNEY, J. B. (1986). Strategic factor markets: expectations, luck and business strategy. Management Science, v. 42.

BARNEY, J. B. HESTERLY, W. S. (2007). Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall.

BARNEY, J.B. (1991). Firms resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1.

BARNEY. J. B. (2001). Is the resource-based “view” a useful perspective for strategic management research? yes. Academy of Management Review, v. 26, n. 1, p.41-56, 2001.

BARRETO, I. (2010). Dynamic capabilities: a review of past research and an agenda for the future. Journal of Management, v. 36, n. 1, p. 256-280.

BERTERO, C. O. (2011). O Que é um Ensaio Teórico? Réplica a

Francis Kanashiro Meneghetti. RAC, Curitiba, v. 15, n. 2,pp. 338-342. BIERNACKI, P.; WALDORF, D. (1981). Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociological Methods & Research, Thousand Oaks, CA, v. 10, n. 2.

COLLIS, D. J.; MONTGOMERY, C. A. (1995). Competing on resources. Harvard Business Review, v. 37, n. 4, p. 118-128.

(20)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. CYERT, R.; MARCH, J. (1963). A behavioral theory of the firm.

Englewood Cliffs: Prentice-Hall.

DANNEELS, E. (2010). Trying to Become a Different Type of Company: Dynamic Capability at Smith Corona. Strategic Management Journal. Vol. 32, p. 1-31.

DOVING, E.; GOODERHAM, P. N. (2008). Dynamic capabilities as antecedents of the scope of related diversification: the case of small firm accountancy practices. Strategic Management Journal, v. 29, p. 841–857.

EISENHARDT, K.; MARTIN, J. (2000). Dynamic capabilities: what are they? Strategic Management Journal, v. 21, n. 10, 1105-1121.

FERDINAND, J. et al. (2005). Dynamic capability: tracking the development of a concept. Evolutionof business knowledge (EBK Working Paper 2005/09), Swindon, UK, p. 1-20.

FOSS, N. J.; LANGLOIS, R. N. (1997). Capabilities and governance: the rebirth production in the theory of economic organization. DRUID Working Paper n. 97-2. Copenhagen: Copenhagen Business School, p. 1-33.

GHEMAWAT, P. (2000). A estratégia e o cenário dos negócios: texto e casos. Porto Alegre: Bookman.

GRANT, R. M. (1991). The resource-based theory of competitive advantage: implications for strategy formulation. California Management Review, 33, 3, 1991.

HARRELD, B.; O'REILLY III, C. A.; TUSHMAN, M. L. (2007). Dynamic Capabilities at IBM: driving strategy into action. California Management Review, v. 49, n. 4, p.21-44.

HAYES, R.H.; WHEELWRIGHT, S.C.; CLARK, K.B. (1988). Dynamic manufacturing: creating the learning organization. New York: Free. HELFAT, C.E.; PETERAF, M.A. (2009). Understanding Dynamic Capabilities: progress along a developmental path. Strategic Organization, v.7, 91-102.

HERRMANN, P. (2005). Evolution of strategic management: the need for new dominant designs. International Journal of Management Reviews, v. 7, n. 2, p. 111-130.

HITT, M. A.; IRELAND, D. R.; HOSRISSON, R. E. (2002). Administração estratégica. São Paulo: Thomson.

(21)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

HUNG-HSIN, C.; LEE, P.-Y. (2009). The driving drivers of dynamic competitive capabilities: a new perspective on competition. European Business Review, 21(1), 78-91.

JOYCE, W. et al. (2003). O que (realmente) funciona: as melhores práticas das empresas de sucesso. Rio de Janeiro: Campus.

KAY, J. Foundations of corporate success. (1993). Oxford: Oxford University.

KRAATZ, M. S., & ZAJAC, E. J. (2001). How organizational resources affect strategic change and performance in turbulent environments: theory and evidence. Organization Science, 12 (5), 632-657.

LAWSON, B. SAMSON, D. (2001). Developing Innovation Capability in Organisations: a Dynamic Capabilities Approach. International Journal of Innovation Management. Vol. 5, n. 3 pp. 377–400.

LEONARD-BARTON, D. (1992). Core Capabilities and Core Rigidities: A Paradox in Managing New Product Development. Strategic Management Journal. v. 13, p. 111-125.

LILLIS, B., & LANE, R. (2007). Auditing the strategic role of operations. International Journal of Management Reviews, 9(3), 191- 210.

MARCUS, A. A.; ANDERSON, M. H. (2006). A general dynamic capability: does it propagate business and social competencies in the retail food industry? Journal of Management Studies. p.19-43.

MENON, A.G. (2008). Revisiting dynamic capability. IMB Management Review, p. 22-33.

MONTEIRO, A.P.; SOARES, A.M.; RUA.A.L. (2013). Desempenho das exportações: influência dos recursos tangíveis, capacidades dinâmicas e orientação empreendedora. Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE, São Paulo, V.12, n.3, p.12-36, jul/set.

NELSON, R. R. e WINTER, S. G. (1982). An evolutionary theory af economic change. Estados Unidos: Harvard U. P.

NEWBERT, S. L. (2007). Empirical research on the resource-based view of the firm: an assessment and suggestions for future research.

Strategic Management Journal, 28: 121-146.

PENROSE, E. (1959). The theory of growth of the firm. New York: Wiley.

(22)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. PETERAF, M. A. (1993). The cornerstone of competitive advantage: a

resource based view. Strategic Management Journal, 14, 3.

PICOLI, F., SOUZA, C. P. & TAKAHASHI, A. R. W. (2013). Produção

nacional em capacidades dinâmicas: um estudo bibliométrico. Encontro

da Anpad, 37. RJ.

PRAHALAD, C. K.; HAMEL G. (1990). The core competence of the corporation. Harvard Business Review. v. 68, n. 3, p. 79–91.

PRIEM, R; BUTLER, J. (2001). Is the resource-based “view” a useful perspective for strategic management research? Academy of Management Review; 26, 1.

ROTHAERMEL, FT (2012). Strat.Mgmt: Conceitos e Casos. McGraw-Hill / Irwin, p. 5.

RUMELT, R. (1984). Towards a strategic theory of the firm. In: Lamb, R. B. Competitive Strategic Management. Prentice Hall: Englewood Cliffs.

SCHREYÖGG, G.; KLIESCH-EBERL, M. (2007). How dynamic can organizational capabilities be? towards a dual-process model of capability dynamization. Strategic Management Journal, v. 28, p. 913– 933.

SCHUMPETER, J. (1942). Capitalism, Socialism and Democracy. Harper. New York.

STEFANO, G. D., PETERAF, M., & VERONA, G. (2010). Dynamic capabilities deconstructed: a bibliographic investigation into the origins, development, and future directions of the research domain. Industrial and Corporate Change, 19(4), 1187-1204. doi: 10.1093/icc/dtq027.

STIGLER, G. (1968). The organization of industry. Chicago: University of Chicago Press.

TEECE, D. J. (1976). The multinational corporation and the resource cost of international technology transfer. Cambridge, MA: Ballinger. TEECE, D. J. (1986). Profiting from technological innovation: implications for integration, collaboration, licensing and public policy. Research Policy, 15(6), 285-305. doi: 10.1016/0048-7333(86)90027-2.

TEECE, D. J. (1988). Technological change and the nature of the firm. In G. Dosi, C. Freeman, R. Nelson, G. Silverberg, & L. Soete (Eds.),

(23)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018.

Technical change and economic theory (pp. 256-281). New York: Pinter Publishers.

TEECE, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: the nature and microfoundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319–1350. doi: 10.1002/smj.640. TEECE, D. J. (2009). Dynamic capabilities & strategic management. Oxford: Oxford University Press.

TEECE, D. J. (2012). Dynamic Capabilities: Routines versus Entrepreneurial Action. Journal of Management Studies, p. 1-8.

TEECE, D.; PISANO, G. (1994). The dynamic capabilities of firms: an introduction. Industrial and Corporate Change, v. 1, n. 3.

TEECE, D.J.; PISANO, G.; SHUEN, A. (1997). Dynamic Capabilities and Strategic Management. Strategic Management Journal, 18(7), 509-533.

TEECE, D.J.; RUMELT, R.; DOSI, G; WINTER, S. (1994). Understanding Corporate Coherence: Theory and Evidence. Journal of Economic Behavior and Organization. 23(1):1-30.

TONDOLO, V. A. G.; BITENCOURT, C. C. (2014). Compreendendo as capacidades dinâmicas a partir de seus antecedentes, processos e resultados.Brazilian Business Review. V. 11, n.5, p. 124-147.

VOGEL, R., & GUTTEL, W. H. (2013). The dynamic capability view in strategic management: a bibliometric review. International Journal of Management Reviews, 15(4), 426-446. doi: 10.1111/ijmr.1200º. WANG, C. L., & AHMED, P. K. (2007). Dynamic capabilities: a review and research agenda. International Journal of Management Reviews, 9(1), 31-51. doi: 10.1111/j.1468-2370.2007.00201.x.

WERNERFELT, B. (1984). A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, v. 5.

WORLD HEALTH ASSOCIATION. Division of Mental Health. Qualitative Research for Health Programmes. Geneva: WHA, 994.

WILLIAMSON, O. E. (1975). Markets and hierarchies: analysis and antitrust implication. New York: Free Press.

WILLIAMSON, O. E. (1999). Strategy research: governance and competence perspectives. Strategic Management Journal, 20 (12), 1087-1108.

(24)

RASM, Alvorada, ano 8, n.1, p.102-125, Jan./Jun. 2018. WITCHER, B.J., CHAU, V.S. AND HARDING, P. (2008). Dynamic

capabilities: top executive audits and Hoshin Kanri at Nissan South Africa. International Journal of Operations & Production Management, Vol. 28 No. 6, pp. 540-561.

ZAHRA, S. A.; SAPIENZA, H. J.; DAVIDSON, P. (2006). Entrepreneurship and dynamic capabilities: a review, model and research agenda. Journal of Management Studies. V. 43, n.4, p. 917-955.

ZOLLO, M.; WINTER, S. G. (2002). Deliberate Learning and the Evolution of Dynamic Capabilities. Organization Science, v. 13, n. 3, p. 339-351.

ZOTT, C. (2003). Dynamic capabilities and the emergence of intraindustry differential firm performance: insights from a simulation study. Strategic Management Journal, v. 24, p. 97– 125.

Referências

Documentos relacionados

UBLag valor da melhor solução factível encontrada pela heurística Lagrangeana; UBLsur valor da melhor solução factível encontrada pela heurística Lagsur; LILag valor do

Sendo assim promove-se com este trabalho a distribuição de hábitos sustentáveis na universidade e ações de sensibilização por meio da importância da redução dos

As propriedades reológicas de solu- ções de maltodextrinas são afetadas so- mente pelo tamanho molecular e não pela fonte botânica do amido ou condições de hidrólise durante

Foram conduzidos 16 tratamentos, constituídos de quatro concentrações de cloreto de potássio, quatro concentrações de sulfato de potássio, quatro concentrações de

Figura 8 - Modelo Conceitual do ADAV Dados do autor Este modelo conceitual pode ser interpretado da seguinte maneira: Na anatomia veterinária, o sistema esquelético é o conjunto

A função assumiu seu valor ótimo de produção para Z = 650099 produtos, sendo 100 o número de caixas de óculos, 100 o número de pés de sofás, 115941 o número de expositores

4.5 Análise do transporte de pessoas realizado pela UBER em consonância com as regras cíveis sobre responsabilidade civil. A regra geral sobre responsabilidade civil apresentada

Os objetivos deste estudo foram: (1) descrever e padronizar a curva de pH da transformação em carne dos músculos Triceps brachii, Longissimus dorsi e Biceps