Bacilos Gram Negativos Fermentadores e
Não Fermentadores de Glicose
2ª Turma de Especialização em Microbiologia
Clínica e Medicina Laboratorial
Prof Edlaine Rodrigues Montalvão
Relembrando Brevemente os Conceitos de
Sistema Imunológico
Celular e Humoral.
Sistema Imunológico
Prof Edlaine Rodrigues Montalvão
Resposta Imunoespecífica
Para Bactérias Extracelulares
Descrição da Ação do Sistema Imunológico
Celular e Humoral
Sistema Imunológico Humoral
1
Bactérias
2
3
Antígeno
Polissacarídeo
Célula B
Neutralização
Fagocitose
bacteriana através
da célula revestida
pelo C3b.
Anticorpo
Opsonização
e Fagocitose
Ativação do
Sistema Complemento
Lise bacteriana
Inflamação
5
6
7
8
9
10
4
Bactérias
Diversas Citoquinas
IFN-
TNF
Resposta por anticorpos
Inflamação
Ativação dos
Macrófagos
Fagocitose e
lise bacteriana
APC
(Antigen Present Cells)
CD4+
ENTEROBACTÉRIAS
Estrutura, Classificação, Tipos
Antigênicos e Doenças Causadas por
Bacilos Gram Negativos Fermentadores
Enterobacteriaceae
Estrutura Celular
Lipopolissacarídeo (LPS)
Membrana Externa
Espaço Periplasmático
Membrana Citoplasmática
Necessidades Nutricionais
Mínimas, crescem bem em todos os meios de
cultura não seletivos
Fatores de Virulência
-
Fímbrias ou Pili
: adesão
-
Enterotoxinas
(exotoxinas que atuam no trato
entérico)
-
Sideróforos:
retiram o ferro das transferrinas e
lactoferrinas
-
Urease:
degrada a uréia em amônia e água
-
Lipopolissacarídeos (LPS):
responsáveis pelos
sintomas de febre, hipotensão, depleção de
Patogênese das Enterobactérias
•
Todos
os
representantes
da
família
Enterobacteriaceae possuem
endotoxinas
na parede
celular.
•
Além disso, várias endotoxinas são produzidas, como
as enterotoxinas produzidas pela Escherichia coli e
Vibrio cholerae.
•
Os antígenos podem ser utilizados como ferramentas
de identificação e diferenciação entre espécies, tais
como os testes em Salmonella spp., e Shigella spp.,
•
Antígeno O:
•
O Antígeno da Parede Celular, também
conhecido por
Antígeno Somático
ou
Antígeno
“O”
, é a porção polissacarídica externa do
lipopolissacarídeo.
•
Varia de espécie para espécie: E. coli (150
tipos); Salmonella (1500 tipos)
•
Antígeno H:
•
O Antígeno “H” localiza-se na proteína flagelar.
•
Antígeno K:
•
O Antígeno
“K” ou Capsular é identificado pela
Reação de Quellung (intumescimento capsular).
•
É responsável pela classificação epidemiológica
de bactérias encapsuladas como a Klebsiella spp.,
•
Em Salmonella typhi, a causa da febre tifóide é
denominada Antígeno Vi (virulência)
•
Antígeno K:
Morfologia Microscópica
Não podem ser
diferenciados com
relação à
morfologia
microscópica.
São bacilos
GRAM
Negativos
Morfologia Colonial
Características Coloniais
Serratia marcescens
pigmentada em
Ágar MacConckey
Características Coloniais
Escherichia coli
em Ágares
Sangue e EMB
Escherichia coli em
EMB Ágar
Características Bioquímicas da
Família Enterobacteriaceae
Fermentação da Lactose e
Sacarose
Ágar S.I.M.
Meio de Motilidade
Com Corante Cloreto
de 2,3,5-trifenil
tetrazólio
Ágar T.S.I.
Ágar Kligler
Ágar Kligler
(
Duplo-Açúcar e Ferro – Interpretação)
Reações
Inclinação
Fundo
Gás
H
2S
Grupo
Ácido
Ácido
+
-
Escherichia spp.,
Enterobacter spp.,
Klebsiella spp.,
Alcalino
Ácido
+
-
Shigella spp.,
Serratia spp.,
Alcalino
Ácido
+
+
Salmonella spp.,
Proteus spp.,
Ágar/Caldo Uréia
Positivo
Negativo
Ágar Fenilalanina
(Após adição de Cloreto Férrico 10%)
Positivo
Teste de Voges-Proskauer
(V.P.)
(+)
(-)
(-)
(-)
Teste de Vermelho de Metila
(V.M.)
Meio de Rugai
Pessôa & Silva
Miniaturização e Automação
Sistema Bactray
®
Miniaturização e Automação
Sistema Automatizado
Sistema Walkaway
®
O Papel Do Laboratório De
Microbiologia Clínica
Doenças Causadas Por Bacilos Gram
Negativos (BGN)
Doenças Causadas por
Enterobactérias
•
Trato respiratório inferior:
•
Pneumonia Bacteriana
•
Klebsiella pneumoniae
•
Serratia spp.,
•
Trato Urinário:
•
Escherichia coli
•
Klebsiella spp.
•
Enterobacter spp.
•
Proteus mirabilis
•
Trato Gastrointestinal:
•
Escherichia coli
•
Salmonella spp.,
•
Pele:
•
E.coli
•
Salmonella typhi
•
Salmonella paratyphi
•
Ossos:
•
Escherichia coli
•
Klebsiella spp.,
•
Enterobacter spp.,
•
Proteus mirabilis
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Fisiopatogênia
•
Dados Clínicos
•
Características dos principais agentes etiológicos
•
Klebsiella pneumoniae
•
Serratia spp.,
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Fisiopatogênia
•
As bactérias podem entrar no pulmão por
via aérea
,
aspiração ,
hematogênica
ou por
contigüidade
, a
maioria das pneumonias são por aspiração de secreções
orais .
•
A flora oral é uma mescla complexa de aeróbios e
anaeróbios , e as quantidades pequenas que se aspiram
raramente causam enfermidade a menos que sejam
microrganismos
altamente
virulentos
como
o
Streptococcus pneumoniae, quando as defesas do
hospedeiro estejam diminuídas , o reflexo tussígeno
alterado , ou que exista infecção viral coexistente .
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana – Fisiopatogênia
•
As pneumonias se classificam em :
•
Pneumonia Primária
: é a infecção pulmonar por
microrganismos altamente patogênicos que chegam as vias
aéreas inferiores , ocorrendo na ausência de evidência
clínica de deficiência imune
•
Pneumonia Secundária
:é causada por microrganismos
menos patogênicos, produzindo enfermidades nas vias aéreas
inferiores por alteração nos mecanismos de defesa do
hospedeiro .
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana – Fisiopatogênia
•
As pneumonias se classificam em :
•
Pneumonia Hematogênica
: é causada por microrganismos
que chegam ao pulmão por via hematogênica , é indicativa
de bacteremia ou presença de êmbolos sépticos secundário
a uma infecção primária extrapulmonar .
•
Pneumonia por Aspiração
: produzida por inalação de
comida , conteúdo gástrico , bactérias e secreções das vias
superiores
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Fisiopatogênia
•
O recém nascido adquire pneumonia por várias vias
, tais como;
• Transplacentária ,
• Aspiração de microrganismos ,
• Infecção pós natal e
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Dados Clínicos
•
Os sinais e sintomas de uma pneumonia
bacteriana variam de acordo com o agente
etiológico , a idade do paciente e a severidade
da enfermidade .
•
Alguns microrganismos estão associados com
um padrão específico de enfermidade , como é a
Pneumonia Lobar
pelo
Pneumococo
e ao
Empiema , Abscesso
e
Pneumatocele
ao
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Dados Clínicos
•
Em crianças pequenas os sinais podem ser
inespecíficos e os sinais físicos são poucos , em
crianças maiores habitualmente são moderados
e muitos casos passam despercebidos porque
os sinais não justificam a radiografia de tórax .
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Dados Clínicos
•
Os sinais e sintomas podem se dividir em 5
categorias :
•
a)
Manifestações inespecíficas de infecção e
toxicidade
: febre , cefaléia , mal estar , alterações
gastrintestinais e irritabilidade .
•
b)
Sinais gerais de enfermidade de vias
respiratórias inferiores
: taquipnéia , dispnéia ,
respiração ruidosa , tosse , expectoração ,
hipomotilidade torácica do lado afetado , distensão
abdominal .
•
c)
Sinais de pneumonia
: estertores , diminuição das
vibrações
vocais
,
hipoventilação
e
retração
intercostal .
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Dados Clínicos
•
Os sinais e sintomas podem se dividir em 5 categorias :
•
c)
Sinais de pneumonia
: estertores , diminuição das
vibrações
vocais
,
hipoventilação
e
retração
intercostal .
•
d)
Sinais sugestivos de líquido pleural
, dor pleural
que
pode
limitar
o
movimento
torácica
,
hipoventilação .
•
e)
Sinais de enfermidade extrapulmonar
: abcesso
na pele , otite média , sinusite e meningite que pode
se apresentar concomitante com a infecção pulmonar
, pericardite e epligotite , que estão associada a
pneumonia por H. influenzae tipo b.
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Dados Clínicos:
•
A maioria dos autores coincidem nas formas de
Broncopneumonia , que se iniciam com febre , tosse ,
rinorréia , insuficiência respiratória e estertores
crepitantes disseminados .
•
A Pneumonia Lobar se apresenta com calafrios ,
febre elevada , tosse , dor torácica e insuficiência
respiratória leve, as vezes inexistente , com síndrome
de condensação pulmonar .
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
•
Klebsiella pneumoniae
•
Serratia spp.,
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Características dos principais agentes etiológicos
Características:
Imóvel
Indol (-)
Ornitina (-)
+/+ TSI (com gás)
Lysina (+)
Citrato (+)
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Tratamento:
•
Klebsiella pneumoniae
•
1ª Escolha:
• Amoxicilina + Clavulanato ou
• Penicilina G + Amonoglicosídeo ou
• Cefuroxima + Aminoglisodídeo.
•
2ª Escolha:
• Cefalosporinas de 3ª geração ou
• Fluoquinolonas (Levofloxacina ou Moxifloxacina ou
Gemifloxacina).
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
Características:
Lysine (+)
Citrate (+)
Indol (-)
+/+ TSI (no gás)
DNase (+)
Serratia spp.,
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Tratamento:
•
Serratia spp.,
•
1ª Escolha:
• Amoxicilina + Clavulanato ou
• Penicilina G + Amonoglicosídeo ou
• Cefuroxima + Aminoglisodídeo.
•
2ª Escolha:
• Cefalosporinas de 3ª geração ou
• Fluoquinolonas (Levofloxacina ou Moxifloxacina ou
Gemifloxacina).
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Tratamento
•
Anaeróbios
•
1ª Escolha:
• Penicilina G em altas doses ou
• Metronidazol ou
• Clindamicina ou
• Aminoglicosídeos.
•
2ª Escolha:
• Amoxicilina + Clavulanato ou
• Ampicilina + Sulbactam ou
• Cloranfenicol
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Microbiologia Clínica
•
Escarro
•
Líquido Pleural
•
Lavado Broncoalveolar
•
Biópsias de pulmão
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Microbiologia Clínica
•
Escarro
• Coleta
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Microbiologia Clínica: Escarro
•
Coleta:
•
1. Lavar a boca e gargarejar antes da coleta.
•
2. Explicar as diferenças entre a coleta do
escarro e da saliva
•
3. Máximo uma amostra por dia, se possível pela
manhã, em recipiente estéril e de boca larga
•
4. Encaminhar imediatamente ao Laboratório
•
5. Em caso de dificuldades de coleta, pode-se
induzir com inalação de 20 ml de NaCl a 10% ou
utilizar
aspiração
trans-traqueal
(médico
Trato Respiratório
O que valorizar na análise macroscópica
do escarro?
Trato Respiratório
O que valorizar na análise do escarro
corado pelo GRAM ?
• Presença de CGP aos pares, encapsulados
• Presença de CBGN (BGN pleomórficos)
• Presença de DPGN (intra e/ou extra)
• Presença de BGN encapsulados (Klebsiella spp.,)
• Presença de BGN não encapsulados (relatar)
• Presença de CGP em cachos
• Células fantasma (BK)
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Microbiologia Clínica
1- Cor
2- Citologia total e específica
3- Transudato vs. Exudato:
Proteína, LDH, Colesterol
4- Etiologia:
Bacteriana: Gram, cultura
Tuberculose: ELISA, culture, ADA
5- CA
Citológico
6- Outros
Glicose, pH, Amilase
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Microbiologia Clínica
Lavado Bronco-Alveolar (BAL)
Utilizado
em
suspeita
de
pneumonias
associadas a ventilação mecânica e em
pacientes imunodeprimidos.
Os agentes estão geralmente presentes em
altas concentrações (> 10
5
- 10
6
UFC/ml).
A quantificação parece ser útil.
Trato Respiratório Inferior
•
Pneumonia Bacteriana
•
Microbiologia Clínica
Trato Urinário
•
Trato Urinário
:
•
Fisiopatogênia
•
Dados Clínicos
•
Características dos principais agentes etiológicos
• Escherichia coli
• Klebsiella spp.,
• Enterobacter spp.,
• Proteus mirabilis
•
Microbiologia Clínica
•
Tratamento
Trato Urinário
•
Fisiopatogênia:
•
O
acesso
dos microrganismos ao trato urinário se dá
por
via ascendente
, ou seja, pela
uretra
, podendo se
instalar na própria
uretra
e
próstata
, avançando para a
bexiga
e, com mais dificuldade, para o
rim
.
•
Dificilmente
,
as bactérias podem penetrar no trato
urinário pela
via sangüínea
. Isto ocorre apenas
quando existe infecção generalizada
(septicemia)
ou
em indivíduos sem defesas imunitárias como HIV + e
transplantados.
Trato Urinário
•
Fisiopatogênia:
•
A intensidade da
IU
depende das
defesas
do paciente
,
da
virulência do microrganismo
e da
capacidade de
Trato Urinário
•
Fisiopatogenia:
•
Como a
urina é estéril
, existem fatores que facilitam
a
contaminação
do trato urinário, tais como:
obstrução
urinária,
próstata
aumentada,
estenose
de
uretra,
defeitos
congênitos
e
outros
corpos
estranhos
: sondas, cálculos (pedras nos rins),
introdução de objetos na uretra (crianças)
doenças
neurológicas
:
traumatismo
de
coluna,
bexiga
neurogênica do diabetes, fístulas genito-urinárias e
do trato digestivo,
colostomizados
e
constipados
doenças sexualmente transmissíveis e infecções
ginecológicas
.
Trato Urinário
•
Dados Clínicos:
•
O
ato de urinar
é
voluntário e indolor
.
•
A presença de:
dor ardência dificuldade e/ou
urgência para urinar micções urinárias muito
freqüentes e de pequeno volume com urina de mau
cheiro, de cor opaca com filamentos de muco
formam um conjunto de dados que permite ao
médico suspeitar que o paciente está com
infecção
urinária
.
Trato Urinário
•
Dados Clínicos:
•
Muitas vezes, somam-se a esses sintomas e sinais
dores na bexiga e no final da micção
, gotejamentos
de pequenas quantidades de
sangue
.
•
Quando o
rim é atingido
, o paciente apresenta
calafrios, febre e dor lombar
, podendo ocorrer
Trato Urinário
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
Características:
Lysine +
Citrate +
Indol +
+/+ TSI (No gás)
Lactose +
Trato Urinário
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
Características:
Lysine +
Citrate +
Indol -
+/+ TSI (gás)
Imóvel
Ornitina -
Trato Urinário
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
•
Enterobacter spp.,
Características
:
Lysine +
(- cloacae)
Citrate +
Indol -
+/+ TSI (gás)
Móvel
Ornitina +
Trato Urinário
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos:
Características
:
Lysine -
Indol +
Móvel
Urease +
H
2
S +
Coleta
Exame Químico:
Utiliza-se fitas reativas (na maioria dos casos) com leitura
automatizada
Análise Prévia do Sedimento:
Não serve como screening
Considerado anormal quando:
> 9 leucócitos p/c em 10 ml em 400 X
Gram
:
1 bactéria p/c (1000 X)
10
5UFC/ml de urina
Baixa sensibilidade
Muitas infecções surgem com flora
1000 UFC/ml
Falso positivo freqüente (bactérias da pele)
Urinocultura
Para obter melhores resultados, a coleta da urina das
mulheres deve ser supervisionadas pessoalmente
por uma técnica, enfermeira ou auxiliar treinada.
O processamento laboratorial deve ser realizado até
20’, ou, se não for possível, conservar a urina em
geladeira até o momento da semeadura (máximo 4
horas).
Urinocultura
1) Em caso de descontrole de micção, usar saco coletor.
Deve-se fazer higienização prévia do períneo, coxas,
nádegas e barriga, com água e sabão neutro. Caso não
haja micção, o saco coletor deve ser trocado a cada 30’,
repetindo-se a higienização do períneo.
2) Nos demais casos, fazer a higienização da genitália
externa com água e sabão neutro e enxugar. Colher o
jato médio, preferencialmente da primeira micção do
dia, ou então, com intervalo de 2-3 horas após última
Urinocultura
3) Em pacientes cateterizados com sistema de
drenagem
fechada,
pode-se
coletar
a
urina
puncionando-se o cateter na proximidade da junção
com o tubo de drenagem. Não se deve colher a urina
da bolsa coletora.
4) A punção supra-púbica, está indicada em casos
duvidosos de infecção urinária que apresenta
evidências clínicas, embora as culturas revelem
contagens baixas; em RN, quando há
contra-indicação de cateter, ou ainda, em suspeita de
Urinocultura
5) As amostras de urina coletadas da extremidade do
cateter de Foley são impróprias para culturas porque as
pontas do cateter estão invariavelmente contaminadas
com organismos uretrais. Não devem ser realizadas.
6) Devido ao alto risco de contaminação ou a multiplicação
excessiva de bactérias comensais de crescimento
rápido, deve-se impedir as coletas de 24 horas dos
materiais clínicos para cultura, principalmente de escarro
e urina.
Coleta em Mulheres
1- Remover toda a roupa, da cintura p/ baixo e sentar
confortavelmente no vaso sanitário. Separar as pernas tanto
quanto for possível.
2- Afastar os grandes lábios com uma mão e continuar assim
até terminar a higiene e coleta do material.
3- Utilizar uma gaze embebida em sabão, lavar da frente p/
trás e certificar-se de que está limpando por entre as dobras
de pele o melhor possível.
4- Enxaguar com gaze embebida em água estéril, sempre no
sentido frente-trás.
Coleta em Mulheres
5- Continuar afastando os grandes lábios para urinar.
As primeiras gotas de urina devem ser desprezadas no
vaso sanitário.
Coletar o jato médio no frasco fornecido pelo
laboratório.
6- Sem interromper a micção, retire o frasco para
desprezar o jato final no vaso sanitário.
Evite encher o frasco.
7- Após o término, feche bem o frasco e caso haja algum
respingo na parte externa, lave-o e enxugue-o,
entregando ao laboratório imediatamente.
Pesquisa de B.A.A.R. na Urina
Recomendação Para Coleta :
1) Primeira urina da manhã, após assepsia, desprezar
primeiro jato e coletar toda a micção no frasco
fornecido.
2) Coleta por três dias consecutivos, enviando as
amostras diariamente ao Laboratório.
3) Toda a solicitação de BAAR em urina, deve ser
acompanhada de cultura, devido à baixa sensibilidade.
Urocultura
Procedimentos Prévios e Observações Gerais:
-
Caso não seja possível semear imediatamente, guardar
em temperatura de geladeira (2 – 8 ºC) por até 4 horas.
-
Centrifugar e observar presença de leucócitos (em 10
ml)
-
Realizar Gram (opcional) de gota de urina não
centrifugada
-
2 ou mais bactérias por campo = sugestivo de ITU
-
Descartar em caso de flora mista ou contaminação por
conteúdo vaginal (células epiteliais, flora mista)
Urocultura
Plaqueamento de Rotina:
Meios Utilizados em Nossa Rotina:
CLED (ou Brolacin)
Mac Conkey
Pode-se Utilizar Recomendação da OMS:
Ágar Sangue de Carneiro a 5%
Urocultura
Material Necessário p/ Semeadura de Rotina:
Alça calibrada (0,001mL ou 0,01mL)
Pode-se utilizar micropipeta de 10 e 100 µl + ponteiras
estéreis
Meios convencionais (OMS):
Ágar Sangue (ou Chocolate) + EMB (ou Mac Conkey).
Meios alternativos:
Cled (Brolacin)
Urocultura
Interpretação de Flora Considerável (Kass et al):
Em geral ...
>
100.000 UFC/ml = indício de infecção
10.000 a 90.000 UFC/ml = suspeita de infecção
< 9.000 UFC/ml = sem significado clínico
Exceções:
Punção Supra-púbica
Qualquer isolamento de BGN deve ser considerado
Quantidades > 103 UFC/ml de CGP deverá ser
considerada
Pacientes Pediátricos
Urocultura
Interpretação Qualitativa:
Monocrescimento:
Flora única ou predomínio absoluto (> 90%) em
crescimento misto
E. coli responsável por 80% casos ITU ambulatoriais
Policrescimento:
2 ou mais agentes isolados com contagens > 105 UFC/ml
em proporções similares
Extremamente raro (0,3% dos casos – ASM)
Mais freqüente em pacientes internados e sondados
Urocultura
Considerações:
Quando ocorre isolamento de microrganismos na urina, uretra ou rins
Maioria dos casos, observar regras de flora considerável
Observar reincidência;
Após tratamento = provável mesma cepa resistente à droga
Infecção Renal ou Prostática mal resolvida
Colonização vaginal persistente
Os agentes mais comuns são as Enterobactérias
Outros agentes incluem:
Cocos Gram positivos
Bactérias anaeróbias
Chlamydia
Mycoplasma
Micobactérias
Trato Urinário
Tratamento:
Cistite Aguda ou Recorrente:
Cotrimoxazol
Norfloxacina
Ampicilina
Ácido Nalidíxico
Pielonefrite Aguda Leve:
Cotrimoxazol
Norfloxacina
Cefalexina
Tratamento;
Pielonefrite Aguda
Moderada ou Severa:
Cefalotina + Gentamicina
Abscesso Renal:
Ceftazidima
Cefotaxima
Ceftriaxona
Amp + genta
Fluorquinolona
Trato Gastrointestinal
•
Fisiopatogênia:
•
Dados Clínicos
•
Características dos principais agentes
etiológicos
•
Escherichia coli
•
Salmonella spp.,
•
Shigella spp.,
•
Microbiologia Clínica
•
Tratamento
•
Trato Gastrointestinal:
“Escherichia coli”
•
A
E. coli enteropatogênica clássica
– EPEC, causa
uma
síndrome
semelhante
à
disenteria,
caracterizando
uma
diarréia
hemorrágica
sem
contrações abdominais.
•
A
E. coli enteroinvasiva
– EIEC
causa disenteria
(diarréia hemorrágica com presença de PMN)
•
A
E. coli enterotoxigênica
causa uma diarréia
aquosa, não-hemorrágica limitada e com curta
duração (1 a 3 dias).
•
“Salmonella spp.,”
•
Fisiopatogenia: Enterocolite
•
Invasão do epitélio dos intestinos delgado e grosso.
•
As linhagens não-invasivas não causam doenças.
•
Penetram
as
células
da
mucosa
provocando
inflamação e diarréia.
•
Podem causar leucocitose severa com DE, porém não
•
“Salmonella spp.,”
•
Fisiopatogenia
– Febre Tifóide
•
Infecção inicial no intestino delgado, porém são
poucos os sintomas gastrointestinais aparentes.
•
Os organismos penetram e multiplicam-se nas placas
de Peyer e se espalham aos fagócitos do fígado,
vesícula biliar e baço.
•
A conseqüência é uma bacteremia associada a um
quadro de febre e outros sintomas causados pela
endotoxina.
Trato Gastrointestinal
•
“
Shigella spp
.,”
•
Fisiopatogênia:
•
A Shigella
não fermenta a lactose
, o que a diferencia
basicamente das Salmonella por
não produzir H
2
S
e
ser
imóvel
.
•
Possui antígenos O na membrana externa que são
utilizados para dividir em 4 grupos: A, B, C e D.
•
Baixos inóculos (100 organismos) são suficientes para
causar doença.
•
“
Shigella spp
.”
•
Fisiopatogênia:
•
As epidemias ocorrem onde a transmissão fecal-oral
tem provável ocorrência (creches e hospitais de
deficientes mentais).
•
50% dos casos ocorrem em crianças abaixo de 10
anos.
•
Provocam
diarréia hemorrágica
(disenteria) pela
invasão da mucosa do íleo distal e do cólon.
•
Raramente caem na corrente sangüínea
, ao
contrário das Salmonellas.
•
Trato Gastrointestinal:
•
Características dos Principais
•
Agentes Etiológicos
•
Escherichia coli
•
Salmonella spp.,
•
Shigella spp.,
•
Trato Gastrointestinal:
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
•
Escherichia coli
Características:
Lysine +
Citrate +
Indol +
+/+ TSI (No gas)
Lactose +
•
Trato Gastrointestinal:
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
•
Salmonella spp.,
Características
:
Lisina +
H2S +
-/+ TSI (gás)
Indol +
Citrato +
ONPG -
Malonato -
•
Trato Gastrointestinal:
•
Características dos Principais Agentes Etiológicos
•
Shigella spp.
Características
:
Lisina (-)
Imóvel
-/+ TSI (sem gás)
Lactose – (Mac ou SS)
•
Microbiologia Clínica
Coleta de Fezes - Externa
Utilizar frasco contendo o meio conservante para
transporte (
CARY-BLAIR
), fornecido pelo Laboratório.
Colocar uma quantidade de fezes no meio conservante
(equivalente a uma colher de sobremesa). Preferir
sempre as porções mucosangüinolentas.
Não
usar
papel
higiênico
para coletar fezes, pois na sua
composição existe
Sal de Bário
, que inibe o
crescimento de algumas espécies de bactérias
patogênicas
Coprocultura
Exame Macroscópico das Amostras:
Observar presença de muco
Realizar pesquisa de leucócitos em todas as amostras
(Panótico ou AM)
Ver também se existem hemácias na amostra
Exame Bacterioscópico das Amostras (Gram)
Observar presença de equilíbrio na flora (CGP e BGN)
Observar a quantidade de leveduras e pseudohifas